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03 - Lei Complementar 68 92 - Parte III

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Aula 09 – Lei Complementar nº 68/1992 (Regime 
Jurídico) - Parte 3 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Sumário 
1. Lei Complementar nº68, de 09 de dezembro de 1.992 (Regime Jurídico 
dos Servidores Públicos Civis do Estado de Rondônia)............................................. 2 
1.18 Processo Administrativo Disciplinar ..................................................... 2 
1.18.1 Disposições Gerais ........................................................................ 2 
1.18.2 Sindicância .................................................................................... 3 
1.18.3 Afastamento Preventivo .............................................................. 10 
1.18.4 Processo Administrativo Disciplinar ............................................. 11 
1.18.5 Abandono de Cargo e Inassiduidade Habitual ............................ 20 
1.18.6 Julgamento .................................................................................. 23 
1.18.7 Revisão do Processo ................................................................... 28 
1.19 Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público ............... 32 
1.20 Disposições Gerais e Transitórias ..................................................... 33 
Questões Comentadas .................................................................................. 37 
Questões Propostas ...................................................................................... 50 
 
 Vamos nós de novo! Hoje vamos dar prosseguimento no estudo do estatuto 
dos servidores públicos do seu estado. Embora o nosso curso teórico tente ser o 
mais didático possível, esteja certo: você se tornará espontaneamente um 
especialista neste assunto depois de uns dois anos de casa... 
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A propósito: se você não percebeu, este será nosso último encontro . Mas 
ao invés de lamentarmos, vamos tirar o máximo possível de proveito dessa 
oportunidade 
Comecemos. 
1. Lei Complementar nº68, de 09 de dezembro de 
1.992 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do 
Estado de Rondônia) 
1.18 Processo Administrativo Disciplinar 
1.18.1 Disposições Gerais 
Ok, até aqui, não aconteceu absolutamente nada com o servidor. Existem as 
penalidades, e existe a suposta conduta do nosso colega, tudo ainda por ser 
avaliado e ponderado. 
Mas como é de um órgão público que estamos falando, absolutamente tudo 
que é feito ali precisa ser adequadamente apurado. Mesmo a suposta culpa do 
funcionário precisa ser provada, dando-lhe a oportunidade de se manifestar e 
explicar o ocorrido, de maneira a permitir que a autoridade conheça a verdade dos 
fatos, e possa, ao fim, proferir uma decisão justa. 
Pode parecer lento, mas tenho certeza de que você adoraria que te dessem a 
chance de se explicar antes de demiti-lo (ainda mais quando você tem certeza de 
que não fez nada daquilo que lhe é imputado). 
Desta forma, tudo começa no artigo 181: 
Art. 181. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço 
público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante 
sindicância ou processo disciplinar. 
Parágrafo único. A instauração de sindicância é de competência do 
Secretário de Estado ou titular do órgão a que pertence o servidor, 
para apuração preliminar de infrações disciplinares, podendo ensejar, 
ou não, a imediata imputação de pena, desde que assegurada, ao 
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acusado, ampla defesa, e não restem dúvida quanto à culpabilidade, 
nos termos do Capítulo II, deste Título. 
Por enquanto, basta lembrar-se da autoridade competente para instaurar a 
Sindicância (os demais aspectos serão vistos logo em seguida). 
Caso o servidor pertença aos quadros da Administração Direta, o Secretário 
de Estado titular da Secretaria à qual o servidor está ligado é quem será competente 
para instaurar o procedimento. Muito simples: o servidor é um Auditor Fiscal? Então 
a sindicância será instaurada pelo Secretário da Fazenda. É um Procurador do 
Estado? Neste caso, será instaurada pelo Secretário de Negócios Jurídicos, ou 
qualquer nome equivalente que lhe seja dado no seu Estado. 
Agora, caso o servidor trabalhe em uma Autarquia ou Fundação Pública 
Estadual? Neste caso, será o próprio dirigente do órgão quem irá instaurar o 
procedimento. 
Mas professor, eu nem sei o que é uma Sindicância! Não entendo qual a 
importância das ressalvas do artigo 181 e seus parágrafos. Isto, meu caro, só a 
leitura dos artigos seguintes vai te mostrar. Calma que chegaremos lá. 
1.18.2 Sindicância 
No começo, tudo que se tem é uma desconfiança. Pode ser uma denúncia de 
um cidadão, de um funcionário, ou mesmo a desconfiança do superior hierárquico. 
O que inicia o processo administrativo é a ciência de uma irregularidade, e não a 
irregularidade em si (a irregularidade pode ou não ter ocorrido, daí a necessidade de 
apuração imediata). 
O procedimento que busca apurar a denúncia, a fim de descobrir se estamos 
diante de uma infração funcional é chamado de sindicância. Infelizmente, seu 
estatuto deixa para definir o termo quase no final deste capítulo. 
Acho que não custa nada adiantar as notícias: 
Art. 189. A sindicância é meio eficaz para apurar, em primeiro plano, a 
veracidade de denúncias ou a existência de irregularidades passíveis 
de punição, podendo ensejar a abertura de Processo Administrativo 
Disciplinar. 
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Ou, dito de outra forma: A sindicância pode ser conceituada como 
"procedimento disciplinar que antecede o processo administrativo disciplinar 
e serve para a apuração da extensão dos fatos apontados como irregulares e 
da extensão da responsabilidade de cada autor." 
A sindicância é instaurada quando o órgão ainda não sabe se realmente 
houve alguma irregularidade digna de reprimenda ou quando não é capaz de 
estabelecer a extensão da responsabilidade de cada servidor na irregularidade, ou 
mesmo, quando a própria autoria da irregularidade é desconhecida. 
E é com esse espírito que o artigo 183 abre o capítulo da Sindicância: 
Art. 183. A sindicância que tomarem conhecimento de transgressões 
disciplinares praticadas por servidores deverão remeter a 
documentação pertinente ou a prova material da infração, ao 
Secretário de Estado ou titular do órgão a que pertence o servidor, o 
qual determinará a instauração imediata de sindicância mediante 
portaria, constituindo comissão composta de servidores ao mesmo 
subordinados, aplicando-se, no que couber, os critérios dos artigos 194 e 
199, desta Lei Complementar. 
A primeira coisa que precisamos para uma Sindicância Administrativa é de 
alguém para conduzi-la. O Secretário de Estado já está atolado de serviço até o 
pescoço e, embora competente para instaurá-la, não poderá dedicar sua atenção ao 
procedimento. 
Assim, o Secretário de Estado criará, através de portaria, uma comissão 
composta por servidores, para que estes apurem o fato, elaborem um relatório com 
as informações pertinentes e conclusões. É com base neste relatório que a 
autoridade julgadora decidirá destino do servidor. 
A propósito, os artigos 194 a 199 referem-se à constituição de uma comissão 
no Processo Administrativo Disciplinar. 
Ok. Mas por mais específica que uma sindicância seja, ela ainda é um mero 
procedimento administrativo. E como qualquer outro procedimento administrativo, é 
um procedimento previsível. 
Assim, ao final dela, teremos, necessariamente, um conjunto de documentos 
padrão. Se estiver faltando algum, é porque alguma coisa não foi feita corretamente. 
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Para ajudar você a lembrar de todos os documentos, vamos dividi-los entre 
aqueles que já estão prontos no momento da abertura da sindicância, e aqueles que 
serão produzidos ao longo da mesma. 
Isso nos leva a uma regra importante: tudo que diga respeito à sindicância 
deve estar no processo de sindicância. Afinal, se não está lá, o servidor não teve aoportunidade de tomar conhecimento do documento e, se não teve a oportunidade 
de tomar conhecimento do documento, não pode se defender adequadamente. 
Se você já estudou a Constituição Federal, sabe onde quero chegar: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
[...] 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes; 
Por isto, meu caro, TUDO que diga respeito à sindicância está previsto no 
artigo 184. Com isto em mente, dá pra resolver as questões sem memorizá-las: 
Art. 184. A instauração de sindicância é formalizada pela autuação da 
portaria, formalizando-se o processo que deve conter, ao final, as 
seguintes peças: 
Olha que mágico! Lembra-se da Portaria do Sr. Secretário? Ela instaurou 
uma sindicância para apurar a irregularidade. No momento em que esta portaria for 
encartada em um processo (autuada, ato este que consiste em pegar a capa do 
processo, furar suas folhas, pegar um par de bailarinas, juntar tudo e registrar o 
processo no sistema, ganhando um número próprio), a sindicância começa. 
Adivinha então qual será o primeiro documento da sindicância? A própria 
portaria! 
Depois, temos os dois primeiros incisos, que apontam documentos que já 
existem na data de instauração da portaria: 
I – denúncias e outros documentos que a instruem; 
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II – certidão ou cópia da ficha funcional do acusado; 
Afinal de contas, a sindicância não começou do nada. Havia uma denúncia 
prévia da qual o Secretário tomou conhecimento e, por conta das informações ali 
constantes, determinou a imediata apuração do fato. 
Por outro lado, a situação funcional do servidor definirá se existem 
atenuantes ou agravantes aplicáveis ao caso, bem como se este é reincidente na 
falta a ser apurada. 
O inciso III traz o primeiro ato a ser praticado nos autos da sindicância: 
III – designação de dia, hora e local para: 
a) depoimento de testemunhas; 
b) audiência inicial; 
c) citação do acusado para acompanhar o processo pessoalmente ou 
por intermédio de procurador devidamente habilitado, bem como para 
interrogatório no prazo de 03 (três) dias; 
E, por fim, os incisos seguintes trazem os documentos que serão produzidos 
no decorrer da sindicância (obviamente, eles só farão sentido ao longo da aula): 
IV – certidões dos atos praticados; 
V – abertura de prazo de, no máximo, 5 (cinco) dias para o sindicado 
apresentar defesa, à critério da comissão; 
VI – relatório da comissão; 
VII – julgamento da autoridade, ou fundamentação para a remessa dos 
autos a Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar 
– CPPAD; 
VIII – publicação do julgamento. 
Parágrafo único – A autoridade julgadora da sindicância só poderá 
imputar pena de sua responsabilidade se a comissão houver facultado 
ampla defesa ao acusado. 
Por que esta ressalva é tão importante? Porque algumas penalidades podem 
ser aplicadas diretamente pela autoridade julgadora da sindicância, sem a 
necessidade de instauração de um Processo Administrativo Disciplinar. A regra por 
um caminho ou outro é a prevista no artigo 190. Vamos dar uma espiada: 
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Art. 190. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a 
imposição de pena que não seja da competência da autoridade 
responsável pela sindicância, será obrigatória a instauração de 
Processo Disciplinar, com a remessa dos autos da sindicância à 
Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – 
CPPAD. 
Já já chegamos lá. 
Art. 188. As testemunhas são convocadas para depor mediante 
intimação, expedida pelo Presidente da Comissão, devendo a segunda 
via, com ciente do interessado, ser anexada aos autos. 
§ 1º Se o testemunho é de servidor, a expedição de intimação será 
comunicada ao chefe da repartição onde o mesmo serve, com 
indicação do dia e da hora marcada para a inquirição. 
É uma questão de cortesia. O servidor é necessário ao serviço público (ao 
contrário do que sugere a crença popular), e é necessário que o chefe saiba de 
antemão que aquele servidor não estará presente naquele dia e horário, a fim de 
que possa providenciar os ajustes necessários. 
Além do mais, o servidor não assinará o ponto naquele dia, e assim, precisa 
de uma justificativa para estar ausente. 
§ 2º As testemunhas são inquiridas em separado e, da hipótese de 
depoimentos contraditórios, procede-se a acareação entre os 
depoentes. 
 
