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OS ALIMENTOS: CALORIAS, MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES Profa. Gerarda Maria Nutrição em Enfermagem Nutrientes e calorias dos alimentos • Define-se caloria como a representação métrica de energia produzida por determinados nutrientes quando metabolizados pelo organismo. • Os principais grupos fornecedores de calorias são os macronutrientes: carboidratos, proteínas e gorduras. Os carboidratos e as proteínas, quando totalmente metabolizados no organismo, geram 4kcal de energia por grama, enquanto as gorduras, 9kcal. • Em contrapartida, outros nutrientes, como vitaminas e minerais não geram energia, ocorrem em quantidades diminutas nos alimentos mas são de extrema importância para o organismo. • A água embora também não seja fornecedora de calorias, é o componente fundamental do nosso organismo, ocupando dois terços dele. • O álcool, por outro lado, é uma substância que, ao ser metabolizada, gera energia alimentar (1g de álcool = 7kcal), porém não é considerado nutriente por não contribuir para o crescimento, a manutenção ou o reparo do organismo. Carboidratos (glicídios) Os carboidratos fornecem a maior parte da energia necessária para manutenção das atividades. A ingestão diária recomendada de carboidratos é50% a 60% do valor calórico total de. Eles são encontrados nos amidos e açúcares e, com exceção da lactose do leite e do glicogênio do tecido animal, são de origem vegetal. Eles podem ser chamados, de uma maneira geral, de glicídios, amido ou açúcar Carboidratos simples • São facilmente digeridos e absorvidos; • Açúcar de mesa, mel, açúcar do leite e das frutas, balas, refrigerantes, entre outros Carboidratos compostos • Digestão e absorção mais demorada; • Cereais e derivados (arroz, milho); tubérculos (batata); leguminosas (feijão, soja) CARBOIDRATOS IMPORTANTES • Frutose: encontrada principalmente nas frutas e no mel. É o mais doce dos açúcares simples. Fornece energia de forma gradativa, por ser absorvida lentamente, o que evita que a concentração de açúcar no sangue (glicemia) aumente muito depressa. • Glicose: resultado da "quebra" de carboidratos mais complexos encontrados nos cereais, frutas e hortaliças. É rapidamente absorvida, sendo utilizada como fonte de energia imediata. • Galactose: proveniente da lactose, o dissacarídeo do leite e seus derivados. No fígado, é transformada em glicose para fornecer energia. • Sacarose: encontrada na cana-de-açúcar e na beterraba. É o açúcar mais comum, açúcar branco, formado por glicose e frutose. Tem rápida absorção e metabolização, eleva glicemia e fornece energia imediata para a atividade física. • Lactose: principal açúcar presente no leite, sendo de 5 a 8% no leite humano e de 4 a 5% no leite de vaca. • Maltose: formada por duas moléculas de glicose, é resultado da quebra do amido presente nos cereais em fase de germinação e nos derivados do malte. • Amido: é um polissacarídeo encontrado nos vegetais, como cereais, raízes, tubérculos, leguminosas e outros. Constitui a principal fonte dietética de carboidrato. • Maltodextrina: este polímero de glicose fornece energia devido ao mecanismo enzimático que ocorre no intestino, até sua forma mais simples, glicose. Evita, deste modo, picos glicêmicos, além de ser ótimo precursor para a síntese de glicogênio muscular. • Celulose: é resistente às enzimas digestivas humanas, não sendo digerida. Um de seus papéis é ajudar no bom funcionamento do intestino, formando o bolo fecal. É encontrada exclusivamente nas plantas e perfaz a parte estrutural das folhas, caules, raízes, sementes e cascas de frutas. • Quitina: polissacarídeo estrutural; semelhante à celulose, também é utilizado como sustentação. Está presente na carapaça de crustáceos como caranguejo e siri. • Pectina: é um polissacarídeo indigerível, absorve água formando gel, retarda o esvaziamento gástrico. Está presente na casca de frutas. Utilizada em geléia, marmelada, e como estabilizante em bebidas e sorvetes. Funções do carboidrato no organismo • São a principal fonte de energia do organismo. • Em um homem adulto, 300g de carboidratos são armazenados no fígado e músculos na forma de glicogênio e 10g estão em forma de açúcar circulante. Está quantidade total de glicose é suficiente apenas para meio dia de atividade