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Pesquisa Histórica: Problemas e Abordagens

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3 
 
Juliana Magalhães Linhares 
Rafael Ricarte da Silva 
Luciane Azevedo Chaves 
 
 
 
 
 
PRÁTICA CURRICULAR V: 
PESQUISA HISTÓRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2017 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Palavra dos Professores autores 
Sobre os autores 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
UNIDADE I: PESQUISA HISTÓRICA: PROBLEMAS E ABORDAGENS 
TEÓRICO-METODOLÓGICAS. 
A pesquisa no campo da história 
Abordagens 
 
UNIDADE II: FONTES DOCUMENTAIS, ACERVOS E METODOLOGIAS DE 
TRABALHO. 
O documento e a escrita da História 
Fontes históricas e suas tipologias 
 
UNIDADE III: PROJETO DE PESQUISA EM HISTÓRIA. 
 
Como elaborar um projeto de pesquisa 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura obrigatória 
Pesquisando com a Internet 
Saiba mais 
Vendo com os olhos de ver 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Palavra dos professores autores 
 
Olá estudantes, 
 
Sejam bem-vindos a disciplina de Prática Curricular V: Pesquisa 
Histórica. Nesta disciplina vamos estudar sobre a pesquisa no campo da 
História, buscando esmiuçar metodologias, abordagens, tipologias de fontes, 
concepções teóricas e o processo de elaboração de seu projeto de pesquisa. 
Destacamos neste módulo algumas possibilidades no campo da investigação 
histórica, não tendo assim, a pretensão de esgotar as diversas compreensões 
e abordagens da escrita da História. 
Desejamos uma excelente leitura do material. Participe e interaja no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
 
 
Os Autores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Sobre os autores 
 
Juliana Magalhães Linhares, mestre em História 
Social pela Universidade Federal do Ceará (2011), 
Licenciada em História pela UFC (2007). 
Atualmente, professora do curso de Pedagogia e 
História das Faculdades INTA e coordenadora de 
área do PIBID - História. Atuou no Departamento de 
História da Universidade Estadual Vale do Acaraú - 
UVA, atuando também na rede privada de ensino 
superior na Graduação e Pós-Graduação na área de 
Ciências Humanas e Educação, com experiência em Educação a Distância - EAD. 
 
 
Doutor em História Social pela Universidade Federal do 
Ceará, com Estágio de Doutorado Sanduiche no Instituto 
Universitário de Lisboa - ISCTE, Mestre em História Social 
(2010) e Licenciado em História pela UFC (2007). 
Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão 
da Educação a Distância pela Universidade Federal 
Fluminense (2012). Participa do Grupo de Estudo e 
Pesquisa - História do Ceará Colonial: economia, memória 
e sociedade. Tem experiência na área de História, com 
ênfase em História Moderna e História do Brasil Colonial, atuando nos seguintes 
temas: História Agrária, História das Elites, História e Direito e História do Ceará 
Colonial. Atualmente é professor do Curso de Graduação a distância em História das 
Faculdades INTA, setor de História do Brasil. 
 
 
 
 
9 
 
 
Luciane Azevedo Chaves, mestre em História Social pela 
Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Especialista em 
História do Brasil pelo Instituto Superior de Teologia 
Aplicada (2011). Possui graduação em História Licenciatura 
Plena pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA 
(2007). Tem experiência na área de História, com ênfase em 
História Social, atuando principalmente nos seguintes 
temas: educação; memória e história oral; cultura; trabalho e 
ensino de história. Atualmente é Professora do Instituto 
Superior de Teologia Aplicada - INTA: no Curso de Graduação em História na 
modalidade a distância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Ambientação à disciplina 
 
Caros Estudantes, 
 
Esta disciplina tem como objetivo o desenvolvimento de seu Projeto de 
Pesquisa, buscando evidenciar o debate acerca da escolha da temática de 
investigação, dos problemas, das abordagens metodológicas e teóricas, da 
seleção e análise de fontes e da escrita histórica. Para tanto, dividimos este 
livro em três unidades: a primeira unidade foi destinada a discussão sobre a 
pesquisa no campo da História e as diversas abordagens teórico-
metodológicas; a segunda unidade foi destinada a apresentação de fontes e 
suas tipologias, ressaltando algumas possibilidades de investigação; na 
terceira e última unidade, abordamos o processo de escrita do Projeto de 
Pesquisa e suas partes constitutivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Sugerimos que você leia a obra: A pesquisa em história. 
O tema é apresentado como "experiência humana", 
entendida como experiência de classe, o que permite 
reconhecer a identidade global das pessoas e das classes. 
O pesquisador, ao recuperar essa experiência vivida, 
realiza também a construção da memória. A questão dos 
documentos, atos e testemunhos da história é tratada de 
acordo com a objetividade necessária à pesquisa, passando pelo desafio que 
as linguagens, com sua dimensão própria, apresentam para o historiador. 
 
VIEIRA, Maria do Pilar; PEIXOTO, Maria do Rosário; KHOURY, Yara. A 
pesquisa em história. São Paulo: Ática, 2000. 
 
Sugerimos também a obra: O projeto de 
Pesquisa em História: da escolha do tema ao quadro 
teórico. O lema principal deste livro é a construção do 
Projeto de Pesquisa em História, abordando a escolha da 
temática, os problemas de investigação, a construção de 
hipóteses de trabalho, as discussões teóricas, etc. 
Portanto, a leitura deste livro é essencial para a 
fundamentação dos estudantes no campo da pesquisa histórica. 
 
BARROS, José D‟ assunção. O projeto de Pesquisa em História: da escolha 
do tema ao quadro teórico. Petrópolis: Vozes, 2013. 
 
Guia de estudo: Após a leitura dessas obras, escreva uma resenha crítica 
acerca de um dos livros recomendados. Aproveite para compartilhar sua 
resenha e análise no Ambiente Virtual de Aprendizagem com os demais 
colegas e tutor. 
 
13 
 
Problematizando 
 
 
Caro estudante, 
 
A pesquisa em História requer, por parte do investigador, atenção 
quanto aos procedimentos teóricos e metodológicos. No transcorrer desta 
disciplina veremos diversas abordagens teóricas, tipologias de fontes e 
metodologias de trabalho na pesquisa histórica. 
 
 
Guia de estudo: E você estudante, saberia nos dizer quais elementos são 
essenciais em uma investigação historiográfica? Convidamos você a debater 
tais questões no Ambiente Virtual de Aprendizagem com os demais alunos e 
tutor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
 
PESQUISA HISTÓRICA: 
PROBLEMAS E ABORDAGENS 
TEÓRICO-METODOLÓGICAS 
 
1 
Conhecimentos 
Compreender sobre a construção da pesquisa histórica, a partir do 
conhecimento dos referenciais teórico-metodológicos e acervos documentais 
existentes. 
 
Habilidades 
 
Facilitar a aplicação das teorias da História no trabalho com as fontes 
documentais. 
 
Atitudes 
 
Estabelecer relações, comparações e contrastes em diferentes realidades de 
pesquisa e seus contextos históricos. 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
A pesquisa no campo da história 
 
Ao debruçarmos na pesquisa devemos estar atentos às perguntas que 
fazemos aos documentos e é o que as historiadoras Maria Vieira do Pilar, 
Maria do Rosário e Yara Khoury chamam de “agentes da pesquisa”. Essas 
perguntas são importantespara que possamos enquanto pesquisadores 
encontrar os vestígios investigados. Tais perguntas fundamentam-se nas 
evidências e geralmente apresentam-se incompletas. Essas perguntas deverão 
estar em conformidade com o objeto analisado. 
As evidências estão relacionadas com a Lógica Histórica, pensada a 
partir das reflexões do historiador neomarxista Eduard Palmer Thompson. 
Sendo assim, para compreender sua definição seria necessária uma leitura 
apurada do (capítulo 7) a Lógica Histórica do livro: A Miséria da Teoria: um 
planetário de erros, porém tentaremos simplificar essa definição. Thompson 
define Lógica Histórica como um método lógico de investigação formado pelo 
conhecimento histórico, onde compreende os fatos ou as evidências que são 
constituídas pela existência do “real”. Na evidência histórica nem todas as 
perguntas elaboradas serão adequadas ao processo investigativo. 
 
