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Trabalho e sociedade

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TRABALHO E SOCIEDADE
Estudo sobre o desenvolvimento social humano- A obtenção dos meios para satisfazer as necessidades do homem tem sofrido uma longa evolução por meio do desenvolvimento da humanidade, caracterizado por um duplo processo que tem como protagonista o próprio homem, a saber:
• A interação com a natureza para obter dela seus frutos, desde a elementar recolhida de frutos silvestres até os mais desenvolvidos processos produtivos com um alto conteúdo tecnológico;
• A interação com outros homens para, em conjunto, obter os bens, desfrutar de seu consumo e tratar de entender os fenômenos naturais, elaborar métodos para obter maior quantidade de meios de vida, adorar aos seus deuses e administrar justiça.
O comunismo primitivo- Na pré-história de todos os povos existiu um comunismo de tribo. Uma sociedade sem classes sociais e sem Estado. Pequenas coletividades de indivíduos livres, unidos por vínculos de parentesco, que produziam em comum (coletivamente) e utilizavam a terra em comum. O produto social distribuía-se de acordo com as necessidades.
O surgimento das classes sociais e o aparecimento do Estado- As divisões entre o trabalho manual e o intelectual, o patriarcado e a propriedade privada e entre a cidade e o campo aumentaram as diferenças sociais. A religião, o costume e, cada vez mais, a força foram reforçando essas diferenças e convertendo-as em naturais na mente dos homens. Desenvolveu-se, então, a divisão da sociedade em classes sociais. O surgimento de classes sociais contraditórias e antagônicas deu origem à criação de uma força especial dedicada ao controle e à repressão da maioria da população.
O escravismo- Com o nascimento dos Estados e o desenvolvimento das técnicas de produção, fez-se possível e necessário conseguir novas forças de trabalho. As guerras multiplicaram-se e os povos vencidos foram convertidos, pela força das armas, em es-
cravos. No modo de produção escravista (que predominou durante milhares de anos em diferentes regiões do planeta), os donos das terras, das minas e dos instrumentos de produção foram também donos dos homens. Os estados escravistas tiveram diferentes formas de governo, por exemplo, a monarquia, a república aristocrática ou a democrática.
Feudalismo- Impôs-se outro modo de exploração de uma classe por outra: o feudalismo,
que predominou na Europa durante 1500 anos e em vários milênios em outras regiões da terra. A nova sociedade possuía duas classes fundamentais: os senhores feudais, os proprietários e os camponeses, que trabalhavam nessas terras.
O surgimento da burguesia- Assim, no seio da sociedade feudal, surgiu uma nova relação de produção e uma nova classe exploradora: a burguesia. E, junto com ela, a classe operária.
O surgimento do capitalismo- Com a conquista do poder pela burguesia de forma revolucionária, destruíram-se as instituições feudais e os laços que uniam o homem com os seus senhores, e nenhum outro vínculo antigo sobreviveu, dando total liberdade para a hegemonia do dinheiro e o império da busca pela lucratividade.
A acumulação original do capital- O ouro e a prata que Espanha e Portugal obtêm do saque e a exploração dos povos americanos terminou nos bolsos dos burgueses de outros países europeus que utilizaram essas riquezas investindo nas indústrias.
O trabalho assalariado- Os operários no sistema capitalista são coagidos a trabalhar por motivo econômico e pelo simples fato de não possuírem as ferramentas, os meios nem recursos próprios para se sustentarem. No sistema capitalista, os burgueses e os latifundiários são as classes dominantes; os operários, os camponeses e os demais setores populares são as classes oprimidas.
A grande indústria- A Revolução Industrial, na Inglaterra desde 1770, transformou a antiga manufatura em uma grande indústria e o invento da máquina a vapor revolucionou a
produção nas fábricas. Esta se desenvolveu depois em outros países europeus e nos
Estados Unidos.
