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lei da falencia e recuperação judicial slides 109 pgs

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2
A Lei de Falência e de Recuperação Judicial - Lei n. 11.101/2005, alterada pela Lei 14.112/2020.
CONCEITO DE FALÊNCIA>>>> Quando o patrimônio do devedor é representado por bens cujos valores somados são inferiores à totalidade das suas dívidas, ou seja, quando o ativo (conjunto de bens) é menor deque o passivo (dividas e obrigações contraídas).
Origem do direito falimentar>>>> É da antiguidade romana que a doutrina extrai a origem dos regimes falimentares. Naquele tempo, a insolvência era punida com a morte real ou civil do devedor, que poderia inclusive ser considerado escravo do credor, em razão do não cumprimento de suas obrigações.
Direito Quiritário>>>. Admitia a adjudicação do devedor insolvente que, por sessenta dias, permanecia em estado de servidão para com o credor. Não solvido o débito nesse espaço de tempo, podia o credor vendê-lo como escravo no estrangeiro, ou até mesmo matá-lo repartindo-lhe o corpo segundo o número de credores.
Tal instituto prevaleceu até a promulgação da LexPoetelia Papira – introduz no direito romano a execução patrimonial, abolindo a responsabilidade pessoal do devedor. 
Posterior, com a Lex Julia Bonorum, institui a cessiobonorum, ou seja, ao devedor a cessão de seus bens ao credor, que poderia vendê-los separadamente, demonstrando semelhança como moderno Direito Falimentar, por ter editado os princípios fundamentais, como o direito dos credores de disporem de todos os bens do devedor, a fato de o credor que tomava a iniciativa da execução, agia em seu nome e por direito próprio, mas em benefício dos demais credores, formando o que veio a entender como massa falida.
*Era aplicado a qualquer tipo de devedor (mesmo quem não exercia atividade econômica). *Possuía um caráter repressivo da legislação falimentar: Se o comerciante não conseguia pagar os credores, eles quebravam sua banca (“bancarrota”); *As regras falimentares tratavam a quebra como conduta desonesta e não como algo indesejável; *A ideia inicialmente era castigar o comerciante que não honrava seus compromissos.
Código Comercial Francês (1808) A falência passou a ser um instituto tipicamente “comercial”. 
Revolução Industrial>>. A crise do empresário passou a ser vista com outros olhos diante da grande transformação do Mercado. Surge o Princípio da Preservação da Empresa. O principal objetivo da falência passou a ser pagar os credores e tentar manter a empresa. Às vezes, salva-se a empresa, mas não o empresário
Legislação Falimentar Brasileira
Ordenações do Reino (Império). Código Comercial de 1850 (Das Quebras) – recebeu muitas críticas da doutrina e logo foi substituída. Houve, então, uma sucessão de leis e decretos. 
A edição do Decreto-Lei nº 7.661/1945 vigorou por 60 anos o regime falimentar brasileiro. 
Falava-se que a CONCORDATA era um instituto ultrapassado e que a lei era muito punitiva. Carecia de instrumentos para a aplicação do princípio da preservação da empresa. 
Concordata: 
Era um aumento de prazo para pagar dívidas – Chamada de Concordata dilatória; 
Perdão de parte das dívidas – Era chamada de Concordata remissória;
As duas coisas – Concordata mista. 
Isso não era suficiente para solucionar o real problema da empresa. No início dos anos 90 foi apresentado o projeto de lei, que não caminhou muito no Congresso Nacional. 
Em 2005 as companhias aéreas estavam em crise e isso fez com que o projeto acabasse sendo ressuscitado e rapidamente aprovado.
Lei n. 11.101/2005 
Trata-se de uma lei que passou a ser bem avaliada pelos operadores de direito. Houve a ADI n. 3.934 contra a Lei, mas o STF confirmou sua constitucionalidade. Substituiu a CONCORDATA pela RECUPERAÇÃOJUDICIAL. Criou então a RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Principais alterações promovidas pela Lei 14.112/2020 relativas à falência:
 • Foi proibida expressamente a extensão da falência ou de seus efeitos, no todo ou em parte, aos sócios de responsabilidade limitada, aos controladores e aos administradores da sociedade falida, admitida, contudo, a desconsideração da personalidade jurídica; • Foi revogada a preferência dos créditos com privilégio especial e com privilégio geral, que passaram a ser considerados quirografários; • Foi previsto expressamente que os créditos cedidos a qualquer título manterão sua natureza e classificação;
Foi estabelecida a hierarquia dos créditos extraconcursais, por meio da concorrência dos diferentes créditos extraconcursais entre si; • Depois da decretação da falência, o administrador judicial deverá, em 60 dias a contar de sua nomeação, apresentar plano detalhado de realização dos ativos, com a estimativa de tempo não superior a 180 dias a partir da juntada de cada auto de arrecadação;
 • Se não forem encontrados bens a serem arrecadados, ou se os bens arrecadados forem insuficientes para as despesas do processo, o Administrador Judicial informará imediatamente ao juiz. Caso algum credor requeira o prosseguimento da falência, deverá pagar a quantia necessária às despesas e aos honorários do Administrador Judicial. Se não houver qualquer interessado, o Administrador Judicial promoverá a venda dos bens arrecadados e apresentará o seu relatório ao juiz, que encerrará a falência 
• A alienação de bens na falência passará a ser realizada por leilão eletrônico (presencial ou híbrido), processo competitivo organizado e promovido por agente especializado e de reputação ilibada, ou qualquer outra modalidade, desde que aprovada nos termos da LFR;
 • se frustrada a tentativa de venda dos bens da Massa Falida e, não havendo proposta concreta dos credores para assumi-los, os bens poderão ser considerados sem valor de mercado e destinados à doação. Em último caso, se não existirem interessados na doação, os bens serão devolvidos ao falido;
 • por deliberação da Assembleia Geral, os credores poderão adjudicar os bens alienados na falência ou adquiri los por meio de constituição de sociedade de fundo ou de outro veículo de investimento, com a participação, se necessária, dos atuais sócios do devedor ou de terceiros, ou mediante conversão de dívida em capital; 
Apresentado o relatório final pelo Administrador Judicial, o juiz encerrará a falência por sentença e ordenará a intimação eletrônica às Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento e determinará a baixada falida no CNPJ/ME;
 • As obrigações do falido, ressalvadas as dívidas tributárias, passam a se extinguir com o pagamento, após realização de todo o ativo, de mais de25% dos créditos quirografários; com o decurso do prazo de três anos, contado da decretação da falência; ou com o encerramento da falência; 
• Após o requerimento do falido de declaração da extinção de suas obrigações, haverá prazo comum de 5 dias para que qualquer credor, o Administrador Judicial e o Ministério Público se manifestem exclusivamente para indicar inconsistências formais e objetivas, devendo o juiz proferir, em15 dias, sentença que declare extintas as obrigações do falido
Podem requerer a falência:
1- O próprio devedor – na prática, a autofalência é hipótese rara, sobretudo pois a LFR não prevê nenhuma sanção para o descumprimento do pedido de falência; 
2- O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou inventariante; 
3- Cotista ou acionista do devedor – pouco usual, pois é mais fácil o sócio pedir para se retirar da sociedade; 
4- Qualquer credor:
 
Se o credor for empresário, deverá instruir a inicial com certidão da Junta Comercial que comprove a regularidade de suas atividades. - Se o credor NÃO possui domicílio no Brasil, deverá prestar caução relativa às custas e a indenização do art. 101 LFR, devida em alguns casos de denegação de falência.
