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Mapeamento FGV Direito Constitucional

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1 
Mapeamento de Questões de Direito Constitucional FGV para todos os concursos – Siga: @corujinha_juridica 
 
2 
Mapeamento de Questões de Direito Constitucional FGV para todos os concursos – Siga: @corujinha_juridica 
Olá, Concurseiros! 
É com grande honra que apresento o Mapeamento de Questões da Banca FGV. Esse material trata-se de um compilado de 
questões de nível médio a carreiras jurídicas da banca FGV. Em determinados temas, complementei com questões de outras 
bancas apenas para que você possa solidificar o conhecimento do tema a ser estudado. 
Qual é o objetivo do Mapeamento FGV? Vamos lá! O principal objetivo é justamente mapear os principais assuntos de 
predileção da banca (ex: em todos os concursos sempre há uma questão de direito de nacionalidade). A ideia é: antes de você 
mergulhar nas doutrinas, nos manuais ou nas sinopses para estudar a teoria você saiba quais os pontos principais. Há alguns 
temas que a incidência é puramente lei seca. Há outros temas onde a incidência recai sobre temas mais doutrinários. Além 
disso, temos assuntos que a banca gosta de cobrar repercussão geral. 
Como o material foi feito? O material foi elaborado por meio de questões da banca FGV. Em alguns assuntos complementei 
com questões da OAB e de outras bancas. Todas as questões apresentam proposições corretas. Algumas delas possuem 
comentários mais elaborados e com esquemas e outras apenas a resposta pura e simples, conforme o gabarito da banca. A 
ideia é identificar os principais assuntos de predileção da banca e com isso você venha a otimizar o seu tempo de estudos 
dentro da teoria/doutrina. Não perca tempo indo direto para o livro de doutrina. Passe antes aqui. Leia as proposições corretas. 
Isso é uma das técnicas do estudo reverso (das questões para a teoria). 
Você vai perceber que a banca gosta de trabalhar com casos concretos grandes. Muitas dessas questões são até simples de 
resolver. O examinador quer te desestabilizar e acaba conseguindo. Outra dica de milhões: nas questões de carreiras jurídicas 
(com enunciados de 1 página) vá direto nos itens (a,b,c,d,e). Não perca tempo lendo o enunciado. Ou seja, você mata a questão 
apenas analisando os itens. Faça esse teste! O objetivo é fazer você otimizar o seu tempo de estudos, além de realizar um 
estudo estratégico baseado nas últimas provas da banca. Espero que vocês gostem e que aproveitem bastante esse compilado. 
Dayana 
 
 
Sumário 
Assuntos Página 
Teoria da Constituição 03 
Princípios Fundamentais 12 
Teoria dos Direitos Fundamentais 14 
Direitos Individuais 21 
Remédios Constitucionais 28 
Direitos Sociais 31 
Nacionalidade 34 
Direitos Políticos 36 
Partidos Políticos 43 
Administração Pública 57 
Organização dos Poderes 64 
Poder Legislativo 67 
Processo Legislativo 84 
Poder Executivo 96 
Poder Judiciário 103 
Funções Essenciais à Justiça 114 
Controle de Constitucionalidade 117 
Sistema Tributário na CF 140 
Da Ordem Social 144 
 
 
3 
Mapeamento de Questões de Direito Constitucional FGV para todos os concursos – Siga: @corujinha_juridica 
Mapeamento de Questões de Direito 
Constitucional da FGV 
Teoria da 
Constituição 
 
 
Esse é um tema 
mais teórico e 
doutrinário. 
 
Sugiro a 
elaboração de 
esquemas para 
facilitar na 
memorização de 
algumas 
classificações da 
Teoria da 
Constituição 
- Questões de nível médio 
- As questões mais bem elaboradas são as que envolvem a interpretação das normas 
constitucionais (sempre revisar) 
- Muitas questões envolvendo eficácia plena, contida e limitada 
- Essa parte é mais doutrinária e merece revisão constante 
 
(TCU/2022) Em uma olimpíada universitária, o grupo de estudos XX (GEXX) defende que os 
direitos fundamentais de primeira dimensão são normalmente veiculados em normas de 
eficácia plena, sendo o conflito entre eles resolvido no plano da validade. O grupo de 
estudos ZZ (GEZZ), por sua vez, sustenta que os direitos fundamentais de segunda dimensão 
são veiculados, na maior parte das vezes, em normas de eficácia contida e, por carecerem 
de integração pela legislação infraconstitucional, não produzem qualquer efeito até que ela 
venha a ser editada. Ao analisar os argumentos apresentados, o júri da olimpíada 
universitária conclui, corretamente, que o GEXX: erra apenas ao afirmar que o conflito entre 
os direitos fundamentais de primeira dimensão é resolvido no plano da validade, enquanto 
o GEZZ erra apenas ao defender que os de segunda dimensão são veiculados em normas de 
eficácia contida, não produzindo efeitos até a regulamentação. 
 
