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Concreto armado na construção civil

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MATERIAIS DA 
CONSTRUÇÃO
Hudson Goto
Concreto armado 
na construção civil: 
propriedades, 
execução e ensaios
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir os materiais que constituem o concreto armado.
 � Relacionar as etapas de execução e os cuidados necessários na 
concretagem.
 � Identificar as normas técnicas, os ensaios e as patologias relacionadas 
ao concreto armado.
Introdução
Neste capítulo, você estudará os conceitos que definem e diferenciam o 
concreto armado dos demais tipos de compostos, bem como conhecerá 
seus materiais constituintes e suas principais características, estudando sua 
execução em campo, desde a etapa de formas até a concretagem e cura, 
além de conhecer as principais normas técnicas, ensaios e manifestações 
patológicas referentes a esse material.
Como o concreto simples, o concreto armado é um material hetero-
gêneo, composto por materiais que apresentam características distintas, 
porém apresentando uma propriedade adicional: maior capacidade de 
resistência aos esforços de tração, o que ocorre em praticamente todas as 
estruturas de concreto armado. Dessa forma, com a adição de um novo 
elemento a essa composição, surgem novas propriedades e comporta-
mentos, demandando novos estudos, com focos de análise diferenciadas, 
fornecendo informações fundamentais a serem utilizadas tanto na etapa 
de projetos quanto durante a fase executiva, na própria obra.
Assim, entender esses conceitos e sua forma de aplicação nas es-
truturas de concreto armado proporcionará uma maior capacidade de 
interpretar o comportamento do material ao longo de sua vida útil, dando 
suporte para execuções, manutenções e, eventualmente, reparos e re-
cuperações mais eficientes.
Concreto armado: conceituação e materiais 
constituintes
De maneira geral, o concreto armado é obtido pela associação do concreto 
simples com a armadura convenientemente posicionada (armadura passiva), 
de tal modo que ambos resistam solidariamente aos esforços atuantes.
O concreto simples, em geral, é pouco adequado como elemento estrutural 
resistente, pois apresenta boa resistência à compressão, mas pouca à tração 
(cerca de 10% da resistência à compressão), tipo de solicitação normalmente ve-
rificado em quase todas as estruturas usuais. Compreendem exemplos bastante 
comuns os elementos fletidos, nos quais, em uma mesma seção transversal, 
são formadas tensões de compressão e tração, conforme ilustrado na viga da 
Figura 1. Nesse caso, a ruptura da viga de concreto simples é brusca, tão logo 
a resistência à tração do concreto é superada e surge a primeira fissura. Ao 
colocar-se a armadura passiva na região na qual ocorrem as tensões de tração, 
eleva-se a capacidade resistente da viga (BASTOS, 2006; CARVALHO, 2007).
Figura 1. Comparação do comportamento à flexão de viga em concreto simples e armada.
Fonte: Adaptada Pfeil (1989).
Viga em concreto simples
Viga em concreto armado
Solicitações na
seção transversal
Concreto
TraçãoArmaduraFissuras
Compressão
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios2
O detalhe do comportamento das seções (aa, a’a’, bb e b’b’) e das armaduras 
de uma viga submetida a flexão pura pode ser visualizado na Figura 2 — sendo 
o momento fletor M igual nas duas extremidades, a armadura longitudinal 
inferior será tracionada. A linha neutra indica o local onde as tensões normais 
são nulas na seção transversal.
Figura 2. Detalhe das armaduras e do comportamento de viga submetida à flexão pura.
Fonte: Adaptada de Clímaco (2008).
Portanto, aço e concreto trabalham solidariamente, situação possível em 
razão das forças de aderência entre a superfície do aço e o concreto, pois as 
barras de aço tracionadas somente funcionam quando começam a ser alongadas 
pela deformação do concreto que as envolve; por isso, caracterizam-se como 
armaduras passivas. Logo, é a aderência que define o elemento estrutural 
concreto armado (CARVALHO, 2007; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2014).
Em relação à composição dos materiais, o concreto simples refere-se à 
associação da argamassa (cimento + água + agregado miúdo) com o agregado 
graúdo. Em alguns casos, pode-se obter microconcretos, aqueles nos quais 
os agregados graúdos têm dimensões reduzidas, e concretos especiais, como 
o concreto de alto desempenho (CAD), de alta resistência inicial (CAR), au-
toadensável (CAA), etc. (CARVALHO, 2007). A armadura passiva, por sua 
vez, é normalmente composta pelo aço, devendo apresentar boa resistência 
à tração e maior deformabilidade em relação ao concreto (BASTOS, 2006).
Analisando conjuntamente, pode-se citar algumas características da combi-
nação desses materiais, como a proximidade entre os coeficientes de dilatação 
térmica do concreto e do aço (αconcreto = 1 × 10
-5°C-1 e αaço = 1,2 × 10
-5°C-1) e a 
3Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
capacidade de proteção, em condições normais, do concreto ao envolver o aço, 
reduzindo a oxidação e a ação de altas temperaturas (CARVALHO, 2007).
Para a produção das armaduras passivas, no mercado brasileiro produzem-
-se barras e fios de aço, designadas com o prefixo CA, indicativo de emprego 
no concreto armado. As barras são os produtos de diâmetro nominal 6,3 mm 
ou superior, obtidos exclusivamente por laminação a quente, sem processo 
posterior de deformação mecânica. Os fios são produtos com diâmetro no-
minal 10 mm ou inferior, obtidos a partir de fio-máquina por trefilação ou 
laminação a frio (FUSCO, 1995). A NBR 7480:2007 admite os seguintes 
diâmetros padronizados Quadro 1 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR-
MAS TÉCNICAS, 2007).