Mas com relação aos documentos, porque é necessário 
interrogá-los? 
Tomando como reflexão os pensamentos de Jacques Le Goff sobre 
documento monumento, o autor reflete a respeito de sua legitimidade e afirma 
que todo “documento é uma mentira” (LE GOFF, 1996, p.547-548), desse 
modo, enquanto pesquisadores precisaram interrogá-los, pois eles foram 
construídos a partir do interesse de uma época, de uma determinada 
sociedade. É preciso duvidar, isso não significa dizer que os documentos 
analisados numa pesquisa serão sempre construções forjadas de uma 
sociedade ou de um determinado episódio e por isso devem ser considerados 
ilegítimos. 
18 
 
 A partir das perguntas podemos encontrar as respostas para nossas 
inquietações diante dos problemas levantados na pesquisa. Como diz Marc 
Bloch, é preciso interrogá-lo mesmo a contragosto. Isso serve para os 
testemunhos do passado os quais também não falam sozinhos a não ser que 
os interroguem. (BLOCH, 2001, p.78). 
No espaço acadêmico é possível fazer pesquisa sem 
ensino? 
Refletindo os pensamentos de Paulo Freire que diz: “Não há ensino 
sem pesquisa, e pesquisa sem ensino [...]”. (FREIRE, 2002). Desse modo, para 
Freire o processo da pesquisa é algo que faz parte “da natureza da prática 
docente” e; durante o processo de sua formação, na qual é permanente, é 
necessário que o professor se reconheça como um pesquisador. Então, por 
que pesquisar? A pesquisa nos dá uma constatação, e assim poderemos 
intervir e com essa intervenção nos educamos e realizamos a educação. A 
pesquisa nos leva a que? Ao conhecimento, e nos revela o não dito. 
Quando nos propomos a pesquisar uma referida temática, temos que 
pensar qual a relevância dessa temática para a sociedade, que contribuições 
ela trará. No caso da História, qual a relevância de uma pesquisa para a 
historiografia. Refletindo mais uma vez as palavras de Pilar, Rosário e Khoury, 
quando falam sobre a pesquisa em História apontam que “a pesquisa está ao 
alcance de qualquer pessoa [...]” (VIEIRA; PEIXOTO; KHOURY, 1991, p.68). 
Desde que você se coloque disposto a recuperar o passado para entender os 
campos de tensões e conflitos daquela época e como são constituídos no 
tempo presente. Sendo assim, o pesquisador (historiador) se coloca como ser 
político, onde procura soluções para o futuro, sendo também um sujeito do 
conhecimento. Essa descoberta com certeza trará benefícios para a sociedade. 
 
Isso nos leva a refletir sobre o quanto é longo e árduo o caminho da 
pesquisa. O pesquisador vai além do estudo, da análise dos documentos. Ele 
precisa ter paciência e persistência, pois o fato de o documento estar arquivado 
numa instituição pública não significa que não haverá empecilhos. O historiador 
precisa estar preparado para imprevistos e, diante deles, buscar soluções para 
19 
 
que sua pesquisa não seja prejudicada pelos percalços encontrados no 
caminho. 
Desse modo, é importante pensarmos o quanto essa dificuldade de 
acesso aos documentos prejudica a construção de uma memória social, na 
perspectiva da História Social. É importante refletirmos sobre esses espaços 
enquanto lugares de memória e enquanto espaços propícios a inves- 
tigação social, como lembram Heloísa de Faria Cruz e Maria do Rosário Cunha 
Peixoto, levando em conta que tais documentos, como exemplo podemos citar 
a imprensa, devem ser problematizados e que nenhum documento deve ser 
percebido como um monumento. 
Durante a análise dos documentos, o pesquisador desenvolve também 
a função de perito. Tomemos como exemplo a análise de um jornal impresso 
em mau estado de conservação. O pesquisador ao analisá-lo deverá muitas 
vezes deduzir quais números correspondem àquelas páginas localizadas nas 
emendas do jornal ou aqueles trechos de reportagens e títulos corroídos que 
dificultam a compreensão do texto. Em alguns momentos, é preciso procurar 
entender nos fragmentos da notícia aquela palavra ilegível ou corroída pelo 
tempo. 
Desse modo, não basta apenas ter o documento em mãos. Embora o 
modo como se chega a ele seja fundamental para o bom desenvolvimento da 
pesquisa, por outro lado também é precisamos analisá-lo com precisão, e isso 
significa ir além de uma simples leitura. Quando aquela página está 
praticamente danificada pelo tempo, então é importante identificarmos o eixo 
central da notícia de maneira mais criteriosa e contextualizada. 
Sobre a escolha do tema a ser desenvolvido numa pesquisa, é 
fundamental deixar claro que não se trata apenas de escolhermos um assunto, 
é preciso pensarmos num objeto para ser problematizado e assim ser 
construída uma discussão que será a problemática desenvolvida na trajetória 
da pesquisa. 
20 
 
Com relação à escolha das fontes, deverá acontecer antes da 
problematização do objeto. Vejamos o que Pilar Rosário e Khoury nos dizem a 
respeito dessa questão. 
 
Neste sentido não dá para fazer a seleção de fontes depois da 
problematização, como geralmente recomendam os manuais. O 
pesquisador, no encaminhamento da pesquisa, se depara com 
registros que funcionam como elemento perturbador, ou porque não 
consegue explicá-los, ou porque questionam linhas importantes de 
sua reflexão. (VIEIRA; PEIXOTO; KHOURY, 1991, p.46). 
 
As fontes nos norteiam para o desenvolvimento da pesquisa, mas é a 
partir do diálogo com as evidências que conseguimos pensar e discutir nosso 
objeto de estudo, onde poderá ser repensado, dependendo do que as fontes 
revelarão ao serem analisadas. Com a finalização de um trabalho de pesquisa, 
não significa dizer que foram esgotadas às discussões a respeito do trabalho 
produzido. 
Enquanto pesquisadores, apresentamos um conhecimento sobre o 
objeto, mas isso não significa dizer que finalizamos toda uma discussão sobre 
a temática proposta. A pesquisa é sempre um produto inacabado e sujeito a 
novas reflexões. Contudo, sua problematização constitui-se em se pensar a 
história enquanto experiência humana, onde envolve a classe, a luta, em refletir 
o conhecimento histórico “[...] como aquele que é capaz de apreender essa 
experiência vivida por sujeitos ativos que problematizam sua própria 
experiência [...]”. (VIEIRA; PEIXOTO; KHOURY, 1991, p.37-38). 
 
Abordagens 
Nessa discussão conheceremos as abordagens historiográficas, são 
elas: História Oral, História do Discurso, História Imediata, História Serial e 
Quantitativa, História Regional e Micro-História. Mas antes de iniciarmos a 
discussão sobre tais abordagens, será importante conhecermos os campos da 
História na qual estão inseridas. 
21 
 
O Campo da História contempla História Cultural, História do 
Imaginário, História Política e História Social e História Econômica. A História 
Cultural ganha força no campo historiográficodo final do século XX. Seus 
estudos contemplam a cultura popular, a cultura letrada, as representações 
dentre outras práticas sociais vivenciadas e ocorridas na sociedade. Eduard 
Palmer Thompson foi pioneiro nos estudos culturais relacionados ao social. 
Esse historiador distancia-se do pensamento marxista ortodoxo quando, por 
exemplo, entende que a classe social não é abstrata, portanto como “relação e 
processo em meio ao devir histórico” (BARROS, 2010, p.63). 
Outros pensadores, entre eles filósofos e sociólogos, fizeram parte da 
construção deste campo historiográfico, porém não entraremos numa 
discussão apurada de seus pensamentos, pois neste momento o importante é 
que compreendamos que a cultura se entende para além de um pensamento 
intelectual, sendo assim, é refletida sobre uma cultura dita popular. Lynn Hunt 
chama essa história cultural de Nova História Cultural que “[...] pensa a cultura 
como um conjunto de significados partilhados e construídos pelos homens para 
explicar o mundo [...]”. (PESAVENTO, 2005, p. 15). 
Cultura popular para Thompson é entendida como um conceito 
abstrato, pois acredita que não devemos separar a cultura erudita de uma 
cultura popular, ambas estão interligadas, pois sofreram influências uma da 
outra. Com isso, quando a cultura é percebida como hegemônica, ela estará 
se tornando superior, uma cultura pertencente a uma elite dominante. Essas 
reflexões poderão ser aprofundadas a partir da leitura de seu livro: Costumes 
em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. 
Hegemonia: remete a algo que é dominante, superior ao outro. Exemplo: um 
país ou povo que se coloca como dominante a outro. 
 
Com relação à História do Imaginário, é um campo da história que está 
relacionado também com a História Cultural. Este campo histórico está 
vinculado ao estudo das imagens visuais, verbais e mentais. A construção 
deste conceito associado à área de Humanas foi pensada no início da década 
de 1970 por Cornelius Castoriadis, também teve a influência dos historiadores 
22 
 
