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Senar_GO_Politicas_Publicas APOSTILA COMPLETA

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Prévia do material em texto

pg. 1
Políticas 
Públicas para 
Desenvolvimento 
Rural
Carga horária: 20 horas
pg. 2
2020. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL DE GOIÁS - SENAR GOIÁS 
1ª EDIÇÃO – 2020
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direi-
tos autorais (Lei no 9.610)
FOTOS
GettyImages
Shutterstock
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO 
Rua 87, nº 708, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300 
(62) 3412-2700 / 3412-2701 
E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/ 
http://ead.senargo.org.br/
CURSO POLÍTICAS PÚBLICAS PARA DESENVOLVIMENTO RURAL 
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO 
José Mário Schreiner
SUPERINTENDENTE DO SENAR GOIÁS 
Dirceu Borges
DIRETOR DO DEPARTAMENTO TÉCNICO DO SENAR GOIÁS 
Marcelo Lessa Medeiros Bezerra
GERENTE DE EDUCAÇÃO FORMAL DO SENAR GOIÁS 
Mara Lopes de Araújo Lima
http://senar@senargo.org.br 
http://www.senargo.org.br/ 
http://ead.senargo.org.br/
pg. 3
Apresentação
Calma lá! Políticas públicas?
Organização dos conteúdos
Recursos educacionais 
Regras do jogo: como funciona o curso?
Estudo offline
 
Módulo 1 – O que são as legislações agrícolas e 
as políticas públicas?
Aula 1 – Legislação agrícola
Aula 2 – Tipos de políticas públicas
Aula 3 – Definição de plano/programa/projeto
Conclusão
Atividade de aprendizagem
 
Módulo 2 – O negócio em que atuo se enquadra como 
agricultura familiar? Quem tem direito ao crédito rural?
Aula 1 – Legislação da agricultura familiar
Aula 2 – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultu-
ra Familiar (Pronaf)
Aula 3 – Crédito rural
Conclusão 
Atividade de aprendizagem
5
10
31
06
06
08
09
09
11
32
22
40
25
45
28
59
28
59
Sumário
pg. 4
Módulo 3 – Políticas que fortalecem o agro
Aula 1 – Gestão de riscos
Aula 2 – Comercialização e abastecimento
Aula 3 – Embrapa
Conclusão 
Atividade de aprendizagem
Jogo
 
Módulo 4 – Confederação da Agricultura e Pecuá-
ria do Brasil (CNA)
Aula 1 – Confederação Nacional da Agricultura e 
Pecuária do Brasil (CNA)
Aula 2 – Lei Kandir e Convênio 100 e suas prorro-
gações
Aula 3 – A Lei nº 13.986 na renegociação de dívidas 
de produtores rurais
Conclusão 
Atividade de aprendizagem
 
Encerramento
Referências bibliográficas
62
63
93
108
112
75
81
94
88
97
90
102
105
106
92
Sumário
pg. 5
Fonte: Gettyimages
Apresentação
A comunidade Guarani
No interior de Goiás, em uma pequena cidade com menos de 30 mil habitantes, há uma comuni-
dade rural chamada Guarani. Essa região é rica e diversa, e possui propriedades rurais pequenas, 
médias e muito grandes. 
Os vizinhos vivem em harmonia, são solidários e cooperativos entre si; azem parte de uma gran-
de cooperativa da região, que os auxilia na comercialização de seus produtos e lhes oferece a 
oportunidade de compra de insumos para produção. 
Costumam trocar serviços, auxiliando os demais com equipamentos que possuem e negociando 
entre si esse arranjo para que todos consigam plantar e colher no tempo certo: tem aquele que 
entra com caminhão para transporte; outro, com trator e implementos para plantio; outro, com 
a colhedora de grãos, garantindo que todos consigam produzir bem e sejam competitivos no 
mercado...
E, pelas conversas, parece que as políticas públicas estão no cotidiano da comunidade Guarani! 
pg. 6
Calma lá! Políticas públicas? 
Você sabe o que é isso?
Então, você está no lugar certo! Neste curso, você descobrirá o que são políticas públicas e como 
elas podem auxiliar o produtor em suas atividades. 
Vamos conversar sobre as Legislações Agrícolas e Políticas Públicas! Mas de quais leis estamos 
falando? E o que são políticas públicas? 
Mais do que isso: como produtores rurais podem se valer das políticas públicas?
Você verá a resposta para essas e outras perguntas ao acompanhar os casos de Bruno, Mário, 
Moisés e Amanda, vizinhos da Comunidade Guarani. Eles nos mostrarão como podem utilizar 
diferentes políticas de acordo com as características das suas produções. 
Por agora, vamos entender os temas que serão estudados.
Primeiro, vamos conhecer a organização do conteúdo. Pronto para trilhar esse caminho conosco?
Organização dos conteúdos
A nossa jornada nos caminhos da legislação agrícola e das políticas públicas percorrerá quatro 
módulos. Cada módulo é composto por aulas. 
E o que estudaremos em cada módulo? 
Módulo 1 – O que são as Legislações Agrícolas e Políticas Públicas?
Abordaremos o que são as Legislações Agrícolas e Políticas Públicas.
Aula 1 – Legislação agrícola
Aula 2 – Tipos de políticas públicas
Aula 3 – Definição de plano/programa/projeto
pg. 7
Módulo 2 – O negócio em que atuo se enquadra como agricultura familiar? 
Quem tem direito ao crédito rural?
Veremos quem se enquadra como Agricultor Familiar e quem tem direito ao crédito rural.
Aula 1 – Legislação da agricultura familiar
Aula 2 – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
Aula 3 – Crédito rural 
Módulo 3 – Políticas que fortalecem o agronegócio
Falaremos sobre algumas políticas que fortalecem o negócio rural.
Aula 1 – Gestão de riscos
Aula 2 – Comercialização e abastecimento
Aula 3 – Embrapa 
Módulo 4 – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
Exploraremos a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – a CNA – e falaremos 
sobre a luta pela manutenção dos direitos adquiridos pelo campo.
Aula 1 – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
Aula 2 – Lei Kandir e Convênio 100 e suas prorrogações
Aula 3 – A Lei nº 13.986 na renegociação de dívidas de produtores rurais 
Ao concluir o curso, você conseguirá reconhecer quais políticas agrícolas estão vigentes, enten-
derá a história da legislação agrícola do Brasil, compreenderá os conceitos e tipos de Políticas 
Públicas e saberá identificar quais programas são mais adequados para a propriedade rural em 
que você atua.
A ideia é trazer as políticas públicas de forma simples, direta e atualizada, permitindo que você 
conheça as principais informações que podem auxiliar nas suas atividades.
Agora que você já sabe o que estudaremos, use e abuse desta oportunidade incrível de aprendizagem.
pg. 8
Recursos educacionais
Ao longo do curso, você encontrará diversos recursos educacionais para tornar seu aprendizado 
mais interessante e prazeroso. São eles:
Dentro da Porteira 
Este recurso é muito bacana para você relacionar os conteúdos com a sua 
realidade. Quando encontrá-lo, fique atento e responda às questões. 
No ambiente virtual, escreva sua resposta na área de texto e clique no botão 
“Salvar”. Você receberá um feedback e o restante do conteúdo ficará visível.
Neste arquivo em PDF, o conteúdo não fica bloqueado, mas orientamos 
você a fazer a mesma coisa: escreva sua resposta na área de texto e, 
depois, siga com a leitura e com a análise do feedback. Não se esqueça 
de salvar o arquivo da apostila em seu computador, assim suas respostas 
ficarão gravadas!
Olha o causo 
Aqui, você terá a oportunidade de conhecer exemplos dos conceitos traba-
lhados.
Porteira afora 
É sempre muito positivo aprofundar seus conhecimentos! Para isso, o Por-
teira Afora apresenta materiais complementares aos assuntos estudados.
Para colher resultados 
É muito bom receber dicas para aplicarmos no nosso dia a dia, não é mesmo? 
Pois é, ao encontrar este recurso, você terá acesso a dicas práticas e pontuais.
Diz o papel... 
Aqui, você verá trechos de lei, normas e documentos que são explicados 
no material..
pg. 9
Regras do jogo: como funciona o curso?
Para concluir o curso, no ambiente virtual, você precisará cumprir algumas etapas. Veja só: 
Questões Dentro da Porteira
Você precisará responder às questões Dentro da Porteira para que o próximo conteúdo 
seja disponibilizado. 
Atividades de aprendizagem
Para avançar no curso, você também precisará responder à atividadede aprendizagem 
ao final de cada módulo. Serão três questões de múltipla escolha, e você terá duas ten-
tativas. Esse é um momento importante para você rever os principais conteúdos estuda-
dos, então procure fazer as atividades com empenho. 
Pesquisa de satisfação
Ao concluir os estudos dos quatro módulos, você precisará responder à nossa pesquisa 
de satisfação. Assim, conseguiremos melhorar cada vez mais nossos cursos, então não 
deixe de participar! 
 