Fonte: Adaptado de Associaçâo Brasileira de Normas Técnicas (2007).
Material Diâmetro (mm)
Barras 6,3 8 10 12,5 16 20 22 25 32 40 — — —
Fios 2,4 3,4 3,8 4,2 4,6 5 5,5 6,0 6,4 7 8 9,5 10
Quadro 1. Diâmetros nominais de barras e fios
De acordo com as características mecânicas, as barras e os fios são clas-
sificados, conforme o valor característico da resistência de escoamento, nas 
categorias CA-25, CA-50 e CA-60 (apenas para fios). O número na sequência, 
após o prefixo CA, indica o valor característico de fyk em kN/cm
2. Os diâmetros 
e as seções transversais nominais são estabelecidos pela NBR 7480:2007. Os 
aços da categoria CA-25 são lisos, podendo-se utilizá-los em estruturas de 
concreto armado, embora sejam pouco utilizados atualmente. Empregam-se 
os aços da categoria CA-50 em armaduras longitudinais de flexão, podendo 
ser utilizados, por exemplo, em telas soldadas, estribos, treliças e armaduras 
de pele, de lajes e de pisos (FUSCO, 1995).
Para a categoria CA-50, as barras devem obrigatoriamente ser providas de 
nervuras transversais oblíquas (Figura 3) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2008), para aumentar a ancoragem quando envolvidas 
pelo concreto fresco. 
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios4
Figura 3. Nervuras longitudinais de barras de aço CA-50.
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2008).
Nervuras transversais
oblíquasA 3/4
A 1/4A 1/2
b
e
β
b = altura da nervura longitudinal.
A 1/4 = altura da nervura a 1/4 do seu comprimento.
A 1/2 = altura da nervura a 1/2 do seu comprimento.
A 3/4 = altura da nervura a 3/4 do seu comprimento.
e = espaçamento entre nervuras.
β = ângulo entre o eixo da nervura oblíqua e o eixo da barra.
Os fios podem ser lisos, entalhados ou nervurados, e o diâmetro nominal 
de 10 mm deve ter obrigatoriamente entalhes ou nervuras (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008).
Complementando a especificação do tipo de armadura, faz-se necessária a 
caracterização da capacidade de aderência das barras de aço ao concreto, feita 
por meio do coeficiente de conformação superficial das barras (η), conforme 
a NBR 6118:2014 (Quadro 2).
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014).
Tipo de superfície η1
Lisa 1
Entalhada 1,4
Nervurada 2,25Quadro 2. Valor do coeficiente de aderência (η1)
5Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
A escolha do tipo de aço tem como base condições econômicas, em especial 
da disponibilidade de mercado; contudo, em geral, em obras convencionais, o 
aço CA-50 representa a primeira alternativa (FUSCO, 1995). Os aços CA-50 e 
CA-60 são soldáveis, característica útil para estruturas em concreto armado. 
O aço CA-60, que apresenta maior resistência, possibilita a redução nas se-
ções de concreto, tornando as estruturas mais esbeltas e leves, como quando 
utilizadas em vigotas de lajes pré-moldadas. De modo geral, a NBR 6118:2014 
considera os seguintes valores para os aços (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2014):
 � massa específica – 7.850 kg/m3;
 � módulo de elasticidade – 210 GPa.
Em conjunto com as armaduras passivas, têm-se os estribos, constituídos 
pelas armaduras transversais, com duas finalidades: resistir às tensões de 
tração resultantes do cisalhamento, pela atuação da força cortante ou do 
momento torsor; e atuar como armadura de montagem, mantendo as barras 
passivas posicionadas longitudinalmente no momento da concretagem da peça 
(CLÍMACO, 2008) (Figura 4).
Figura 4. Exemplo de armadura com indicação do estribo retangular.
Fonte: Adaptada de Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (2015).
a) b)Barras longitudinais 25 cm
25 cm
35 cm35 cm ø10 cm
Estribos
Quando se produzem as armaduras em obra, ou seja, quando cortadas, 
dobradas e montadas no local, é comum utilizar arames recozidos para as 
amarrações entre armaduras passivas e estribos. Normalmente, têm diâmetro 
de 1,24 mm ou 1,65 mm (Figura 4) (BASTOS, 2006).
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios6
Ainda segundo Bastos (2006), pode-se citar as telas soldadas, bastante 
úteis nas obras, o que promove economia de tempo e mão de obra. São assim 
chamadas por terem as barras soldadas entre si nos encontros (nós). No mer-
cado, existem diversos tipos de telas soldadas padronizadas, com diferenças 
quanto a distâncias e diâmetros dos fios, geralmente no fio CA-60, podendo 
ser aplicadas em lajes, pisos, calçamentos, piscinas, etc.
Execução de estruturas em concreto armado
A condição inicial para a execução de estruturas em concreto armado consiste 
na elaboração de um projeto com padrão técnico adequado, que forneça todos 
os elementos necessários. Caso isso seja cumprido, a qualidade da execução 
dependerá, então, dos seguintes fatores seguintes: adequação da mão de obra, 
dos equipamentos e do controle de qualidade dos materiais.