Jacques Le Goff e Georges Duby. Com isso, temos o imaginário interligado ao 
estudo das representações e símbolos. Por exemplo, uma cadeira, enquanto 
objeto, pode ser refletida de maneira simbólica para se pensar sobre uma 
época. 
 Ao pensarmos em História Política e Social é importante enfatizarmos 
que no século XIX a História Política refletia as grandes personalidades, os 
feitos heroicos, estando voltada para uma história do Estado a partir de um 
olhar positivista. Essa história, denominada hoje como Velha História Política, 
foi repensada a partir do século XX, quando surgiu a chamada Nova História 
Política, a “História Vista de Baixo” com ênfase no social, que passou a 
observar o cotidiano, os grupos de sujeitos sociais e o próprio indivíduo, antes 
invisíveis pela história positivista. 
 José D‟ Assunção Barros coloca que a História Social é percebida no 
contexto atual como um campo historiográfico voltado para o estudo da 
sociedade, embora seja “[...] direcionada para as dimensões política, 
econômica ou cultural [...]” (BARROS, 2010, p. 116). Ao pensarmos a História 
Social relacionada às abordagens, pode ser pensada tanto como uma Macro-
História (aquela que faz uma análise mais ampla de um determinado lugar) e 
como uma micro-História (aquela que se analisa o cotidiano de maneira mais 
minuciosa). 
 Quanto a História Econômica, está interligada com a História Política e 
a História Social e visa um estudo sobre, por exemplo, os ciclos econômicos, o 
sistema financeiro. Desse modo, uma história que tem como interesse estudar 
com a História Política, por exemplo: os meios de produção, as técnicas de 
produção, enquanto relacionada com a História da Cultura Material, irá 
abranger o Consumo: os hábitos de consumo, os salários, as moedas. Quando 
falamos em relações sociais associando-as as relações de consumo, então, é 
quando se estabelece um diálogo da economia com a História Social. 
A História Econômica também percorre de modo geral a História da 
Economia Antiga, da Economia Medieval e também a da Economia Capitalista. 
Todas essas discussões dependerão do interesse de pesquisa do historiador. 
O fato é que elas estarão sendo relacionadas com a sociedade. Isso implica 
23 
 
em dizer que não se trata de uma discussão de uma História puramente 
econômica, mas de uma história econômica que dialoga com os demais 
campos da história. Diante disso, percebemos que cada campo historiográfico 
se interliga, dependendo do objeto de pesquisa do historiador. 
 Dentro desses campos ou dimensões historiográficas encontramos as 
abordagens que tratam em discutir as metodologias que cada um trabalha 
dentro do campo da história. Cabe ressaltarmos que são estabelecidas 
divisões, por exemplo, na abordagem da História Oral o historiador poderá 
enfocar ou uma História Política ou uma História Cultural. Desse modo, temos 
uma abordagem historiográfica, no caso a História Oral, que é um dos 
caminhos metodológicos da História, que se subdivide entre uma História 
Política e Cultural. 
 
Mas afinal, do que trata a História Oral? 
 
Como abordagem metodológica, diz respeito a documentos produzidos 
através de depoimentos, relatos de vida realizados por meio de gravações das 
falas ou imagens das/os entrevistadas/os. Mas como diria Portelli “ [...] uma 
entrevista é uma troca entre dois sujeitos[...]”(PORTELLI, 1997, p.9). Diante 
disso, temos uma troca “mútua” de experiência entre pesquisador e 
entrevistado. E isso nos coloca, enquanto pesquisadores, em pé de igualdade 
com os nossos entrevistados. 
A História Oral possibilita ao pesquisador estar diante de 
acontecimentos peculiares contados por pessoas capazes de transmitirem em 
sua fala emoções e danos psicológicos jamais revelados. Na história Oral 
podemos nos deparar com a subjetividade do narrador e isso, em nenhum 
outro trabalho com outras fontes será possível de ser vivenciado. (PORTELLI, 
1997, p.31). Para compreendermos melhor a próxima abordagem, História do 
Discurso, é importante fazermos uma rápida reflexão sobre fonte Histórica, 
onde qualquer texto, dependendo de sua relevância para a pesquisa, poderá 
ser considerado como fonte. Não necessariamente um documento precisa ser 
24 
 
oficial para ser uma fonte. Uma receita de bolo, uma música, um poema, todos 
podem ser percebidos como documentos. 
José D‟ assunção Barros enfatiza que “A fonte histórica é aquilo que 
coloca o historiador diretamente em contato com o seu problema [...]” 
(BARROS, 2010, p.134). Com isso, é através dela que o historiador poderá 
realizar uma reflexão mais profunda da sociedade. Diante disso, a fonte se 
transforma num discurso de um determinado período histórico, por sua vez, 
esse discurso se converte num texto de uma determinada época. Como prática 
historiográfica, tais discursos históricos obviamente não se tratam aqui de 
discursos positivitas, eles se constituíram na História do Discurso ou História 
Textual que é analisada tanto como uma abordagem qualitativa como 
quantitativa. 
É importante salientarmos que a História do Discurso é utilizada pelos 
historiadores de diferentes abordagens e isso deixa a sensação de que ela 
poderia não ser entendida como um campo de abordagem. Para analisarmos 
esse discurso ou texto são realizados estudos mais profundos denominados de 
Apostes Teóricos Metodológicos. Estes estudos constituem em uma análise 
interna e externa dos documentos levantados para a pesquisa. 
A análise externa percebe as intenções ou motivações de quem as 
produziu. É preciso atentar para qual o significado daquele documento 
enquanto objeto de estudo, levando em consideração a dualidade em ser 
percebido como um objeto de „significação e de comunicação‟. Para Barros, a 
análise do discurso de um texto (documento) ocorre em três dimensões 
simultâneas denominadas de: intratexto, intertextoe contexto. 
O intratexto diz respeito ao que o autor chama de “aspectos internos”. 
Ao avaliarmos tais aspectos, estamos dando significado ao objeto avaliado. Já 
o intertexto implica em relacionáramos um texto a outros textos e por fim, o 
contexto é a relação do texto com a realidade na qual foi construído. Sendo 
assim, é a partir do intertexto e do contexto que o objeto de significação se 
torna um objeto de comunicação. Essa tríplice é fundamental para quem 
trabalha com o discurso textual como fonte. 
25 
 
Quanto a História Imediata, esta se aproxima da área do jornalismo. 
Como o próprio nome enfatiza, trata-se de algo que acontece no mesmo 
espaço de tempo em que o pesquisador está inserido. O historiador analisa 
tanto os sujeitos sociais do passado como a si próprio enquanto sujeito atuante 
dessa história. Vejamos o exemplo de Barros com relação a esse campo de 
abordagem historiográfica. 
Quando Leon Trotski escreveu uma História da Revolução Russa, 
estava naturalmente escrevendo uma história imediata, que em 
alguns pontos iria encontrar a ele mesmo como ator social envolvido 
nos acontecimentos que estava estudando. Neste sentido, também 
Júlio Cesár, ao escrever uma história das Guerras das Gálias, ou 
Tucídides, ao começar a escrever a História da Guerra do 
Peloponeso após ter sido destituído do cargo de estratego ateniense, 
estavam cada qual à sua maneira produzindo uma modalidade de 
História Imediata. [...]. (BARROS, 2010, p.146). 
 
É importante não confundirmos esse tipo de abordagem com uma 
história do tempo presente, aquele em que os acontecimentos ocorrem num 
período contemporâneo, porém, não envolvem o historiador como sujeito 
atuante daquele momento. Contudo, ao enveredarmos numa pesquisa de uma 
História Imediata, estaremos compartilhando dos acontecimentos de uma 
sociedade na qual estamos inseridos. 
Na História serial, a quarta abordagem a ser discutida nesse capítulo, 
surgiu na historiografia em meados do século XX. Sua perspectiva de 
abordagem consistia na análise de umas séries de fontes a partir de técnicas 
que eram diferenciadas da história tradicional. As fontes são analisadas de 
forma homogênea, onde irão quantificar as informações levantadas. 
A História serial trabalha não apenas com fontes, mas com eventos ou 
dados, sendo assim, o historiador analisa diversas séries de eventos históricos 
em certos períodos de tempo. Como exemplo desse tipo de estudo, podemos 
mencionar os eventos econômicos, as análises das curvas de preços e de 
curvas demográficas. A História serial surgiu a partir da História Econômica, 
tendo esses dois campos se estendido para a História Demográfica e História 
Social. 
 
26 
 
E quais tipos de fontes podem ser analisados na História Serial? 
 
 Alguns procedimentos metodológicos da Historia Serial se relacionam 
com os campos da História Econômica e História Demográfica e da História 
das Mentalidades. Ela também está relacionada com a História Quantitativa 
que discutiremos adiante. Conforme Barros variadas fontes podem ser 
percebidas nesse tipo de abordagem histórica, são elas: fontes cartoriais, 
administrativas, comerciais, paroquiais, testamentais, dentre outras, onde 
também estão trabalhadas pela História Quantitativa. 
 
Mas, qual a diferença entre História Serial e História Quantitativa? 
 
Na História Serial, as fontes são homogêneas e são relacionadas a um 
período que corresponde ao problema a ser analisado, onde posso trabalhar 
com séries de fontes, mas isso não significa que serão analisados os números. 
Com relação à História Quantitativa, é definida a partir do campo de 
observação, onde a realidade é observada através dos números, da 
quantidade, corresponde a tudo aquilo que envolve medidas de valores 
numéricos, onde sua abordagem está associada às estatísticas e aos gráficos. 
“[...] A “série” é o que canaliza a atenção do historiador na modalidade da 
História Serial; o “número ou a medida é o que canaliza a atenção do 
historiador no caso da História Quantitativa.” (BARROS, 2010, p.150)”. 
Ao se dedicarmos a abordagem da História Quantitativa, deveremos 
tomar cautela para não produzir uma história restrita à descrição de dados 
numéricos. É importante que a história produzida seja problematizada para que 
não se torne mera descrição, uma História Factual, também conhecida como 
História positivista que predominou no século XIX e na qual foi bastante 
criticada pela Escola dos Annales. 
 Ao falarmos de História Regional, é importante enfatizarmos que a 
História Regional é um campo diferente da Micro-História. Na primeira, o 
27 
 
historiador realiza um recorte num espaço geográfico, desse modo irá escolher 
uma região específica para problematizar um determinado assunto que poderá 
estar relacionado à cultura ou a qualquer outro recorte, percebendo o espaço a 
partir das relações sociais. 
Na segunda, há uma preocupação em estudar e observar o espaço a 
partir de um olhar microscópico da realidade de um pequeno vilarejo, por 
exemplo, observando esse lugar enquanto um pequeno espaço físico, mas 
como pequenos detalhes que constituem naquele lugar sejam de nível estadual 
ou nacional. O historiador que trabalha coma micro-História procura observar 
as relações sociais, algum problema relacionado ao social ou cultural possível 
de ser evidenciado pelo pesquisador. 
Um exemplo de estudo micro-histórico é evidenciado pelo historiador 
italiano Carlo Ginzburg, um dos pioneiros do micro-história, na obra: O Queijo e 
os Vermes, onde analisa o caso do moleiro Menócchio, condenado pela 
Inquisição duas vezes por suas ideias hereges, contrariando assim, o 
pensamento da Igreja Católica que era a instituição religiosa e oficial da época. 
Desse modo, Menócchio é o “fragmento” de estudo. Um só caso, estudado por 
Ginzburg abrangia um pensamento que não fazia parte de uma história oficial, 
era o reflexo do pensamento e da cultura de sociedade do período medieval 
que provavelmente não teria sido conhecido. 
 
