Buscar

Revista ABRADA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

ABRADA • 1
VOLTAR AO
ÍNDICE
VOLTAR AO
ÍNDICE2 • ABRADA
VOLTAR AO
ÍNDICE
A ABRADA - Academia Brasileira de Direito do Agronegócio - nasceu com o sonho de levar o Direito para a realidade do 
Agronegócio brasileiro - Como nunca.
Foi um longo caminho até aqui. Hoje, a maior escola de Direito do Agronegócio no Brasil segue concretizando aquele 
sonho antigo, através da dedicação conjunta de cada um dos nossos mais de 800 membros, de todos os 26 estados do 
país, além do Distrito Federal. 
O nosso foco está na prática, nas soluções jurídicas aplicáveis, que fazem a diferença na vida do Produtor Rural, das 
Empresas do Agro, do Trabalhador Rural, do Agricultor Familiar, das Cooperativas Agrícolas, Associações, e Prestadores 
de Serviços que fazem o Agronegócio Brasileiro acontecer.
Sabemos que toda colheita, tem o seu plantio. Foi assim, plantando, com o pé na terra, raízes fortes e sólidas, que nos 
tornamos a ABRADA que você vê hoje.
Aqui, nunca foi sobre números. Essa colheita bonita que você já conhece bem é fruto de um plantio que sempre foi 
cultivado pensando nas pessoas.
Seguimos com foco no nosso propósito em comum, que nos une em uma mesma direção: Valorizar, simplificar e 
compartilhar conhecimento com o intuito de proporcionar noites tranquilas de sono para aqueles que acordam na 
madrugada, faça chuva ou sol, para colocar comida na mesa de cada um de nós.
O agro precisa de soma, e não divisão. Quebramos uma cultura inteira de um Direito distante, que fala mais sobre si mesmo 
do que sobre o outro, para seguir nesse plantio conjunto, de quem sabe que solução sem implementação, é só burocracia. 
Nossa essência? A crença absoluta de que conhecimento só é válido, se compartilhado - sem medo de entregar o ouro. Tudo 
que for feito pela ABRADA, será sempre feito para você, como se fosse para mim e para alguém da minha família. Aqui, a 
transparência é nosso principal pilar. Estamos prontos para sorrir cada um dos seus sorrisos e montar um palco para te 
aplaudir de pé. Não existe espaço para medo do sucesso na Família ABRADA, aqui, quando um ganha, todos ganham. 
 Convido você a compartilhar um pouco do que é fazer parte da Família ABRADA, um pouco do nosso amor pelo agro, e de 
toda essa partilha de quem sabe que quando o bolo cresce, a fatia de todo mundo aumenta. Sinta-se em casa, somos família.
APRESENTAÇÃO
Luis Adriano Martins Romanni, sócio-fundador da Academia Brasileira de Direito 
do Agronegócio (ABRADA), sócio-fundador da Banca Martins Romanni Advogados 
Associados, advogado com atuação exclusiva no Agronegócio, especialista 
em Direito Cível/Empresarial, Mestre, Professor de cursos de Extensão e 
Pós-Graduação pelo Brasil e Produtor Rural.
LUIS ADRIANO 
MARTINS ROMANNI
Sócio fundador da ABRADA
Lorrane Martins Romanni, sócia-fundadora da Academia Brasileira de Direito do 
Agronegócio (ABRADA), sócia da Banca Martins Romanni Advogados Associados, 
advogada com atuação especializada em Assessoria Trabalhista no Agronegó cio, 
especialista em Direito e Processo do Trabalho, graduada em Psicologia, MBA em 
Gestão Empresarial (FGV), mestranda, produtora rural.
LORRANE
MARTINS ROMANNI
Sócia fundadora da ABRADA
ABRADA • 3
4 • ABRADA
ÍNDICE Clique no título do artigo e vá direto para a página correspondente
Conheça a Abrada .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................6
A importância do advogado do agronegócio no mundo das commodities ...........................................................................................................................................................................................................7
A quem é destinado o PRONAF? ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................7
A evolução da rastreabilidade de bovinos .........................................................................................................................................................................................................................................................................................8
Comprei a terra e não registrei, e agora? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................9
O agronegócio: a sua inserção nas redes sociais e no mundo das tecnologias digitais ........................................................................................................................................................................... 10
A urgente e necessária reforma da legislação pátria que trata dos contratos agrários ..............................................................................................................................................................................11
Governança familiar no agronegócio ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................12
Patrimônio rural em afetação e a cédula imobiliária rural ..................................................................................................................................................................................................................................................12
A importância dos investimentos para potencializar o desenvolvimento sustentável do campo .....................................................................................................................................................13
O que significa o termo “washout” e qual a viabilidade jurídica 
da renegociação contratual na impossibilidade de entrega em contratos de venda futura...................................................................................................................................................................14
Responsabilidade do arrendatário pelo mal uso do imóvel rural .................................................................................................................................................................................................................................. 15
A impossibilidade de penhor na pequena propriedade rural ........................................................................................................................................................................................................................................... 16
Quebra de contrato por falta de insumos: safra 2021/2022, quem está seguro juridicamente? ....................................................................................................................................................... 16
Advocacia preventiva nas relações rurais de trabalho ...........................................................................................................................................................................................................................................................17
A importância do esg no agronegócio ................................................................................................................................................................................................................................................................................................17Agricultura familiar x agricultura em família .................................................................................................................................................................................................................................................................................. 18
Aposentadoria do segurado especial rural: tenho direito? ................................................................................................................................................................................................................................................ 19
Uma análise da gestão de riscos na pecuária de corte ........................................................................................................................................................................................................................................................20
A negociação e o agronegócio ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................21
Regularização fundiária rural e o desenvolvimento econômico ...................................................................................................................................................................................................................................22
A importância do alongamento da dívida rural ............................................................................................................................................................................................................................................................................23
A importância da adequação à LGPD por parte dos sindicatos e cooperativas rurais ...............................................................................................................................................................................23
A tributação no agronegócio – atividades rurais .......................................................................................................................................................................................................................................................................24
A cpr como instrumento hábil ao fortalecimento do crédito rural ..............................................................................................................................................................................................................................25
A importância da agricultura para erradicação da fome no mundo ...........................................................................................................................................................................................................................26
A importância do estudo do ganho de capital antes da alienação do imóvel rural ........................................................................................................................................................................................27
Seguro rural e a venda casada ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................27
Agronegócio 5.0: O alimentarismo e o direito alimentarista no sistema alimentar .......................................................................................................................................................................................28
Coffee coin, a criptomoeda brasileira lastreada em café ...................................................................................................................................................................................................................................................29
A moratória da soja ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 30
A nova NR 31: a norma que conversa com a realidade do campo ................................................................................................................................................................................................................................31
Contrato de arrendamento e o aspecto polêmico da determinação de prazo inferior a 3 anos........................................................................................................................................................32
Contratos agrários: retomada do imóvel ......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 33
FIAGRO: uma visão geral dos fundos de investimento nas cadeias 
produtivas agroindustriais e seu potencial para a expansão do agronegócio nacional ............................................................................................................................................................................................................33
Holding: o sistema amigo do produtor rural .................................................................................................................................................................................................................................................................................. 34
A importância do plano safra para a análise 
de possíveis irregularidades nas contratações de crédito rural ................................................................................................................................................................................................................................... 35
Quem não registra não é dono! A importância do registro 
de títulos e documentos em cartório de imóveis para o agronegócio ................................................................................................................................................................................................................... 36
A importância da atuação preventiva e extrajudicial para o agronegócio ............................................................................................................................................................................................................37 
A LGPD para o pequeno produtor rural ............................................................................................................................................................................................................................................................................................ 38
O produtor rural e a aplicabilidade do código de proteção e defesa do consumidor ................................................................................................................................................................................. 38
Contrato garantia guarda-chuva ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 39
ABRADA • 5
Doações de produtores rurais para partidos políticose candidatos em campanha eleitoral: qual o limite? ......................................................................................................................... 40
Aposentadoria híbrida: quem se enquadra? ...................................................................................................................................................................................................................................................................................41
A segurança jurídica e a multidisciplinaridade da assessoria interna nas empresas ...................................................................................................................................................................................42
Governança familiar no agro: o sucesso para a empresa familiar rural ...................................................................................................................................................................................................................42