De forma geral, a execução de estruturas em concreto armado pode seguir 
um esquema básico de produção, com a qualidade especificada, conforme o 
fluxograma apresentado na Figura 5.
Figura 5. Fluxograma genérico para execução de estruturas em concreto armado.
Fonte: Adaptada de Barros, Melhado e Araújo (2006, p. 20).
Produção e
preparo das fôrmas
Preparo das armaduras
Preparo do
concreto
Embutidos
Montagem
Transporte
Concretagem
• lançamento
• adensamento
• cura
Desforma
Peça pronta
Uma das primeiras etapas refere-se à execução das fôrmas, podendo-se 
afirmar que a qualidade global da estrutura dependerá muito da qualidade 
7Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
das fôrmas e dos cimbramentos. De acordo com Barros, Melhado e Araújo 
(2006), as principais funções das fôrmas consistem em:
 � dar forma ao concreto armado;
 � conter o concreto fresco e sustentá-lo até que atinja resistência suficiente;
 � servir de suporte para o posicionamento das armaduras, permitindo 
o posicionamento de espaçadores a fim de garantir a execução dos 
cobrimentos especificados;
 � servir de suporte para o posicionamento de elementos de instalações 
e outros itens embutidos;
 � servir de estrutura provisória para as atividades de armação e concre-
tagem, devendo resistir às cargas provenientes do seu peso próprio, de 
pessoas, equipamentos e materiais;
 � proteger o concreto novo contra choques mecânicos;
 � limitar a perda de água de amassamento do concreto, favorecendo as 
reações químicas de cura do cimento.
Ainda segundo Barros, Melhado e Araújo (2006), as fôrmas devem apre-
sentar baixa aderência ao concreto, facilitando os procedimentos de desforma 
e evitando danos na superfície do elemento de concreto.
Sobre os elementos constituintes, o sistema de fôrmas pode ser composto 
por molde, estrutura do molde, escoramento (cimbramento) e peças acessórias 
(Figura 6) (BARROS; MELHADO; ARAÚJO, 2006).
Figura 6. Exemplo de a) molde, b) estrutura do molde e c) escoramento.
Fonte: Adaptada de Barros, Melhado e Araújo (2006, p. 28-33).
a) c)b)
O molde é o elemento que caracteriza a forma da peça, entrando em contato 
direto com o concreto, definindo o formato e a textura conforme especificações 
de projeto, podendo ser dividido em painéis de laje, fundos e faces de vigas 
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios8
e faces de pilares. Pode ser executado, por exemplo, em madeira, materiais 
metálicos ou plástico.
A estrutura do molde refere-se à parte que proporciona a sustentação, o 
travamento e o enrijecimento do molde, garantindo que não se deforme durante 
as atividades de armação e concretagem, sendo normalmente constituído de 
gravatas, sarrafos acoplados aos painéis e travessões. Pode ser executado em 
madeira, materiais metálicos ou misto de madeira e elementos metálicos.
O escoramento ou cimbramento é a estrutura que dá apoio às fôrmas, 
destinado a transmitir os esforços da estrutura do molde para algum ponto 
de suporte no solo ou na própria estrutura de concreto, sendo genericamente 
constituído por guias, pontaletes e pés-direitos. Pode ser executado, por exem-
plo, em madeira ou perfis tubulares e torres.
Os acessórios consistem em componentes utilizados para nivelamento, 
prumo e locação das peças, constituídos normalmente por aprumadores, 
sarrafos e cunhas; podem ser em madeira ou aço.
Em relação à etapa de montagem das armaduras, Barros, Melhado e Araújo 
(2006) apresentam o fluxograma da Figura 7 que contempla um conjunto 
básico de operações que podem ser seguidas.
Figura 7. Fluxograma para produção das armaduras de estruturas em concreto armado.
Fonte: Adaptada de Barros, Melhado e Araújo (2006, p. 52).
Compra e
recebimento
do aço
Estocagem
Corte
Dobra
Controle
Pré-montagem Transporte
Montagem
Controle
Controle
Controle de
qualidade
9Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
Após a etapa de compra, recebimento e estocagem, tem-se a etapa exe-
cutiva de corte da armadura, na qual os fios e barras podem ser cortados 
com equipamentos como talhadeiras, tesourões especiais, máquinas de corte 
manuais ou mecânicas e, eventualmente, discos de corte. Nessa fase, deve-se 
tomar cuidado especial com o planejamento de corte do material, visando a 
otimizar a sua utilização, evitando desperdícios.
Após o corte dos fios e barras, há a etapa de dobramento, normalmente efe-
tuada sobre bancadas de madeira, em que se fixam diversos pinos para facilitar 
a dobra do material (Figura 8). Segundo Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial (2015), atualmente existem empresas especializadas em produzir 
estribos, tornando-se uma opção econômica no caso de grandes quantidades.
Figura 8. Pinos de dobramento de barras.
Fonte: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (2015).
Pinos suportes Diâmetro do pino
Diâmetro da barra (ø)
(Bitola)
D
Em razão de elevados índices de perdas do material nos processos de corte, dobra 
e montagem no canteiro de obras, que podem variar da ordem de 6 a 14%, além do 
elevado tempo para execução destas atividades, o aço cortado e dobrado de fábrica 
tem se tornado uma alternativa viável economicamente (PEINADO; MORI; MIOTTO, 2013).
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios10
Na sequência, tem-se a montagem da armadura, etapa em que a ligação das 
barrasentre si ou com os estribos é feita com a utilização de arame recozido. 