moderada. • A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma fonte de energia imediata. Se não houver glicose disponível para a utilização das células (jejum ou dietas restritivas), os lipídios serão oxidados, formando uma quantidade excessiva de cetonas que poderão causar uma acidose metabólica, podendo levar ao coma e a morte. • carboidratos são os combustíveis do sistema nervoso central, sendo essenciais para o funcionamento do cérebro. A glicose, vai para o cérebro, medula, nervos periféricos e células vermelhas do sangue. Assim, uma ingestão insuficiente pode trazer prejuízos não só ao sistema nervoso central, mas ao organismo em geral. • Regulam o metabolismo protéico, poupando proteínas. Uma quantidade suficiente de carboidratos impede que as proteínas sejam utilizadas para a produção de energia, mantendo-se em sua função de construção de tecidos. • Os carboidratos são necessários para o funcionamento normal do sistema nervoso central. O cérebro não armazena glicose e dessa maneira necessita de um suprimento de glicose sanguínea. A ausência pode causar danos irreversíveis para o cérebro. • A celulose e outros carboidratos indigeríveis auxiliam na eliminação do bolo fecal. Estimulam os movimentos peristálticos do trato gastrointestinal e absorvem água para dar massa ao conteúdo intestinal. • Apresentam função estrutural nas membranas plasmáticas da células Funções do carboidrato no organismo O que é o Índice Glicêmico dos alimentos? • O IG é uma medida do impacto relativo do carboidrato presente nos alimentos na concentração de glicose plasmática. • Teoricamente, o que ocorre é que, ao ingerir alimentos com alto IG, o organismo libera grandes quantidades de insulina para tentar manter os níveis de glicose no sangue dentro de limites normais. Este aumento na produção insulínica contribui para menor saciedade após as refeições, podendo levar ao consumo excessivo de alimentos, contribuindo para desenvolver obesidade e piora do quadro de resistência à insulina. • Em 2003 a Organização Mundial de Saúde, concluiu que alimentos de baixo IG, possivelmente diminuem o risco para o desenvolvimento do diabetes do tipo 2, bem como da obesidade, pelo aumento da saciedade, além de não contribuir para consumo excessivo de alimentos na refeição posterior. Fibras • Embora as fibras sejam também classificadas como carboidratos, pertencem ao grupo dos oligossacarídeos, sendo eliminadas nas fezes pelo organismo. • Por isso, são importantes para a manutenção das funções gastrointestinais e a consequente prevenção de doenças relacionadas. • As fibras são classificadas em solúveis (importante para o controle glicêmico) e insolúveis (essencial na fisiologia intestinal). • A recomendação da ingestão de fibras é de 20-35g ao dia, valores iguais ao da população em geral. • Estudos demonstram que o consumo rotineiro de fibras da população brasileira não atinge esta meta, estando as pessoas com diabetes incluídas neste perfil. Portanto, o incentivo ao consumo diário de fontes alimentares de fibras é prioritário para todos. Proteínas e Aminoácidos • As proteínas contribuírem como fonte calórica, são fornecedoras dos aminoácidos, que servem de material construtor e renovador. • Os aminoácidos são unidades estruturais para construir as proteínas. • Suas fontes mais ricas são as carnes de todos os tipos, os ovos, o leite e o queijo, enquanto as leguminosas são as melhores fontes de proteína vegetal. Outras fontes vegetais incluem as castanhas e nozes. • Em geral, a indicação de ingestão diária de proteínaé de 15% a 20% do valor calórico total ou 0,8g a 1g/kg de peso/dia. • Em geral, as proteínas de origem animal têm digestibilidade ao redor de 90 a 95% e as proteínas dos vegetais menor que 67 a 82%. Exemplos de proteínas •Enzimas que transformam nosso alimento em nutrientes básicos a serem utilizados pelas nossas células. •Anticorpos que nos protegem de doenças. • Hormônios peptídeos que enviam mensagens coordenando a atividade contínua do organismo. Elas guiam nosso crescimento durante a infância e então mantêm nosso organismo através da fase adulta. Asseguram nosso bom estado nutricional. Funções das proteínas no organismo •Função estrutural como no esqueleto, musculatura, tecidos conjuntivos e epiteliais, tecido nervoso; •Catalisadores biológicos, as enzimas; •Hormônios •Anticorpos •Transporte de nutrientes e metabólitos, através