Recebi uma proposta de arrendamento mais vantajosa: como devo proceder? .......................................................................................................................................................................................... 43
CPR Verde: incentivo à preservação ambiental e renda ao produtor rural ......................................................................................................................................................................................................... 45
O que você precisa saber sobre sucessão, planejamento e impostos ................................................................................................................................................................................................................... 46
As 5 maiores dúvidas sobre fornecimento de moradia e alimentação no agro ...............................................................................................................................................................................................47
Dívida rural: como reverter a situação do produtor?...............................................................................................................................................................................................................................................................47
A agricultura familiar e sua importante relação com o direito previdenciário .................................................................................................................................................................................................. 48
Por que o produtor gira no CPF?............................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 48
Agricola Romanni - Tradição ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 49
Arrendamento x locação: qual utilizar no meio rural? ...........................................................................................................................................................................................................................................................50
Crédito rural: renegociação ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................50
Aplicação da nova lei do superendividamento para o produtor rural ....................................................................................................................................................................................................................... 51
A importância de um planejamento patrimonial sucessório no agronegócio ...................................................................................................................................................................................................52
Possibilidades em relação ao planejamento sucessório no meio rural .................................................................................................................................................................................................................. 53
O direito à alimentação como direito fundamental 
e a importância da rastreabilidade para a segurança alimentar e a agricultura sustentável ................................................................................................................................................................ 54
Ambientais e a área rural consolidada no Vale do Ribeira ................................................................................................................................................................................................................................................ 55
Venda de imóvel rural sem a notificação prévia ao arrendatário................................................................................................................................................................................................................................. 55
A regularização fundiária prevista no decreto 62.504 de 1968 ................................................................................................................................................................................................................................... 56
A cultura de proteção de dados no agronegócio ..................................................................................................................................................................................................................................................................... 56
O direito de prorrogação de rurais após as alterações do manual de crédito rural .......................................................................................................................................................................................57
Panorama de oportunidades no agronegócio sob a ótica jurídica............................................................................................................................................................................................................................. 58
Ecoinovação no agronegócio e a proteção do meio ambiente .................................................................................................................................................................................................................................... 59
NR 31: questões culturais engessadas na sociedade ..........................................................................................................................................................................................................................................................60
Arbitragem no agronegócio: um caminho célere na resolução de conflitos ...................................................................................................................................................................................................... 61
Introdução do seguro rural: cuidados para não ter a indenização negada ..........................................................................................................................................................................................................62O planejamento sucessório e suas nuances ................................................................................................................................................................................................................................................................................ 63
IA: limítrofe ou extremo?............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 63
Os impactos da ausência da regularização fundiária no agronegócio .................................................................................................................................................................................................................... 64
Regularização do imovel rural ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 65
O regramento do arrendamento rural à pessoa estrangeira .......................................................................................................................................................................................................................................... 66
Rédito rural: dilemas vivenciados no dia a dia do produtor rural ...................................................................................................................................................................................................................................67
Cédula de crédito rural verde uma nova modalidade de crédito ................................................................................................................................................................................................................................68
Seria possível um ipva rural de máquinas agrícolas e tratores? ................................................................................................................................................................................................................................... 69
A contribuição do produtor rural na agenda 2030 da onu para o desenvolvimento sustentável .................................................................................................................................................... 69 
Planejamento tributário e os benefícios fiscais para o agronegócio ....................................................................................................................................................................................................................... 70
A importância do pronaf (programa nacional de fortalecimento 
da agricultura familiar) para promoção e ampliação da participação feminina no campo .......................................................................................................................................................................71
Regularização fundiária rural: direito ou promessa? ...............................................................................................................................................................................................................................................................72
O papel da aviação agrícola para a produtividade agroindustrial .................................................................................................................................................................................................................................73
A função social da terra e o usucapião rural ..................................................................................................................................................................................................................................................................................74
Certidão de cadeia dominial .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................75
Holding rural: importante mecanismo para a preservação do legado .....................................................................................................................................................................................................................76
A segurança alimentar e nutricional e a agricultura familiar .............................................................................................................................................................................................................................................76
Especialidade de assessoria e consultoria jurídica para o produtor rural ..............................................................................................................................................................................................................77
A melhor pós-graduação em direito do agronegócio do brasil .....................................................................................................................................................................................................................................79
6 • ABRADA
VOLTAR AO
ÍNDICE
A Academia Brasileira de Direito 
do Agronegócio é a maior escola 
de Direito do Agronegócio no 
Brasil, com foco na especialização 
constante de profissionais que 
buscam pelo aperfeiçoamento 
prático no Direito do Agro.
O QUE OS MEMBROS ABRADA RECEBEM?
Os Membros da ABRADA têm acesso a um curso novo a cada mês, 
sempre com um especialista no Direito do Agronegócio. Todos os 
meses o curso aborda uma temática diferente e atual. Além do curso 
mensal, e todo o conteúdo anterior gravado, os membros têm acesso 
a uma pasta de material base completa, com diversos modelos de 
contratos, pareceres, peças, e também a comunidade secreta do 
facebook, exclusiva para Membros ABRADA. Muito mais do que um 
portal de cursos, dentro da ABRADA, somos uma família. A partilha 
é verdadeira, e é o nosso maior ativo. Para ser um membro, é um 
pré-requisito que você esteja pronto para compartilhar.
QUAL O PROPÓSITO DA ABRADA?
O crescimento profissional de cada Membro, através de uma 
comunidade integrada, no qual temos partilha, contribuição, 
conhecimento e crescimento contínuo, em um espaço livre de 
críticas e julgamentos.
COMO FUNCIONA O ACESSO DOS MEMBROS?
O Acesso da ABRADA é completamente online, do conforto da sua 
casa por meio de login e senha que são recebidos no seu e-mail a 
partir da confirmação do pagamento.
QUEM PODE SER MEMBRO ABRADA?
Advogados, bacharéis e estudantes que desejam se especializar no 
Direito do Agronegócio, sendo reconhecidos pelo seu trabalho.
Para ser um Membro ABRADA, você precisa ser uma boa pessoa, 
estar comprometido com seu crescimento profissional e estar pronto 
para compartilhar. Na ABRADA somos Família, em um espaço onde 
um apoia o outro, sorri o sorriso do outro, sem julgamentos. Para 
fazer parte da ABRADA, você precisa estar alinhado com essa nossa 
essência.
QUEM NÃO PODE SER MEMBRO?
Profissionais que se incomodam com o sucesso alheio, que tenham 
dificuldade em compartilhar, que comemoram o erro do outro e que 
acreditam que de alguma forma são melhores do que o outro. Se 
você dói quando o outro sorri, se você quer crescer sozinho, ou está 
buscando apenas mais uma oportunidade para criticar um cole-
ga… Nesse caso, desejamos sucesso na sua jornada, mas a nossa 
Família ABRADA não é paravocê.
QUAIS AS OPÇÕES DE PAGAMENTO PARA ME ASSOCIAR?
O pagamento para ser membro é realizado de forma anual, com 
renovação a cada 12 meses, podendo ser parcelado em até 12 x no 
cartão, ou no boleto bancário para pagamento à vista. Cada membro 
tem seu acesso liberado por 12 meses na família ABRADA a partir da 
data da sua assinatura, sendo renovado anualmente com a garan-
tia de manutenção do mesmo valor pago na primeira anuidade do 
membro para renovações, independente dos reajustes.
QUEM SÃO OS COLUNISTAS DA REVISTA ABRADA?
Todos os colunistas são membros ABRADA, que podem enviar suas 
colunas para a publicação anual na Revista ABRADA - escrita ex-
clusivamente por membros.
FAMÍLIA ABRADA:
• Um curso novo completo todos os meses;
• Uma aula ao vivo mensal “tira dúvidas” com o mesmo 
 professor do curso;
• Mais de 150 horas de aulas e cursos;
• Material base (modelos para suporte no dia a dia);
• Acesso a comunidade fechada do facebook (você pode mandar 
suas dúvidas do dia a dia de trabalho e ajudar outros colegas com 
sua experiência);
• Cursos anteriores gravados;
• Curso “Marco Zero Digital ABRADA” com a prática do marketing 
jurídico;
• Espaço para publicação na Revista Digital ABRADA (Exclusivo para 
membros);
• Certificado de membro ABRADA na sua casa;
• Oportunidade de aplicação para participação como palestrante em 
eventos ABRADA;
• Café com Associado mensal - Roda de conversa ao vivo sobre o 
tema do mês, guiada por um dos membros convidado.
