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Ayall� Thamar�| Medicin� Tutori�| Pro� 5| MOD2|P4 OBJETIVOS 1. Compreende� � síndrom� d� hell� (fisiopatologi�, diagn�stic�, quadr� clínic�) 2. Entende� �� fatore� qu� pode� desencadea� � Síndrom� d� HELLP 3. Elucida� � condut� médic� n�� cas�� d� síndrom� d� hell� 4. Entende� � pr�-eclâm�si� fatore�, (condut� � critéri�� diagn�stic��) 5. Entende� � diabete� mellitu� gestaciona� (fatore�, condut� � critéri�� diagn�stic��) É definida pelo acrômio que sintetiza a presença de Hemólise (H), elevação das enzimas hepáticas (Enzymes of Liver) e plaquetopenia (Low Platelets). - é uma forma de pré-eclâmpsia - a disfunção endotelial se manifesta principalmente pela ativação da coagulação e pela disfunção hepática - pode apresentar clinicamente com pressão arterial normal e/ou sem proteinúria - CID-10: incluída como pré-eclâmpsia grave FISIOPATOLOGIA - disfunção endotelial exacerbada - resulta em intenso espasmo no território arteriolar, hemólise, isquemia perilobular hepática com liberação de enzimas e ativação do sistema de coagulação - a progressão dos danos pode levar a grave insuficiência hepática e renal associados a coagulação intravascular disseminada (CIVD) ➔ hemólis�: - a vasoconstrição presente danifica o endotélio vascular, formando uma matriz de fibrina que prejudica a dinâmica da circulação das hemácias na microcirculação - as hemácias sofrem mudanças estruturais, gerando formas anômalas como esquizócitos e equinócitos - indica anemia hemolítica microangiopática (um marco da síndrome) ➔ Elevaçã� da� e�ima� hepática� - deve-se a lesão de hepatócitos por obstrução dos sinusóides com fibrina - a dificuldade circulatória leva a congestão da cápsula de Glisson (causa dor no hipocôndrio direito), podendo ocorrer necrose periportal, focos hemorrágicos difusos ou confluentes com capacidade de formação de hematomas de grandes proporções - Esses hematomas podem se manter restritos ou romper para a cavidade, gerando hemorragias normalmente fatais. ➔ Plaquetopeni� - as lesões endoteliais levam a ativação das plaquetas, induzindo sua agregação,formação de trombos e liberação de aminas vasoativas que agravam o espasmo Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� - consumo exacerbado de plaquetas não consegue ser compensado pela medula óssea, que resulta em plaquetopenia - acredita-se que a ativação da coagulação pode progredir para a instalação de CIVD e quadros hemorrágicos de difícil controle FATORES DESENCADEANTES QUADRO CLÍNICO os sintomas pode ser confundido com sintomas comuns da gravidez ● mal-estar pouco definido ● náuseas ● cefaleia ● icterícia ● dor epigástrica e/ou em hipocôndrio direito (são características marcantes e devem ser valorizadas) ● muitas pacientes não apresentam hipertensão arterial nem proteinúria ● pacientes com quadro típico de PE ou mesmo eclâmpsia apresentam frequentemente alterações laboratoriais típicas da síndrome HELLP Todas as gestantes com idade gestacional acima de 20 semanas que procuram assistência com queixa de dor em hipocôndrio direito, eventualmente associada com vômitos, devem ser consideradas elegíveis para o diagnóstico de síndrome HELLP e devidamente investigadas. DIAGNÓSTICO ● parâmetros laboratoriais Bilirrubina� totai� >1,2 mg/dL Hemólis� (esfregaç� d� sangu� periféric�) formas anômalas de hemácias (esquistocitose, anisocitose, equinocitose, pecilocitose) DHL >600 U/L Funçã� hepátic� (TGO) >70 UI (ou o dobro do valor normal do método usado) Plaquetopeni� (contage� d� plaqueta�) <100000/mm³ ● a presença de trombocitopenia em uma paciente com PE é um sinal laboratorial de alerta - trombocitopenia é a principal e mais precoce modificação laboratorial encontrada - alteração do tempo de protrombina, tempo parcial de tromboplastina e fibrinogênio apenas ocorrerão em fases avançadas (quando plaquetas < 30000/mm³) A paciente pode apresentar quadro típico de CIVD, com hemorragia difusa (petéquias, sangramento gengival, hematúria, hematêmese, sangramento nos locais de punção), além dos riscos nos procedimentos operatórios (episiotomia, cesária). ● o comprometimento hepático inicia-se com elevação das enzimas, mas clinicamente na forma de icterícia - Pode progredir para situações graves como o comprometimento do equilíbrio metabólico, agravando as condições de coagulação, levando a elevação da bilirrubina e pode culminar na formação de hematoma subcapsular. ● nos problemas renais, a hemólise e o acúmulo de bilirrubina são responsáveis pela síndrome hemolitico-uremica - pode ser agravada pela redução da PA nos quadros hemorrágicos, responsáveis pela instalação de insuficiência renal aguda e consequente elevação plasmatica das concentração de ureia e creatinina valores de creatinina >1,1mg/dL indica insuficiência renal grave. Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� ● o dano endotelial é universal, levando ao comprometimento funcional de múltiplos órgãos ● Assim, as pacientes exibem queixas de desconforto respiratório ou mesmo edema pulmonar decorrente dos danos instalados nos capilares perialveolares, edema e hemorragias cerebrais e problemas no território placentário que podem culminar com o descolamento da placenta. Dessa forma, a pesquisa laboratorial de plaquetopenia, hemólise e alterações hepáticas deve ser recomendada para todas as pacientes com PE. ➔ Diagn�tic� Diferencia� - hepatites virais agudas; - colecistite aguda[pancreatite - lúpus; - fígado gorduroso da gestação; - púrpura trombocitopênica; - síndrome hemolítico-urêmica; - choque séptico ou hemorrágico; - Possibilidade de arboviroses: febre amarela e dengue hemorrágica. ASPECTOS TERAPÊUTICOS ● não é possível afirmar que existam medidas terapêuticas efetivas, com exceção da antecipação do parto. ● O ponto mais essencial é identificar o problema o mais precocemente possível, de forma a possibilitar um plano de cuidados o mais eficiente possível e com menor dano materno e fetal ● Para situações extremas, não há dúvidas sobre o que fazer, tendo sempre em mente que a segurança materna deve ser o foco principal nas decisões ● As pacientes em situação clínica classificada como classe I devem ser submetidas à antecipação do parto o mais rápido possível (em vista de instabilidade e imprevisibilidade de sua evolução.) ★ Model� d� PIERS (Preeclampsia Integrated and Estimated Risks): pode ser adotado, levando em conta que, na calculadora de risco, parâmetros importantes na definição da síndrome HELLP têm peso considerável para a predição de desfechos adversos em 48 horas - Idade gestacional, saturação de O2, plaquetas, creatinina, TGO ★ Classificaçã� progn�tic� segund� � contage� d� plaqueta� (Marti� e� a�) ★ 12 pass� par� otim�ar � tratament� d� síndrom� d� HELLP - diagnosticar - avaliar as condições maternas - Avaliar e melhorar as condições fetais - Controlar a pressão arterial - Prevenir e eclâmpsia - Controlar infusão de líquidos - Programar o parto - Cuidado perinatal - Cuidado pós-parto ● As medidas terapêuticas visam estabilizar a paciente para o melhor planejamento do parto. ● muitas pacientes exibem quadro clássico de emergência hipertensiva e sinais cerebrais. para essas, o uso de hipotensor de ação rápida, como a hidralazina ou nifedipino, e o sulfato de magnésio para prevenir eclâmpsia ou impedir sua recorrência são formalmente indicados; Condut� o�tétric� ● Não há razões aceitáveis para postergar o parto em pacientes Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� com idade gestacional superior a 34 semanas. o preparo do colo uterino com misoprostol, na dose de 25 mcg via vaginal, a cada 6 horas, ou a colocação de sonda de Foley no canal cervical, por pelo menos 24 horas (pode resultar em parto vaginal) ● Conduta conservadora: nos casos com idade gestacional inferior a 34 semanas, utilização do corticóide antenatal representa redução consistente nos riscos neonatais. (a gravidade do quadro materno deve ser levado em consideração). Part� � Anestesi� ● A via de parto preferencial será a vaginal. indicação de cesária leva em consideração:condições fetais avaliadas por métodos biofísicos (ultrassom e Doppler), apresentações anômalas do feto em idades gestacionais inferiores a 34 semanas e presença de duas ou mais cicatrizes de cesáreas ● tipo de anestesia: - A contagem de plaquetas será elemento essencial para essa decisão. - raquidiana ou peridural estão contraindicadas nos casos com menos de 100.000 plaquetas/mm3; - Está indicada a anestesia geral, que implica riscos de outra natureza, tais como traumas e sangramentos durante a intubação orotraqueal. ● Caso a cesárea seja indicada, desejável que seja realizada em centro especializado e que disponha de UTI para apoio materno. - A disponibilidade de sangue e plaquetas será fundamental para a segurança materna. - pacientes com contagem de