STJ: A Fazenda Pública NÃO tem legitimidade e interesse de agir para decretar a falência do devedor, por dispor da LEF, instrumento específico para a cobrança de créditos tributário (conforme enunciado56, da I Jornada Comercial da CJF). 
- STJ: A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor. Assim,o credor trabalhista tem legitimidade ativa para ingressar com pedido de falência, considerando que o art. 97, IV, da Lei nº 11.101/2005 não faz distinção entre credores.
Do Depósito do total do crédito
 Citado o devedor para apresentar contestação e 10 dias, poderá no mesmo prazo efetuar o depósito correspondente ao valor do crédito, o que afasta o pedido de falência. 
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - PEDIDO DE FALÊNCIA – IMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA - ARTIGO 94, I, DA LEI FEDERAL 11.101/2005 - REQUISITOS LEGAIS DEMONSTRADOS - INSOLVÊNCIA JURÍDICA - PRÉVIA AÇÃO EXECUTIVA OU DECOBRANÇA - DESNECESSIDADE - REGULARIDADE DO PROTESTO NÃO ELIDIDA -DEPÓSITO ELISIVO REALIZADO - FALÊNCIA NÃO DECRETADA -EXTINCÃO DOPRCESSO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. -Restando cumpridos os requisitos do art. 94, I, da Lei Federal 11.101/2005, patente se mostra o interesse processual da autora, sendo desnecessária a prévia ação executiva ou de cobrança - O depósito elisivo pelo devedor a legitima a sentença que deixou de decretar a falência e extinguiu o processo com resolução do mérito em razão do cumprimento da obrigação, nos termos o art. 98, parágrafo único da Lei de Falências. (TJ-MG - AC: 10000204997217001 MG, Relator: Elias Camilo, Data de Julgamento:05/11/2020, Câmaras Cíveis / 3ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:09/11/2020 
Natureza Jurídica 
Possui caráter híbrido ou complexo, ante a confluência de normas processuais e materiais. FALÊNCIA = ATOS MATERIAIS + PROCESSUAIS 
Princípios e Objetivos Da Falência 
Princípios: I. Princípio da preservação da empresa – a falência não acarreta necessariamente a extinção da empresa, podendo a atividade continuar por outro empresário; II. Princípio da maximização dos ativos – ao preservar a empresa, evita-se que seus ativos se deteriorem; III. Celeridade e economia processual. 
Sistemas de determinação das insolvências
STJ: A insolvência do empresário deve ser compreendida em seu sentido jurídico e não meramente em seu sentido técnico/econômico. 
Rubens Requião apresenta alguns sistemas de determinação da insolvência:
 I. Estado patrimonial deficitário – A insolvência se caracterizaria quando demonstrada a insuficiência do ativo do empresário para saldar o seu passivo – exige a demonstração contábil da insolvência, tornando esse sistema muito lento => NÃO adotado no Brasil.
 II. Cessação de pagamentos – A insolvência se caracterizaria quando o empresário parasse de efetuar o pagamento de suas dívidas =>NÃO adotado no Brasil. 
III. Impontualidade injustificada – O devedor se considera juridicamente insolvente quando não paga determinada obrigação líquida no seu vencimento; IV. Sistema da enumeração legal – A insolvência se caracteriza pelos atos de falência
Sistemas adotados pelo Brasil
 I – Impontualidade injustificada
 Há a necessidade de que a dívida seja superior a 40 SM. No entanto, em entendimentos jurisprudenciais os credores podem se reunir para somar seus créditos, a fim de que ultrapasse esse teto e lhes permita pedir, em litisconsórcio, a falência do devedor.
 É necessário o protesto da dívida, a fim de demonstrar a impontualidade não justificada, não se admitindo nenhum outro meio de prova.
 STJ: É possível o protesto especial de uma decisão judicial para instruir o pedido de falência, sendo desnecessário esse protesto especial se for um título de crédito. 
Cheque – necessário o protesto. 
Duplicata não aceita – além do protesto deve haver o comprovante de entrega da mercadoria
Súmula 248 STJ>>. Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada é título hábil para instruir o pedido de falência. 
Súmula 361 STJ >>> A notificação do protesto para requerimento da falência exige a identificação da pessoa que a recebeu
Atos de Falência: 
Execução frustrada – O pedido de falência deverá ser instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. Nesse caso, o processo de falência será autônomo e NÃO mero incidente no processo de execução. 
STJ: Não caracteriza execução frustrada quando o devedor apresente bens à penhora intempestivamente.
Demais atos de falência – 
A petição inicial deverá descrever os fatos que caracterizam a falência, juntando as provas que houver e especificando as que serão produzidas.