• Faça agora sua inscrição e seja Associado ABRADA:
www.abradaoficial.com.br
CONHEÇA A ABRADA
ABRADA • 7
VOLTAR AO
ÍNDICE
A IMPORTÂNCIA
DO ADVOGADO DO 
AGRONEGÓCIO NO MUNDO 
DAS COMMODITIES
Conheça quais são as principais 
commodities agrícolas, a importância 
de cada uma delas e como o Agro-
negócio relaciona-se com o conceito. 
Como você deve saber, o termo 
commodity significa literalmente 
“mercadoria” em inglês. 
Contudo, trazendo para um contexto 
sobre o comércio internacional, usa-
mos essa palavra para designar todos 
os produtos com qualidade e características semelhantes, desta-
cando-se a importância do advogado nesse contexto. Pois é esse 
especialista que garante o êxito do negócio, oferecendo segurança 
jurídica para o produtor rural (fornecedor) e para o comprador, 
operando em conformidade com a legislação internacional e as 
normas do ICC.
 
COMMODITIES: QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS? 
Vale a pena ressaltar que existem diferentes variedades de commodities e 
que nem todas são agrícolas. Elas podem ser, por exemplo, produtos 
com características homogêneas, como o petróleo, ouro e o minério 
de ferro e denominadas como commodities minerais. Ainda existem 
as financeiras – como os títulos públicos do Governo Federal e as 
moedas, e as ambientais – como a água, a madeira e os créditos de 
carbono. Apesar de diferentes nomeações, existe uma semelhança 
significativa entre todos esses tipos de produtos: nenhum deles passa 
por processo de industrialização. 
QUAL A IMPORTÂNCIA DOS COMMODITIES AGRÍCOLAS?
Assim, as commodities são consideradas produtos primários e são 
responsáveis pelo superávit na balança comercial. O Brasil, por 
exemplo, enquadra-se perfeitamente nesse contexto e depende 
diretamente da exportação das commodities para impulsionar sua 
economia. O país ocupa diversas posições elevadas no ranking inter-
nacional de exportação e produção de diversas commodities agrícolas, 
minerais e ambientais. 
COMMODITIES E RELAÇÃO COM O AGRONEGÓCIO 
Desde os tempos coloniais, o Agronegócio possui um papel im-
portante na economia brasileira. Contemplam diversas atividades 
produtivas associadas tanto à agricultura, quanto à pecuária. Hoje, 
o agronegócio é responsável por cerca de metade das exportações 
brasileiras e corresponde aproximadamente a 23% do PIB nacional. 
Importante salientar que os commodities são negociados nas 
bolsas de valores, como a de Chicago (soja) e a bolsa de Londres 
(açúcar), com cotações baseadas na oferta e demanda. No entanto, 
fatores políticos e econômicos, além de eventos climáticos, podem 
afetar o preço e impactar na economia dos países que dependem 
desse tipo de produto. 
O Agronegócio é o principal exportador de commodities do Brasil. 
Em 2020, o setor teve um saldo positivo de US$ 100,81 bilhões, de 
acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(Mapa). 
Conheça, então, as principais commodities brasileiras:
Soja - O Brasil é o maior exportador de soja do mundo, respondendo 
pela produção da metade de todo o grão consumido globalmente. 
Cerca de 60% da soja embarcada pelo Brasil têm a China como des-
tino.
Açúcar - Atualmente, o país é o maior produtor e exportador mundial 
da commodity. O setor sucroalcooleiro, que engloba o adoçante, a 
cana e o álcool, responde por 10% das exportações do agronegócio. 
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e, na safra 
2020/21, foi responsável pela produção de 654,5 milhões de toneladas 
destinados à produção de 41,2 milhões de toneladas de açúcar e 
29,7 bilhões de litros de etanol. 
Carne Bovina - O Brasil é o maior exportador mundial, com cerca de 
220 milhões de cabeças, o que representa cerca de 14% do total 
do planeta. 
A IMPORTÂNCIA DOS CONTRATOS ESCRITOS E O PA-
PEL DO ADVOGADO
Nesse contexto, é no contrato escrito que será possível pormeno-
rizar os detalhes do negócio, evitando que o desconhecimento da 
lei, ou mesmo a má-fé dos contratantes prejudiquem direitos legais 
do produtor rural e, para tanto, mister se faz a contratação de um 
advogado especialista no Agronegócio e com grande conhecimento 
nas operações de commodities.
A QUEM É 
DESTINADO O PRONAF?
O Programa Nacional de Forta-
lecimento da Agricultura Familiar 
(Pronaf ) foi criado em 1995, pelo 
Governo Federal, após fortes reivindi-
cações, com o objetivo de valorizar a 
Agricultura Familiar e auxiliar na mel-
horia de renda. Antes do Pronaf só 
existiam programas regionais que não 
ofereciam o devido amparo à ativi-
dade desempenhada pelos pequenos 
agricultores.
A criação do Pronaf inaugurou uma nova era para a Agricultura 
Familiar, com uma Política Pública Nacional que garante acesso ao 
crédito para investimento, custeio e industrialização em diferentes 
linhas oferecidas.
PRISCILA PIMENTA
Membro ABRADA
ADALGIZA CORDEIRO
Membro ABRADA
8 • ABRADA
VOLTAR AO
ÍNDICE
O Pronaf veio com a proposta de fortalecer a Agricultura Familiar 
através de aporte financeiro, capacitação e apoio à infraestrutura 
social e econômica dos territórios rurais fortemente caracterizados 
pela Agricultura Familiar.
Nos últimos anos, o Governo Federal vem adotando novas formas 
de suporte, principalmente na área de comercialização (estoques, 
compras, garantia de preços mínimos), assistência técnica e ex-
tensão rural e seguro agrícola.
Atualmente, o público-alvo do programa são os agricultores famili-
ares que possuem parte da renda familiar proveniente da atividade 
agropecuária, detêm ou exploram estabelecimentos com área de 
até quatro módulos fiscais, ou até seis módulos quando se tratar 
de atividade pecuária, que exploram a terra na condição de propri-
etário, meeiro, parceiro ou arrendatário, utilizam mão de obra pre-
dominantemente familiar, residem no imóvel ou em aglomerado 
rural ou urbano próximo, possuem renda bruta familiar de até R$ 60 
mil por ano, como os pescadores artesanais, pequenos extrativistas 
e pequenos aquiculturas.
Ao longo dos anos, foram criados novos grupos dentro do Pronaf, 
com o objetivo de melhor atender os diferentes contextos sociais e 
a heterogeneidade de público que pode ser apoiada pelo crédito do 
programa. Além disso, as rendas para enquadramento e os valores 
limite de financiamento foram sendo atualizados. Hoje, temos uma 
variedade de subprogramas do Pronaf, que veremos adiante, com 
sua destinação:
a) Pronaf Agroindústria: a agricultores e produtores rurais familiares, 
pessoas físicas e jurídicas e a cooperativas para investimento em 
beneficiamento, armazenagem, processamentoe comercialização 
agrícola, extrativista, artesanal e de produtos florestais e para apoio 
à exploração de turismo rural.
b) Pronaf Mulher: à mulher agricultora integrante de unidade familiar 
de produção enquadrada no Pronaf, independentemente do estado 
civil.
c) Pronaf Agroecologia: financiamento a agricultores e produtores 
rurais familiares, pessoas físicas, para investimento em sistemas de 
produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos rela-
tivos à implantação e manutenção do empreendimento.
d) Pronaf Bioeconomia: agricultores e produtores rurais familiares, 
pessoas físicas, para investimento na utilização de tecnologias de 
energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamento hídrico, 
pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura e adoção 
de práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade 
do solo, visando sua recuperação e melhoramento da capacidade 
produtiva.
e) Pronaf Mais Alimentos: a agricultores e produtores rurais 
familiares, pessoas físicas, para investimento em sua estrutura de 
produção e serviços, visando ao aumento de produtividade e à 
elevação da renda da família.
f) Pronaf Jovem: agricultores e produtores rurais familiares, pessoas 
físicas, para investimento nas atividades de produção, desde que 
beneficiários sejam maiores de 16 e menores de 29 anos, entre 
outros requisitos. 
g) Pronaf Microcrédito (Grupo "B"): agricultores e produtores rurais 
familiares, pessoas físicas, que tenham obtido renda bruta familiar 
de até R$ 20 mil, nos 12 meses de produção normal que anteceder-
am a solicitação DAP. 
h) Pronaf Cotas-Partes: para integralização de cotas partes por 
beneficiários do Pronaf associados a cooperativas de produção rural; e 
aplicação pela cooperativa em capital de giro, custeio, investimento 
ou saneamento.