plaquetas menor do que 50.000/mm3; - a transfusão de plaquetas está indicada para todas as pacientes com trombocitopenia grave (< 20.000 plaquetas); ● Técnica cirúrgica: a incisão longitudinal pode ser considerada, em vista de menor risco de formação de hematomas. Em relação à incisão uterina, diante de idades gestacionais muito precoces, a incisão segmento corporal pode ser necessária em uma área segmentar pouco acessível. ● revisão uterina: deve ser feita de forma cuidadosa, de forma a excluir a possibilidade de retenção de fragmentos placentários que resultarão em hemorragia materna. - Em caso de atonia uterina a paciente deve receber 10 UI intramuscular ou intravenoso de ocitocina imediatamente após a extração fetal. Assistênci� a� puerpéri� ● As primeiras 72 horas do período pós-parto são extremamente críticas (possibilidade da piora da situação materna decorrente do consumo de plaquetas e fatores de coagulação.) ● É recomendável manter a paciente em uma unidade de tratamento intensivo ou sob vigilância judiciosa da equipe assistencial ● acompanhar a evolução clínica e laboratorial até que haja melhora da função hepática e tendência à elevação da contagem de plaquetas; ● controle laboratorial deve ser feito a cada 24 horas (r hemograma com plaquetas, DHL, transaminases hepáticas e creatinina plasmática) Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� ● A pressão arterial deve ser mantida abaixo de 150/100 mmHg. PREVENÇÃO E ACONSELHAMENTO FUTURO ● Não há prevenção primária para a síndrome HELLP ● O uso de ácido acetilsalicílico em baixas doses e a suplementação de cálcio são recomendações semelhantes para a redução nos riscos de PE. ● A melhor prevenção ainda é antecipar-se ao quadro, diagnosticar precocemente e, assim, amenizar a gravidade e as complicações da doença. ● Pacientes que tiveram síndrome HELLP devem ser alertadas sobre o risco de recorrência da doença em gravidez subsequente, devem ser orientadas para o uso de AAS e reposição de cálcio e seguimento pré-natal em centro de referência. DEFINIÇÃO A Pr�-eclâmpsi� é uma doença multifatorial e multissistêmica, específica da gestação, considerada como a expressão clínica de uma doença endotelial materna, mediada pela placenta e decorrente da insuficiente invasão trofoblástica das arteríolas espiraladas do útero. - clinicamente é definida pela presença de hipertensão arterial associada à proteinúria, que se manifesta em gestante previamente normotensa, após a 20ª semana de gestação; - também se considera pré-eclâmpsia quando, na ausência de proteinúria, ocorre disfunção de órgão-alvo materno; A Eclâmpsi� refere-se à ocorrência de crise convulsiva, tônico clônica generalizada ou coma em gestante com pré-eclâmpsia, sendo uma das complicações mais graves da doença. ETIOLOGIA - sua etiologia permanece desconhecida, o que impede que se atue na prevenção do seu desenvolvimento (prevenção primária). FISIOPATOLOGIA Atualmente, a patogênese mais importante se refere a placentação deficiente, predisposição genética, má adaptação imune, baixa tolerância a alterações inflamatórias, desequilíbrio angiogênico. ➔ Teori� d� 2 estági� d� Redma� ● estágio pré-clínico: a precariedade do desenvolvimento da placenta e do seu suporte sanguíneo materno é responsável pela hipóxia placentária, pelo estresse oxidativo e pelo estresse sistêmico inflamatório materno. ● estágio clínico: hipóxia placentária determina os sintomas maternos da doença: hipertensão e proteinúria, bem como as complicações associadas ➔ Teori� d� Robert� � Hube� ● associam esses estágios a fatores constitucionais maternos, acreditando que a deficiência da perfusão placentária não é suficiente para causar a doença ● A maioria das alterações metabólicas da pré-eclâmpsia representam exacerbação das alterações observadas em gestações fisiológicas, é possível que, em gestante com fatores predisponentes, as alterações “normais” da gestação sejam suficientes para induzir o segundo estágio da doença. Nenhum dos dois explica o que inicia a doença e que fatores “externos” são realmente responsáveis pela placentação deficiente, pela Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� inflamação e outras características observadas na pré-eclâmpsia. N� iníci� d� gestaçã� norma�, - as células trofoblásticas invadem o útero, as quais (trofoblasto extraviloso) atingem o terço interno do miométrio até chegar as arteríolas espiraladas, obstruindo