O “segredo” da exploração capitalista: a mais-valia- De todo o valor produzido pelo operário em sua jornada de trabalho só uma parte muito pequena lhe é atribuída como salário. O resto, a maior parte do que produz, é trabalho não retribuído, que o capitalista se apropria gratuitamente.Ou seja, durante uma parte de sua jornada trabalhista, o operário cobre o valor de sua força de trabalho (trabalho necessário) que lhe é retribuído como salário. Porém, no resto do tempo, desenvolve um trabalho excedente (plustrabalho) que gera um valor adicional ou mais-valia, contida nos produtos que são propriedade do capitalista. Esses produtos, quando são vendidos no mercado, convertem-se em valor monetário – dinheiro – e, assim, ocorre um aumento e valorização do capital investido na produção.
Maquinaria, exploração e desocupação- A maquinaria e as novas técnicas poderiam ser o recurso mais poderoso para encurtar a jornada de trabalho. No entanto, no capitalismo, são convertidas em um recurso para reforçar a exploração da classe operária. O objetivo das máquinas e das novas técnicas não é poupar trabalho ao operário, mas aumentar os ganhos dos capitalistas. A grande indústria pôs a classe de grandes fabricantes bem acima da outra classe, mais numerosa, de operários fabris. O proletariado vai nutrindo suas filas com os pequenos produtores arruinados.
A fase imperialista do capitalismo Em meados do século XX, o capitalismo entrou em sua fase imperialista, parasitária. Estudos destacaram suas características e ressaltaram, do ponto de vista econômico, cinco fatores essenciais:
• Os monopólios dominam a vida econômica e social;
• Constitui-se uma oligarquia financeira nos principais países capitalistas;
• Predomina a exportação de capitais em busca de matérias-primas, mão de obra barata e mercados em todo mundo;
• Formam-se associações e acordos internacionais de monopolistas que exploram zonas de influência em todo mundo.
• Completa-se a divisão do mundo entre as grandes potências (na forma de colônias, semi colônias e países dependentes). Os estados imperialistas recorrem às guerras para forçar novas partilhas entre eles, impulsionados pela concorrência monopolista, pela rivalidade e pela disputa interimperialista.
A vitória do capitalismo sobre o socialismo- Aproveitando a restauração capitalista nos países socialistas do século XX, em 1957, na URSS (antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e, em 1978, na China, os imperialismos e a burguesia iniciaram em todo mundo uma gigantesca ofensiva reacionária, anulando conquistas históricas da classe operária, dos povos e das nações oprimidas.
Algumas particularidades sobre o surgimento do capitalismo- A lei econômica é um vínculo necessário e essencial, uma interdependência de fenômenos e processos da vida econômica. Segundo seu grau de generalidade, esses fenômenos classificam-se em:
Universais: podem ser observados por meio das diferentes fases do desenvolvimento da sociedade. Exemplo: a necessidade de renovar constantemente o processo de produção;
Gerais: estão presentes em vários modos de produção. Exemplo: a lei do valor que rege onde existe produção mercantil;
Específicas: regem um único modo de produção. Estão diretamente vinculadas à forma particular de movimento do modo de produção. Aqui encontra-se a lei econômica fundamental, é a mais importante das relações de produção dadas.
As relações sociais de produção se movam em uma faixa que partam da produção mesma, mas que não se reduzam a si mesmas, senão que se desdobram em processos diversos até chegar ao consumo definitivo, revelando em cada momento características diferentes:
Produção: processo no qual os membros da sociedade se apropriam dos produtos da natureza para satisfazer as necessidades humanas;
Trabalho: atividade do homem encaminhada a um fim, mediante à qual ele adapta a natureza às suas necessidades;
Meios de trabalho: objeto ou conjunto de objetos com os quais o homem influi sobre a natureza;
Objetos de trabalho: materiais submetidos à elaboração pela ação do homem e com o auxílio dos meios de produção;
Distribuição:distribuição do produzido ao nível social, distribui-se entre setores da organização, entre setores da sociedade, entre classes, entre esferas da produção, etc.;
Mudança: é uma nova distribuição. Produz-se um intercâmbio ao nível social em que uns resultados se mudam por outros. Exemplo: os operários recebem os salários e com eles adquirem os artigos que precisam;
Consumo: fim da produção, tanto como objetivo como resultado do processo.Existe o consumo pessoal e o produtivo (destinado às necessidades da produção).