 
Estudo offline
No início de cada módulo, você encontrará uma apostila em PDF para fazer o download e estu-
dar mesmo sem conexão com a internet. 
Além disso, uma apostila completa em PDF também ficará disponível no encerramento do curso, 
incluindo os gabaritos das atividades e a bibliografia.
Assim, você conseguirá ter acesso ao conteúdo do curso em qualquer lugar.
No entanto, não deixe de acessar o ambiente virtual para realizar as atividades de aprendizagem 
e ter acesso aos vídeos que compõem o material!
Agora, vamos começar a nossa jornada?
pg. 10
Fonte: Gettyimages
Módulo 1 
O que são as legislações agrí-
colas e as políticas públicas?
Neste Módulo 1, conversaremos sobre a legislação agrícola falando rapidamente sobre sua evo-
lução no Brasil (de 1930 até hoje). Você também verá os diferentes tipos de políticas públicas e o 
que significam plano, programa e projeto.
Vamos adiante!
pg. 11
Fonte: Shutterstock
Aula 1 
Legislação agrícola
Na comunidade Guarani, vivem os vizinhos Bruno, Mário, Moisés e Amanda, produtores rurais 
em diferentes propriedades. 
O grupo gosta de se reunir e trocar informações sobre o andamento dos negócios, sempre bus-
cando se aprimorar e melhorar suas produções. 
Cada vizinho tem apoio de diferentes programas governamentais, que são fruto de políticas pú-
blicas voltadas para o meio rural. 
Mas você sabe o que são políticas públicas?
Vamos descobrir.
pg. 12
Políticas Públicas
Conjunto de programas, ações e decisões tomadas pelos governos, com 
a participação direta ou indireta de entidades públicas ou privadas, que 
pretendem assegurar algum direito específico de cidadania para vários 
grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico 
ou econômico.
No nosso caso, falamos de programas, ações e decisões do 
governo que ajudem produtores rurais de diversos portes.
Bruno, Mário, Moisés e Amanda resolveram pesquisar mais sobre o assunto, cada um contribuin-
do a seu modo. Vamos conhecer esses produtores?
Bruno
“Seu” Bruno é pioneiro na comunidade Guarani. Chegou ainda jovem para realizar o 
sonho de ser agricultor. Tem uma bela propriedade, construída com a aquisição de vários 
pequenos lotes que foram sendo incorporados e se tornaram a bela Fazenda Timburi. 
pg. 13
Ele é reconhecido como referência na comunidade por ter vivenciado as mudanças que 
aconteceram nas políticas públicas nas últimas décadas. Agora, está na fase de orientar 
filhos e netos na atividade, como consultor, com toda a sua experiência acumulada pelos 
muitos anos de trabalho. 
É admirador e usuário empolgado das linhas de crédito rural, que lhe permitiram ao longo 
do tempo modernizar, mecanizar e adotar tecnologias que aumentaram a produtividade 
e diminuíram os riscos de produção.
Veremos, mais à frente, que os jovens da comunidade ficaram interessados em conhecer 
a história do “seu” Bruno, sobre sua juventude e como foi o dia em que chegou o primeiro 
engenheiro agrônomo à região, no início da década de 1970, e das maravilhas das práti-
cas modernas para produzir. 
Mário
Mário é da mesma geração dos filhos de seu vizinho Bruno, está com pouco mais de 50 
anos de idade e acumula experiência de uma vida toda morando na comunidade. Traba-
lha com a família e faz parcerias com os vizinhos para a troca de serviços de que precisa 
na sua propriedade, o Sítio Solar. Procura diversificar a produção, realizando rotação de 
culturas e adotando tecnologias para o aumento de produtividade na sua área. 
Mário tem um caminhão e alguns implementos de que precisa para produzir, mas troca 
serviços para a colheita com seu vizinho Bruno, que entra com a colhedora de grãos en-
quanto Mário devolve o favor fazendo fretes na sua colheita. 
Ele paga para uma empresa de planejamento agrícola fazer seus projetos de crédito 
rural, mas, no dia a dia, costuma observar o que os demais vizinhos fazem para copiar 
as ideias em seu sítio. Esse, no entanto, nem sempre é o melhor caminho, mas ele está 
começando a ter consciência de alguns erros do passado e procurando soluções para o 
presente.
pg. 14
Moisés
Moisés é um jovem agricultor com menos de 30 anos de idade. Cresceu na comunidade, 
estudou Agronomia em outra cidade e retornou com ideias inovadoras para diversificar 
sua propriedade. Ele buscou a entidade estadual de extensão rural, no seu caso, Ema-
ter-GO, solicitando a Declaração de Aptidão (DAP) ao Programa de Fortalecimento da 
Agricultura Familiar (Pronaf). 
Ao conseguir a DAP, Moisés começou a elaborar um projeto de longo prazo de sua 
propriedade, passando a produzir, além de grãos, mel, frutas e leite. Para o futuro, pensa 
em desenvolver uma agroindústria para a transformação do leite em derivados (queijo e 
doce de leite) e a produção de geleias (goiaba, laranja e morango). 
Ele e sua esposa realizam o trabalho no campo, e possuem equipamentos dimensiona-
dos para a propriedade, mas pagam por serviços como plantio e colheita, cujas máquinas 
necessárias seriam inviáveis para um pequeno sítio. O Sítio do Amanhã é diversificado e 
organizado.
Amanda
 
 
Amanda é prima de Moisés e também saiu da comunidade para estudar. Formada em 
Engenharia Química, é uma empreendedora perspicaz. Sua propriedade, o Sítio Vida 
Feliz, tem exatamente o mesmo tamanho do sítio de seu primo, porém é apenas para 
produção de grãos, lazer e moradia. Ela e seu noivo, também engenheiro químico, cons-
truíram um laboratório de análises de solo na cidade, a 8 km da comunidade Guarani. 
Vive no campo e trabalha na cidade.   
pg. 15
Amanda se animou a ir atrás do histórico das políticas públicas, e Moisés se comprometeu a 
estudar sobre aquelas vigentes hoje. Mário e Bruno, que são agricultores mais experientes, 
empolgaram-se em orientar o grupo na busca por informações, compartilhando suas vivências. 
Conheça um pouco da história do “seu” Bruno.
Olha o causo
Como tudo começou para o “seu” Bruno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No início da sua experiência rural, “seu” Bruno utilizava a assistência técni-
ca gratuita oferecida pela EMBRATER.
Com o aumento da área, viu a necessidade de buscar uma assistência 
personalizada, incentivando a qualificação dos netos, que assumiram o 
controle do manejo das culturas e buscaram inovações, especialmente por 
meio do uso de tecnologias produzidas pela Embrapa.
“Seu” Bruno contou também que, no início da agricultura na região, ele e 
seus vizinhos pensavam que, quanto mais mecanizado o plantio e o solo 
mais parecido com pó de café fininho, melhor seria o preparo.
Esse grande erro de análise fez com que muitas fazendas da região perdessem 
por muito tempo a capacidade de produzir devido à erosão que se formava. 
 
Ao longo do tempo...
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao comentar sobre as práticas conservacionistas, explicou como eram as 
voçorocas que atingiam parte da região devido à falta de conhecimento 
sobre erosão. 
pg. 16
Mas você o que são práticas conservacionistas? Bem, são aquelas que au-
xiliam na manutenção ou no aumento da fertilidade do solo, além de con-
trolar a erosão. Vejamos alguns exemplos: rotação de culturas, adubação 
verde e plantio direto. 
Ah! E as voçorocas são grandes “buracos” que se formam quando a erosão 
não é controlada no início do processo. Ocorrem quando não há cobertura 
vegetal, curvas de nível ou outras técnicas de controle. Geralmente, são 
reforçadas pelo carregamento de partículas de solo pelo escorrimento em 
velocidade da água da chuva no terreno.
Continuando a explicação, “Seu” Bruno disse que não há como comparar 
com a realidadeatual, na qual o sistema de plantio direto se apresentou 
como alternativa muito eficiente para evitar a erosão, junto com as curvas 
de nível, que garantiam que a água da chuva não escorresse com velocida-
de sobre o solo. 
O sistema de plantio direto é o sistema no qual ocorre o plantio com pouco 
revolvimento do solo, mantendo a palhada da cultura anterior, que permite 
minimizar o impacto das gotas de chuva sobre o solo. 
E as curvas de nível são as linhas traçadas que delimitam as diferentes 
altitudes de um terreno e que, quando construídas, auxiliam a evitar o 
impacto da água da chuva no escorrimento sobre o terreno, ficando a água 
retida pela curva, diminuindo assim a ocorrência de erosão.
 
Continuando... Chegamos à atualidade
 
 
 
 
 
 
 
 
A presença das empresas de extensão rural na região, orientando sobre 
práticas conservacionistas de solo e técnicas de cultivo, e a boa vontade 
dos produtores da região em rever seu jeito de produzir, tornaram possí-
vel a recuperação das propriedades, fazendo da comunidade Guarani uma 
referência em produtividade e cuidados com os recursos não renováveis.
Percebeu que a história da comunidade Guarani já nos ensinou muitos conceitos importantes? 
Então, vamos em frente conhecer o histórico da legislação agrícola!
pg. 17
Breve história da legislação agrícola no 
Brasil: de 1930 até hoje
Para entender o presente e pensar o futuro do nosso Brasil e do agro, precisamos voltar um pou-
quinho no tempo e relembrar os avanços que já conseguimos no amparo à produção e à renda 
graças às políticas públicas que foram criadas para garantir condições de manter a atividade rural. 
Então, veremos, a seguir, uma breve história da legislação agrícola no Brasil, de 1930 até hoje. 
Lembra-se de que os nossos amigos da co-
munidade Guarani estão se empenhando em 
conhecer mais sobre as políticas que amparam 
o desenvolvimento rural? 
Pois, então, Amanda está indo fundo na pes-
quisa. Ela levou ao grupo a evolução das legis-
lações que amparam o desenvolvimento rural 
— é o que veremos a seguir. Fonte: Gettyimages
Início de 1930 - Café
O café reinava absoluto no cenário agro. A falta de diversificação da produção das 
propriedades colocou os produtores em situação de risco, dependendo da economia 
externa para a comercialização de seu principal produto. 
O excesso de oferta mundial do café gerou o problema de desequilíbrio de preços. A 
primeira grande política pública implantada para conter o desastre da baixa de preço e 
da falta de comércio para o café foi sua aquisição pelo governo.
Você imagina o que foi feito de todo esse café comprado pelo nosso país? 
Início de 1931 e 1944 - Café
O Brasil queimou mais de 78 milhões de sacas de café. Em 1932, foi criada a “Legisla-
ção de controle de oferta”, que proibia a criação de novas áreas de plantio de café. Em 
1937, o valor do imposto sobre cada saca de café exportada foi reduzido em 75%. 
Mesmo assim, até 1941 houve um volume muito grande de café oferecido. A seca e 
geada de 1942 conseguiram reestabelecer o equilíbrio entre a oferta do grão e a de-
manda de compra pelo mercado.
pg. 18
Entre 1930 e 1965 – Cana-de-açúcar e outras culturas
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro exemplo de cultura que recebeu atenção de políticas públicas entre as décadas de 
1930 e 1960 foi a cana-de-açúcar, com a implantação de decreto-lei que obrigava im-
portadores de gasolina a comprarem 5% do volume em álcool anidro para misturar ao 
combustível, garantindo assim que o produtor de cana e as usinas produtoras de álcool e 
açúcar comercializassem o produto.
A produção de grãos recebeu tímidos investimentos até 1965. Nosso país ainda via esse 
tipo de cultura como agricultura de subsistência, apenas voltada para o consumo local. 
Mesmo assim, é importante ressaltar que foram criadas as primeiras linhas de crédito 
agrícola nesse período.
A primeira tentativa de implantação da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) 
previa, em 1945, fixar preço mínimo para arroz, feijão, milho, amendoim, soja e girassol. 
Em 1951, tivemos os primeiros decretos sobre empréstimos de comercialização, mais tar-
de aprimorados e chamados de Empréstimo do Governo Federal (EGF), para produtores 
rurais e cooperativas agrícolas.
Entre 1965 e 1985 – Diversas culturas
 A modernização da agricultura começou no período de 1965 até 1985. Vamos lembrar 
alguns eventos marcantes?
• Criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).
• Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) é reformulada.
• Criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
• Criação da Empresa Brasileira de Extensão Rural (EMBRATER).
O Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) desenvolveu sua atuação em três princípios 
de crédito:
pg. 19
Investimento 
 Naquela época, para modernizar a agricultura, os produtores precisavam investir em novas 
tecnologias, como correção de solo, sistemas de irrigação, máquinas agrícolas e mecaniza-
ção do solo.
Custeio 
O custeio surgiu para auxiliar na compra de insumos modernos, como agroquímicos para 
controle de pragas, doenças e plantas invasoras, adubos químicos para melhorar a capaci-
dade de produção e sementes melhoradas, que permitiam maiores adaptação climática e 
produtividade. Nessa modalidade, o produtor tomava um valor emprestado e deixava como 
garantia de pagamento sua produção futura. 
 