de membranas biológicas e nos diversos fluidos fisiológicos. PROTEÍNAS ALIMENTARES COMPLETAS E INCOMPLETAS • Alimentos protéicos completos são aqueles que contêm todos os aminoácidos essenciais em quantidade suficiente e taxa para suprir as necessidades do organismo. • Essas proteínas são de origem animal, como ovos, leite, queijo e carne. A gelatina, que também é uma proteína de origem animal, não se qualifica porque não tem três aminoácidos essenciais triptofano, valina e isoleucina e tem somente pequenas quantidades de leucina. • Alimentos protéicos incompletos são aqueles deficientes em um ou mais dos aminoácidos essenciais. Esses alimentos são na maioria de origem vegetal, como grãos, legumes, nozes e sementes. Gorduras (lipídios) • Servem principalmente como fornecedores de energia, sendo degradadas nas células durante a respiração celular. Alimentos ricos dessas substância são chamados de alimentos energéticos. • São também importantes condutoras de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e fornecem ácido graxos essenciais assim denominados pois o nosso organismo não os produz. • Os lipídeos são abundantes nas células, formando, juntamente com as proteínas, a estrutura fundamental das membranas celulares. • A recomendação de ingestão diária de gorduras é de 25% a 30% do valor calórico total, preferencialmente proveniente de alimentos vegetais e/ou de seus respectivos óleos. • Os lipídeos podem ser sólidos ou líquidos, sendo que os lipídeos considerados gorduras têm origem animal e são sólidos enquanto que as gorduras líquidas são conhecidas como óleos, e têm origem vegetal. Funções no organismo •Energia •Textura, sabor, palatabilidade, cor, conservação •Transporte e absorção de vitaminas lipossolúveis •Proteção dos órgãos •Composição das membranas celulares •Isolante térmico e físico •Precursor de hormônios Ácidos Graxos essenciais - funções • estimulação crescimento ; manutenção pele e crescimento capilar • regulação do metabolismo de colesterol; Reprodução DEFICIÊNCIA • crescimento • dermatite escamosa • infertilidade • resposta inflamatória • anormalidades renais • mitocôndrias hepáticas anormais • contração reduzida do miocárdio composição de alguns óleos em relação ao tipo de ácido graxo presente. Colesterol • Não é um tipo de gordura. Sintetizado e estocado no fígado • É um composto parecido com esse nutriente e que participa de vários processos orgânicos envolvendo os lipídeos. • Conhecido como um vilão, o colesterol tem, na verdade, importantes funções, como estruturação das células, componente do cérebro e das células nervosas, formação de hormônios e de vitamina D. • O colesterol só é prejudicial quando ingerido em excesso, acumulando-se no sangue. • Papel na síntese de vários esteróides importantes. • Ex: precursor de vitamina D, sais biliares, aldosterona, hormônios sexuais Tipos de colesterol, o “bom” e o “ruim”? • Embora esses não sejam os termos mais apropriados. • O colesterol “ruim”, chamado LDL, é aquele que se acumula no sangue. • O “bom”, chamado HDL, é responsável por retirar o colesterol “ruim” do sangue e levá-lo até o fígado para ser destruído. • Todos nós temos os dois tipos de colesterol e existe um nível sangüíneo normal para cada um deles. • Dependendo do tipo de gorduras que ingerimos, a concentração sangüínea desses elementos pode aumentar ou diminuir (quanto mais HDL e menos LDL, melhor). Lipídeos e Doenças • Doenças cardiovasculares Gordura da dieta (saturada, colesterol e trans)elevando os valores séricos de LDL-c Micronutrientes (vitaminas e minerais) • As vitaminas e os minerais estão presentes em grande variedade de alimentos. Cada um desses nutrientes é importante, pois exerce funções específicas, essenciais para a saúde das nossas células e para o funcionamento harmonioso entre elas. • Diferentemente dos macronutrientes, as vitaminas e os minerais são necessários em pequenas quantidades. No entanto, para atingir as recomendações de consumo desses nutrientes, o seu fornecimento através dos alimentos deve ser diário e a partir de diferentes fontes. Vitaminas • As necessidades vitamínicas de um indivíduo variam de acordo com fatores como idade, clima, atividade que desenvolve e estresse a que é submetido. • A quantidade de vitaminas presente nos alimentos não é constante. Varia de acordo com a estação do ano em que a