Os arames normalmente indicados são os arames recozidos nº. 18 ou nº. 20. 
Um ponto a considerar no planejamento consiste em definir quais peças podem 
ser montadas no próprio pátio de armação e quais serão nas próprias fôrmas. 
Para isso, deve-se considerar fatores como dimensões das peças, sistema de 
transporte disponível em obra, espessura das barras para resistir aos esforços 
de transporte da peça montada, etc. (BARROS; MELHADO; ARAÚJO, 2006).
A montagem das armaduras deve estar sempre de acordo com o projeto 
estrutural elaborado especificamente para a obra em questão. Eventuais neces-
sidades de mudança precisam ser sempre solicitadas ao projetista responsável. 
Já a conferência deve ser feita em relação a ancoragens, ganchos, transpasses, 
bitolas, espaçamentos, instalação de espaçadores, etc. Atentar-se especial-
mente à manutenção e à garantia do cobrimento do concreto especificado, 
com a utilização de espaçadores, e ao eventual posicionamento incorreto da 
armadura negativa (Figura 9).
Figura 9. Exemplos de espaçadores.
Fonte: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (2015).
A NBR 6118:2014 estabelece os cobrimentos nominais mínimos para 
estruturas em concreto armado apresentados no Quadro 3 (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014).
11Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014).
Tipo de 
estrutura
Classe de agressividade ambiental
I II III IV
Cobrimento nominal (mm)
Lajes 20 25 35 45
Viga/pilar 25 30 40 50
Quadro 3. Cobrimento nominais mínimos conforme classe de agressividade ambiental
As classes de agressividade ambiental são assim definidas (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014):
 � classe I — agressividade fraca. Ambientes rurais ou submersos, com 
insignificante risco de deterioração da estrutura;
 � classe II – agressividade moderada. Ambientes urbanos, com pequeno 
risco de deterioração da estrutura;
 � classe III – agressividade forte. Ambientes marinhos ou industriais, 
com grande risco de deterioração da estrutura;
 � classe IV – agressividade muito forte. Ambientes industriais ou respin-
gos de maré, com elevado risco de deterioração da estrutura.
Após a montagem das armaduras, tem-se a concretagem das estruturas, 
composta pelas etapas de lançamento, adensamento e cura do concreto, na 
qual alguns cuidados devem ser tomados, conforme descrito a seguir.
Previamente ao lançamento, recomenda-se efetuar o controle tecnológico 
antes de sua aplicação, com a realização dos ensaios de abatimento do tronco 
de cone e de resistência à compressão axial. Adicionalmente, o engenheiro 
residente ou responsável pela obra deverá conferir as armaduras, verificando se 
está de acordo com o projeto (BARROS; MELHADO; ARAÚJO, 2006). Ainda, 
deve-se verificar a instalação e o posicionamento de eletrodutos e caixas de 
passagem, além de evitar a redução de seções de elementos estruturais com a 
passagem de tubos de queda, esgoto ou calhas, embutidas em peças concretadas, 
como os pilares. Esse tipo de arranjo pode dificultar futuras manutenções. 
Cuidado especial também deve ser dado à execução de furos transversais aos 
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios12
elementos estruturais, evitando pontos de tensões excessivas, de flexão ou 
cisalhamento, que poderiam diminuir sua capacidade de resistência.
Na etapa de lançamento e adensamento, deve-se, no caso de pilares, efetuá-
-los em camadas não superiores a 50 cm (BARROS; MELHADO; ARAÚJO, 
2006). Neville e Brooks (2013) ainda citam alguns cuidados, como lançar o 
concreto em camadas uniformes (e não em grandes montes), manter uma 
espessura de camada compatível com a fôrma de vibração, manter as mesmas 
velocidades de lançamento e adensamento, adensar totalmente cada camada 
antes do lançamento da próxima e evitar impactos entre o concreto e as fôrmas 
ou armaduras (Figuras 10 e 11).
Figura 10. Exemplos de lançamentos corretos e incorretos.
Fonte: Neville e Brooks (2013).
Anteparo
Correto Incorreto Incorreto
Figura 11. Exemplos de adensamentos corretos e incorretos.
Fonte: Neville e Brooks (2013).
Correto Incorreto
13Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
O concreto deve estar compactado ao máximo dentro da fôrma, eliminando-
-se as bolhas de ar, de maneira a não deixar vazios, de preferência mecanica-
mente (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, 2015). 
Para garantir um bom adensamento, a NBR 6118:2014 cita a necessidade de 
prever no detalhamento da disposição das armaduras espaço suficiente para a 
entrada da agulha do vibrador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2014).
É preciso efetuar a cura do concreto, tratamento dado durante o seu período 
de endurecimento, evitando a evaporação acelerada da água de amassamento 
(SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, 2015).
A etapa de desforma encerra o ciclo de produção das estruturas de concreto 
armado, retirando-se as fôrmas e os escoramentos, após o tempo de cura do 
concreto, normalmente dado por:
 � 3 dias para retirada de fôrmas das faces laterais;
 � 7 dias para retirada de fôrmas de fundo, deixando algumas escoras;
 � 21 dias para retirada total do escoramento (BARROS; MELHADO; 
ARAÚJO, 2006).
Atentar-se especialmente à sequência de retirada das escoras. A retirada 
do escoramento de uma viga biapoiada ou laje apoiada em todos os lados, por 
exemplo, deve sempre iniciar do centro para os apoios ou bordas, simulando 
o mesmo comportamento estrutural para o qual a estrutura foi dimensionada.