GEXX erra, pois a Constituição Federal e a jurisprudência do STF autorizam a resolução de 
conflitos aparentes entre direitos fundamentais, inclusive os de primeira dimensão, que são 
via de regra de eficácia plena, no plano da eficácia, visto que no plano da validade todos 
são igualmente relevantes. Portanto, no caso concreto, esses valores serão ponderados e 
se verificará qual deles prevalece. 
(FGV/Delegado PC-AM/ 2022) Em um período no qual a região norte do País estava sendo 
atingida por uma calamidade de grandes proporções da natureza, um grupo de vinte 
Senadores subscreveu uma proposta de emenda constitucional, visando a alterar a 
sistemática afeta à estruturação dos órgãos de segurança pública. Acresça-se que proposta 
idêntica fora apresentada e rejeitada pelo Senado Federal na mesma legislatura, mais 
especificamente no ano anterior. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que 
essa proposta afronta apenas os limites formais de reforma constitucional. 
Limites Formais: A proposta deveria ser apresentada por 27 senadores e não 20. 1/3 de 81. 
(Art. 60, I, CF) 
Limites Materiais: Estruturação dos órgãos da Segurança pública não é cláusula pétrea (Art. 
60, §4, CF) 
Limites Circunstanciais: Trata da vedação de alteração da CF em algumas circunstâncias 
(Estado de Sítio, Estado de Defesa e Intervenção Federal). Art. 60, §1, CF 
Limites Temporais: Não existe limitações temporais na atual CF sobre as emendas. 
(FGV/Delegado PC-AM/ 2022) Maria, destacada estudiosa da interpretação constitucional, 
defendeu que a norma não apresenta uma relação de sobreposição com o texto. Em 
verdade, é o resultado do processo de interpretação, durante o qual o intérprete 
desenvolve uma atividade argumentativa e tipicamente decisória, já que deve resolver as 
conflitualidades intrínsecas que se apresentam durante esse processo, de modo a 
identificar os significados potencialmente atribuíveis ao texto interpretado e decidir qual 
4 
Mapeamento de Questões de Direito Constitucional FGV para todos os concursos – Siga: @corujinha_juridica 
deles deve preponderar, considerando as nuances da realidade e a situação concreta na 
qual a norma se projetará. A explicação de Maria está lastreada na concepção de que as 
nuances do ambiente sociopolítico podem influir no delineamento de alterações não 
formais da ordem constitucional. 
 
A mutação constitucional (poder constituinte difuso, procedimento de mudança informal 
da Constituição) consiste na alteração informal de uma norma da Constituição. É o poder 
que decorre de fatores sociais, políticos e econômicos. Em outras palavras, seria 
a modificação da interpretação sem alteração no texto. 
De acordo com Pedro Lenza, "se por um lado a mudança implementada pelo poder 
constituinte derivado reformador se verifica de modo formal, palpável, por intermédio das 
emendas à Constituição, a modificação produzida pelo poder constituinte difuso se 
instrumentaliza de modo informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, e que 
decorre dos fatores sociais, políticos e econômicos". LENZA, Pedro. Direito constitucional 
esquematizado. 19ª edição. São Paulo: Saraiva. 2015, pág. 238. 
(FGV/2021) Em um momento no qual a Região Norte do país estava assolada por uma 
calamidade de grandes proporções, foi promulgada a Emenda Constitucional nº XX, que 
modificou o sistema brasileiro de seguridade social. A reforma assim aprovada, que tinha 
sido rejeitada na mesmalegislatura, mais especificamente no ano retrasado, foi muito 
comemorada por alguns setores da sociedade, mas somente entraria em vigor no primeiro 
dia do ano seguinte à sua promulgação. Insatisfeito com o teor da reforma, o Partido Político 
XX consultou seu advogado sobre a existência de possíveis infrações aos limites 
constitucionais ao exercício do poder reformador, bem como se poderia ser deflagrado o 
controle concentrado de constitucionalidade. Assinale a opção que apresenta a informação 
correta dada pelo advogado. Não foram infringidos quaisquer dos limites constitucionais ao 
exercício do poder reformador. 
 
O poder reformador da Constituição tem limitações de 4 espécies: 
1) Temporal: proíbe a alteração da Constituição em um certo limite de tempo. Um exemplo, 
para parte da doutrina, é o art. 60, §5º, da CF, que determina que não poderá ser 
apresentada PEC com matéria rejeitada dentro de uma mesma sessão legislativa. 
Veja-se que a sessão legislativa ordinária corresponde ao ano de trabalho do Congresso. É 
dividido em 2 períodos legislativos: de fevereiro até julho e de agosto a dezembro. Quatro 
sessões legislativas ordinárias compõem uma legislatura. Portanto, grosso modo, a 
legislatura tem 4 anos. 
No exercício: não houve infração ao limite temporal, pois a PEC foi proposta primeiramente 
no ano retrasado, isto é, sua reproposição passou do tempo de 1 ano. 
2) Circunstancial: é a proibição de alteração da constituição em situações excepcionais, tais 
como estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal (art. 60, §1º, CF). Isso poderia 
afetar a livre manifestação do Poder Constituinte Reformador. 
No exercício: também não houve infração à limitação circunstancial, pois a calamidade da 
região norte não consiste em uma das hipóteses do art. 60, §1º. 
5 
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3) Formais: é a imposição de formalidades a serem observadas, tais como aquelas em 
relação aos sujeitos que podem propor as emendas e ao objeto da emenda. O exercício não 
cobra nas alternativas. 
4) Materiais: é relativa às cláusulas pétreas (art. 60, §4º, CF). No exercício, não houve 
qualquer infração. 
(PCERJ/2021) Nos termos do Art. 26, I, da Constituição da República de 1988, estão incluídos 
entre os bens dos Estados “as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e 
em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União”. 
Esse preceito constitucional dá origem a uma norma de eficácia: contida e aplicabilidade 
imediata. Obs: *ressalvadas na forma da lei -> contida. 
 
(Perito Criminal – PECERJ/2021) Marília, estudante de direito, tinha sérias dúvidas a respeito 
do sentido das expressões chefe de Estado e chefe de governo, principalmente ao 
considerar a atividade desempenhada pelo presidente da República como chefe da 
Administração Pública federal. Everardo, seu professor, informou-lhe, corretamente, que 
se tratava de atividade típica de: chefe de governo, designativo utilizado, em sistemas 
parlamentaristas, para indicar o agente que desempenha funções próprias de primeiro-
ministro. 
 