Comercialização 
 O crédito de comercialização permitia ao produtor vender a produção da safra em qual-
quer momento do ano, podendo esperar preços melhores do que no período da colheita, 
quando em geral, pelo excesso de oferta no mercado, acabavam caindo. 
Falando sobre os créditos de comercialização, havia diversas formas, mas as principais 
eram os Empréstimos do Governo Federal (EGFs), oferecidos em duas modalidades: Com 
Opção de Venda (COV) ou Sem Opção de Venda (SOV). Em ambos os casos, o produtor 
precisava vender sua produção para o governo. 
“Com Opção de Venda (COV)” significa que, ao final do período, o produtor poderia vender 
sua produção para o governo por um valor combinado no momento da assinatura do con-
trato. Esse modelo foi muito utilizado, pois garantia que o produtor recebesse, no mínimo, o 
mesmo valor da assinatura do contrato, e o governo absorvia os custos de armazenagem.
A modalidade “Sem Opção de Venda (SOV)” era mais arriscada para o produtor, porque 
ele precisaria vender a produção para o governo pelo valor de mercado ao final do contrato. 
Esse valor poderia ser muito mais baixo que o esperado, e o produtor ainda deveria pagar 
as despesas de armazenagem. Esse modelo foi pouco utilizado.
Até hoje podemos utilizar os Empréstimos do Governo Federal.
Curiosidade: o trigo era tratado de forma especial, pois o governo de-
sejava eliminar sua importação para nosso consumo. Para isso, exis-
tiam fortes incentivos aos produtores. 
A consequência indireta foi o aumento da produção da soja no Brasil, 
já que era uma boa alternativa para a rotação de culturas em áreas que 
produziam o trigo no inverno. 
Baratear o pãozinho na mesa do brasileiro com a produção interna do trigo ajudou a desenca-
dear a produção do grão, que mais tarde se tornaria um dos nossos produtos mais exportados.
pg. 20
De 1990 até os dias de hoje – Diversas culturas
Desde a década de 1990 até os dias de hoje, as políticas para o agro vêm sendo criadas ou 
reformuladas. Houve um grande aumento do número de programas para as atividades rurais.
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), criado originalmente em 
1973, foi reformulado em 1995 para tornar-se sustentável economicamente, criando no-
vas regras de enquadramento e teto máximo de indenização, bem como limite de números 
de acionamentos para a mesma cultura de forma consecutiva. 
Outros programas surgiram para atender à necessidade de modernização da agropecuária 
até chegar aos dias atuais, quando temos a cada dia descobertas incríveis que permitem 
produzir mais, de maneira sustentável e de modo competitivono mercado. 
A Cédula de Produto Rural (CPR), criada em 1997, e especificamente a CPR Financeira, 
em 2000, são outros dois tipos de crédito de comercialização que permitem ao produtor 
vender a produção para qualquer comprador, e não necessariamente para o governo. 
Dessa forma, o produtor pode ganhar no momento de quitar a dívida, porque, se os preços 
de mercado estiverem acima do previsto na contratação, bastará comercializar o produto 
no mercado e, com o dinheiro, pagar a dívida. 
Atualmente, a influência dessas políticas públicas é sentida no dia a dia no campo, princi-
palmente pela contratação de créditos de custeios, investimentos e seguros rurais.
 
Essa breve evolução histórica é para contar para você um pouco de como é necessário compreender 
a legislação agrícola e as políticas públicas no contexto do Brasil no momento em que são criadas. 
Desse modo, você percebe que elas estão em constante melhoria, sempre relacionadas aos de-
safios rurais vivenciados em um determinado momento. 
pg. 21
As políticas agrícolas hoje
Amanda descobriu que a legislação é atualizada e revista constantemente, e que essas informa-
ções estão sempre disponíveis nos sites oficiais do governo. Utilizando uma ferramenta de busca 
na internet, é possível localizar a legislação vigente no momento.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é transparente em suas in-
formações sobre a atuação no agro. Por meio dos dados cedidos pelo MAPA, nossos amigos da 
comunidade Guarani também aprenderam sobre a agricultura familiar e os programas de incen-
tivo à produção.
Porteira afora 
É interessante que você visite com frequência a página do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, disponível em https://www.gov.
br/agricultura/pt-br.
Nessa página, você encontrará informações sobre políticas agrícolas como 
crédito rural (especialmente o Plano Safra), gestão de riscos (seguros ru-
rais), comercialização e abastecimento. 
Também poderá aprender sobre as competências desse ministério. 
Legislação vigente – competências do Minis-
tério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento (MAPA)
Amanda, da comunidade Guarani, continua sua pesquisa. Ela constatou que o Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é um importante aliado na formulação e na 
execução de políticas públicas para o agro, pensadas em escala federal, ou seja, para o Brasil 
como um todo. Dentro da estrutura do MAPA, encontramos as respostas sobre como o governo 
federal pode auxiliar no dia a dia do campo. 
De tempos em tempos, há atualização de decretos que validam a estrutura regimental do órgão, 
como o Decreto nº 10.253, de 20 de fevereiro de 2020.
As competências do MAPA são descritas no art. 1º do Capítulo I desse decreto, e muitas delas 
influenciam nossas tomadas de decisão no campo. Amanda identificou sete competências que 
interessaram por fazerem parte do cotidiano da comunidade Guarani. São elas:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.253-de-20-de-fevereiro-de-2020-244585023
pg. 22
Aula 2 
Tipos de polí-
ticas públicas
Estudando sobre a história da política agríco-
la, Moisés e Amanda descobriram que exis-
tem vários tipos de políticas públicas e entenderam que cada um tem sua influência no dia a 
dia no campo. 
Eles encontraram algumas definições importantes, que entenderemos melhor ao continuar nos-
so estudo.
Primeiro, vamos conversar sobre os tipos de políticas públicas. Você sabia que existem 
cinco tipos? Vejamos.
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pg. 23
1. As Constitutivas ou de Infraestrutura
2. As Distributivas
3. As Redistributivas
4. As Regulamentares e
5. As Específicas
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1. Políticas Constitutivas ou 
de Infraestrutura.
Esse tipo de política define as regras e 
responsabilidades do Governo Federal, 
Estadual e Municipal.
Um exemplo prático é quando ouvimos 
falar de “Emendas Constitucionais”. Es-
sas alterações na constituição mostram o 
que é legal no país.
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2. Políticas Distributivas
São políticas que distribuem benefícios 
individuais e atendem grupos específicos.
Vejamos alguns exemplos:
- Bolsa Escola
- Bolsa Alimentação
- Auxílio Gás
Posteriormente, esses programas foram 
unificados como Bolsa Família.
pg. 24
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3. Políticas Redistributivas.
Políticas Redistributivas são as políticas 
que redistribuem recursos entre os gru-
pos sociais, geralmente “universais”, que 
têm como exemplos os sistemas tributá-
rio e previdenciário, como o INSS.
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Fonte: Shutterstock
4. Políticas Regulamentares.
Você sabe o que são políticas regula-
mentares?
Bem, quando falamos de políticas regu-
lamentares estamos falando de políticas 
que definem regras de comportamento 
para atender interesses gerais da so-
ciedade e que não buscam benefícios 
imediatos para qualquer grupo.
Veja exemplos:
• Regras de uso de defensivos 
agrícolas no campo
• Obrigatoriedade de uso de ca-
pacetes por motociclistas
• Obrigatoriedade da CNH para 
dirigir.
pg. 25
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5. Políticas Específicas
Políticas Específicas são políticas para 
grupos específicos dentro de um seg-
mento, como por exemplo, o Pronaf.
O Pronaf atende agricultores familiares que 
se encaixem nos quesitos do Programa.
Dentre outras regras, o agricultor deve ter 
ao menos 50% de sua receita bruta anual 
gerada pela atividade agropecuária. 
Aula 3 
Definição de 
plano/progra-
ma/projeto
Nossos jovens produtores rurais aproveitaram esses novos conhecimentos para compreender 
como se formam novas políticas para o agro.
Já pensam nas agendas com propostas regionais que podem fazer no seu município a fim de 
atender a demandas da comunidade Guarani. 
Também pensam em como contribuir para agendas estaduais. Talvez venha por aí uma nova 
geração do campo atuando na política de forma ativa!
Moisés, como engenheiro agrônomo, desejava desenvolver sua propriedade utilizando os recur-
sos disponíveis para o agro. Bruno comentou que ele deveria conhecer mais sobre o Plano ABC 
e sugeriu que ele montasse um projeto para transformar sua propriedade em um sistema ILPF. 
Fonte: Shutterstock
pg. 26
Mas alto lá! Plano? Projeto? Sistema ILPF? Até parecia que Bruno falava outra língua! Moisés 
decidiu, então, pesquisar o que era tudo isso...
E encontrou definições sobre os componentes das políticas públicas: plano, projeto e programa. 
Veja só:
É o planejamento de longo prazo e inclui todas as grandes orienta-
ções e os objetivos gerais.
Exemplo: Plano ABC – Agricultura de Baixo Carbono, cujo objetivo 
central é promover a redução da emissão dos gases do efeito estufa. 
Programa é o planejamento de médio prazo e inclui objetivos e es-
tratégias de implementação. 
Exemplo: Programa de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). 
Projeto é a execução de etapas que permitam realizar o programa, 
composto por atividades, recursos e prazos para alcançar os objetivos. 
Exemplo: Projeto para a aquisição de sementes e mudas para a 
formação de pastagens e de floresta dentro do Programa de Inte-
gração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). 
O Programa de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) busca pro-
duzir grãos, pastagem para o gado e madeira (componente florestal) de 
forma integrada na mesma área, mas não tudo ao mesmo tempo. 
 