Normas técnicas, ensaios e patologias das 
estruturas em concreto armado
Algumas normas que apresentam diretrizes para as estruturas em concreto 
armado são descritas a seguir.
A NBR 6118:2014 — “Projeto de estruturas de concreto” — pode ser con-
siderada uma das principais normas regulamentadoras referentes às estruturas 
em concreto armado. Essa norma estabelece os requisitos básicos exigíveis 
para o projeto de estruturas de concreto simples, armado e protendido, exceto 
aquelas em que se empregam concreto leve, pesado ou outros especiais. Deve 
ser empregada para estruturas de concreto normais com massa específica seca 
maior que 2.000 kg/m3, não excedendo 2.800 kg/m3, do grupo I de resistência 
(C20 a C50) e do grupo II de resistência (C55 a C90), conforme a classificação 
da NBR 8953:2015. Segundo a NBR 6118:2014, para ambientes urbanos, por 
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios14
exemplo, a classe de concreto ou fck mínimo deve ser de 25 MPa (ASSOCIA-
ÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014).
Quanto aos requisitos de qualidade das estruturas de concreto armado, a 
NBR 6118:2014 afirma que estas devem atender a critérios mínimos de quali-
dade durante sua construção e serviço, como (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2014):
 � capacidade resistente — segurança da estrutura;
 � desempenho em serviço — capacidade da estrutura de manter-se 
em condições plenas de utilização durante sua vida útil, não podendo 
apresentar danos que comprometam em parte ou totalmente o uso para 
o qual foi projetada;
 � durabilidade — capacidade da estrutura de resistir às influências 
ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto 
estrutural e pelo contratante, no início dos trabalhos de elaboração 
do projeto.
De acordo com a NBR 6118:2014, a qualidade da solução estrutural adotada deve 
considerar as condições arquitetônicas, funcionais, construtivas, estruturais e de inte-
gração com os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar-condicionado, etc.), explicitadas 
pelos responsáveis técnicos de cada especialidade, com a anuência do contratante 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014). Portanto, o projeto estrutural 
não deve ser desenvolvido isoladamente, fazendo parte de uma solução multidisciplinar.
Em relação à durabilidade, asestruturas de concreto devem ser projetadas 
e construídas de modo que, sob as condições ambientais previstas na época do 
projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem sua 
segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o prazo correspondente 
à sua vida útil. Por vida útil, entende-se o período durante o qual se mantêm 
as características das estruturas de concreto, sem intervenções significati-
vas, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo 
projetista e pelo construtor, bem como de execução dos reparos necessários 
decorrentes de danos acidentais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2014).
15Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
A NBR 6118:2014 ainda cita requisitos referentes à qualidade do concreto 
de cobrimento e detalhamento das armaduras, ao controle de fissuração, à 
inspeção e manutenção preventiva, às propriedades dos materiais (concreto 
e aço), ao comportamento conjunto de concreto e aço, à segurança e estados-
-limites de dimensionamento, às ações atuantes e resistências requeridas, a 
demais análises estruturais e ao detalhamento de elementos (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014). 
A NBR 6120:1980 — “Cargas para o cálculo de estruturas de edificações” — 
fixa as condições exigíveis para a determinação dos valores das cargas que 
devem ser consideradas no projeto de estrutura de edificações, qualquer que 
seja sua classe e destino, salvo os casos previstos em normas especiais. Basi-
camente, essa norma classifica as cargas em duas categorias (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1980):
 � cargas permanentes — constituídas pelo peso próprio da estrutura 
e pelo peso de todos os elementos construtivos fixos e instalações 
permanentes;
 � cargas acidentais — podem atuar sobre a estrutura de edificações em 
razão do seu uso (pessoas, móveis, materiais diversos, veículos, etc.).
Ainda, descreve o peso próprio de alguns materiais de construção, como 
rochas, blocos artificiais, revestimentos e concretos, madeiras, metais e ma-
teriais diversos, bem como de alguns valore mínimos de cargas verticais de 
acordo com o tipo de ambiente analisado.
A NBR 6123:1988 — “Forças devidas ao vento em edificações” — fixa 
as condições exigíveis ao considerar as forças resultadas da ação estática e 
da dinâmica do vento para efeitos de cálculo de edificações. Considera os 
efeitos de pressão, forma e dimensões da edificação, velocidade do vento, 
topografia do local, rugosidade do terreno, entre outros fatores (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1988).
A NBR 8953:2015 — “Concreto para fins estruturais: classificação por 
grupos de resistência” — estabelece as classes do concreto por sua massa 
específica, resistência à compressão axial e consistência. Os concretos para 
fins estruturais são classificados nos grupos I e II, conforme a resistência 
característica à compressão (fck), determinada a partir do ensaio de corpos 
de prova moldados de acordo com a NBR 5738:2015 (versão corrigida 2016) 
e rompidos conforme a NBR 5739:2018 (Quadro 4), permitindo-se a especi-
ficação de valores intermediários. De acordo com essa norma, os concretos 
com classe de resistência inferior à C20 não são considerados estruturais.
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios16
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2018).