seu lúmen até a 11º semana da gestação; isso faz com que apenas o plasma penetre no espaço interviloso; Essa invasão e remodelação é necessária para o bom funcionamento da placenta. - as células trofoblástica substituem de forma progressiva o endotélio vascular que adquire forma pseudovascular, fazendo com que a camada externa de musculatura lisa desapareça; - as arteríolas agora serão transformadas em vasos de alta capacitância, sem respostas a estímulos vasoativos; Essas mudanças são essenciais para o fornecimento de sangue adequado à placenta. O objetivo dessa invasão (determina a eficiência placentária e a viabilidade fetal) será a remodelação das arteríolas espiraladas, pois elas manterão o fluxo sanguíneo entre o feto e a mãe, substituindo os vasos de alta resistência em vasos de baixa resistência. - há balanço entre as populações do linfócito TCD4+, com finalidade de manter a homeostase - esse balanço é favorável aos perfil Th2 e Treg, resultando na tolerância materna ao feto e ao seu desenvolvimento; N� pr�-eclâmpsi� (relacionad� a� 1º estági�) - acredita-se que a isquemia placentária produz estresse oxidativo, liberando na circulação materna detritos placentários que causa ativação da imunidade inata, levando a liberação de citocinas pró-inflamatórias; - essas liberação de citocinas causa desequilíbrio angiogênico, no qual predomina fatores antiangiogênicos (fator solúvel tipo tirosina quinase-1 e endoglina) em relação aos fatores angiogênicos (PIGF e VEGF); - o balanço das células TCD4+ está alterado, em que há diminuição das células Treg e aumento das células Th17 no sangue periférico, o qual está associado a menor produção de citocinas anti-inflamatórias e predomínio das pró-inflamatórias; A inflamação sistêmica é uma característica fundamental na pré-eclâmpsia e pode influenciar outros processos imunes. - esse perfil de citocinas pró-inflamatórias pode induzir a ativação de linfócitos B e aumento da produção de autoanticorpos para o receptor da angiotensina II, aumento de endotelina-1 e da expressão de sFIt-1. além de aumentar o estresse oxidativo; N� 2º estági� - fatores predisponentes maternos, associados à má perfusão placentária, determinam as manifestações clínicas que são decorrentes da disfunção endotelial; - ocorre aumento da permeabilidade vascular (devido a excessiva peroxidação lipídica), ativação das plaquetas, ativação da cascata de coagulação (pelo estresse oxidativo) e desbalanço entre os fatores vasoativos, que favorece a vasoconstrição; ● mulheres com obesidade ou IMC elevado (IMC > 30 kg/m2) (Walsh, 2007; Spradley et al., 2015), hipertensão crônica, diabetes pré-gestacional e lúpus eritematoso sistêmico são mais propensas a Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� desenvolver pré-eclâmpsia Acredita-se que decorre de inflamação crônicasistêmica; na medida que o IMC aumenta, a ativação placentária das vias inflamatórias também se exacerba. ● Gestante hipertensa crônica que desenvolve pré-eclâmpsia sobreposta tem perfil imune diferente em relação às gestantes pré-eclâmpticas ● Mulheres com diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 ou diabetes gestacional têm maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia. Está associado a inflamação de baixo grau que soma-se ao fato destas serem resistentes à insulina antes da gestação (as duas primeiras situações). Já as gestantes com diabetes gestacional têm perfil imunológico semelhante ao das gestantes com pré-eclâmpsia, pois há evidências de disfunção endotelial. ● lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune que afeta predominantemente as mulheres em seus anos férteis e está associada a alterações imunes, especificamente à redução das células Treg Dessa forma, sugere-se que, quando uma agressão inflamatória patológica se sobrepõe ao estado pró-inflamatório da gestação, ocorrem complicações mais graves como a pré-eclâmpsia, pois tem-se a inflamação crônica comum a tais doenças. FATORES DE RISCO ➢ Históri� prévi� d� pr�-eclâmpsi�: aumenta em 8x o risco de desenvolver na próxima gestação. ➢ Ser primigest� : risco 2x maior - Uma teoria infere que a ausência de tolerância materna da primigesta aos antígenos paternos pode desempenhar papel na patogênese da doença. ➢ Históri� familiar d� pr�-eclâmpsi� e� parent� d� primeir� gra�: risto 4x maior. ➢ Condiçõe� clínica� pre�istente�: - diabetes clínico - hipertensão