Para que o produtor tenha acesso às políticas como crédito e seguro, em geral precisa fazer 
um projeto de viabilidade e encaminhar ao banco parceiro, que pode ser um banco público ou 
privado. Para esse projeto, ele precisa da assessoria de um técnico (engenheiro agrônomo/veteri-
nário/engenheiro agrícola), entre outros profissionais habilitados para tal. Vale dizer que o técnico 
pode ser gratuito, como a assistência da Emater, se a pessoa se enquadrar no Pronaf.
Plano
Programa
Projeto
Olha o causo 
 
Voltando à comunidade Guarani... Ao se reunirem, os amigos Mário, Bruno e 
Amanda prestaram muita atenção à apresentação de Moisés. Ao final do encon-
tro, “seu” Bruno pede que o amigotraga mais informações sobre o Plano ABC. É 
que esse plano é dividido em vários programas, e alguns deles fazem sentido na 
propriedade do “seu” Bruno, e ele gostaria de implantar alguns projetos na área 
de agricultura de baixo carbono, pensando em tornar a propriedade cada vez 
mais sustentável para seus sucessores.
pg. 27
Neste momento, está às voltas com o sonho da geração de energia dentro 
da propriedade, utilizando painéis solares, e com a correção de solos, pen-
sando em otimizar ainda mais o potencial produtivo de sua fazenda.
E os netos do “seu” Bruno também estão realizando muitas atividades. Nos 
próximos dias, eles farão a coleta de solo e Amanda analisará. 
A partir do resultado obtido, com a ajuda de Moisés, irão elaborar um pro-
jeto para encaminhar ao banco parceiro de atividades de crédito rural do 
“seu” Bruno há mais de 30 anos. 
Moisés também está montando seu projeto, pois irá organizar melhor sua 
propriedade dentro do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 
(ILPF). Sua observação pessoal de que as vacas de leite produzem melhor 
quando têm sombreamento nas horas mais quentes do dia o fez decidir 
seguir por esse caminho. 
No futuro, quer implantar uma agroindústria sustentável para transformar 
as frutas produzidas em geleias e doces. No sistema ILPF, além de frutífe-
ras, incluirá mudas de eucalipto para a comercialização da madeira.
Porteira afora 
Para saber como funcionam o Plano ABC, o Plano Safra e outras políticas 
agrícolas, acesse: 
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola. 
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola
pg. 28
Conclusão 
Até aqui, nossos amigos, e você, entenderam como as políticas públicas influenciam o dia a dia 
no agro e conheceram um pouco da história da legislação agrícola e do surgimento das políticas 
voltadas para o meio rural. 
Durante o percurso, compreenderam os tipos de políticas públicas que existem e como elas atu-
am na organização do país. 
Aprenderam a diferenciar plano, programa e projeto, e agora sabem como buscar mais informa-
ções para suas propriedades visitando a página do MAPA. 
A visão panorâmica que você desenvolveu permitirá que tome decisões futuras de investimentos 
de modo alinhado à legislação vigente no país, evitando cometer erros, por exemplo, na preser-
vação ambiental (áreas de preservação permanente e reserva florestal legal) ou no uso de defen-
sivos agrícolas.
Agora, é o momento de rever alguns conceitos principais do módulo na atividade de aprendiza-
gem. 
E lembre-se: em caso de dúvidas, revise o conteúdo!
 
Siga em frente!
Atividade de 
aprendizagem
Iniciaremos agora a atividade de aprendizagem deste módulo. Leia atentamente as perguntas 
antes de respondê-las; caso precise volte no texto e reveja o conteúdo. 
pg. 29
Vamos às questões. 
1. Existem estruturas que regulamentam o crédito para os produtores rurais. Uma delas faz 
isso com base em três princípios de crédito: custeio, investimento e comercialização. 
Qual é a estrutura que regula com base nesses três princípios? 
b. SNCR.
c. Pronaf.
d. Pronamp.
e. Banco do Brasil S/A.
f. Banco Central do Brasil (BACEN). ‘
2. Nas alternativas abaixo, marque aquelas que possuem exemplo de item contemplado nos 
custeios agropecuários:
a. Aquisição de trator e plantadeira.
b. Aquisição de ordenhadeira e resfriador. 
c. Aquisição de sementes e adubos químicos.
d. Aquisição de calcário para correção de solos. 
e. Aquisição de matrizes bovinas. 
Para saber se suas respostas estão certas, acesse o ambiente 
virtual e envie suas respostas obrigatoriamente por lá, assim, 
você terá os feedbacks e gabaritos correspondentes a essas 
questões.
Você terá duas tentativas, sendo que o próximo módulo só 
será liberado após a conclusão dessa atividade dentro do 
ambiente virtual.
pg. 30
3. Os tipos de políticas públicas existentes no Brasil são de natureza constitutivas, distributi-
vas, redistributivas, regulamentares e específicas. Conhecendo esses conceitos, uma polí-
tica pública como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é obrigatório para todas as pro-
priedades rurais e uma etapa importante para a regularização ambiental das propriedades 
rurais, é considerada parte de uma política pública do tipo: 
a. Constitutiva.
b. Distributiva.
c. Redistributiva. 
d. Regulamentar. 
e. Específica. 
Agora que você já aproveitou a atividade de aprendizagem para consolidar seus entendimentos, 
vamos seguir para o Módulo 2 – O negócio em que atuo se enquadra como agricultura familiar? 
Quem tem direito ao crédito rural?
Siga em frente!
pg. 30
pg. 31
Fonte: Gettyimages
Módulo 2 
O negócio em que atuo se en-
quadra como agricultura fa-
miliar? Quem tem direito ao 
crédito rural?
No módulo anterior, vimos um breve histórico da legislação agrícola brasileira, os tipos de Políti-
cas Públicas que existem e aprendemos a diferenciar plano, programa e projeto.
pg. 32
Também fomos apresentados ao “seu” Bruno, ao Mário, ao Moisés e à sua prima, Amanda, vizi-
nhos na Comunidade rural Guarani e proprietário rurais.
Estavam com muitas dúvidas, o que fez cada um deles buscar a entender as leis agrícolas, as 
políticas públicas, e os programas de crédito rural.
Agora, após estudo do Módulo 2, você vai diferenciar as características dos tipos de produtores 
que se enquadram no grupo agricultura familiar; identificar as regras para obter a Declaração de 
Aptidão (DAP); e quem pode lhe assessorar para conseguir esta declaração.
Você também terá a oportunidade de distinguir os tipos de crédito rural (crédito para custeio, 
crédito rural para investimento e crédito rural para comercialização).
Agora, sigamos para a primeira aula do Módulo 2, para descobrir quem é o produtor que pode 
ser considerado do grupo da agricultura familiar e quais os créditos rurais que existem.
Aula 1 
Legislação da 
agricultura familiar
Agricultura familiar. Sem dúvidas você já ouviu esse termo, não é mesmo? Mas você sabia que 
não basta ter a família trabalhando na propriedade para ser enquadrado como agricultor fami-
liar? Vamos conhecer a situação de Amanda para entender melhor como esse enquadramento 
pode acontecer.
Fonte: Shutterstock
pg. 33
Olha o causo
 
 
 
 
 
 
 
 
Em conversa com o primo Moisés, Amanda descobriu que, se participasse 
do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), 
poderia obter crédito rural com taxas de juros mais baixas do que as ofe-
recidas tradicionalmente pelos bancos, já que o programa tem recursos 
subsidiados. Animada, fez o pedido de Declaração de Aptidão – DAP ao 
Pronaf, mas ele foi rejeitado. Amanda ficou pensativa: por que Moisés con-
seguiu e ela não? As duas propriedades eram iguais...
Inquieta, Amanda resolveu procurar informações sobre o que é agricultura 
familiar, qual a legislação vigente que determina quem faz parte e quais as 
regras de enquadramento para emissão da DAP. 
Com a situação da Amanda em mente, vamos entender o que é agricultura familiar!
A agricultura familiar é formada por pequenos produtores 
rurais, silvicultores, assentados de reforma agrária, povos e 
comunidades tradicionais, extrativistas, pescadores 
e aquicultores.
E você sabe dizer o que são silvicultores, extrativistas e aquicultores? Vejamos.
pg. 34
Silvicultores são os produtores que utilizam maneiras racionais para o uso das florestas ou reflo-
restamentos.
Extrativistas são os pequenos agricultores que atuam na coleta de produtos direto da natureza 
de maneira sustentável ou ainda cultivam respeitando o ambiente em que vivem as culturas que 
querem extrair. São exemplos os produtores de açaí, castanha-do-pará, entre outros.
Aquicultores são os produtores que produzem organismos vivos aquáticos, tanto animais quanto 
plantas. São exemplos de atividades do aquicultor: produção de mariscos e peixes. 
É na agricultura familiar que se concentra a produção da maioria dos alimentos da mesa do bra-
sileiro. São exemplos de produção: feijão, arroz,mandioca, café, trigo, leite, ovos, carne bovina, 
ovinos, caprinos, frangos, olerícolas e frutíferas.
A gestão da propriedade é realizada pela família e a principal fonte de renda é proveniente de 
atividades agropecuárias.
Agora, vamos conhecer os principais artigos e parágrafos da Lei nº 11.326/2006.
Diz o papel... 
Art. 1º Esta Lei estabelece os conceitos, princípios e instrumentos destina-
dos à formulação das políticas públicas direcionadas à Agricultura Familiar 
e Empreendimentos Familiares Rurais.
Art. 2º A formulação, gestão e execução da Política Nacional da Agricultura 
Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais serão articuladas, em todas as 
fases de sua formulação e implementação, com a política agrícola, na forma da 
lei, e com as políticas voltadas para a reforma agrária.
Legislação para a 
agricultura familiar
A Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006 tem 
os conceitos e princípios que determinam se 
um produtor é ou não pertencente ao grupo 
da agricultura familiar. Esta lei continua vigen-
te, apenas com alterações pontuais. 
Você pode saber mais sobre esta Lei no 
link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm
Fonte: Shutterstock
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm
pg. 35
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreen-
dedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, 
simultaneamente, aos seguintes quatro requisitos:
Módulos fiscais
I – não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fis-
cais;
Mão de obra
II – utilize predominantemente mão de obra da própria família nas atividades 
econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
Origem da renda familiar
III – tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades eco-
nômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo 
Poder Executivo; (Redação dada pela Lei nº 12.512, de 2011);
Direção
IV – dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
 