 * Procede à liquidação precipitada de ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; 
* Realiza ou, s por atos inequívocos, tenta realizar negócio simulado ou alienação de parte ou totalidade de eu ativo a terceiro, credor ou não;
 * Transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores, e sem restar bens suficientes para satisfazer o seu passivo –trespasse irregular do estabelecimento; 
* Simula a transferência de seu principal estabelecimento para burlar a Lei ou prejudicar credores; 
* Dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens suficientes para saldar o seu passivo;
 * Abandono do estabelecimento; * Deixa de cumprir no prazo estabelecido a obrigação assumida no plano de RJ
Resposta do Devedor ao Pedido de Falência 
O devedor possui o prazo de 10 (dez) dias para contestar, podendo alegar qualquer das matérias previstas no art. 96 da LRF:
 • Falsidade de título; 
• Prescrição; 
• Nulidade da obrigação ou do título; 
• Pagamento da dívida; 
• Qualquer outro fato que extinga ou suspenda a obrigação;
 • Vício em protesto ou seu instrumento;
 • Apresentação de recuperação judicial – no entanto, a decretação de falência impede o pedido posterior de recuperação judicial; 
• Cessação das atividades empresariais há mais de 02 anos antes do pedido da falência, comprovada por documento hábil do registro público 
Ainda no prazo de resposta, pode o devedor realizar o DEPÓSITO ELISIVO do valor da dívida reclamada no pedido falimentar, devidamente corrigido, acrescido de juros e honorários advocatícios. NO ENTANTO, SE O PEDIDO FALIMENTAR ESTIVERFUNDADO EM ATOS DE FALÊNCIA, O DEPÓSITO ELISIVONÃO CONFERE A ABSOLUTA IMPOSSIBILIDADE DEDECRETAÇÃO DA FALÊNCIA. 
Do Procedimento Judicial 
a) Denegação da falência – pode ser baseada: 
(i) na improcedência do pedido de falência; ou (ii) na realização de depósito elisivo. 
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO 
Cabe ao autor arcar com ônus da sucumbência (custas + honorários). Ademais, poderá o juiz condenar ao pagamento de indenização, se entender que o pedido foi requerido com dolo manifesto, caso em que as perdas e danos serão apuradas em liquidação. No entanto, o dolo deve estar demonstrado (elemento subjetivo + nexo de causalidade), não sendo suficiente a propositura da ação. Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis. 
REALIZAÇÃO DO DEPÓSITO ELISIVO 
– Caberá ao juiz analisar os argumentos da contestação. Se aceitos, a falência será denegada; se recusado, a falência será decretada, com intimação do credor para levantar o depósito elisivo.
 b) Decretação da falência
 – Ocorrerá caso o pedido de falência seja julgado procedente e não tenha sido realizado o depósito elisivo. 
Com a sentença, se instaura a execução concursal do empresário, e o processo apenas se encerra após a realização do ativo, pagamento dos credores e apresentação do relatório final pelo administrador judicial. 
A decretação da falência suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. 
Natureza jurídica da sentença 
Constitutiva, pois constitui o devedor em estado falimentar e instaura o regime da execução concursal do seu patrimônio. 
Conteúdoda sentença que decreta a falência – art. 99 LFR 
* Síntese do pedido, identificação do falido e nome dos administradores; 
* Fixação do termo legal da falência;
 * Ordenará ao falido que apresente em 05 dias a relação nominal dos credores, com endereço, importância, natureza e classificação dos créditos, sob pena de desobediência; 
* Explicitará o prazo para as habilitações de crédito;
 * Ordenará a suspensão de todas as ações e execuções do falido, salvo as previstas nos §§1º e 2º do art. 6° da LFR; 
• Proibirá a prática de qualquer ato de oneração e disposição de bens do falido; • determinará as diligências necessárias para proteger os interesses das partes envolvidas;
 • Ordenará ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil que procedam à anotação da falência no registro do devedor, para que dele constem a expressão “falido”, a data da decretação da falência e a inabilitação deque trata o art. 102 da LFR;
 * Nomeará administrador judicial; 
• Determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens em nome do falido;
 * Pronunciar-se-á sobre a continuidade das atividades do falido;
 • Intimação do MP e das Fazendas para tomarem conhecimento da falência; 
* Ordenará a intimação eletrônica, nos termos da legislação vigente e respeitadas as prerrogativas funcionais, respectivamente, do Ministério Público e das Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência. 
Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação. 
Em ato continuo o juiz deverá: 
• ordenar a publicação do edital contendo a ÍNTEGRA da decisão que decreta a falência e a relação de credores.
 • A intimação eletrônica das pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração pública indireta dos entes federativos referidos no inciso XIII do caput deste artigo será direcionada:
 I - no âmbito federal, à Procuradoria-Geral Federal e à Procuradoria-geral do Banco Central do Brasil; 
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, à respectiva Procuradoria-geral, à qual competirá dar ciência a eventual órgão de representação judicial específico das entidades interessadas; e 
III - no âmbito dos Municípios, à respectiva Procuradoria-Geral ou, se inexistir, ao gabinete do Prefeito, à qual competirá dar ciência a eventual órgão de representação judicial específico das entidades interessadas. 
TERMO LEGAL DA FALÊNCIA 
Período Suspeito é a delimitação de lapso temporal imediatamente anterior à decretação da falência que será investigado pelos credores do devedor.
 • Impontualidade injustificada – Retroagindo da data da sentença até90 dias antes do primeiro protesto por falta de pagamento até a sentença (de 90 dias antes do primeiro protesto até a sentença); 
• Atos de falência – De 90 dias antes do pedido de falência até a datada sentença; 
• Convolação da RJ – De 90 dias antes do requerimento da RJ até a convolação em Falência,
 • Com a fixação do período suspeito, a LFR traz a ineficácia de certos atos praticados pelo devedor falido antes da decretação da falência. 
ATOS OBJETIVAMENTE INEFICAZES. 
Pagamento de dívidas não vencidas dentro do termo legal; 
ii. Pagamento de dívidas vencidas e exigíveis no termo legal por qualquer forma NÃO prevista no contrato;
‘ iii. Constituição de direito real de garantia dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente;
 iv. Prática de atos a título gratuito desde 02 anos antes da decretação da falência;
 v. Renúncia a herança/legado 02 anos antes da decretação da falência; 
vi. Venda ou transferência de estabelecimento sem o consentimento expresso ou pagamento de todos os credores a esse tempo existentes, não restando ao devedor bens suficientes para satisfazer o seu passivo; 
vii. Registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título gratuito ou oneroso, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência 
A INEFICÁCIA pode ser declarada de oficio pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada por ação própria ou incidentalmente no curso do processo. 
