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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA 
CURSO DE DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL II 
PROFESSOR: MARCIO COSSICH 
 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
ART. 233. A OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA ABRANGE OS ACESSÓRIOS DELA 
EMBORA NÃO MENCIONADOS, SALVO SE O CONTRÁRIO RESULTAR DO TÍTULO 
OU DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO. 
 
Princípio de direito: o acessório segue o principal, embora o atual Código não o faça expressamente 
referência, como o fazia o Código de 1916.A existência do acessório supõe a do principal (art. 92). 
Ex: Uma casa com uma bela mangueira. A mangueira é acessório; venda de uma bicicleta (deve ser 
acompanhada com as rodas). 
 
ART. 234. SE, NO CASO DO ARTIGO ANTECEDENTE, A COISA SE PERDER, SEM 
CULPA DO DEVEDOR, ANTES DA TRADIÇÃO, OU PENDENTE A CONDIÇÃO 
SUSPENSIVA, FICA RESOLVIDA A OBRIGAÇÃO PARA AMBAS AS PARTES; SE A 
PERDA RESULTAR DE CULPA DO DEVEDOR, RESPONDERÁ ESTE PELO 
EQUIVALENTE E MAIS PERDAS E DANOS. 
 
O Art. 1.267 prescreve que a propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes 
da tradição. Vejamos situações diversas: 
 
Na perda a coisa perece, desaparece, perde o seu valor econômico. 
 
- Posta a coisa à disposição do adquirente (que se obriga a pegar a coisa depois), por conta deste 
correm os riscos, salvo se houve fraude ou negligência do vendedor. Indubitável será a 
responsabilidade do adquirente se estava em mora de receber a coisa adquirida - art. 492, § 2o . É 
a perpetuatio obligationis, a suportação dos riscos pelo devedor moroso. 
- Como o dono da coisa até a tradição, na obrigação de dar, é o devedor, sofrerá ele o prejuízo com 
a perda da coisa, caso o adquirente não se encontre em mora (a coisa encontrava-se à sua 
disposição) Se o credor tiver efetuado algum pagamento, este deverá ser devolvido- art. 492. 
- Pendente a condição suspensiva, enquanto esta não se verifica, adquirido não se terá o direito a 
que o ato visa. 
- Se houver, porém, a tradição e se em seguida a esta a coisa perece, o risco é suportado pelo 
comprador. 
- Se a perda se deve à culpa do devedor, a solução será oposta, respondendo ele pelo equivalente 
(valor venal, pelo valor que a coisa tinha no momento em que pereceu), mais as perdas e danos. 
 
ART. 235. DETERIORADA A COISA, NÃO SENDO O DEVEDOR CULPADO, PODERÁ O 
CREDOR RESOLVER A OBRIGAÇÃO OU ACEITAR A COISA ABATIDO DE SEU 
PREÇO O VALOR QUE PERDEU. 
 
Deteriorização - perecimento parcial da coisa antes da tradição. Regra de equidade, que permite duas 
fórmulas para solucionar a questão: ou se desfaz o negócio ou o credor recebe o objeto com a 
respectiva desvalorização no preço ajustado anteriormente. 
6ª 
 
 
 
 
 
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2 
A obrigação de dar coisa certa é aquela em que o objeto já está individualizado, 
perfeitamente definido, delimitado e, se fosse permitido ao devedor entregar coisa 
diversa, não se teria nenhuma segurança nos negócios jurídicos. O credor não é obrigado 
a receber coisa diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa (art. 313). Sabemos 
que após a deterioração a coisa perde o valor, não sendo mais a mesma. 
 
ART. 236. SENDO CULPADO O DEVEDOR, PODERÁ O CREDOR EXIGIR O 
EQUIVALENTE, OU ACEITAR A COISA NO ESTADO EM QUE SE ACHA, COM 
DIREITO A RECLAMAR, EM UM OU EM OUTRO CASO, INDENIZAÇÃO DAS PERDAS 
E DANOS. 
 
Parte-se do pressuposto que a deteriorização tenha ocorrido antes da tradição da coisa (ainda era de 
propriedade do devedor - alienante). Quem age com culpa fica sempre com o dever de indenizar o 
dano causado, aplicando-se as normas dos artigos 389 e 402. 
 