No sistema presidencialista - As funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo são 
desempenhadas pela mesma pessoa. (Presidente da República) 
No sistema parlamentarista - As funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo são 
desempenhadas por pessoas diferentes (Chefe de Estado - Presidente. / Chefe de Governo 
- Primeiro Ministro) 
(FGV/2021) No último ano, a República Federativa do Brasil celebrou determinado tratado 
internacional sobre direitos humanos, o qual veio a ingressar na ordem jurídica interna após 
ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois terços dos 
votos dos respectivos membros. O tratado internacional assim aprovado será equivalente 
a: emenda constitucional. Obs Lembrando que 3/5 é o texto correto, porém, 2/3 é maior 
que 3/5....então também está correto. 
(FGV/2021) Lucas, estudioso do direito constitucional, chegou à conclusão de que o texto 
constitucional pode sofrer mudanças de significado ainda que não seja objeto de qualquer 
alteração formal. Essas alterações, delineadas a partir de atividade intelectiva conduzida 
pelo intérprete, sob influência das modificações na realidade sociopolítica, não importariam 
em usurpação de uma função própria do Poder Constituinte originário. À luz da 
compreensão contemporânea a respeito da interpretação constitucional, a argumentação 
de Lucas é: correta, já que o texto e a norma constitucional não apresentam uma relação 
de sobreposição, sendo esta última delineada a partir da interação entre o primeiro e a 
realidade. 
Poder Constituinte Difuso (ou Mutação Constitucional) é a possibilidade de haver reforma 
informal à Constituição, modificando a interpretação da norma sem alterar o texto. 
 
(Delegado RN/2021) No processo de interpretação constitucional, a pré-compreensão do 
intérprete não pode ocupar uma posição hegemônica e incontrastável, de modo a tornar 
esse processo uma encenação que busque tão somente justificar conclusões 
prévias, indiferentes aos limites do texto constitucional, aos aspectos circunstanciais e às 
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exigências de ordem metódica. Na interpretação constitucional, a narrativa acima se 
mostra: correta, pois o conhecimento adquirido pelo intérprete é apenas condição de 
desenvolvimento da compreensão, que resulta na atribuição de significado ao texto; 
 
MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR => Konrad Hesse Elementos básicos são: a 
norma a ser concretizada, a compreensão prévia do intérprete e o problema concreto a ser 
resolvido. A leitura do texto constitucional começa pela pré-compreensão de seu sentido, 
cabendo ao intérprete concretizar a norma a partir da situação histórica igualmente 
concreta. Em virtude do "pré-juízo" inerente a todo entendimento, a pré-compreensão 
deve ser exposta de forma deliberada e fundamentada, de modo a evitar o arbítrio e o 
subjetivismo inconsciente. 
 
(Delegado RN/2021) Sensível à necessidade de zelar pela probidade administrativa, 
a Assembleia Legislativa do Estado Alfa promulgou a Emenda Constitucional nº XX/2019, de 
iniciativa parlamentar, dispondo sobre as infrações político-administrativas passíveis de 
serem praticadas pelo Governador do Estado, as quais poderiam acarretar, na hipótese de 
condenação, a perda do mandato eletivo e a inabilitação para o exercício de outra função 
pública. A Emenda Constitucional nº XX/2019 é: formalmente inconstitucional, pois a 
matéria é de competência legislativa privativa da União. 
SV 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas 
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. 
 
(FGV/2021) A respeito do processo legislativo e das espécies normativas, à luz da 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta. - Como 
decorrência do princípio da simetria, as hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da 
República previstas na Constituição Federal devem ser estendidas, mutatis mutantis, aos 
governadores e prefeitos. 
 
(Analista MPE-RJ/2019) João, Professor de Direito Constitucional, explicou aos seus alunos 
que “a ordem constitucional é viva, de modo que as vicissitudes da realidade e as 
peculiaridades do caso concreto possibilitarão a obtenção de novas normas constitucionais, 
ainda que o texto permaneça inalterado.” A explicação de João se ajusta a uma concepção: 
concretista da Constituição, expressando a denominada mutação constitucional. 
 
(FGV/2019) Após um golpe de Estado, o líder do movimento armado vitorioso solicitou que 
uma comissão de apoiadores, sob sua orientação, elaborasse um projeto de Constituição, o 
qual foi submetido a plebiscito popular, sendo, ao final, aprovado e publicado com força 
normativa. Essa Constituição dispôsque parte de suas normas exigiria a observância de um 
processo legislativo mais rigoroso para a sua alteração, com quórum qualificado para a 
iniciativa e a aprovação, enquanto a outra parte poderia ser alterada conforme o processo 
legislativo da lei ordinária. Essa Constituição deve ser classificada como: cesarista e 
semirrígida. 
(FGV/2019) Determinado tratado internacional de proteção aos direitos humanos foi 
aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação, pela 
unanimidade dos seus membros. À luz da sistemática constitucional, o tratado internacional 
assim aprovado ingressará na ordem jurídica interna com a natureza de: emenda 
constitucional. 
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(FGV/2019) João, professor de Direito Constitucional, explicou aos seus alunos que a norma 
constitucional não apresenta uma relação de sobreposição com o texto da Constituição 
formal. Em verdade, resulta de um processo intelectivo conduzido pelo intérprete, que, 
sensível às peculiaridades do caso concreto e aos balizamentos do texto, promove a 
interação deste último com a realidade. Considerando os métodos de interpretação 
constitucional, a explicação de João pode ser concebida como expressão do método 
concretizador. 
Para matar a questão: Se envolver intérprete e pré-compreensões -> será método 
hermenêutico concretizador de Konrad Hesse. 
(FGV/2018) De acordo com o Art. 5º, inciso XLII, da Constituição da República, “a prática do 
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos 
da lei.” Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, é correto afirmar que a 
interpretação do referido preceito resulta na obtenção de uma norma de eficácia limitada 
e de princípio programático. 
Eficácia limitada -> nos termos da lei / na forma da lei / nos limites da lei / a lei disporá/ 
lei complementar 
Eficácia contida -> a lei estabelecer / salvo nas hipóteses previstas em lei 
A justificativa certa é que os mandados constitucionais de criminalização são normas de 
eficácia limitada programática. 
(FGV/2018) De acordo com o Art. 121, caput, da Constituição da República, “lei 
complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de 
direito e das juntas eleitorais.” Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, é 
correto afirmar que desse preceito se extrai uma norma de eficácia limitada e de princípio 
institutivo. 
 
Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios institutivos (ou 
organizatórios, ou organizativos): são aquelas que dependem de lei posterior para dar corpo 
a institutos jurídicos e aos órgãos ou entidades do Estado previstos na Constituição. Como 
exemplos, os artigos 88 e 102, § 1º. 
 
(FGV/2018) Na interpretação constitucional, há um método que atribui ao intérprete o 
exercício de uma atividade intelectiva, que principia com o texto, não desconsiderando o 
direcionamento e os limites que oferece, e leva em consideração as especificidades do 
contexto e do caso particular, culminando com o delineamento da norma. Assinale a opção 
que indica o método descrito. -> Concretizador 
Para matar a questão: Se envolver intérprete e pré-compreensões -> será método 
hermenêutico concretizador de Konrad Hesse. 
(FGV/2018) Renomado professor afirmou que a fruição de certos direitos previstos na 
Constituição da República pressupõe a sua integração pela legislação infraconstitucional, 
que irá detalhar as prestações a serem oferecidas, os beneficiários e as respectivas fontes 
de custeio. Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, é correto afirmar que 
8 
Mapeamento de Questões de Direito Constitucional FGV para todos os concursos – Siga: @corujinha_juridica 
a explicação do referido professor indica que os referidos direitos estão previstos em 
normas de eficácia limitada e de princípio programático. 
(FGV/2018) O grupo que tomou o poder, após um golpe de estado, constituiu uma comissão 
de notáveis para elaborar um projeto de Constituição, o qual foi submetido à apreciação 
popular, tendo a população liberdade para escolher entre as opções sim e não. Com a 
aprovação popular, a nova Constituição entrou em vigor com a edição de decreto da junta 
de governo. – cesarista 
(FGV/2018) É voz corrente na doutrina especializada que é necessário buscar a 
concordância prática entre dois ou mais direitos fundamentais incidentes em uma situação 
concreta, não sendo incomum que um deles se retraia, total ou parcialmente, com a 
prevalência do outro, podendo a solução se alterar em situação diversa. Tal somente é 
possível porque os referidos direitos estão previstos em normas com natureza: de 
princípios. -> A questão versa sobre o princípio da Harmonização ou da Concordância 
Prática que objetiva solucionar conflitos entre os bens jurídicos, dando preferência a um 
bem sem sacrificar totalmente o outro. 
(FGV/2018) De acordo com o art. 5º, XXXII, da Constituição da República, “o Estado 
promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. Considerando a aplicabilidade das 
normas constitucionais, a norma constitucional que se extrai do referido preceito tem: 
natureza programática. 
EFICÁCIA PLENA = Imediata, direta e integral - NÃO precisa de Lei 
EFICÁCIA CONTIDA = Imediata, direta e não integral - Estabelecidas em Lei 
EFICÁCIA LIMITADA = Mediata, indireta e reduzida - Na forma da Lei 
Limitada Institutiva: prevê a criação de um órgão/entidade (apenas prevê, não cria o 
órgão) 
Limitada Programática: estabelece objetivos e metas. 
(FGV/2018) João, sentindo-se lesado em um direito fundamental, procurou o seu advogado 
e solicitou que ingressasse com a ação judicial cabível. Após analisar a Constituição da 
República de 1988, o advogado constatou que uma de suas normas, apesar de dispor sobre 
o referido direito, permitia que ele fosse restringido pela lei, o que de fato ocorrera. 
Concluiu, com isso, que não houve qualquer lesão ao direito de João. Sob a ótica da 
aplicabilidade, a narrativa acima faz menção a uma norma constitucional de eficácia: 
contida. 
 
(FGV/2018) De acordo com o Art. 5º, LVIII, da Constituição da República de 1988, “o 
civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses 
previstas em lei”. Considerando os aspectos afetos à supremacia e à aplicabilidade das 
normas constitucionais, a partir da interpretação do referido preceito obtém-se uma norma 
constitucional de eficácia: contida e aplicabilidade imediata. 
(Analista Judiciário TJ-AL/2018) Após um conflito armado interno, o grupo vitorioso 
elaborou nova Constituição para o País Delta. Ato contínuo, submeteu o texto a plebiscito 
popular, daí resultando a sua aprovação por larga maioria. A Constituição assim aprovada 
9 
Mapeamento de Questões de Direito Constitucional FGV para todos os concursos – Siga: @corujinha_juridica 
dispôs que parte de suas normas somente poderia ser alterada com observância de um 
processo legislativo qualificado, mais rigoroso que o das demais espécies legislativas, 
enquanto que a outra parte poderia ser alterada com observância do processo legislativo 
adotado para as leis ordinárias. À luz da classificação das Constituições, a Constituição do 
País Delta pode ser classificada como: cesarista, formal e semirrígida. 
 