Moleiro: Operário responsável pela moagem da farinha. Operador de 
moinhos de vento. O que trabalha, ou o que é proprietário de moinhos. 
 
Nos anos de 1980, no Brasil, alguns historiadores passaram a estudar 
a partir do olhar micro-histórico somado com o campo de observação 
sociocultural proposto pelo historiador inglês Eduard Palmer Thompson, onde 
se debruçou em analisar uma sociedade a partir do olhar de baixo para cima, a 
chamada “História Vista de baixo”. Este historiador propõe um olhar do 
cotidiano a partir dos problemas de uma sociedade e a formação da 
consciência de classe. 
28 
 
 A abordagem micro-histórica propõe uma leitura minuciosa dos 
indícios das fontes, esse modo de tratar as fontes é o que Ginzburg denomina 
de “paradigma indiciário”, isso implica em dizer que o historiador deve perceber 
os minuciosos detalhes do cotidiano contraditório de uma sociedade não 
revelado nos documentos oficiais. Desse modo, para Ginzburg o importante 
não é desvendar a realidade absoluta dos acontecimentos, mas entender como 
eles acontecem, como podem ser explicados de diferentes formas que são 
colocados pelos sujeitos sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
FONTES DOCUMENTAIS, 
ACERVOS E METODOLOGIAS 
DE TRABALHO. 
2 
Conhecimentos 
Compreender e permitir a reflexão sobre a construção do conhecimento de 
história, a partir de fontes documentais diversas. 
 
Habilidades 
Identificar os acervos existentes para a pesquisa histórica. 
 
 Atitudes 
 
Desenvolver as habilidades de escrita da História, como a narrativa e a 
interpretação das fontes. 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Odocumento e a escrita da História 
O trabalho do historiador é realizado com fontes e documentos 
históricos. Estas são produzidas nas diversas instâncias das experiências 
vivenciadas pelos homens socialmente e constituem variadas formas: objetos, 
imagens, músicas, escritos, pinturas, arquitetura, etc. Para analisar as fontes e 
construir sua escrita os profissionais da história se utilizam de diversas 
técnicas, abordagens e metodologias. Ou seja, a análise dos documentos 
históricos é realizada a partir de procedimentos metodológicos e técnicos, 
subsidiados por variadas leituras e embasamento teórico. O aperfeiçoamento 
das técnicas de pesquisa e as formas de utilização dos vestígios humanos 
estão em constante transformação, conforme nos aponta Vavy Pacheco 
Borges (1992). 
Entretanto, esta visão alargada sobre as fontes históricas e os 
procedimentos de análise estava restrita aos documentos escritos e oficiais. No 
século XIX a História, como área de conhecimento, a partir dos pressupostos 
da Escola Positivista conferiu ao documento escrito, sobretudo os oficiais, o 
status de prova e garantidor da objetividade nos estudos históricos. Assim, o 
historiador deveria ser fiel ao contido nos documentos, descartando qualquer 
intervenção do pesquisador em estudá-lo ou mesmo o processo de sua criação 
(VIEIRA; PEIXOTO & KHOURY, 2000). Destaca-se que esta preponderância 
do documento escrito no trabalho historiográfico perdurou até meados do 
século XX. 
Na visão positivista da história, o documento é uma imagem real do 
acontecimento histórico. Neste sentido, não cabe ao historiador à interpretação, 
mas a maior proximidade possível do descrito na documentação oficial 
selecionada para exposição do tema ou fato. Dada a importância do 
documento histórico como prova, fazia-se necessário a comprovação da 
autenticidade ou não do registro utilizado. No documento oficial estava contida 
a verdade sobre o determinado tema e/ou fato em investigação. Desta forma, 
estava garantida a narrativa sobre os fatos políticos, militares e seus ilustres 
personagens históricos. 
32 
 
 A cientificidade da ciência histórica seria construída por meio de 
pressupostos metodológicos específicos do campo de conhecimento que 
levassem a análise documental, podendo utilizar-se da comparação entre 
fontes para se chegar a uma reconstrução dos acontecimentos do passado, 
garantida pela comparação e pela autenticidade documental. 
Outros vestígios, para os positivistas, só poderiam ser considerados 
em estudos temáticos, ou seja, setoriais. Esses estudos seriam feitos mediante 
a interligação com as ciências auxiliares da história, exemplo da arqueologia e 
da paleografia (VIEIRA; PEIXOTO & KHOURY, 2000). 
A ampliação da noção de documento histórico foi efetivada a partir de 
uma nova compreensão acerca da história e do ofício historiador, alargamento 
efetuado por meio das problemáticas pensadas pelos integrantes da Escola 
dos Annales no século XX. Esta nova visão incorpora novas tipologias de 
fontes, metodologias e técnicas de investigação e escrita. Assim, o processo de 
pesquisa deixa de ser condicionado ao documento, passando as problemáticas 
feitas pelo pesquisador. O documento não fala mais por si e cabe ao historiador 
observar, também, as intencionalidades presentes na sua confecção e seleção. 
A Revista de História Econômica e Social, fundada pela Escola dos 
Annales, surgiu a partir de 1929 e teve como principais expoentes Marc Bloch e 
Lucien Febvre. Esses autores contrapunham-se a perspectiva positivista que 
privilegiava a história política e as fontes oficiais: 
 
Por não aceitarem os pressupostos da historiografia política 
tradicional, que apenas passava pela superficialidade dos 
acontecimentos, contrapunham-lhe à História-problema, isto é, as 
fontes deveriam ser buscadas e interpretadas segundo as hipóteses 
que partiam do historiador. Todas as atividades humanas deveriam 
ser consideradas com a mesma importância (JANOTTI, 2008, p. 12-
13). 
 
Essa renovação também teve como característica uma maior 
proximidade com outras áreas do conhecimento, principalmente no campo das 
ciências humanas. Assim, muitos historiadores passaram a buscar o diálogo 
com os estudos sociológicos, geográficos, econômicos e linguísticos. 
33 
 
Os estudos de Ernest Labrousse são exemplares quanto ao 
alargamento das temáticas, metodologias e fontes de estudos no campo da 
história. O autor, ao desenvolver uma história quantitativa, “expandiu ainda 
mais as fontes históricas ao fazer uso de métodos da economia, construindo 
gráficos, tabelas e estatísticas para explicar ciclos econômicos de curta e longa 
duração” (JANOTTI, 2008, p. 14). 
Na década de 1970 o processo de renovação da pesquisa 
historiográfica ganhou mais um grande impulso com a publicação do livro 
organizado por Jacques Le Goff e Pierre Nora, Faire l‟histoire. Publicado em 
três volumes no Brasil, reuniu estudos sobre os novos problemas, objetos e 
abordagens no campo da história. Dentre estes novos objetos e documentos 
encontram-se pesquisas sobre a História das Mentalidades, História da Saúde 
e da Doença, História e Cotidiano, História da Alimentação, etc. que buscaram 
utilizar desde documentos escritos, imagens a depoimentos orais. 
Para Peter Burke, em A Escola dos Annales, a maior contribuição dos 
historiadores ligados ao movimento dos annales correspondeu ao alargamento 
dos estudos históricos para diversas áreas do conhecimento. 
 
O grupo ampliou o território da história, abrangendo áreas 
inesperadas do comportamento humano e a grupos sociais 
negligenciados pelos historiadores tradicionais. Essas extensões do 
território histórico estão vinculados a descobertas de novas fontes e 
ao desenvolvimento de novos métodos para explorá-las. Estão 
também associadas à colaboração com outras ciências, ligadas ao 
estudo da humanidade, da geografia, à lingüística, da economia, à 
psicologia. Essa colaboração interdisciplinar manteve-se por mais de 
sessenta anos, um fenômeno sem precedentes na história das 
ciências sociais. (BURKE, 1997, p. 126-127). 
 
