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ERGONOMIA E MEDICINA DO TRABALHO 03

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Unidade 4
Livro Didático 
Digital
Elaine Christine Pessoa Delgado 
Marcos Rodolfo da Silva
Giselly Santos Mendes
Ergonomia e 
Medicina do 
Trabalho
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autores 
ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO 
MARCOS RODOLFO DA SILVA
GISELLY SANTOS MENDES
OS AUTORES
Elaine Christine Pessoa Delgado
Eu, Elaine, sou formada em Administração de Empresas pela 
Universidade Federal de Campina Grande (2007), com uma experiência 
técnico-profissional na área de gerência de empresas há mais de 10 anos.
Aline Pedro Feza
Marcos Rodolfo da Silva
Eu, Marcos Rodolfo da Silva, sou graduado em Enfermagem, 
pós-graduado em Enfermagem do Trabalho, técnico em radiologia 
e instrumentador cirúrgico pelo Centro Universitário da Fundação de 
Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB), 2010, 2012 e 2008, respectivamente. 
Além disso, ao longo de minha carreira, participei de cursos na área de 
urgência e emergência e atuei como enfermeiro supervisor no Pronto 
Socorro Municipal Dr. Oscar Pirajá Martins; na cidade de São João da Boa 
Vista, estado de São Paulo, no período de março de 2011 a janeiro de 2014. 
Atualmente, sou acadêmico do 5° ano do curso de Medicina no Centro 
Universitário das Faculdades Associadas de Ensino Unifae, São João da 
Boa vista - SP. Além disso, desenvolvo materiais didáticos como professor 
conteudista nas áreas de saúde pública, saúde do idoso, direito à saúde 
e a elas correlatas.
Giselly Santos Mendes
Eu, Giselly, sou mestra em Qualidade Ambiental, tecnóloga em 
polímeros, administradora e educadora com uma experiência técnico-
profissional na área de Processos Gerenciais e Educacionais de mais de 
12 anos.
Somos apaixonados pelo que fazemos e gostamos de transmitir 
nossas experiências de vidas àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fomos convidados pela Editora Telesapiens a integrar 
seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceito, legislação da Medicina do Trabalho e impactos do 
trabalho sobre a saúde e segurança dos trabalhadores ........... 12
Conceito de Medicina do Trabalho .................................................................................... 12
Legislação da Medicina do Trabalho ................................................................................ 14
Impactos do trabalho sobre a saúde e segurança dos trabalhadores .... 19
Atividades perigosas, insalubres e a toxicologia ocupacional 
conexas com a Medicina do Trabalho ................................................22
Atividades perigosas.....................................................................................................................22
Atividades insalubres ...................................................................................................................26
A toxicologia ocupacional conexa com a Medicina do Trabalho .................28
Medidas preventivas de Medicina do Trabalho e medidas 
especiais de proteção ...............................................................................32
Medidas preventivas de Medicina do Trabalho ........................................................32
Medidas especiais de proteção ........................................................................................... 36
Acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e conduta 
médico-operacional pertinentes à Medicina do Trabalho ........ 41
Acidentes de trabalho ................................................................................................................. 41
Doenças ocupacionais ................................................................................................................45
Conduta médico-operacional pertinente à Medicina do Trabalho ........... 50
9
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
04
Ergonomia e Medicina do Trabalho
10
INTRODUÇÃO
Você sabia que a Medicina do Trabalho não busca apenas a 
prevenção de doenças de acidentes do trabalho? E que existem várias 
medidas preventivas de Medicina do Trabalho? A vida dos funcionários e 
o seu bem-estar são essenciais para conservar um bom ambiente laboral. 
Para que os locais de trabalho possuam efetivamente ambientes seguros 
existem medidas obrigatórias que devem ser tomadas, evitando doenças 
ocupacionais, acidentes de trabalho e auxiliando nos casos de trabalhos 
insalubres ou perigosos. A Medicina do Trabalho busca a prevenção das 
doenças e dos acidentes de trabalho, a promoção da saúde, da qualidade 
de vida com o intuito de possibilitar uma relação das pessoas com o seu 
trabalho de forma salutar, assim como existem alguns programas que são 
fundamentais para auxiliar na prevenção às doenças e aos acidentes de 
trabalho como o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Nesta unidade 
compreenderemos a Medicina do Trabalho e as normas referentes a esse 
campo; as atividades perigosas e insalubres, a toxicologia ocupacional 
e as respectivas medidas preventivas e especiais de proteção, como 
também as doenças ocupacionais, as doenças do trabalho e a atuação 
médica relacionada com a Medicina do Trabalho.
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste 
universo!
Ergonomia e Medicina do Trabalho
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1.Identificar o conceito de Medicina do Trabalho, explicar a 
legislação da Medicina do Trabalho e os impactos do trabalho sobre a 
saúde e segurança dos trabalhadores;
2.Definir as atividades insalubres e perigosas e a toxicologia 
ocupacional conexas com a Medicina do Trabalho;
3. Descrever as medidas preventivas de Medicina do Trabalho e as 
medidas especiais de proteção;
4.Analisar os acidentes de trabalho, identificar as doenças 
ocupacionais e esclarecer a conduta médico-operacional.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
12
Conceito, legislação da Medicina do 
Trabalho e impactos do trabalho sobre a 
saúde e segurança dos trabalhadores
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar o 
conceito de Medicina do Trabalho, quem são os médicos 
do trabalho, explicar a legislação da Medicina do Trabalho 
e os impactos do trabalho sobre a saúde e segurança dos 
trabalhadores. E então? Motivado para desenvolver essa 
competência? Avante!
Conceito de Medicina do Trabalho
Macedo (2008) define a Medicina do Trabalho como a especialidade 
que aborda as relações entre asaúde dos homens e mulheres 
trabalhadores e seu trabalho, buscando não apenas a prevenção das 
doenças e dos acidentes de trabalho, como também à promoção da 
saúde, da qualidade de vida por meio de ações propícias de agilizar a 
saúde individual e possibilitar uma saudável inter-relação das pessoas e 
dessas com seu trabalho.
Para Prazeres (2018), a segurança e Medicina do Trabalho pode ser 
conceituada como uma das divisões do Direito do Trabalho encarregada 
por fornecer condições de proteção à saúde dos empregados no ambiente 
laboral e de sua recuperação quando não possuir condições de realizar 
suas atividades ao empregador. 
 • Ela é uma especialidade médica que tem como propósito a promoção, 
a proteção e a recuperação da saúde das pessoas que laboram 
nos mais variados trabalhos e com as mais diferentes relações 
empregatícias, mencionam Bandini et al. (2017).
A Medicina do Trabalho está abalizada na ciência e deve buscar 
comprovadas tecnologias disponíveis como instrumentos de trabalho, 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
13
assim como tem raízes no humanismo pragmático e engloba aspectos de 
relacionamento humano, ético, jurídico trabalhista e previdenciário, ilustra 
Souto (2005).
A Medicina do Trabalho deve ser compreendida como a arte 
de estudar, precaver e cuidar das doenças que derivam do trabalho, 
fazendo uso dos fundamentos técnicos e científicos da Medicina em suas 
execuções pessoais e coletivas, tendo como ponto inicial as relações 
mútuas que conectam os problemas de saúde (Figura 1) ou doença dos 
trabalhadores ao ambiente físico e social no qual trabalham ou convivem, 
esclarece Souto (2005).