Acareação é uma técnica bastante útil para solucionar problemas com 
depoimentos contraditórios ou que se desmentem mutuamente. O julgador chamará 
as duas testemunhas e as colocará frente a frente, e passará a inquiri-las 
justamente sobre os pontos de conflito. As testemunhas vão se digladiar até que 
alguém vai acabar cedendo :P. É extremamente constrangedor, mas funciona! 
Art. 189. A sindicância é meio eficaz para apurar, em primeiro plano, a 
veracidade de denúncias ou a existência de irregularidades passíveis 
de punição, podendo ensejar a abertura de Processo Administrativo 
Disciplinar. 
Muito bem, existem três desfechos possíveis para uma Sindicância: 
- Arquivamento 
- Punição do Servidor (caso lhe tenha sido franqueada a ampla defesa) 
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- Abertura de Processo Administrativo Disciplinar 
Comecemos pelas hipóteses de arquivamento: 
§ 1º O processo de sindicância será arquivado quando o fato narrado 
não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, ou quando 
evidenciada a falta de indício suficiente para a instauração do Processo 
Administrativo Disciplinar. 
Exemplos de hipóteses enquadráveis no parágrafo 1º: 
- O fato narrado ocorreu, porém, não é uma infração funcional, pois não há 
proibição prevista em lei (o servidor realmente comeu todo o pacote de bolachas da 
“caixinha do café” da repartição, tendo a sindicância apurado este fato, porém, não 
há nada no estatuto que proíba o servidor de fazê-lo), ou; 
- O fato narrado ocorreu, constitui proibição prevista em lei, mas a sindicância 
concluiu que o sindicado não foi o seu autor (o servidor foi acusado de furtar um 
pacote de folha A4, o pacote realmente foi furtado, mas uma câmera da entrada do 
prédio mostrou que o servidor não compareceu à repartição no dia do furto. Exame 
mais detido de sua folha de ponto mostrou que ele estava de férias naquele dia), ou; 
- Não houve qualquer conclusão a respeito dos fatos investigados. Não há 
como responsabilizar ou inocentar o acusado neste caso, não havendo o que fazer 
com o processo. 
E como tudo no serviço público, a Sindicância tem prazo para ser encerrada: 
§ 2º O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) 
dias, podendo ser prorrogado por mais 5 (cinco) dias, a critério da 
autoridade superior. 
§ 3º A fase instrutória encerra-se com o relatório de instrução no qual 
são resumidos os fatos e as respectivas provas, tipificada, ou não, a 
infração disciplinar visando o encerramento ou continuação do feito 
através de arquivamento e/ou abertura de Processo Administrativo 
Disciplinar. 
Art. 190. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a 
imposição de pena que não seja da competência da autoridade 
responsável pela sindicância, será obrigatória a instauração de 
Processo Disciplinar, com a remessa dos autos da sindicância à 
Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – 
CPPAD. 
Vamos devagar agora: 
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Art. 178 - Para a imposição de pena disciplinar são competentes: 
I - no caso de demissão e cassação de aposentadoria ou de 
disponibilidade, a autoridade competente para nomear ou aposentar; 
II - no caso de suspensão, o Secretáriode Estado, autoridades 
equivalentes, dirigentes de autarquias e fundações públicas; 
III - no caso de repreensão, a chefia imediata. 
 E agora avancemos um pouquinho à frente: 
Art. 181. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço 
público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante 
sindicância ou processo disciplinar. 
Parágrafo único. A instauração de sindicância é de competência do 
Secretário de Estado ou titular do órgão a que pertence o servidor, 
para apuração preliminar de infrações disciplinares, podendo ensejar, 
ou não, a imediata imputação de pena, desde que assegurada, ao 
acusado, ampla defesa, e não restem dúvida quanto à culpabilidade, 
nos termos do Capítulo II, deste Título. 
O que conseguimos concluir combinando o artigo 178 com o artigo 181? 
Muito simples: se foi o Secretário de Estado quem promoveu a instauração da 
Sindicância, as únicas penalidades que demandam a formação de um Processo 
Administrativo Disciplinar são as penalidades de demissão e cassação da 
aposentadoria de servidores efetivos, afinal, só podem ser aplicadas pela 
autoridade competente para nomear e aposentar e tais servidores não são 
nomeados pelo Secretário de Estado (competente para instauração da sindicância). 
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório concluir que a infração está 
capitulada como ilícito penal a autoridade competente encaminhará 
cópia dos autos à autoridade policial para instauração de inquérito 
policial, independente da imediata instauração do Processo 
Administrativo Disciplinar. 
Algumas faltas administrativas são também consideradas ilícitos penais. Não 
que uma autoridade administrativa tenha competência para dizer se um crime foi 
cometido ou não (isto é tarefa da Polícia investigar e do Poder Judiciário decidir), 
mas também é fato que a Administração, como qualquer outra pessoa ou entidade, 
não pode se escusar de conhecer a lei. 
E conhecendo a lei, pode muito bem constatar, segundo sua própria 
interpretação dos fatos, que o fato apurado é, em tese, um ilícito penal. 
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Isso não é suficiente para decidir sobre o assunto, mas é suficiente para 
justificar o encaminhamento de cópia dos autos para a autoridade policial (e esta 
sim investigará o ocorrido sob a ótica do Direito Penal). 
E sobre Sindicância era só isso! Passemos ao próximo ponto. 
1.18.3 Afastamento Preventivo 
Professor: enquanto o servidor está respondendo ao processo, ele continua 
em atividade? Pois, se estamos buscando apurar uma falta que provavelmente 
ocorreu dentro da repartição, ele não pode estar utilizando o tempo no expediente 
para triturar papel e apagar arquivos no computador (no desespero, é provável que 
ele coloque os próprios discos rígidos no triturador de papel, a fim de acelerar o 
processo :P). 
O estatuto é tão desconfiado quanto você. Caso a permanência do 
processado se revele inconveniente à apuração do fato, existe um mecanismo para 
afastá-lo do cargo enquanto as investigações são feitas: 
Art. 191. Cabe a suspensão preventiva do servidor, sem prejuízo da 
remuneração, em qualquer fase do Processo Administrativo 
Disciplinar a que esteja respondendo, pelo prazo de 30 (trinta) dias, 
desde que sua permanência em serviço possa prejudicar a apuração 
dos fatos. 
Isto é uma medida cautelar! Não constitui, por si, uma penalidade, então, não 
há razão para o servidor não ser remunerado durante este tempo (em último caso, 
ele não em culpa de estar sendo injustamente acusado e continua precisando pagar 
as contas). 
Se a autoridade instauradora precisar de mais prazo além desses 30 dias, é 
possível uma única prorrogação. Só que, para não virar festa, existe um requisito 
bastante rígido para sua concessão: É o Governador de Estado quem deve decidir 
pela prorrogação: 
§ 1º Compete ao Chefe do Poder Executivo, prorrogar por mais 50 
(cinqüenta) dias, o prazo de suspensão já ordenada, findo o qual 
cessará o respectivo efeito ainda que o processo não esteja 
concluído. 
Conclusão, o prazo final de afastamento é de, no máximo 30 + 50 = 80 dias. 
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Depois disto, pouca importa se a apuração precisa continuar: o servidor vai 
voltar ao serviço: 
§ 2º Não decidido o processo no prazo de afastamento ou de sua 
prorrogação, o indiciado reassumirá automaticamente o exercício de 
seu cargo ou função, aguardando aí, o julgamento. 
A boa notícia é que o tópico do afastamento preventivo também já acabou :P. 
Em frente. 
1.18.4 Processo Administrativo Disciplinar 
Art. 192. O Processo Administrativo Disciplinar é o instrumento 
destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada 
no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as 
atribuições do cargo em que se encontre investido, assegurando-se, 
ao denunciado, ampla defesa. 
Parágrafo único. A entidade sindical representativa da categoria do 
servidor processado poderá indicar representante para acompanhamento 
do processo. 
O relatório de instrução, produzido ao final da fase instrutória da Sindicância 
resultou na opção prevista no artigo 189 e 190 do Estatuto: 
Art. 189. A sindicância é meio eficaz para apurar, em primeiro plano, a 
veracidade de denúncias ou a existência de irregularidades passíveis 
de punição, podendo ensejar a abertura de Processo Administrativo 
Disciplinar. 
[...] 
§ 3º A fase instrutória encerra-se com o relatório de instrução no qual 
são resumidos os fatos e as respectivas provas, tipificada, ou não, a 
infração disciplinar visando o encerramento ou continuação do feito 
através de arquivamento e/ou abertura de Processo Administrativo 
Disciplinar. 
Art. 190. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a 
imposição de pena que não seja da competência da autoridade 
responsável pela sindicância, será obrigatória a instauração de 
Processo Disciplinar, com a remessa dos autos da sindicância à 
Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – 
CPPAD. 
Seja lá o que a Comissão Processante da Sindicância apurou no processo, 
foi grave! Provavelmente, apenas uma demissão será suficiente para repreender o 
servidor por aquilo que ele, em tese, fez. 
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E como a Sindicância não se presta à aplicação de penalidades mais severas 
(pois tais penalidades não são da competência da autoridade que instaurou a 
Sindicância), um novo procedimento administrativo disciplinar deve ser instaurado: o 
processo administrativo disciplinar (doravante, chamaremos este procedimento 
de PAD). 
O final do artigo 192 nos relembra que o PAD não é o equivalente moderno 
da "caça às bruxas" medieval. O fato de se acreditar que o servidor recebeu 5 kg de 
papel moeda impresso pela autoridade monetária nacional em troca de um 
despacho favorável a sei lá quem não é suficiente para condenarmos o servidor 
sem direito a ampla defesa. 
A propósito, as autoridades competentes para determina a abertura de um 
PAD encontram-se no topo da cadeia hierárquica de cada um dos Poderes da 
República (lembrando que o Governador costuma compartilhar sua competência 
com os Secretários de Estado em matéria disciplinar): 
Art. 193. São competentes para determinar a abertura de Processo 
Administrativo Disciplinar, o Governador do Estado, os Secretários de 
Estado, os Presidentes de Autarquias e Fundações, e os Titulares dois 
demais Poderes e Órgãos Públicos, nas áreas de suas respectivas 
competências. 
A fina flor do funcionalismo público... 
Só que, para variar, nenhuma daquelas autoridades mencionadas no artigo 
193 terá tempo para conduzir a parte operacional do PAD. 
É aqui que você conhece um novo órgão dentro do serviço público estadual: 
A Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar, ou, para os 
íntimos, CPPAD. 
A CPPAD é um órgão permanente dentro do serviço público estadual, 
comandado por um Corregedor Geral e cujos servidores são responsáveis pela 
condução dos processosadministrativos disciplinares em toda Administração Direta 
e Indireta. 
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Este órgão existe muito antes do processo administrativo disciplinar (daí ser 
um órgão permanente), e é dele que saem os servidores que comporão as 
comissões responsáveis pela condução dos PADs: 
Art. 194. O Processo Administrativo Disciplinar será conduzido por 
uma comissão composta de 3 (três) servidores dentre os componentes 
da Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – 
CPPAD, designados pelo Coordenador Geral, indicando, entre seus 
membros o respectivo Presidente. 
§ 1º A designação da comissão será feita por meio de portaria da qual 
constará, detalhadamente, o motivo da instauração do processo. 
§ 2º O Presidente da comissão designará um servidor para secretariar 
os trabalhos. 
§ 3º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de Processo 
Administrativo Disciplinar, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, 
consangüíneos ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. 
Já conversamos sobre parentesco na aula passada, quando analisamos a 
licença por motivo de doença em pessoa da família. Relembrando uma situação 
importante: o primo do acusado pode participar das comissões (tanto de sindicância 
como de PAD) pois este é um parente de 4º grau. 
A limitação vai até os tios e sobrinhos (lembrando também que o cunhado é 
parente colateral por afinidade até o 4º grau). Se por qualquer razão você não se 
lembra de eu ter dito isto, fique a vontade para voltar na aula passada ou conversar 
comigo lá no fórum! 
Art. 195. Após publicação da portaria de instauração, ou recebimento 
da cópia desta pelo acusado, terá a comissão o prazo de 50 (cinqüenta) 
dias para relatar o processo sendo admitida a sua prorrogação por 
mais 30 (trinta) dias, quando as circunstâncias o exigirem. 
Ah sim, por mais que o PAD pareça mera continuação da Sindicância, trata-
se de um procedimento completamente novo. E procedimentos novos precisam ser 
instaurados. 
A partir do seu início, a comissão terá 50 + 30 dias para relatar o processo. O 
tal relatório está previsto no artigo 202 do estatuto, e apresenta todas as conclusões 
alcançadas pela comissão no curso do PAD. Pode dar uma espiada: 
Art. 202. Recebida a defesa será anexada aos autos, mediante termo, 
após o que a comissão elaborará relatório em que fará histórico dos 
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trabalhos realizados e apreciará, isoladamente, em relação a cada 
acusado, as irregularidades imputadas e as provas colhidas no 
processo, propondo então, justificadamente, a isenção de 
responsabilidade ou a punição, e indicando, neste último caso, a 
penalidade que couber ou as medidas que considerar adequadas. 
Faremos mais comentários a seu tempo. 
Pois bem, mesmo que o acusado receba cópia da portaria, isto não 
desobriga a Administração de publicá-la: 
§ 1º - Em qualquer hipótese, a publicação é obrigatória. 
§ 2º Os autos da sindicância integram o Processo Administrativo 
Disciplinar, como peça informativa da instrução. 
Caso não esteja familiarizado com o termo, “instrução” é a fase do processo 
administrativo ou judicial em que as partes têm a oportunidade de constituir provas, 
a fim de convencer a autoridade julgadora de suas razões. Por acaso, também é 
uma das fases do próprio inquérito administrativo. 
Muito bem, precisamos chamar o acusado para que ele participe do PAD (o 
exercício do contraditório e da ampla defesa pressupõe que o acusado tenha 
ciência de que contra ele corre um procedimento, afinal, ninguém se defende 
daquilo que não conhece nem sabe que existe). 
Art. 196. Instaurado o Processo Administrativo Disciplinar com o 
extrato da portaria de instauração, que conterá a acusação imputada 
ao servidor com todas as suas características, o presidente 
determinará a citação do acusado para interrogatório no prazo mínimo 
de 24 (vinte e quatro) horas. 
Art. 197. Em caso de recusa do acusado, em apor o ciente na cópia da 
citação, o prazo para defesa passa a contar da data declarada em termo 
próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, do dia em que 
esta se deu. 
E para evitar que se alegue desconhecimento, que a citação se extraviou, 
que a intimação não chegou, e etc., o servidor não pode mais mudar de endereço 
sem comunicar a comissão: 
Art. 198. O acusado que mudar de residência fica obrigado a comunicar 
à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. 
Ok, vamos organizar nossos pensamentos agora: 
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- Autoridade competente instaura PAD, com portaria instituindo a 
Comissão que conduzirá o processo: 
Art. 193. São competentes para determinar a abertura de Processo 
Administrativo Disciplinar, o Governador do Estado, os Secretários de 
Estado, os Presidentes de Autarquias e Fundações, e os Titulares dois 
demais Poderes e Órgãos Públicos, nas áreas de suas respectivas 
competências. 
Art. 194. O Processo Administrativo Disciplinar será conduzido por 
uma comissão composta de 3 (três) servidores dentre os componentes 
da Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – 
CPPAD, designados pelo Coordenador Geral, indicando, entre seus 
membros o respectivo Presidente. 
§ 1º A designação da comissão será feita por meio de portaria da qual 
constará, detalhadamente, o motivo da instauração do processo. 
[...] 
- Servidor é citado para o interrogatório, com no mínimo 24 horas de 
antecedência: 
Art. 196. Instaurado o Processo Administrativo Disciplinar com o 
extrato da portaria de instauração, que conterá a acusação imputada 
ao servidor com todas as suas características, o presidente 
determinará a citação do acusado para interrogatório no prazo mínimo 
de 24 (vinte e quatro) horas. 
Muito bem, o interrogatório é um “bate-papo” entre a comissão e o servidor 
investigado. Ele não está lá para se defender e sim para responder perguntas que 
podem esclarecer os fatos investigados. 
Assim, no interrogatório, o depoimento do servidor não é uma defesa, mas 
apenas um meio de prova, entre as inúmeras outras que serão colhidas e juntadas 
ao processo. 
É somente depois do interrogatório que o servidor tem a oportunidade de 
apresentar sua defesa propriamente dita. E o momento não poderia ser mais 
adequado: ele não só tomou conhecimento do conteúdo do PAD com a citação e o 
acesso aos autos, como ainda tem uma ideia bastante clara do que a comissão está 
investigando (afinal, será provavelmente nos tópicos onde a comissão mais fez 
perguntas). 
Art. 199. Superado o interrogatório, a citação será para proporcionar o 
prazo de 5 (cinco) dias para apresentação de defesa prévia, na qual o 
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acusado deverá requerer as provas a serem produzidas, apresentando 
o rol de testemunhas até o máximo de 3 (três), as quais serão 
notificadas, se forem diversas daquelas inquiridas na sindicância. 
Relembrando: 
Art. 188. As testemunhas são convocadas para depor mediante 
intimação, expedida pelo Presidente da Comissão, devendo a segunda 
via, com ciente do interessado, ser anexada aos autos. 
§ 1º Se o testemunho é de servidor, a expedição de intimação será 
comunicada ao chefe da repartição onde o mesmo serve, com 
indicação do dia e da hora marcada para a inquirição. 
§ 2º As testemunhas são inquiridas em separado e, da hipótese de 
depoimentos contraditórios, procede-se a acareação entre os 
depoentes. 
As testemunhas apontadas pelo acusado serão intimadas da mesma forma 
prevista no artigo 188, ressaltando que o acusado tem direito a apresentar no 
máximo três testemunhas. 
§ 1º Havendo mais de um acusado, o prazo é comum e de 10 (dez) dias. 
Nossa lista de procedimentos está tomando forma: 
- Autoridade competente instaura PAD, com portaria instituindo a 
Comissão que conduzirá o processo; 
- Servidor é citado para o interrogatório, com no mínimo 24 horas de 
antecedência;- Abertura de prazo para defesa prévia (5 dias para um acusado, 10 dias 
para demais casos); 
- Na defesa deve constar as provas que o acusado pretende produzir, 
bem como no máximo três testemunhas a serem ouvidas. 
§ 2º Achando-se o acuso em lugar incerto e não sabido, expedir-se-á 
edital, com prazo de 10 (dez) dias, publicado 01 (uma) vez no Diário 
Oficial do Estado, e fixado no quadro de avisos do órgão ao qual o 
acusado é vinculado, para que o mesmo apresente-se para interrogatório 
e/ou protocolar sua defesa. 
§ 3º O prazo a que se refere o parágrafo anterior, será contado da 
publicação, que deve ser juntada no processo pelo Secretário. 
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Leia-se: o servidor pode estar se escondendo :P. Entretanto, enquanto 
servidor, é obrigação do mesmo (e aliás, de todo e qualquer cidadão) ler, 
diariamente, todos os Diários Oficiais da União, Estado e Municípios, além do Diário 
da Justiça, a fim de tomar ciência de toda e qualquer publicação que possa envolver 
seu nome. 
Mesmo que ele não faça isso (nem conheço cidadão algum que o faça), a 
citação por edital induz a ciência presumida da notificação. 
Art. 200. A comissão procederá a todas as diligências necessárias, 
recorrendo, sempre que a natureza do fato o exigir, a peritos ou técnicos 
especializados, e requisitando à autoridade competente o pessoal, 
material e documentos necessários ao seu funcionamento. 
§ 1º Sempre que, no curso do Processo Administrativo Disciplinar, for 
constatada a participação de outros servidores, a comissão procederá 
às apurações necessárias para responsabiliza-los, com publicação e 
procedimentos idênticos à apuração principal. 
§ 2º As partes serão intimadas para todos os atos processuais, 
assegurando-lhes o direito de participação na produção de provas, 
mediante reperguntas às testemunhas e formulação de quesitos, quando se 
tratar de prova pericial. 
Muito bem, falei há pouco tempo que é possível citar o acusado por edital no 
Diário Oficial do Estado. 
Porém, seria muita ingenuidade de parte do estatuto achar que este réu fosse 
mesmo comparecer para apresentar sua defesa. Aliás, é possível que mesmo o 
indiciado regularmente citado (por meio de mandado expedido pelo presidente da 
comissão) prefira fugir do país a perder tempo elaborando uma defesa :P. 
Para todos os casos em que o indiciado, regularmente citado, não apresentar 
defesa, teremos um fenômeno conhecido no Direito Processual como revelia, e 
aquele passará à condição de revel: 
Art. 201. Considerar-se-á revel o acusado que, regularmente citado, 
não apresentar defesa no prazo legal. 
§ 1º A revelia será declarada por termos nos autos do processo, e reputar-
se-ão verdadeiros os fatos afirmados na acusação. 
Preste atenção: o efeito da revelia é a incontroversa dos fatos constantes na 
acusação e não a conclusão jurídica da infração. Se a acusação do PAD diz que o 
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servidor ofendeu verbalmente determinado cidadão e que, por conta disto, a 
penalidade a ser aplicada é a de demissão, os efeitos da revelia são os seguintes: 
- A matéria de fato torna-se incontroversa: o servidor não poderá mais 
contestar o fato de ter ou não ofendido o cidadão; 
- Nada ocorre com a matéria de direito: o fato de constar na acusação que a 
penalidade apropriada neste caso é a demissão não será tido como incontroverso, 
pois a revelia só afeta questões de fato. Assim, mesmo quando o servidor for revel, 
a penalidade adequada ao caso é a repreensão: 
Art. 167 - São infrações disciplinares puníveis com pena de repreensão, 
inserta nos assentamentos funcionais: 
[...] 
III - desrespeitar, verbalmente ou por atos, pessoas de seu 
relacionamento profissional ou público; 
Seguindo: 
§ 2º Para defender o servidor revel, a autoridade instauradora do 
processo designará um servidor estável como defensor dativo, 
ocupante do cargo de nível igual ou superior ao indiciado, permitindo 
seu afastamento do serviço normal da repartição durante o tempo 
estritamente necessário ao cumprimento daquele mister. 
§ 3º O servidor nomeado terá um prazo de 05 (cinco) dias, contados a 
partir da ciência de sua designação, para oferecer a defesa. 
 
