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INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS 1.pdf

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Questões de múltipla escolha
Disciplina: 536630 - INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS
Questão 1: De acordo com o Dicionário Houaiss, utopia pode ser definida como “um lugar ou estado ideal, de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos, ou ainda como qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade”.
A respeito do tema, leia os textos a seguir.
Texto 1.
Disponível 	em: 	https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/116320345739/o-pensador-e-escritor-eduardo-galeanopartiu. Acesso em: 21 fev. 2020.
Texto 2.
A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas estático, em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos, então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homem que, tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional da existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. O homem iria perder, com o abandono das utopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade de compreendê-la.
Disponível em: https://www.imaginie.com.br/temas/redacao-fuvest-as-utopias/. Acesso em: 21 fev. 2020.
Com base na leitura dos textos, analise as asserções e a relação proposta entre elas.
I. A utopia pode ser entendida como um horizonte que nunca será alcançado, cuja função é orientar e motivar certas ações.
PORQUE
II. A utopia diz respeito à sociedade futura, a um estágio definitivo da organização social, no qual se contemplam as consequências das ações que fazemos no presente.
Assinale a alternativa correta:
A) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
B) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
C) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa.
D) A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira.
E) As duas asserções são falsas.
Questão 2: Leia o trecho extraído do livro As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano.
É a América Latina, a região das veias abertas. Do descobrimento aos nossos dias, tudo sempre se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal se acumulou e se acumula nos distantes centros do poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar foram sucessivamente determinados, do exterior, por sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. Para cada um, se atribuiu uma função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e se tornou infinita a cadeia de sucessivas dependências, que têm muito mais do que dois elos e que, por certo, também compreende, dentro da América Latina, a opressão de países pequenos pelos seus vizinhos maiores, e fronteiras adentro de cada país, a exploração de suas fontes internas de víveres e mão de obra pelas grandes cidades e portos.
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. De acordo com o autor, historicamente, a América Latina serviu aos interesses dos países centrais do capitalismo internacional.
II. Segundo o texto, os países da América Latina são explorados pela Europa e pelos Estados Unidos, mas são parceiros e solidários entre si. 
III. A organização social, econômica e política dos países latino-americanos, segundo Galeano, foi determinada de modo a atender à engrenagem do sistema capitalista internacional.
IV. A metáfora das veias abertas refere-se à cordialidade e à pouca produtividade dos povos latinos, responsáveis pelo baixo desenvolvimento econômico desses países.
É correto o que se afirma somente em:
A) I, II e III.
B) I e II.
C) II, III e IV.
D) I e III.
E) I e IV.
Questão 3: Leia a charge a seguir.
Disponível em: <http://www.bixodagoiaba.com.br/2013/04/padrao-de-beleza-ao-longo-dos-anos.html>. Acesso em: 10 ago.2017.
O objetivo da charge é:
A) Criticar o crescimento da obesidade na sociedade contemporânea.
B) Mostrar que há 400 anos as mulheres tinham uma vida mais saudável e isso se refletia no seu peso.
C) Evidenciar o desenvolvimento tecnológico da pintura para a fotografia.
D) Mostrar que, em épocas distintas, existem pessoas insatisfeitas porque não apresentam o padrão de beleza socialmente determinado.
E) Criticar a imobilidade e a falta de realização prática, provocadas pelo excesso de idealização.
Questão 4: Leia o texto e analise as afirmativas.