arterial crônica: representa apenas 5% a 10% dos casos da doença. - lúpus eritematoso sistêmico - Síndrome antifosfolípide - Índice de massa corporal (IMC) > 25 (RR 2,1, IC 95% 2,0-2,2) e IMC > 30 (RR 2,8, IC 95% 2,6-3,1); O risco de pré-eclâmpsia duplica a cada aumento de 5 a 7 kg/m2 no IMC pré-gestacional. - Doença renal crônica: o risco depende do grau de redução da taxa de filtração glomerular e da presença ou ausência de hipertensão arterial. - Gestação múltipla: o risco aumenta com o número de fetos - Idade materna avançada (idade materna ≥ 35, RR 1,2, IC 95% 1,2-2,0, e ≥ 40, RR 1,5, IC 95% 1,2-2,0); gestantes com idade avançada têm fatores de risco adicionais como diabetes mellitus e hipertensão arterial crônica, que predispõem ao desenvolvimento de pré-eclâmpsia. Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� QUADRO CLÍNICO Sintomas de iminência de eclâmpsia ● manifestação clínica do sistema nervoso central (cefaleia, obnubilação, torpor, alteração de comportamento); ● visual (escotoma, fosfena, fotofobia; turvação/embaçamento) ● gástrica (dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, náusea, vômito. ➢ Complicações - morbidade grave associada à pré-eclâmpsia e à eclâmpsia, que pode determinar a morte, inclui insuficiência renal, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão, coagulopatia e insuficiência hepática - As complicações fetais e neonatais resultam da hipoperfusão placentária e da frequente necessidade de parto prematuro. TIPOS ➢ Pr�-eclâmpsi� precoc�: manifestações clínicas < 34 semanas de idade gestacional. ➢ Pr�-eclâmpsi� tardi�: manifestações clínicas ≥ 34 semanas de idade gestacional. DIAGNÓSTICO Decorrente da própria gestação, pode haver 3 formas de hipertensão arterial ● pr�-eclâmpsi�: manifestação de hipertensão arterial associada à proteinúria ou de hipertensão arterial associada à disfunção de órgão-alvo, mesmo sem proteinúria, em gestante previamente normotensa, após a 20ª semana de gestação; ● Pr�-eclâmpsi� sobrep�t� à hipertensã� arteria� crônic�: aparecimento ou piora da proteinúria detectada na primeira metade da gestação e/ou disfunção de órgão-alvo após a 20ª semana de gestação; ● Hipertensã� gestaciona�: aparecimento de hipertensão arterial sem proteinúria ou manifestação de outros sinais/sintomas de pré-eclâmpsia, em gestante previamente normotensa, após a 20ª semana de gestação. A hipertensão deve desaparecer até 12 semanas após o parto e, se persistir, será renomeada de hipertensão arterial crônica, que foi mascarada pelas alterações fisiológicas da primeira metade da gestação. Critéri� diagn�tic� d� Pr�-eclâmpsi� co� sinai� d� gravidad� (presenç� d� pel� men� 1) ➢ Pressão arterial ≥ 160 mmHg e/ou 110 mmHg, confirmada em duas medidas, com intervalo de 10 a 15 minutos; Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� ➢ Proteinúria ≥ 2g em urina de 24 horas; ➢ Sintomas de iminência de eclâmpsia – manifestação clínica do sistema nervoso central (cefaleia, obnubilação, torpor, alteração de comportamento), visual (escotoma, fosfena, fotofobia, turvação/embaçamento) e gástrica (dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, náusea, vômito); ➢ Eclâmpsia: manifestação de crise convulsiva e/ou coma, na ausência de outras condições neurológicas que possam explicar a convulsão; ➢ Síndrome HELLP: ➢ Oligúria: diurese inferior a 500 mL em 24 horas; ➢ Cianose ➢ Edema agudo de pulmão ➢ Restrição de crescimento fetal ● A pré-eclâmpsia de início precoce geralmente associada com Doppler anormal da artéria uterina, fetos com restrição de crescimento e resultados maternos e neonatais desfavoráveis; ● A pré-eclâmpsia de início tardio se associa com índice de resistência uterina normal ou discretamente aumentado, baixa taxa de comprometimento fetal e resultados perinatais mais favoráveis. Diagn�tic� diferencia� ❖ ocorrência de pré-eclâmpsia/eclâmpsia antes da 20ª semana de gestação é rara, logo deve-se pensar na possibilidade de gestação molar subjacente ou uma causa de convulsão não relacionada à gravidez; ❖ Deficiências neurológicas persistentes sugerem anormalidade anatômica ❖ Crise convulsiva sem déficit neurológico pode ser desencadeada por anormalidades metabólicas, toxinas, infecções ou trauma cefálico recente (ausência de déficit neurológico não exclui uma anormalidade anatômica cerebral) ❖ A gestação é fator desencadeante de alguns distúrbios associados à atividade