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APS DIREITO DO TRABALHO APLICADO - 29 04 2022

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Atividade Prática Supervisionada
DIREITO DO TRABALHO APLICADO
ADVOCACIA PREVENTIVA AO CONTENCIOSO TRABALHISTA
Professor Alicio Santos Petiz
Aluno XXXXXXXXX – RA XXXXXXXX
Turma 003208B01
Parecer Jurídico 
À Bitcoin Serviços de Informática Ltda
Questão 1 – DA MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO
Cabe uma reanalise por parte do departamento de recursos humanos da empresa. Independe o risco da atividade profissional para que sejam oportunizados planos de medicina e segurança do trabalho. Existe previsão legal na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), em seu capítulo V, onde resta claro que o propósito de tal planejamento é primeiramente preventivo. A medicina do trabalho e a segurança do trabalho são áreas correlatas e devem ocupar o mesmo espaço em harmonia e justa complementação. 
Planejamentos nesse sentido devem ter alto valor de consideração por parte do departamento de Recursos Humanos da empresa. Em análise aos artigos 154 a 201 da CLT é possível perceber, mais uma vez, preocupação no sentido preventivo do âmbito trabalhista. Existe uma gama de normas regulamentadoras, portarias e códigos do Ministério do Trabalho que regulam a responsabilidade do empregador para com oferecer e afiançar locais de trabalho seguro e situações que guardem a saúde do trabalhador. 
Um exemplo que é muito utilizado por empresas com elevado numero de colaboradores é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que analisa permanentemente a(s) atividade(s) exercidas pela empresa e propõe políticas internas para que sejam cumpridas em troca de segurança e saúde. 
Questão 2 – DO TRATAMENTO VEXATORIO 
Novamente cabe reanalise ao departamento de RH. O ato de destacar um colaborador em função de um desempenho abaixo do esperado pelos gestores é claramente vedado pelo artigo 223-C da CLT, caracterizando assim assédio moral. No caso em tela é factível a possibilidade de ajuizar uma reclamatória trabalhista, fulcro artigos 223-a até 223-G da CLT, em função de claro ataque a autoestima, honra e estabilidade psíquica do colaborador “presenteado” com a camisa. Por fim cabe ao RH iniciar demandas de compliance para minar atitudes que faltem com a ética resguardada ao ambiente de trabalho. 
Questão 3 – DO DESVIO DE FINALIDADE 
De acordo com a Lei nº 4.886/1965 os representantes comerciais não tem necessidade de subordinação. No caso em tela, cumprindo as determinações do departamento de RH, os funcionários que são autônomos passam a ter claro vinculo trabalhista de acordo com o artigo 3º da CLT (pessoalidade, assiduidade, subordinação e onerosidade), restando uma brecha para possíveis reclamatórias trabalhista por parte de colaboradores que se sentirão desviados de sua finalidade regulada por lei. 
Questão 4 – DA LEI DO ESTÁGIO
A formalização da contratação do estagiário deve se feita mediante a assinatura do Termo de Compromisso de Estágio, previsto na lei 11.788/2008 – Lei do estágio. Outra disposição da lei do estágio é a respeito da carga horaria do estagiário, que se limita a 30horas semanais / 6h diárias. Dessa forma é urgente que o departamento de RH da empresa formalize o termo de compromisso com o colaborador, bem como ajustar a carga horaria de acordo com o previsto em lei. Ainda, em caráter preventivo, é possível encaixar o estagiário no cargo de assistente de setores, de maneira observada aos requisitos de idade e experiências. 
Questão 5 – DA ESTABILIDADE X ACIDENTE DE TRABALHO
A Previdência Social regula tempo mínimo de 1 (um) ano após o término do recebimento do benefício para que o trabalhador tenha direito à estabilidade por acidente de trabalho. Por outro vislumbre o Tribunal Superior do Trabalho entende que é fundamental o afastamento por mais de 15 (quinze) dias para que se perfaça o direito a estabilidade. 
Entendesse que não havendo o afastamento pelo INSS, mesmo que reste comprovado o acidente de trabalho, o trabalhador não será abarcado com o benefício da estabilidade. 
No caso em tela, fica claro que o relatório do acidente ocorrido não foi feito corretamente, bem como o departamento de RH não se atentou a contagem do tempo mínimo para entender que o colaborador estava assegurado pela estabilidade em decorrência do acidente de trabalho.
Questão 6 – DA COMISSÃO E DEMAIS VERBAS QUE INTEGRAM O SALÁRIO
A verba que integra a remuneração do colaborador é levada em consideração para o valor que se recolhe ao INSS e FGTS, bem como serve como base de cálculo para horas extras, descanso semanal, 13º salário e férias. Vale observar que com a recente reforma trabalhista houve uma importante alteração no que tange a integração dos recebimentos do empregado; dessa forma atualmente apenas integra o salário o montante fixado + ratificações + comissões pagas pelo empregador, nos termos do § 1º, do artigo 457, da CLT. É importante destacar que as comissões pagas pelo empregador integram o salário do empregado para todos os efeitos legais, e não podem ser pagas "por fora" do holerite.
Cabe orientação ao departamento de RH no sentido de que a nova reforma trabalhista desonerou a incidência de verbas no cálculo dos encargos trabalhistas e previdenciários, bem como pode-se complementar os pagamentos através de prêmios pagos diretamente ao trabalhador em virtude de desempenho superior ao ordinariamente esperado – como o prêmio assiduidade.

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