O funcionamento da sociedade integra-se a um mecanismo que inclui aspectos da base econômica e da forma em que esta se expressa na consciência humana, assim como na forma em que são utilizadas pelo homem. Distinguimos dois mecanismos:
• Mecanismo econômico: conjunto de formas e métodos que propiciam o estabelecimento das proporções da produção garantindo o cumprimento da lei econômica fundamental e a relação de propriedade específica. Expressa relações da base econômica e da superestrutura;
• Mecanismo político: conjunto de relações que consolidam a classe dominante economicamente sobre a base da propriedade sobre os meios de produção.
A história do dinheiro continuou sua evolução até que os metais foram retirados da circulação e substituídos pelo papel moeda, os cheques de banco e outras formas mais atuais, como os cartões de crédito.
O dinheiro cumpre algumas funções, por exemplo:
• Medida de valor: expressa o valor de todas as mercadorias. Essa função se realiza de forma ideal, ou seja, não precisa estar presente para expressar o valor das mercadorias;
• Meio de circulação: serve de intermediário entre os atos de compra e venda. Um carpinteiro cria uma mesa e precisa de uma cozinha. Ele recorre ao mercado para vender a mesa e, com isso, tem dado o primeiro passo, mas ainda não tem satisfeito sua necessidade. Porém, depois com o dinheiro, adquire a cozinha. Percebemos que o dinheiro esteve presente não como um fim, mas como um meio;
• Meio de pagamento: quando o dinheiro atua como dinheiro crédito. O dinheiro não é repassado ao trabalhador antes nem durante seu trabalho, mas apenas depois de finalizadas suas tarefas. Essa função, de forma desenvolvida, organizou-se em uma instituição, os bancos.
Aproximação à definição marxiista do trabalho- Karl Marx é um filósofo fiel à sua época e às suas circunstâncias, por isso que sua filosofia é uma mostra fiel da situação social e econômica pela qual atravessou a sociedade do século XIX. A sociedade estava dividida em duas classes: a burguesia e sua antítese, a proletária. Os burgueses ou capitalistas eram os donos das indústrias e das riquezas, e a classe proletária ou trabalhadora era a que possuía a força de trabalho como único meio de subsistência.
O trabalho no sistema capitalista do século XIX- No século XIX inicia-se a Revolução Industrial, e, com ela, mudanças transcendentes para algumas cidades da Europa e dos Estados Unidos: grandes indústrias, formosas construções e oportunidades trabalhistas para muitas pessoas. A cidade tornou-se o centro de tudo e crescia a cada dia com a urbanização e a chegada de imigrantes em busca de trabalho.
Força de trabalho- A força de trabalho é a ferramenta com que conta o operário para sobreviver no sistema capitalista, já que o dinheiro que consegue com a venda desta é trocado por outras mercadorias, como comida e roupas, indispensáveis para o seu sustento.
O operário põe à disposição sua força de trabalho e “o capitalista compra esta força
de trabalho por um dia, por uma semana, por um mês, etc.” (MARX, 2010, p. 24).
A divisão do trabalho- A divisão do trabalho é um tema ao qual o filósofo Karl Marx recorre constantemente em alguns de seus livros, já que faz parte integrante do sistema capitalista como método eficiente de exploração dos trabalhadores.
A miséria do proletariado- A vida em sociedade pode ser compreendida a partir de três situações sendo que, em cada uma delas, por diferentes razões, o operário se verá sempre prejudicado:
• O primeiro caso é o de miséria progressiva. A possibilidade de encontrar trabalho é muito escassa e ao encontrá-lo, o salário será muito baixo;
• O segundo caso é o de miséria complicada. Tem trabalho, mas terá que dedicar mais do seu tempo para ganhar um melhor salário. Para melhorar sua situação salarial deverá dar mais horas de sua vida ao capitalista, o que significa perda da liberdade e empobrecimento do espírito;
• No terceiro caso, miséria estacionária. Os salários serão muito baixos para os operários e a concorrência que se dará entre eles aumentará cada vez mais. Seu sustento fica cada vez mais difícil e ameaçado devido ao crescimento constante da população e de novos concorrentes.
