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CCE 1644 Pontes Vanessa Silva Unidade 2 Aula 04 PROFESSORA VANESSA SILVA 2 CCE 1644 – Pontes Unidade 2: Superestrutura 2.1 Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e Vigamentos 2.2 Trem-Tipo e Linhas de Influência 2.3 Envoltória das Solicitações 2.4 Critérios para Dimensionamento do Vigamento Principal e Lajes Aula 04 Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e Vigamentos; Trem-Tipo e Linhas de Influência Aula 05 Envoltória das Solicitações; Critérios para Dimensionamento do Vigamento principal e Lajes PROFESSORA VANESSA SILVA 3 Superestrutura PROFESSORA VANESSA SILVA 4 Superestrutura PROFESSORA VANESSA SILVA 5 SUPERESTRUTURA A função primária e básica de uma ponte é a viária, que tem como objetivo dar continuidade à uma estrada durante a transposição de um determinado obstáculo. Essa função tem uma ligação mais próxima com o usuário da via e pode ser executada com o uso de elementos da ponte, como faixa de rolamento (com ou sem acostamento), linha férrea (com ou sem lastro), passeios laterais, guarda- corpos, barreiras de proteção, defensas metálicas, entre outros. A faixa de rolamento é o contato direto do veículo com a ponte, proporcionando a sua passagem. Sua largura, de modo geral, é determinada adicionando-se à largura do veículo de projeto a largura de uma faixa de segurança, que tem como base a sua velocidade e o nível de conforto que se deseja proporcionar, que, por sua vez, também se baseia na categoria da via. Em geral, para pistas pavimentadas, esses valores situam-se entre 3,00 m e 3,60 m. PROFESSORA VANESSA SILVA 6 SUPERESTRUTURA Os passeios laterais têm a função de possibilitar a passagem de pedestres e ciclistas com segurança pelas pontes, possuindo larguras mínimas recomendáveis de 1,50 m para passeios predominantemente de pedestres e de 3,00 m para vias compartilhadas (pedestres e ciclistas em conjunto). PROFESSORA VANESSA SILVA 7 SUPERESTRUTURA As barreiras de proteção são dispositivos rígidos, em geral de concreto armado, com função de proteção lateral para os veículos, devendo ter altura, capacidade resistente e perfil interno corretamente dimensionados para impedirem a queda de um eventual veículo desgovernado, absorverem o choque lateral e propiciarem sua recondução à faixa de tráfego. No Brasil, o DNIT (DNER) adotou e padronizou o tipo New Jersey, testado em outros países, principalmente nos Estados Unidos. Os guarda-corpos serviram como sistemas de proteção lateral de antigas pontes do DNIT, mostrando-se pouco eficazes. Nas pontes mais recentes, os guarda-corpos somente existem quando há passeios laterais. Com o objetivo de garantir uma proteção adequada a pedestres e ciclistas, os guarda-corpos são instalados nos extremos da seção transversal, com os passeios laterais localizados entre estes e as barreiras rígidas de concreto. PROFESSORA VANESSA SILVA 8 SUPERESTRUTURA As defensas metálicas, com função de proteção lateral para as rodovias, não são partes integrantes, propriamente ditas, das pontes. Porém, a transição entre as defensas metálicas das rodovias, que são flexíveis, e as barreiras de concreto das pontes, que são rígidas, deve ser realizada sem superfícies salientes. PROFESSORA VANESSA SILVA 9 SUPERESTRUTURA A laje tem como função receber diretamente as cargas dos veículos que transitam no tabuleiro. Em algumas situações, podem ser projetadas e executadas em conjunto com as vigas “T”, como em pontes de concreto armado e protendido, contribuindo para a resistência à flexão das vigas. As vigas secundárias servem de apoio para as lajes, recebendo e direcionando as reações destas para o vigamento principal. Com a utilização de modelos computacionais mais avançados e teorias modernas, pode-se dimensionar, atualmente, lajes de grandes vãos, reduzindo a necessidade de vigas secundárias. Na sequência, tem-se o vigamento principal, cujo