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GINECOLOGIA P4 FITS

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GINECOLOGIA 1
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GINECOLOGIA 
aula 1 - anamnese ginecológica
IDENTIFICAÇÃO
Nome – Data e hora – Número do prontuário – Profissão – 
Estado civil – deve ser registrado, e se for casada ou com relacionamento estável não 
legalizado, acrescentar o nome do parceiro.
Idade – dado imprescindível, pois permite situar a paciente em uma fase da vida, seja 
ela infância, adolescência, adulta e senilidade. Algumas doenças são mais comuns na 
infância-puberdade, como vulvovaginites; na adolescência, distúrbios menstruais, 
gestação indesejada e infecções gênito-urinárias; na adulta, dor pélvica, infertilidade, 
vulvovaginites, alterações do ciclo gravídico puerperal, enfermidades benignas 
mamárias, variação do padrão de sangramentos por alterações benignas; na 
senilidade, distopias genitais, incontinência urinária, osteoporose, doenças 
cardiovasculares e neoplasias.
Cor – importância devido ao aparecimento de determinadas doenças, como leiomioma 
uterino, que é mais frequente nas mulheres negras, em comparação com as brancas.
Naturalidade e procedência – a importância reside no fato que determinadas doenças 
são mais comuns em certas regiões do país e podem influenciar as doenças 
ginecológicas.
QUEIXA PRINCIPAL
Realizar a transcrição fiel das expressões usadas pela paciente, haja vista que nem 
sempre o motivo da consulta ginecológica é por uma doença, e sim, apenas para 
prevenção oncológica, orientação para planejamento familiar e pré-natal.
ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES
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 - Nos antecedentes pessoais e familiares cabe ao clínico a investigação sobre 
alterações tanto sistêmicas quanto cirúrgicas. A avaliação da presença, bem como do 
tratamento, das diferentes doenças prévias devem ser minuciosamente avaliadas: 
Cardiovasculares – hipertensão arterial sistêmica, doenças vasculares, 
tromboembolismo; Endócrinas/ Metabólicas – diabetes, tireoideopatias, obesidade, 
osteoporose; 
 - Vacinação – rubéola, difteria/tétano, hepatite B, gripe, HPV; 
 - Alergias – a medicamentos, alimentos, produtos e vacinas; 
 - Viroses – esclarecer ocorrência de rubéola, toxoplasmose, sarampo, caxumba e 
outras; 
 - DSTs – anotar incidência de HIV(10), sífilis, tuberculose, condilomas, corrimentos; 
 - Cirurgias/ Transfusão – conhecer quantas, quando e quais cirurgias foram feitas, 
mesmo que não envolvam o trato genital, e os resultados dos exames 
anatomopatológicos anteriores e a necessidade ou não de hemotransfusão; 
 - Câncer – pesquisar neoplasias de mama, colo uterino, endométrio e ovários ou 
outros, avaliar quais são e com qual idade foram acometidos; e Outros - dados de 
importância para a história clínica.
ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS
 - A pesquisa deve começar pela idade da menarca, que normalmente ocorre entre 10 
e 16 anos de idade, com uma média de 12 anos. 
 - Deve ser anotada a data da última menstruação (DUM) se estiver no menacme, e se 
for após a menopausa, anotar a idade que ocorreu a DUM, bem como se está em uso 
de terapia hormonal atual ou pregressa, o tipo e a dose.
 - Os ciclos menstruais devem ser registrados com o intervalo (I), a duração (D) e a 
quantidade (Q). O intervalo entre as menstruações, em média, é de 28 dias, porém 
pode variar entre 21 a 35 dias. A duração do fluxo menstrual, em média, é de 4 a 5 
dias, porém pode variar entre 2 a 7 dias. A quantidade (volume) de sangue perdido 
oscila entre 20 a 80mL, que pode ser calculado de maneira subjetiva por meio da 
quantidade de absorventes ou tampões vaginais utilizados pela paciente. 
 - Quanto ao método anticoncepcional, interessa saber se está em uso de algum no 
momento ou se já fez uso no passado, o porquê da descontinuação, seus efeitos 
positivos e negativos e preferências. 
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 - Interrogamos sobre a presença de corrimento vaginal, caracterizando a duração, a 
quantidade, a coloração, odor, variações com o ciclo menstrual, o tratamento utilizado, 
e seu resultado. É uma queixa frequente em ginecologia o fluxo vaginal anormal, e para 
facilitar, podemos dividi-lo em mucorreia, vulvovaginites e cervicites.