Ao atender os requisitos do programa, o produtor deverá se dirigir 
à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), ou 
ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais para o preenchimento da 
Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), bem como comparecer à 
Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) de seu município para a 
elaboração do Projeto Técnico de Financiamento. 
Este documento descreve a finalidade do crédito, prazos e taxas 
de juros, e é preciso contar com a participação da família. Por fim, é 
preciso entregar os documentos em uma agência bancária que seja 
parceira financeira. Assim que o projeto for aprovado, o empréstimo 
é liberado e o produtor já poderá investir em seu negócio.
A EVOLUÇÃO 
DA RASTREABILIDADE 
DE BOVINOS
A rastreabilidade de bovinos foi insti-
tuída no Brasil em 2002, por forças 
influenciadoras advindas da União 
Europeia, por ser um dos principais 
mercados exportadores de carnes 
brasileiras, exigiu do Brasil a criação 
de sistemas capazes de rastrear a 
procedência animal, bem como as 
características físicas e intercorrên-
cias do animal ao longo da vida, ou 
seja, desde o nascimento até o abate. 
A rastreabilidade foi, então, instituída, por meio da Instrução 
Normativa nº 1, de 09 de janeiro de 2002, com a criação do 
Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovi-
na e Bubalina, o SISBOV (BRASIL, 2002).
ADRIANA SOARES
Membro ABRADA
ABRADA • 9
VOLTAR AO
ÍNDICE
Só depois, foi aprovada a Lei da Rastreabilidade da Cadeia Produtiva 
das Carnes de Bovinos e de Búfalos (Lei nº 12.097/2009), isso 
para satisfazer as exigências de uma das principais exportadoras 
de carnes brasileiras, a União Europeia. A rastreabilidade bovina era 
regida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), mas em 
2018, a gestão da rastreabilidade de bovinos e bubalinos passou a ser 
confiada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). 
Tal sistema, em comento, deve ser encarado como uma forma de 
contribuir para assegurar a saúde animal, a saúde humana e a 
qualidade do alimento. Pois dessa forma, passa-se a ter mais controle 
da qualidade da carne que está sendo levada para mesa da população, 
isso porque a informação da carne deve estar disponível ao 
consumidor, proporcionando confiabil idade do produto 
consumido pela população.
Mormente, a rastreabilidade do animal é feita por meio de um chip 
eletrônico colocado no animal externo ou internamente; o referido 
chip carrega toda a informação de vida do bovino ou bubalino os 
dados são armazenados por um programa, são acessados por um 
sistema instalado, capaz de identificar o animal quando está próximo.
Nisso, é importante ressaltar que a maioria dos consumidores 
brasileiros não tem conhecimento a respeito da rastreabilidade da 
carne consumida, sabe por quê? Porque trata-se de um sistema 
relativamente novo, voltado para cumprir exigências normativas 
globais de exportação! Deste modo, apesar da grande importân-
cia da rastreabilidade em registrar e identificar o rebanho, desde a 
desmama até o abate, a adesão ao serviço de rastreabilidade pelos 
produtores rurais é voluntária. Sendo obrigatória apenas em caso de 
comercialização para mercados que exijam a rastreabilidade.
Nota-se que não há penalidades aos produtores que não aderirem à 
rastreabilidade de animais, mas aquele que aderir recebe uma bon-
ificação na venda dos animais, pois há uma valoração de até 4%, no 
valor da arroba.
Assim, essa valoração acaba incentivando os produtores a aderir o 
rastreio, desse modo, as vantagens de rastrear até o momento são 
unicamente a pequena valorização no preço do animal em relação a 
venda para o abate. 
Mas ainda não há incentivo governamental para que mais produ-
tores se adequem ao sistema de rastreamento, pois todo processo 
de sistematização para o rastreio e profissionais habilitados para 
operar os sistemas eletrônicos, possui valor elevado e os pecuaris-
tas têm arcado com custo o que acaba sendo inviável aos pequenos 
produtores aderir ao sistema de rastreabilidade.
Por fim, é importante para a população ter conhecimento da quali-
dade da carne que está consumindo. Ao passo que a rastreabilidade 
de vegetais que se tornou obrigatória em meados deste ano, a ra-
streabilidade de bovinos está longe de seguir os mesmos passos, 
pois ainda não é obrigatória, ficando os pecuaristas livres para de-
cidir se adere ou não a rastreabilidade dos seus animais. 
COMPREI A TERRA 
E NÃO REGISTREI, E AGORA?
O brasileiro, mais do que nenhum outro 
povo, tem uma relação muito próxima 
aos imóveis. É difícil encontrar um 
homem ou mulher de bem neste país 
que não tenha o sonho de comprar 
um novo imóvel, seja ele residencial 
para dar mais conforto à família, seja 
rural/comercial, no intuito de aumen-
tar as possibilidades de investimento 
e retorno.
Assim, pode ser por puro lazer, afinal de contas, um apartamento 
novo em Balneário Camboriú para aproveitar as próximas férias, 
certamente não seria má ideia. Bem, a questão é que diversas 
obrigações jurídicas se relacionam com a compra de um imóvel.
Importante considerar que, o direito que o comprador busca defend-
er quando o assunto é aquisição de imóveis, obviamente, refere-se 
a propriedade sobre o bem. Quer dizer, não é preciso ser um doutor 
jurista para chegar a tal conclusão, entretanto, o grande melindre da 
questão que causa confusão é a dúvida sobre qual documento que, 
de fato, resguarda a propriedade.
Desde já, antecipo que o documento que garante propriedade é o 
REGISTRO DO IMÓVEL no cartório competente. Temos, então, que 
nenhum outro documento substitui o registro, assim, a escritura 
pública de compra e venda, por si só, não garante propriedade, o 
registro feito nas prefeituras e no Incra não garante propriedade. Tal 
questão é bem delimitada no art. 1.227 e art. 1.245 do Código Civil, 
onde fica claro que a transferência de propriedade se dá pelo regis-
tro do título translativo no Registro de Imóveis. Assim, o registro do 
imóvel é o registro de direito, enquanto que o registro das prefeitu-
ras e do Incra dizem respeito a registro meramente administrativo 
ou fiscal.
Pois bem, você leitor deve estarpensando: “se o que garante a pro-
priedade é o registro de imóvel, por que eu tenho que fazer a escri-
tura pública de compra e venda?” Bem, o art. 108 do Código Civil 
atribui a escritura pública como quesito essencial para a validade 
de negócio jurídico que envolva imóvel com valor superior a 30 
(trinta salários mínimos). Sintetizando, no Direito brasileiro, a escrit-
ura pública é o instrumento que permite e viabiliza a constituição 
do direito real sobre imóvel que se dará pelo registro no cartório.
O registro do imóvel, portanto, é obrigatório. A questão que fica: 
“qual a sanção caso não registre meu imóvel?”. Na verdade, não 
existe sanção, não tem prazo para se registrar um imóvel depois da 
lavratura da escritura pública de compra e venda, e o ônus se 
encontra no risco de não se fazer o registro. 
Exemplo claro: cliente que, no momento da compra não recaia sobre 
AFONSO CORRÊA 
Membro ABRADA
10 • ABRADA
VOLTAR AO
ÍNDICE
o imóvel qualquer ônus, lavrou-se a escritura, mas o cliente não 
registrou. Veio uma execução judicial sobre o antigo dono que 
acabou penhorando o imóvel. Com isso, tornou-se proprietário de 
um imóvel penhorado. 