ART. 237. ATÉ A TRADIÇÃO PERTENCE AO DEVEDOR A COISA, COM OS SEUS 
MELHORAMENTOS E ACRESCIDOS, PELOS QUAIS PODERÁ EXIGIR AUMENTO NO 
PREÇO; SE O CREDOR NÃO ANUIR, PODERÁ O DEVEDOR RESOLVER A 
OBRIGAÇÃO. 
PARÁGRAFO ÚNICO. OS FRUTOS PERCEBIDOS SÃO DO DEVEDOR, CABENDO AO 
CREDOR OS PENDENTES. 
 
Se a coisa, ao invés de deteriorar-se, como foi exposto no artigo anterior, obtém aumento de valor, 
através de melhoramentos e acrescidos, beneficiar-se-á a parte que lhe suportava os riscos. 
Ex: objeto da obrigação é um animal que depois venha a ter cria. Se o devedor se obrigou a entregar 
o semovente A, não pode ser compelido a entregá-lo com o respectivo produto (A+B). Ao devedor 
assiste o direito de exigir aumento do preço, pelo acréscimo que teve a coisa. Caso o credor não deseje 
anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. 
Quanto aos frutos: são as utilidades econômicas produzidas periodicamente pelo bem. Percebidos são 
aqueles já colhidos, já retirados da coisa. Pendentes são aqueles ainda não colhidos. 
 
ART. 238. SE A OBRIGAÇÃO FOR DE RESTITUIR COISA CERTA, E ESTA, SEM CULPA 
DO DEVEDOR, SE PERDER ANTES DA TRADIÇÃO, SOFRERÁ O CREDOR A PERDA, 
E A OBRIGAÇÃO SE RESOLVERÁ, RESSALVADOS OS SEUS DIREITOS ATÉ O DIA DA 
PERDA. 
 
Na obrigação de restituir, o devedor tem em seu poder um bem que não lhe pertence, em razão de um 
negócio jurídico. Após o término do contrato, o devedor deve restituir o bem ao credor (proprietário). 
Ex: o locatário, o comodatário, o depositário. Aqui, todos têm que restituir a coisa ao proprietário 
(em regra). 
Não havendo culpa do devedor quem sofre com a perda é o credor, pois ele é o proprietário do bem. 
Em caso de incêndio em um prédio, sem culpa do devedor, sofrerá o locador (credor) a perda da coisa, 
mas tem direito a receber os aluguéis até o dia em que ocorreu a perda da coisa. Da mesma forma se 
os prejuízos forem resultantes de caso fortuito ou força maior (art. 393). 
 
ART.239. SE A COISA SE PERDER POR CULPA DO DEVEDOR, RESPONDERÁ ESTE 
PELO EQUIVALENTE, MAIS PERDAS E DANOS. 
 
O devedor ao ficar com o bem que não lhe pertence tem o dever de conservá-lo como se fosse seu. 
Se não age assim, é culpado e deve indenizar, pagando o equivalente mais perdas e danos. 
Ver art. 583 - O Comodatário responderá pelo dano sofrido, ainda que derivado de caso 
fortuito, ou força maior, se antepuser a salvação dos seus, abandonando os do comodante. 
 
 
6° 
6ª 
 
 
 
 
3 
3 
 
ART. 240. SE A COISA RESTITUÍVEL SE DETERIORAR SEM CULPA DO 
DEVEDOR, RECEBÊ-LA-Á O CREDOR, TAL QUAL SE ACHE, SEM DIREITO 
A INDENIZAÇÃO; SE POR CULPA DO DEVEDOR, OBSERVAR-SE-Á O 
DISPOSTO NO ART. 239. 
 
Deteriorização - perda parcial da coisa antes da devolução ao seu dono. Não havendo culpa do 
devedor quem suporta os prejuízos é o dono do bem (credor). Havendo culpa, cabe-lhe suportar as 
conseqüências de sua desídia (responderá o devedor pelo equivalente mais perdas e danos), podendo 
o credor optar, conforme dispõe o art. 236: a) exigir o equivalente; b) poderá o credor aceitar a coisa 
no estado em que se encontra. Qualquer que seja a opção, o credor terá direito à indenização das 
perdas e danos. 
 