planta foi cultivada, o tipo de solo ou a forma de cozimento do alimento. • As vitaminas, como as enzimas, representam um autêntico biocatalizador, que intervém em funções básicas dos seres vivos, como o metabolismo, o equilíbrio mineral do organismo e a conservação de certas estruturas e tecidos. • Avitaminose é um processo que se desenvolve progressivamente, até o esgotamento das reservas vitamínicas, acompanhado por alterações bioquímicas, funcionais e, por último, lesões anatômicas. • Funções: Não contém energia mas são necessárias para as reações energéticas; regulam as funções celulares; envolvidas nas funções de proteção (imunológicas). Classificação das vitaminas Vitaminas e minerais – Fontes alimentares • Frutas, hortaliças e legumes; • Leite e derivados, carnes, castanhas e nozes; • Cereais integrais (ex.: milho, aveia, alimentos com farinha integral). • As vitaminas e os minerais mantêm relações de equilíbrio no desenvolvimento das suas funções. • São necessárias determinadas proporções de dois ou mais deles para que algumas das reações esperadas aconteçam dentro do nosso corpo. • O uso de doses maiores do que as indicadas pode alterar tais proporções, prejudicando o resultado final. Como exemplos de relações benéficas, desde que em proporções adequadas, podemos citar sódio e potássio; cálcio e fósforo; ferro e vitamina C; cálcio e vitamina D. Vitamina A - Retinol Vitamina A Vitamina E Vitamina D Vitamina D Vitamina K Vitamina K São substâncias indispensáveis para o organismo humano, ´porém eles não são fabricados pelo organismo, por isso deve-se utilizar de fonte externas para assegurar uma ingestão de minerais adequada. Hoje, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o papel de 18 minerais, entre eles: Cálcio, ferro, sódio, potássio, magnésio, zinco e selênio. • Funções: necessários para crescimento, reprodução e manutenção do equilíbrio entre as células; fazem parte de tecidos; envolvidos na contração muscular e na transmissão dos impulsos nervosos. • Os alimentos naturais são as principais fontes de minerais para o organismo, tanto os de origem vegetal como animal. Nesses alimentos, o mineral se apresenta na forma de um complexo orgânico natural que já pode ser utilizado pelo organismo. P Minerais A quelação é definida como um processo onde o mineral é envolvido pelos aminoácidos, formando uma espécie de esfera com o mineral no centro, evitando que reaja com outras substâncias. É um processo natural, pelo qual os elementos inorgânicos minerais são transformados em formas orgânicas, que podem ser absorvidos pelo intestino,passando, desse modo, à corrente sanguínea. Nesta forma, são absorvidos minerais como o ferro, cálcio, magnésio, etc., ou seja, unidos a aminoácidos procedentes da digestão da proteína. Os macrominerais são: cálcio, fósforo, sódio, magnésio, potássio, cloro e enxofre são minerais essenciais que devem ser fornecidos ao organismo diariamente, cerca de 100 mg ou mais CÁLCIO • É o mineral mais abundante do organismo (1.100g a 1.200g), dos quais 90% estão no esqueleto. • É essencial para a liberação de neurotransmissores no cérebro e para auxiliar o sistema nervoso. Além de manter ossos e dentes fortes, ajuda a metabolizar o ferro e é necessário para o bom funcionamento do coração. • É um elemento primordial da membrana celular, na medida em que controla sua permeabilidade e suas propriedades eletrônicas. Está ligado às contrações das fibras musculares lisas, à transmissão do fluxo nervoso, à liberação de numerosos hormônios e mediadores do sistema nervoso, assim como à atividade plaquetária. • Sua deficiência pode ocorrer mesmo com uma alta ingestão de cálcio, visto que há outros fatores causadores dessa carência. • As carências moderadas de cálcio (hipocalcemias) são frequentes. • Os sintomas provocados pela hiperexcitabilidade neuromuscular incluem formigamentos, agulhadas, entorpecimento dos membros e contrações musculares. A nível ósseo, a redução da taxa de cálcio no organismo pode ser traduzida por sinais de descalcificação, como raquitismo, retardamento do crescimento e osteoporose. • As hipercalcemias se manifestam sob formas diversas, como poliúria, formação de cálculos renais, perda de apetite, sonolência, fraqueza muscular e palpitações. Os hipercalcêmicos podem apresentar câncer com metástase ósseo ou insuficiência renal. • Uma