objetivo é vencer os obstáculos que determinam o projeto da obra, recebendo os carregamentos das vigas secundárias e transferindo-os para os pilares, na região dos apoios de contato. Diferentemente das pontes comumente encontradas, as pontes pênsil, ou pontes de suspensão, são aquelas em que o tabuleiro fica pendurado, sustentado por cabos de suspensão vertical. Nesse tipo de estrutura, são utilizadas torres verticais com a função de conexão da ponte com o solo, que suportam o peso do tabuleiro. O peso do tabuleiro, na sequência, é distribuído para as torres por meio dos cabos de suspensão. PROFESSORA VANESSA SILVA 10 SUPERESTRUTURA PROFESSORA VANESSA SILVA 11 SUPERESTRUTURA O tramo de uma ponte é a parte da superestrutura localizada entre dois elementos da mesoestrutura, sendo que o seu vão teórico é determinado pela distância medida horizontalmente entre os centros de dois apoios sucessivos enquanto o vão livre, também determinado pela distância horizontal, é medido entre os paramentos de dois pilares ou de pilares e encontros. A altura de construção, definida em uma determinada seção, é a distância medida verticalmente entre o ponto mais alto da superfície do estrado (parte em contato direto com a carga móvel) e o ponto mais baixo da superestrutura. PROFESSORA VANESSA SILVA 12 SUPERESTRUTURA Sobre a largura das pontes rodoviárias, estas podem ser divididas em urbanas e rurais. As pontes urbanas são constituídas de pistas de rolamento com a mesma largura da rua ou avenida que as delimitam e de passeios correspondentes às larguras das calçadas da rua. As pontes rurais têm como objetivo escoar o tráfego das rodovias, formadas por pistas de rolamento e por acostamentos laterais. Os acostamentos são utilizados para eventuais desvios de veículos em tráfego, para paradas de veículos e para trânsito de pedestres. PROFESSORA VANESSA SILVA 13 SUPERESTRUTURA Preferencialmente, tanto pontes urbanas, quanto pontes rurais, devem ter a mesma largura das vias (ruas, avenidas ou estradas), evitando-se reduzir o tráfego e sua capacidade de escoamento. O DNIT estabelece uma tabela com as larguras de faixas de rolamento e de acostamentos, conforme cada classe de projeto. PROFESSORA VANESSA SILVA 14 SUPERESTRUTURA De acordo com o DNIT as rodovias podem ser assim classificadas: • Classe 0: rodovia do mais elevado padrão técnico (via expressa), com pista dupla e controle total de acesso. • Classe I: • Classe I-A: rodovia com duas pistas e controle parcial de acesso. • Classe I-B: rodovia em pista simples, de elevado padrão, suportando volume de tráfegos projetados para 10 anos após a abertura ao tráfego. • Classe II: rodovia de pista simples, suportando volumes de tráfego conforme projetados para o 10o ano após a abertura ao tráfego, com volume médio diário entre 700 e 1.400 veículos. • Classe III: rodovia de pista simples, suportando volumes de tráfego conforme projetados para o 10o ano após a abertura ao tráfego, com volume médio diário entre 300 e 700 veículos. • Classe IV: rodovia de pista simples, com características técnicas suficientes para atendimento a custo mínimo de tráfego previsto no seu ano de abertura; geralmente não é pavimentada, compreendendo apenas estradas vicinais e, eventualmente, rodovias pioneiras; pode ser ainda dividida em: • IV-A (tráfego médio diário entre 50 e 200 veículos no ano de abertura); • IV-B (tráfego médio diário inferior a 50 veículos no ano de abertura). PROFESSORA VANESSA SILVA 15 SUPERESTRUTURA Um último elemento geométrico que pode ser citado são os gabaritos de pontes. Define-se por gabaritos os conjuntos de espaços livres que o projeto de uma ponte deve apresentar para atender a diversas finalidades. As pontes construídas sobre rodovias devem respeitar os espaços verticais livres mínimos necessários para a passagem de caminhões ou outros veículos altos. Segundo o DNIT, o maior gabarito vertical em uso no Brasil é de 