A ampliação do campo de estudos e das fontes foi acompanhada pelas 
problematizações que o historiador levanta, pela crítica documental, a 
compreensão da importância de analisar as intencionalidades da construção do 
vestígio e o contexto em que foi produzido. Neste sentido, o documento não 
será mais o ponto de partida da investigação. Assim, cabe ao historiador lançar 
mão de suas problemáticas. 
 
 
34 
 
Fontes históricas e suas tipologias 
 
A compreensão hoje sobre o que são fontes históricas é ampla e 
engloba uma diversidade de tipologias, fundos arquivísticos e espaços de 
produção e guarda. Neste material, buscaremos apresentar três tipologias de 
fontes: escritas e impressas, audiovisuais e orais. Destacamos estas por 
representarem o maior número de documentos utilizados contemporaneamente 
nos trabalhos acadêmicos. 
 
Fontes escritas e impressas 
 
As fontes escritas e impressas representam uma gama de documentos 
produzidos pelos homens ao longo do tempo. Você, caro estudante, saberia 
responder que exemplos de documentos poderíamos citar neste caso? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Certamente, você deve ter respondido com facilidade esta questão. 
Nosso cotidiano é repleto de documentos escritos, tais como: jornais, fichas 
cadastrais, legislação, agendas, diários, etc. Pensando nesta diversidade de 
fontes escritas (manuscritas) e impressas, vamos apresentar algumas 
considerações do trabalho investigativo com as mesmas. Devemos ressaltar 
que a prática de pesquisa, certamente, é o momento mais rico para o 
desenvolvimento das habilidades do ofício do historiador. Nossa tarefa aqui 
será a de apresentarmos os tipos de arquivos e documentos, buscando 
esmiuçar possibilidades de investigação por acadêmicos e/ou profissionais, 
sem, contudo, termos a pretensão de esgotarmosos cenários possíveis da 
análise historiográfica. 
Caro estudante, 
Cite aqui exemplos de fontes escritas e impressas que você conhece. 
 
1. __________________ 3. __________________ 
2. __________________ 4. __________________ 
35 
 
Instituições arquivísticas e acervo de documentos 
 
Partindo do cenário evidenciado acima, apresentamos abaixo o quadro 
elaborado por Carlos Bacellar sobre os tipos de arquivos e documentos nestes 
reunidos. Logicamente, trata-se de um quadro geral e que não contempla os 
diversos acervos que os compõem. 
 
ARQUIVOS DOCUMENTOS 
Arquivos do Poder Executivo Correspondência: ofícios e 
requerimentos; 
Listas nominativas; 
Matrículas de classificação de 
escravos; 
Listas de qualificação de votantes; 
Documentos sobre imigração e 
núcleos coloniais; 
Matrículas e frequências de alunos; 
Documentos de polícia; 
Documentos sobre obras públicas; 
Documentos sobre terras. 
Arquivos do Poder Legislativo Atas; 
Registros. 
Arquivos do Poder Judiciário Inventários e testamentos; 
Processos cíveis; 
Processos crimes. 
Arquivos Cartoriais Notas; 
Registro civil. 
Arquivos Eclesiásticos Registros paroquiais; 
Processos; 
Correspondências. 
Arquivos Privados Documentos particulares de 
indivíduos, famílias, grupos de 
interesse ou empresas.. 
 
Fonte: BACELLAR, Carlos. Fontes documentais: uso e mau uso dos arquivos. In: PINSKY, 
Carla Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. 2ª edição. São Paulo: Editora Contexto, 2008, p. 
26. 
 
O quadro elenca importantes espaços de pesquisa para os trabalhos 
de investigação de estudantes e profissionais. Ressaltamos que o acesso, 
organização e conservação desses acervos são variados, indo da permissão a 
consulta a total indisponibilidade, especialmente quando falamos do acesso 
aos arquivos cartoriais, eclesiásticos e privados. Infelizmente, ainda temos 
36 
 
muitos acervos em péssimos estados de conservação e sem a mínima 
organização arquivística com a divisão por fundos, séries e subséries. 
 
Um conjunto documental extremamente acessado por historiadores e 
outros sujeitos é o que se refere à questão da propriedade territorial no Brasil. 
Neste conjunto temos registros de datas de terra, cartas de sesmarias, 
recenseamentos de propriedades territoriais e registros de terra, especialmente 
após a extinção da concessão de sesmarias e a implementação da Lei de 
Terras em 1850. Ainda com relação à posse/propriedade territorial temos uma 
vasta legislação que se iniciou com a transplantação das Ordenações do Reino 
para a América portuguesa, passou pela criação de uma copiosa legislação 
complementar com decretos, alvarás, éditos régios e prosseguiu no império 
com a Lei de Terras. Segundo Ruy Cirne Lima: 
 
(...) a legislação e o processo das sesmarias se complicam, 
emaranham e confundem, sob a trama invencível da incongruência 
dos textos, da contradição dos dispositivos, do defeituoso mecanismo 
das repartições e ofícios de governo, tudo reunido num amontoado 
constrangedor de dúvidas e tropeços (LIMA, 2002, p. 47). 
 
O historiador que irá trabalhar com este corpo legislativo deve estar 
atento para esta situação, observando a própria contradição da legislação e 
sua inserção nos registros e datas de terras. A carta de sesmaria, por exemplo, 
dependendo da época de sua concessão, variou em seu trâmite administrativo, 
composição e legislação regulatória. 
 
Nas Capitanias do Norte do Estado do Brasil, nos séculos XVII e XVIII, 
o padrão estabelecido para as concessões de sesmarias foi o seguinte: o 
primeiro passo consistia na apresentação do requerimento pelo solicitante com 
sua identificação, localização da terra pretendida e a(s) justificativa(s) de 
argumentação para obtenção da sesmaria. Em seguida, o documento traz a 
recomendação do Capitão-Mor ao escrivão das datas para investigar se as 
terras estavam livres para doação. A terceira etapa consistia na verificação e 
despacho do escrivão sobre a possibilidade da doação. Ao ter ciência da 
situação, o Capitão-Mor emitia seu parecer, concedendo a terra. Por fim, o 
registro informava do deferimento e recapitulava os dados já descritos, com o 
37 
 
acréscimo das obrigações que o sesmeiro deveria cumprir para garantir a 
posse da doação. 
 
Abaixo, caro estudante, você poderá visualizar esta estruturação 
descrita. Note que se trata de uma documentação com enorme possibilidade 
de temáticas a serem analisadas e que apresenta uma escrita da época, o que 
para muitos estudantes e profissionais é um desafio no início de seu contato 
com a documentação. Você, ao ler o documento, saberia apontar que 
informações e possibilidades de análise a fonte permite? 
 
 
FONTE - CARTA DE DOAÇÃO DE SESMARIA 
 
Data de sesmaria nº 03. Vol. 01. In: Datas de sesmarias do Ceará e índices das datas de 
sesmarias: digitalização dos volumes editados nos anos de 1920 a 1928 (Org.). Arquivo 
Público do Estado do Ceará. Fortaleza: Expressão Gráfica/Wave Media, 2006. CD-ROM. 
 
Certamente, caro estudante, você deve ter pensando em várias 
possibilidades de pesquisa que podem ser realizadas a partir da análise desta 
série documental. A partir dos dados nela contidos, podemos, por exemplo, 
38 
 
investigar os espaços requeridos, as formas de pedido (individual ou coletivo), 
o gênero dos requerentes, os tamanhos da área solicitada, as justificativas e 
deveres contidos e as autoridades envolvidas no processo. 
 
Outro corpus documental extremamente relevante é formado pelas 
fontes de processos cíveis e criminais, em poder de arquivos do executivo e do 
judiciário. Para Carlos Bacellar: 
 
Os processos crime e cíveis são fontes igualmente [aos testamentos 
e inventários] abundantes e dão voz a todos os seguimentos sociais, 
do escravo ao senhor. São fontes preciosas para o entendimento das 
atividades mercantis, já que são recorrentes os autos de cobrança de 
dívidas e os papéis de contabilidade de negócios de grande e 
pequeno porte. A convocação de testemunhas, sobretudo nos casos 
dos crimes de morte, de agressões físicas e de devassas, permite 
recuperar as relações de vizinhança, as redes de sociabilidade e de 
solidariedade, as rixas, enfim, os pequenos atos cotidianos das 
populações do passado (BACELLAR, 2008, p. 37). 
 
A utilização dos processos crimes e cíveis permite aos historiadores 
explorarem as diversas dimensões das relações sociais estabelecidas entre os 
sujeitos, conforme nos expõe Carlos Bacellar. Questões de ordem econômica, 
cultural, administrativa, familiar e social podem ser investigadas a partir dos 
casos arrolados. 
 
Os arquivos de ordem eclesiástica (registros de batismo, casamento e 
óbito) são importantes fontes na constituição de trabalhos sobre família, 
composição social e demografia. Essas fontes, geralmente, estão sob a guarda 
da Igreja Católica em paróquias e dioceses. O acesso a tais arquivos está 
sujeito à autorização do religioso responsável pela guarda da documentação e, 
muitas vezes, o estudante/pesquisador encontrará dificuldades para consultar 
os registros. Um bom exemplo de trabalho historiográfico que fez uso da 
análise dos registros paroquiais foi o estudo de Sheila de Castro Faria, A 
Colônia em Movimento, que buscou reconstituir o universo social e familiar do 
Brasil setecentista. Devemos ressaltar, também, que os registros paroquiais 
são fontes essenciais em estudos genealógicos e prosopográficos (estudo da 
carreira de um sujeito ou grupo de pessoas – biografias coletivas). 
39 
 
Por fim, no quadro geral das fontes escritas e impressas temos os 
periódicos (jornais e revistas). Segundo Tania Regina de Luca (2008), nos anos 
1970 ainda eram poucos os estudos que utilizavam os periódicos como fontes 
para trabalhos historiográficos acerca do Brasil. Escrevia-se uma História da 
Imprensa, mas não a História por meio da imprensa. 
 