ATOS SUBJETIVAMENTE INEFICAZES >>>..Serão ineficazes se provado o intuito de prejudicar credores, conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que contratou com ele, e o real prejuízo à massa. Não poderá ser declarada de ofício, sendo necessário o ajuizamento de AÇÃO REVOCATÓRIA, a ser proposta pelo administrador judicial, qualquer credor ou MP no prazo de 03 anos da decretação da falência.
 Os bens ou valores obtidos pela revocatória servirão, no futuro, para pagamento de todos os credores, respeitada a ordem de preferência. Da sentença proferida na ação revocatória cabe APELAÇÃO
Poder geral de cautela 
O Juiz pode: 
I – Tomar medidas que salvaguardem o interesse das partes; 
II – Decretar a prisão preventiva do empresário ou dos administradores da sociedade falida – se a falência houver sido requerida com base na prática de crimes falimentares; 
III – Autorizar a continuação das atividades provisórias do devedor. 
Assembleia Geral de Credores 
É a participação de credores no processo falimentar. 
Atribuições:
 I – Constituir o comitê de credores, a escolha de seus membros e sua substituição; 
II – Adoção de outras modalidades de realização do ativo; 
III – Analisar qualquer outra matéria que afete o interesse dos credores 
A assembleia instalar-se-á, em 1ª (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2ª (segunda) convocação, com qualquer número. 
Comitê de credores
não é órgão obrigatório, será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembleia geral, para fiscalizar o trabalho do administrador judicial e auxiliar o juiz da falência ou RJ, não sendo remunerados pela massa. 
Composição:
 I – 01 representante da classe trabalhista + 2 suplentes;
II – 01 representante dos credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais + 2 suplentes; 
III – 01 representante da classe de credores quirografários + 2 suplentes; 
IV - 01 representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes. 
O comitê pode funcionar em número reduzido caso uma das classes não indique representante. 
Participação do MP na falência 
A legislação falimentar anterior previa ampla participação do MP na falência. Porém, na nova legislação, a atuação do MP foi reduzida, se limitando aos casos em que a lei expressamente determinar a sua participação. Para o STJ, é desnecessário ouvir o MP antes de decretar a falência, embora a jurisprudência não seja pacífica. 
Em qualquer modalidade de alienação do ativo, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade.
Recurso contra a sentença que julga o pedido de falência 
Sentença que DECRETA => AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Sentença que DENEGA => APELAÇÃO 
Arrecadação dos bens do devedor 
Os bens do devedor deverão ser vendidos para que o produto da venda seja utilizado para pagamento dos credores, constituindo a “massa falida objetiva”.
A arrecadação será formalizada pela lavratura do auto de arrecadação composto de inventário e laudo de avaliação dos bens, devendo ser individualizado. 
Serão arrecadados todos os bens do devedor, exceto os bens absolutamente impenhoráveis. 
Se forem bens perecíveis, o juiz pode autorizar a venda, ouvido o falido em 48hrs o comitê de credores. 
Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens. 
Dos pedidos de restituição 
se, eventualmente, na arrecadação dos bens do falido, se verificar a arrecadação de bens de terceiros, deverão ser restituídos tais bens ao seu real proprietário.Há doutrinadores, inclusive, que dividem o procedimento de definição do ativo do devedor falido nas fases de integração (arrecadação dos bens) e desintegração (restituição de alguns desses bens arrecadados). 
Hipóteses:
 a. Quando o bem arrecadado está em propriedade de terceiro;
 b. Pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada; 
c. Nos casos de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, caso em que caberá a restituição em dinheiro em moeda corrente nacional. 
d. Quando o juiz declara a ineficácia de ato praticado pelo falido antes da decretação da quebra, caso em que os contratantes de boa-fé terão direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor 
e. As Fazendas Públicas, relativamente a tributos passíveis de retenção na fonte, de descontos de terceiros ou de sub-rogação e a valores recebidos pelos agentes arrecadadores e não recolhidos aos cofres públicos. 
Tratando-se dos valores devidos pelo devedor falido relativos à contribuição social de seus empregados, deve o INSS formular pedido de restituição, e não habilitar tais créditos no quadro geral. 
Deve, portanto, ser habilitado como crédito fiscal, já que se trata de dinheiro do INSS e não do falido, como decidiu o STJ. 
A restituição poderá ser pelo próprio bem ou em dinheiro, está nas seguintes hipóteses: 
A. Quando a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, caso em que o credor receberá o valor da avaliação do bem ou o respectivo preço, no caso da sua venda; 
B. Quando se tratar de restituição de valores decorrentes de adiantamento a contrato de câmbio para exportação; 
C. Quando se tratar de restituição dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato. 
Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 03 meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 05 salários mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade de caixa. 
O pedido de restituição deve ser fundamentado e descreverá a coisa reclamada, suspendendo a disponibilidade da coisa até o trânsito em julgado, devendo ser autuado em separado o requerimento, e tramitará no juízo universal da falência. 
Julgado procedente, o juiz determinará que a coisa seja imediatamente entregue ao autor no prazo de 48 hrs e a massa só será condenada em honorários se contestar o pedido de restituição; se improcedente o pedido, mas o juiz entenda que o requerente é credor do devedor falido, determinará na própria sentença a sua inclusão no quadro-geral de credores. 
Contra a sentença de procedência/improcedência cabe recurso de apelação, no efeito meramente devolutivo. 
Em caso de procedência, o requerente poderá pleitear o recebimento do bem ou valor reclamado antes do trânsito em julgado, desde que preste caução idônea. 
• Súmula 307, STJ A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito.
• Súmula 417, STF Pode ser objeto de restituição, na falência, dinheiro em poder do falido, recebido em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não tivesse ele a disponibilidade. 
• Súmula 495, STF A restituição em dinheiro da coisa vendida a crédito, entregue nos quinze dias anteriores ao pedido de falência ou de concordata, cabe, quando, ainda que consumida ou transformada, não faça o devedor prova de haver sido alienada a terceiro
Da verificação e habilitação de crédito 
A formação da massa falida subjetiva se dá com a LRF, existindo em relação à lei anterior a des judicialização da matéria, já que a verificação dos créditos ocorrerá pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis, documentos comerciais e fiscais do devedor e documentos apresentados aos credores. 