Figura 1: Problemas de saúde
Fonte: Freepik
Macedo (2008) afirma que compete ao Serviço de Medicina do 
Trabalho adotar os variados instrumentos e mecanismos de que possui 
conhecimento e que estão ao seu alcance, com o propósito de resguardar 
a saúde dos trabalhadores, seja resolvendo os problemas existentes, seja 
na prevenção de futuros. 
O médico do trabalho possui um campo de atuação muito 
amplo, extrapolando o âmbito tradicional da prática médica. 
Não basta ao médico do trabalho ter conhecimento apenas na 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
14
sua área, ele também necessita de uma noção ampla de outras 
áreas como Clínica Médica e Saúde Pública, por exemplo, 
para que possa realizar programas de prevenção ou mesmo 
chegar a diagnósticos mais precisos. Também o médico do 
trabalho deve trabalhar com uma equipe multidisciplinar. Para 
isso, deve contar com o crucial auxilio de engenheiros de 
segurança do trabalho, técnicos em segurança do trabalho, 
fonoaudiologistas, fisioterapeutas e outros profissionais 
capacitados para a promoção da saúde no ambiente laboral. 
Vários são os campos de atuação para o médico do trabalho. 
Entre os principais destacam-se as empresas, perícia médica 
da previdência social e judicial, assessoria sindical, consultoria 
privada e toxicologia. (MACEDO, 2008, p. 23)
Todas as ações médico-sanitárias operacionalizadas dentro de uma 
coletividade de trabalho devem ser incentivadas pela compreensão de 
que a saúde do trabalhador é um meio imprescindível ao desenvolvimento 
econômico e social, um motivo de valorização do homem e que, desse 
modo, garante sua participação efetiva no progresso e na paz social, 
expõe Souto (2005).
Legislação da Medicina do Trabalho
Conforme Oliveira (2017), para que o Estado cumpra seu papel 
fundamental para a garantia dos direitos relacionados aos ambientes 
do trabalho, é imprescindível que sejam exigidos dos empregadores 
o zelo pela segurança e saúde dos trabalhadores em observância ao 
ordenamento jurídico. 
A legislação da Medicina do Trabalho é bem ampla, incluindo vários 
diplomas legais que vão desde a Constituição Federal a leis, convenções, 
normas regulamentadoras, dentre outros.
A Constituição Federal é a Carta Magna (lei soberana), destinada 
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a 
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
15
a igualdade e a justiça como valores supremos de uma 
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. Os demais 
dispositivos (CLT, Código Civil, Código de Processo Civil e 
legislação previdenciária) são as leis infraconstitucionais, 
típicas ou comuns, aprovadas pela maioria dos parlamentares 
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal presentes 
durante a votação. As normas regulamentadoras, por sua vez, 
constituem normas infralegais que tratam da segurança e 
saúde do trabalhador. (OLIVEIRA, 2017, p. 16)
A Constituição Federal estabelece o direito à vida e à saúde como 
um direito de todos, de acesso universal e igualitário, que deve ser 
garantida por políticas sociais e econômicas que busquem a redução dos 
riscos de acidentes inerentes ao trabalho, demonstra Oliveira (2017). 
 • Merece destaque o art. 7º da CF que estabelece os direitos dos 
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria 
de sua condição social.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estatui as normas que 
regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, especialmente 
relativas à segurança e Medicina do Trabalho previstas em seu Capítulo 
V, explicita Oliveira (2017). Prazeres (2018) menciona que a CLT trouxe 
muitos benefícios aos empregados, isto é, cada vez mais garantias de 
saúde, integridade física e outros benefícios são garantidos, através da lei, 
para que os empregados possam desempenhar suas tarefas de maneira 
segura e correta. 
A legislação previdenciária, através do Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS), tem como propósito garantir os benefícios acidentários 
(auxílio-doença acidentário, auxílio doença, aposentadoria por invalidez, 
aposentadoria especial, pensão por morte e reabilitação). Em resposta 
aos problemas que os acidentes de trabalho (Figura 2) manifestam, o 
Ministério da Previdência Social tem elaborado uma série de normas 
com a finalidade de estimular o investimento em saúde e segurança no 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
16
trabalho, prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, ilustra Oliveira 
(2017).
Figura 2: Acidente de trabalho
Fonte: Freepik
As normas regulamentadoras referentes à segurança e saúde 
do trabalhador são disposições complementares à Consolidação das 
Leis Trabalhistas, fundamentando-se em obrigações, direitos e deveres 
a serem seguidos por empregadores e trabalhadores com o objetivo 
de assegurar um trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de 
doenças e acidentes de trabalho, esclarece Oliveira (2017).
Pretti (2011) destaca que a Portaria nº 3.214/78 do Ministério 
do Trabalho aprovou as normas que normatizam os compromissos 
relacionados com a segurança e Medicina do Trabalho, que ao longo 
do tempo sofreram modificações de toda ordem, e mais cinco normas 
regulamentadoras para o trabalhador rural. Dentre essas normas, 
destacam-se:
 • NR 2 — Inspeção prévia.
 • NR 5 — Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
 • NR 6 — Equipamentos de Proteção Individual — EPI.
Ergonomia e Medicina do Trabalho
17
 • NR 7 — Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
 • NR 9 — Programas de Prevenção de Riscos Ambientais.
 • NR 15 — Atividades e Operações Insalubres.
 • NR 16 — Atividades e Operações Perigosas.
Essas normas regulamentadoras são de cumprimento obrigatório 
pelas empresas públicas e privadas, órgãos da administração direta e 
indireta e dos Poderes Legislativo e Judiciário que tenham empregados 
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, relata Pretti (2011). 
Existem também diversas convenções da Organização Internacional 
do Trabalho que abordam direitos dos trabalhadores e que foram 
ratificadas pelo Brasil. Essas convenções são Tratados Internacionais que 
estabelecem padrões e pisos mínimos a serem verificados e realizados 
por todos os países que os ratificam.
ACESSE:Aprofunde-se nesse tema conhecendo as convenções 
ratificadas pelo Brasil disponível em https://bit.ly/34aHBZE 
(Acesso em: 11/09/2020).
O Código Civil assegura o direito a indenizações por danos 
resultantes de acidentes ou doenças do trabalho, o Código de Processo 
Civil determina regras e procedimentos legais para o cumprimento 
de perícias judiciais acidentárias, aposentadoria, insalubridade e 
periculosidade, dentre outros tópicos aplicáveis, e o Código Penal 
possibilita a responsabilização criminal do empregador por sujeitar a vida 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
18
ou a saúde do trabalhador a perigo direto ou iminente, explana Oliveira 
(2017). 
Figura 3: Perigo direto
Fonte: Pixabay
Cabe ainda destacar que a Consolidação das Leis Trabalhistas 
determina a obrigação do cumprimento dessas normas, tanto pelo 
empregador quanto pelo trabalhador:
Art. 157 - Cabe às empresas:
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina 
do trabalho; 
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, 
quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes 
do trabalho ou doenças ocupacionais; 
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo 
órgão regional competente;
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade 
competente. 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
19
 Art. 158 - Cabe aos empregados: 
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, 
inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior
II - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos 
deste Capítulo. 
III - conhecer, em segunda e última instância, dos recursos 
voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos 
Delegados Regionais do Trabalho em matéria de segurança e 
higiene do trabalho. (BRASIL, 1943) 
Oliveira (2017) afirma que a legislação de segurança e saúde do 
trabalhador tem como propósito a promoção da saúde, a melhoria da 
qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos 
decorrentes à saúde referentes ao trabalho ou que aconteçam durante 
este, através da extinção ou diminuição dos riscos no local de trabalho. 