 - tumores, endometriose, uso de contraceptivos
 - cirurgias ginecológicas
ANTECEDENTES SEXUAIS
Com relação ao primeiro coito, anotar a idade, pois contribui para recomendações 
particulares adequadas. Deve-se questionar o sexo e o número de parceiros, pois 
sabe-se que quanto maior, é mais fácil a aquisição de DSTs; assim como, a 
participação em relações sexuais não seguras. Arguir sobre práticas sexuais variadas, 
tais como sexo anal, oral ou com objetos. Avaliar se está presente a libido e efeitos da 
prática sexual, como o orgasmo, prazer, sinusiorragia, dispareunia.
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS
É importante anotar o número de gestações, ocorrência de prematuridade, gravidez 
ectópica ou molar, tipos de partos – se transpélvicos (TP) ou cesarianas (CST), e o 
número de abortos - se espontâneos ou provocados, seguidos ou não de curetagem. 
Anotar a idade em que ocorreu o primeiro e último parto. Avaliar o aleitamento, o tempo 
de amamentação de cada filho e se houve fissuras ou mastites. As intercorrências se 
referem ao ciclo gravídico-puerperal, e é relevante questionar diabetes, hipertensão 
arterial, hemorragias, restrição de crescimento intra-útero e outros problemas clínicos
💡 medicamentos em uso: Perguntar quais, por que está em uso, qual a dose, 
há quanto tempo, e quem prescreveu ou se está fazendo automedicação. 
Possíveis interações medicamentosas podem influenciar o aparecimento de 
sintomas ginecológicos, tais como, sangramentos, vulvovaginites e 
galactorreias, assim como reduzir a eficácia dos contraceptivos hormonais.
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aula 2 - exame físico das mamas
INSPEÇÃO ESTÁTICA
Paciente sentada, membros superiores paralelamente ao tronco
observar: simetria das mamas, contorno, aspecto da pele, retrações, 
abaulamentos, aspecto da aréola e papila
descrever a aréola e a papila: protrusa, semiprotrusa, invertida
localização: 
INSPEÇÃO DINÂMICA
duas formas: elevação dos braços acima da cabeça ou pressione as asas do 
osso ilíaco, colocando as mãos na cintura
observar: retrações, simetrias, comprometimento circular
palpação dos linfonodos
cadeias axilares, supra e infra claviculares
💡 local onde é encontrado a maioria das metástases (por conta da grande 
porcentagem da drenagem)
palpação das mamas
decúbito dorsal, elevar os braços acima da cabeça e colocar as mãos atrás da 
nuca
palpar todos os quadrantes mamários, escolher um sentido e NÃO 
ESQUECER DA REGIÃO RETROAREOLAR
técnica de VEAPEAUX: mão espalmada, em direção ao gradil costal, 
movimentos circulares
técnica de BLOODGOOD: falanges distais, tocar piano
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descrever: densidade mamária, alterações (tamanho, consistência, mobilidade, 
localização)
💡 cistos mamários, fibroadenomas, câncer de mama
EXPRESSÃO PAPILAR
delicada pressão ao nível da aréola e da papila
identificar: coloração, saída espontânea ou provocada, único ducto ou multiductal
💡 benigno: cor branca, leitosa, amarela, esverdeada, multiductal, bilateral, 
provocada/maligna: cor sanguinolenta, uniductal, unilateral, espontânea
aula 3 - exame da genitália externa 
💡 cheiro de peixe podre: vaginose bacteriana (gardinarela) (se faz o teste do 
whiff)
💡 tricomaniase: corrimento verde
💡 gonorreia: corrimento purulento
💡 pólipo: verruga 
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💡 secreção vaginal: depende das glândulas bartholini e skeni
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O EXAME 
ambiente silenciosa
esvaziar a bexiga 
recomendável a presença de um auxiliar durante o exame 
explicar cada etapa do procedimento
posicionar-se sentado de frente para a genitália, com auxílio de foco luminoso
mãos higienizadas e enluvadas, evitando movimentos inesperados ou bruscos
INSPEÇÃO DA VULVA
observar: 
implantação de pelos
secreções
hiperemias
neoplasias
malformações
simetria dos lábios, cor, tamanho
períneo, presença de cicatrizes 
💡 palpação das glândulas B e S
tipos de hímen: anular, septado, cribiforme, imperfuradoINSPEÇÃO DINÂMICA
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manobra de vasalva: observar incontinência urinária e a presença de prolapsos
PALPAÇÃO DE LINFONODOS INGUINAIS E FEMORAIS
EXAME ESPECULAR
quando realizar:
coleta citologia oncótica cervical
teste de Schiller: cora o colo com iodo (iodo corou é positivo, tudo bem, iodo não 
não corou negativo indicativo de problema)
inserção de DIU
materiais
mesa ginecológica
foco
banco
espéculo
luva
💡 posição litotômica: decúbito dorsal