Para Tania Regina de Luca (2008), a enorme quantidadede fontes 
periódicas possibilitam uma gama de investigações de diversas naturezas, com 
variados procedimentos metodológicos e técnicas de pesquisa. Entretanto, a 
autora identifica algumas observações e cuidados que o pesquisador deve ter 
ao trabalhar com esse tipo de documentação. 
 
Encontrar as fontes e constituir uma longa e representativa série. 
Localizar a(s) publicação (ções) na história da imprensa. 
Atentar para as características de ordem material (periodicidade, 
impressão; papel, uso/ausência de iconografia e de publicidade). 
Assenhorar-se da forma de organização interna do conteúdo. 
Caracterizar o material iconográfico presente, atentando para as 
opções estéticas e funções cumpridas por ele na publicação. 
Caracterizar o grupo responsável pela publicação. 
Identificar os principais colaboradores. 
Identificar o público a que se destinava. 
Identificar as fontes de receita. 
Analisar todo o material de acordo com a problemática escolhida. 
(LUCA, 2008, p. 142). 
 
Esses procedimentos não devem ser vistos como um modelo único a 
ser seguido. Como a própria autora ressalta, servem apenas como inspiração 
para que o profissional encaminhe os primeiros passos na investigação. 
Ademais, os procedimentos técnicos e metodológicos são variáveis e irão 
depender da análise e do embasamento teórico-conceitual do historiador. 
Dentre os pontos passíveis de análise podem ser investigados os meios de 
circulação dos periódicos, o grupo editorial, o formato físico, os temas 
trabalhados, as abordagens, o grupo de escritores/jornalista, seus editoriais, o 
público ao qual se destinava, as campanhas publicitárias contidas, a 
periodicidade, etc. 
 
 
 
40 
 
Fontes audiovisuais 
 
Nosso cotidiano está marcado pela enorme quantidade de informações 
que recebemos de diversos meios. Na sociedade da informação, imagens e 
sons estão sendo difundidos pelas novas tecnologias em constante produção e 
renovação. Neste cenário, embasados pela renovação dos estudos históricos, 
historiadores estão cada vez mais se apropriando de fontes audiovisuais para 
realizarem investigações e debates no campo da pesquisa e do ensino de 
história. 
 
Para Marcos Napolitano as fontes audiovisuais estão ganhando, cada 
vez mais, espaço nas pesquisas historiográficas, principalmente, quando 
relacionadas ao contexto do século XX. Entretanto, este alargamento da 
utilização destes documentos, considerados fontes primárias, se faz em duas 
perspectivas: 
 
Por um lado, as fontes audiovisuais (cinema, televisão e registros 
sonoros em geral) são consideradas por alguns, tradicional e 
erroneamente, testemunhos quase diretos e objetivos da história, de 
alto poder ilustrativo, sobretudo quando possuem um caráter 
estritamente documental, qual seja, o registro direto de eventos e 
personagens históricos. Por outro lado, as fontes audiovisuais de 
natureza assumidamente artística (filmes de ficção, teledramaturgia, 
canções e peças musicais) são percebidas muitas vezes sob o 
estigma da subjetividade absoluta, impressões estéticas de fatos 
sociais objetivos que lhes são exteriores (NAPOLITANO, 2008, p. 
235-236). 
 
 
As duas perspectivas, segundo o referido autor, erraram em não 
observar que a grande questão estava na compreensão das fontes 
audiovisuais a partir de suas “estruturas internas de linguagem e seus 
mecanismos de representação da realidade” (NAPOLITANO, 2008, p. 236) e 
não como fonte histórica objetiva ou subjetiva. 
 
Dentre as fontes audiovisuais, podemos citar filmes, documentários, 
fotografias, quadros, desenhos, gravuras, músicas, programas de rádio e 
produções televisivas (novelas, séries, jornais, etc.). A seguir, a partir das 
sugestões de Marcos Napolitano (2008), elencamos algumas questões que 
41 
 
devem ser observadas pelos historiadores na utilização e análise de fontes 
audiovisuais no trabalho historiográfico. Ressaltamos que, se trata de um 
recorte das sugestões e que estas não esgotam as perspectivas analíticas e 
metodológicas. 
 
 Recomendações/Orientações 
Teoria * Considerar as fontes audiovisuais e musicais um outro tipo qualquer de 
documento histórico, portadoras de uma tensão entre evidência e 
representação. 
* Perceber as fontes audiovisuais e musicais em suas estruturas internas 
de linguagem e seus mecanismos de representação da realidade, 
analisando, a partir daí, sua condição de "testemunho" de uma dada 
experiência histórica e social. 
* Empreender dois tipos de decodificação: a de natureza técnico-estética 
e a de natureza representacional. 
Prática * Delimitar o corpus documental. 
* Localizar os documentos. 
* Organizar a ficha técnica das fontes, identificando: gênero, suporte, 
origem, data, autoria, conteúdo referente, acervo. 
Música * Escolher o suporte material (fonograma ou partitura). 
* Coletar a documentação para a análise tendo em vista o período, o 
objeto e a problemática da pesquisa. 
* Delimitar historicamente o fonograma ou a partitura analisado. 
* Empreender uma audição sistemática e repetida diversas vezes. 
* Analisar letra, estrutura musical, sonoridades vocais e instrumentais, 
performances visuais e outros efeitos extramusicais (que são 
indissociáveis, mas devem ser decupados no momento inicial da 
pesquisa). 
* Mapear as "escutas" (crítica, público e os próprios artistas) que dão 
sentido histórico às obras musicais, apoiando-se nos materiais e na 
linguagem que estruturam cada peça musical. 
Cinema * Definir a abordagem: o cinema na História, a história no cinema ou 
História do cinema. 
* Assistir sistemática e repetidamente aos filmes que constituem o corpo 
documental da pesquisa, buscando articular análise fragmentada 
(decupagem dos elementos de linguagem) e síntese (cotejo crítico de 
todos os parâmetros, canais e códigos que formam a obra). 
* Buscar os elementos narrativos: "o que um filme diz e como o diz". 
* Produzir um "fichamento" que tente dar conta da riqueza da imagem em 
movimento e suas conexões ao longo do filme analisado, procurando 
informar sobre a natureza da linguagem e as estratégias de abordagem 
do tema do filme operadas pelos realizadores. 
* Levar em conta que todo filme, ficcional ou documental, é manipulação 
do "real". 
Televisão * Entender a natureza específica dos gêneros televisuais e como eles 
operacionalizam as regras gerais do audiovisual. 
* Fazer fichamento do material televisual construindo campos de registro, 
informação e comentário, de acordo com o gênero, a linguagem e a 
função do referido programa. 
* Observar a televisão como uma nova experiência social do tempo 
histórico que faz confluir o "real" e o "imaginário" no fluxo do presente. 
 
Fonte: NAPOLITANO, Marcos. Fontes audiovisuais: a história depois do papel. In: PINSKY, 
Carla Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. 2ª edição. São Paulo: Editora Contexto, 2008, p. 
281-283. 
42 
 
Fontes orais 
 
Os depoimentos orais ou entrevistas formam nosso último conjunto de 
fontes históricas. Estes depoimentos são colhidos a partir da metodologia da 
História Oral, conforme nos esclarece Verena Alberti: 
 
A História oral é uma metodologia de pesquisa e de constituição de 
fontes para o estudo da história contemporânea surgida em meados 
do século XX, após a invenção do gravador a fita. Ela consiste na 
realização de entrevistas gravadas com indivíduos que participaram 
de, ou testemunharam, acontecimentos e conjunturas do passado e 
do presente. Tais entrevistas são produzidas no contexto de projetos 
de pesquisa, que determinam quantas e quais pessoas entrevistar, o 
que e como perguntar, bem como que destino será dado ao material 
produzido (ALBERTI, 2008, p. 155). 
 
Devemos destacar que a História Oral compartilha de procedimentos 
metodológicos e teóricos de outras áreas do conhecimento das humanidades, 
exemplo da antropologia e da sociologia. No Brasil, a metodologia começou a 
ser utilizada a partir dos anos 1970 e teve como fomentador o Programa de 
HistóriaOral do Centro de Pesquisa e Documentação de História 
Contemporânea do Brasil – CPDOC da Fundação Getúlio Vargas. 
 
O desenvolvimento da metodologia da História Oral fora do país é mais 
antigo, estabelecendo-se o ano de 1948 com a invenção do gravador a fita 
como sendo o início do chamado período da fase “moderna” da História Oral 
(ALBERTI, 2008). Uma das experiências possibilitadas com a História Oral foi a 
coleta de depoimentos/entrevistas com sujeitos históricos das camadas sociais 
mais baixas, muitas vezes esquecidos nos documentos escritos e oficiais. 
 