dieta alimentar normal fornece cerca de 500mg a 600mg de cálcio/dia. É importante lembrar que as necessidades em cálcio aumentam no período de crescimento, durante a gravidez e o aleitamento, chegando a 1.500mg/dia. • A dose de cálcio recomendada para crianças e adolescentes dos 9 aos 18 anos é de 1.300mg/dia; já os adultos de 19 a 50 anos devem consumir diariamente 1.000mg do mineral, e pessoas com mais de 50 anos precisam somar 1.200mg diárias. FERRO • É necessário para a produção de hemoglobina, bem como aumenta as defesas do organismo. • A hemoglobina é a proteína que transporta grande parte do oxigênio nas hemácias, sua função e síntese dependem profundamente de ingestão do ferro. • É essencial para o fornecimento de oxigênio às células e deve ser consumido em maior quantidade pelas mulheres, uma vez que elas perdem o dobro de ferro que os homens. • É indispensável para o desenvolvimento correto de numerosas funções fisiológicas. É um constituinte da hemoglobina e ocupa o centro do núcleo, chamado heme. • Ele faz parte da mioglobina, que estoca o oxigênio no músculo, e dos citocromas, que asseguram a respiração celular. • Além disso, ativa numerosas enzimas, como a catalase, que assegura a degradação dos radicais livres (peróxidos) prejudiciais. Proteínas que se ligam ao ferro para leva-lo para células e a hemoglobina. • A carência de ferro pode ser devido a perdas excessivas (hemorragias digestivas, hemorroidas, ulcerações digestivas), a má absorção (diarreias, gastrectomia) ou, ainda, a dieta diária insuficiente, causada por alimentação composta de gorduras, farinhas brancas e açúcar refinado, todos pobres em ferro. • O déficit de ferro ocasiona diminuição das defesas imunitárias e, consequentemente, menor resistência às infecções, além de alteração das estruturas epiteliais. COBRE • O cobre ajuda na absorção do ferro, necessário para a produção de energia, antioxidante e regulador do colesterol. • É um ótimo antioxidante, além de componente de diversas enzimas envolvidas na produção de energia celular, na formação de tecidos conectivos e na produção de melanina. • O organismo humano contém cerca de 80mg de cobre para um homem de 70 kg • A deficiência de cobre é rara. No entanto, um sinal clínico de sua manifestação é revelado por um tipo de anemia que não se cura com o consumo de ferro, mas que é corrigida com uma suplementação de cobre. • Outros sintomas das taxas insuficientes de cobre são a baixa pigmentação e a deficiência no crescimento. A deficiência do sistema imunológico é outro sintoma, porque as baixas no mineral levam à diminuição das células de defesa do sangue. FÓSFORO • A maioria do fósforo no organismo se encontra no esqueleto, combinado ao cálcio, e 10% nos tecidos moles, músculos, fígado e baço. • Assim como o cálcio, o fósforo está sob a influência da vitamina D. • Exerce papel estrutural na célula, notadamente nos fosfolipídios, constituintes das membranas celulares. Participa de numerosas atividades enzimáticas e, sobretudo, desempenha papel fundamental para a célula como fonte de energia sob a forma de ATP. • É graças ao fósforo que a célula pode dispor de reservas de energia. • A carência em fósforo pode ter causas múltiplas, como diminuição dos aportes no curso da alimentação parenteral exclusiva, alcoolismo crônico, jejuns ou desnutrição prolongados, perdas de origem digestiva (diarreias, vômitos, pancreatite crônica), ou precipitação por antiácidos gástricos em tratamentos prolongados (magnésio, tratamentos gástricos frequentemente prescritos). IODO • O iodo ajuda na proteção contra os efeitos tóxicos dos materiais radioativos, previne o bócio (papeira), estimula a produção de hormônios da glândula tireoide, queima gorduras em excesso e protege pele, cabelo e unhas. • Integra a formação de dois fatores hormonais da glândula tireoide, que agem na maioria dos órgãos e nas grandes funções do organismo; no sistema nervoso (atua na termogênese), no sistema cardiovascular, nos músculos esqueléticos, nas funções renais e respiratórias. São indispensáveis ao crescimento e ao desenvolvimento harmonioso do organismo. • Sua recomendação diária é de 150mcg para pessoas com mais de 14 anos. Gestantes, no entanto, precisam consumir 220mcg/dia. A quantidade ideal de iodo para lactantes é de 290mcg diariamente. MAGNÉSIO • é necessário para a atividade hormonal