(FGV/2018) De acordo com o Art. 144, § 8º, da Constituição da República de 1988, “os 
municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, 
serviços e instalações, conforme dispuser a lei”. Considerando a classificação das normas 
constitucionais quanto à aplicabilidade, a partir do referido preceito se obtém uma norma 
constitucional de eficácia: limitada e aplicabilidade mediata. 
(FGV/2018) Foi apresentada proposta de emenda constitucional subscrita por um terço dos 
Deputados Federais. A proposta almeja criar um imposto e contém disposição expressa 
determinandoa sua cobrança em relação a fatos geradores ocorridos no mesmo exercício 
financeiro, excepcionando, com isso, a vedação contida no Art. 150, III, b, da Constituição 
da República de 1988. À luz da sistemática constitucional a respeito dos limites materiais e 
formais ao exercício do poder reformador, a proposta: afronta os limites materiais, pois 
quaisquer direitos e garantias individuais previstos na Constituição, mesmo fora do Título 
II, devem ser respeitados pelo poder reformador. 
(FGV/2018) Pedro, em uma discussão sobre as características dos princípios constitucionais, 
afirmou que eles oferecem grande liberdade valorativa para o intérprete, bem como que o 
conflito entre eles é resolvido no plano da validade. João, por sua vez, acresceu que a 
posição jurídica amparada em certo princípio não é definitiva, já que este pode ser preterido 
por outro, conforme as circunstâncias do caso concreto. Sobre a hipótese narrada, assinale 
a afirmativa correta. Pedro está parcialmente incorreto, já que o conflito entre princípios 
não é resolvido no plano da validade. João está totalmente correto. 
(Pedro Lenza) " Na colisão entre princípios não haverá declaração de invalidade de qualquer 
deles, mas, diante das condições do caso concreto, um princípio prevalecerá sobre o outro, 
por meio da ponderação, balanceamento e sopesamento entre os princípios colidentes;" 
(FGV/2017) De acordo com o Art. 5º, inciso XIII, da Constituição da República, “é livre o 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações que a lei 
estabelecer”. Considerando a classificação das normas constitucionais quanto à 
aplicabilidade, é correto afirmar que, do referido preceito constitucional, é obtida uma 
norma de eficácia: contida. 
(FGV/2017) Álvaro, Deputado Federal, solicitou à sua assessoria jurídica um parecer a 
respeito da aplicabilidade do disposto no art. 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988, que 
assegura, aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, o livre “exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. 
De acordo com sua assessoria, esse tipo de comando, que dispõe sobre a possibilidade de 
o seu alcance ser restringido pela legislação infraconstitucional, é considerado uma 
norma: contida. 
(FGV/2017) “Determinado professor de direito constitucional explicou aos seus alunos que 
certas normas constitucionais, embora sejam capazes de produzir efeitos imediatos na 
realidade, dando ensejo ao surgimento de direitos subjetivos, fazem referência à lei, que 
pode reduzir o seu alcance, com o estabelecimento, por exemplo, de certos requisitos a 
serem observados.” Considerando a classificação das normas constitucionais quanto à 
10 
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aplicabilidade, é correto afirmar que o exemplo oferecido pelo professor é o de uma 
norma: De eficácia contida. 
(FGV/2016) Roberval, estudante de direito, leu uma alentada obra a respeito dos direitos e 
garantias individuais e coletivos contemplados no texto constitucional. Após amplas 
reflexões, percebeu que muitos direitos eram potencialmente colidentes com outros, a 
exemplo do que se verifica com o direito à honra e o direito à liberdade de expressão. A 
partir dessa constatação, procurou o seu professor de Direito Constitucional e o questionou 
sobre essa aparente “falha” do sistema constitucional, que protege bens e valores 
incompatíveis entre si. Após ouvir atentamente a dúvida de Roberval, o professor explicou 
que direitos e garantias aparentemente incompatíveis entre si podem ser compatibilizados 
conforme a natureza jurídica das normas constitucionais que os contemplam. Com os olhos 
voltados a essa afirmação, assinale a afirmativa correta. - A concordância prática dos 
direitos fundamentais é viabilizada ao ser-lhes atribuída a natureza jurídica de princípios, o 
que permite a identificação daquele que deve ter primazia no caso concreto. 
(FGV/2016) Consoante o Art. 5º, iniciso XLV, da Constituição da República Federativa do 
Brasil, “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar 
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. Com 
os olhos voltados à classificação das normas constitucionais, é correto afirmar que a 
interpretação desse comando normativo dá origem a uma norma constitucional: de eficácia 
contida e aplicabilidade direta. 
 A dica de OURO para responder essa questão é observar a expressão "nos termos 
da lei". Isso, pois o legislador prevê a possibilidade de alteração do dispositivo 
constitucional em referência (art. 5º, inc. XLV, CF) por meio de lei. 
(FGV/2016) Ednaldo, estudante de direito, observou que os direitos fundamentais à honra 
e à liberdade de expressão estavam constantemente em conflito, tendo sérias dúvidas de 
como proceder para superar esse estado de coisas. Pedro, emérito professor de direito 
constitucional, observou que a solução passava pela classificação desses direitos 
fundamentais como princípios constitucionais. Em atenção à observação de Pedro, é 
correto afirmar que, na situação referida por Ednaldo, o conflito: será resolvido a partir da 
ponderação dos princípios envolvidos, conforme as circunstâncias do caso concreto. 
(FGV/2016) Pedro, estudante de direito, disse ao seu professor que lera, em um livro, que 
a Constituição brasileira era classificada como rígida. O professor explicou-lhe que deve ser 
classificada como rígida a Constituição que: só possa ser reformada mediante um processo 
legislativo qualificado, mais complexo que o comum. 
 