Impactos do trabalho sobre a saúde e 
segurança dos trabalhadores
O meio ambiente de trabalho é o campo primordial dos riscos 
profissionais e é nele em que deve estar o foco das orientações dos 
trabalhadores referentes à segurança e saúde no trabalho, com o propósito 
de alcançar melhorias necessárias, informa Stonoga (2020).
De acordo com Macedo (2008, p. 65), a “Organização Mundial 
da Saúde (OMS) define saúde como um perfeito estado de bem-estar 
físico, psíquico e social ”. Embora a saúde seja a meta de todos, pode o 
trabalhador em seu ambiente de trabalho submeter-se a situações que o 
prejudiquem. Contudo, se o trabalho também é fundamental à sociedade 
e ao próprio indivíduo, a perda da saúde apresenta-se como um motivo 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
20
da redução da capacidade laborativa e, no decorrer do tempo, pode 
ocasionar a diminuição da qualidade de vida. 
Muitos profissionais são acometidos por acidentes em seu local de 
trabalho ou por doenças que têm origem no próprio ambiente laboral, 
sejam eles ergonômicos, de intoxicações, psíquicos, dentre vários outros.
Além dos perigos de ambiente de trabalho característicos, trabalho 
e saúde são relacionados a outros modos de desenvolvem provavelmente 
até maiores impactos em saúde (Figura 4), pois condições de trabalho, 
tipo de trabalho, estado profissional e localização geográfica do ambiente 
de trabalho e emprego também possuem um impacto intenso no estado 
social e bem-estar dos trabalhadores, elucida Stonoga (2020).
Figura 4: Impactos em saúde
Fonte: Freepik
Stonoga (2020) afirma que é verificado que muitos dos serviços 
de Medicina Ocupacional são limitados ao desempenho associado 
a atendimento a acidentes de trabalho e, ocasionalmente, consultas 
médicas admissionais, periódicas e demissionais. Entretanto, Macedo 
(2008) explica que o Serviço de Medicina do Trabalho deve transcender 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
21
esses serviços, com funções de prevenção, protegendo a saúde do 
trabalhador e, consequentemente, a conservação da força produtiva de 
trabalho. 
A grande pluralidade de problemas de saúde ocupacional 
relacionados com os riscos para a saúde e suas repercussões na esfera 
global possuem uma quantificação muito complexa. Determinadas 
estimativas são fundamentadas nos danos profissionais e doenças 
informadas em estatísticas oficiais. Mas um grande número de danos e 
doenças originados no ambiente de trabalho não são informados, lembra 
Stonoga (2020).
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Neste capítulo você deve ter entendido que a 
Medicina do Trabalho aborda as relações entre a saúde 
dos homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, 
promovendo a saúde, qualidade de vida e prevenção de 
doenças e acidentes de trabalho e que a saúde do trabalhador 
é um meio imprescindível ao desenvolvimento econômico e 
social, um motivo de valorização do homem e que, desse 
modo, garante sua participação efetiva no progresso e na 
paz social. Viu também que a legislação da Medicina do 
Trabalho é bem ampla, incluindo vários diplomas legais que 
vão desde a Constituição Federal a leis, convenções, normas 
regulamentadoras, dentre outros. Por fim, compreendeu que 
muitos profissionais são acometidos por acidentes em seu 
local de trabalho ou por doenças que têm origem no próprio 
ambiente laboral, sejam eles ergonômicos, de intoxicações, 
psíquicos, dentre vários outros, e que a Medicina do Trabalho 
não deve se limitar a apenas atendimento a acidentes de 
trabalho e, ocasionalmente, consultas médicas admissionais, 
periódicas e demissionais, mas deve também possuir 
funções de prevenção, protegendo a saúde do trabalhador 
e, consequentemente, a conservação da força produtiva de 
trabalho. 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
22
Atividades perigosas, insalubres e a 
toxicologia ocupacional conexas com a 
Medicina do Trabalho
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo definiremos as atividades insalubres e perigosas 
e a toxicologia ocupacional, compreendendo seus principais 
pontos e como ela é encontrada no ambiente laboral.
Atividades perigosas
As atividades perigosas são aquelas que, por seu caráter ou 
processos de trabalho, põem em risco a vida dos trabalhadores diante da 
intensa exposição permanente sofrida.
De acordo com a Norma Regulamentadora 16, são classificadas 
como atividades e operações perigosas aquelas que compreendem o 
trabalho associado com explosivos, produtos inflamáveis, segurança 
pessoal ou patrimonial, energia elétrica, locomoção em motocicletas, 
radiações ionizantes ou substâncias radioativas, demonstram Barsano e 
Barbosa (2018).
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) traz apenas as situações 
de inflamáveis, explosivos, energia elétrica, roubos ou outras espécies 
de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou 
patrimonial e as atividades de trabalhador em motocicleta. Contudo, a OJ 
— SD11 — 345 do TST reconhece como atividade perigosa a exposição à 
radiação ionizante ou substâncias radioativas.
 • A Constituição Federal de 1988, em seu art. 7º, XXXIII, veda 
expressamente o trabalho em condições de periculosidade a menores 
de dezoito anos. 
A Norma Regulamentadora 16 estabelece que são indicadas 
como atividades ou operações perigosas as realizadas com explosivos 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
23
submetidos a: degradação química ou autocatalítica; ação de agentes 
exteriores, tais como calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, 
choque e atritos.
Barsano e Barbosa (2018) destacam que as atividades de transporte 
de inflamáveis (Figura 5) líquidos ou gasosos liquefeitos, em todos os 
tipos de recipientes ea granel, são classificadas como situações de 
periculosidade, salvo para o transporte em pequenas quantidades, até 
o limite de duzentos litros para os inflamáveis líquidos e cento e trinta e 
cinco quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos.
Figura 5: Transporte de inflamáveis
Fonte: Freepik
Correia (2018) afirma que o adicional de periculosidade é cabido 
quando a exposição ao risco é permanente ou intermitente (com 
intervalos), mas é indevido se o contrato for puramente casual ou se, 
mesmo que habitual, acontecer por tempo muito reduzido, ou seja, o 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
24
trabalhador adquire o direito de adicional de periculosidade mesmo se 
na sua jornada tiver intervalos, contudo não possuirá caso passe pouco 
tempo sujeito à condição perigosa.
Mas o que é esse adicional de periculosidade?
O adicional de periculosidade é uma porcentagem paga ao 
trabalhador como uma forma de compensação no desempenho dessas 
atividades perigosas.
O adicional de periculosidade consistirá no percentual de 30% 
calculado sobre o salário-base, sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios etc. (CLT, art. 193, § 1º). 
SUM 132 — O adicional de periculosidade, pago em caráter 
permanente, integra o cálculo de indenização e de horas 
extras (ex-Prejulgado nº 3). (ex-Súmula nº 132 — RA 102/1982, 
DJ 11.10.1982/ DJ 15.10.1982 — e ex-OJ nº 267 da SBDI-I — 
inserida em 27.09.2002) II - Durante as horas de sobreaviso, o 
empregado não se encontra em condições de risco, razão pela 
qual é incabível a integração do adicional de periculosidade 
sobre as mencionadas horas. (ex-OJ nº 174 da SBDI-I — inserida 
em 08.11.2000) Histórico: Súmula mantida — Res. 121/2003, 
DJ 19, 20 e 21.11.2003 Nº 132 Adicional de periculosidade — 
O adicional de periculosidade pago em caráter permanente 
integra o cálculo de indenização (ex-Prejulgado nº 3). Redação 
original — RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982 Nº 132 — 
O adicional de periculosidade pago em caráter permanente 
integra o cálculo de indenização (ex-Prejulgado nº 3) 
(TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, 2020).