O conceito de alienação para Karl Marx- O trabalho que o homem realiza, sua atividade vital como Marx o assinala, foi, no século XIX, um ônus difícil de suportar devido às condições mesmas a que estavam submetidos os operários e às consequências que traziam as decadentes condições de vida dos trabalhadores. Marx destacou, constantemente, seu enorme interesse pelo homem e pelas relações deste com os seus semelhantes e com a sociedade.
A propriedade privada- A propriedade dos camponeses, a terra própria que é trabalhada para o sustento diário, ao passar a ser propriedade privada capitalista, não só o despoja de toda possibilidade de sustento como também lhe obriga a vender a outros homens, e as propriedades que estavam em muitas mãos começam a estar em poucas. O bem
individual no sistema capitalista está acima do bem comum. O trabalho no sistema
capitalista é um trabalho para outro, é um trabalho que utiliza o operário e favorece ao burguês.
Salário- O capitalista burguês paga ao operário proletário um salário que ele considera que cubra, com seu preço, todas as horas da jornada de trabalho. Mas o que realmente se passa é que, por baixo da figura do salário, o capitalista esconde as horas que o operário lhe presenteia para acrescentar em seu capital. No sistema capitalista
todo o trabalho aparece como trabalho pago. 
Relação trabalho-alienação- A relação entre o trabalho e a alienação, segundo a filosofia de Marx, pode apresentar diferentes perspectivas: a primeira é a alienação do operário em relação com o produto do seu trabalho. A segunda é a alienação do operário no processo
mesmo da produção. A terceira é a alienação do operário frente a seu ser genérico. A última é a alienação do operário frente a seus semelhantes. Entender as diferentes determinações do conceito de alienação permite ter uma ideia geral desse conceito e sua transcendência na filosofia de Marx.
A alienação do operário em relação ao produto do seu trabalho- O operário, no sistema capitalista, trabalha para subsistir, isto é, para obter o básico sem o qual uma pessoa não poderia sobreviver. O salário que recebe o trabalhador proletário é uma miséria, que lhe impede de ter acesso às mercadorias que produz, se fazendo estas cada vez mais longínquas para ele. O produto volta-se contra seu próprio criador. Essa é uma das formas nas quais o operário é alienado.
A alienação do operário no processo mesmo de produção- Esta alienação dá-se porque o operário não considera o trabalho como seu. O trabalhador não se encontra em sua atividade diária, por isso, sente-se perdido. Sente-se infeliz, preso em uma situação irreversível e sem solução.
A alienação do ser genérico do homem- O homem alienado não só se aliena de sua produção, da mercadoria que produz, mas lastimosamente também se aliena de seus semelhantes. No sistema capitalista, poucos homens, por meio do poder econômico que possuem, submetem à grande maioria dos demais homens, obrigando-os a viver uma vida alienada, uma vida totalmente estranha e medíocre para eles.
A alienação do homem frente à sociedade- O homem é um ser social, um ser que não pode estar isolado já que precisa de sua espécie, de seu meio. Se o homem se aliena a respeito de outro homem é porque esse outro homem tira-lhe seu produto e o escraviza, força-o a levar uma vida de sacrifício,uma vida que não lhe deixa nada, uma vida sem desejos e com resignação.