5,50 m para rodovias Classe 0 e I, sendo que nas demais classes esse valor é desejável, podendo ser reduzido para até 4,50 m em casos específicos. Em geral, os gabaritos de ferrovias são mais altos do que os de rodovias,devido à presença de cabos elétricos energizados. Para os casos de pontes sobre vias navegáveis, seus gabaritos devem atender aos gabaritos de navegação dessas vias. Para vias navegáveis onde passarão chatas e rebocadores, é comum se projetar uma altura livre de 3,50 m a 5,00 m acima do nível máximo de água que a via pode atingir. Quanto à largura, esta deve atender a, pelo menos, duas vezes a largura máxima das embarcações, adicionando-se ainda 1,0 m. PROFESSORA VANESSA SILVA 16 GABARITO PROFESSORA VANESSA SILVA 17 SUPERESTRUTURA O projeto de uma ponte tem como objetivo principal atender, além da funcionalidade da via, à segurança, à economia e à estética. Desse modo, é necessário um correto dimensionamento de sua estrutura. Para isso, é de extrema importância o conhecimento das solicitações de esforços e do comportamento da estrutura ao ser submetida ao carregamento a que está destinada, para então dar início ao processo para a determinação das Linhas de Influência, por meio dos diagramas de solicitações. O projeto de uma ponte é o resultado de um processo de inúmeras alternativas. A escolha do sistema estrutural a ser adotado para o projeto de pontes envolve uma série de fatores, como o local de execução da obra, os materiais disponíveis, a economia, o tempo, o tipo, etc. Para tanto, a definição do tipo de estrutura tem significativa relevância no projeto de pontes. PROFESSORA VANESSA SILVA 18 SUPERESTRUTURA A Superestrutura, é a parte da estrutura que recebe diretamente as cargas do tráfego, sendo composta por vigas principais e secundárias. O vigamento principal (ou sistema estrutural principal, ou simplesmente sistema estrutural) consiste em longarinas, que têm a função de vencer o vão livre. Já, o vigamento secundário ou transversal é feito com transversinas, que apresentam como função receber a ação direta das cargas e transmiti-las para a estrutura principal. Completando a superestrutura, observa-se o tabuleiro (vigamento secundário), que consiste na pista de rolamento, a qual se encontra submetida diretamente à ação do tráfego. Dos tipos mais comuns de estruturas de pontes, citam-se: PROFESSORA VANESSA SILVA 19 SUPERESTRUTURA – PONTES EM ARCO Ponte em Arco É uma ponte que apresenta o tipo estrutural em forma de arco e tem um comportamento interessante, sendo mais eficiente que as pontes em viga, devido à possibilidade de os esforços de flexão serem reduzidos em função da sua forma. Em caso de arcos de concreto, as solicitações axiais são grandes (provocadas pelos empuxos – reação horizontal – nos apoios) e os momentos fletores são pequenos. Complementando, devido à sua configuração geométrica, esse tipo de estrutura permite o uso de concreto simples em pontes de grandes vãos e de concreto armado em vãos da ordem de 300 a 500 m, quando o eixo do arco é projetado segundo as linhas de pressão devido à carga permanente. Aproveitando-se, dessa maneira, da boa resistência à compressão do concreto. PROFESSORA VANESSA SILVA 20 SUPERESTRUTURA – PONTES EM ARCO Devido aos avanços tecnológicos do concreto protendido, que ampliaram a possibilidade de grandes vãos, e ao alto custo da construção das fôrmas e do cimbramento, a construção de pontes em arco é bem menos empregada do que no passado. As pontes em arcos são indicadas para vales profundos, com tabuleiro superior, quando se pode resistir aos empuxos do arco com uma fundação não muito onerosa, no caso de solo de boa qualidade ou rocha. Em terrenos planos, as pontes em arco normalmente têm um tabuleiro inferior, o qual pode ser incorporado ao sistema estrutural, promovendo o seu funcionamento como tirante para aliviar os empuxos do arco. O tabuleiro inferior também é