Segundo a Súmula 132 do TST, quando o trabalhador estiver de 
sobreaviso, ou seja, de plantão ou esperando o chamado para o serviço 
ou qualquer momento, não é considerado o adicional de periculosidade, 
pois ele não está em contato direto com a atividade perigosa. A mesma 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
25
súmula determina ainda que esse adicional deverá incorporar o cálculo 
de indenizações e horas extras caso seja pago em caráter permanente. 
A OJ-SDI1-259 do Tribunal Superior do Trabalho estabelece que 
o adicional de periculosidade deve fazer parte da base de cálculo do 
adicional noturno, pois neste horário o trabalhador também continua sob 
as condições de risco.
Mas como se identifica a periculosidade de uma atividade?
A atividade perigosa é atestada através de perícia. 
Barsano e Barbosa (2018) informam que é opcional às empresas 
e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas solicitarem ao 
Ministério do Trabalho, através das Delegacias Regionais do Trabalho, a 
efetuação de perícia na organização ou setor da empresa com a finalidade 
de distinguir e especificar ou determinar a atividade perigosa (Figura 6).
Figura 6: Atividade perigosa
Fonte: Freepik
Ergonomia e Medicina do Trabalho
26
Existem, entretanto, muitas situações em que o trabalhador 
ingressa na justiça para requerer o adicional de periculosidade, e para 
isso, durante o curso da ação, é chamado um perito, pois apenas através 
da prova técnica é que poderá ser atestado se o ambiente põe em risco a 
integridade física do trabalhador.
Atividades insalubres
Conforme Correia (2018), as atividades insalubres são aquelas que 
sujeitam o trabalhador a agentes nocivos à sua saúde e que excedem o 
seu limite de tolerância, sendo exemplos os agentes químicos (chumbo), 
biológicos (bactérias) e físicos (ruídos).
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações 
insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou 
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em 
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de 
exposição aos seus efeitos. (BRASIL, 1943)
O adicional de insalubridade é pago ao funcionário como uma 
maneira de compensar o trabalho em condições mais gravosas à sua 
saúde. O direito do trabalho, com seu caráter protetivo, beneficia a 
saúde do trabalhador, de forma que o adicional de insalubridade não se 
integra, de maneira definitiva, ao patrimônio do empregado, pois quando 
interrompido o agente insalubre, também acabará o pagamento de 
adicional, esclarece Moura (2017).
Para a aquisição do adicional de insalubridade, existe a obrigação 
de que dois requisitos sejam preenchidos, segundo Correia (2018):
 • Atividade nociva deverá ser averiguada através de perícia por 
profissional habilitado, médico ou engenheiro do trabalho;
 • É obrigatório que o agente esteja compreendido na relação oficial do 
Ministério do Trabalho e Emprego. 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
27
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar nesse tema? Recomendamos o acesso 
à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: NR 15: 
Atividades e Operações Insalubres, acessível pelo link https://
bit.ly/359iHce (Acesso em: 08/09/2020).
Ao contrário da periculosidade, que possui apenas uma 
porcentagem para todos os casos, na insalubridade são estabelecidos 
graus de estabilidade como máximo no qual incidirá um adicional de 40% 
sobre o salário, médio com adicional de 20% sobre o salário, e mínimo com 
adicional de 10% sobre o salário. 
A Súmula nº 47 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe que o 
trabalho realizado em condições insalubres, em caráter intermitente, não 
afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo 
adicional, ou seja, mesmo que o trabalhador possua horários com 
intervalos, ele possui o direito de receber o adicional. Esse entendimento, 
contudo, não é válido para o trabalhador eventual, pois este não possui o 
adicional de insalubridade (Figura 7).
Figura 7: Insalubridade
Fonte: Freepik
Ergonomia e Medicina do Trabalho
28
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 191, 
estabelece que a extinção ou a neutralização da insalubridade acontecerá 
com:
 • a tomada de medidas que mantenham o ambiente de trabalho dentro 
dos limites de tolerância.
 • o emprego de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, 
que reduzam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. 
Diante dessa normativa, devemos observar duas súmulas do Tribunal 
Superior do Trabalho que são importantes, a Súmula 80, que impõe que 
“A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos 
protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui 
a percepção do respectivo adicional”; e a Súmula 289, que determina que 
o apenas o fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não 
o desobriga do pagamento do adicional de insalubridade, pois devem-
se ainda ser adotadas as medidas que levem à redução ou à eliminação 
da nocividade, dentre as quais as referentes à utilização efetiva do 
equipamento pelo trabalhador.
 • Para que seja excluído o adicional de insalubridade, não basta apenas 
a entrega dos equipamentos de proteção, mas sim que a insalubridade 
seja considerada eliminada.
Correia (2018) informa que o adicional de insalubridade integra 
as demais verbas trabalhistas, quando ele for pago com habitualidade, 
sendo incluído no décimo terceiro salário, nas férias, no FGTS e no aviso-
prévio, ficando excluído o descanso semanal remunerado.
A toxicologia ocupacional conexa com a 
Medicina do Trabalho
Para Buschinelli (2020), a possibilidade de um trabalhador ficar 
doente pela exposição a um agente químico em um ambiente laboral 
é a preocupação inicial da toxicologia ocupacional; por esse motivo,as 
análises dos ambientes e dos processos produtivos dos trabalhadores 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
29
devem ser realizadas com cautela, buscando sempre diminuir essa 
possibilidade a um valor muito baixo.
Macedo (2008, p. 26) define a intoxicação como sendo “toda e 
qualquer manifestação clínica ou laboratorial de efeitos adversos”. É 
um estado doentio, originado pelo contato de um agente químico com 
o organismo, que causa o desequilíbrio desse organismo, provocando 
desde simples distúrbios de saúde até o óbito.
A toxicologia pesquisa as consequências danosas de substâncias 
químicas nos organismos vivos, levando em consideração a prevenção 
e, em situações de falha, ao tratamento dos atingidos, entretanto não 
existem substâncias químicas (Figura 8) com ou sem efeitos danosos, 
mas sim quantidades de substâncias com potencial nocivo, sendo essa 
quantidade aquela efetivamente absorvida pelo organismo a ponto de 
poder afetá-lo, explicita Buschinelli (2020).
Figura 8: Substâncias químicas
Fonte: Freepik
A toxicologia ocupacional é altamente preventiva, sendo-lhe 
imprescindível a adequada avaliação do risco a que o trabalhador está 
exposto. Para isso, o primeiro passo é a informação qualitativa, verificando 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
30
quais substâncias estão sendo empregadas ou produzidas no processo, 
menciona Buschinelli (2020). 
 • É imprescindível que o profissional de saúde e segurança do trabalho, 
em específico o médico do trabalho e o higienista, entenda um 
pouco de química para tratar de modo correto os riscos químicos nos 
ambientes de trabalho (BUSCHINELLI, 2020).
O ambiente de trabalho pode proporcionar vários fatores de risco 
para o trabalhador, contudo a emissão de gases mediante vazamentos 
de alguns equipamentos é uma das principais causas de intoxicação no 
trabalho. Fatores como o armazenamento feito de forma inapropriada dos 
produtos tóxicos podem provocar acidentes que acarretam a intoxicação. 