Note: o processo administrativo pressupõe o exercício ativo do direito de 
defesa por parte do processado. Se ele simplesmente não aparecer nos atos 
processuais, será tido por revel, mas ainda assim precisamos providenciar sua 
defesa. 
Por esta razão, o primeiro efeito da declaração de revelia é devolução do 
prazo para defesa, só que desta vez, a defesa será apresentada pelo defensor 
dativo (defensor designado pela própria administração), cujo único requisito para 
exercer a função é possuir nível igual ou superior ao indicado (um servidor de nível 
superior não pode ser defendido por um servidor de nível médio, por exemplo). 
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Cuidado: só se dará o defensor em caso de revelia. Nos demais casos (em 
que o processado se faz presente nos atos processuais) cabe a ele próprio apontar 
o seu advogado ou exercer a defesa pessoalmente. 
De uma forma ou de outra, a fase da defesa se encerra aqui: 
 
 
Art. 202. Recebida a defesa será anexada aos autos, mediante termo, 
após o que a comissão elaborará relatório em que fará histórico dos 
trabalhos realizados e apreciará, isoladamente, em relação a cada 
acusado, as irregularidades imputadas e as provas colhidas no processo, 
propondo então, justificadamente, a isenção de responsabilidade ou a 
punição, e indicando, neste último caso, a penalidade que couber ou as 
medidas que considerar adequadas. 
§ 1º Deverá, ainda, a Comissão em seu relatório sugerir quaisquer 
providências que lhe pareça de interesse do serviço público. 
§ 2º Na conclusão do relatório a comissão disciplinar reconhece a 
inocência ou a culpabilidade do acusado, indicando no segundo caso, 
as disposições legais transgredidas e as comunicações a serem 
impostas. 
Quero que você note o que eu mencionei anteriormente: a comissão de 
inquérito só apura e opina. Mas, pelo menos, ela não fica em cima do muro: o 
relatório já vem com a conclusão a respeito da inocência ou responsabilidade do 
servidor, e ainda acompanha a justificativa para a punição a ser aplicada. 
Permita-me mostrar algo interessante para você agora. O artigo abaixo foi 
transcrito do Estatuto dos Servidores Públicos do Estado do Mato Grosso: 
Art. 178. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: 
I – instauração, com publicação do ato que Constituiu a comissão; 
II – inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e 
relatório; 
III – julgamento. 
O seu estatuto não sistematizou as etapas do PAD em um único artigo, mas 
o PAD de Rondônia segue exatamente todas essas fases (o que vai ajudar você a 
lembrar-se de todas as etapas na prova). 
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Pois bem, já estudamos instauração e inquérito administrativo (com suas 
subfases: instrução, defesa e relatório). Resta falar do julgamento: 
§ 3º O Processo Administrativo Disciplinar e seu relatório serão 
remetidos à autoridade que determinou sua instauração para 
aprovação ou justificativas, e posterior encaminhamento ao Secretário 
de Estado da Administração para julgamento. 
Daqui até o artigo 205, o estatuto se limita a descrever procedimentos (existe 
um capítulo específico para a etapa de julgamento do PAD, razão pela qual o 
estatuto resolveu não se aprofundar neste momento): 
Art. 203. Recebido o processo, o Secretário de Estado de Administração, 
julgar-lo-á no prazo de 5 (cinco) dias a contar de seu recebimento. 
Olha que legal: o Secretário de Estado de Administração é a autoridade 
natural para julgamento dos PAD). Guarde isso, pois será importante! 
§ 1º A autoridade de que trata este artigo poderá solicitar parecer de 
qualquer órgão ou servidores sobre o processo, desde que o julgamento 
seja proferido no prazo legal. 
§ 2º Ojulgamento deverá ser fundamentado, promovendo, ainda, a 
autoridade a expedição dos atos decorrentes e as providências necessárias 
à sua execução, inclusive, a aplicação da penalidade. 
Art. 204. Quando escaparem à sua alçada as penalidades e providências 
que parecem cabíveis, o Secretário de Estado da Administração 
buscará, dentro do prazo marcado para o julgamento, a quem for 
competente. 
Art. 205. As decisões serão sempre publicadas no Diário Oficial do 
Estado, dentro do prazo de 3 (três) dias. 
1.18.5 Abandono de Cargo e Inassiduidade Habitual 
Relembremos: 
Art. 170 - São infrações disciplinares puníveis com demissão: 
[...] 
II - abandono de cargo ou emprego 
III - inassiduidade habitual; 
[...] 
2º - Configura abandono de cargo ou emprego a ausência injustificada 
do servidor ao serviço por 15 (quinze) dias consecutivos. (Redação 
dada pela LC nº 164, de 27.12.1996) 
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§ 3º - Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem 
causa justificada, por 30 (trinta) dias não consecutivos, durante um 
período de 12 (doze) meses. 
[...] 
Como você pode observar, são infrações puníveis com a demissão. Mas, 
várias outras infrações recebem a mesma penalidade. Porque o abandono e a 
inassiduidade recebem tratamento diferenciado? 
Muito simples e direto meu caro: a verificação destas infrações é de fácil 
apuração e comprovação! 
Basta observar a folha de ponto do funcionário: Há 15 faltas seguidas? Há 30 
faltas interpoladas? Então o servidor está demitido! 
A instrução do processo pode se basear única e exclusivamente na folha de 
presença do funcionário e em uma simples apuração das faltas injustificadas. A 
defesa do servidor provavelmente se limitará a alegar que as faltas foram 
justificadas (como, por exemplo, estar o servidor salvaguardado por alguma das 
hipóteses de licença). 
De qualquer forma, uma coisa é certa: não há razão para este processo 
seguir o mesmo rito dos demais, e menos ainda para levar mais de 20 dias para ser 
concluído. Por conta deste prazo exíguo, diz-se que o rito dos PADs de abandono e 
inassiduidade é sumaríssimo. 
Art. 206. No caso de abandono de cargo ou emprego ou inassiduidade 
habitual, o Secretário de Estado da Administração determinará à 
Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar do 
Estado – CPPAD, a instauração de processo disciplinar sumaríssimo. 
§ 1º Em ambas infrações, as folhas de presença serão peças 
obrigatórias do Processo. 
§ 2º O processo sumaríssimo se exaure no prazo máximo de 20 (vinte) 
dias. 
Art. 207. No abandono de cargo ou emprego, a comissão 
providenciará, de imediato, a citação do servidor no endereço que 
constar de sua ficha funcional, uma publicação no Diário Oficial, e no 
máximo, uma publicação, em cada um dos dois jornais de maior 
circulação do local onde serve o servidor, do edital de chamamento para, 
no prazo de 5 (cinco) dias, o servidor se apresentar, que será contado a 
partir da data da citação, ou da última publicação. 
Uma peculiaridade bastante interessante dos PADs de abandono de cargo ou 
emprego é que é particularmente difícil localizar o servidor. Imagine um caso típico 
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de abandono, no qual o servidor se ausentou do serviço por 15 dias seguidos. É 
pouco provável que ele volte no 16º dia para retomar suas atividades. É muito mais 
provável que ele continue “não indo” à repartição. 
Dito isto, a citação pessoal do servidor (que normalmente ocorre na própria 
repartição) é praticamente impossível. E como o rito sumaríssimo se propõe a ser 
célere, o artigo 207 ordena a citação do servidor (por edital) por todos os meios 
disponíveis e de uma só vez: 
- Cópia do edital vai para o endereço constante na ficha funcional do 
servidor; 
- Publicação no Diário Oficial do Estado 
- Publicação em nos 2 jornais de maior circulação na região. 
Relembrando: o servidor terá 5 dias para apresentar sua defesa. Porém, caso 
não compareça: 
Parágrafo único. Findo o prazo de que trata o “caput” deste artigo e não 
comparecendo o acusado, ser-lhe-á nomeado um defensor para, em 3 
(três) dias a contar da ciência da nomeação, apresentar defesa. 
Tudo isso que lemos se aplica ao abandono de cargo (onde é pouquíssimo 
provável que o servidor venha a comparecer à repartição novamente). A 
inassiduidade habitual já é diferente. O servidor se ausenta injustificadamente várias 
vezes por ano, mas aparece vez ou outra na repartição. Seu comportamento não é 
de alguém que está abandonando o cargo, apenas o de alguém que “não está afim 
de ir” ao serviço. 
Ou seja: ele vai aparecer eventualmente na repartição, e quando isso 
acontecer, será citado (tal como ocorre normalmente nos PADs “comuns”): 
Art. 208. Na inassiduidade habitual, o servidor será citado para 
apresentar defesa no prazo de 5 (cinco) dias. 
Art. 209. Apresenta a defesa, em qualquer hipótese, realizadas as 
diligências necessárias à coleta de provas, e elaborado o relatório, o 
processo será concluso ao Secretário de Estado da Administração 
para julgar, ou providenciar o julgamento junto a autoridade 
competente, se for o caso, no prazo de 5 (cinco) dias, e respectiva 
publicação em 3 (três) dias. 
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Rápido, e eficiente, infelizmente, nada indolor... 
Acompanhe: 
- 5 dias para servidor se apresentar (depois da citação); 
- 3 dias para defensor oferecer defesa (caso servidor não se apresente) 
- 5 dias para julgamento baseado no relatório da comissão; 
- 3 dias para publicação. 
Total: 16 dias para conclusão das fases essenciais do processo. Os 4 dias 
restantes servem para: 
Art. 209. Apresenta a defesa, em qualquer hipótese, realizadas as 
diligências necessárias à coleta de provas, e elaborado o relatório, o 
processo será concluso ao Secretário de Estado da Administração para 
julgar, ou providenciar o julgamento junto a autoridade competente, se for o 
caso, no prazo de 5 (cinco) dias, e respectiva publicação em 3 (três) dias. 
 