O devedor falido deverá apresentar em 05 dias a relação dos credores, bem como deverá ser fixado em sentença o prazo para a habilitação dos créditos perante o administrador judicial (15 dias).
 
A habilitação de crédito deverá conter: 
I.O nome, endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo; 
ii. O valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de RJ, sua origem e classificação; iii. Os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas; iv. A indicação da garantia a ser prestada pelo devedor, se houver e o respectivo instrumento; v. A especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. 
Uma vez que o procedimento de habilitação tem caráter contencioso, com a instrução probatória, o título que o embasa não precisa ser título executivo, devendo o credor demostrar a origem do crédito. 
A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas. 
Após o período de habilitação, o administrador terá o prazo de 45dias para publicar o edital com a relação de credores. Se houver algum equívoco na lista de credores, o credor, o próprio devedor (ou sócio da sociedade) ou o MP poderão apresentar IMPUGNAÇÃO, no prazo de 10 (dez) dias contados da PUBLICAÇÃO DO EDITAL. 
Efeitos Da Decretação Da Falência
 Quanto aos bens do devedor – a sociedade é dissolvida, encerrando a atividade empresarial e consequente liquidação para pagamento dos credores.
 Apuração de responsabilidades societárias
 • Falência da sociedade com responsabilidade ilimitada dos sócios => Falência dos sócios, inclusive os que tenham se retirado voluntariamente há menos de 02 anos quanto às dívidas existentes na data de arquivamento da alteração do contrato;
 • Falência de sociedade com responsabilidade limitada dos sócios => Em princípio os sócios NÃO se submetem à falência, sendo possível ao Juízo apurar eventual responsabilidade pessoal do quotistas e administradores. 
OBS: A ação para responsabilidade dos sócios de forma pessoal, prescreve em 02 (dois) anos do trânsito em julgado contados da sentença que encerra a falência. 
INABILITAÇÃO DO DEVEDOR 
Inabilitação empresarial AUTOMÁTICA do falido para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação de falência até a sentença que extingue as obrigações (se for sociedade empresária, a inabilitação é da sociedade e não dos sócios). 
Se o falido for condenado por crime falimentar, a condenação impõe a penalidade acessória de inabilitação empresarial, que só cessará 05 anos após à extinção da punibilidade. 
Perda do direito de administração de bens - O falido poderá, no entanto, fiscalizar a administração da falência. 
A DECRETAÇÃO
 I - Perda do direito de administração de bens - O falido poderá, no entanto, fiscalizar a administração da falência. 
II - Quanto às obrigações do devedor A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer seus direitos sobre os bens do falido na forma da lei, devendo, via de regra, habilitar seus créditos. 
A decretação; 
i. Suspende o direito de retenção sobre bens, devendo ser entregues ao administrador judicial; 
ii. Suspende o exercício do direito de retirada ou de recebimento das quotas ou ações pelos sócios da sociedade falida; 
iii. iii. Acarreta o vencimento antecipado das dívidas do devedor, com abatimento proporcional dos juros; 
iv. iv. Compensam-se as dívidas dos credores, salvo os créditos transferidos após a decretação da falência ou transferidos com conhecimento do estado de crise ou com fraude/dolo. 
Contra a massa falida NÃO são exigíveis juros vencidos após a decretação de falência previstos em lei e contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. 
Contratos do devedor falido 
NÃO se extinguem de pleno direito, podendo ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massaou necessário à manutenção dos ativos. 
Caso o administrador judicial NÃO se manifeste expressamente sobre a continuidade do contrato, o contratante pode interpelá-lo no prazo de 90 dias contado do termo de nomeação para que, em 10 dias, declarar se cumpre ou não o contrato. 
Se o administrador silenciar ou se negar a continuidade do contrato, o contratante terá direito à indenização em valor a ser apurado em procedimento ordinário, sendo crédito quirografário.
 • Se for coisa composta não entregue por completo, caso o administrador não continue com o contrato, deverá devolver as partes do que já foi entregue; 
• Para compra e venda com reserva de domínio, se o administrado não continuar o contrato, deve devolver a coisa ao devedor e exigir dele a restituição dos valores pagos; 
• Para compra e venda a termo de bens com cotação em bolsa ou mercado, se antes de aperfeiçoada a entrega e o pagamento sobrevier a falência, e não continuar o contrato, deve se comparar a cotação do dia em que o contrato oi assinado com a cotação do dia em que as mercadorias seriam entregues, calculando-se o crédito em favor do falido;
 • Para promessa de compra e venda de bens imóveis, falência do promitente vendedor – o contrato deve ser cumprido; se falência do comprador, seus direitos serão arrecadados e vendidos em juízo, e o novo comprador sub roga-se no contrato; 
• Contrato de locação, o locatário de imóvel do falido deve continuar pagando os alugueis; • Obrigações do âmbito do Sistema Financeiro Nacional, o falido não poderá considerar o contrato vencido antecipadamente; 
• As contas correntes com o devedor serão encerradas no momento da falência, verificando-se o respectivo saldo. 
MANDATO (PROCURAÇÃO) 
O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário prestar contas de sua gestão. 
Deveres do devedor falido 
Art. 104. A decretação da falência impõe aos representantes legais do falido os seguintes deveres:
 I - assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do nome, da nacionalidade, do estado civil e do endereço completo do domicílio, e declarar, para constar do referido termo, diretamente ao administrador judicial, em dia, local e hora por ele designados, por prazo não superior a 15 (quinze) dias após a decretação da falência, o seguinte: 
a) as causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores; b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios, acionistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o contratou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas alterações; 
c) o nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios;
d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereço do mandatário; 
e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento;
f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato
g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos e mandamento em que for autor ou réu; 
II - entregar ao administrador judicial os seus livros obrigatórios e os demais instrumentos de escrituração pertinentes, que os encerrará por termo; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei; 
IV – comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença; 
V - entregar ao administrador judicial, para arrecadação, todos os bens, papéis, documentos e senhas de acesso a sistemas contábeis, financeiros e bancários, bem como indicar aqueles que porventura estejam em poder de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.112/20. 