A linguagem como atividade humana
O homem é um ser que fala. A palavra se encontra no limiar do universo humano, pois caracteriza fundamentalmente o homem e o distingue do animal. Se criássemos juntos um bebê humano e um macaquinho, não veríamos muitas diferenças nas reações de cada um nos primeiros contatos com o mundo e as pessoas. O desenvolvimento da percepção, da preensão dos objetos, do jogo com os adultos é feito de forma similar, até que em dado momento, por volta dos dezoito meses, o progresso do bebê humano torna impossível prosseguirmos na comparação com o macaco, devido à capacidade que o homem tem de ultrapassar os limites da vida animal ao entrar no mundo do símbolo. Poderíamos dizer, porém, que os animais também têm linguagem. Mas a natureza dessa comunicação não se compara à revolução que a linguagem humana provoca na relação do homem com o mundo. É interessante o estudo da "linguagem" das abelhas, que dançando “comunicam” às outras onde acharam pólen. Ninguém pode negar que o cachorro expressa a emoção por sons que nos permitem identificar medo, dor, prazer. Quando abana o rabo ou rosna arreganhando os dentes, o cão nos diz coisas; e quando pronunciamos a expressão “Vamos passear”, ele nos aguarda alegremente junto à porta. No exemplo das abelhas, estamos diante da linguagem programada biologicamente, idêntica na espécie. No segundo exemplo, o do cachorro, a manifestação não se separa da experiência vivida; ao contrário, se esgota nela mesma, e o animal não faz uso dos “gestos vocais” independentemente da situação na qual surgem. Quanto a entender o que o dono diz, isso se deve ao adestramento, e os resultados são sempre medíocres, porque mecânicos, rígidos, geralmente obtidos mediante aprendizagem por reflexo condicionado. A diferença entre a linguagem humana e a do animal está no fato de que este não conhece o símbolo, mas somente o índice. O índice está relacionado de forma fixa e única com a coisa a que se refere. Por exemplo, as frases com que adestramos o cachorro devem ser sempre as mesmas, pois são índices, isto é, indicam alguma coisa muito específica. Por outro lado, o símbolo é universal, convencional, versátil e flexível. Consideremos a palavra cruz. Além de ser uma convenção, é de certa forma arbitrária. Mas a palavra cruz não tem um sentido unívoco, na medida em que faz lembrar um instrumento usado para executar os condenados à morte; pode representar o cristianismo; referir-se à morte (ver seção de necrologia dos jornais); se usada de cabeça para baixo, adquire outro significado para certos roqueiros; pode significar apenas uma encruzilhada de caminhos; ou um enfeite, e assim por diante, com múltiplas, infindáveis e inimagináveis significações. 
Assim, a linguagem animal visa à adaptação à situação concreta, enquanto a linguagem humana intervém como uma forma abstrata que distancia o homem da experiência vivida, tornando-o capaz de reorganizá-la numa outra totalidade e lhe dar novo sentido. É pela palavra que somos capazes de nos situar no tempo, lembrando o que ocorreu no passado e antecipando o futuro pelo pensamento. Enquanto o animal vive sempre no presente, as dimensões humanas se ampliam para além de cada momento. É por isso que podemos dizer que, mesmo quando o animal consegue resolver problemas, sua inteligência é ainda concreta. Já o homem, pelo poder do símbolo, tem inteligência abstrata. Se a linguagem, por meio darepresentação simbólica e abstrata, permite o distanciamento do homem em relação ao mundo, também é o que possibilitará seu retorno ao mundo para transformá-lo. Portanto, se não tem oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem, o homem torna-se incapaz de compreender e agir sobre o mundo que o cerca. 
Na literatura, é belo (e triste) o exemplo que Graciliano Ramos nos dá com Fabiano, protagonista de Vidas secas. A pobreza de vocabulário da personagem prejudica a tomada de consciência da exploração a que é submetida, e a intuição que tem da situação não é suficiente para ajudá-la a reagir de outro modo. Exemplo semelhante está no livro 1984, do inglês George Orwell, cuja história se passa num mundo do futuro dominado pelo poder totalitário, no qual uma das tentativas de esmagamento da oposição crítica consiste na simplificação do vocabulário realizada pela “novilíngua”. Toda gama de sinônimos é reduzida cada vez mais: pobreza no falar, pobreza no pensar, impotência no agir. Se a palavra, que distingue o homem de todos os seres vivos, se encontra enfraquecida na possibilidade de expressão, é o próprio homem que se desumaniza.
ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2. ed., 1993, p. 28.
I. A capacidade cognitiva do ser humano está relacionada ao seu domínio sobre a linguagem.
II. A linguagem afasta o ser humano da realidade concreta, da experiência vivida, e, com isso, dificulta a tomada de consciência do mundo que o cerca.
III. O empobrecimento vocabular enfraquece a possibilidade de expressão e a capacidade reflexiva.
IV. A literatura não ajuda no enriquecimento linguístico e no conhecimento de mundo, uma vez que trata de temas ficcionais.
Está correto o que se afirma somente em:
A) I e II.
B) II e III e IV.
C) I e III.
D) III e IV.
E) I, II e III.
Questão 5: Considere a charge a seguir, que parodia o famoso quadro O Grito, de Edward Munch.
Disponível em: <http://www.esmaelmorais.com.br/2012/09/23/>. Acesso em: 3 fev. 2013.
I. A charge aponta que o motivo do desespero do personagem é o apelo excessivo dos candidatos políticos pelo voto.
II. A charge apresenta intertextualidade com o quadro e assume uma postura de crítica ao sistema democrático, que impõe ao cidadão a obrigação do voto.
III. A charge é uma defesa do pluripartidarismo, que permite a candidatura de políticos com ideologias diferentes. 
Está correto somente o que se afirma em:
A) I e III.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I.
Questão 6: Leia o texto a seguir.
- Mas o que é a língua? Para nós, ela não se confunde com a linguagem; é somente uma parte determinada, essencial dela, indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Tomada em seu todo, a linguagem é multiforme e heteróclita; o cavaleiro de diferentes domínios, ao mesmo tempo física, fisiológica e psíquica, ela pertence, além disso, ao domínio individual e ao domínio social; não se deixa classificar em nenhuma categoria de fatos humanos, pois não se sabe como inferir sua unidade. A língua, ao contrário, é um todo por si e um princípio de classificação. Desde que lhe demos o primeiro lugar entre os fatos da linguagem, introduzimos uma ordem natural num conjunto que não se presta a nenhuma outra classificação. 
A esse princípio de classificação, poder-se-ia objetar que o exercício da linguagem repousa numa faculdade que nos é dada pela Natureza, ao passo que a língua constitui algo adquirido e convencional, que deveria subordinar-se ao instinto natural em vez de adiantar-se a ele. 
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2006.
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. De acordo com o texto, a língua não é uma linguagem, pois é um fenômeno social e convencional.
II. Segundo o autor, a língua, com suas dimensões físicas, fisiológicas e psíquicas, é subordinada a um instinto natural; essas características não permitem que a língua seja classificada como um fato social.
III. Para o autor, a língua, entendida como um sistema estruturado e convencional, ocupa o primeiro lugar entre os fatos de linguagem.
Assinale a alternativa certa:
A) Nenhuma afirmativa é correta.
B) Apenas a afirmativa III é correta.
C) Apenas as afirmativas I e III são corretas.
D) Apenas a afirmativa II é correta.
E) Todas as afirmativas são corretas.
Questão 7: Observe a foto, leia os versos extraídos do poema “Navio negreiro”, de Castro Alves, e analise as afirmativas.
A única foto de que se tem notícia de um navio negreiro brasileiro, tirada por Marc Ferrez.
Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2016/09/9-expressoes-populares-com-origens-ligadas-a-escravidao-evoce-nem-imaginava/. Acesso em: 21 fev. 2020.
Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... 
Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... 
Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... 
Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! 
No entanto o capitão manda a manobra, 
E após fitando o céu que se desdobra, 
Tão puro sobre o mar, 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!...”
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... 
Qual um sonho dantesco as sombras voam!... 
Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!... 
Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, Se eu deliro... ou se é verdade Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
Disponível em: https://www.culturagenial.com/poema-o-navio-negreiro-de-castro-alves/. Acesso em: 21 fev. 2020.