E pronto! Em 20 dias, o servidor estará fora dos quadros da Administração 
Pública. Nunca é uma coisa legal de ver, embora seja necessário acontecer... 
Avançando. 
1.18.6 Julgamento 
E chegamos ao ápice do processo disciplinar: 
Lembremos das fases: 
Instauração, com publicação do ato que Constituiu a comissão; 
Inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; 
Julgamento. 
E também lembremos do motivo de estarmos aqui: aplicar uma das 
penalidades previstas no estatuto: 
Art. 178 - Para a imposição de pena disciplinar são competentes: 
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I - no caso de demissão e cassação de aposentadoria ou de 
disponibilidade, a autoridade competente para nomear ou aposentar; 
II - no caso de suspensão, o Secretário de Estado, autoridades 
equivalentes, dirigentes de autarquias e fundações públicas; 
III - no caso de repreensão, a chefia imediata. 
A autoridade julgadora terá 10 dias para proferir o seu julgamento, a partir do 
momento em que receber o processo: 
Art. 210. No prazo de 10 (dez) dias, contados do recebimento do processo, 
a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. 
Caso que poderia causar dúvidas e que provavelmente recomendou a 
redação do parágrafo 1º: um setor inteiro de determinada repartição estava 
envolvido em um sistema de recebimento de “presentes” (use a imaginação), só que 
o chefe desse setor era um servidor ocupante exclusivamente de cargo em 
comissão (portanto, sujeito à pena de destituição de cargo em comissão, e não de 
demissão). 
Não faria sentido que houvesse duas apurações neste caso (e pior ainda 
seria se cada apuração chegasse a uma conclusão diferente, por quaisquer razões 
que oscilam entre diferentes visões do mesmo fato e “diferentes visões do mesmo 
fato” :P). 
Por isto, tudo será analisado por uma autoridade só: uma daquelas previstas 
no inciso I: 
§ 1º Havendo mais de um acusadoe diversidade de sanções, o 
julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena 
mais grave. 
§ 2º Se a penalidade prevista for a demissão ou a cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá à autoridade 
de que trata o inciso I do artigo 178. 
Relembrando: 
Art. 178 - Para a imposição de pena disciplinar são competentes: 
I - no caso de demissão e cassação de aposentadoria ou de 
disponibilidade, a autoridade competente para nomear ou aposentar; 
Muito bem! Em regra, a autoridade julgadora tem milhares de outras coisas 
para resolver, e provavelmente vai acatar o relatório da comissão, aplicando a 
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penalidade sugerida. Mas, pode apostar: a autoridade julgadora irá ler aquele 
processo. 
E, ao lê-lo, pode constatar que a decisão da comissão é completamente 
descabida. O servidor foi acusado de abandono de cargo, mas, no próprio processo, 
há um CD com as gravações do interior do prédio onde se vê o servidor entrando no 
prédio, chegando a seu andar, sentando em seu computador, ali passando 8 horas 
do seu tempo e depois se retirando. Ele pode até ser improdutivo a ponto de 
acharem que ele não compareceu, mas isso não é abandono de cargo! 
Aí não dá pra assinar um negócio desses: 
Art. 211. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando 
este seja em contrário à prova dos autos. 
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas 
dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a 
penalidade de proposta abrandá-la ou isentar o servidor de 
responsabilidade. 
Art. 212. Verificado a existência de vício insanável, a autoridade 
julgadora declarará a nulidade total ou parcial do processo e ordenará 
a constituição de outra comissão, para instauração de novo processo. 
 