utilizado quando não há altura suficiente para colocar o arco embaixo; nesse caso, a largura carroçável do tabuleiro é limitada. PROFESSORA VANESSA SILVA 21 SUPERESTRUTURA – PONTES EM LAJE Ponte em Laje As pontes em lajes apresentam a seção transversal sem nenhum tipo de vigamento, podendo ter um sistema estrutural simplesmente apoiado ou contínuo. As suas seções transversais, o tabuleiro e o sistema estrutural principal formam uma peça única, sendo que esse tipo de seção apresenta como característica principal a simplicidade de execução das fôrmas, da armadura e da concretagem. Nesse tipo de ponte, a seção transversal em laje garante uma boa distribuição transversal de esforços, sendo indicada para pontes de vãos pequenos, podendo atingir vãos de até 20 m em tramo único (vãos pequenos) e vãos de até 30 m em tramos contínuos, com variação de altura ao longo dos vãos (vãos médios). Além disso, esse sistema estrutural apresenta algumas vantagens, como pequena altura de construção, boa resistência à torção e rapidez de execução, possuindo também boa relação estética. Podem também ser moldadas no local ou constituídas de elementos pré-moldados, e os detalhes de formas e armaduras e a concretagem são bastante simples. Em compensação à simplicidade da execução, a seção transversal em laje maciça apresenta um elevado consumo de concreto e, consequentemente, elevado peso próprio. PROFESSORA VANESSA SILVA 22 SUPERESTRUTURA – PONTES EM LAJE PROFESSORA VANESSA SILVA 23 SUPERESTRUTURA – PONTES EM VIGA Ponte em Viga Esse tipo de ponte é basicamente uma estrutura rígida colocada sobre dois pilares, de tal modo que o tabuleiro é solicitado por tração nas fibras inferiores e por compressão nas superiores. Apresenta como uma das principais características vinculações que não transmitem momentos fletores da superestrutura para a infraestrutura. Sendo o tipo estrutural mais antigo e mais empregado no Brasil, as pontes em vigas de concreto armado podem classificar-se devido à disposição das vigas na seção transversal, ou devido ao esquema estrutural de cada viga considerada estruturalmente. O projeto estrutural pode ser definido de acordo com a seção transversal, sendo que para grandes pontes pode-se ter uma seção mais aberta, conhecida como T ou I, ou uma seção celular, conhecida como caixão. A seção aberta é composta por longarinas, transversinas e lajes, que agem em conjunto, formando uma grelha. A seção celular (caixão) é composta por uma única grande peça que possui uma distribuição uniforme de cargas por toda a sua seção. PROFESSORA VANESSA SILVA 24 SUPERESTRUTURA – PONTES EM VIGA Essas diferentes seções resultam em pontes distintas, e cada modelo funciona estruturalmente de forma diferente, sendo as vigas T (seção aberta) dimensionadas diferentemente das vigas caixão (seção celular). O método utilizado para uma ponte em viga não se diferencia muito de um cálculo de vigas de um prédio, que também pode apresentar momentos constantes ou variáveis em suas vigas. As pontes em vigas possuem quatro tipos de vinculações típicas, que são: • Vigas simplesmente apoiadas sem balanços; • Vigas simplesmente apoiadas com balanços; • Vigas contínuas; • Vigas Gerber. PROFESSORA VANESSA SILVA 25 SUPERESTRUTURA – PONTES EM VIGA VIGAS SIMPLESMENTE APOIADAS SEM BALANÇOS: são empregadas com um tramo único ou com uma sucessão de tramos simplesmente apoiados e utilizadas em pontes em que se aplica o processo construtivo com vigas pré-moldadas. Vigas simplesmente apoiadas sem balanços se constituem em um tipo estrutural relativamente pobre, pois quando é imposto um determinado vão, existem poucas possibilidades de melhorar a distribuição dos esforços, sendo que os vãos empregados com esse tipo estrutural dificilmente ultrapassam a casa dos 50 metros. VIGAS SIMPLESMENTE APOIADAS COM BALANÇOS: esse modelo estrutural permite uma melhor distribuição de esforços solicitantes, pois introduz