Trabalho e transformações transformações no mundo no trabalho
Conceitualização de trabalho- Guell (1985) propõe o trabalho como uma atividade fundamental que define o homem, já que transforma a natureza fazendo uso de sua capacidade criadora. A produção é compreendida como meio de objetivação e de possibilidade de satisfazer as necessidades vitais, criando condições para sua reprodução social. O autor esclarece que, no capitalismo, o trabalho adota uma dupla função: geradora de rendimento para o operário e de ganho para o patrão. Por sua vez, dentro da categoria emprego, situam aquelas pessoas “acima da idade especificada, que durante um breve período especificado (uma semana ou um dia), se encontravam com emprego assalariado […] ou com emprego independente” 
Trabalho como categoria ontológica- Para compreender o trabalho no modo de produção capitalista, é necessário estudá-lo primeiro em seu sentido mais amplo, como categoria ontológica do ser social; desde seu ponto de vista antropológico. Devemos entender então que “o homem não trabalha e não vive só no mundo; vive e trabalha em sociedade
Modo de produção capitalista- A produção é uma atividade social que, segundo Iamamoto (1997), caracteriza-se pelos determinados vínculos e relações mútuas, dentro dos quais se exerce uma ação transformadora da natureza. Isso nos leva a afirmar que a produção social é, então, essencialmente histórica.
Acumulação- No capitalismo, a produção é atividade de produção de mercadorias e reprodução de relações sociais ao mesmo tempo, as quais permitem a apropriação da mais-valia por uma determinada classe.
Exploração e mais-valia- A mais-valia compreende-se como aquele tempo de trabalho direto, apropriado pelo capitalista (SALAMA; VALIER, 1982), que não é remunerado ao trabalhador. A mais-valia nasce da força de trabalho, por ser esta a única mercadoria capaz de criar mais valor do que ela realmente custa.
Podemos identificar três meios utilizados pelo modo de produção capitalista para aumentar a exploração dos trabalhadores. 
a) Aumento da jornada de trabalho: mecanismo também conhecido como mais-valia absoluta. Esse prolongamento da jornada de trabalho, no entanto, encontra um duplo limite segundo os autores citados.
b) Aumento da intensidade do trabalho: consiste na “aceleração dos ritmos de trabalho'' e na “racionalização” dos movimentos. O operário, em uma hora de trabalho, deve produzir mais mercadorias e mais valor do que antes era produzido”
c) Aumento da produtividade do trabalho: este mecanismo é chamado de mais-valia relativa e compreende, principalmente, “uma diminuição do tempo de trabalho socialmente necessário para produzir os bens de consumo para a manutenção da força de trabalho”
O trabalho no modo de produção capitalista- O processo de trabalho se converte em um meio de subsistência em que o salário é a objetivação da venda da força de trabalho, a qual, como tudo, converteu-se em mercadoria. A seguir dois elementos característicos do mesmo neste sistema: força de trabalho e trabalho concreto e abstrato.
Força de trabalho- pode definir-se em primeiros termos como o “conjunto de
faculdades físicas e intelectuais do trabalhador” (SALAMA; VALIER, 1982, p. 53); no entanto, é bem mais que isso, é uma mercadoria comprada pelo capitalista para a reprodução de seu capital.
Trabalho concreto e abstrato- Entende-se, neste ponto, que qualquer trabalho realizado compreende um investimento de energia e força de trabalho por parte do trabalhador, e, assim mesmo, no modo de produção capitalista, o mesmo está destinado a criar um valor. 
A mercadoria- Salama e Valier expressam uma primeira definição de mercadoria no que a
descrevem como “todo bem produzido com o fim de ser vendido num mercado [...]
um produto suscetível de ser reproduzido em grande quantidade”.
O valor da mercadoria- A medida de valor de uma mercadoria, segundo Salama e Valier (1982), refere-se em primeiro termo à quantidade de trabalho incorporado nesta. Este tempo de trabalho divide-se em:
• Trabalho direto ou vivo: aquele que emprega o trabalhador para produzir mercadorias, também chamado de Capital Variável (que se soma à mais-valia). Significa que os trabalhadores produzem mais valor do que custam.
• Trabalho indireto ou morto: aquele incorporado por maquinaria e matéria-prima em geral, as quais transmitem seu valor na nova mercadoria e que, por sua vez, constituem o chamado Capital Constante.