ART. 241. SE, NO CASO DO ART. 238, SOBREVIER MELHORAMENTO OU 
ACRÉSCIMO À COISA, SEM DESPESA OU TRABALHO DO DEVEDOR, LUCRARÁ O 
CREDOR, DESOBRIGADO DE INDENIZAÇÃO. 
 
Se foi o próprio bem que por sua força aumentou sem qualquer contribuição do devedor, é lógico que 
o lucro seja exclusivamente do proprietário (credor). 
Ex: Em uma obrigação de restituir certo bem; se este se valoriza quem lucra é o credor. 
 
ART. 242. SE PARA O MELHORAMENTO, OU AUMENTO, EMPREGOU O DEVEDOR 
TRABALHO OU DISPÊNDIO, O CASO SE REGULARÁ PELAS NORMAS DESTE 
CÓDIGO ATINENTES ÀS BENFEITORIAS REALIZADAS PELO POSSUIDOR DE BOA-
FÉ OU DE MÁ-FÉ. 
PARÁGRAFO ÚNICO. QUANTO AOS FRUTOS PERCEBIDOS, OBSERVAR-SE-Á, DO 
MESMO MODO, O DISPOSTO NESTE CÓDIGO, ACERCA DO POSSUIDOR DE BOA-FÉ 
OU DE MÁ-FÉ. 
 
Regras de equidade que têm por objetivo evitar o enriquecimento sem causa. Se o devedor agiu de 
boa-fé, terá direito a ser indenizado pelas benfeitorias que tiver feito, sejam elas necessárias, sejam 
ela úteis, podendo inclusive exercer o direito de retenção (se manter na coisa até o recebimento da 
indenização) caso o credor não as queira pagar. Também tem direito a receber aquilo que gastou com 
as benfeitoriasvoluptuárias. Caso o credor não as queira pagar, poderá o devedor retirá-las se tal for 
possível sem prejudicar o bem. 
Se estiver de má-fé só terá direito a ser ressarcido pelo valor das benfeitorias necessárias, sem ter 
direito de retenção. Benfeitorias necessárias são as que têm por escopo conservar o bem, evitar que 
se deteriore. Benfeitorias úteis são as que aumentam ou facilitam o uso do bem. Benfeitorias 
voluptuárias são de embelezamento, recreio, que tornam o bem mais agradável, de mero deleite. 
 
 
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA 
 
ART. 243. A COISA INCERTA SERÁ INDICADA, AO MENOS, PELO GÊNERO E PELA 
QUANTIDADE. 
 
Aqui, o objeto da obrigação não está perfeitamente individuado, destacado, mas, sim, perfazendo 
parte integrante de um todo (gênero). A coisa incerta tem que ter a indicação do gênero e da 
quantidade para se estabelecer o vínculo jurídico. 
A obrigação específica de dar coisa certa se contrapõe a genérica de dar coisa incerta. 
Coisa incerta não quer dizer qualquer coisa, porém, diz respeito à coisa indeterminada, 
suscetível de determinação oportuna. 
 
6ª 
 
 
 
 
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4 
Em linguagem jurídica, desde o direito romano, gênero é o conjunto de seres 
semelhantes. Esses seres semelhantes, isoladamente considerados, denominam-se 
espécies. Gênero é assim a reunião de espécies semelhantes; espécie, o corpo certo, a 
coisa individuada, o objeto determinado. 
Ex: venda de dez toneladas de café. O gênero é o café e a quantidade as dez toneladas. 
 
ART. 244. NAS COISAS DETERMINADAS PELO GÊNERO E PELA QUANTIDADE, A 
ESCOLHA PERTENCE AO DEVEDOR, SE O CONTRÁRIO NÃO RESULTAR DO 
TÍTULO DA OBRIGAÇÀO; MAS NÃO PODERÁ DAR A COISA PIOR, NEM SERÁ 
OBRIGADO A PRESTAR A MELHOR. 
 