momentos negativos nos apoios, apresentando uma diminuição dos momentos positivos no meio do vão. Além disso, esse tipo estrutural possibilita, de uma forma natural, a eliminação do encontro, que é uma estrutura relativamente cara. PROFESSORA VANESSA SILVA 26 SUPERESTRUTURA – PONTES EM VIGA PROFESSORA VANESSA SILVA 27 SUPERESTRUTURA – PONTES EM VIGA VIGAS CONTÍNUAS:esse tipo de vinculação é utilizado quando o comprimento da ponte pode ser subdividido em vãos parciais, caso não haja restrições de ordem urbanística, topográfica ou construtiva. Deve-se fazer os vãos extremos cerca de 20% menores do que os vãos internos, de forma que os máximos momentos fletores sejam aproximadamente iguais, resultando assim em uma melhor distribuição das solicitações. A utilização desse tipo de estrutura (viga contínua) apresenta como vantagens: eliminação das juntas e consequente redução nos custos de manutenção; pista de rolamento mais uniforme, evitando o desconforto para o tráfego; maior capacidade de redistribuir esforços para o caso de sobrecargas; melhor aspecto visual em função da continuidade entre os vãos. Porém, tem como desvantagens: necessidade de um cuidado especial com a dilatação térmica, caso o tabuleiro seja muito extenso, inserindo juntas de dilatação a cada 100 m; necessidade de uma análise mais cuidadosa das pontes com raio de curvatura pequeno e pontes muito inclinadas; possibilidade de recalque diferencial nos apoios, pois estes introduzirão esforços adicionais nesse tipo de estrutura. PROFESSORA VANESSA SILVA 28 SUPERESTRUTURA – PONTES EM VIGA VIGAS GERBER: consistem em articulações colocadas de tal forma a tornar o esquema isostático. Como consequência disso, o esquema não receberá esforços adicionais devido aos recalques diferenciais dos apoios. Para pontes de grandes vãos, em que o peso próprio representa uma grande parcela da totalidade das cargas, as vigas Gerber teriam um comportamento próximo ao das vigas contínuas, sem sofrer a influência danosa dos recalques diferenciais. PROFESSORA VANESSA SILVA 29 SUPERESTRUTURA – SOLICITAÇÕES E LINHA DE INFLUÊNCIA Para o dimensionamento do vigamento principal de uma ponte, utilizam-se as solicitações calculadas para as seções transversais, sendo as mais usuais o momento fletor (M) e o esforço cortante (V ou Q); em alguns casos, têm importância também os momentos torsores. A Linha de Influência é uma representação gráfica que mostra como um determinado esforço se comporta em uma seção quando uma carga unitária percorre a estrutura. Essa linha é construída sobre o eixo da estrutura; as abcissas representam as posições da carga móvel e as ordenadas representam os respectivos valores dos esforços para uma determinada seção submetida a uma carga. A linha de influência de uma solicitação S em um ponto m qualquer tem ordenadas que fornecem os valores. Dessa maneira, por meio de interações, o efeito de todas as cargas concentradas dQ é obtido para todo o comprimento da viga, onde q é uma constante. Logo, o efeito dessa carga distribuída é obtido multiplicando-se a carga q pela área referente à linha de influência. Em seguida à aplicação das linhas de influência, os resultados permitem a verificação dos valores máximos utilizados para o dimensionamento, por meio das envoltórias dos momentos fletores e esforços cortantes. PROFESSORA VANESSA SILVA 30 SUPERESTRUTURA – SOLICITAÇÕES E LINHA DE INFLUÊNCIA Em geral, o processo para determinação das linhas de influência pode ser dado a partir de diagramas de solicitações desejadas para diversas posições de uma carga unitária, efetuando-se, depois, uma troca de ordenadas . No entanto, esse processo espontâneo, calculado por meio dos diagramas de solicitações, só é conveniente para estruturas muito simples, tornando-se muito trabalhoso em estruturas estaticamente indeterminadas. As linhas de influência podem ser traçadas com maior rapidez utilizando-se os