Outro caso, o cliente comprou um imóvel sem qualquer ônus, 
lavrou-se a escritura, mas também não registrou. Pois bem, foi 
interposto por um dos ex-proprietários ação de rescisão de contrato em 
face do vendedor, determinando o juiz pelo bloqueio da matrícula 
do imóvel impedindo novos registros, ou seja, quando o cliente 
comprador foi registrar, ficou impossibilitado por restrição que não 
existia no momento da compra.
Problemas no registro do imóvel ficam mais evidentes quando se 
analisa os efeitos econômicos sobre isso, ou seja, um imóvel com 
entrave na documentação fica limitado, na medida em que não é 
possível dar em garantia para empréstimos bancários, além de 
desvalorizado, na medida em que a falta de justo título deprecia o 
valor do bem podendo, inclusive, afastar possíveis compradores.
É possível verificar que existem diversos riscos ao comprar um 
imóvel, justamente por essa falsa sensação de segurança que o 
comprador tem no momento da tradição, ou seja, depois da entrega 
das chaves tudo fica bem. Não caia nessa, meu caro amigo leitor. 
Avalie os riscos, consulte um advogado e sempre registre seu imóvel.
O AGRONEGÓCIO E A SUA 
INSERÇÃO NAS REDES 
SOCIAIS E NO MUNDO DAS 
TECNOLOGIAS DIGITAIS
Considerando a sociedade da infor-
mação que rege o mundo atual, as 
Redes Sociais modificaram a forma 
de trabalho tradicional, dinamizando 
as relações. Utilizadas por grande 
parte da população, elas se tornaram 
imprescindíveis para fins comerciais e 
de acesso à informação.
Assim, o trabalho junto às redes sociais 
e lojas virtuais, além de gerar lucros 
astronômicos para a empresas como Google e Facebook, chegando 
na casa dos bilhões de dólares por ano, também oportuniza muitas 
pessoas a investirem em perfis e se sustentarem desses. Não resta 
dúvida , as redes sociais são mais assistidas e acompanhadas que os 
meios de comunicação tradicionais, como rádio e televisão.
A Lei 12.965/2014, que estabelece princípios, garantias, direitos e 
deveres para o uso da Internet no Brasil, tem como exemplo seu art. 
4º, que em síntese, versa ser seu objetivo a promoção da internet a 
todos, acesso ao conhecimento, inovação, difusão de novas tecno-
logias e adesão a padrões tecnológicos abertos que permitam 
a comunicação, a acessibilidade e a interoperabilidade entre 
aplicações e bases de dados.
Sendo que a transformação digital é uma realidade capaz de alavan-
car ainda mais o agronegócio.
Com o advento da Agricultura 4.0, que é a inserção das tecnologias 
de ponta capazes de potencializar a produção, o trabalho no campo 
torna-se mais colaborativo, criativo e circular, abrindo mais espaço 
para reutilização de recursos, resíduos e otimização de insumos.
A utilização das redes sociais no Agronegócio gera a possibilidade 
de mais visibilidade, fazendo com que o produtor possa divulgar e 
vender seus produtos sem a necessidade de intermediários, através 
de seu perfil ou seu próprio Marketplace, momento em que se torna 
imprescindível a assessoria jurídica.
A exemplo disso, é importante frisar que apesar da dúvida de muitos 
sobre a validade jurídica do contrato digital, ele já é uma realidade 
prevista, inclusive, desde 2001, com a edição da Medida Provisória 
2.200-2.
Os contratos digitais são extremamente simples e facilitam as nego-
ciações pela sua enorme abrangência, agilidade e segurança, garan-
tidos pela criptografia dos certificados digitais, mais seguros que os 
contratos manuscritos.
Com as redes sociais, a exemplo do WhatsApp, Instagram dentre 
outras, é possível formalizar contratos válidos; são os chamados 
Contratos Eletrônicos Interpessoais, que levam em conta a vontade 
 humana pela simples troca de mensagens que demonstram a 
proposta, o aceite e as condições da negociação.
Nasce, então, em conjunto com a tecnologia e as redes sociais, a 
possibilidade da utilização de diversos contratos eletrônicos, como 
o Contrato Eletrônico Interativo, aquele utilizado pelas lojas virtuais, 
consistindo na aderência por um simples clique no site ou aplicativo, 
após aceitação das condições pré definidas. Nessa forma contratual, 
temos de um lado, uma automação, ou seja, um site ou aplicativo, e 
de outro, um sujeito de direito, ou seja, uma pessoa, que ao finalizar 
a compra, fazer o pagamento e autorizar a transferência de seus da-
dos, firma o chamado Contrato Eletrônico Interativo.
Nesse sentido, a utilização das redes sociais no Agronegócio é uma 
realidade incontestável. Um estudo realizado no ano de 2020, pela 
MCKINSEY, revela que 85% dos produtores rurais utilizam as redes 
sociais para resolver questões ligadas à agricultura e mesmo nos 
grupos de menor alfabetização, 1 a cada 3 produtores rurais já 
considera a venda de parte da produção online.
ALEX RISKI
Membro ABRADA
ABRADA • 11
VOLTAR AO
ÍNDICE
Há, então, muito potencial para o crescimento da utilização das re-
des sociais e demais ferramentas tecnológicas no Agronegócio, 
minimizando, assim, custos e riscos e maximizando consideravel-
mente os ganhos financeiros, se inserindo, desse modo, a assesso-
ria jurídica digital, fundamental para a segurança desse novo modelo 
de relação no campo. 
A URGENTE E NECESSÁRIA 
REFORMA DA LEGISLAÇÃO 
PÁTRIA QUE TRATA DOS 
CONTRATOS AGRÁRIOS
O Agronegócio brasileiro abastece a 
mesa do consumidor no país e ain-
da exporta para cerca de 170 países, 
sendo um dos responsáveis pela se-
gurança alimentar mundial.
Mas todo esse resultado não surgiu 
da noite para o dia. A tenacidade e de-
terminação dos produtores rurais em 
enfrentar barreiras e desestímulos 
foram fatores determinantes para o 
desenvolvimento da atividade. Assim, não há como negar a evolução 
do Agronegócio brasileiro nos últimos anos. Infelizmente, não se 
pode dizer o mesmo da legislação que regula o setor. 
Os produtores rurais enfrentam no dia a dia um grande número de 
controle em suas ações, frutos das limitações impostas, principal-
mente, pelas disposições da Lei 4.504 de 30/11/64 (Estatuto da Terra), 
e do Decreto nº 59.566 de 14/11/66, que acabam por atravancar 
as relações jurídicas, principalmente no que se refere a intervenção 
do Estado nos contratos agrários mais utilizados por quem utiliza a 
terra, notadamente o arrendamento e a parceria rural.
A regulação trazida pelo Estatuto da Terra e pelo Decreto 59.566/66 
evidenciam o dirigismo estatal no sentido de tutelar o direito dos 
mais hipossuficientes, limitando a liberdade de contratar. No 
entanto, se na época da promulgação destas leis, a necessidade 
era a proteção da pequena agricultura, hoje, há uma realidade total-
mente diversa em que o arrendatário não é mais, necessariamente, 
a parte vulnerável da relação jurídica.
O problema é que ao tentar proteger o pequeno produtor, a legis-
lação atual engessa também o médio e o grande, que se vêem 
tolhidos de sua autonomiaem negócios corriqueiros que envolvem 
o arrendamento e a parceria, já que são normas de ordem pública, 
que não podem ser contornadas pela autonomia da vontade.
Entre os entraves trazidos pela legislação estão a fixação de prazos 
mínimos, a impossibilidade de fixar o preço do arrendamento em 
produto e o Direito de preferência.
Ao fixar o prazo mínimo de 03 anos para a vigência dos contratos, a 
legislação impede a realização de acordos conforme o modelo de 
negócio das partes, que poderiam entender, dadas as condições 
da área o tipo de exploração, pela possibilidade de um prazo menor 
para a avença.
Outro problema trazido pela legislação diz respeito à proibição de 
se fixar o preço do arrendamento em produto, já que a maioria das 
negociações no meio rural são realizadas com o preço fixado em 
quantidade de produto, pois essa é a real moeda do produtor. É im-
portante apontar que o ambiente de negócios do Agro é, em regra, 
calculado em produto, assim, sacas, cabeças, arrobas, bushel, etc, 
pois são termos corriqueiros nas mesas de negociação. 
