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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO NÚCLEO DE TECNOLOGIA PARA EDUCAÇÃO – UEMAnet CURSO LICENCIATURA EM MÚSICA EaD MATEUS SILVA MARTINS NOTA 3) AVALIAÇÃO - TÓPICOS EMERGENTES EM TÉCNICA VOCAL PARA CORO ARARI – MA 2022 Resenha do artigo “A prática coral na atualidade: sonoridade, interpretação e técnica vocal”. Neste artigo “a pratica coral na atualidade: sonoridade, interpretação e técnica vocal” de Angelo Fernandes, Adriana Kayama e Eduardo Östergren, temos uma grande base de conteúdos importantíssimos para que possamos refletir sobre a atualidade musical dos coros e grupos de canto. Podemos perceber variedades de pensamentos acerca de questões teórico/técnicas que são abordados em temas relevantes para um bom e perfeito esclarecimento sobre música coral. Dentre os variados assuntos, está um que retrata desde os corais do passado até os atuais que é a performance homogênea verdadeira de um coro. Um dos grandes desafios que um regente de coral tem, é o de fazer com que seu grupo realize o estilo desejado de seu pensamento em determinada obra. Sabemos que hoje em dia é bem mais fácil ingressar em uma escola de canto e com várias modalidades de ensino para que um cantor amador possa se profissionalizar, mas com tudo isso ainda temos essa lacuna nos grupos corais, ficando a cargo do regente que muita das vezes assume o papel de professor de canto ou orientador para que os cantores possam da melhor maneira ter um equilíbrio sonoro musical. A sonoridade de um coro está relacionada primeiramente as técnicas individuais dos cantores quem compõem esse grupo, pois se o coral for composto de cantores com uma certa experiência em canto certamente todo o coral sairá na frente daquele composto por principiantes. Não conheço muitos grupos de coro, mas percebo que muitos cantores ainda não pararam para refletir sobre questões técnicas como registros vocais, afinação e entoação em conjunto. Nas igrejas temos um exemplo de coral amador que pouco se preocupam com questões técnicas onde cada um tem sua própria dicção e a rítmica fica a desejar. Porém se o regente e seus músicos começassem a olhar musicalmente para suas apresentações e a partir de um olhar crítico buscassem seriamente uma verdadeira performance da música coral, certamente o interesse em busca de melhorias e técnicas seria notório motivando todo o grupo a buscar essas técnicas individuais e assim o conjunto teria uma entoação bem mais interessante e equilibrada. Buscando essas técnicas individuais com certeza os músicos adquirirão uma das mais importantes em um coral, a afinação. A afinação requer do músico seja ele solista ou de coral, uma pratica diária e um trabalho preparatório do regente nos ensaios. A atenção na execução das peças tem que estar sempre em cada frase ou trecho cantado buscando sempre em sua mente a altura perfeita da nota a ser cantada, não esquecendo os demais detalhes que a peça pode exigir como: dinâmicas, vibratos e rítmica. É importante ressaltar que o som de um coral está relacionado com as habilidades e conhecimentos impostos pelo regente. É o regente que determina como aquela peça será interpretada pelo seu grupo e conduzir o mesmo em uma apresentação interpretativa ao seu comando. Carrington aconselha o regente que: “Independente do nível inicial do coro, decida sobre um som coral ideal e trabalhe para desenvolvê-lo. Por exemplo, um som limpo, saudável, alto, com uma variedade de cores, do brilhante ao escuro, do frio ao caloroso. Enfim, para que todos esses aspectos técnicos funcionem é preciso disciplina de modo geral, atenção e dedicação de todos os envolvidos para que o resultado final possa estar à altura do que o público espera de um coral: um som que chame atenção, afinado, timbres bem executados, dicção e rítmica andando juntos. Um ponto importante que o autor destaca em seu artigo em uma citação de Brandvik (1993) é que: “regentes e cantores devem estar constantemente atentos a quatro elementos: altura (afinação), a cor sonora das palavras, volume das vozes e precisão rítmica”. Segundo ele, é preciso um processo contínuo que não pode ser limitado ao ensaio da primeira semana e depois esquecido. Assim como a prática de um instrumento requer dedicação diária para um perfeito desenvolvimento técnico, para o coral também não é diferente, ainda mais que o instrumento dos cantores assim como de um instrumentista é o seu próprio corpo e isso deve ser pensado todos os dias para que o coral possa a cada dia crescer musicalmente e profissionalmente. Referências BRANDVIK, Paul. Choral Tone. IN: WEBB, Guy B. (ed.). Up front! Becoming the complete choral conductor. Boston: E. C. Schirmer, 1993. p. 147-186. CARRINGTON, Simon. Uma mistura de idéias: uma abordagem para o canto em conjunto. Tradução de Edson Carvalho. Canto-Coral: Publicação Oficial da Associação Brasileira de Regentes de Coros. Brasília: Ano II, nº 1, 2003. p. 29. Angelo José Fernandes – Regente, natural de Itajubá/MG. É mestre em Práticas Interpretativas (regência) pelo Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, especialista em regência coral e bacharel em piano pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Atualmente é doutorando em Práticas Interpretativas (regência) pelo mesmo programa, tendo como orientadora a Profa. Dra. Adriana Giarola Kayama e como co-orientador o Prof. Dr. Eduardo Augusto Östergren. Adriana Giarola Kayama – Doutora em Performance Practice pela University of Washington, EUA; docente da UNICAMP, atuando nas áreas de canto, técnica vocal, dicção e música de câmara; coordenou os cursos de Graduação e Pós-Graduação em Música da UNICAMP; atualmente, é presidente da ANPPOM - Associação Nacional de Pesquisa e Pós- Graduação em Música. Eduardo Augusto Östergren – Maestro e professor do Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp. Responsável pelo curso de regência coral e orquestral, atua também como docente nas disciplinas de história da música medieval e de introdução à pesquisa musical. Foi docente das Universidades da Carolina do Norte, em Raleigh, de Indiana e de Purdue, ambas no estado de Indiana. Participou de seminários sobre Regência Coral e Orquestral em diversas universidades brasileiras e americanas, e foi membro de júri em vários concursos internacionais.
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