VI – prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência; 
VII – auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza; 
VIII – examinar as habilitações de crédito apresentadas; 
IX – assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros; 
X – manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz; 
XI – apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores; 
XI - apresentar ao administrador judicial a relação de seus credores, em arquivo eletrônico, no dia em que prestar as declarações referidas no inciso I do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 14.112/20.
 XII – examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial. 
Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência. 
Realização Do Ativo - Ordem de preferência 
O ativo corresponde a venda dos bens da massa falida, o que deve-se iniciar antes mesmo de formado o quadro-geral de credores. 
Existe uma ordem de preferência na venda dos bens da empresa, sempre em atenção ao princípio da preservação da empresa:
 1º - Devem ser vendido o estabelecimento comercial em bloco, a fim de manter a empresa;
 2º - Deve haver a alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente; 
3º - Podem ser alienados em bloco os bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor; 
4º - Alienação dos bens individualmente considerados 
Modalidades típicas de venda dos ativos 
As modalidades típicas de venda devem ser precedidas de publicação em anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 dias de antecedência (bens móveis) e 30 dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que facilitem a venda. Modalidades: 
i. Leilão eletrônico, presencial ou híbrido;
ii. ii. Processo competitivo organizado promovido por agente especializado e de reputação ilibada, cujo procedimento deverá ser detalhado em relatório anexo ao plano de realização do ativo ou ao plano de recuperação judicial, conforme o caso; 
iii. iii. Qualquer outra modalidade, desde que aprovada nos termos da Lei de falência. 
A alienação nas modalidades de que trata o art. 142 da LFR poderá ser realizada com compartilhamento de custos operacionais por 2 (duas) ou mais empresas em situação falimentar. 
Art. 142. (...) 
§ 2º-A. A alienação de que trata o caput deste artigo: 
I - dar-se-á independentemente de a conjuntura do mercado no momento da venda ser favorável ou desfavorável, dado o caráter forçado da venda; 
II - independerá da consolidação do quadro-geral de credores; 
III - poderá contar com serviços de terceiros como consultores, corretores e leiloeiros; 
IV - deverá ocorrer no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da lavratura do auto de arrecadação, no caso de falência; 
V - não estará sujeita à aplicação do conceito de preço vil. 
§ 3º Ao leilão eletrônico, presencial ou híbrido aplicam-se, no que couber, as regras da Lei nº 13.105/ 2015(Código de Processo Civil). 
Em qualquer modalidade de realização de ativo, fica amassa falida dispensada da apresentação de certidões negativas, bem como deve ser o MP intimado, sob pena de nulidade. 
É possível apresentar IMPUGNAÇÃO Arts. 142 e 143 (LFR) para qualquer uma das modalidades de alienação, por quaisquer credores, devedor ou MP, no prazo de 48(quarenta e oito) horas da arrematação, sendo os autos conclusos ao juiz para que decida no prazo de05 dias. 
Modalidades atípicas de venda 
se houver motivos justificáveis, o juiz poderá autorizar, mediante requerimento fundamentado do Administrador Judicial ou do comitê, modalidades de alienação judicial diversas das previstas em Lei. 
Sucessão empresarial da LFR 
i. Todos os credores sub-rogam-se no produto da alienação dos ativos, observada a ordem dos créditos; 
ii. ii. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e NÃO haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de naturezatributária, decorrentes de relações de trabalho e de acidentes do trabalho; 
iii. iii. Se houve trespasse do estabelecimento para a sociedade de credores ou de empregados do devedor falido, NÃO há qualquer transferência de responsabilidade dos sucessores. 
Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante NÃO responde pelas obrigações decorrentes do contrato anterior. 
Haverá normalmente a sucessão: 
i. Quando o arrematante for sócio da sociedade falida ou sociedade controlada pelo falido; 
ii. ii. Quando for parente em linha reta ou colateral até o 4º grau, consanguíneo ou afim do falido ou da sociedade falida; 
iii. iii. Identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão 
Desconsideração da Personalidade Jurídica 
Faz-se necessário ter em mente que a atividade empresarial é regida pelo ordenamento jurídico por um conglomerado de leis e a atuação de seus sócios (em suma), enquanto lícitas, são protegidas pelo legislador, a fim de motivar o já mencionado desenvolvimento econômico-financeiro e social do país. 
Porém, não raras às vezes os empresários cometem ilícitos no exercício da atividade de empresa, tendo ameaçada tal proteção, em razão do legislador ter previsto igualmente nesses casos a possibilidade de afetação do patrimônio pessoal dos sócios pelos credores da sociedade empresária. 
Trata-se, portanto, de exceção à regra, porém de permissivo jurídico criado para evitar que àqueles credores não sejam lesados por atos dos empresários escusos à administração escorreita da empresa. 
Dentro do arcabouço jurídico brasileiro, podemos citar diversos dispositivos que tratam da matéria em análise, como, por exemplo, o art. 50, do Código Civil, art. 130, do Código Tributário Nacional, art. 28, do Código de Defesa do Consumidor, art. 4º da Lei de Crimes Ambientais, art. 34, da Lei n. 12.529 (Infrações da Ordem Econômica) etc., inclusive no que tange às relações do Direito do Trabalho, por contada aplicação subsidiária do CPC em casos omissos (art. 769, CLT). 
A admissão da desconsideração da personalidade jurídica deve ser considerada a partir da estrita observância ao contraditório e à ampla defesa, carecendo de prova robusta e incontroversa do ato de cometimento de ilícito pelo agente empresário. 
Assim resta evidente que a desconsideração da personalidade jurídica é possível no bojo do processo da falência, analisada sob o aspecto jurídico-processual. 
Em razão da universalidade do juízo falimentar, a competência para declarar a desconsideração da personalidade jurídica do falido será sempre do juízo onde tramita a falência, conforme entendimento jurisprudencial consolidado, senão vejamos: 
DIREITO CIVIL E FALIMENTAR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PEDIDO DE DESCONSIDERAÇÃO DAPERSONALIDADE JURÍDICA. FALÊNCIA DECRETADA. VIS ATTRACTIVADO JUÍZO FALIMENTAR. NECESSIDADE DE HABILITAÇÃO DO CRÉDITOE REQUERIMENTO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADEJURÍDICA PERANTE O JUÍZO DA FALÊNCIA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Nos termos do artigo 76 da Lei nº 11.101/2005, decretada a falência, ao juízo falimentar compete o conhecimento de todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo. 2. Decretada a falência, resta prejudicado eventual pedido de desconsideração da personalidade jurídica da sociedade falida, devendo a habilitação do crédito e eventuais pedidos de preferência ou direcionamento da execução contra os sócios ser efetuado perante o juízo falimentar, sob pena de violação ao juízo universal da quebra e eventual frustração do pagamento aos demais credores. 3. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (TJ-DF 07040722720178070000 DF 0704072-27.2017.8.07.0000, Relator: ALFEU MACHADO, Data de Julgamento: 01/03/2018, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 07/03/2018 . 