💡 introduzir o espéculo de tamanho apropriado, no sentido longitudinal-oblíquo, 
abrir o espéculo e individualizar o colo uterino
observar: 
paredes vaginais
rugosidade
elasticidade
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conteúdo: secreção mucoide, amarelada, com odor
conteúdo vaginal: viscosa, líquida
💡 avaliar o colo do útero: forma, tamanho, superfície, localização. posição, 
coloração
💡 cisto de naboth: obstrução dos ductos excretores das glândulas 
endocervicais subjacentes (sem patologias)
💡 ectopia: presença de epitélio colunar, incluindo glândulas no estroma, na 
ectocérvice
💡 pólipos cervicais: projeções da mucosa do canal do colo uterino, podendo 
levar a sangramentos fora do ciclo menstrual, muitas vezes associado a 
sangramento pós-coito.
TOQUE VAGINAL
introdução dos dedos indicador e médio
mãos enluvadas
introduzir no canal vaginal, fazendo pressão uniforme para trás enquanto os 
pequenos lábios são afastados
palpação da musculatura pélvica, paredes vaginais, colo uterino 
palpação dos anexos
uma mão comprime o abdome e a outra desliza pelo canal vaginal 
tubas geralmente não palpáveis e ovários podem em mulheres não obesas 
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EXAME CITOLÓGICO
TOQUE RETAL
não está no exame de rotina, geralmente só é feito na presença de:
dor ou massa pélvica
aula 4 - rastreio de câncer de colo de útero
INFECÇÃO POR HPV
transmissão direta 
papilomavírus
contaminação nas primeiras relações sexuais
infecção silenciosa
preferencia pelo tecido epitelial metaplásico: junção entre escamosa e glandulas
SOROTIPOS
alto risco: 16 e 18
baixo risco: 6 e 11 (verrugas genitais)
CÂNCER CERVICAL E HPV
relação muito bem documentada
99,7% do casos de HPV se tornam câncer cervical
terceiro tipo de câncer comum nas mulheres em todo mundo
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💡 fatores de risco para infecção pelo HPV: início da atividade sexual, número 
de parceiros
💡 fatores de risco para câncer cervical: número de gestações, uso de 
contraceptivos orais, tabagismo, resposta imune, infecções múltiplas
 
TRIPÉ DIAGNÓSTICO
citologia
colposcopia: só faz quando tem alterações (SUS)
histologia
 - 25 anos inicio do rastreio e termino aos 64 anos (SUS)
 - periodicidade: anual, após dois anos consecutivos com resultado negativo, faz-se a 
cada três anos
gestantes: rastreio semelhante
 pós-menopausa: uso de estrógeno + semelhante
sem colo uterino: C.O negativas - parar o rastreio
imunossuprimidas: anualmente 
CITOLOGIA ONCÓTICA
espéculo de collins 
lâmina 
espátula de ayres
escova cervical
fixador apropriado
recipiente para acondicionar lâminas 
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💡 - não usar creme, não utilizar ducha vaginal, não realizar exame USG, não 
manter relações sexuais, não estar menstruada (48h)
amostra deve conter
células escamosas
células glandulares
células metaplásicas
💡 presença de sangue, piócitos, contaminação externa: INVALIDA A 
AMOSTRA
amostra microbiota:
lactobacillus
bacilos
gardnerella
candida
actinomyces
INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS
LIEBG
a partir de 25 anos: a cada 6 meses
menor que 25 anos: a cada três anos 
células atípicas
escamosa não neoplásica
menor que 25 anos: a cada três anos
25 a 26: a cada 12 meses
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30: a cada 6 meses
aula 5 - planejamento familiar
no momento da escolha, deve-se considerar
eficácia
disponibilidade, custo
duração de ação
reversibilidade da fertilidade
métodos contraceptivos
comportamentais:
tabelinha
coito interrompido
lactação
muco cervical
barreira:
preservativo (masculino e feminino)
espermicida (químico)
diafragma 
hormonal
mini-pílula: POP’S - somente progesterona
pílula do dia seguinte
adesivo 
anel vaginal
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injetável (mensal e trimensal)
LARCs
implante de progesterona
dispositivo intrauterino 
definitivos
vasectomia
laqueadura 
critérios de elegibilidade 
classificação
1 - sem restrição
2 - geralmente usado
3 - geralmente não recomendado
4 - método não recomendado
MÉTODOS HORMONAIS ORAIS
combinados
estradiol
0,3% eficiência
estrogênio e progesterona
💡 modo de uso: início no primeiro dia da menstruação (24 dias - pausa 4 dias | 
21 dias - 7 dias de intervalo)
💡 esquecimento: se até 12h tomar imediatamente, mais de 12h usar método de 
barreira por 7 dias 
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💡 contraindicação 3 e 4: câncer de mama, doença tromboembólica, doença 
cardiovascular, tabagismo a mais de 30 anos, diabetes tipo I com 
comprometimento vascular, HAS. 