Classe de 
resistência grupo I
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
Resistência 
característica à 
compressão (MPa)
20 25 30 35 40 45 50
Classe de 
resistência 
grupo II
C55 C60 C70 C80 C90 C100
Resistência 
característica à 
compressão (MPa)
55 60 70 80 90 100
Quadro 4. Classes de resistência de concreto estruturais
Ainda de acordo com a NBR 8953:2015, os concretos classificam-se por 
sua consistência no estado fresco, determinada a partir do ensaio de abati-
mento pela NBR NM 67:1998 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2015).
Em relação aos ensaios, podem ser executados no concreto tanto no seu 
estado fresco quanto endurecido.
No estado fresco, pode-se citar a NBR 5738:2015, que prescreve proce-
dimentos para a moldagem e a cura de corpos-de-prova (CP) cilíndricos de 
concreto utilizados posteriormente nos demais ensaios no estado endurecido, 
como de compressão e tração por compressão diametral (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Ainda no estado fresco, o 
ensaio de abatimento do tronco de cone, estabelecido pela NBR NM 67:1998, 
visa a especificar um método para determinar a consistência do concreto fresco 
pela medida do seu assentamento, em laboratório e obra (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1998).
No estado endurecido, o ensaio para determinação da resistência à com-
pressão axial para o concreto é estabelecido pela NBR 5739:2018 – “Ensaio 
de compressão de corpos de prova cilíndricos de concreto” (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2018). Para a determinação da 
resistência à tração, os procedimentos são definidos pela NBR 7222:2011, 
por meio do ensaio de compressão diametral (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2011). De modo complementar, o módulo está-
17Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
tico de elasticidade à compressão do concreto pode ser determinado pela 
NBR 8522:2017 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2017).
Para a estrutura em operação, a NBR 9607:2012 estabelece as provas 
de cargas, definidas como o conjunto de atividades destinadas a analisar o 
desempenho de uma estrutura por meio da medição e do controle de efeitos 
causados pela aplicação de ações externas de intensidade e natureza previa-
mente estabelecidas. Definem-se os carregamentos de prova como o conjunto 
de ações externas dimensionadas segundo critérios preestabelecidos e que, 
aplicados à estrutura, a submetem a esforços solicitantes de intensidades 
compatíveis ou representativas da finalidade prevista para sua utilização. O 
carregamento deve ser dimensionado de modo a não ocasionar qualquer dano 
de caráter irreversível à estrutura.
De forma mais genérica, pode-se citar a NBR 12654:1992, cancelada em 
19 fev. 2015, que fixava as condições para a realização de controle tecnológico 
dos materiais componentes do concreto, para comprovar que os materiais em-
pregados na mistura do concreto atendem aos requisitos exigidos nas demais 
normas. Os responsáveis pela programação e realização das atividades devem 
ter qualificação e experiência comprovadas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 1992). Do mesmo modo, a NBR 12655:2015, 
que substituiu a NBR 12654:1992, estabelece requisitos para: propriedades 
do concreto fresco e endurecido e suas verificações; composição, preparo e 
controle do concreto; aceitação e recebimento do concreto. Ainda, abrange 
concretos preparados pelo construtor em obra, por empresas de serviços 
de concretagem e outras modalidades (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2015).
Para obter mais informações sobre as normas técnicas disponíveis, você pode acessar 
o site da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) no link a seguir.
www.abnt.org.br
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios18
As estruturas em concreto armado podem apresentar manifestações pato-
lógicas ao longo de sua vida útil, como as fissuras (Figura 12), consideradas 
um tipo bastante comum nessas estruturas, com características variadas de 
acordo com sua origem, intensidade ou magnitude. Conforme Souza e Ripper 
(1996), o processo de fissuração pode ser originado por causas intrínsecas, 
quando iniciada e provocada por processos no interior das estruturas em 
concreto, e extrínsecas, provocada por fatores externos às estruturas. As 
fissuras podem, ainda, ser ativas, quando a causa responsável por sua gera-
ção ainda atua sobre a estrutura, e inativas, quando a causa, sentida durante 
certo tempo, deixa de existir. Algumas causas das fissuras podem consistir 
em deficiências de projeto, contraçãoplástica do concreto, movimentação de 
fôrmas e escoramentos, retração do concreto, reações expansivas, corrosão 
de armaduras, recalques diferenciais, etc.
Figura 12. Configurações de fissuras em virtude de deficiências de projeto.
Fonte: Souza e Ripper (1996).
a) �exão c) cortante e) perda de aderência
f ) cargas concentradas
�ssuras de �exão
�ssuras ao longo da barra
b) tração d) torção
A movimentação de fôrmas e escoramentos também pode provocar 
deformações acentuadas na peça, alterando sua geometria, o que resulta na 
perda de resistência e no desenvolvimento do quadro de fissuração, conforme 
a Figura 13 (SOUZA; RIPPER, 1996).
19Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
Figura 13. Fissuras resultantes de movimentações de fôrmas e escoramentos.
Fonte: Souza e Ripper (1996).
Movimentação de formas ou
escoramento
Deslocamento
de formas
A corrosão de armaduras, outro tipo de manifestação patológica comum 
em estruturas de concreto armado, pode ser definida como uma deterioração do 
material, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não 
a esforços mecânicos. Esse processo se caracteriza pela destruição da película 
passivante (protetora) existente na superfície da barra de aço, formada como 
resultado do impedimento da dissolução do ferro pela elevada alcalinidade da 
solução aquosa proporcionada pelo concreto de cobrimento, a qual, por sua 
vez, corresponde à parcela da água de amassamento do concreto que preenche 
os veios capilares da massa (SOUZA; RIPPER, 1996).