Trabalho assalariado- A mercadoria força de trabalho tem um único valor de uso: a criação de um novo valor. Ademais, o valor que o trabalhador cria deve ser maior que o valor de sua
própria força de trabalho. No processo de produção capitalista, dessa forma, o valor do trabalho vivo dos operários divide-se em duas categorias. Uma porção, trabalho pago, corresponde ao valor da força de trabalho e é recebido pelos trabalhadores em forma de salário. A parte restante, trabalho não pago ou mais-valia, é apropriada pelos capitalistas; é a fonte de seus ganhos, interesses e rendas. A extração de mais-valia é a única forma capitalista de exploração.
Crítica ao trabalho assalariado- Antes de mais nada, devemos dizer que a crítica ao trabalho não pode se desenvolver fora da história porque o trabalho tem sempre uma forma determinada e concreta. A crítica, pois, vai dirigida não contra toda atividade humana nem contra os assalariados, mas contra o trabalho assalariado (e o desemprego que é sua outra
cara), isto é, contra a forma histórica adaptada hoje pelo trabalho.
O problema das horas de trabalho: uma reflexão ética- A Organização Internacional do Trabalho (OIT) faz questão de destacar a necessidade de um trabalho decente e digno para todos, e faz questão da incorporação de uma análise ética da questão. Esse é um problema que não pode ser resolvido a partir da livre ação do mercado nem de uma posição puramente econômica.
Jornada trabalhista e luta de classes: resumo histórico até os dias atuais- A jornada de dez horas foi incluída na Lei de Fábricas de 1847 apenas para mulheres e homens menores de 18 anos. Só em 1874 se conseguiu sua aplicação para todos os operários.
Globalização- A globalização tem caráter objetivo, mas sua conversão em projeto político
constitui um fenômeno subjetivo: o discurso neoliberal globalizado, que representa
os interesses das empresas multinacionais e das potências centrais mantenedoras
desse modelo de desenvolvimento econômico. Para que uma organização consiga os resultados esperados, é necessário prestar especial atenção à dinâmica de seu meio e ajustar seus produtos e serviços às mudanças, caso contrário, não conseguirá a eficiência econômica desejada.
Como definir o meio?- O meio é o conjunto de forças de caráter econômico, político, social, educativo, cultural, demográfico, ecológico e tecnológico que influem sobre a organização e definem suas dimensões.
O meio é dividido pela maioria dos autores em:
• Macroambiente: meio geral;
• Microambiente: meio competitivo.
Como definir a globalização?- A globalização deve ser considerada como o momento da internacionalização do capital, que, por sua vez, é a internacionalização das três formas funcionais do capital: capital na forma de mercadorias, capital produtivo e capital financeiro, não deve ser encarada apenas como uma dimensão econômica, ainda que esta seja a básica. Esse fenômeno também envolve a revolução tecnológica, as transformações financeiras, culturais, sociais, etc.
A tendência à homogeneização do mundo- A globalização político-ideológica estende, praticamente, por todo o planeta o modelo econômico neoliberal e o sistema político-social imperante nos países desenvolvidos, especialmente nos da América do Norte, sem levar em conta os critérios ou as especificidades nacionais.
O ataque ao Estado nacional- Trata-se de demonstrar o seu caráter obsoleto, anacrônico, a sua inviabilidade (por seu tamanho, importância econômica e política, suas condições de estabilidade, governabilidade, etc.),e a convivência da formação de unidades político-econômicas de maiores dimensões.
A liberação dos mercados financeiro e comercial- Essa liberalização financeira tem permitido uma globalização financeira que tem posto o capital fictício acima do capital real. A especulação se encontra no centro da economia de mercado.
A tendência de considerar todos os países como sendo iguais- Um discurso político e hipócrita caracteriza as relações entre os países como se não existissem países dominantes nem dominados, como se as relações existentes entre países ricos e pobres fossem uma relação entre iguais, como se o caráter político dessas relações não existisse.