Vício insanável é aquele que não é passível de correção. O pior deles, sem 
dúvida alguma, é o vício de citação. Se o servidor não foi citado para presenciar os 
atos do processo administrativo, inquirir testemunhas, responder ao interrogatório, 
não há nada que possa ser feito depois para corrigir isso! O processo precisa 
retornar ao ponto em que o vício nasceu e todos os atos precisam ser novamente 
praticados, desta vez corretamente! 
Mas tem um detalhe: outra comissão será constituída para fazer a 
apuração. Lembre-se de que o estatuto é desconfiado: o vício pode ter ocorrido 
acidentalmente, o que recomenda a constituição de uma comissão mais zelosa, ou 
ocorreu intencionalmente (rumo a prescrição :P), o que recomenda uma comissão 
MUITO mais zelosa. 
 
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade de 
processo. 
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o 
artigo 179, será responsabilizada na forma do artigo 163. 
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O artigo 163 trata da responsabilidade administrativa do servidor (em 
contraposição à responsabilidade civil e penal): 
Art. 163 - A responsabilidade administrativa resulta do ato omissivo ou 
comissivo praticado no desempenho de cargo ou função. 
 
Isto é uma repartição pública, a cabeça de alguém tem de rolar :P. Se não for 
a do indiciado, será a da autoridade julgadora que deixou a peteca cair. 
Porém, o fato de o servidor não poder ser punido, vez que reconhecida a 
prescrição, não significa que este fato não será anotado nos assentamentos: 
Art. 213. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora 
determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do 
servidor. 
Art. 214. Quando a infração estiver capitulada como crime, cópia do 
Processo Administrativo Disciplinar será remetida ao Ministério 
Público para a instalação da ação penal, certificando-se no autos a 
iniciativa, comunicando-o da eventual remessa da sindicância à 
autoridade policial, nos termos do parágrafo único do artigo 190. 
Você já leu algo semelhante no estatuto, mas tratava-se da sindicância: 
Art. 190 [...] 
[...] 
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório concluir que a infração está 
capitulada como ilícito penal a autoridade competente encaminhará 
cópia dos autos à autoridade policial para instauração de inquérito 
policial, independente da imediata instauração do Processo 
Administrativo Disciplinar. 
O raciocínio aqui é o mesmo: você pode até desconfiar que o ato cometido 
também configure crime, mas quem opina sobre esse assunto é o Ministério 
Público. 
Contudo, existem algumas diferenças. 
Quando o ilícito penal é constatado ainda na sindicância, cópia dos autos são 
encaminhados para a autoridade policial. A autoridade policial, por sua vez, vai 
instaurar um inquérito (que nada mais é do que uma investigação dos fatos 
narrados pela autoridade remetente). 
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Agora, olha que coisa interessante: quando o ilícito penal é constatado no 
PAD, os autos são remetidos diretamente ao Ministério Público, e não será para 
abertura de inquérito ou investigações adicionais: é para ajuizamento da própria 
ação penal. 
O que aprendemos com isto? Que a apuração feita nos autos do PAD é 
muito mais aprofundada do que aquela conduzida no procedimento de sindicância 
(afinal, neste último, a autoridade policial ainda conduzirá investigação própria a 
respeito dos fatos). 
Mas, sejamos francos: a punição só tem algum sentido se o servidor 
continuar submetido à disciplina da Administração. De que adianta tentar suspender 
alguém que já não exerce um cargo dentro dos quadros do órgão? A Administração 
pode ter sido generosa até o momento, mas quando alguém a provoca, ela não 
aceita nada menos do que uma cabeça rolando! 
Fruto desse espírito vingativo nasceu o artigo 215 e seu parágrafo único: 
 
Art. 215. O servidor que responder a Processo Administrativo 
Disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado 
voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da 
penalidade, acaso aplicada. 
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o inciso I, do artigo 
40, o ato será convertido em demissão, se for o caso. 
 
Outro caso clássico em que o servidor pretende escapar dos tentáculos da 
Administração antes que sua falta seja sequer conhecida (se já houvesse processo 
disciplinar em andamento, ele não conseguiria se exonerar). Se a falta vier a ser 
descoberta posteriormente, e julgada dentro do prazo prescricional, a exoneração 
converte-se em demissão, com todos os efeitos já estudados ao longo desta aula. 
Por fim, ninguém trabalha de graça: 
Art. 216. Serão assegurados transporte e diária: 
I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sai 
repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indiciado; 
II – aos membros da comissão e ao Secretário, quando obrigados a se 
deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão 
essencial ao esclarecimento dos fatos. 
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Estamos quase terminando o estudo do PAD. Falta só mais um pouquinho! 
 
1.18.7 Revisão do Processo 
Entendi professor, servidor culpado foi processado e devidamente punido. 
Nós separamos o joio do trigo e o serviço público, de uma maneira geral, se vê 
beneficiado. Correto? 
Nem sempre. Às vezes, injustiças podem ter sido cometidas e um servidor 
que não merecia uma punição severa (ou qualquer punição que fosse) acaba com 
seu nome publicado do Diário Oficial junto a uma menção nada honrosa de 
inobservância de dever funcional e a respectiva reprimenda administrativa. 
Reconhecendo que pode haver injustiças, e que um servidor 
inadequadamente punido pode muito bem acessar o Poder Judiciário para reverter 
a penalidade (o que gera gastos para o próprio Estado), foi criado um procedimento 
específico no âmbito do estatuto chamado “revisão do processo”. 
Através deste procedimento, permite-se a revisão de um processo 
administrativo disciplinar que já foi devidamente encerrado. 
Mas, para não transformareste procedimento em mais uma espécie de 
“recurso” dentro do processo administrativo disciplinar, existem regras bastante 
rígidas para que se proceda à revisão do processo: 
Art. 217. O Processo Administrativo Disciplinar pode ser revisto no 
prazo prescricional, a pedido, quando se aduzirem fatos novos ou 
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a 
inadequação da penalidade aplicada. 
 
FATO NOVO! Afinal de contas, se o fato não é novo, já foi levado em 
consideração pela comissão de inquérito e pela autoridade julgadora, que mesmo 
os conhecendo, entenderam pertinente a aplicação daquela penalidade disciplinar 
em particular. 
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Art. 218. Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do 
servidor punido, qualquer pessoa pode requerer a revisão do 
processo. 
Art. 219. No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será 
requerida pelo respectivo curador. 
Art. 220. Na petição revisional, o requerente pedirá dia e hora para a 
produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar. 
Parágrafo único. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao 
requerente. 
Este é um ponto importantíssimo da revisão do processo. Se, no curso da 
sindicância ou do processo disciplinar, o ônus probatório era da Administração (que 
deveria demonstrar nos autos que o servidor realmente praticou a infração funcional 
que culminará na penalidade que pretende aplicar), na revisão do processo cabe ao 
requerente esclarecer porque a punição se revela inadequada. 
E não basta dizer que a penalidade foi injusta: é, e eu sei que estou repetindo 
isto, necessária a existência de fatos novos, não apreciados no processo originário: 
Art. 221. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui 
fundamento para a revisão, que requer elementos ainda não 
apreciados no processo originário. 
Não se esqueça: fato novo! Informação fresca, nunca antes vista no curso 
do processo administrativo disciplinar original. Afinal, se a informação estava no 
PAD, já foi levada em consideração por ocasião do julgamento. 
Pois bem, vamos ver como isso começa: 
Art. 222. O requerimento de revisão do processo disciplinar será dirigido 
à autoridade que o tenha julgado, que após manifestação submeterá a 
matéria à autoridade competente conforme artigo 225, para julgamento 
da revisão, ou constituição de comissão nos termos do artigo 194. 
Relembrai: 
Art. 194. O Processo Administrativo Disciplinar será conduzido por 
uma comissão composta de 3 (três) servidores dentre os componentes 
da Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar – 
CPPAD, designados pelo Coordenador Geral, indicando, entre seus 
membros o respectivo Presidente. 
Pois bem, as autoridades mencionadas no artigo 225 (que você ainda vai ver) 
são somente duas: o Governador do Estado (Titular do Poder Executivo) e o 
Secretário de Estado. O Secretário de Estado julgará a revisão no caso de 
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autarquias e fundações públicas, enquanto o Governador julgará os demais casos 
(notadamente as revisões de processos de servidores da Administração Direta). 
Art. 223. A comissão concluirá os seus trabalhos em 30 (trinta) dias, 
permitida a prorrogação, a critério da autoridade a que se refere o artigo 
anterior, por mais 30 (trinta) dias, e remeterá o processo a esta com 
relatório. 
Parágrafo único. Aos trabalhos da comissão revisora aplicam-se, no que 
couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do 
Processo Administrativo Disciplinar. 
Art. 224. O prazo de julgamento do pedido revisório, caso não tenha sido 
constituída comissão, será de 10 (dez) dias, podendo a autoridade 
determinar diligências que não extrapolem esse prazo, salvo 
justificativas concretas que devem constar dos autos, até o limite de 
20 (vinte) dias. 
Calma lá! E aí professor, é para constituir a comissão ou não é? Você já 
parou para pensar que um dos resultados do julgamento da revisão é que ela não é 
procedente? A autoridade julgadora, ao se defrontar com o pedido revisional, pode 
constatar que simplesmente não há qualquer fato novo informado na petição, ou 
qualquer circunstância que justifique a modificação do julgado. 
Se isto for realmente tão evidente, não há razão para constituir a comissão: o 
pedido revisional já se encontra em condições de ser julgado. Isto explica porque os 
prazos para julgamento da revisão quando não há constituição de comissão são tão 
exíguos. 
Dito isto, temos os seguintes prazos: 
- Julgamento da Revisão COM Comissão: 30 + 30 (a critério da 
autoridade julgadora). 
- Julgamento da Revisão SEM Comissão: 10 + 10 (com justificativa 
concreta nos autos). 
Art. 225. O julgamento da revisão de processo cabe: 
I – ao Titular do Poder Executivo; 
II – aos Secretários de Estado, tratando-se de autarquias e fundações 
públicas. 
A propósito: o conteúdo do processo originário será muito útil, razão pela qual 
ele correrá em apenso com o processo de revisão. Vou poupá-lo dos detalhes e ir 
direto ao principal: na apensação de processos, cada um deles mantém sua 
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individualidade, servindo o procedimento apenas para garantir que eles corram 
juntos e que as soluções a serem dadas a ambos sejam coerentes entre si. 
Na prática, alguém vai pegar um colchete, furar a parte superior esquerda da 
folha, fazendo apenas um furo) e colocar o colchete de forma a segurar os dois 
processos juntos: 
Art. 226 – A revisão corre em apenso ao processo originário. 
Art. 227. Julgada procedente a revisão, a penalidade aplicada poderá 
ser atenuada, ou declarada sem efeito, restabelecendo-se todos os 
direitos do servidor, exceto em relação à destituição de cargo em 
comissão, hipótese em que essa penalidade será convertida em 
exoneração. 
Mas professor: o servidor não irá voltar para o serviço público do mesmo 
jeito! Isso não fez diferença nenhuma! 
Claro que faz, caro aluno! A confiança que deve existir entre a autoridade 
nomeante e o servidor ocupante de cargo em comissão ficou abalada de qualquer 
forma (ainda que o motivo não tenha subsistido). É como cristal: você pode até colar 
de volta, mas não será a mesma coisa. 
Porém, a conversão da destituição em exoneração repara uma injustiça 
(além de fazer cessar os efeitos nocivos que a destituição possui em alguns casos, 
como a vedação ao reingresso no serviço público). 
Por fim: 
Art. 228. Aos trabalhos da comissão revisora, aplicam-se, no que 
couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do Processo 
Administrativo Disciplinar. 
Resumindo a história: as regras aplicáveis ao PAD se aplicam 
subsidiariamente ao processo de revisão, naquilo que não forem incompatíveis. 
E agora, é com grande alegria que informo a você que nossos estudos sobre 
o processo administrativo disciplinar foram concluídos! 
Este não só era o trecho mais longo, como também o mais cascudo entre 
todos os disponíveis no estatuto. Recomendo que revisite os artigos em caso de 
dúvidas e reforço que estou lá no fórum para atende-lo. 
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1.19 Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público 
 