Nas regiões do elemento estrutural em que o recobrimento de concreto 
não é adequado, seja pela espessura, seja pela composição inadequada do 
material, a corrosão (Figura 14) pode iniciar-se e formar subprodutos, como 
os oxi-hidróxidos de ferro, que passam a ocupar volumes de 3 a 10 vezes 
superiores ao volume original do aço da armadura, podendo causar pressões 
de expansão superiores a 15 MPa. Essas tensões provocam, inicialmente, a 
fissuração do concreto na direção paralela à armadura corroída, o que favorece 
a penetração do CO2, provocando a carbonatação, e de agentes agressivos, 
como cloretos e sulfatos, causando, e até mesmo acelerando, o lascamento do 
concreto (RIBEIRO, 2013).
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios20
Figura 14. Processo de evolução da corrosão das armaduras: a) penetração de agentes 
agressivos pelo concreto de cobrimento; b) fissuração em razão das forças de expansão 
dos produtos de corrosão; c) desplacamento do concreto e corrosão acentuada; d) redução 
da seção da armadura.
Fonte: Ribeiro (2013).
a) b)
c) d)
1. Os projetos estruturais de uma edificação são elaborados de acordo com as 
normas vigentes, a partir de suas definições e nomenclaturas, com o objetivo 
de uniformizar o padrão de registro das informações. Diante dessa informação, 
assinale a alternativa correta que apresenta o significado da especificação 
“Concreto C25 com barras de aço CA-50”.
a) Concreto estrutural com fck = 25 MPa e aço para concreto armado com 
fyk = 50 kN/cm
2, conforme as NBR 8.953/2015 e 7.480/2008, respectivamente.
b) Concreto estrutural com fck = 25 kN/cm
2 e aço para concreto armado com 
fyk = 50 MPa, conforme as NBR 8.953/2015 e 7.480/2008, respectivamente.
c) Concreto estrutural com cobrimento de 25 mm e aço para concreto 
armado com fyk = 50 kN/cm
2, conforme as NBR 7.480/2008 e 8.953/2015, 
respectivamente.
d) Concreto estrutural com tensão de escoamento de 25 MPa e aço para 
concreto armado com fyk = 50 kN/cm
2, conforme as NBR 8.953/2015 e 
7.480/2008, respectivamente.
e) Concreto estrutural com tensão de escoamento de 25 MPa e aço para 
concreto armado com fyk = 50 MPa, conforme as NBR 7.480/2008 e 
8.953/2015, respectivamente.
2. Após a inspeção das vigas em concreto armado das estruturas de uma 
edificação, você verificou a formação de fissuras transversais intensas, 
21Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
características dos esforços de flexão, bem como no sentido longitudinal das 
armaduras de tração, conforme a figura a seguir. Assinale a alternativa correta 
sobre as causas do comportamento descrito.
Fissuras ao longo da barra
a) Fissuras transversais em virtude do esmagamento do concreto de 
cobrimento na região das armaduras longitudinais.
b) Fissuras longitudinais em virtude da falta de aderência do concreto aos 
estribos.
c) Fissuras longitudinais em virtude da falta de aderência do concreto às 
armaduras longitudinais.
d) Fissuras transversais em virtude da falta de aderência do concreto aos 
estribos.
e) Fissuras transversais em virtude do esmagamento do concreto de 
cobrimento na região dos estribos.
3. As armaduras dos elementos de concreto armado devem ser dimensionadas 
conforme os esforços atuantes; caso contrário, um dimensionamento 
insuficiente, podem ocorrer manifestações patológicas, como as fissuras. Diante 
dessa informação, assinale a alternativa correta sobre as causas da formação das 
fissuras na viga apresentada a seguir.
a) Armadura longitudinal insuficiente para combater os esforços de 
cisalhamento.
b) Estribos insuficientes para combater os esforços de cisalhamento.
c) Estribos insuficientes para combater os esforços de tração.
d) Armadura longitudinal e estribos insuficientes para combater os esforços de 
cisalhamento.
e) Armadura longitudinal insuficiente para combater os esforços de tração.
4. Você está planejando a concretagem das estruturas de uma edificação que 
devem apresentar acabamento tipo “concreto aparente”, ou seja, sem a aplicação 
de revestimentos posteriores, conforme a figura a seguir, demandando, assim, 
cuidados especiais nas etapas de execução. Diante dessa informação, assinale a 
alternativa correta que apresenta os procedimentos mais adequados a adotar.
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios22
Fonte: Fotografiecor.nl/Shutterstock.com.
a) Os moldes das formas deverão apresentar alta aderência e baixa 
estanqueidade ao concreto, evitando a formação de nata de cimento. A 
estrutura do molde e os escoramentos deverão garantir a movimentação das 
formas durante o lançamento do concreto, evitando rupturas bruscas.
b) Os moldes das formas deverão apresentar baixa aderência e alta 
estanqueidade ao concreto, evitando fugas de água de amassamento ou 
argamassa pelas juntas. A estrutura do molde e os escoramentos deverão 
garantir a rigidez das formas durante o lançamento do concreto.
c) A estrutura do molde e os escoramentos das formas deverão garantir a alta 
estanqueidade e a baixa aderência ao concreto durante o seu lançamento. 
Os moldes deverão proporcionar rigidez às formas durante o lançamento do 
concreto.
d) A estrutura do molde e os escoramentos das formas deverão garantir a baixa 
estanqueidade e a alta aderência ao concreto durante o seu lançamento. 