A concentração dos poderes econômico, financeiro, científico, técnico e militar- A concentração de poder exclui a maioria das nações do planeta do processo de tomada de decisões sobre problemas globais. Existem países que necessitam abrir mão de suas soberanias em favor de interesses globais, o que se converte em algo perigoso na luta por manter a independência das grandes potências. Aparece, como exemplo, a condicionalidade como nova forma de intervencionismo sobre os países subdesenvolvidos (sobre direitos humanos, democracia, pluripartidarismo, etc.). Eles se veem obrigados a cumprir com essas exigências para terem direito a créditos, ajudas, vantagens comerciais, etc.
Surgimento de um novo paradigma técnico-produtivo- A partir dos anos 1970, a economia mundial tem estado caracterizada pela introdução e pelo desenvolvimento de um novo paradigma técnico-produtivo, baseado em uma nova organização do processo produtivo, novas formas organizacionais, administrativas e gerenciais. Essas mudanças têm sido provocadas, em grande parte, pelo desenvolvimento técnico-científico dos últimos anos, que exige uma melhoria da organização do trabalho como elemento significativo do desempenho das organizações.
Neoliberalismo- é considerado como a doutrina ideológica que sustenta a tendência globalizadora da economia mundial, incluindo não só a esfera econômica, mas também a esfera social e política. O neoliberalismo tem suas origens gnosiológicas no liberalismo econômico da escola clássica durante os séculos XVIII e XIX, na Inglaterra e na França, cujo máximo representante foi o inglês Adam Smith.
Características fundamentais do neoliberalismo- A partir dos anos 1970, inicia-se um processo de reestruturação econômica do Estado com o objetivo de sua adequação às novas condições da economia mundial. Nessa reestruturação, como elemento essencial, levou-se a cabo um processo de redefinição das relações do Estado com o mercado, dirigida a conseguir uma maior subordinação do público ao privado, do político ao econômico e do Estado ao mercado, o que favorece a concentração do capital e da riqueza.
A exaltação do mercado como regulador da economia- Constitui uma característica distintiva do neoliberalismo para o qual o mercado constitui o mecanismo ideal para assegurar a distribuição e a redistribuição dos recursos humanos, materiais e financeiros.
Redução do papel do Estado na vida econômica e na vida social- Os defensores do neoliberalismo, como seus predecessores liberais, consideram que o Estado deve velar pela criação de empresas rentáveis, proteger a propriedade privada, garantir a ordem pública, eliminar os obstáculos à livre concorrência, etc. Mas deve abster-se de intervir na economia. Como parte do processo de retirada do Estado de sua participação na atividade econômica, produz-se uma reforma das empresas públicas que aponta para duas direções fundamentais: a reforma no gerenciamento e a privatização. A reforma no gerenciamento das empresas públicas contempla dois processos:
a) Produz-se uma redefinição dos espaços econômicos aos quais deve ocupar o Estado e uma transformação dos princípios de seu funcionamento, que deve obedecer às condições do novo padrão da economia neoliberal.
b) A reestruturação, por sua vez, consiste na realização de modificações na estrutura organizativa das empresas públicas: mudanças em sua relação com o governo e fusões ou divisões. Trata-se de criar espaços para a concorrência.
A privatização- Desde a segunda metade dos anos 1980, a privatização converteu-se no principal componente da reestruturação econômica do Estado. A mesma inclui:
• Venda de ativos públicos ao setor privado;
• A desregulamentação das barreiras ao setor privado em áreas antes restringidas ao Estado;
• Contratação ao setor privado de produtos e serviços;
• Fechamento de empresas estatais.
Supervalorização do interesse individual e do egoísmo como fatores que conduzem ao desenvolvimento econômico- Essa concepção está em correspondência com o lugar e o papel que ocupam o mercado e a iniciativa privada. Com a chegada do neoliberalismo e o consequente retraimento do Estado, a existência do homem depende estritamente do que ele representa de valor para o mercado, assim como de sua capacidade para criar riquezas. Daí que se ignore a existência de milhões de desempregados, pobres, miseráveis, desabrigados sem que isso produza algum escândalo aos governos e aos empresários.

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