(FGV/2016) Edilberto, advogado constitucionalista, idealizou um modelo constitucional com 
as seguintes características: a primeira parte não poderia sofrer qualquer tipo de alteração, 
devendo permanecer imutável; a segunda parte poderia ser alterada a partir de um 
processo legislativo qualificado, mais complexo que aquele inerente à legislação 
infraconstitucional; e a terceira parte poderia ser alterada com observância do mesmo 
processo legislativo afeto à legislação infraconstitucional. À luz da classificação 
predominante das Constituições, é correto afirmar que uma Constituição dessa natureza 
seria classificada como semirrígida. 
 
11 
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(FGV/2016) Preocupados com a perda de competitividade do país no comércio exterior, um 
grupo de vinte e cinco senadores apresenta uma proposta de emenda constitucional 
estabelecendo alíquotas máximas para o imposto de exportação, de competência da União. 
Durante a discussão da proposta, o povo vai às ruas e ocorre uma grande onda de violência 
em diversas capitais do país. Apesar da grande instabilidade, a proposta continua a ser 
discutida. É aprovado um substitutivo na Comissão de Constituição e Justiça do Senado 
Federal, que termina por ser rejeitado pelo Plenário. Ato contínuo à rejeição, o Senado 
Federal, na mesma sessão legislativa, aprova a proposta original, em dois turnos de votação, 
pelo voto de três quintos dos respectivos membros, o mesmo ocorrendo na Câmara dos 
Deputados. Por fim, é promulgada a emenda constitucional. À luz dos limites e dos 
requisitos a serem observados durante o processo de reforma constitucional, conforme 
disciplina estabelecida pela Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar 
que a emenda assim promulgada é inconstitucional, na medida em que: a proposta não foi 
apresentada por nenhum dos legitimados previstos na ordem constitucional. 
Os legitimados são os dos incisos I,II e III do art. 60 da CRFB/88! 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal [ou seja: 27]; 
II - do Presidenteda República; 
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
Assim, nenhum legitimado propôs nada. 
 
(FGV/2016) De acordo com o Art. 5º, inciso XL, da Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988, “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Considerando a 
classificação das normas constitucionais, é correto afirmar que a interpretação desse texto 
conduz à conclusão de que estamos perante uma norma constitucional de eficácia plena e 
aplicabilidade imediata. 
(FGV/2016) Considerando os referenciais de estabilidade e permanência da ordem 
constitucional, bem como os limites ao exercício do poder de reforma, é correto afirmar, 
em relação às emendas à Constituição da República Federativa do Brasil, que: não é possível 
a aprovação de emendas à ordem constitucional na vigência de estado de defesa. 
 
 
Preâmbulo da 
Constituição (1 
questão) 
(Juiz TJ-MG/2022) Sobre os enunciados contidos no preâmbulo da Constituição Federal de 
1988, assinale a afirmativa correta. Devem ser observados na interpretação das normas 
constitucionais, por se tratar de vetores adotados pela Constituição. 
 
(FGV/2014) A República Federativa do Brasil é laica, já que há separação total entre Igreja e 
Estado e não há religião oficial. No entanto, constou expressamente no preâmbulo da 
Constituição da República, quando de sua promulgação, que estava sendo feita “sob a 
proteção de Deus”. Sobre o tratamento constitucional conferido aos cultos religiosos, é 
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correto afirmar que: é vedado aos entes federativos estabelecer cultos religiosos ou igrejas, 
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a 
colaboração de interesse público. 
 