Além disso, a fixação do preço em produto é bom tanto para o pro-
prietário/arrendador, que poderá barganhar e vender o produto 
recebido quando achar conveniente, quanto para o produtor/arren-
datário, que não vai precisar transformar a produção em dinheiro 
para pagar o arrendamento.
Por fim, temos o Direito de preferência, que pode levar ao absurdo 
de que talvez o arrendador nunca mais consiga tirar o arrendatário 
da área em razão de que, mesmo que as partes pactuem ao con-
trário, poderá ser alegada a nulidade da cláusula para que de fato 
se estabeleça uma relação jurídica, talvez, infindável, pois a moro-
sidade do poder judiciário pode levar o arrendatário a ficar o dobro, 
ou até três vezes mais na área, enquanto as partes estão discutindo 
em juízo não só o direito de preferência mas também a questão do 
direito de retenção pelas benfeitorias. 
Estas imposições trazidas pela legislação são tão controvertidas que 
não há um consenso nem mesmo na doutrina e jurisprudência pátri-
as, com posições que apontam para lados absolutamente diversos, 
umas ratificando o que está na lei, e outras, flexibilizando a norma, o 
que gera, sem dúvidas, uma total insegurança jurídica. 
Não é aceitável que o setor da economia brasileira que mais cresce, 
fique a mercê de entendimentos doutrinários e jurisprudenciais. 
Portanto, passou da hora de se revisar a atual legislação agrária, no 
sentido de torná-la compatível com os fatos sociais existentes. Do 
ponto de vista prático, o Estatuto da Terra e o Decreto 59.566/66, da 
forma como estão vigentes, inviabilizam um ambiente de negócios 
saudáveis, gerando absoluta insegurança jurídica e uma sobrecarga 
de judicialização de contratos plenamente adequados com a reali-
dade do Agronegócio.
ALINE FICAGNA
Membro ABRADA
12 • ABRADA
VOLTAR AO
ÍNDICE
GOVERNANÇA FAMILIAR 
NO AGRONEGÓCIO
Nos últimos anos, observou-se uma 
mudança radical no campo, com re-
flexos na economia e na esfera social 
em todo o mundo. A pergunta que se 
faz é: o que o mundo espera do futuro 
do Agronegócio?
Para a FAO (Organização das Nações 
Unidas para a Alimentação) e a OCDE 
(Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico), o Brasil será responsável pela dis-
tribuição de alimentos no mundo em 41%, até 2050, isso se dá pela 
disponibilidade de solo, luminosidade, pelas reservas hídricas, mão 
de obra e inovação. 
Este crescimento pujante está ligado à grande agricultura, que en-
volve famílias (na grande maioria), as quais desenvolvem projetos de 
grande e médio porte, e sem dúvidas, a gestão transparente, a clare-
za e a cooperação estão dentre os pilares desta Agricultura Familiar.
No entanto, poucas famílias do Agronegócio se preocupam com o 
futuro, estima-se que somente 19% das famílias se atentam a profis-
sionalização e a capacitação dos herdeiros, prejudicando a transpar-
ência e a abertura para a perpetuidade dos negócios.
Para almejarmos os ganhos, temos que preparar a eficiência. A pro-
priedade é uma empresa, mas se não tiver um conjunto de pessoas 
capacitadas no trabalho, não teremos o êxito esperado.
Portanto, o trabalho mais importante, atualmente, é “abrir a mente” 
dos produtores para a sucessão familiar, transformando os 
herdeiros em verdadeiros sucessores, objetivando a perpetuação 
dos negócios de forma centenária.
Um exemplo de sucessão é da empresa familiar Gerdau (120 anos), 
a qual sempre teve sucesso no planejamento dos negócios, e so-
mente hoje, investiu em um executivo para dar continuidade aos 
negócios, da mesma forma, ocorre no comércio em geral, onde ex-
istem diversos casos de longevidade de empresas familiares.
Mas no campo, quais são as referências que falam em sucessão? 
Quem pode assumir e quem for assumir, como vai se preparar? 
Quem trabalha no improviso, não gera renda e não consegue se 
desenvolver. A história e o entendimento científico sobre as culturas 
envolvidas é essencial para o sucesso longevo no Agronegócio, e 
fazer gestão e inovação dentro de todos os setores, é basilar.
Assim, é preciso levar informações e conhecimento, não apenas em 
relação ao setor e na atividade que cada um desempenha na ter-
ra, mas sim, em relação ao que envolve tudo isso, olhar a frente de 
quem vai continuar fazendo isso melhor.
Na linha de melhorar a sociedade familiar através da governança 
corporativa, temos 6 (seis) pilares: a ética e integridade, diversidade 
e inclusão, ambiente e social, inovação e transformação, transparên-
cia e prestação de contas e conselhos do futuro.
O objetivo é que a harmonia envolva os fundadores e sucessores, 
como um processo de ganha ganha, pois ganha a empresa, os em-
pregados, a família e o negócio, que reflete em perenidade.
Podemos simplificar a Governança Familiar em ferramentas, estru-
turas e processos que organizam os membros da família entre si, 
gerando coordenação e sincronização, desenvolvendo os mesmos 
objetivos, de forma pacificada, resultando, então, em um negócio 
uníssono e coordenado.
Assim, a Governança Familiar se traduz como um ambiente para 
gerenciar conflitos, relacionamentos, preparar a sucessão, propor-
cionando a perenidade nas empresas, tudo isso sem oposição dos 
fundadores e gestores.
Desse modo, a família estruturada e organizada no Agronegócio 
poderá colher frutos por longos anos, usufruindo tudo o que o setor 
tem a oferecer, concluindo com as palavras de Francisco Sérgio 
Turra, ex-ministro da agricultura: “Vai haver um tempo em que os 
homens voltarão a terra porque ela lhes dará vida.” 
PATRIMÔNIO RURAL EM 
AFETAÇÃO E A CÉDULA 
IMOBILIÁRIA RURAL 
O Patrimônio rural em afetação foi 
criado pela lei n°13.986, de 07 de abril 
de 2020, sendo conceituado como 
o imóvel rural, ao todo ou em parte, 
dado em garantia em operações fi-
nanceiras, garantia que só é possível 
com a emissão de uma cédula imo-
biliária rural. 
Logo, a lei criou um instituto capaz de 
garantir novos créditos com o imóvel 
ou parte dele, dando ao Produtor rural uma opção parcial, visto que, 
anteriormente, só seria possível a garantia do imóvel completo, pon-
do em risco todo o bem do Produtor, ainda que com valores maiores 
ALLAN PAISANI
Membro ABRADA
ANA CAROLINA 
PORTELA
Membro ABRADA
ABRADA • 13
VOLTAR AO
ÍNDICE
ao recebidos por ele a título de financiamento. 
Porém, a Cédula Imobiliária Rural não é proteção somente à parte do 
bem do Produtor, visto que em caso de não pagamento do débito, 
procede-se a transferência do imóvel afetado imediatamente, com 
o procedimento semelhante ao de uma alienação fiduciária de bem 
imóvel rural e, portanto, mais célere para o Banco, podendo o produ-
tor perder a parte dada em garantia em 60 dias. 
O procedimento de transferência do imóvel afetado, em caso de 
não pagamento da cédula imobiliária é, segundo a legislação, 
imediato, podendo ser feita diretamente no cartório. Portanto, 
o Produtor rural deve fazer um planejamento antes de emitir 
o título em questão,visto que, põe em risco seu patrimônio em 
todo ou em parte, facilitando a execução pela instituição credora 
em caso de inadimplemento. 
A produção no meio rural, normalmente, é regida pela imprevisibili-
dade, seja nas condições climáticas, disponibilidade de insumos ou 
demanda do mercado consumidor e no início do ano de 2020, con-
tou com mais um agravante: a Pandemia de Covid-19. 