É a regra geral. Mas é possível pela vontade das partes, se atribuir o direito de escolha ao credor. É o 
chamado princípio do meio termo. 
A Escolha é um ato jurídico unilateral denominado concentração, que é a individuação da coisa 
manifestada no ato do pagamento, ou do cumprimento da obrigação. Exterioriza-se através de atos 
como a separação (compreendendo pesagem, medição e contagem) e a expedição. Com esses atos, 
passa-se de um primeiro momento, menos determinado, para um segundo mais determinado; depois 
dele, torna-se certa a coisa devida. 
 
ART. 245. CIENTIFICADO DA ESCOLHA O CREDOR, VIGORARÁ O DISPOSTO NA 
SEÇÃO ANTECEDENTE. 
 
O legislador se refere na hipótese em que a escolha cabe ao devedor. Quando a escolha couber ao 
credor, a ciência dela deve ser dada ao devedor. Só após a ciência da outra parte é que a relação 
obrigacional se regerá pelas normas da obrigação de dar coisa certa. 
 
ART. 246. ANTES DA ESCOLHA, NÃO PODERÁ O DEVEDOR ALEGAR PERDA OU 
DETERIORAÇÃO DA COISA, AINDA QUE POR FORÇA MAIOR OU CASO FORTUITO. 
 
O legislador entende que o gênero não perece, via de regra, a menos que ele próprio seja limitado. 
Ex. Paulo se obriga a dar uma saca de café; ainda que se percam em sua fazenda todas as sacas desse 
produto, não se eximirá da obrigação, porque ele pode obter alhures (outro lugar), no mercado ou em 
outra fazenda o café prometido. 
Se o gênero é delimitado, por exemplo, os bois de tal fazenda, o vinho de certa vindima (colheita de 
uvas), os livros de determinada edição, o perecimento ou inviabilidade de todas as espécies que o 
componham acarretará a extinção da obrigação. 
 
 
OBRIGAÇÕES DE FAZER 
 
ART. 247. INCORRE NA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR PERDAS E DANOS O DEVEDOR 
QUE RECUSAR A PRESTAÇÃO A ELE SÓ IMPOSTA, OU SÓ POR ELE EXEQUÍVEL. 
 
O presente artigo disciplina os efeitos da recusa do devedor quando a obrigação de fazer é infungível 
(personalíssima, infungível, pessoais, que só pode ser cumprida pelo próprio devedor) 
Na obrigação de fazer, a prestação consiste num ato do devedor, ou num serviço deste, 
tais como: trabalhos manuais (atividade física ou material) , intelectuais, científicos e 
artísticos. Exemplos de atos que traduzem alguma vantagem para o credor, de conteúdo 
essencialmente jurídico: obrigação de quitar, a de locar um imóvel, de realizar outro 
contrato (assinar uma escritura de compra e venda). 
Cumpre ressaltar que na obrigação de fazer a personalidade do obrigado assume quase sempre 
especial significação. Já na obrigação de dar, relega-se a plano secundário a pessoa do devedor 
 
 
6ª 
 
 
 
 
5 
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(quando adquiro este ou aquele objeto, o fim a que me proponho é a aquisição da coisa, não 
importando que Ticio ou Kaio seja o respectivo vendedor). 
A obrigação de fazer tem uma característica que reside na preferência existente do credor em relação 
ao devedor. O credor ajustou com o devedor porque confia nas suas habilidades para fazer a coisa. 
 
ART. 248. SE A PRESTAÇÃO DO FATO TORNAR-SE IMPOSSÍVEL SEM CULPA DO 
DEVEDOR, RESOLVER-SE-Á A OBRIGAÇÃO; SE POR CULPA DELE, RESPONDERÁ 
POR PERDAS E DANOS. 
 
No primeiro caso, resolve-se a obrigação, pois a impossibilidade superveniente desata os contratantes. 
Se o devedor recebeu anteriormente alguma coisa, em razão do ato a que se obrigara, fica adstrito a 
restituí-la. Ex., um incêndio destrói o prédio, cuja locação havia sido prometida pelo devedor; o cantor 
perde a voz, sofre um derrame, impossibilitando-o a cumprir um contrato.. 
Se houve culpa do devedor, o mesmo responderá pelas perdas e danos (art. 402). 
 