Este tema não costuma ser exigido em prova, mas sempre tem uma primeira 
vez para tudo. Felizmente, seu estatuto transferiu a regulamentação da contratação 
temporária para outros dispositivos legais. Assim o sendo, temos apenas um artigo 
para analisar. 
Todo concurso, por mais simples que seja, leva bastante tempo para ser 
realizado. Entre a constatação da necessidade de pessoal e a efetiva entrada em 
exercício do novo servidor, passando pela etapa de realização do concurso, 
podemos ter vários meses de intervalo. 
Por outro lado, o servidor nomeado através da realização de concurso 
público ocupa cargo efetivo e não pode ser simplesmente exonerado quando a 
Administração não precisar mais dele (devemos colocá-lo em disponibilidadee, tão 
logo seja possível, aproveitá-lo em outro cargo com remuneração e atribuições 
compatíveis). 
Bom, e se a Administração precisar de pessoal apenas temporariamente? A 
força de trabalho extra será necessária durante um curto período de tempo. Não 
faria sentido nomear novos servidores quando se sabe, de antemão, que a 
necessidade de mão-de-obra é temporária e excepcional. 
Para estes casos, temos a chamada "contratação temporária": 
Art. 276 - Para atender necessidades temporárias de excepcional 
interesse público, o Poder Executivo poderá contratar pessoal por 
tempo determinado, nos casos e condições estabelecidos em lei. 
 
Artigo 276??? Que aconteceu aqui??? Aconteceram as Leis 
Complementares 228/2000 e 253/2002, revogando todos os artigos relacionados à 
Seguridade Social do servidor público. Agradeça, pois é uma lista imensa de artigos 
que não vão cair na sua prova. 
Pois bem, retomemos. 
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Se a necessidade da Administração fosse permanente, não teria jeito: 
deveria ser realizado concurso público para provimento de cargos, nos quais seriam 
investidos servidores que realizariam a tarefa. 
E faria todo sentido: o vínculo do servidor efetivo tende a ser permanente, de 
tal forma que ele é a figura mais adequada para suprir a necessidade da 
Administração neste caso. 
Agora vem a parte interessante: uma necessidade temporária só pode ter 
origem em um fato excepcional. Se o fato fosse ordinário, daria origem a uma 
necessidade permanente. 
Vamos usar exemplos. O recenseamento é um evento que ocorre de cinco 
em cinco anos. Ele é excepcional, na medida em que não é realizado 
corriqueiramente pela Administração Pública. Em sendo excepcional, dá origem a 
uma necessidade temporária de mão de obra para realizar esta atividade. 
Por outro lado, a arrecadação tributária (da qual tenho orgulho de participar) 
é uma necessidade permanente da Administração Pública. Todos os dias, todos os 
meses e todos os anos é necessário que exista um corpo de funcionários prontos 
para arrecadar os tributos de competência do ente público. Sendo uma atividade 
corriqueira da Administração, é necessário pessoal efetivo para realizá-la, não 
podendo se falar em contratação temporária. 
E sobre contratação temporária é só isso! Tranquilo né? Ah se todo o resto 
do estatuto tivesse sido assim também... 
 