processos baseados em Teoremas Gerais dos Sistemas Elásticos. PROFESSORA VANESSA SILVA 31 SUPERESTRUTURA – SOLICITAÇÕES E LINHA DE INFLUÊNCIA PROFESSORA VANESSA SILVA 32 SUPERESTRUTURA – PONTES EM PÓRTICO Quando a ligação entre a superestrutura e a infraestrutura transmitir momentos fletores, tem-se as pontes em pórticos. Nesse modelo de estrutura, as vigas têm continuidade com os pilares, sendo assim utilizadas para diminuir a altura da viga reta, devido à redução da parcela do momento máximo que ocorre. Esse sistema é utilizado quando há pilares esbeltos, existindo a necessidade de reduzir o comprimento de flambagem, e também devido à mínima manutenção pela inexistência de aparelhos de apoio. Geralmente, em pontes em pórticos, os pilares são inclinados, sendo assim transferida uma grande carga de compressão, que terá que ser absorvida por fundações inclinadas, sendo uma boa solução para terrenos com bom suporte de carga. Nesse tipo estrutural, parte da flexão da viga é transmitida para os pilares, possibilitando a redução dos momentos fletores na superestrutura à custa da flexão da infraestrutura. PROFESSORA VANESSA SILVA 33 SUPERESTRUTURA – PONTES EM PÓRTICO PROFESSORA VANESSA SILVA 34 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal • p = carga de multidão; • p1 = carga do veículo tipo; • p’ = carga no passeio. PROFESSORA VANESSA SILVA 35 PROFESSORA VANESSA SILVA 36 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal Por exemplo, seja analisada a SUPERESTRUTURA de uma ponte, onde adota-se como objeto de análise uma carga móvel rodoviária padrão TB 450: • p = 5 kN/m2; • P = 450 kN (6 x 75 kN); • p’ = 3 kN/m2; PROFESSORA VANESSA SILVA 37 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal PROFESSORA VANESSA SILVA 38 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal PROFESSORA VANESSA SILVA 39 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal 𝑉𝐴𝑄 = 𝑄 × 𝑦1 + 𝑦2 𝑉𝐴𝑄 = 75 × 1,16 + 0,783 𝑉𝐴𝑄 = 145,73 𝑘𝑁 1,00 5,30 = 𝑦1 6,15 = 𝑦2 4,15 1,00 5,30 = 𝑦1 6,15 = 1,16 1,00 5,30 = 𝑦2 4,15 = 0,783 PROFESSORA VANESSA SILVA 40 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal PROFESSORA VANESSA SILVA 41 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal 𝑉𝐴𝑄 = 𝑞 × 𝑦1 𝑉𝐴𝑄 = 18,25 × 0,344 𝑉𝐴𝑄 = 6,28 𝑘𝑁/𝑚 1,00 5,30 = 𝑦1 1,825 = 0,344 PROFESSORA VANESSA SILVA 42 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal PROFESSORA VANESSA SILVA 43 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal 1,00 5,30 = 𝑦1 6,40 = 𝑦2 3,075 1,00 5,30 = 𝑦1 6,40 = 1,208 1,00 5,30 = 𝑦2 3,075 = 0,58 𝑉𝐴𝑄 = 𝑞 × 𝑦2 + 𝑞𝑝 × 𝑦1 𝑉𝐴𝑄 = 30,75 × 0,58 + 1,50 × 1,208 𝑉𝐴𝑄 = 19,65 𝑘𝑁/𝑚 PROFESSORA VANESSA SILVA 44 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal 19,65 kN/m2 19,65 kN/m2 6 ,2 8 k N /m 2 PROFESSORA VANESSA SILVA 45 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal PROFESSORA VANESSA SILVA 46 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal 19,65 kN/m2 19,65 kN/m2 6 ,2 8 k N /m 2 Carregamento Distribuído Fora da Faixa do Trem Tipo 19,65 kN/m 19,65 kN/m x 6,00 m (comprimento do veículo) = 117,90 kN 117,90 kN / 3 eixos = 39,30 kN por eixo Carregamento Distribuído Dentro da Faixa do Trem Tipo 6,28 kN/m 6,28 kN/m x 6,00 m (comprimento do veículo) = 37,68 kN 37,68 kN / 3 eixos = 12,56 kN por eixo DP = 39,30 kN - 12,56 kN = 26,74 kN por eixo Psimpl = 145,75 kN – 26,74 kN = 119,01 kN PROFESSORA VANESSA SILVA 47 Superestrutura : Distribuição dos Esforços no Tabuleiro e no Vigamento Principal É esse conjunto de cargas que constitui propriamente o trem-tipo para a viga principal. Esse conjunto será utilizado na determinação dos esforços solicitantes e reações de apoio, deformações etc., para as seções da viga principal utilizando-se as respectivas linhas de influência. O carregamento das linhas de influência deve ser feito de forma a obter o efeito máximo ou mínimo procurado.
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