POPs
somente de progestâgenos
não tem risco de trombose
não pode ter atraso superior a 3h
💡 modo de uso: começar no primeiro dia da menstruação | pós-parto: iniciada 
após 6 semanas | aborto ou ectópica: iniciar imediatamente
💡 contraindicação: tabagista com mais de 35 anos que fumam até 15 cigarros 
por dia, doenças hepáticas agudas, uso de anticonvulsionantes ou terapia 
antirretroviral. 
MÉTODOS HORMONAIS NÃO ORAIS
combinado
injetáveis mensal
estrogênio + progestagênio
inibição da ovulação e alteração do muco cervical
anel vaginal
utilizar no primeiro dia do ciclo menstrual
adesivo transdérmico
nunca aplicar nas mamas
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se o prazo sem adesivo for superior a um dia: iniciar um novo ciclo de 4 
semanas e utilizar método complementar por 7 dias
somente progesterona
injetável trimestral
primeira injeção no 1 a 7 dia do ciclo
via intramuscular
maior tempo de retorno a fertilidade
não é indicado para pessoas com sobrepeso ou que não queiram engordar
implante subcutâneo
libera etonogestrel
inibe a ovulação e altera o muco cervical
duração de 3 anos
sistema uterino de levonorgestrel 
DIU de cobre e prata
 - reação inflamatória local, dificultando a espermomigração, fertilização do 
óvulo e implantação do blastocisto.
 - cobre: duração de 10 anos
 - prata: duração de 5 anos | diminui a fragmentação do cobre no organismo, 
por isso menos efeitos colaterais. 
DIU hormonal
 - alteração do muco cervical, atrofia do endométrio, altera motilidade tubária, 
inibe a ovulação em apenas 20% dos ciclos menstrual.
💡 pode ser utilizado em mulheres com alto risco para trombose | não pode 
ser utilizado em mulheres com malformações no útero, doenças 
hepáticas agudas. 
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💡 consequências: dor, perfuração uterina, dor pélvica, sangramento
 
 - MIRENA 
 - 52mg de LNG, libera cerca de 20mcg por dia
 - menor ação sistêmica
 - uso além da contracepção: ex: endometriose, cólica menstrual, 
sangramento anormal
 - KYLEENA
 - tem 19.5 mg de LNG
 - usado apenas para contracepção | utilizado em adolescentes por ter 
um tamanho menor
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aula sobre o SAI
VAGINOSE BACTERIANA
quadro clínico: corrimento branco/acinzentado, homogêneo, fino, odor fétido, 
sem dispaurenia. (clue cells)
tratamento: metronidazol 250mg, metronidazol gel vaginal 100mg
pH: maior que 4,5 (básico)
parceiro não precisa tratar
CANDIDÍASE
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quadro clínico: corrimento esbranquiçado, grumoso (leite talhado), inodoro, 
prurido vulvar, dispereunia, disúria; (pseudohifas)
tratamento: miconazol creme 2%, nistatina, fluconazol
pH: 4,0 a 4,5
trata parceiro somente com sintomas
TRICOMANÍASE
quadro clínico: corrimento amarelo esverdeado, bolhoso, odor fétido, prurido, 
disúria, dispareunia, colo de framboesa, teste de Schiller aspecto tigroide. 
(protozoário)
tratamento: metronidazol 400mg, metronidazol 250mg 
pH: 5,0 a 6,0
trata-se parceiro com o mesmo esquema terapêutico

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