 
Princípios 
Fundamentais 
(DPE-MS/2022) Defensores públicos do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública 
do Estado Alfa realizaram vistoria em certa Cadeia Pública estadual e constataram uma série 
de violações ao Art. 5º, XLIX, da Constituição da República de 1988, que dispõe que é 
assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Além da superlotação da 
unidade prisional, os defensores constataram irregularidades sanitárias, ambientais e nas 
instalações físicas do prédio, como pane da rede elétrica, com risco de incêndio, rachaduras 
em paredes e tetos, falta de circulação de ar etc. Após tentativa frustrada de solução 
consensual com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, a Defensoria Pública 
ajuizou ação civil pública em face do Estado Alfa, ressaltando na inicial que, conforme 
entendimento do Supremo Tribunal Federal e previsão na Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, é lícito ao Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, 
consistente na promoção de medidas ou na execução de obras emergenciais em 
estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da dignidade da pessoa 
humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos termos do 
que preceitua o Art. 5º, XLIX, da Constituição da República de 1988: não sendo oponível à 
decisão o argumento da reserva do possível nem o princípio da separação dos poderes, no 
entanto, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem considerar as 
consequências práticas da decisão. 
STF. Plenário. RE 592581/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 13/8/2015 (Info 
794). É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, 
consistente na promoção de medidas ou na execução de obras emergenciais em 
estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da dignidade da pessoa 
humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos termos do 
que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF/88, não sendo oponível à decisão o argumento da 
reserva do possível nem o princípio da separação dos poderes. 
(PCERJ/2021) Marília, estudante de direito, tinha sérias dúvidas a respeito do sentido das 
expressões chefe de Estado e chefe de governo, principalmente ao considerar a atividade 
desempenhada pelo presidente da República como chefe da Administração Pública federal. 
Everardo, seu professor, informou-lhe, corretamente, que se tratava de atividade típica de: 
chefe de governo, designativo utilizado, em sistemas parlamentaristas, para indicar o 
agente que desempenha funções próprias de primeiro-ministro. 
 No Brasil (presidencialismo), o Presidente da República desempenha atividades de 
Chefe de Governo e Chefe de Estado. No parlamentarismo quem exerce o papel de 
Chefe de Governo é o Primeiro-Ministro. 
(FGV/2021) A República Federativa do Brasil celebrou uma convenção internacional sobre 
direitos humanos, que foi devidamente aprovada pelo Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros A convenção internacional assim 
aprovada é equivalente a: emenda constitucional. 
(FGV/2018) Como consequência da precariedade do sistema de educação, da concentração 
de renda e do déficit habitacional, o processo de exclusão social pode ser evidenciado nos 
Municípios pelo aumento da população em situação de rua. O poder público encontra 
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grande dificuldade para atuar nesse tema, mas é certo que qualquer política pública 
adotada deve se pautar pelo respeito ao princípio constitucional fundamental da: dignidade 
da pessoa humana, considerado o núcleo essencial do constitucionalismo moderno. 
(FGV/2018) Conforme disposto na Constituição Federal, os Poderes do Estado Brasileiro são 
o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Considerando os fundamentos utilizados para essa 
divisão, assinale a afirmativa correta. Visam especializar as funções básicas do Estado. 
(FGV/2018) Na República Federativa do Brasil, todo o poder emana do povo, que pode 
exercê-lo por meio de pessoas eleitas especialmente para esse fim. Esse processo de 
escolha caracteriza uma manifestação da democracia representativa. 
(FGV/2018) Deputados Federais vinculados a determinado partido político consultaram sua 
assessoria a respeito da possibilidade de alterarem a forma de Estado adotada pela 
Constituição da República de 1988. A Assessoria, em total harmonia com a sistemática 
constitucional, respondeu negativamente sob o argumento de que a forma de Estado 
consubstancia cláusula pétrea. É correto afirmar que a referida forma de Estado, prevista 
no título Dos Princípios Fundamentais da Constituição da República, é: federação. 
 Forma de Governo = República 
 Forma de Estado = Federativa 
 Sistema de Governo = Presidencialista 
 Regime de Governo = Democrático 
(FGV/2017) Silvio e Maria travaram intenso debate a respeito do conceito de cidadania, 
considerada, pelo inciso II do art. 1º da Constituição da República Federativa do Brasil, um 
dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Silvio defendia que todo brasileiro é 
cidadão, enquanto Maria ressaltava a necessidade de serem preenchidos alguns requisitos 
para a obtenção da cidadania. A esse respeito, é correto afirmar que: Silvio está errado, pois 
é possível existir um brasileiro que não seja cidadão. * o status de cidadão é adquirido com 
o alistamento eleitoral. 
(FGV/2015) A Constituição de 1988, ao enunciar os seus princípios fundamentais, fez 
menção, em seu art. 1º, à “República Federativa do Brasil" e ao “Estado Democrático de 
Direito". Considerando a essência dessas expressões, é correto afirmar que a forma de 
Estado adotada é a: composta 
A forma federativa de estado está relacionada com a forma composta. Conforme José 
Afonso da Silva: "Se existe unidade de poder sobre o território, pessoas e bens, tem-se 
Estado Unitário.Se, ao contrário, o poder se reparte, se divide, no espaço territorial (divisão 
espacial de poderes), gerando uma multiplicidade de organizações governamentais, 
distribuídas regionalmente, encontramo-nos diante de uma forma de Estado composto, 
denominado Estado Federal ou Federação de Estados. (...) É certo, também, que, entre o 
Estado Federal e o unitário, vem-se desenvolvendo outra forma de Estado: o Estado regional 
ou Estado autônomo" (SILVA, 2004, p. 98/99). 
P/ FGV -> Forma de Estado é composta (federação). 
 
(FGV/2014) O art. 1º da Constituição estabelece que a República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se 
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, dentre outros: Dignidade da 
Pessoa Humana. 
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 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
(FGV/2013) Os artigos 1° e 3° da Constituição estabelecem os fundamentos e os objetivos 
fundamentais da República Federativa do Brasil. Assinale a alternativa que contempla, 
exclusivamente, previsões constantes naqueles dispositivos. Dignidade da pessoa humana, 
cidadania, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais. 
 
(FGV/2013) O Estado que se fundamenta em eleições repetidas, em que o 
povo tem condições de exercer certa influência sobre as decisões do governo é caracteriz
ado como estado representativo. 
 
O estado representativo (ou indireto) é uma espécie do estado democrático. 
Resumidamente, regime político democrático: 
1. Participativo (ou direto) - referendo, plebiscito, iniciativa popular (Art. 14, CF/88) e 
ação popular, apesar de não estar elencada no art, 14. 
2. Representativo (ou indireto) - eleição. 
Lembrando que no Brasil é adotado o semidireto (direto + indireto). 
(FGV/2013) A Constituição de 1988 rompeu com a ordem jurídica anterior, instituindo 
novos compromissos com a sociedade brasileira. Sobre a “Constituição Cidadã”, assinale a 
afirmativa correta. A erradicação da pobreza é um dos objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil. 
 