1.20 Disposições Gerais e Transitórias 
Não há muito que comentar sobre os próximos artigos. Tomei a liberdade de 
grifar aqueles que merecem atenção especial, mas, mesmo nestes casos, a simples 
leitura é suficiente para entender o que o estatuto pretende. 
Art. 277 - A servidora que for mãe, tutora, curadora ou responsável 
pela criação, educação e proteção de portadores de deficiência física e 
de excepcional que estejam sob tratamento terapêutico, poderá ser 
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dispensada do cumprimento de 50% (cinqüenta por cento) da carga 
horária de trabalho diário. 
§ 1º - Considerar-se-á deficiente ou excepcional, para os fins deste 
artigo, pessoa de qualquer idade portadora de deficiência física ou 
mental comprovada e que viva sob a dependência sócio-educacional e 
econômica da servidora. 
§ 2º - A servidora beneficiada terá a concessão de que trata este 
artigo, pelo prazo de 01 (um) ano, podendo ser renovado por mais 01 
(um) ano. 
Art. 278 - O regime de trabalho do pessoal dos Grupos de Tributação, 
Arrecadação e Fiscalização, Atividade de Polícia Civil e Atividade 
Penitenciária será adequado as peculiaridades das respectivas tarefas 
típicas, respeitado o limite constitucional. 
Art. 279 - O dia do Servidor Público será comemorado a 28 (vinte e 
oito) de outubro e considerado “Ponto Facultativo”. 
Art. 280 - Podem ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário, das Autarquias e das Fundações Públicas, 
além daqueles já previstos em leis específicas: 
I - prêmio pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que 
favoreçam o aumento de produtividade e a redução de custos 
operacionais; 
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, 
condecorações e elogios a servidores que se tenham destacado por 
relevantes serviços na administração pública. 
Art. 281 - Os prazos previstos nesta Lei Complementar são contados 
em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do 
vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o 
prazo vencido no dia em que não haja expediente. 
Art. 282 - É assegurado ao servidor público o direito de associação 
profissional ou sindical e o de greve. 
Parágrafo único - O direito de greve é exercido nos termos e limites 
definidos em lei federal. 
Art. 283 - Considera-se da família do servidor, além do cônjuge e 
filhos, pessoa que viva as suas expensas, quando devidamente 
comprovado. 
Parágrafo único - Equiparam-se ao cônjuge, a companheira ou 
companheiro que comprove união estável como entidade familiar. 
Art. 284 - Considera-se sede, para fins deste lei, o Município onde a 
repartição está instalada e onde o servidor tem exercício, em caráter 
permanente. 
Art. 285 - A retenção dolosa da remuneração de servidor constitui 
crime de responsabilidade do titular do órgão ou responsável 
administrativo. 
Art. 286 - O servidor não poderá ser movimentado “ex-oficio”, para a 
função que deverá exercer fora da localidade de sua residência nos 03 
(três) meses anteriores e posteriores às eleições estaduais, federais 
ou municipais, para qualquer cargo eletivo, salvo com o 
consentimento do servidor. 
Art. 287 - Por motivo de convicção religiosa, filosófica ou política, 
nenhum servidor poderá ser privado de qualquer de seus direitos, 
nem sofrer alterações em sua vida funcional. 
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Art. 288 - É vedada a movimentação “ex-ofício” do servidor investido 
em mandato eletivo, a partir do dia da diplomação até o término do 
mandato. 
Art. 289 - Respeitada as restrições constitucionais a prática dos atos 
previstos nesta Lei Complementar é delegável. 
Art. 290 - Será promovido, após a morte, o servidor que: 
I - ao falecer já lhe coubesse, por direito, a promoção; 
II - tenha falecido em conseqüência do estrito cumprimento do dever 
funcional. 
§ 1º - Para o caso de inciso II, é indispensável a prévia comprovação 
do fato através de inquérito. 
§ 2º - A pensão a que tiverem direito os beneficiários do servidor 
promovido nas condições deste artigo será calculada tomando-se por 
base o valor da remuneração do novo cargo. 
Art. 291 - Os servidores públicos, no exercício de suas atribuições, 
não estão sujeitos à ação plena por ofensa irrogada em informações, 
pareceres ou qualquer outros escritos de natureza administrativa, que, 
para isso, são equiparadas às alegações em juízo. 
Parágrafo único - Cabe ao Chefe imediato do servidor mandar 
cancelar, a requerimento do interessado, as injúrias ou calúnias 
porventura encontradas. 
Art. 292 - Os vencimentos e proventos não sofreram descontos, além 
dos previstos em lei. 
Parágrafo único - Os débitos trabalhistas para com os servidores 
deverão ser pagos quando do trânsito em julgado da sentença 
condenatória, sob pena de responsabilidade do administrador. 
Art. 293 - A progressão do servidor na carreira dar-se-á de 02 (dois) 
em 02 (dois) anos de efetivo exercício, de acordo com os critérios 
definidos no Plano de Carreira, Cargos e Salários do Pessoal Civil da 
Administração Direta do Poder Executivo, Autarquias e Fundações e 
seus regulamentos. 
Parágrafo único - As promoções dos Grupos Ocupacionais Atividade 
de Consultoria e Representação Judicial, Atividade de Polícia Civil e 
Atividade de Penitenciária dar-se-ão de 04 (quatro) em 04 (quatro) 
anos pelos critérios de antigüidade e merecimento da forma prevista 
em regulamento. 
Art. 294 - Será considerado como efetivo exercício o afastamento do 
servidor nos dias em que participar de congressos, conclaves,simpósios, seminários, cursos e assembléias gerais que versam sobre 
assuntos que digam respeito à categoria a que pertença. 
Parágrafo único - O afastamento de que trata este artigo deverá ser 
comunicado até 03 (três) dias antes da realização do evento e 
instituído com o documento do respectivo convite ou convocação. 
Art. 295 - A decretação de luto oficial não determinará a paralisação 
dos trabalhos nas repartições públicas estaduais. 
Art. 296 - A data de 15 de outubro - Dia do Professor - é considerado 
“Ponto Facultativo” para os professores em regência de classe. 
Art. 297 - Será contado para efeito de anuênio e licença prêmio por 
assiduidade, o tempo de serviço prestado ao Estado de Rondônia, sob 
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o regime celetista, dos atuais servidores regidos por esta Lei 
Complementar. 
Art. 298 - Os Poderes do Estado promoverão as medidas necessárias 
à formação e ao aperfeiçoamento dos servidores regidos por esta Lei 
Complementar, notadamente para o desempenho de cargos em 
comissão e de funções gratificadas, observado o respectivo grau 
hierárquico, a natureza das atribuições e as condições básicas 
necessárias ao seu exercício. 
Art. 299. A administração fazendária e seus servidores fiscais terão 
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre 
os demais setores administrativos, na forma do inciso XVIII, do artigo 
37 da Constituição Federal. 
Art. 300. Compete ao Chefe do Poder Executivo prover o que se fizer 
necessário à eficácia da presente Lei Complementar a qual se 
estenderá, no que couber a todos os órgãos dos demais Poderes do 
Tribunal de Contas e ao Ministério Público. 
Art. 301. O servidor será identificado civilmente por uma cédula 
funcional da qual constará o número de sua Carteira de Identidade 
(RG) e do Cadastro de Pessoa Física (CPF). 
Art. 302. O Chefe do Poder Executivo baixará os regulamentos que se 
fizerem necessários à execução desta Lei Complementar a serem 
publicados em 120 (cento e vinte) dias. 
Art. 303. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua 
publicação. 
Art. 304. Revogam-se as disposições em contrário, em especial as 
Leis Complementares 01/84, 17/86 e 39/90. 
 
Acabou!!!!!!!!! Você atravessou (espero que ileso) todo o estatuto dos 
servidores públicos. Eu tentei minimizar ao máximo a necessidade de conceitos 
doutrinários, ao mesmo tempo em que apresentava a você a origem de 
determinadas disposições do estatuto em outros diplomas legais (como os Códigos 
Civil, Penal e Processual Civil). 
Espero que isto tenha sido suficiente para que você não só entendesse o 
estatuto, como também para que o conhecimento fosse consolidado. 
Só posso dizer que você sabe o que precisa saber. As questões sobre o 
conteúdo dado por mim neste curso podem ser escassas, mas também podem fazer 
a diferença entre "Passei!!!" e "Quase!!!!". 
Estarei com você até o dia da prova para tirar dúvidas, e espero, 
sinceramente, que este curso tenha sido útil no seu aprendizado, e venha a ser útil 
na sua aprovação. 
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Grande abraço. 
Questões Comentadas 
1 – AUTORIA PRÓPRIA - A sindicância é meio eficaz para apurar, em 
primeiro plano, a veracidade de denúncias ou a existência de irregularidades 
passíveis de punição, podendo ensejar a abertura de Processo Administrativo 
Disciplinar. São peças obrigatórias que devem acompanhar o processo de 
Sindicância: 
a) Denúncia, depoimento de testemunhas e citação do acusado para 
acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, bem como 
para interrogatório no prazo de 5 dias. 
b) Designação de dia, hora e local para audiência inicial, certidões dos atos 
praticados, abertura de prazo de no máximo, 3 (três) dias para o sindicado 
apresentar defesa, à critério da comissão; 
c) Voto da comissão, certidão ou cópia da ficha funcional do acusado; 
d) Julgamento da autoridade ou fundamentação para a remessa dos autos a 
Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar; citação do acusado 
para acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador 
devidamente habilitado, bem como para interrogatório no prazo de 03 (três) dias; 
e) Publicação do Julgamento, abertura de prazo de, no máximo, 10 (dez) dias 
para o sindicado apresentar defesa, à critério da comissão; 
Comentários: O artigo 184 do Estatuto apresenta o rol das peças 
necessárias à instrução do processo de sindicância: 
Art. 184. A instauração de sindicância é formalizada pela autuação da 
portaria, formalizando-se o processo que deve conter, ao final, as 
seguintes peças: 
I – denúncias e outros documentos que a instruem; 
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II – certidão ou cópia da ficha funcional do acusado; 
III – designação de dia, hora e local para: 
a) depoimento de testemunhas; 
b) audiência inicial; 
c) citação do acusado para acompanhar o processo pessoalmente ou 
por intermédio de procurador devidamente habilitado, bem como para 
interrogatório no prazo de 03 (três) dias; 
IV – certidões dos atos praticados; 
V – abertura de prazo de, no máximo, 5 (cinco) dias para o sindicado 
apresentar defesa, à critério da comissão; 
VI – relatório da comissão; 
VII – julgamento da autoridade, ou fundamentação para a remessa dos 
autos a Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar 
– CPPAD; 
VIII – publicação do julgamento. 
Parágrafo único – A autoridade julgadora da sindicância só poderá 
imputar pena de sua responsabilidade se a comissão houver facultado 
ampla defesa ao acusado. 
Agora ficou fácil! 
A alternativa a) está incorreta quando menciona o prazo de citação do 
acusado: 
 c) citação do acusado para acompanhar o processo pessoalmente ou 
por intermédio de procurador devidamente habilitado, bem como para 
interrogatório no prazo de 03 (três) dias; 
A alternativa b) também está errada no tocante à abertura de prazo para o 
sindicado apresentar defesa: Este prazo é de 5 dias: 
V – abertura de prazo de, no máximo, 5 (cinco) dias para o sindicado 
apresentar defesa, à critério da comissão; 
A alternativa c) está equivocada quando afirma que uma das peças 
necessárias é o voto da comissão. Vimos em aula que a comissão não é a 
autoridade julgadora do processo, limitando-se a apresentar seu relatório sobre a 
apuração: 
VI – relatório da comissão; 
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A alternativa d) está correta: 
 VII – julgamento da autoridade, ou fundamentação para a remessa 
dos autos a Comissão Permanente de Processo Administrativo 
Disciplinar – CPPAD; 
A alternativa e), por fim, também está errada. A abertura de prazo prevista no 
inciso V do artigo 184 é de no máximo 5 dias. 
V – abertura de prazo de, no máximo, 5 (cinco) dias para o sindicado 
apresentar defesa, à critério da comissão; 
Letra d) 
 
2 - AUTORIA PRÓPRIA - A respeito do procedimento de inquirição de 
testemunhas na sindicância, segundo o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado 
de Rondônia, Lei Complementar n° 68/1992, é correto afirmar: 
a) As testemunhas da acusação serão ouvidas em conjunto e, 
posteriormente, serão ouvidas as testemunhas de defesa, do mesmo modo. 
b) A segunda via da intimação deverá ser arquivada em pasta própria da 
repartição. 
c) Se o testemunho for de servidor, o chefe da repartição deverá ser 
comunicado apenas se o cargo do servidor for de provimento em comissão. 
d) Não é possível proceder à acareação das testemunhas. 
e) As testemunhas são convocadas para depor mediante intimação, expedida 
pelo Presidente da Comissão. 
Comentário: Vamos nós de novo. 
A Alternativa a) está incorreta. 
Não existe previsão legal para que as testemunhas de acusação sejam 
ouvidas em conjunto (os testemunhos são feitos em separado) ou posteriormente à 
defesa: 
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Art. 188. As testemunhas são convocadas para depor mediante 
intimação, expedida pelo Presidente

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