Ao estudar o art. 3º, Amanda compreendeu por que não se enquadra dentro das regras da 
agricultura familiar. Pelo art. 3º, ela não atende o requisito III, já que empreende na cidade e sua 
renda bruta anual tem mais de 50% da receita obtida do seu laboratório de solos. 
E Mário finalmente entendeu por que, mesmo trabalhando em família, não é considerado no en-
quadramento da agricultura familiar: sua propriedade possui 5 (cinco) módulos fiscais! 
Diz o papel... 
Mas a lei não trata apenas desses aspectos, veja só o que ela ainda diz:
§ 1º O disposto no inciso I do caput deste artigo não se aplica quando se 
tratar de condomínio rural ou outras formas coletivas de propriedade, des-
de que a fração ideal por proprietário não ultrapasse 4 (quatro) módulos 
fiscais.
§ 2º São também beneficiários desta Lei:
pg. 36
Silvicultores
I – silvicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de 
que trata o caput deste artigo, cultivem florestas nativas ou exóticas e que 
promovam o manejo sustentável daqueles ambientes;
Aquicultores
II – aquicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de 
que trata o caput deste artigo e explorem reservatórios hídricos com su-
perfície total de até 2 ha (dois hectares) ou ocupem até 500 m³ (quinhen-
tos metros cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em tanques-
-rede;
Extrativistas
III – extrativistas que atendam simultaneamente aos requisitos previstos 
nos incisos II, III e IV do caput deste artigo e exerçam essa atividade arte-
sanalmente no meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores;
Pescadores 
IV – pescadores que atendam simultaneamente aos requisitos previstos 
nos incisos I, II, III e IV do caput deste artigo e exerçam a atividade pes-
queira artesanalmente;
Povos indígenas
V – povos indígenas que atendam simultaneamente aos requisitos previs-
tos nos incisos II, III e IV do caput do art. 3º; (Incluído pela Lei nº 12.512, de 
2011);
Quilombolas rurais e demais povos e comunidades tradicionais
VI – integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais e de-
mais povos e comunidades tradicionais que atendam simultaneamente aos 
incisos II, III e IV do caput do art. 3º. (Incluído pela Lei nº 12.512, de 2011).
 
Ao conversar com Moisés sobre a lei, Amanda viu o primo se empolgar com a ideia de produzir 
tilápias, já que possui boas fontes de água na sua propriedade e a aquicultura é uma das ativida-
des que também pode ser enquadrada como agricultura familiar.
Então, vamos continuar a entender a Lei nº 11.326/2006, finalizando o art. 3º e conhecendo os 
arts. 4º e 5º.
pg. 37
Diz o papel... 
Lei nº 11.326/2006 – continuação do artigo 3º e artigos 4º e 5º 
§ 3º O Conselho Monetário Nacional - CMN pode estabelecer critérios 
e condições adicionais de enquadramento para fins de acesso às linhas 
de crédito destinadas aos agricultores familiares, de forma a contemplar 
as especificidades dos seus diferentes segmentos. (Incluído pela Lei nº 
12.058, de 2009)
§ 4º Podem ser criadas linhas de crédito destinadas às cooperativas e 
associações que atendam a percentuais mínimos de agricultores familiares 
em seu quadro de cooperados ou associados e de matéria-prima benefi-
ciada, processada ou comercializada oriunda desses agricultores, conforme 
disposto pelo CMN. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009).
Art. 4º 
A Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares 
Rurais observará, dentre outros, os seguintes princípios:
I – descentralização;
II – sustentabilidade ambiental, social e econômica;
III – equidade na aplicação das políticas, respeitando os aspectos de gêne-
ro, geração e etnia;
IV – participação dos agricultores familiares na formulação e implementa-
ção da política nacional da agricultura familiar e empreendimentos familia-
res rurais.
Art. 5º 
Para atingir seus objetivos, a Política Nacional da Agricultura Familiar e 
Empreendimentos Familiares Rurais promoverá o planejamento e a execu-
ção das ações, de forma a compatibilizar as 12 seguintes áreas:
I – crédito e fundo de aval;
II – infraestrutura e serviços;
III – assistência técnica e extensão rural;
IV – pesquisa;
V – comercialização;
pg. 38
VI – seguro;
VII – habitação;
VIII – legislação sanitária, previdenciária, comercial e tributária;
IX – cooperativismo e associativismo;
X – educação, capacitação e profissionalização;
XI – negócios e serviços rurais não agrícolas;
XII – agroindustrialização.
Agora que você conheceu os diversos artigos da lei, percebeu que é preciso analisar caso a caso, 
não é mesmo? Então, vamos voltar à comunidade Guarani e conhecer algumas situações.
Olha o causo
“Seu” Bruno e seus netos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diante desta Lei, “seu” Bruno ficou pensativo... Perguntou aos amigos se 
os seus netos poderiam no futuro, quando herdarem a propriedade, se en-
caixar como agricultores familiares, visto que suas áreas divididas seriam 
menores que 4 módulos. 
Estudando os requisitos com seus amigos, “seu” Bruno constatou que seus 
netos não se encaixariam, pois sua receita bruta anual estimada, se conside-
rar a média dos últimos anos, ainda seria superior a R$ 415.000,00, o que 
os encaixariam no máximo como médio produtores, ficando amparados pelo 
Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) – Programa 
este que veremos mais à frente.
pg. 39
Outras conclusões dos amigos sobre módulos fiscais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os amigos fizeram ainda outras comparações sobre a diferença do tama-
nho de módulos fiscais para cada município...
Por exemplo, eles têm um módulo de 30 hectares, igual a Rio Verde, en-
quanto Goiânia tem módulo de7 ha e Campos Belos 80 ha. Analisando 
rapidamente, chegaram à conclusão de que um produtor rural de grãos em 
Campos Belos teria dificuldades de se encaixar como agricultor familiar 
para acesso ao crédito, mesmo se tivesse apenas 1 módulofiscal. Isso por-
que, com toda essa área produtiva, sem dúvidas teria receita bruta anual 
acima dos valores máximos de enquadramento para o Pronaf.
Porteira afora 
Você pode ter mais informações sobre a agricultura familiar no site oficial 
do governo: 
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/agricultu-
ra-familiar-1 
Até aqui, você compreendeu quem pode ser enquadrado como agricultor familiar! Agora é mo-
mento de conhecer o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com 
mais detalhes.
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/agricultura-familiar-1
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/agricultura-familiar-1
pg. 40
Aula 2 
Programa Nacional de For-
talecimento da Agricultura 
Familiar (Pronaf)
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é um programa federal 
que surgiu em 1995, com o objetivo de valorizar a agricultura familiar e auxiliar na melhoria de 
renda. Antes do Pronaf só existiam programas regionais que não ofereciam o devido amparo a 
atividade desempenhada pelos pequenos agricultores. 
A criação do Pronaf inaugura uma nova era para a agricultura familiar, com uma Política Pública 
Nacional que garante acesso ao crédito para investimento, custeio e industrialização em diferen-
tes linhas oferecidas, que estudaremos mais à frente.
Fonte: Gettyimages
pg. 41
Fonte: Gettyimages
Nas últimas décadas, o Pronaf também 
foi “fortalecido”, recebendo a cada ano 
valores maiores para atender de maneira 
satisfatória o grande número de peque-
nos produtores que existem no país. 
Em 2020, a receita bruta anual atendida 
pelo Pronaf foi de até R$ 415.000,00. 
Lembre-se sempre de buscar as informa-
ções para o ano vigente.
Olha o causo 
 