Para Marieta de Moraes Ferreira e Janaina Amado, organizadoras do 
livro Usos e Abusos da História oral, o objeto de estudo do historiador com a 
História oral “é recuperado e recriado por intermédio da memória dos 
informantes; a instância da memória passa, necessariamente, a nortear as 
reflexões históricas, acarretando desdobramentos teóricos e metodológicos 
importantes” (1998, p. 15). Ressaltamos que no passado essas 
entrevistas/depoimentos não eram bem vistos, pois eram considerados 
subjetivos e poderiam trazer distorções dos fatos/acontecimentos. Trabalhar 
43 
 
com memórias, segundo Verena Alberti (2008), é compreender que estas são 
formadas a partir de uma contínua negociação, com a criação e recriação de 
memórias individuais e coletivas. 
 
Caro estudante, 
Você saberia explicar como preparar e usar entrevistas em um trabalho 
historiográfico? 
 
 
Segundo Verena Alberti (2008), a utilização da metodologia da História 
oral pressupõe sua divisão em três momentos: preparação das entrevistas, 
realização e tratamento. Na fase da preparação estão inclusos o projeto e a 
elaboração dos roteiros (geral e específico) das entrevistas. Neste momento, 
devem ser levantados os objetivos, o público selecionado e a quantidade. Em 
seguida, o momento da entrevista. Recomenda-se a reserva de um tempo 
longo devido as nuances envolvidas no ambiente da gravação e a posse de 
material para realizar anotações que julgue serem importantes. Por fim, a fase 
do tratamento consiste, grosso modo, na transcrição das entrevistas e a sua 
adequação para leitura com maior fluidez. 
 
Convém observarmos que as entrevistas, dependendo do objetivo 
traçado para a investigação, poderão ser temáticas ou histórias de vida. 
Segundo Verena Alberti, “as entrevistas temáticas são as que versam 
prioritariamente sobre a participação do entrevistado no tema escolhido, 
enquanto as de história de vida têm como centro de interesse o próprio 
indivíduo na história, incluindo sua trajetória” (2008, p. 175). 
 
 
 
 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
PROJETO 
DE PESQUISA EM 
HISTÓRIA 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
Conhecimentos 
 
Conhecer as etapas de elaboração de um projeto de pesquisa em História. 
 
 
Habilidades 
 
Reconhecer a importância das etapas de elaboração do projeto de pesquisa 
seguindo-as de forma adequada. 
 
 
Atitudes 
 
 
Elaborar um projeto de pesquisa em História considerando todas as etapas de 
sua construção como parte do processo da elaboração de um projeto 
acadêmico científico. 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
Como elaborar um projeto de pesquisa 
 
 
Ao decidir elaborar uma pesquisa em História devemos partir 
inicialmente da construção de um projeto de pesquisa. Decidido isso o projeto 
facilitaria ao pesquisador da área de Ciências Humanas as problemáticas 
inerentes ao processo de elaboração da proposta. 
 
 Você pode estar se perguntando por que um projeto é tão importante antes da 
realização de uma pesquisa cientifica? 
 
É o projeto quem vai orientar, através de um planejamento elaborado 
pelo pesquisador, o passo a passo da pesquisa. Ele irá organizar seu tempo, 
suas ideias, seu material, ou seja, vai lhe ajudar no desenvolvimento da sua 
pesquisa. Facilitando assim o processo de escrita e produção, sem deixar o 
pesquisador metodologicamente “desnorteado”. Sobre a organização de um 
projeto Barros afirma que: 
 
Teoria e Metodologia, quando habilmente conectadas por algumas 
hipóteses de trabalho pertinentes e bem elaboradas, constituem o 
grande segredo dos sucessos de empreendimentos relacionados à 
produção do conhecimento humano de tipo científico. Não importa o 
campo de estudos ou a disciplina a que se dedique o pesquisador, é, 
sobretudo neste núcleo mais elementar que começam a aparecer as 
grandes soluções, a originalidade científica, os avanços possíveis no 
conhecimento a ser produzido (BARROS, 2005, p. 190). 
 
 
Por isso, tornou-se primordial a projeção do que seria desenvolvido 
antes da execução, para isso lembre-se de escrever no tempo verbal do futuro, 
do que ainda será realizado. Diferente da escrita de uma monografia, 
dissertação ou tese que mostra os resultados da pesquisa já realizada. Existem 
algumas perguntas que são primordiais na hora de começar uma pesquisa, são 
elas: 
 
 
 
48 
 
Perguntas importantes Respostas esperadas 
O que pesquisar? Temática escolhida para ser estudada 
Por que pesquisar? Justificativa para a pesquisa 
Para que pesquisar? Objetivo geral e objetivos específicos 
Como pesquisar? Metodologia utilizada 
Quando pesquisar? Cronograma 
 
Como é possível observar a construção do projeto só acontece depois 
da escolha do tema de pesquisa, esse é o “ponta pé” inicial. O processo 
começa com o interesse por um tema geral, algum assunto que mais lhe 
chama a atenção, logo em seguida o pesquisador começa a ler mais sobre o 
assunto fazendo uma Revisão Bibliográfica, pesquisando tudo que já foi 
escrito sobre o assunto em questão. 
 
A pesquisa precisa ser inserida num diálogo com a bibliografia 
existente, mesmo que de forma implícita, proporcionando um debate sobre a 
temática. Ao fazer isso o pesquisador poderá identificar as lacunas deixadas 
por estes estudos e começar a construir o seu objeto de pesquisa. Podemos 
citar como exemplos de temas gerais: Escravidão no Brasil, Ditadura Militar, 
História Colonial, dentre outros. Para Barros: 
 
O Projeto de Pesquisa deve ser, naturalmente, um instrumento 
flexível, pronto a ser ele mesmo reconstruído ao longo do próprio 
percurso empreendido pelo pesquisador. Se o conhecimento é 
produto da permanente interação entre o pesquisador e o seu objeto 
de estudo, como tende a ser considerado nos dias de hoje, as 
mudanças de direção podem ocorrer com alguma freqüência, à 
medida que esta interação se processa e modifica não apenas o 
objeto de estudo, mas o próprio estudioso. (BARROS, 2008, p. 68) 
 
Portanto, o projeto precisa possuir esse caráter mutável e flexível, pois 
ao longo do caminho pode se deparar com novas fontes, hipóteses, conceitos 
que podem alterar o rumo da pesquisa. Definido o tema e feito uma leitura 
aprofundada da bibliografia já produzida o pesquisador deverá encontrar a 
problemática na sua temática, que se trata de um problema identificado nas 
49 
 
pesquisas. Diante disso a Problemática ou problema de pesquisa é feita em 
forma de pergunta, exemplos: “Que fatores contribuíram para a manutenção 
das relações escravistas na cidade do Rio de Janeiro após a abolição em 1888 
- 1938?”. Observe que a pergunta/problema contém o tema mais definido 
seguido do lugar onde será desenvolvida (Recorte espacial) e o período 
estudado (Recorte temporal). 
 
O Recorte espacial trata-se do lugar ou espaço a ser pesquisado, 
precisa ser definido para que os leitores saibam qual local o pesquisador está 
pesquisando, pode ser um país, uma região, um estado, um oceano, dentre 
outras possibilidades. Já o recorte temporal refere-se ao tempo que será 
estudado, por exemplo: século XIX, período colonial, durante a ditadura e etc... 
 
A Problemática é o ponto de partida do projeto, sempre feita em forma 
de pergunta, deve ser um problema o qual o pesquisador está se propondo a 
resolver.Trata-se na maioria das vezes de uma lacuna historiográfica a ser 
preenchida, conflitos ou busca pela compreensão de um processo que gere um 
questionamento. Este deve ser respondido ao longo do desenvolvimento da 
pesquisa. 
A investigação precisa possuir uma justificativa pessoal e social, não se 
pesquisa por pesquisar. Geralmente, um assunto chama sua atenção por uma 
questão de interesse pessoal, algo que você tem bastante curiosidade ou que 
faz parte da sua realidade. A justificativa social trata-se de mostrar ao publico 
leitor que relevância seu estudo trará para compreender algo na nossa 
sociedade. Podemos citar como exemplo: “O trabalho sobre a escravidão no 
período imperial nos ajudará a compreender o racismo no Brasil hoje”. 
A Fundamentação Teórica mostrará o quadro teórico escolhido pelo 
pesquisador para fundamentar seu projeto. São os conceitos e seus 
respectivos autores que fundamentaram sua proposta de pesquisa, ligando-a 
ao tema. O pesquisador deve tomar cuidado para não repetir o que está na 
revisão de bibliografia, esta etapa trata-se mais de mostrar os instrumentais 
teóricos utilizados, as categorias de análise e abordagens de pesquisa. 
50 
 
Precisamos falar dos objetivos de uma pesquisa, pergunte-se “Pra que 
pesquisar este assunto?”, a partir deste questionamento é necessário construir 
seus objetivos. Estes se dividem em Geral, onde como o próprio nome já diz 
deve ser mostrado de forma geral o que será pesquisado e os Específicos que 
devem explicar em três objetivos de forma especifica o que você pretende 
estudar. Estes podem ser: 
 
 Exploratório: descobrir, identificar, levantar; 
 Descritivo: descrever, apontar as características de, indicar; 
 Explicativo: analisar, explicar. 
 