Outro fator importante é a resistência física do trabalhador, pois quanto 
mais baixa a resistência, maior o risco de contaminação, afirma Macedo 
(2008).
Macedo (2008) lembra que o próprio trabalhador pode cometer 
alguns erros que acabam provocando a intoxicação, como a falta ou 
o uso incorreto dos equipamentos de proteção individual (EPIs), por 
exemplo. Outra situação é quando em um ambiente aberto trabalhadores 
aplicam produtos tóxicos contra o vento, o que também pode provocar 
intoxicações.
RESUMINDO:
Neste capítulo você deve ter compreendido que as atividades 
perigosas põem em risco a vida dos trabalhadores através da 
exposição intensa e permanente em atividades associadas 
com explosivos, produtos inflamáveis, segurança pessoal ou 
patrimonial, energia elétrica, locomoção em motocicletas, 
radiações ionizantes ou substâncias radioativas; e por causa 
desse risco, os trabalhadores têm direito a um adicional de 
30% nos casos de exposição permanente ou intermitente. Viu 
também que as atividades insalubres sujeitam o trabalhador 
a agentes nocivos à sua saúde, excedendo o seu limite de 
tolerância, podendo ser os agentes químicos, biológicos e 
físicos; e nessas situações o trabalhador receberá adicionais 
de 40, 20 ou 10 por cento, dependendo do grau
Ergonomia e Medicina do Trabalho
31
RESUMINDO (continuação):
de insalubridade detectado. Por fim, compreendeu que 
a toxicologia ocupacional é altamente preventiva, sendo-
lhe imprescindível a adequada avaliação do risco a que 
o trabalhador está exposto e que o ambiente de trabalho 
pode proporcionar vários fatores de risco para o trabalhador, 
contudo a emissão de gases mediante vazamentos de alguns 
equipamentos é uma das principais causas de intoxicação no 
trabalho.
Ergonomia e Medicina do Trabalho
32
Medidas preventivas de Medicina do 
Trabalho e medidas especiais de proteção
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo descreveremos as medidas preventivas de 
Medicina do Trabalho e as medidas especiais de proteção. 
Então vamos lá.
Medidas preventivas de Medicina do 
Trabalho
Segundo Pretti (2011), a segurança e Medicina do Trabalho abrange 
uma série de medidas preventivas seguidas no ambiente de trabalho, 
buscando tornar mínimos os acidentes, as doenças ocupacionais, como 
também proteger a integridade e a capacidade de trabalho do empregado. 
Quais são essas medidas, você sabe?
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em seu art. 168, 
determina que os empregadores deverão providenciar, obrigatoriamente, 
exame médico em caso de admissão, demissão e periodicamente, 
respeitando as condições estabelecidas na lei e nas instruções emitidas 
pelo Ministério do Trabalho em casos de demissão e em situações 
complementares. 
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional é proposto 
à prevenção e ao controle de saúde dos empregados, sendo realizado 
através da gestão de inspeções médicas permanentes e tem como 
finalidade a prevenção dos casos de doenças ocupacionais. Refere-se 
a um programa de caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico 
precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive daqueles 
que acontecem sem manifestação de sintomas, além da verificação da 
existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde 
dos trabalhadores, desse modo, seu planejamento e implementação 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
33
devem ser baseados nos riscos à saúde dos trabalhadores, explica 
Oliveira (2018).
É através desse programa que são executados e acompanhados 
os resultados dos exames médicos obrigatórios, segundo as atividades 
desenvolvidas na empresa.
Mas como são executados esses exames?
Gattai (2020) esclarece que o exame admissional deve ser efetuado 
antes da contratação efetiva do novo empregado e tem como propósito 
avaliar o estado de saúde física e psíquica indispensável ao desempenho 
do cargo que o novo funcionário executará. Outro intuito é o de oferecer 
orientação nos casos de pessoas em situações especiais de saúde que 
ocuparão as vagas de emprego. Além do mais, o exame admissional é uma 
forma de a organização se proteger e comprovar que está contratando 
uma pessoa inteiramente capaz àquele trabalho. 
 • Médicos especializados em Medicina do Trabalho são os encarregados 
de realizarem os exames admissionais, demissionais e periódicos e 
são eles que detectam as enfermidades ocupacionais. 
Os exames devem ser renovados a cada ano, sendo, nessas 
circunstâncias, chamados de exames periódicos. O exame médico (Figura 
9) também é obrigatório na demissão de empregados, sendo, neste caso, 
chamado de exame demissional, menciona Gattai (2020).
Figura 9: Exame médico
Fonte: Freepik
Ergonomia e Medicina do Trabalho
34
O exame demissional, de acordo com Rojas (2015), apresenta-
se como uma garantia para o trabalhador, que necessita demonstrar 
ser capaz de receber suas atividades em outras empresas; e para o 
empregador, que fica informado das condições de saúde em que se 
depara o ex-funcionário, impedindo, dessa forma, futuros problemas com 
reclamações trabalhistas e ações indenizatórias.
Todo exame efetuado pelo médico do trabalho deve ser seguido 
do atestado de saúde ocupacional (ASO) e, conforme a Norma 
Regulamentadora 7, deverá compreender, no mínimo:
 • O nome completo do trabalhador, o número de registro de sua 
identidade e sua função.
 • Os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, 
na atividade do empregado, de acordo com as instruções técnicas 
expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho — SSST.
 • Apontamento dos procedimentos médicos a que foi submetido o 
trabalhador, abrangendo os exames complementares e a data em 
que foram realizados.
 • O nome do médico coordenador, quando existir, com o devido CRM.
 • Indicação de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador 
vai ocupar, ocupa ou ocupou.
 • Nome do médico responsável pelo exame e endereço ou meio de 
contato.• Data e assinatura do médico responsável do exame e carimbo, assim 
como seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) encara como 
principal finalidade dos exames médicos ocupacionais a verificação da 
efetividade das medidas de controle do ambiente de trabalho, sendo 
complementados por outros propósitos, que são: a constatação de 
anormalidades clínicas ou pré-clínicas em um momento em que uma 
intervenção é benéfica à saúde dos indivíduos; a prevenção de um futuro 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
35
desgaste da saúde dos trabalhadores; a contribuição do aconselhamento 
relativo aos métodos de trabalho seguros e de manutenção da saúde; 
a avaliação da aptidão para um verificado tipo de trabalho, sendo a 
preocupação presente à adequação do ambiente de trabalho para o 
trabalhador, explícita Buschinelli (2020).
A Consolidação das Leis Trabalhistas ainda determina que deverá 
ser mantido, no estabelecimento, o material indispensável à prestação de 
primeiros socorros médicos (Figura 10), conforme o risco da atividade.
Figura 10: Primeiros socorros médicos
Fonte: Pixabay
Outro ponto importante é sobre a realização de exames 
toxicológicos, pois a Consolidação de Leis Trabalhistas estabelece 
que serão exigidos esses exames antes da admissão e em casos de 
demissões de trabalhadores que atuem como motoristas profissionais, 
sendo resguardado o direito à contraprova caso o resultado tenha sido 
positivo e que esses resultados sejam confidenciais. 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
36
Medidas especiais de proteção
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estabelece outras 
medidas especiais de proteção, sendo a primeira delas referente ao 
uso de equipamentos de proteção individual em obras de construção, 
demolição ou reparos, e as medidas de prevenção de acidentes.