ART. 249. SE O FATO PUDER SER EXECUTADO POR TERCEIRO, SERÁ LIVRE AO 
CREDOR MANDÁ-LO EXECUTAR À CUSTA DO DEVEDOR, HAVENDO RECUSA OU 
MORA DESTE, SEM PREJUÍZO DA INDENIZAÇÃO CABÍVEL. 
PARÁGRAFO ÚNICO. EM CASO DE URGÊNCIA, PODE O CREDOR, 
INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, EXECUTAR OU MANDAR 
EXECUTAR O FATO, SENDO DEPOIS RESSARCIDO. 
 
Estamos diante das obrigações de fazer fungíveis, impessoais, ou seja, as prestações podem ser 
cumpridas por terceiro. Aqui, as qualidades pessoais do devedor são indiferentes ao credor. O 
legislador inovou ao criar o parágrafo único. É o típico caso de autotutela, onde o credor, 
independentemente de autorização judicial, executa ou manda executar o fato, sendo depois 
ressarcido. 
 
 
OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER 
 
ART. 250. EXTINGUE-SE A OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER, DESDE QUE, SEM CULPA 
DO DEVEDOR, SE LHE TORNE IMPOSSÍVEL ABSTER-SE DO ATO, QUE SE OBRIGOU 
A NÃO PRATICAR. 
 
Obrigação de não fazer é aquele pela qual o devedor se compromete a não praticar certo ato, certa 
conduta que poderia livremente praticar, se não houvesse se obrigado. Na obrigação negativa o 
devedor é quem se acha pessoalmente adstrito à abstenção. 
Ex: o proprietário se obriga a não edificar além de certa altura, para não interceptar a vista de um 
vizinho (pode configurar servidão negativa (art. 1.378) - transcrição do registro imobiliário-direito 
real, onde o ônus recai sobre a coisa, ou simples obrigação de não fazer, onde a obrigação recai sobre 
a pessoa; obriga-se alguém a não se estabelecer comercialmente numa determinada rua, num 
determinado bairro, ou numa determinada cidade; compromete-se o negociante a não fazer 
concorrência a um vizinho, ou o sócio a não associar um estranho ao seu quinhão social; obriga-se o 
locatário a não trazer animais domésticos para o apartamento locado; ou a não transferir o contrato de 
locação; não plantar uma cerca para impedir a passagem de pessoas, deixando-a livre. 
ART. 251. PRATICADO PELO DEVEDOR O ATO, A CUJA ABSTENÇÃO SE 
OBRIGARA, O CREDOR PODE EXIGIR DELE QUE O DESFAÇA, SOB PENA 
DE SE DESFAZER À SUA CUSTA, RESSARCINDO O CULPADO PERDAS E 
DANOS. 
PARÁGRAFO ÚNICO. EM CASO DE URGÊNCIA, PODERÁ O CREDOR 
DESFAZER OU MANDAR DESFAZER, INDEPENDENTEMENTE DE 
6ª 
 
 
 
6 
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AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, SEM PREJUÍZO DO RESSARCIMENTO 
DEVIDO. 
 
Estamos diante de obrigação de não fazer por culpa do devedor. In casu, se abrem ao credor duas 
opções: a) exigir que o devedor desfaça o ato praticado; b) ele próprio pode desfazer o ato praticado, 
às custas do devedor. 
Ex: o proprietário que seobrigara a não criar obstáculo à livre passagem de pedestres por determinado 
atravessadouro. Ao trancar a passagem, prejudica os interessados que se valiam desse meio de acesso. 
Em tal caso, pode o devedor ser judicialmente compelido a desfazer pessoalmente o próprio ato, 
respondendo ainda pelas perdas e danos; se não se submeter, determinará a autoridade judiciária que 
terceiro o faça, à custa do devedor inadimplente, que arcará ainda com a integral satisfação dos 
prejuízos. 
Sendo impossível se desfazer o ato praticado (hipótese de revelação de segredo) só cabe o pedido de 
perdas e danos (art. 389). 
 
Fonte: Prof. Rubens Casara. O presente trabalho tem por escopo orientar os alunos na ocasião da 
interpretação. Convido-os para lerem os autores WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO, 
SÍLVIO DE SALVO VENOSA, J.M. LEONI LOPES DE OLIVEIRA E HENRIQUE ANTÔNIO 
ESTEVES MARGY. 
 
 
	UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA
	DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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