do organismo e para a contração e o relaxamento dos músculos, incluindo o coração. É o cátion intracelular mais importante depois do potássio. • O papel fisiológico do magnésio é importante, pois intervém para regular a atividade de mais de 300 reações enzimáticas; intervém, igualmente, na duplicação dos ácidos nucléicos, na excitabilidade neural e na transmissão de influxo nervoso, agindo sobre as trocas iônicas da membrana celular. • Pesquisas científicas tem demonstrado que mesmo variações mínimas da concentração do magnésio nas células podem afetar o metabolismo, o crescimento e a proliferação celular. O magnésio também é importante na função cardíaca. • A deficiência em magnésio pode causar hiperexcitação neuromuscular, que apresenta uma espécie de círculo vicioso: um déficit magnesiano crônico conduz a uma baixa no nível da excitação neuromuscular e a uma maior sensibilidade ao stress, o que favorece ainda mais uma perda magnesiana. • Outras causas que podem dar origem à depleção de magnésio são intoxicação por chumbo, uso prolongado de determinados medicamentos, notadamente diuréticos, problemas intestinais, pancreatite e diabetes. • A indicação de consumo diário de magnésio para homens e mulheres com 19 a 30 anos é de 400mg e 310mg, respectivamente. Após os 30 anos, a recomendação diária é de 420mg para os homens e 320mg para as mulheres. POTÁSSIO • É o principal cátion intracelular que contribui para o metabolismo e para a síntese das proteínas e do glicogênio. • Desempenha papel importante na excitabilidade neuromuscular e na regulação do teor de água do organismo. O líquido intracelular contém mais de 90% do potássio do organismo. • As necessidades de potássio são maiores no período de crescimento;afora esse período, são mínimas e cobertas pela alimentação. • Entretanto, se observam hipopotassemias bastante frequentes, raramente ligadas à carência de aporte alimentar, salvo para os grandes alcoólatras crônicos. Suas causas são mais frequentemente de origem medicamentosa (diuréticos e laxativos) e podem se traduzir por distúrbios neuromusculares (cãibras e paralisias). • A ingestão adequada para adultos é de 4.700mg/dia. SÓDIO • O sódio, juntamente com o cloreto, forma o sal de cozinha. • A dupla se destaca por estar entre os principais íons do fluído extracelular, importantes para a manutenção do potencial de membrana, pela bomba sódio/potássio/ ATPase. • Desempenha ainda outras tarefas, como participação na absorção de aminoácido, glicose e água. • Por ser um micronutriente determinante no volume extracelular, é possível regular a pressão arterial ajustando o conteúdo de sódio no organismo, ou seja, quem sofre de pressão alta deve diminuir a ingestão de sal, pois é rico no mineral. Já quem apresenta pressão baixa, precisa ter um consumo adequado de sódio. • As necessidades de sódio são mínimas e largamente cobertas pela alimentação. Além disso, os rins são capazes de reabsorver praticamente todo o sódio filtrado anteriormente. • A deficiência de sódio é rara, sendo observada somente em dietas excessivamente restritas em sal. Porém, uma grande retenção líquida ou a constante perda pode levar a baixa concentração de sódio, definida como hiponatremia, cujos sintomas incluem dor de cabeça, náusea, vômito, cãibra muscular, fadiga e desorientação. • O consumo diário de sódio para adultos é de 1,3g, quantidade que equivale a 3,8g de sal/dia. Cloro, Sódio e Potássio • Esses três nutrientes indispensáveis estão relacionados internamente no organismo. O sódio e o cloro são elementos essencialmente extracelulares, enquanto o potássio é principalmente intracelular; todos os três estão distribuídos por todos os líquidos e tecidos orgânicos. Os três nutrientes estão envolvidos em pelo menos quatro funções fisiológicas importantes no organismo, a saber: • Balanço e distribuição de água • Equilíbrio osmótico • Equilíbrio acidobase • Irritabilidade muscular normal. • O sistema bomba Na/K/Ca/ATPase é importante na regulação do volume, na manutenção do potencial de membrana e no transporte de glicose e de alguns aminoácidos, incluindo a alanina, a prolina, a tirosina e o triptofano. ZINCO • Diversos aspectos do metabolismo celular são dependentes do zinco. Aproximadamente 100 enzimas dependem do zinco para realizar reações químicas vitais. O mineral tem papel importante, por exemplo, no