I. Foto e poema revelam aspectos horrendos dos navios negreiros, meio pelo qual africanos eram trazidos ao Brasil como escravos.
II. Castro Alves denuncia os castigos e as más condições a que eram submetidos os negros no navio, fossem eles homens ou mulheres.
III. Alguns versos do poema, como “E ri-se a orquestra irônica, estridente”, revelam a alegria que predominava no navio, apesar da escravidão.
IV. A foto, que registra uma cena espontânea do cotidiano do navio, comprova que os versos de Castro Alves são ficcionais, sem referencialidade histórica.
É correto o que se afirma apenas em:
A) I e II.
B) II e IV.
C) I e III.
D) III e IV.
E) I, II e III.
Questão 8: Leia o texto de Antonio Candido e analise as afirmativas a seguir.
Em comparação a eras passadas, chegamos a um máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre a natureza. Isso permite imaginar a possibilidade de resolver grande número de problemas materiais do homem, quem sabe inclusive o da alimentação. No entanto, a irracionalidade do comportamento é também máxima, servida frequentemente pelos mesmos meios que deveriam realizar os desígnios da racionalidade. Assim, com a energia atômica podemos ao mesmo tempo gerar força criadora e destruir a vida pela guerra; com o incrível progresso industrial aumentamos o conforto até alcançar níveis nunca sonhados, mas excluímos dele as grandes massas que condenamos à miséria.
CANDIDO, Antonio. Direito à Literatura, in: Vários Escritos.
I. O autor considera irracionais as tecnologias modernas.
II. O autor destaca as contradições materiais do nosso tempo, afirmando que a racionalidade técnica não implica o fim dasdesigualdades sociais.
III. O autor afirma que a racionalidade técnica, com o domínio sobre a natureza, é suficiente para resolver os problemas da humanidade.
IV. O autor enaltece a evolução tecnológica, uma vez que ela melhora as condições de vida da população, possibilitando confortos nunca antes imaginados.
É correto o que se afirma somente em:
A) I e II.
B) II.
C) III e IV.
D) II e IV.
E) II e III.
Questão 9: Leia o texto, observe as imagens e analise as afirmativas a seguir.
A mais grave crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial parece longe do fim. Atualmente, há ao menos 65 milhões de pessoas deslocadas de seus lares, dos quais 21,3 milhões vivem em situação de refúgio.
A Síria é um dos países que registram o maior fluxo de refugiados. Palco de uma guerra civil que assola suas cidades há seis anos e de uma luta incessante contra o estabelecimento do grupo terrorista Estado Islâmico, a Síria é o país de origem de 4,9 milhões dessas pessoas.
Uma delas é o artista sírio Abdalla Al Omari. Nascido na capital, Damasco, em 1986, deixou o país em 2011 em razão da violência. Agora, vive em Bruxelas, na Bélgica, com o status de refugiado. Seu trabalho mais recente tem uma proposta ousada: mostrar ao mundo como seria a vida dos atuais líderes globais, se refugiados fossem.
Na série de pinturas, pertinentemente intitulada como “A Série da Vulnerabilidade” (The Vulnerability Series), o artista retrata nomes como o presidente americano Donald Trump, a premiê alemã Angela Merkel, o presidente russo Vladimir Putin e o sírio Bashar Al-Assad.
Disponível 	em: 	<https://exame.abril.com.br/mundo/e-se-os-lideres-mundiais-fossem-refugiados-este-artistaresponde/>. Acesso em: 8 jan. 2018.
I. O objetivo dos quadros é evidenciar a sensibilidade e a empatia dos líderes políticos, que sabem se colocar no lugar dos imigrantes e adotam medidas que visam a beneficiar os refugiados.
II. Os quadros, ao retratarem líderes mundiais em situações de vulnerabilidade, têm a intenção de denunciar as precárias condições a que são submetidos os refugiados e mostrar que qualquer pessoa poderia estar nessa situação.
III. Ao atribuir aos políticos a vulnerabilidade, o artista mostra que somos todos iguais e que os que detêm o poder não devem ser responsabilizados pela crise que atravessa os refugiados.