Oliveira (2017) explica que podem ser empregados equipamentos 
de proteção coletiva ou equipamentos de proteção individual, contudo 
deve-se dar prioridade à proteção coletiva sempre. Ao implantar as 
medidas de proteção, as organizações devem verificar cada local de 
trabalho e procurar a opção mais apropriada para oferecer ao trabalhador 
uma boa condição de trabalho.
A NR 6 define que os equipamentos de proteção individual 
(EPI) são os dispositivos ou produtos de uso individual utilizados pelo 
trabalhador e adotados na proteção de riscos predispostos a ameaçar a 
segurança e saúde dos trabalhadores, além disso, regulamenta o uso dos 
equipamentos de proteção individual e estabelece:
6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, 
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de 
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: 
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam 
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho 
ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo 
implantadas; e, 
c) para atender a situações de emergência. (MINISTÉRIO DO 
TRABALHO E EMPREGO, 1978)
Outra medida está relacionada com os depósitos, armazenagem e 
manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, além do trânsito e 
continuação nas áreas relativas. Assim como o trabalho em escavações, 
túneis, galerias, minas e pedreiras, especialmente quanto à prevenção de 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
37
explosões, incêndios, desmoronamentos, soterramentos, eliminação de 
poeiras e gases, dentre outros. 
SAIBA MAIS:
Aprofunde-se nesse tema lendo a NR 19, que trata dos 
explosivos; e a NR 20, que aborda as segurança e saúde 
no trabalho com inflamáveis e combustíveis, disponível em: 
https://bit.ly/2HfSvUW (Acesso em: 13/09/2020).
Deve existir proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, 
especialmente no local de trabalho a céu aberto, com o fornecimento 
de água potável, alojamento e profilaxia de endemias, determina a 
Consolidação das Leis trabalhistas. A NR 21 regulamenta os trabalhos 
realizados a céu aberto (Figura 11) e determina que “serão exigidas medidas 
especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o 
calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes”.
Figura 11: Céu aberto
Fonte: Freepik
A CLT, em seu art. 200, VI, ainda prevê a proteção do trabalhador 
que esteja exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes 
e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
38
ambiente de trabalho, cabendo ao Ministério do Trabalho regulamentar a 
especificação das medidas cabíveis para extinção ou diminuição desses 
efeitos, limites máximos quanto ao tempo de exposição à intensidade 
da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames 
médicos obrigatórios, limites de idade, controle permanente dos locais 
de trabalho e das demais exigências que se façam imprescindíveis.
Um programa muito importante para a saúde dos trabalhadores é 
o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, e, de acordo com a NR 
9, é estabelecido que:
Esta Norma Regulamentadora — NR — estabelece a 
obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte 
de todos os empregadores e instituições que admitam 
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais — PPRA —, visando à preservação 
da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da 
antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente 
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou 
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em 
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos 
naturais. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 1978)
Os riscos ambientais são os agentes físicos, químicos e biológicos 
presentes no ambiente de trabalho que podem causar danos à saúde 
quando existentes acima dos limites considerados como toleráveis. 
Deve existir também proteção contra incêndios com a medidas 
preventivas adequadas, como, por exemplo, que as portas e paredes 
possuam revestimentos especiais, construção de paredes contra fogo, 
saídas amplas e protegidas, dentre outras, estabelece a CLT.
 • A NR 23 — Proteção contra incêndio — estabelece que os 
empregadores devem seguir as medidas de prevenção de incêndios 
disponibilizadas pelos respectivos estados e as normas técnicas 
correspondentes. 
Não se deve esquecer, ainda, a higiene nos locais de trabalho, 
devendo existir medidas como, por exemplo, instalações sanitárias, 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
39
fornecimento de água potável, condições de limpeza no ambiente laboral, 
tratamento de resíduos industriais, dentre outras, determina a CLT.
Souto (2005) informa que na política de Medicina do Trabalho, 
subordinada à aprovação da direção superior da empresa ou instituição, 
devem estar contidos, pelo menos, os seguintes princípios e propósitos, 
através dos quais a direção demonstra o seu compromisso com a 
comunidade de trabalho de possibilitar proteção a todas as pessoas que 
trabalham na empresa mediante medidas preventivas, buscando: 
 • Trocar, controlar ou diminuir as situações adversas do trabalho.
 • Determinar requisitos para o atendimento imediato de acidentes, 
ofertar possibilidade de rápido e efetivo transporte de acidentados 
para atendimento médico-hospitalar.
 • Apresentar formas para tratar das manifestações transitórias de 
doenças que aconteçam na empresa durante o período de trabalho.
 • Seguir as medidas que fazem parte da legislação específica de 
Medicina do Trabalho; se apropriado, oferecer apoio aos programas 
disponibilizados por ações voluntárias extramuro; e se for o caso, 
fazer desempenhar a negociação coletiva de trabalho na existência 
de condições determinadas sobre Medicina do Trabalho; oferecer os 
meios para efetuação de outras ações que sejam aceitas e acordadas 
pela empresa.
 • Oferecer garantia de que os trabalhadores serão ouvidos e 
incentivados a contribuirem todas as fases do processo de gestão de 
Medicina do Trabalho.
 • Possibilitar os meios administrativos e financeiros para que exista 
uma contínua preocupação de aperfeiçoar o sistema de gestão de 
Medicina do Trabalho da empresa.
Todas as medidas adotadas no ambiente de trabalho devem levar 
em consideração que a saúde do trabalhador é muito importante para os 
trabalhos efetuados nas organizações.
Ergonomia e Medicina do Trabalho
40
RESUMINDO:
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que as medidas 
preventivas visam diminuir os acidentes, as doenças 
ocupacionais e proteger a integridade e a capacidade de 
trabalho do empregado, sendo uma dessas medidas a 
obrigatoriedade de exame médico em casos de demissão, 
admissão e periódicos, conhecendo o programa de controle 
médico de saúde ocupacional. Compreendeu também que 
deverá existir nos estabelecimentos materiais de primeiros 
socorros e a realização de exames toxicológicos. Viu que 
existem várias medidas especiais de proteção, como o uso 
de equipamentos de proteção individual; os trabalhos com 
depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis e 
líquidos inflamáveis; trabalho com escavações, túneis, galerias, 
minas e pedreiras, especialmente quanto à prevenção de 
explosões, incêndios, desmoronamentos, soterramentos, 
eliminação de poeiras, gases; trabalhos realizados a céu 
aberto; exposição a substâncias químicas, radiações, ruídos, 
vibrações e trepidações; prevenção contra incêndios; e 
a higiene no local de trabalho. Por fim, entendeu alguns 
princípios que devem estar contidos nos ambientes laborais 
relativos à Medicina do Trabalho.
Ergonomia e Medicina do Trabalho
41
Acidentes de trabalho, doenças 
ocupacionais e conduta médico-
operacional pertinentes à Medicina do 
Trabalho
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo analisaremos os acidentes de trabalho, 
identificaremos as doenças ocupacionais e esclareceremos a 
conduta médico-operacional.
Acidentes de trabalho
O processo de trabalho deve ser devidamente planejado, pois 
quando isso não acontece, acaba gerando perdas de várias formas, 
principalmente relacionadas com seus trabalhadores, que afetam a 
saúde e bem-estar desses, através de acidentes de trabalho ou doenças 
ocupacionais.
Mas o que vem a ser um acidente de trabalho?