Os moldes deverão proporcionar movimentação às formas durante o 
lançamento do concreto, evitando rupturas bruscas.
e) Os moldes das formas deverão apresentar baixa aderência e alta 
estanqueidade ao concreto, evitando fugas de água de amassamento ou 
argamassa pelas juntas. A estrutura do molde e os escoramentos deverão 
garantir movimentação às formas durante o lançamento do concreto, 
evitando rupturas bruscas.
5. A corrosão das armaduras de uma estrutura em concreto armado pode ser 
provocada e agravada pelo acesso de agentes agressivos no interior da estrutura, 
que entram em contato com o aço, resultando na sua deterioração. Assinale 
a alternativa correta a respeito das formas de prevenção dessa manifestação 
patológica.
a) O uso de ganchos de armaduras e a vibração adequada do concreto 
garantem, respectivamente, a ancoragem especificada em projeto e a menor 
formação de vazios no concreto, dificultando o acesso de agentes agressivos.
23Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: concreto: procedimento 
para moldageme cura de corpos-de-prova: versão corrigida. Rio de Janeiro, 2016. 9 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: concreto: ensaio de com-
pressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018. 9 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: projeto de estruturas de 
concreto: procedimento: versão corrigida. Rio de Janeiro, 2014. 238 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Cargas para o cálculo de 
estruturas de edificações: versão corrigida. Rio de Janeiro, 2000. 5 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: Forças devidas ao vento 
em edificações: versão corrigida 2. Rio de Janeiro, 2013. 66 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7222: concreto e argamassa: 
determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de prova 
cilíndricos. Rio de Janeiro, 2011. 5 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7480: aço destinado a armaduras 
para estruturas de concreto armado. Rio de Janeiro, 2007. 13 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522: concreto: determinação 
do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro, 2017. 20 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8953: concreto para fins estru-
turais: classificação pela massa específica, por grupos de resistência e consistência. 
Rio de Janeiro, 2015. 3 p.
b) O uso de espaçadores de armaduras e a vibração adequada do concreto 
garantem, respectivamente, o cobrimento especificado em projeto e a maior 
formação de vazios no concreto, dificultando o acesso de agentes agressivos.
c) O uso de ganchos de armaduras e a vibração adequada do concreto 
garantem, respectivamente, o cobrimento especificado em projeto e a maior 
formação de vazios no concreto, dificultando o acesso de agentes agressivos.
d) O uso de espaçadores de armaduras e a vibração adequada do concreto 
garantem, respectivamente, o cobrimento especificado em projeto e a 
menor formação de vazios no concreto, dificultando o acesso de agentes 
agressivos.
e) Somente a vibração adequada do concreto é necessária para dificultar o acesso 
de agentes agressivos, pois garantirá que o concreto se molde à fôrma.
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios24
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9607: prova de carga em es-
truturas de concreto armado e protendido: procedimento. Rio de Janeiro, 2012. 13 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12654: controle tecnológico de 
materiais componentes do concreto: versão corrigida. Rio de Janeiro, 1992. (Norma 
cancelada em 19 fev. 2015).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655: concreto de cimento 
Portland: preparo, controle, recebimento e aceitação: procedimento: versão corrigida. 
Rio de Janeiro, 2015. 23 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NM 67: concreto: determinação da 
consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 1998. 8 p.
BARROS, M. M. S. B.; MELHADO, S. B.; ARAÚJO, V. M. Recomendações para a produção de 
estruturas de concreto armado em edifícios. Ed. ampliada e atualizada. São Paulo: Depar-
tamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, 2006. 87 p.
BASTOS, P. S. S. Fundamentos do concreto armado: disciplina 1288: estruturas de concreto 
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Disponível em: <http://coral.ufsm.br/decc/ECC1006/Downloads/FUNDAMENTOS.
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CARVALHO, R. C. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto armado: segundo 
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CLÍMACO, J. C. T. S. Estruturas de concreto armado: fundamentos de projeto, dimensio-
namento e verificação. 2. ed. Brasília: UnB, 2008. 410 p.
FUSCO, P. B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 1995. 384 p.
NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
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RIBEIRO, D. V. (Coord.). Corrosão em estruturas de concreto armado: teoria, controle e 
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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Armador de ferros. São Paulo: 
Senai, 2015. 92 p. (Coleção Construção Civil).
SOUZA, V. C. M.; RIPPER, T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. 
São Paulo: Pini, 1998. 255 p.
25Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios
Leituras recomendadas
ARAÚJO, J. M. Curso de concreto armado. 3. ed. Rio Grande: Dunas, 2010. 4 v.
CAETANO, L. F. Estudo do comportamento da aderência em elementos de concreto armado 
submetidos à corrosão e elevadas temperaturas. 2008. 178 f. Dissertação (Mestrado em 
Engenharia Civil)– Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2008. 
Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/18395>. Acesso em: 8 out. 2018.
NEIVA NETO, R. S. O projeto da produção de formas para estrutura de concreto armado 
incorporando BIM. 2014. 154 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)– Univer-
sidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014. Disponível em: <http://repositorio.
unicamp.br/bitstream/REPOSIP/257953/1/NeivaNeto_RomeudaSilva_M.pdf>. Acesso 
em: 8 out. 2018.
Concreto armado na construção civil: propriedades, execução e ensaios26
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