Disposto ao art. 82, §§ 1º e 2º e art. 82-A, ambos da Lei 11.101/2005, sobre a possibilidade de apuração da responsabilização pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, bem como da determinação de se observar o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil para a propositura de ação de responsabilização, senão vejamos: 
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da provada sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil. 
§1º Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência, a ação de responsabilização prevista no caput deste artigo. 
§2º O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de responsabilização. 
Art. 82-A. A extensão dos efeitos da falência somente será admitida quando estiverem presentes os requisitos da desconsideração da personalidade jurídica de que trata o art. 50 do Código Civil. 
Créditos extraconcursais
: Devem ser pagos antes de qualquer outro crédito concursal, na seguinte ordem: Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos:
 I - (revogado); 
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei; 
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador, em conformidade com o disposto na Seção 
IV-A do Capítulo III desta Lei; 
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta Lei; 
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência 
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência; 
II - às quantias fornecidas à massa falida pelos credores; 
III - às despesas com arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição do seu produto e custas do processo de falência; 
IV - às custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa falida tenha sido vencida; 
V - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
 § 1º As despesas referidas no inciso I-A do caput deste artigo serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa. 
§ 2º O disposto neste artigo não afasta a hipótese prevista no art. 122 desta Lei. 
Créditos concursais de acordo com a LFR 
Art. 83.
A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
 I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho; 
II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado; 
III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias; 
VI - os créditos quirografários, a saber: 
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; 
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; e 
c) os saldos dos créditos derivados da legislação trabalhista que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo; 
VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, incluídas as multas tributárias;VIII - os créditos subordinados, a saber: 
a) os previstos em lei ou em contrato; e 
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício cuja contratação não tenha observado as condições estritamente comutativas e as práticas de mercado; e
 IX - os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124 desta Lei. 
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado. 
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade. 
HONORÁRIOS ADVOCATICIOS E SUCUMBENCIAIS 
STJ (REsp 1152218/RS): Os créditos resultantes de honorários advocatícios, sucumbenciais ou contratuais, têm natureza alimentar e equiparam-se aos trabalhistas para efeito de habilitação em falência, seja pela regência do Decreto-Lei 7.661/1945, seja pela forma prevista na Lei 11.101/2005, observado o limite previsto no art. 83, I, do referido diploma legal. 
TIPOS DE CRÉDITOS 
Crédito com garantia real
Exemplos: créditos hipotecários, créditos pignoratícios, créditos caucionados, de debêntures com garantia real e os decorrentes de cédula de crédito rural. São créditos NÃO sujeitos a rateio
Créditos fiscais (Impostos)
 Existe hierarquia, devendo ser pagos primeiro os créditos da União, Estados, DF + Territórios e suas respectivas autarquias e por fim dos Municípios. Se forem multas tributárias, se situam abaixo dos créditos quirografários
Créditos quirografários 
São os créditos que NÃO possuem nenhuma espécie de privilégio ou garantia. Incluem os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento e os saldos dos créditos derivados da legislação trabalhista que excederem o limite de 150 salários mínimos; 
Multas e penas pecuniárias
 São as multas contratuais e as pecuniárias por infração de leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias
Créditos subordinados 
São os previstos em lei ou contrato, e os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício cuja contratação não tenha observado as condições estritamente comutativas e as práticas de mercado;
Juros vencidos
 Após a decretação da falência, conforme previsto no art.124 da LFR 
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. 
Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia. 
Encerramento do Processo Falimentar 
Feitos os pagamentos aos credores, caberá ao Administrador Judicial prestar contas ao Juiz, no prazo de 30 dias.
 Posteriormente, o Juiz colocará as contas à disposição para que os interessados possam oferecer impugnação no prazo de 10 dias e depois remeterá ao MP para ofertar parecer em 05 dias. Se houver impugnação ou parecer desfavorável, o administrador será novamente ouvido e o juiz julgará as contas através de uma sentença. 
Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório final da falência no prazo de 10 (dez) dias, indicando o valor do ativo e odo produto de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, e especificará justificadamente as responsabilidades com que continuará o falido
Dispõe a LFR, recentemente alterada pela Lei 14.112/2020: 
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença e ordenará a intimação eletrônica às Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento e determinará a baixa da falida no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), expedido pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil 
Se as contas forem rejeitadas, o juiz, além deve fixar as responsabilidades do Administrador, poderá determinar o sequestro ou indisponibilidade de bens do administrador, servindo a sentença como título executivo para indenização da massa, contra a qual caberá apelação
O PRAZO PRESCRICIONAL DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO RECOMEÇA A CORRER A PARTIR DO DIA EM QUE TRANSITAR EM JULGADO A SENTENÇADO ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA.
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO
As obrigações do falido só serão extintas se houver:
i.Pagamento de todos os créditos; ii. O pagamento, depois de realizado o ativo, de mais de 25% dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir esse percentual se para isso não tiver sido suficiente a integral liquidação do ativo; iii. O decurso do prazo de 03 anos contado da decretação da falência, ressalvada a utilização dos bens arrecadados anteriormente e que serão destinados à liquidação para a satisfação dos credores habilitados ou com pedido de reserva realizado; iv. O encerramento da falência nos termos dos art. 114-A ou 156 da Lei.
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
 I – o pagamento de todos os créditos; II - o pagamento, após realizado todo o ativo, de mais de 25%(vinte e cinco por cento) dos créditos quirografários, facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir a referida porcentagem se para isso não tiver sido suficiente integral liquidação do ativo; III - (revogado); IV - (revogado); V - o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da decretação da falência, ressalvada a utilização dos bens arrecadados anteriormente, que serão destinados à liquidação para a satisfação dos credores habilitados ou com pedido de reserva realizado; VI - o encerramento da falência nos termos dos arts. 114-A ou156 desta Lei. 