A Lei nº 8.213/91 define o acidente do trabalho como sendo toda 
lesão corporal ou perturbação funcional que acontece com o empregado 
durante suas atividades a serviço da empresa, provocando a morte, 
a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o 
trabalho.
“Essa lesão pode ser caracterizada apenas pela redução da função 
de determinado órgão ou segmento do organismo, como os membros, 
por exemplo” (MACEDO, 2008, p. 117).
Monteiro e Bertagni (2016) afirmam que se refere a um episódio 
único, inesperado, imprevisto, bem configurado no espaço e no tempo e 
de resultados, na maioria das vezes, imediatos.
 • Adversidades no ambiente de trabalho podem acabar resultando em 
danos graves e até fatais meses ou anos após o seu acontecimento, 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
42
sendo exigido o nexo de causalidade e a lesividade, explana Macedo 
(2016).
Dessa forma, para que seja considerado como acidente de trabalho, 
deve existir a lesão, como também deverá existir a relação entre esse 
dano causado e o trabalho (Figura 11).
Figura 11: Dano causado e o trabalho
Fonte: Freepik
Mattos e Másculo (2011) afirmam que hoje em dia entende-se que 
o acidente de trabalho começa a ocorrer quando algum componente do 
processo laboral passa a não funcionar como planejado, isto é, quando 
ele apresenta uma alteração.
Essa alteração não se apresenta somente como originária de falhas 
ou quebras, ou seja, não é decorrência apenas do não alcance completo 
do resultado principal do produto, mas pode acontecer também de um 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
43
resultado secundário, que não possua função positiva no processo de 
produção, informa Mattos e Másculo (2011). 
De acordo com a Lei 8.213:
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para 
efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido 
a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do 
segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o 
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a 
sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do 
trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por 
terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de 
disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de 
terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos 
ou decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do 
empregado no exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local 
e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a 
autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa 
para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
Ergonomia e Medicina do Trabalho
44
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo 
quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor 
capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio 
de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do 
segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou 
deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, 
inclusive veículo de propriedade do segurado. (BRASIL, 1991)
Assim, Macedo (2008) separa os tipos de acidentes em três, sendo 
eles: 
 • O acidente típico, que é aquele resultante da natureza da atividade 
profissional que o trabalhador desempenha.
 • O acidente de trajeto, que acontece no trajeto entre a residência do 
trabalhador e o lugar de trabalho e vice-versa.
 • As doenças profissionais ou do trabalho que são provocadas pela 
execução de determinada função, peculiar a um emprego específico. 
A caracterização do acidente de trabalho ocorre por meio de 
uma observação pericial, que deve determinar uma relação direta entre 
o acidente e a lesão gerada. Quando isso acontecer, o médico perito 
examinará o paciente e poderá determinar se esse trabalhador poderá 
voltar ou não às atividades normais designadas ao seu cargo. Caso o perito 
determine o afastamento, será definido também a partir de sua avaliação 
clínica se o funcionário permanecerá em afastamento temporário ou 
definitivo do emprego, explicita Macedo (2008).
 • O afastamento definitivo ou temporário dependerá do grau da lesão 
sofrida, se essa lesão será revertida com o tempo ou se é um tipo de 
lesão definitiva, impossibilitando, assim, a atividade laboral.
Ergonomia e Medicina do Trabalho
45
Mattos e Másculo (2011) destacam o fato de que se preocupar 
exclusivamente com o agente causador da lesão pode ser uma atitude 
limitada com relação à prevenção de acidentes. 
Villela (2010) nos lembra de que a culpa do empregado não 
impossibilita a qualificação do acidente de trabalho, contudo, o dolo do 
empregado, que ocorre quando ele se acidenta propositalmente e de 
forma espontânea, retira as consequências ocupacionais do fato. 
Doenças ocupacionais
As doenças ocupacionais se dividem em doença profissional e 
doença do trabalho. De acordo com Râmissa (2019), a doença profissional 
e a doença do trabalho são classificadas como espécies do gênero de 
doença ocupacional, que, por sua vez, é espécie de acidente do trabalho. 
Vejamos a diferença entre elas.
Segundo Monteiro e Bertagni (2016), as doenças profissionais 
também são chamadas de ergopatias, tecnopatias oudoenças 
profissionais típicas, e são aquelas produzidas ou desencadeadas pelo 
exercício profissional peculiar à determinada atividade. Derivam de 
microtraumas que habitualmente acometem e vulneram as defesas 
biológicas, e através do efeito cumulativo, acabam vencendo-as, 
provocando o processo doentio. 
Já as doenças do trabalho (Figura 12), também conhecidas como 
mesopatias ou moléstias laborais atípicas, são aquelas desencadeadas em 
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele 
se relacionam diretamente. Elas também derivam de microtraumas, mas 
por serem atípicas, determinam a constatação do nexo de causalidade 
com o trabalho, normalmente através da vistoria do ambiente de trabalho, 
esclarecem Monteiro e Bertagni (2016). 
Ergonomia e Medicina do Trabalho
46
Figura 12: Doenças do trabalho
Fonte: Freepik
Furtado et al. (2016) explicam que na esfera da saúde do trabalhador 
é comum a utilização da classificação de Schilling para caracterizar a 
relação existente entre as doenças ocupacionais. Schilling assegurou que 
o trabalho poderia se relacionar com as doenças, agrupando-os de três 
formas distintas, sendo:
 • GRUPO I: engloba as doenças em que o trabalho é causa necessária, 
representadas pelas doenças profissionais, em seu sentido literal, e 
pelas intoxicações agudas de procedência ocupacional, como, por 
exemplo, quando há a intoxicação por chumbo.
 • GRUPO II: compreende as doenças em que o trabalho pode ser um 
fator de risco, podendo contribuir, entretanto, não essencialmente, 
como nos casos das doenças triviais, mais regulares ou que ocorrem 
mais cedo em certos grupos ocupacionais e para as quais o nexo 
causal é de natureza eminentemente epidemiológica, como, por 
exemplo, em casos de neoplasias malignas (cânceres), em alguns 
grupos ocupacionais ou profissões.
 • GRUPO III: abrange as doenças em que o trabalho é motivador de um 
possível distúrbio ou até mesmo intensifica uma doença já instituída 
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ou preexistente, isto é, caracterizada pelas doenças alérgicas de 
pele e respiratórias e pelos distúrbios mentais, em certos grupos 
ocupacionais ou profissões, como, por exemplo, a asma e as doenças 
mentais.
A Lei 8.213/ determina alguns casos que não são considerados 
como doença do trabalho: 
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de 
região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que 
é resultante de exposição ou contato direto determinado pela 
natureza do trabalho. (BRASIL, 1991)
Nos casos em que a doença não provoca o afastamento do trabalho, 
não é reconhecido o acidente do trabalho, pois a cobertura do seguro 
acidentário está atrelada à atividade laborativa, esclarece Villela (2010).
Macedo (2008) afirma que as doenças ocupacionais podem ser 
provocadas por alguns agentes existentes no ambiente laboral que 
causam riscos, podendo ser caracterizados como físicos, ergonômicos, 
biológicos ou químicos.
Os riscos físicos são aqueles originados por agentes que possuem 
a capacidade de alterar as propriedades físicas do meio ambiente, que, 
posteriormente, originará agressões em quem estiver nele presente, 
explicita Mattos e Másculo (2011).