É o caso do nosso amigo Moisés
Para o direito ao crédito rural, Móisés é considerado Pequeno Produtor porque 
sua receita bruta anual gera um valor de R$ 300.000,00. Isso o deixa amparado 
pelo Pronaf.
Mas você sabia que é necessário apresentar um documento chamado Declaração de Aptidão ao 
Pronaf (DAP) para ter acesso aos benefícios do programa? Vamos entender melhor o que é esse 
documento.
Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP)
A Declaração de Aptidão ao Pronaf é o primeiro passo para acessar o crédito rural destinado ao 
Pronaf, e sua emissão é gratuita.
A DAP identifica as Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPAs) da agricultura familiar 
organizadas como pessoas físicas ou pessoas jurídicas (empresas rurais). 
Note, então, que uma UFPA é o conjunto de pessoas que trabalham na mesma unidade pro-
dutiva (por exemplo, marido, esposa e filhos) que vivem de uma determinada área. Ela também 
identifica as UFPAs que estejam organizadas em pessoas jurídicas. 
pg. 42
A DAP funciona como uma “identidade”, pois tem dados pes-
soais dos proprietários da terra, territoriais e produtivos do 
imóvel rural e da renda da família.
Fonte: Shutterstock
Os pescadores artesanais, aquicultores, 
maricultores, silvicultores, extrativistas, 
quilombolas, indígenas, assentados da 
reforma agrária e beneficiários do Pro-
grama Nacional de Crédito Fundiário 
(PNCF) também têm direito à emissão da 
DAP, desde que se encaixem nas regras. 
A Unidade Familiar de Produção Agrária 
(UFPA) será identificada por uma única 
DAP principal, que será categorizada 
em um grupo: “A” (ou “A/C”), “B” e “V”. Cada grupo tem regras específicas para taxas de juros, 
prazos, carências e subsídios. 
Agora, vamos conhecer os critérios para emissão da DAP e a documentação necessária para 
solicitar este documento.
Critérios para emissão da DAP
A emissão será vinculada ao município do estabelecimento da UFPA
A área do estabelecimento deve ser de até quatro módulos fiscais
A atividade agrária deve ser desenvolvida em ambiente rural ou urbano
A gestão do estabelecimento deve ser estritamente familiar
A renda proveniente da exploração do estabelecimento deve ser igual ou superior 
àquela obtida fora do estabelecimento
Ao menos metade da força de trabalho do processo produtivo da UFPA deve ser com-
posta por trabalhadores da família.
pg. 43
Documentos para solicitar a DAP
Carteira de identidade (RG) e CPF;
Documentos do (a) cônjuge: RG e CPF (caso a pessoa seja casada ou em união está-
vel). 
Um documento que comprove o uso da terra (pode ser matrícula ou contrato de arren-
damento, ou comodato, por exemplo). 
Mais documentos a serem indicados pelo parceiro que irá emitir a DAP.
Olha o causo 
 
Por que Amanda não conseguiu a DAP? 
Na cidade de Amanda, o módulo fiscal é de 30 ha, e ela possui 31 ha, o que a 
torna uma pequena produtora. 
A sua receita bruta anual, mesmo enquadrada dentro dos limites do Pronaf 
(de R$ 415.000,00), é composta por R$ 180.000,00 de atividade agrícola e 
R$ 225.000,00 do laboratório, ou seja, tem mais de 50% do valor gerado por 
atividade não agrícola. 
Por isso, Amanda não conseguiu a emissão da DAP. Quando precisa de crédi-
to rural, paga as mesmas taxas de juros de livre mercado, não ficando ampa-
rada por subsídios.
Agora que já entendemos o que é DAP, os critérios e os documentos estabelecidos para conse-
guir este documento, fica uma pergunta que frequentemente é feita…
Quem devo procurar para emitir a DAP para me tornar beneficiário? 
 
pg. 44
Veja as entidades aptas a emitir a DAP:
- Os Sindicatos e Associações de Trabalhadores da Agricul-
tura Familiar ou Sindicatos Rurais.
- Os escritórios das Entidades Estaduais de Assistência Téc-
nica e Extensão, como a Emater.
- Associações e colônias de pescadores artesanais e aquicul-
tores (para seu público específico).
- Escritórios regionais do Instituto Nacional de Colonização e 
Reforma Agrária (INCRA).
Bem, existem diversas formas de solicitar, dependendo da cidade onde fique a propriedade. 
Até aqui, exploramos a legislação específica da agricultura familiar e compreendemos a finalida-
de do Pronaf e seus critérios de participação. Também vimos o que é a DAP, as suas regras, os 
documentos a serem entregues para sua solicitação e quais são as instituições aptas a emiti-la. 
Agora, já estamos prontos para seguir e aprender sobre o crédito rural. Vamos lá!
Fonte: Gettyimages
pg. 45
Aula 3 
Crédito Rural
Olha o causo 
 
“Seu” Bruno, Mário e Moisés e o Crédito Rural 
“Seu” Bruno usa o crédito rural há mais de 30 anos. Acostumado a fazer seus 
custeios agrícolas em sua agência de relacionamento de um famoso banco 
público, já realizou algumas operações de investimento, mas agora quer saber 
mais sobre comercialização!
Mário também costuma fazer o custeio agrícola de sua área. 
Moisés, por enquanto, fez alguns projetos técnicos de investimentos para cor-
rigir o solo e contrata custeio agrícola, no mesmo banco onde Mário e Bruno 
fazem os seus.
Os bancos seguem a orientação dada pelo Manual de Crédito Rural (MCR), disponibilizado e 
atualizado pelo Banco Central do Brasil (BACEN). No manual estão todas as informações e os 
conceitos necessários para entender como funciona o direito ao acesso ao crédito rural. 
Entre os vários beneficiários do crédito rural estão os produtores rurais como pessoa física e jurí-
dica e as cooperativas de produtores rurais. Para um produtor rural passar de pessoa física para 
pessoa jurídica, a propriedade precisa ser transformada formalmente em empresa.
Para ter acesso ao crédito rural, você precisará apresentar um projeto técnico que indique de 
que maneira esses recursos serão utilizados. Veja quem pode dar assistência e orientação técni-
ca ao nível de imóvel ou empresa:
• Empresas de Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão, como a Emater. 
• Empresas privadas.
• Profissionais devidamente registrados no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e 
Agronomia (CREA), Conselho Federal ou Regional dos Técnicos Agrícolas, Conselho Regio-
nal de Medicina Veterinária (CRMV) ou no Conselho Regional de Biologia (CRB), mediante 
convênio com a instituição financeira ou com omutuário (beneficiário do crédito rural).
pg. 46
Porteira afora 
Para aprofundar seus conhecimentos e se informar sobre todos os benefi-
ciários do crédito rural, você pode visitar a página do BACEN e buscar pelo 
Manual de Crédito Rural vigente. 
Para sua consulta, deixamos aqui o Manual de Crédito Rural de 2020. 
Tipos de crédito rural
Você sabia que existem diferentes tipos de 
crédito rural? Sim! Existe crédito rural para 
custeio, para investimento e para comercia-
lização!
Vamos entender melhor cada tipo de crédito rural.
Vamos começar conversando sobre o crédito 
de custeio. Custeios são todos os custos com 
Fonte: Shutterstock
insumos para produzir culturas. No crédito de custeio rural, é possível financiar a aquisição des-
ses itens, seja para uso agrícola, seja para uso pecuário.
É possível custear com o crédito rural para uso agrícola:
Insumos de custeio agrícola:
• fertilizantes de base e de cobertura, 
• sementes, 
• fungicidas, 
• herbicidas, 
• inseticidas.
Serviços de custeio agrícola:
• gradagem (quando não for plan-
tio direto), 
• plantio, 
• pulverização,
• transporte interno, 
• colheita.
https://www3.bcb.gov.br/mcr/completo
pg. 47
O custeio agrícola se refere às despesas de produção de lavouras temporárias (como soja e 
milho); entressafras de lavouras permanentes (como café), ou da extração de produtos vegetais 
espontâneos ou cultivados (como castanhas).
Agora, vamos conversar sobre o custeio pecuário.
O custeio pecuário é para:
• insumos para manter a pastagem; 
• comprar complementos de alimentação, como silagem; 
• adquirir animais para recria e engorda; 
• atividades de produção da apicultura, avicultura, piscicultura, sericicultura e aquicultura.
Fonte: Gettyimages
Uma observação importante: em cada ano agrícola, o bene-
ficiário poderá utilizar um valor total de recursos controlados 
pelo Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) e o teto des-
se valor é a soma de todas as instituições onde o produtor 
realiza operações de custeio. 
pg. 48
Opa, ficou complicado? Isso quer dizer que há um limite de crédito total para cada ano agrícola, 
independentemente de onde você adquiriu o crédito rural.
Olha o causo 
 
Vamos ver um exemplo: o caso do “seu” Bruno.
Ele pode financiar o custeio de Soja e Milho Safrinha no Banco do Brasil e 
fazer um custeio pecuário no Sicredi, SE suas operações durante o ano não 
ultrapassarem o teto (que em 2020 = R$ 3.000.000,00). 
Importante: os créditos de custeio agrícola ou pecuário devem ser formalizados apenas com 
base em orçamento, plano ou projeto, ou seja, você precisará apresentar algum desses docu-
mentos no banco para seu crédito ser analisado e aprovado.
Agora, falaremos sobre o crédito rural para investimento.
Mas e se o “seu” Bruno precisar de um 
valor superior a este?
Bem, o valor a mais que o “seu” Bruno 
precisa será financiado com recursos 
livres, sem o subsídio de encargos, com 
dinheiro de outras fontes, como as Le-
tras de Crédito do Agronegócio (LCA). 
Fonte: Inconfinder
Os investimentos são gastos que realiza-
mos em uma propriedade com o objetivo 
de conseguir melhores resultados na 
atividade desempenhada. O crédito para 
investimentos permite que esses gastos 
sejam financiados. 
Esse crédito vale para investimentos 
fixos, semifixos em bens e serviços da 
atividade agropecuária. 
pg. 49
Conforme o caso, podemos solicitar recursos para custeio, no mesmo projeto, com vencimento 
em menor prazo (consignação). 
Então, afinal, para que é o crédito para investimento? Simples! É para melhorar a propriedade. 
Com este crédito, você pode utilizar em investimentos fixos como...
Construir, reformar, ampliar barracões, salas de ordenha, benfeitorias e 
instalações permanentes; 
Instalar sistemas de irrigação e açudagem;
Realizar drenagem;
Florestar ou reflorestar áreas; 
Destocar.
Você pode utilizar em outros tipos de investimentos fixos como...
pg. 50
Formar lavouras permanentes, formar ou recuperar pastagens;
Eletrificar propriedade rural que ainda não tem acesso à rede elétrica e 
colocar telefonia;
Comprar máquinas agrícolas (tratores, caminhões, colhedoras, camionetes 
utilitárias) e equipamentos de provável duração superior a 5 (cinco) anos;
Proteger, corrigir e recuperar solo, com aquisição, transporte e aplicação 
dos insumos para estas finalidades.
 