Os objetivos devem ser expostos de forma breve e clara, para que 
todos consigam compreender a proposta do autor. O próximo passo a ser 
pensado é a Metodologia, que caracteriza a abordagem que o pesquisador 
utilizará. Quais são suas ferramentas de pesquisa, suas fontes, como: 
documentos, entrevistas, imagens, músicas, filmes dentre outros. Seu 
referencial teórico, os autores que estão dando base a sua pesquisa, seus 
conceitos abordados e suas críticas. Cardoso afirma que a metodologia 
depende fundamentalmente de: 
 
 Da modalidade de tema que se escolheu; 
 Da teoria de que se parte; 
 Das hipóteses; 
 Da documentação disponível. 
 
Desta forma poderá mostrar como o pesquisador trabalhará junto as 
suas ferramentas de pesquisa para produzir conhecimento histórico. Mas, 
lembre-se que essa etapa não é apenas uma lista de fontes a ser pesquisada. 
O papel das fontes é permitir que “o historiador concretize o seu acesso a 
determinadas realidades ou representações que já não temos diante de nós” 
(BARROS, 2010, p. 02). Desta forma, poderemos observar o passado através 
de uma enorme possibilidade de representações permitidas pela análise das 
fontes. 
51 
 
 
Hoje em dia o acesso às fontes foi democratizado pela internet, pesquisadores 
tem acesso às fontes do mundo todo através de sites que disponibilizam estes 
documentos, como o site da Biblioteca Nacional. Você já visitou este site? 
São milhares de jornais de todos os lugares do Brasil digitalizados na 
Hemeroteca Virtual da Biblioteca Nacional. Visite! 
 
http://bndigital.bn.gov.br/todos-os-titulos-disponiveis/ 
 
 
 
Finalmente, a fase final do projeto que é a elaboração do Cronograma 
de Execução, consiste na organização do tempo de execução do projeto 
dividindo-o em etapas e explicando o que será feito em cada etapa, exemplo: 
 
 
 
 
O exemplo acima nos mostra um cronograma anual, mas o 
pesquisador é quem definirá o tempo de execução da pesquisa. Finalmente o 
ultimo passo, trata-se da Bibliografia, geralmente contem livros e artigos 
relacionados ao tema e/ou aqueles que deram suporte a pesquisa de forma 
metodológica ou técnica. Preferencialmente devem ser colocados na 
http://bndigital.bn.gov.br/todos-os-titulos-disponiveis/
52 
 
bibliografia em ordem de prioridade os autores citados no trabalho e em 
seguida aqueles que foram lidos e auxiliaram na escrita. Seguido todos os 
passos o pesquisador terá como resultado final o Projeto de Pesquisa 
contemplando todos os aspectos abaixo: 
 
 
 
 
Fonte: BARROS 
 
Este modelo apresentado pode ser adaptado praticamente para 
qualquer área de estudo das ciências humanas, por ser um modelo padrão. 
Ainda há outras possibilidades de elaboração de projetos, sabemos que cada 
modelo depende do objetivo final do pesquisador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
Saiba mais 
 
Leia a entrevista do Historiador José D‟Assunção Barros sobre fontes históricas e 
metodologia de pesquisa: 
 
 
A FONTE HISTÓRICA E SEU LUGAR DE PRODUÇÃO 
José D'Assunção Barros 
 
RESUMO 
 
Este artigo busca desenvolver algumas considerações relacionadas à 
metodologia de tratamento de „fontes históricas‟. Após algumas considerações 
relacionadas à escolha e constituição de fontes históricas, é discutida uma 
questão mais específica: o lugar de produção de um texto tomado como fonte 
histórica. As questões tratadas neste artigo referem-se mais especificamente 
aos textos autorais. 
 
Disponível em: https://www.seer.furg.br/hist/article/view/2289/1812 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.seer.furg.br/hist/article/view/2289/1812
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
Explicando melhor com a Pesquisa 
 
Prezado Estudante, 
 
Para aprofundarmos nossos conhecimentos sugerimos que você leia o 
artigo “A importância das fontes documentais para a pesquisa em História 
da Educação” de autoria de Eliane Mimesse Prado. Neste artigo você terá a 
oportunidade de evidenciar a metodologia de pesquisa da autora e a tipologia 
das fontes em análise. 
 
 
 
Guia de Estudo: 
Após a leitura, faça um texto enfatizando o que você identificou de mais 
relevante e disponibilize na sala virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.intermeio.ufms.br/revistas/31/31%20Artigo_08.pdf
http://www.intermeio.ufms.br/revistas/31/31%20Artigo_08.pdf
56 
 
Leitura Obrigatória 
 
Caros estudantes, 
 
Após a leitura deste material didático, convidamos você a realizar 
a leitura do livro “Fontes Históricas”, organizado por Carla 
Pinsky. Este livro é essencial para compreendermos o trato 
metodológico com as fontes e as diversas possibilidades de 
investigações no campo histórico. 
 
 
PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. 2ª edição. São Paulo: 
Editora Contexto, 2008. 
 
 
Guia de Estudo: 
Após a leitura da obra, realize uma resenha e disponibilize na sala virtual para 
compartilhar com seus colegas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
Pesquisando na Internet 
 
Prezado estudante, 
 
Convidamos você a aprofundar seus conhecimentos sobre a 
metodologia da pesquisa em História pesquisando na internet artigos sobre a 
História Serial e as abordagens históricas que a utiliza. Pense na seguinte 
questão: quais elementos são particulares na pesquisa a partir da História 
Serial? 
 
 
Guia de Estudo: 
Após a sua pesquisa, compartilhe sua análise com os colegas no Ambiente 
Virtual de Aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
Saiba Mais 
 
Prezado Aluno, 
 
Sugerimos a você que faça a leitura da entrevista intitulada: História, 
historiografia e historiadores realizada com o professor Francisco Falcon em 
2011 sobre o campo do conhecimento da História, detendo-se especificamente 
nas questões das abordagens teóricas e metodológicas das formações e 
investigações históricas. 
 
 
 
Guia de Estudo: 
 
Após a leitura da entrevista, faça um texto argumentativo das ideias do 
professor Francisco Falcon e disponibilize na sala virtual.https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/319/224
https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/319/224
59 
 
 
Vendo com os olhos de ver 
 
Caro Aluno, 
 
Sugerimos a você que assista ao filme “Narradores de Javé”, dirigido 
e produzido por Eliane Caffé em 2003. Neste filme estão evidenciadas 
discussões acerca da construção da escrita da História. 
 
Sinopse: Somente uma ameaça à própria existência 
pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno 
vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o 
anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as 
águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta 
à notícia devastadora, a comunidade adota uma 
ousada estratégia: decide preparar um documento 
contando todos os grandes acontecimentos heroicos 
de sua história, para que Javé possa escapar da 
destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é 
encontrar alguém que possa escrever as histórias. 
 
 
 
Guia de Estudo: 
Após assistir ao vídeo, descreva o que você identificou de mais relevante no 
filme e disponibilize na sala virtual para compartilhar com seus colegas. 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Trm-CyihYs8
60 
 
Bibliografia 
 
ALBERTI, Verena. Fontes orais: Histórias dentro da História. In: PINSKY, Carla 
Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. 2ª edição. São Paulo: Editora Contexto, 
2008, p. 155-202. 
 
AMADO, Janaína FERREIRA. Marieta de Moraes (Org.). Usos e abusos da 
História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 1998. 
 
BACELLAR, Carlos. Fontes documentais: uso e mau uso dos arquivos. In: 
PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. 2ª edição. São Paulo: 
Editora Contexto, 2008, p. 23-79. 
 
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tema ao quadro teórico. Petrópolis: Vozes, p. 9, 2005. 
____________. O campo da história: especialidades e abordagens. 7. ed. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 
_____________. O projeto de Pesquisa em História: da escolha do tema ao 
quadro teórico. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. 
BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da história, ou, O ofício de 
historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. 
BORGES, Vavy Pacheco. O que é História? 18 ª ed. São Paulo: Editora 
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BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da 
Historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997. 
CRUZ, Heloisa de Faria; PEIXOTO, Maria do Rosário da Cunha. Na oficina do 
historiador: conversas sobre história e imprensa. Projeto História, São 
Paulo, n. 35, p. 255-272, dez. 2007. 
 FARIA, Sheila de Castro. A colônia em movimento: fortuna e família no 
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Revista História da Historiografia – Ouro Preto. n. 7. Nov./dez. 2011. 
Disponível em: 
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http://www.intermeio.ufms.br/revistas/31/31%20Artigo_08.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://revista.liberato.com.br/ojs-2/index.php/revista/article/view/119
https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/319/224
http://www.intermeio.ufms.br/revistas/31/31%20Artigo_08.pdf
63 
 
Vídeos 
 
Narradores de Javé. Roteiro e Direção: Eliane Caffé. Gênero: Drama. Brasil, 
2003. (Duração 100 minutos). Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=Trm-CyihYs8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Trm-CyihYs8
64

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