crescimento, na resposta imune do organismo, na função neurológica e na reprodução. • O organismo aproveita apenas de 5% a 10% do zinco contido na alimentação. • os fitatos que são encontrados em grande número de alimentos vegetais, entre os quais as fibras, inibem a absorção do zinco. Outros queladores do zinco são o álcool, os taninos, alguns antibióticos e os contraceptivos orais. • Quando a falta de zinco acontece, surgem sintomas como atraso da maturidade sexual, déficit de crescimento, diarreia crônica, pouco apetite e deficiência do sistema autoimune. Manganês • Manganês e ferro competem pela proteína transferrina para serem carreados no sangue, de modo que o excesso de manganês pode desencadear uma anemia ferropriva por deficiência de transporte de ferro. Dessa maneira, o manganês é um cofator que impulsiona a ativação de uma ampla variedade de enzimas. • Importante para o funcionamento normal do cérebro e eficaz em diversos aspectos, como no tratamento das doenças mentais, na reprodução, na estrutura óssea normal, no metabolismo da glicose e no tratamento do diabetes. Atua também como antioxidante, prevenindo o envelhecimento precoce. Selênio • É um mineral necessário no organismo em quantidades mínimas, embora seja importante na prevenção de diversas doenças. É encontrado em uma enzima crucial na defesa contra a oxidação (relacionada ao envelhecimento e doenças crônicas), o que lhe confere um importante papel de antioxidante. • Sua deficiência leva à catarata, distrofia celular, depressão, infertilidade, doenças cardíacas, câncer etc. Radicais livres • De todo o oxigênio utilizado no organismo, de 2 a 5% resulta em radicais livres, que se caracterizam como átomos ou moléculas altamente instáveis, que necessitam reagir com outros átomos ou moléculas, os compostos das células humanas, para se estabilizarem. • Essas moléculas têm suas funções comprometidas quando ocorre a reação dos radicais livres, a qual produz outro radical livre, e assim sucessivamente, em uma ação em cascata. • Esse processo de produção de radicais livres só é neutralizado quando eles reagem com uma molécula de um nutriente antioxidante ou uma enzima antioxidante. • A presença dos radicais livres é parte de um processo natural resultante da presença de oxigênio e, muitas vezes, necessário para algumas funções orgânicas. Entretanto, seu excesso, em relação aos antioxidantes naturais do organismo, pode causar transtornos. Esse desequilíbrio pode ser causado por excesso na formação de radicais livres e/ou por carências dos nutrientes que participam, direta ou indiretamente, da ação antioxidante. São fatores que podem alterar a formação de radicais livres Fatores externos: ■Raios ultravioleta da luz solar (processos de bronzeamento artificial) ■Raios ionizantes, raios X, raio beta, raio gama e radioterapia ■Tabagismo (cádmio, chumbo e nicotina) ■Álcool ■Atividade física intensa (aumento do consumo de oxigênio) ■Dietas muito gordurosas ■Intoxicações por metais pesados (cádmio, mercúrio, chumbo, alumínio e outros) ■Medicamentos e drogas ■Venenos e agrotóxicos ■Poluentes do ar ■Choque térmico Fatores internos: ■Desequilíbrios nutricionais ■Estresse emocional ■Processos inflamatórios. Álcool • É produzido pela fermentação dos carboidratos e fornece aproximadamente 7 calorias/g. Entretanto, apesar da alta quantidade calórica (= gordura), suas calorias são vazias e não fornecem outros nutrientes ao organismo. • O álcool é diurético e também um irritante da mucosa gastrintestinal. Essas ações combinadas contribuem para que o álcool diminua as reservas e/ou iniba a absorção e a utilização, pelo organismo, de importantes nutrientes, como biotina, vitaminas B1, B2, B3, B6 e B12, ácido fólico, vitaminas C, D e A, magnésio, zinco, ferro, cálcio e selênio. • Como o álcool também fornece energia, consumido em excesso, pode substituir alimentos nutritivos (por diminuir o apetite). Além do risco da desnutrição, o alto consumo do álcool aumenta os riscos de câncer, principalmente de boca, faringe, laringe e esôfago. O consumo de álcool não deve ultrapassar 30 g/semana, o que equivale a: 1 garrafa de cerveja (5% de álcool) 1 copo (200 mℓ) de vinho (11 a 14% de álcool) 1 dose e meia (70 mℓ) de uísque (43% de álcool) 1 dose e meia (75 mℓ) de vodca (40% de álcool).
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