Neste mesmo ano, foi criada a lei n°13.986, que facilitou a obtenção 
de crédito por meio da garantia da disposição de parte do imóvel 
rural. Logo, a lei criou um instituto capaz de garantir novos créditos 
com o imóvel ou parte dele, dando ao Produtor rural uma opção par-
cial, visto que, anteriormente, só seria possível a garantia do imóvel 
completo, pondo em risco todo o bem do Produtor, ainda que com 
valores maiores ao recebidos por ele a título de financiamento. 
No entanto, a facilitação de créditos deve ser questionada, estudada 
e analisada de maneira profunda por um profissional competente, 
antes de qualquer contratação, para que não afete de maneira sig-
nificativa o patrimônio do Produtor Rural, visto que, o imóvel rural, 
ainda que parte dele, é de suma importância ao Produtor, que tem a 
terra como gerador de renda. Logo, qualquer perda de terra é signif-
icativa ao seu patrimônio. 
Podemos concluir que a criação do Patrimônio de Afetação como 
instrumento facilitador de obtenção de crédito é, na verdade, mais 
burocrática e de maior risco do que a hipoteca, visto que na hipote-
ca, apesar de recair sobre o imóvel inteiro, a inadimplência do título 
não implica necessariamente e imediatamente na perda do imóvel.
Pois há que passar por um processo judicial, enquanto na CIR, a 
transferência do imóvel é imediata, tendo esse título maior execu-
toriedade. Assim, a CIR é um facilitador ao banco e não ao produtor 
rural.
A IMPORTÂNCIA 
DOS INVESTIMENTOS 
PARA POTENCIALIZAR 
O DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL DO CAMPO
Inicialmente, o Plano Safra se carac-
teriza como um importante incentivo 
governamental ao desenvolvimento 
sustentável, beneficiando a Agricultu-
ra Familiar e a Agropecuária brasileira, 
ampliando as práticas do campo e 
introduzindo novas tecnologias, que 
auxiliam tanto no maior aproveita-
mento da matéria-prima quanto na 
redução do impacto ambiental, no 
entanto, sem tais incentivos, entra o 
cenário da agricultura brasileira. 
O Plano Safra 2020/21 segue em vigor até 30 de junho de 2021, tem 
como objetivo principal incentivar os pequenos e médios produ-
tores rurais por meio do acesso aos créditos, visando a ampliação 
de práticas sustentáveis. O Plano 2021/22 contará com algumas 
modificações e implementações, como o fortalecimento do Pro-
grama ABC, Inovagro e Proirriga, financiando bioinsumos, energia 
renovável e a adoção de práticas conservacionistas de uso. 
Essas iniciativas são de extrema importância para a economia 
brasileira, tendo em vista que a agricultura de pequenos e médios 
produtores representam grande parte da produção nacional de 
insumos, além de impulsionar o desenvolvimento tecnológico local.
Historicamente, houve diversas iniciativas de incentivo ao campo 
em diferentes perspectivas para impulsionar a produção brasileira 
e competir com o mercado internacional. No entanto, o Plano Safra 
se destaca no montante investido, em que 2020, foram disponibili-
zados R$ 236,3 bilhões para a nova safra, R$ 13,5 milhões a mais que 
no ano passado e nas características de serviço exigidas para que o 
crédito seja concedido, o que impulsiona uma modalidade de pro-
dução em ascensão mundial; a economia sustentável e ecológica.
Ao observar os diversos problemas em que a intensa globalização 
e degradação ambiental trouxe, como as mudanças climáticas e, 
atualmente, a crise hídrica e elétrica vivenciada pelo país, o que 
impacta toda a economia brasileira, bem como, a qualidade de vida 
de sua população e a biodisponibilidade de recursos.
Tendo em vista estes agravantes, esta iniciativa tem por objetivo 
somar esforços para reverter ações de degradação e promover 
a preservação ambiental, sendo uma alternativa bastante viável, vis-
to que o incentivo financeiro potencializa estas mudanças, sendo 
evidenciado uma boa adesão a este modelo de crédito, em que 
2020/2021 ( julho a novembro), somaram R$ 108,75 bilhões, um au-
mento de 19% em comparação com igual período da safra anterior 
2019/20.
Desse modo, a nova aposta para a Agricultura e para o modelo de 
ANDRÉIA FERREIRA 
C. A. DIAS
Membro ABRADA
14 • ABRADA
VOLTAR AO
ÍNDICE
produção rural, tem se baseado em uma produção sustentável e os 
créditos tem sido uma forma inovadora de incentivo à estas práti-
cas, com uma boa adesão por parte dos produtores rurais e com a 
possibilidade de mudar o cenário da Agricultura brasileira para uma 
produção ecológica e sustentável.
O QUE SIGNIFICA O TERMO 
“WASHOUT” E QUAL A 
VIABILIDADE JURÍDICA DA 
RENEGOCIAÇÃO CONTRATUAL 
NA IMPOSSIBILIDADE DE ENTREGA 
EM CONTRATOS DE VENDA FUTURA
No ano de 2020, mais intensamente, 
em 2021, pipocaram no cenário bra-
sileiro notícias de que o país vinha an-
tecipando a comercialização da safra 
(especialmente soja em 2020 e milho 
em 2021), superando, em muito, a 
média de vendas dos anos anteriores. 
Grande parte delas ocorreu em mo-
mento extremamente favorável aos 
produtores, uma vez que o preço de 
venda e os custos dos insumos eram 
inversamente proporcionais, facilitando tanto a própria desova das 
commodities quanto a manutenção da produção.
Já no início de 2021, patamares recordes de preço das sacas de soja 
foram alcançados, ocasião em que as especulações sobre a chama-
da “quebra de contrato” começaram a se alastrar pela cadeia agro. 
A saca do grão passou de R$ 70,00 (setenta) reais em maio/2020, 
para históricos R$ 170,00 (cento e setenta reais). 
Sabemos que o Agronegócio é uma sequência concatenada de pro-
dutos e serviços e que a fragilização de qualquer dos seus liames 
pode impactar a cadeia como um todo.
Por essa razão, muito se tem falado, no meio agro, do “washout”, 
termo em inglês que, na tradução literal significa “esmaecimento”. 
Trata-se de uma manobra que visa, acima de tudo, buscar o ressar-
cimento de um possível dano ou prejuízo frente à inadimplência de 
uma das partes da relação contratual.
Os contratos a termo (sumariamente falando, aqueles negociados 
para entrega futura dos produtos), por vezes, acabam se tornando 
de cumprimento impossível ou inviável, diante das bruscas alterações 
no mercado do Agronegócio. 
Quando, por exemplo, o preço de certa commodity é brutalmente 
impactado pela oscilação mercadológica, as partes do contrato pre-
cisam buscar formas de reequilibrar a relação contratual, de maneira 
que nenhuma delas sofra prejuízos capazes de desestabilizar fi-
nanceiramente seu negócio ou que, ao menos, esses impactos 
sejam amenizados.
Assim, no momento da celebração do contrato, podemos dizer, em 
linhas gerais, que ocorre a “hedge” do preço, ou seja, o seu conge-
lamento, de forma que a trading ou a cooperativa que negociou os 
grãos para recebimento futuro do produto possa proteger quer os 
seus custos, quer a sua margem de lucro, possibilitando o equilíbrio 
financeiro e a continuidade do negócio.
Nesse tipo de negociação, caso o produtor se negue a honrar com 
a entrega nos termos pactuados (seja porque almeja maior lucra-
tividade frente à valorização das sacas, seja porque percebe que a 
entrega lhe acarretará prejuízos imprevisíveis à época da celebração 
contratual). E, pode a parte contrária buscar a aplicação da chamada 
“washout”, ocasião em que, simplificadamente falando, calcula-se 
quanto a trading ou a cooperativa pagariam, pelo mesmo produto, 
qualidade e quantidade, no mercado à época da entrega combinada, 
reclamando do produtor essa diferença. 
No exemplo real acima, a trading cobraria a diferença de R$ 100,00 
(cem reais) por saca de soja (diferença entre os setenta reais nego-
ciados à época da celebração do contrato e os cem reaispraticados 
no mercado à época em que se daria a entrega da oleaginosa). 
Esse cálculo se faz necessário porque, tão logo a trading assina o 
contrato com o produtor, ela negocia as commodities objeto desse 
contrato firmado. Ou seja, ela conta com o efetivo recebimento 
daquele produto em data certa e determinada para que possa 
honrar seu compromisso assumido com a parte seguinte da cadeia 
(seu cliente). 