E o que são investimentos semifixos no crédito rural? São investimentos semifixos:
• comprar animais para reprodução ou cria; 
• instalar máquinas e equipamentos de provável duração não superior a 5 (cinco) anos;
• comprar veículos, tratores, colheitadeiras, implementos, embarcações e aeronaves, e equi-
pamentos para medição de lavouras.
Agora, vamos conversar sobre o Crédito Rural para Comercialização.
O Crédito Rural para Comercialização é um crédito oferecido aos produtores rurais ou às suas 
cooperativas para comercializarem seus produtos. O crédito de comercialização compreende:
pg. 51
• Pré-comercialização; • Financiamento Especial para Estocagem de Produtos Agropecuários (FEE); 
• Desconto de Duplicata Rural (DR) e de 
Nota Promissória Rural (NPR);
• Financiamento de proteção de preços 
e/ou prêmios de risco de equalização 
de preços; 
• Empréstimos a cooperativas para adian-
tamentos a associados, por produtos en-
tregues para venda, observados os preços 
de comercialização;
• Financiamento para garantia de preços 
ao produtor (FGPP).
Olha o causo 
 
Vejamos o exemplo dos familiares do “seu” Bruno, produtores de trigo.
Eles comercializam suas produções por cooperativas parceiras. Como a 
cultura tem variações de preço que poderia prejudicar o triticultor, as coo-
perativas fazem financiamentos para garantir preços ao produtor (FGPP).
Isso permite as cooperativas adquirirem o trigo dos produtores por valor 
nunca inferior ao determinado pela Política de Garantia de Preço Mínimo 
(PGPM). 
A cooperativa armazena este trigo e espera um momento melhor no mer-
cado para vender o trigo que adquiriu. 
Além do FGPP, uma outra forma importante de crédito de comercialização é a Cédula de Produ-
to Rural (CPR). Ela permite ao produtor a antecipação de crédito rural, representando a promes-
sa de entrega futura de um produto agropecuário. 
Os bancos adquirem a CPR entregando recursos financeiros ao produtor ou às cooperativas. Estes 
se comprometem a resgatar financeiramente a cédula, ou seja, devolver o valor, no seu vencimento. 
pg. 52
Dependendo de quando foi contratada, a CPR vence em até 360 dias, tempo suficiente para 
colher e comercializar os grãos de soja.
Agora que você já conhece as características dos três tipos de créditos rurais – custeio, investi-
mento e comercialização –, vamos conversar sobre o Pronamp e a agricultura empresarial.
Pronamp e Agricultura Empresarial
Para acessar o crédito rural, o primeiro passo é enquadrar os produtores dentro do Pronaf, do 
Pronamp ou como agricultura empresarial. 
Fonte: Shutterstock
Nas pesquisas, Amanda e Moisés já entenderam o que é o Pronaf e quem se enquadra no pro-
grama, voltado para agricultura familiar. 
Mas há também outros programas importantes que enquadram nossos médios produtores: o 
Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e a agricultura empresarial, 
para agricultores maiores.
Olha o causo 
 
O amigo Mário se encaixa nos requisitos do Pronamp, dentro da receita 
e do tamanho de propriedade. Os encargos financeiros, em geral, são um 
pouco maiores que os praticados pelo Pronaf e um pouco menores que os 
da agricultura empresarial. 
pg. 53
100% (cem por cento) 
do Valor Bruto de Produ-
ção (VBP).
100% (cem por cento) 
das demais rendas não 
agropecuárias. 
100% (cem por cento) 
do valor da receita rece-
bida de entidade inte-
gradora e das demais 
rendas provenientes de 
atividades desenvolvidas 
no estabelecimento e 
fora dele.
Pronamp
O Pronamp é um programa voltado para os médios produtores rurais, então podem ser benefici-
ários os proprietários rurais, posseiros, arrendatáriosou parceiros que possuam renda bruta anu-
al entre R$ 415.000,00 e R$ 2.000.000,00 de reais para o ano de 2020 (lembre-se de consultar 
o valor para o ano vigente).
Este limite considera a soma de:
Olha o causo 
Mário, o Médio Produtor
Para o direito ao crédito rural, o nosso amigo Mário é enquadrado como 
Médio Produtor porque sua receita bruta anual gera um valor de R$ 
900.000,00, que o deixa amparado pelo Programa Nacional de Apoio ao 
Médio Produtor Rural (Pronamp).
Por meio do Pronamp, pode-se obter financiamento para custeios, investimentos e comerciali-
zação. Para o ano agrícola de 2020/2021, os limites de crédito por beneficiário do Pronamp em 
todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) foram de:
1. Custeio: R$ 1.500.000,00 de reais.
2. Investimentos: R$ 430.000,00 reais.
pg. 54
Para saber os valores atualizados, consulte sempre o Plano 
Safra vigente. Ele é publicado em meados de junho, com iní-
cio de validade a partir de 1º de julho de cada ano.
Fonte: Shutterstock
Lembrando que esses valores são para 
um ano agrícola, ou seja, é necessário 
dividir esses recursos para todas as ativi-
dades exploradas pelo produtor ao longo 
do período de 1º de julho de um ano até 
o dia 30 de junho do ano seguinte.
Pelo Manual de Crédito Rural (MCR), é 
possível conhecer também as especifi-
cidades por cultura e as exceções com 
relação a prazos para pagamentos. 
Agricultura empresarial
Embora utilize-se o termo agricultura empresarial, nesse programa se enquadram pessoas 
jurídicas e pessoas físicas. O produtor rural pessoa física que possui renda bruta anual com valor 
superior a R$ 2.000.000,00 é enquadrado como produtor empresarial, já que a forma de produ-
zir adquire contornos mais profissionais, com maior utilização de tecnologia, sistemas de gestão 
de custos e recursos, mão de obra qualificada contratada, entre outros fatores. 
Olha o causo 
“Seu” Bruno é pequeno, médio ou grande produtor?
Para o direito ao crédito rural, “seu” Bruno é enquadrado como Gran-
de Produtor, porque sua receita bruta anual, ou seja, tudo aquilo que ele 
comercializa ao longo do ano, gera um valor superior a R$ 2.000.000,00 
(dois milhões de reais). 
pg. 55
A agricultura empresarial tem limite de recursos controlados para financiamentos e utilização do 
crédito rural. Por exemplo, no ano de 2020, cada produtor pôde financiar até R$ 3.000.000,00 
durante o ano agrícola. Se precisar de mais recursos, o produtor poderá financiar por meio de 
recursos não controlados, com taxas de encargos financeiros livres, geralmente maiores do que o 
valor subsidiado do crédito rural.
Da mesma forma que o Pronaf e o Pronamp, os agricultores empresariais — popularmente co-
nhecidos como “demais” — têm acesso a crédito para custeio, investimento e comercialização. 
Em geral, seus encargos são ligeiramente superiores aos da categoria Pronamp. 
Atenção! Lembre-se de salvar a apostila em seu computador!
Feedback: Independentemente do programa em que você se enquadrar, lembre-se de que há 
políticas que irão apoiá-lo nos diferentes desafios da sua produção. Então, planeje-se e busque 
as oportunidades mais adequadas para o seu contexto.
Dentro da porteira
Você conhece dirigentes que se 
enquadram nesses estilos? Ou ainda: 
você se reconheceu em algum deles? 
E mais... Qual é o melhor estilo de 
direção?
Digite sua resposta no campo de texto ao lado.
Plano Safra
O Plano Safra é um programa do governo 
federal que financia a atividade agrícola de 
pequenos, médios e grandes produtores bra-
sileiros. Ele costuma ser divulgado pelo Minis-
tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to (MAPA) durante o mês de junho e entra em 
vigor em 1º de julho de cada ano.
Nele são anunciadas as taxas de encargos fi-
pg. 56
nanceiros que serão utilizados durante o ano agrícola, os prazos e os valor de renda bruta anual para 
enquadramento no Pronaf, no Pronamp e na agricultura empresarial (demais). Os dados do Plano 
Safra são divulgados pelo Manual de Crédito Rural (MCR), que é atualizado periodicamente. 
Fica a questão: será que o Plano Safra muda tanto assim de um ano para o outro?
Quando estudamos o MCR, percebemos que muitas diretrizes permanecem inalteradas, geral-
mente o que muda são os valores de encargos financeiros, atualização de receita bruta anual, 
exigências ambientais, valores que serão disponibilizados e atualizações de programas vigentes, 
especialmente os voltados para investimentos. 
O MCR começa com uma página no diretório “00 – Índice” 
que trata das atualizações. Essa página é fundamental para 
saber quais foram as mudanças ocorridas no manual todo. 
Aqui entram as novas resoluções e páginas afetadas 
pelas alterações. 
Porteira afora 
Para consultar Planos Safra anteriores, pode-se acessar a página oficial do 
MAPA, disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politi-
ca-agricola
Exemplos de Custeio e de Investimento
Até aqui, já estudamos conceitos, ideias e informações que nos ajudaram a entender as diferen-
ças entre crédito de custeio, crédito investimento e de comercialização. Então, agora estamos 
prontos para analisar exemplos bem interessantes dos nossos amigos Mário e “seu” Bruno sobre 
custeio e investimento.
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola
pg. 57
Olha o causo 
Exemplo de Custeio de Mário 
 
 
 
Mário, no verão, planeja plantar soja e na sequência quer plantar milho safri-
nha como sua safra de inverno. Para realizar a compra antecipada de insumos 
e garantir um bom preço, ele pediu ao agrônomo que lhe presta assistência 
para elaborar projetos que orçassem o valor de fertilizantes de base, sementes 
e demais insumos para produção da soja. 
O projeto também contempla o que Mário precisa gastar no preparo de solo 
(dessecação, grade, niveladora, tratamento de sementes, plantio e adubação), 
nos tratos culturais (adubação de cobertura e aplicação de agroquímicos – 
pulverizações), e na colheita. 
No ano de 2020, o Pronamp teve taxa de encargos financeiros de 5% ao ano, 
e Mário irá plantar 100 ha de soja. Seu orçamento ficou em um valor de R$ 
2.200,00 por hectare, isso significa que seu projeto ficou em R$ 220.000,00. 
Para amparar sua lavoura contra riscos climáticos, Mário contratou o Progra-
ma de Garantia Subsidiado pelo Governo – PROAGRO, cujo prêmio está em 
5% para contratação no período. 
O prêmio é o valor pago pelo produtor para ter direito a um seguro.
Sendo assim, ao contratar R$ 220.000,00, Mário irá pagar pelo PROGRO 
mais R$ 11.000,00 e R$ 11.000,00 de encargos pela contratação do custeio. 
Ao final, Mário pagará R$ 231.000,00 pelo custeio 60 dias após a colheita e 
terá investido R$ 11.000,00 para ter direito ao amparo ao PROAGRO, garan-
tindo assim, seu sono tranquilo mesmo em condições adversas de clima, como 
estiagens prolongadas. 
pg. 58
Olha o causo 
Exemplo de Investimento com o nosso amigo “seu” Bruno 
 