Exemplo: Os ruídos capazes de gerar danos ao aparelho auditivo, 
iluminação, calor, vibrações, radiações etc.
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Macedo (2008) destaca que algumas das consequências indesejadas 
dos ruídos podem ser psicológicas (Figura 13), nervosismo, neuroses, 
perda de audição, dor de cabeça, vômitos, diminuição do controle 
muscular, dentre outras. Nos casos das vibrações, elas podem originar 
síndromes dolorosas de origem vertebral, desordens gastrintestinais, 
aumento da frequência cardíaca etc. Já as radiações podem acarretar 
conjuntivites e cataratas, além de queimaduras e lesões cutâneas. 
Figura 13: Psicológica
Fonte: Freepik
Os riscos químicos compreendem substâncias, compostos ou 
produtos que possam adentrar no organismo através da exposição 
crônica ou acidental, assim, o contato com esses produtos pode causar 
várias consequências, tais como o aparecimento de câncer, mutações, 
doenças sistêmicas, dentre outras, informa Mattos e Másculo (2011).
Barsano e Barbosa (2013) definem os riscos ergonômicos como 
aqueles que podem provocar distúrbios psicológicos e fisiológicos nos 
trabalhadores, como nos casos de esforço físico intenso, levantamento e 
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transporte manual de peso, exigência de postura inapropriada, monotonia 
e repetitividade etc.
Já os riscos biológicos abrangem os agentes que contaminam 
os ambientes ocupacionais que são os micro-organismos como vírus, 
bactérias, protozoários, fungos, artrópodes, parasitas e derivados de 
animais vegetais (agentes que causam alergias). Geralmente, eles estão 
em hospitais, ambientes de serviços de saúde em geral, matadouros, 
laboratórios de análises e pesquisas, empresas de coleta e reciclagem de 
lixo, dentre outros, descreve Brevigliero et al.(2020).
Mattos e Másculo (2011) ainda trazem os riscos mecânicos, que são 
aqueles que se caracterizam por agir em pontos específicos do ambiente 
laboral, geralmente atuando sobre usuários diretos do agente causador 
do risco e acarretando, algumas vezes, lesões agudas e imediatas.
Exemplo: Os materiais cortantes, aquecidos, os perfurocortantes, 
os que estão em movimento, os energizados etc.
 • Existem diversas doenças ocupacionais que atingem os trabalhadores, 
vamos observar apenas algumas delas que são muito recorrentes, 
conforme Rojas (2015):
 • O distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT), que atinge 
os membros superiores em torno do ombro e da região cervical por 
causa do uso repetitivo dos músculos ou de postura imprópria na 
execução das atividades profissionais.
 • Perda auditiva induzida pelo ruído ocupacional (PAIR), surge com a 
redução gradual da audição resultante da exposição contínua a níveis 
elevados de ruídos.
 • Dermatoses ocupacionais, podem ser causadas por agentes biológicos, 
físicos e mecânicos, e podem aparecer através de dermatite irritativa 
de contato, que é aquela causada pela manipulação de detergentes, 
solventes orgânicos e inorgânicos, resinas, óleos de corte e outros 
produtos; como também através da dermatite alérgica de contato, 
que é a ocasionada pelo contato com borracha e seus aditivos, 
cromatos, resinas, metais, plásticos, tintas, pigmentos, madeiras. 
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 • Distúrbios neurológicos que podem ser causados por toxinas que 
estão no ambiente laboral, como solventes orgânicos, por metais e 
por pesticidas.
 • Doenças associadas ao estresse, que podem ser a irritabilidade, 
fadiga, medo de acidente, de assalto e de desemprego, sonolência, 
ansiedade, depressão, tensão, distúrbios do sono. 
Râmissa (2019) menciona uma dessas doenças, que é a síndrome 
do esgotamento profissional (Burnout), que é o resultado de um estresse 
sem fim, que provoca uma exaustão emocional e física quando existe 
um trabalho muito desgastante, no qual a exigência é alta ou as metas 
são quase impossíveis de serem atingidas, ou, ainda, quando existe uma 
carência de reconhecimento do profissional, o que pode colaborar para 
o desenvolvimento dessa síndrome. O Burnout nos dias atuais tem sido 
objeto de definições em diversas áreas, contudo todos concordam que o 
campo profissional é o ambiente mais favorável para o aparecimento do 
esgotamento. 
Conduta médico-operacional pertinente à 
Medicina do Trabalho
Os médicos desempenham um papel muito importante no auxílio 
ao trabalhador com relação à Medicina do Trabalho.
Macedo (2008) explica que muitos dos serviços de medicina 
ocupacional limitam-se ao desempenho associado ao atendimento deacidentes de trabalho e, eventualmente, consultas médicas admissionais 
e demissionais.
Figura 14: Medicina Ocupacional
Fonte: Freepik
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Outra atuação que merece destaque é quanto ao médico perito. 
Barros e Teixeira (2015) afirmam que, em geral, os médicos peritos do 
trabalho são responsáveis por verificar se o trabalhador está ou esteve 
doente, determinar se a doença tem nexo de causalidade com o trabalho, 
como, também, avaliar se existem sequelas que diminuam a capacidade 
laborativa.
 • Em litígios na justiça que envolvam trabalhadores são constantes 
os diagnósticos relacionados com depressão, síndrome do pânico, 
transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade 
generalizada, síndrome de Burnout e assédio moral, informa Barros 
e Teixeira (2015).
O Conselho Federal de Medicina, em sua resolução nº 2.183, de 21 
de junho de 2018 determina que:
Art. 13. São atribuições e deveres do médico perito judicial e 
assistentes técnicos:
I - examinar clinicamente o trabalhador e solicitar os exames 
complementares, se necessários;
II - o médico perito judicial e assistentes técnicos, ao 
vistoriarem o local de trabalho, devem fazer-se acompanhar, 
se possível, pelo próprio trabalhador que está sendo objeto 
da perícia, para melhor conhecimento do seu ambiente de 
trabalho e função;
III - estabelecer o nexo causal, considerando o exposto no 
artigo 2º e incisos (redação aprovada pela Resolução CFM 
nº 1.940/2010) e tal como determina a Lei nº 12.842/2013, ato 
privativo do médico. 
Macedo (2008) ainda lembra que é fundamental que a atividade 
desenvolvida pelo serviço de Medicina do Trabalho tenha o seu trabalho 
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abalizado nos Códigos de Ética Médica e de Conduta do Médico do 
Trabalho. 
RESUMINDO:
Neste capítulo você deve ter compreendido que o acidente 
de trabalho é toda lesão corporal ou perturbação funcional 
que acontece com o empregado durante suas atividades 
laborais; que os tipos de acidentes podem ser acidente típico, 
acidente de trajeto e doenças profissionais ou do trabalho. 
Viu que as doenças profissionais são aquelas produzidas 
ou desencadeadas pelo exercício profissional peculiar à 
determinada atividade e que as doenças do trabalho são 
aquelas desencadeadas em função de condições especiais 
em que o trabalho é realizado e com ele se relacionam 
diretamente, assim como também entendeu que elas podem 
ser provocadas pelos agentes físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e mecânicos. Por fim, conheceu como deve ser 
a conduta do médico do trabalho e do perito, devendo ser 
sempre pautada na ética e na conduta médica do trabalho.
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53Ergonomia e Medicina do Trabalho
Elaine Christine Pessoa Delgado 
Marcos Rodolfo da Silva
Giselly Santos Mendes
Ergonomia e Medicina do 
Trabalho

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