Assinale a alternativa correta.
A) Nenhuma afirmativa é correta.
B) Apenas a afirmativa II é correta.
C) Apenas a afirmativa I é correta.
D) Apenas a afirmativa III é correta.
E) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
Questão 10: Leia a charge e trechos de um ensaio, escrito pelo professor Eduardo Marks, publicado pela filósofa Márcia Tiburi. 
Disponível em: <http://angloguarulhos.com.br/temas-pos-verdade-e-manipulacao-das-redes-sociais/>. Acesso em: 5 fev. 2018.
Obs.: No primeiro quadrinho, vê-se uma caricatura do filósofo René Descartes (1596-1650) e a frase conhecida como a máxima do seu pensamento.
No campo das pós-verdades; ou quando o verde também é azul
Eduardo Marks de Marques
Até meados de novembro de 2016, se alguém me falasse em “pós-verdade”, talvez a minha referência mental imediata fosse ao trabalho realizado pelo Ministério da Verdade na Inglaterra, (já nem tão) distópica criada por George Orwell em seu romance 1984. O referido ministério era responsável por promover ações de propaganda para a manutenção do partido no poder e, talvez mais sintomaticamente para os tempos em que vivemos, rever e reescrever a história para que ela sempre esteja alinhada aos interesses presentes do poder. Para mim, “pósverdade” era isso: transformar o passado a partir dos alinhamentos ideológicos do presente. No entanto, com a nomeação do termo como a palavra do ano pelos lexicógrafos do Oxford Dictionaries, me vi obrigado a rever uma série de posições.
Conforme a definição, “pós-verdade” relaciona-se ou denota circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos importantes em moldar a opinião pública do que apelos emocionais e crenças individuais. Ao ler tal definição, fiquei duplamente surpreso; primeiramente, porque ela consegue, in a nutshell, resumir bem os últimos anos, ao menos no Ocidente. Quem frequenta as redes sociais como eu não consegue mais ignorar não só a polarização maniqueísta pela qual a sociedade está passando, mas também (e, quiçá, como sua causa e consequência ao mesmo tempo) essa tentativa voraz de transformar vivências e opiniões pessoais em experiência universal e senso comum. A pósverdade surge para dar nome a essa prática humana assustadora não para entendê-la e eventualmente domesticála, mas, sim, para validá-la. A pós-verdade é meta-pós-verdade em sua essência.
Estamos perdendo a habilidade de refletir criticamente sobre a realidade que nos circunda, e essa tentativa constante de transformar ontologia em epistemologia de forma direta é sua consequência mais maligna, especialmente porque ela vem acompanhada de um complexo de deus (…).
Na língua japonesa, o kanji 青pode referir-se ao mesmo tempo às cores azul e verde. O contexto faz com que saibamos a qual delas o ideograma aponta em determinado momento. A aceitação da polissemia faz com que haja harmonia em seu uso. Será que conseguiremos chegar a um estágio em que superemos as pós-verdades e consigamos voltar a conviver com dúvidas?
Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/no-campo-das-pos-verdades-ou-quando-o-verde-tambem-e-azul/ >. Acesso em: 8 fev. 2018 (com adaptações).
I. A charge valoriza a evolução do pensamento humano e a superação das ideias cartesianas, promovida pelo acesso à informação que temos atualmente.
II. A charge e o texto indicam que a pós-verdade é marcada pela supressão da razão, da reflexão, que é substituída pela mera crença.
III. De acordo com o texto, na era da pós-verdade, opiniões e crenças pessoais tendem a ser divulgadas como verdades universais e alimentam o senso comum, que é desprovido de reflexão crítica.
IV. O autor espera que a pós-verdade seja superada e, assim, as pessoas reaprendam, por meio da razão, a separar o azul do verde, eliminando dúvidas e divergências. 
Está correto o que se afirma somente em:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) III e IV.
E) II e IV.

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