Assim, das duas uma: a trading compra do mercado os grãos que 
não lhe foram entregues pelo produtor, para entregar ao cliente, ou 
ela não entrega o bem e paga as multas também previstas no seu 
contrato com o cliente. Na maior parte das vezes, ela opta pela pri-
meira opção para que não tenha seu negócio e imagem maculados. 
Assim, ela acaba procurando pela manobra do washout, a fim de que 
não incorra em maiores prejuízos.
O washout nasce, na verdade, de uma busca pelo reequilíbrio da 
relação, defendendo alguns operadores a sua aplicabilidade e se 
colocando, outros, em discordância à prática.
Em que pese a divisão de opiniões, uma coisa se pode afirmar: o 
washout deve obedecer aos ditames legais brasileiros, pautando-se 
no Código Civil e demais normas vigentes, observando-se acima de 
tudo, os princípios da ética, da boa-fé e da vedação do enriqueci-
mento ilícito.
Em certas situações, as partes abandonam o próprio contrato orig-
inário e repactuam os prazos de entrega, as multas e indenizações 
previstas para o caso do inadimplemento. Em outros, aplica-se, além 
das multas previstas no instrumento contratual por ocasião da não 
ANDREZA APRILE
Membro ABRADA
ABRADA • 15
entrega dos grãos na data aprazada, o pagamento da diferença 
entre o preço “congelado” à época da assinatura do contrato e da 
efetiva entrega do bem. 
A busca da renegociação contratual pelo produtor, por outro lado, se 
pauta, sobretudo, na teoria da imprevisão, uma vez que o produtor, 
por vezes, alega impossibilidade de prever enormes variações de 
preço, o que implicaria em onerosidade excessiva e prejuízos incal-
culáveis. Algo semelhante a alegações de caso fortuito e força maior.
Casos de busca pela quebra contratual têm chegado aos tribunais 
brasileiros, de onde partem entendimentos, inclusive, de inaplicab-
ilidade da revisão contratual, condenando o produtor autor da ação 
ao pagamento das multas previstas no pacto. Por tal ótica, o con-
trato de compra e venda de safra futura é contrato aleatório por 
sua própria natureza, de maneira que eventual ocorrência de caso 
fortuito ou força maior (a exemplo de seca regional), não afastaria 
a responsabilidade do produtor pela entrega do produto negociado 
ou, à sua falta, pelas penalidades contratualmente previstas. 
Segundo esse julgamento, tais eventos fazem parte do risco da 
atividade agrária, devendo eventuais diferenças entre o preço pac-
tuado e o preço praticado à época da entrega dos grãos ser supor-
tadas pelo vendedor.
Assim, nunca é demais ressaltar que o que se deve cogitar à época 
da celebração dos contratos de compra e venda de commodities 
para entrega futura é a relação como um todo, não a curto prazo, 
mas considerando que a cadeia que envolve os contratos a termo 
abarca inúmeras partes e variáveis, a exemplo dos fatores climáticos 
e políticos envolvidos, bem como da oscilação mercadológica das 
commodities. 
O produtor deve ter em mente que precisa, necessariamente, con-
duzir seus contratos e se valer favoravelmente dos recursos de 
curto e longo prazo, considerando a flutuabilidade do mercado no 
Agronegócio.
Na dúvida, sempre consulte um advogado. A orientação sobre o 
caso concreto é sempre de fundamental importância para o bom 
desenvolvimento do seu negócio.
RESPONSABILIDADE DO 
ARRENDATÁRIO PELO MAL 
USO DO IMÓVEL RURAL
O contrato de arrendamento, sem 
dúvidas, é um dos contratos agrários 
mais utilizados no Agronegócio, pois 
proporciona a expansão da produção 
sem a necessidade da aquisição de 
uma porção de terra, podendo ser 
economicamente uma opção mais 
viável para exploração agropecuária. 
Se em algum tempo a terra foi vista 
como meio inesgotável de riqueza, 
sendo explorada indiscriminadamente, 
a legislação vigente coloca o arren-
dador e arrendatário em pé de igualdade, com objetivo central de 
preservar a exploração do imóvel de forma inteligente, com emprego 
adequado de manejo do solo, tecnologia, inovação e mecanização. 
O Estatuto da Terra (Lei 4.504/64) e o Decreto 56.566/66 consagram 
uma proteção especial ao uso e gozo da terra, conservação dos re-
cursos naturais e a proteção social e econômica dos arrendatários, o 
que reflete nas cláusulas dos contratos de arrendamento, que devem 
sempre ser observadas pelas partes.
Primeiramente, cabe ao arrendatário estar ciente que deve usar o 
imóvel rural, conforme o convencionado, ou presumido, e a tratá-lo 
com o mesmo cuidado como se fosse seu, não podendo mudar sua 
destinação contratual (art. 41, inciso II, Decreto 56.566/66).
Assim, ao firmar o contrato, as partes devem descrever detalhada-
mente todas as questões inerente a exploração, pagamento, docu-
mentação do imóvel, finalidade, se objetiva contratação de crédito 
rural, tudo que cercará o negócio entabulado que poderá futuramente 
ser alvo de discussão judicial, a exemplo disso, as situações que o ar-
rendamento vem acompanhado de edificações (casa, curral, galpões 
etc) e infraestrutura para o desenvolvimento da atividade. 
Estando tudo detalhado nas cláusulas contratuais, podendo também 
estar registrado por meio de fotos e vídeos, caso o arrendatário não 
haja com o cuidado e zelo necessário sobre o imóvel, poderá o ar-
rendador requerer a reparação dos danos. Mas desde que provado 
o dolo e a culpa do arrendatário, sendo cabível, nesta situação, a ação 
de despejo, para que o imóvel seja desocupado imediatamente, para 
que cesse o dano.
O pedido de despejo do arrendatário está consagrado no art. 32, 
do Decreto 56.566/66, onde estão discriminadas as hipóteses de 
despejo, sendo uma delas o “dano causado à gleba arrendada ou às 
colheitas, provado o dolo ou culpa do arrendatário”, frisa-se aqui o 
dolo e a culpa do arrendatário, pois este só será responsabilizado 
pelos danos que deu causa, excluído aqueles decorrentes do 
uso regular do imóvel e natural do tempo. 
Como pode ser observado, recai ao arrendatário a 
obrigação de cuidar do imóvel “como se fosse seu”. 
Desta forma, se este age de forma contrária à 
proteção especial ao uso e gozo da terra, conser-
vação dos recursos naturais e a proteção social 
e econômica, causando deterioração e prejuízos, 
este deve sofrer com a responsabilização pela 
reparação dos danos causados e pena de despejo.
BRUNA SILVA 
FAGUNDES
Membro ABRADA
VOLTAR AO
ÍNDICE
16 • ABRADA
VOLTAR AO
ÍNDICE
A IMPOSSIBILIDADE 
DE PENHOR NA PEQUENA 
PROPRIEDADE RURAL
O Agronegócio brasileiro se rodeia de 
riscos constantemente, tendo em vis-
ta que a realização das atividades não 
dependem somente da mão de obra 
do agricultor, pecuaristas e pessoas 
necessárias para o desenvolvimento 
da laboração, mas pode ser afetada 
por questões climáticas, moeda, entre 
outras. Sendo assim, visando a segu-
ridade para o retorno do investimento, 
muitos utilizam garantias, como hipo-
teca, penhor, alienação fiduciária, aval 
e fiança (REIS, 2021).
Diante disso, considerando os altos riscos que os produtores sofrem, 
principalmente os pequenos produtores, em razão da dependência 
climática favorável, a possibilidade de haver mais prejuízo do que lu-
cro é alta, logo, diante dessas situações, os mesmos procuram por 
meios solucionadores, como dar em garantia parte de sua propriedade.
No entanto, a Constituição Federal de 1988 preceitua em seu artigo 
5º, inciso XXVI, que se tratando de pequena propriedade rural, des-
de que trabalhada pela família é bem impenhorável, havendo fun-
damentação legal também no Código Civil brasileiro no artigo 833, 
inciso VIII.
De modo, que a Lei Maior apresenta requisitos para que seja con-
ferido a impenhorabilidade