 
 
“Seu” Bruno quer corrigir o solo de uma de suas áreas. Então, coletou amos-
tras de solo e contratou Amanda para fazer uma boa análise em seu labora-
tório. Quando chegou o resultado, conversou com o agrônomo que faz seus 
projetos de financiamentos rurais e pediu que elaborasse, com base nas análi-
ses, um projeto de correção de solo, pois sua área está precisando de uma boa 
quantidade de calcário. 
Ele pediu que fosse calculado o valor necessário para corrigir 350 ha de área. 
O valor final do projeto ficou em R$ 550.000,00. Neste valor está incluso o 
insumo (calcário) e o frete do transporte da empresa vendedora até a proprie-
dade. A taxa de encargos financeiros é de 6% ao ano. O projeto, feito pelo 
técnico, foi desenvolvido para ser pago em 5 anos, com parcelas anuais. 
Veja como serão os pagamentos do “seu” Bruno nos próximos cinco anos.
Observe que foram pagos diferentes valores de juros porque “seu” Bruno foi 
quitando parte do capital todos os anos, sendo então o juros calculados ape-
nas pelo valorque ele ainda ficava devendo. 
“Seu” Bru-
no pagará no 
primeiro ano 
R$ 110.000,00 
do capital mais 
o juro de 6% 
sobre o total, 
ou seja, mais 
R$ 33.000,00, 
totalizando R$ 
143.000,00. 
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
No segundo 
ano, novamen-
te pagará R$ 
110.000,00 
de capital e R$ 
26.400,00 de 
juros, porque 
agora o valor dos 
juros é calculado 
sobre dois anos, 
totalizando R$ 
136.400,00.
No quarto ano 
pagará R$ 
110.000,00 de 
capital e mu-
dar para: R$ 
13.200,00 de 
juros, totalizando 
R$ 123.200,00. 
No quarto ano 
pagará R$ 
110.000,00 
de capital e R$ 
13.200,00 de 
juros, totalizando 
R$ 123.200,00. 
No último ano 
pagará R$ 
110.000,00 
de capital e R$ 
6.600,00 de ju-
ros, totalizando a 
última parcela de 
R$ 116.600,00. 
pg. 59
Conclusão
Mário, “seu” Bruno, Moisés, Amanda e nós aprendemos juntos as regras para enquadramento no 
Pronaf, Pronamp e Agricultura Empresarial. Percebemos a importância de conhecer a legislação 
vigente e aprender onde buscar estas informações. 
Ao entender o conceito de crédito de custeio e de investimento, vimos as facilidades que podem 
ser utilizadas tanto para viabilizar a produção anual quanto para investimentos de longo prazo.
Estes créditos lhes permitem melhorar o solo, aumentar a eficiência produtiva com aquisição de 
máquinas modernas, investir em tecnologias adequadas para suas áreas e investir na aquisição 
de animais para produção pecuária. 
Além disso, nossos amigos nos ensinaram que todas as informações estão disponíveis de ma-
neira pública e que podemos visitar o Manual de Crédito Rural sempre que aparecerem dúvidas 
sobre algo que desejamos pleitear. 
Agora, este é momento de rever alguns pontos importantes de estudo. Siga em frente e faça a 
atividade de aprendizagem. 
Atividade de 
aprendizagem
Iniciaremos agora a atividade de aprendizagem deste módulo. Leia atentamente as perguntas 
antes de respondê-las, caso precise volte no texto e reveja o conteúdo.
Fonte: Gettyimages
pg. 60
Para saber se suas respostas estão certas, acesse o ambiente 
virtual e envie suas respostas obrigatoriamente por lá, assim, 
você terá os feedbacks e gabaritos correspondentes a 
essas questões.
Você terá duas tentativas, sendo que o próximo módulo só 
será liberado após a conclusão dessa atividade dentro do 
ambiente virtual.
1. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é um programa 
federal com o propósito de valorizar a agricultura familiar e auxiliar na melhoria de renda. 
Sobre os critérios para o produtor ser beneficiado pelo Pronaf, uma das regras é que sua 
propriedade não ultrapasse quantos módulos fiscais?
a. dois módulos fiscais
b. três módulos fiscais
c. quatro módulos fiscais
d. cinco módulos fiscais
e. seis módulos fiscais
pg. 61
2. O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) ampara nossos médios 
produtores. Segundo suas regras, para ser enquadrado no programa um produtor pode ter 
como receita bruta, somando todas as fontes de renda, no máximo qual valor? 
a. R$ 1.500.000,00
b. R$ 430.000,00
c. R$ 800.000,00
d. R$ 3.000.0000,00
e. R$ 2.000.000,00
3. O Plano Safra é um programa federal que oferece recursos financeiros para atividades agrí-
colas de pequenos, médios e grandes produtores brasileiros. O ano agrícola que contempla 
o período de vigência do Plano Safra corresponde ao período: 
a. 1º de janeiro até 31 de dezembro de cada ano.
b. 1º de abril até 31 de março de cada ano. 
c. 1º de junho até 31 de maio de cada ano. 
d. 1º de julho até 30 de junho de cada ano. 
e. 1º de agosto até 31 de julho de cada ano. 
 
Continua com alguma dúvida? Valerá muito retomar os conteúdos que a atividade de aprendi-
zagem mostrou que você precisa fixar melhor. Depois disso, nos encontraremos no Módulo 3 – 
Políticas que fortalecem o agro. Vamos nessa?
pg. 62
Fonte: Gettyimages
Módulo 3 
Políticas que 
fortalecem o agro
Este é o momento de conhecer as políticas que fortalecem o agro! Aceita o convite para 
estudar esse tema? Vamos nessa!
Lembra-se dos amigos da comunidade Guarani? Pois é, até aqui, os primos Moisés e Amanda nos 
ajudaram a aprender sobre o crédito rural, o Pronaf, o Pronamp e a agricultura empresarial. 
Agora, eles conversam com o “seu” Bruno porque querem informações sobre a gestão de riscos, 
pois se acostumaram a ouvir sobre o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROA-
GRO) e o Seguro Rural, e achavam que eram a mesma coisa. 
E você? Acha que PROAGRO e Seguro Rural são a mesma coisa?
pg. 63
Veremos isso no decorrer do nosso estudo, mas já de início uma notícia: podemos dizer que o 
Seguro Rural, o PROAGRO e a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) são exemplos de 
ações de política agrícola que têm forte influência na vida do produtor rural. 
Então, após estudo deste Módulo 3, você analisará o que é política de gestão de riscos e como 
ela funciona; diferenciará o Seguro Rural do PROAGRO; conhecerá a Política de Garantia de Pre-
ços Mínimos, e reconhecerá a importância da atuação da Embrapa na participação da elaboração 
de políticas públicas.
Siga adiante!
Fonte: Gettyimages
Aula 1 
Gestão de riscos
Você, sem dúvida, sabe que as atividades agropecuárias envolvem riscos que podem atrapalhar 
a produção, não é mesmo? Pode ser um período de estiagem ou uma praga, por exemplo. Mas 
você sabia que é possível se preparar para esses riscos? Isso é a chamada gestão de riscos, e 
existem políticas para apoiar nessa ação. 
Moisés e Amanda queriam mais informações sobre isso e procuraram em fontes oficiais. Desco-
briram que, quando realizamos a atividade agropecuária, podemos encontrar três tipos de riscos: 
biológicos, climáticos e de mercado. Vamos conhecer cada um deles.
pg. 64
1
2
3
Riscos de mercado
São exemplos de riscos de 
mercado oscilação de preço 
causada pelo excesso de oferta ou 
baixa demanda do produto nos 
mercados nacional 
e internacional.
São exemplos de riscos biológicos 
ataque de pragas, doenças e 
infestação de plantas invasoras 
resistentes.
São exemplos de riscos 
climáticos estiagem 
prolongada, granizo, chuva em 
excesso, variação extrema de 
temperatura, entre outros
Para manter os riscos em níveis aceitáveis, foram criados programas para auxiliar a manutenção 
das atividades, mesmo que o produtor tenha algum fator de risco atuando na propriedade, como 
a possibilidade de uma estiagem prolongada, por exemplo. Então, vamos conhecer o Seguro 
Rural e o PROAGRO. 
O que é o Seguro Rural
O Seguro Rural teve início na década de 1950. As tentativas de emplacar uma contratação de 
seguro sempre esbarraram na viabilidade econômica para as seguradoras e no alto preço de 
prêmio pago pelo produtor. Esse prêmio é o valor pago pelo produtor rural (chamado de segura-
do) para contratar o seguro.
Foi apenas a partir da regulamentação, pela Lei nº 10.823, de 2003, que o processo de contrata-
ção cresceu, sendo incentivado ano a ano. Essa lei trata da subvenção econômica ao prêmio do 
Seguro Rural e dá outras providências, ordena e organiza o funcionamento do Seguro Rural no 
Brasil. A partir dela, a melhoria dos tipos de seguro ofertados também os tornou mais atrativos e 
gerando novos adeptos a cada ano. 
Riscos biológicos
Riscos climáticos
pg. 65
Fonte: Shutterstock
O Seguro Rural é um instrumento de 
política agrícola muito importante para o 
produtor rural. É um seguro de vida dos 
produtores e também cobre atividades 
pecuárias, aquícolas e florestais, o patri-
mônio do produtor e os produtos, e lida 
com crédito para a comercialização 
dos produtos.
O seguro de vida tem vigência durante 
a operação de crédito rural e garante 
a quitação da operação se o produtor 
falecer, não deixando a dívida para 
os herdeiros. 
O governo mantém o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), criado para 
oferecer incentivo à contratação de seguros para reduzir os riscos a níveis aceitáveis. Essa sub-
venção varia de acordo com cada cultura e é atualizada periodicamente.

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