convulsiva (púrpura trombocitopênica trombótica ou síndrome hemolítica urêmica, que podem ser indistinguíveis da eclâmpsia que ocorre em gestante com síndrome HELLP). Eclâmpsia e síndrome HELLP melhoram após a resolução da gestação, o que não afeta a evolução da púrpura trombocitopênica trombótica e da síndrome hemolítica urêmica. CONDUTA o foco do controle clínico é a prevenção da morbimortalidade materna e fetal, por meio do tratamento da emergência hipertensiva, da prevenção da crise convulsiva (iminência de eclâmpsia) ou de sua recorrência (eclâmpsia) e da avaliação do bem-estar fetal, por meio da administração de medicamentos e pela vigilância do bem-estar fetal ❖ Seguiment� clínic�: manter vigilância sobre o controle da pressão arterial, os sinais e sintomas que evidenciam a iminência de eclâmpsia e os exames laboratoriais que indicam a síndrome HELLP. ❖ Vigilânci� d� cris� convulsiv�: evitar trauma por queda, manter a permeabilidade das vias aéreas e prevenir a aspiração de vômitos OBJETIVOS DO TRATAMENTO prevenção de hipóxia, tratamento de hipertensão arterial grave (se presente), prevenção de convulsões recorrentes (sulfato Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� de magnésio) e avaliação do momento da resolução da gestação. ➔ Tratament� nã� farmacológic� - Dieta: dieta normal sem restrição significativa de sal (a restrição pode induzir baixo volume intravascular). - Atividade física: redução da atividade física para mulheres com pré-eclâmpsia pode melhorar o fluxo sanguíneo uteroplacentário e prevenir a exacerbação da hipertensão. - Acompanhamento laboratorial: acompanhamento com exames laboratoriais para identificar precocemente alterações renais e diagnosticar a síndrome HELLP em seu estágio inicial (apenas alterações laboratoriais sem sinais e sintomas clínicos). Colher hemograma, bilirrubinas totais ou haptoglobina, função renal e função hepática. ➔ Tratament� farmacológic� - Anti-hipertensivos: deve considerar os riscos e benefícios para a mãe e o feto, considerando-se o valor da pressão arterial. ➢ Hipertensãoarterial leve: simpaticolíticos de ação central (alfa2-agonistas), bloqueadores adrenérgicos e bloqueadores de canal de cálcio. ➢ Hipertensão arterial grave: vasodilatador periférico (hidralazina), bloqueador de canais de cálcio (nifedipino), vasodilatador arterial e venoso (nitroprussiato de sódio / 3º opção). ➔ O�stétric� - Pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade ➢ Manter a gestação até o termo – não ultrapassar a 40ª semana (no sentido de reduzir as elevadas taxas de cesárea). Monitorar: PA, sintomas de iminência de eclâmpsia, controle laboratorial semanal, vigilância do bem-estar fetal e do crescimento fetal. ➢ Resolver a gestação com 37 semanas, se não houver as condições acima de monitoração da gestante. - Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade ➢ Idade gestacional < 24 semanas: a maioria dos protocolos indica resolução da gestação. ➢ Idade gestacional ≥ 24 semanas e < 34 semanas: ● tentar prolongar a gestação até 34 semanas: cuidados maternos diários, vigilância do bem-estar e do crescimento fetal, administrar corticoide para a maturação pulmonar fetal,administrar sulfato de magnésio para neuroproteção fetal. ● A resolução da gestação está indicada quando : Síndrome HELLP; Eclâmpsia; Descolamento prematuro de placenta; Hipertensão grave refratária a tratamento; Edema agudo de pulmão; Trabalho de parto prematuro; Rotura prematura de membrana. ● Via de parto: pré-eclâmpsia com sinais de gravidade e pré-termo, com colo uterino desfavorável, (deve-se indicar a cesárea); pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade e de termo, com colo uterino desfavorável, (não há contraindicação de preparo do colo uterino com misoprostol ou sonda de Foley e indução com ocitocina). Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� DEFINIÇÃO é um grupo de distúrbios do metabolismo de carboidratos que apresenta como resultado comum a hiperglicemia secundária a defeitos na produção e na secreção da insulina, na ação desse hormônio ou ambos. CLASSIFICAÇÃO ❖ Diabete� tip� 1: destruição das células betapancreaticas, que geralmente leva a absoluta deficiência de insulina. - é diagnosticado usualmente na infância; - os pacientes apresentam sintomas clássicos de polidipsia e poliúria, também pode ocorrer a cetoacidose; ❖ Diabete� tip� 2: observa aumento da resistência insulínica e defeito progressivo da secreção de insulina. - usualmente apresentam poucos ou nenhum sintoma, o que dificulta e atrasa o diagnóstico - isso favorece ao diagnóstico no início da gravidez, com aumento do risco de malformações fetais; ❖ outr� tip� específic�: decorrentes de defeitos genéticos em função das células betapancreáticas ou na ação da insulina, doenças do pâncreas ou é induzido por drogas. ❖ Diabete� gestaciona�: diagnosticado durante a gestação e que não atende aos critérios de diabetes pré-gestacional não diagnosticado previamente. FATORES ● O antecedente obstétrico de diabetes mellitus gestacional (DMG) é o principal fator de risco para o desenvolvimento de diabetes do tipo 2 (DM2) e de síndrome metabólica. ● Os filhos de mães diabéticas também sofrem complicações em longo prazo e apresentam risco aumentado de desenvolver obesidade, síndrome metabólica e diabetes na vida futura DIAGNÓSTICO ➔ d� hiperglicemi� n� gestaçã� - Nas consultas pré-concepcional: os principais pontos a serem avaliados são: controle glicêmico, autocuidado em diabetes (incluindo automonitorização, dieta e habilidade para lidar com hipoglicemias e hiperglicemias) e otimização de complicações preexistentes e comorbidades associadas ao diabetes. - Diabetes mellitus diagnosticado na gestação: hiperglicemia detectada na gestação segundo os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a DM em não gestantes (glicemia de jejum > 126 mg/dL ou glicemia ocasional > 200 mg/dL); - Diabetes mellitus gestacional: hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem os critérios diagnósticos para DM. ➔ d� diabete� n� gestaçã� A primeira proposta considera a viabilidade técnica e financeira total e taxa de detecção de aproximadamente 100% dos casos. - realiza-se a glicemia de jejum (até 20 semanas de idade gestacional) para diagnóstico de DMG e de DM diagnosticado na gestação - Caso a glicemia de jejum apresente valores inferiores a 92 mg/dL, realiza-se o TOTG com 75g de 24 a 28 semanas. - Em casos de início tardio do pré-natal, realiza-se o TOTG imediatamente, visando ao diagnóstico com a maior brevidade possível Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� A segunda proposta está relacionada em caso de viabilidade financeira e/ou disponibilidade técnica parcial - utiliza-se apenas a glicemia de jejum no início do pré-natal e entre 24 e 28 semanas para os casos em que o resultado da primeira glicemia, realizada antes de 24 semanas de idade gestacional, seja inferior a 92 mg/dL CONDUTA - seguimento pré-natal da gestante diabética ➔ Diet� - é importante para que se consiga adequado controle glicêmico; - Preconiza-se a ingesta de 1.800 a 2.200 calorias diárias totais, levando em consideração o IMC da paciente e também o trimestre da gestação no qual ela se encontra. - A dieta deverá ser fracionada é constituída por aproximadamente 45% a 50% de carboidratos (preferencialmente de absorção lenta – integrais), 30% a 35% de lipídios e 15% a 20% de proteínas (6 refeições) - consumo de adoçantes durante a gestação é orientado, dando-se preferência para os naturais - No primeiro trimestre, não se recomenda acréscimo de calorias, porém estima-se que seja necessário um acréscimo de 340 kcal por dia no segundo trimestre e de 452 kcal por dia no terceiro trimestre de gravidez ➔ �ercíci� físic� - aumentam a sensibilidade periférica à insulina e o consumo de glicose, sendo importantes para o para o controle glicêmico - estar atento para eventuais contra indicações à prática de exercícios - orienta-se caminhada de 30 minutos, três vezes por semana, hidroginástica ou a prática de exercícios resistidos (importante a supervisão de profissional habilitado ) - A fim de evitar a hipoglicemia, as gestantes portadoras de DM1 devem realizar avaliação de sua glicemia capilar antes de iniciar atividades físicas e, quando essa for inferior a 100 mg/dL, realizar um lanche antes de iniciar a atividade - quanto ao risco de cetoacidose quando a glicemia capilar for superior a 200 mg/dL, e nestes casos a atividade física deverá ser suspensa. Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� ➔ Monitoraçã� glicêmic� - É essencial para a educação e adaptação da paciente ao controle glicêmico. - Utiliza-se a glicemia sanguínea capilar diária para monitoração glicêmica - Pode ser realizada em quatro a sete períodos específicos, a saber: jejum, pós-café, pré e pós-almoço, pré e pós-jantar, madrugada (3 horas manhã). - glicemia pós-prandial deve ser aferida 1 hora após o início da refeição - a HbA1C (fração glicosilada da hemoglobina), não é um bom método durante a gestação. - em diabéticas pré-gestacionais, a dosagem da HbA1c no início da gestação, utilizada para avaliar o controle metabólico periconcepcional (8 a 12 semanas antes da coleta do exame) é útil para inferir o risco de ocorrência de malformações fetais. ➔ Insulinoterapi� - A insulinoterapia é instrumentto importante para o controle glicêmico, sendo necessária para algumas pacientes com diabetes gestacional e DM2, mas essencial à vida da paciente com DM tipo 1, que habitualmente inicia o pré-natal já utilizando insulina. ➔ Metformin� n� gestaçã� - Não foram relatados casos de malformações associadas ao uso da metformina, entretanto ainda não há estudos de longo prazo avaliando possíveis malefícios na vida adulta, sobretudo no que diz respeito ao aumento na incidência de câncer de pâncreas - Ao considerar o uso de hipoglicemiantes orais na gestação, deve-se conversar com a paciente sobre essas questões e ela deve concordar com o tratamento. Importante ● Pacientes com DM pré-gestacional precisam de avaliação quanto a possíveis lesões de órgãos-alvo e presença demalformações fetais ● Deve-se ainda considerar que em casos de vasculopatia materna pode ocorrer insuficiência placentária, sendo necessários o monitoramento da vitalidade fetal e o perfil biofísico fetal para avaliar a função placentária ● ponto importante a ser avaliado é quanto ao maior risco de infecções do trato urinário ou de bacteriúria assintomática, sendo importante a realização de urocultura a cada dois meses ● Para todas as pacientes portadoras de diabetes, independentemente do tipo, deve-se programar avaliação de vitalidade fetal a partir da viabilidade fetal e ultrassonografia obstétrica mensal para mensurar o crescimento fetal CONDUTA - Momento do parto - controle glicêmico permaneça adequado e o peso fetal estimado não seja superior a 4.000g, a gestação é acompanhada até a idade gestacional de 39 a 40 semanas. Ayall� Thamar� Tutori�| P4| Medicin� - controle glicêmico for insatisfatório, pode-se considerar a resolução da gestação entre 37 e 40 semanas - em pacientes com diabetes pré-gestacional, pode ser necessária a antecipação do parto por indicação materna (piora clínica de retinopatia ou nefropatia) - Se o peso fetal estimado for maior do que 4.000g, há aumento no risco de óbito fetal e indica-se o parto independentemente da idade gestacional - A via de parto é de indicação obstétrica - No puerpério, de pacientes com DMG, suspende-se a prescrição de insulina e dieta para diabético. - Pacientes com diabetes pré-gestacional devem retornar à dose de insulina utilizada antes da gestação ou à metade da dose utilizada no final da gestação - A amamentação deve ser estimulada, pois traz benefícios para o recém-nascido e também para a mãe ( diminuição da incidência de intolerância à glicose e de diabetes tipo 2) CONDUTA- Avaliação após o parto - Espera-se que, após o parto, o metabolismo de carboidratos retorne para as condições antes do parto - sabe-se que o risco de desenvolvimento de DM2 ou intolerância à glicose permanece alto - todas as mulheres que apresentaram DMG sejam reavaliadas e reclassificadas seis semanas após o parto, utilizando-se os critérios padronizados para a população de não gestante - Todos os pacientes com DMG devem receber orientações sobre modificações de estilo de vida, que são eficazes para evitar ou retardar o aparecimento do diabetes. ● O diagnóstico de DM é estabelecido quando a glicemia em jejum é ≥ 126 mg/dL ou 2 horas após sobrecarga de 75g de glicose ≥ 200 mg/dL ● Define-se ainda glicemia de jejum alterada (de 100 a 125 mg/dL) e caso o jejum seja inferior a 126 mg/dL, mas a glicemia na segunda hora após a sobrecarga com 75g tenha valores de 140 a 199 mg/dL, o diagnóstico de intolerância à glicose ● situações nas quais não seja possível a realização do TOTG, pode-se realizar apenas a glicemia de jejum ● caso o TOTG com sobrecarga de 75g de glicose seja normal, a paciente deverá ser avaliada anualmente por meio de glicemia de jejum, TOTG com 75g de glicose ou pela medida da HbA1c viabilidade financeira e/ou disponibilidade técnica total viabilidade financeira e/ou disponibilidade técnica parcial
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