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por sentença
A sentença de encerramento será publicada por edital e dela caberá apelação
REABILITAÇÃO DO FALIDO 
Após a sentença de encerramento da falência, termina o processo falimentar propriamente dito. 
Contudo, o falido poderá ter interesse em promover, posteriormente, a sua reabilitação. Para voltar a exercer atividade empresarial, inclusive, o falido deve obtê-la necessariamente. 
A reabilitação compreende a extinção das responsabilidades civis e penais do falido.
No campo do direito civil, deverá o falido requerer a declaração, por sentença, da extinção das obrigações. 
Esta ocorre nas seguintes hipóteses
pagamento dos créditos ou novação daqueles com garantia real (art. 158, I); b) rateio de mais de 50% do passivo, após a realização de todo o ativo, sendo facultado o depósito da quantia necessária para atingir-se esta percentagem (art. 158, II); c) decurso do prazo de 5 anos após o encerramento da falência, se o falido ou o representante legal da sociedade falida não incorreu em crime falimentar (art. 158, III); d) decurso do prazo de 10 anos após o encerramento da falência, se houve condenação do falido ou do representante legal da sociedade falida por crime falimentar (art. 158, IV); ou) prescrição das obrigações anteriormente ao decurso desses prazos decadenciais (art. 158).
A declaração da falência suspende a fluência dos prazos prescricionais das obrigações do falido, os quais recomeçam afluir do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência. Se antes de 5 ou 10 anos do encerramento (conforme o caso) ocorrer a prescrição, extingue-se obrigação correspondente. Se o falido não estiver sendo processado penalmente ou tiver sido absolvido, por sentença definitiva, poderá, com a simples extinção das obrigações, voltar a explorar atividade empresarial, reabilitado que se encontra. Se, no entanto, ele for condenado por crime falimentar, deverá, ainda, requerer a sua reabilitação penal. Esta somente pode ser concedida após o transcursode 2 anos contados do cumprimento da pena (CP, art. 94). A declaração, por sentença, da extinção das obrigações é condição da reabilitação penal
O falido reabilitado civil e criminalmente, na forma examinada, pode voltar a explorar regularmente atividade empresarial. Se não requereu sua reabilitação, os efeitos da inabilitação limitam-se a 5 anos, contados da extinção da punibilidade (LF, art. 181, § 1º).
RESTRIÇÕES PESSOAIS E REGIME PATRIMONIAL DO FALIDO 
O falido não é um incapaz. Apenas que a sua capacidade jurídica sofre restrição no tocante ao direito de propriedade. A partir da decretação da falência, o devedor perde o direito de administrar e dispor de seu patrimônio. Não perde a propriedade de seus bens, senão após a venda deles na liquidação. A administração de seus bens compete aos órgãos da falência a partir da decretação da quebra
Pessoalmente, fica o falido sujeito a determinadas restrições. Não sendo incapaz, poderá praticar todos os atos da vida civil não patrimoniais, como o casamento, a adoção, o reconhecimento de filhos etc. A validade desses atos, portanto, independe da cientificação, autorização ou assistência do juiz da falência ou do administrador judicial. Não pode o falido ausentar-se do lugar da falência, sem razão justificadora e autorização do juiz, constituindo, em qualquer caso, procurador com poderes para representá-lo nos atos processuais (art. 104, III).
Terá, ainda, suspenso o seu direito constitucional de sigilo à correspondência, quanto aos assuntos pertinentes ao seu negócio. Com efeito, a partir da decretação da quebra, são as agências postais cientificadas para que entreguem ao administrador judicial toda a correspondência endereçada ao falido, inclusive telegramas. O administrador judicial deve entregar ao falido, de imediato, a correspondência de conteúdo estranho ao seu giro comercial (art. 22, III, d). Além destes, outro direito constitucional suspenso é o de livre exercício da profissão, posto que o falido não poderá estabelecer-se como empresário enquanto não for reabilitado (art. 102).
Ao falido impõe a lei o dever de colaborar com a administração da falência, auxiliando o administrador judicial na arrecadação dos bens, informando as declarações de crédito, examinando e dando parecer nas contas do administrador judicial etc. Estas restrições do falido se estendem à pessoa do representante legal da sociedade falida
No tocante aos bens do falido, serão estes objetos dê arrecadação, que é o ato judicial de constrição dos bens do patrimônio do devedor específico do processo falimentar. O administrador judicial deve arrecadar todos os bens de propriedade do falido, mesmo que se achem na posse de terceiros, a título de locação ou comodato, por exemplo. A arrecadação deve, também, abranger todos os bens na posse do falido. Destes serões excluídos aqueles que, embora possuídos por ele, não lhe pertencem, mediante pedido de restituição
Não serão, contudo, arrecadados os bens absolutamente impenhoráveis, segundo a definição da lei processual civil, nem os gravados com cláusula de inalienabilidade. Também não poderão ser arrecadados os bens da meação do cônjuge protegidos pela Lei n. 4.121, de 1962 (Estatuto da Mulher Casada), nem as substâncias entorpecentes ou que determinam dependência física ou psíquica, as quais deverão ser retiradas do estabelecimento empresarial do falido e depositadas pelas autoridades sanitárias competentes (Lei n. 11.343/2006, art. 69, I a III
CONTINUAÇÃO PROVISÓRIA DA EMPRESA D0 FALIDO 
Na sentença declaratória da falência, o juiz deve se pronunciar sobre a continuação provisória das atividades do falido ou a lacração do seu estabelecimento (LF, arts. 99, VI e XI, e 109). Não são medidas de adoção obrigatória. Inexistindo razões tanto para autorizar a continuação provisória das atividades do falido como para à lacração do estabelecimento, o juiz pode simplesmente denegar as duas medidas
Caberá ao administrador judicial a gerência da atividade durante a continuação provisória. Investe-se ele, nesse caso, de amplos poderes de administração da empresa explorada pelo falido. A continuação provisória convém que seja breve, muito breve. Decretada a medida, devem-se acelerar os procedimentos de realização do ativo, para que logo se defina o novo titular da atividade. O provisório que tende a se eternizar não tem sentido lógico nem jurídico; falta-lhe base na lei

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