 
Teoria dos Direitos 
Fundamentais 
 
Alerta! Caindo 
muita Repercussão 
Geral 
(FGV/TCU/2022) XX, renomado escritor, decidiu elaborar uma ampla pesquisa a respeito da 
vida pessoal e profissional de conhecido político, o qual, além de estar vivo, concluíra há 
pouco o seu último mandato eletivo e resolvera se retirar da vida pública. Preocupado com 
as repercussões do livro que pretendia escrever, solicitou orientação de um advogado a 
respeito da necessidade, ou não, de obter a autorização do político ou, eventualmente, de 
seus familiares, caso ele viesse a falecer durante a elaboração da obra. O advogado 
respondeu, corretamente, à luz da sistemática constitucional, que: não dependerá de 
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autorização do político ou mesmo de seus familiares, já que a liberdade de informação deve 
preponderar. 
STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789). É 
inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas 
literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas 
retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes 
(FGV/2022) João, policial militar, recebeu comunicação da corporação, pelo rádio, no 
sentido de que deveria comparecer à casa de Antônio e ali cumprir uma diligência. À luz da 
sistemática constitucional, João: pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu 
consentimento, entre outras situações, no caso de desastre ou, durante o dia, por 
determinação judicial. 
(DPE-MS/2022) Texto 1 
"[...] Os dispositivos que criminalizam o aborto não apenas incidem sobre a raça, como algo 
que lhe é externo, mas integram um conjunto de fenômenos ligados à estrutura social 
brasileira, em que raça e sistema penal se constituem mutuamente e determinam as vidas 
dignas de se proteger e aquelas que se pode deixar morrer. [...] Não por acaso, seguimos os 
alvos preferenciais de violência obstétrica, ocorrências de morte materna, esterilização 
forçada e até crimes de feminicídio. A adoção de uma política penal para tratar a temática 
do aborto reforça esses mecanismos que sujeitam mulheres negras a um regime político de 
subcidadania. Se reconhecemos então o racismo como esse complexo sistema de práticas 
sociais, práticas institucionais, valores, crenças, aptos a determinar inclusive iniquidades 
raciais nas mortes evitáveis pela indução do aborto, o princípio constitucional da igualdade, 
na sua faceta estrutural, impõe ao Estado brasileiro a obrigação positiva de promover 
condições de proteção igualitárias a mulheres brancas e não brancas em relação a sua vida 
no momento de praticar um aborto. Durante o processo de deliberação na Constituinte, em 
88, a discussão da questão do aborto pela população brasileira se tornou absolutamente 
inviável, diante da distribuição de poder que foi estabelecida naquele espaço. O pacto 
sexual e racial foi entabulado por nada menos que 594 parlamentares homens e brancos, 
dentre os quais havia apenas 2 deputadas mulheres, uma nica delas negra, a constituinte 
Benedita da Silva. quando o direito esta serviço de projetos de discriminação sistemática 
como vimos ser o caso da criminalização do aborto no Estado Democrático de Direito 
exsurge a função da Jurisdição Constitucional de assegurar a prevalência dos Direitos 
Fundamentais dos grupos discriminados. A chancela de uma política penal para o aborto 
adotada por uma elite política legiferante, branca, heterossexual masculina, muito distante 
de ser porta-voz de um consenso social, significaria avalizar esse contrato sexual e racial." 
(LÍVIA MIRANDA MÜLLER DRUMOND CASSERES - DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO 
DE JANEIRO - Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade Sexual e Direitos 
Homoafetivos. Transcrição da Audiência Pública, ADPF 442, STF). 
(http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/audienciasPublicas/anexo/TranscrioInterrupovo 
luntriadagravidez.pdf acesso em 12.11.2021) 
O trecho transcrito (texto 1) é parte da sustentação oral realizada pela defensora pública do 
Estado do Rio de Janeiro na audiência pública convocada pela ministra Rosa Weber para 
debater a interrupção voluntária da gravidez a partir da Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental (ADPF) 442. Sobre o tema, é correto afirmar que: homens e mulheres 
possuem os mesmos direitos de decidir livre e responsavelmente sobre o número de seus 
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filhos e sobre o intervalo entre os nascimentos e de ter acesso à informação, à educação e 
aos meios que lhes permitam exercer esses direitos; 
homens e mulheres possuem os mesmos direitos de decidir livre e responsavelmente sobre 
o número de seus filhos e sobre o intervalo entre os nascimentos e de ter acesso à 
informação, à educação e aos meios que lhes permitam exercer esses direitos;" 
CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A 
MULHER (1979) "PGE"Art.16- 
(DPE-MS/2022) Joana inscreveu-se em concurso público destinado ao provimento de 
determinado cargo efetivo do Estado Beta. Ao ser comunicada da data de realização da 
avaliação correspondente à segunda fase do certame,percebeu que isto ocorreria 
justamente em um dia da semana no qual sua religião não permitia a prática de qualquer 
atividade. Considerando a forma como a liberdade de religião é tratada pela ordem 
constitucional, é correto afirmar que Joana: pode vir a ter alterada a data da avaliação, 
desde que presentes a razoabilidade, a preservação da igualdade e não haja ônus 
desproporcional para a Administração. 
- É possível que o candidato a concurso público consiga a alteração das datas e horários 
previstos no edital por motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. Nos 
termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de concurso 
público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca 
escusa de consciência por motivo de crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade 
da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarrete ônus 
desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 19/11, 25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000) 
- É possível que o servidor público cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos por 
motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. Nos termos do art. 5º, VIII, da 
Constituição Federal, é possível à Administração Pública, inclusive durante o estágio 
probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais 
inerentes aos cargos públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência 
por motivos de crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, não se 
caracterize o desvirtuamento do exercício de suas funções e não acarrete ônus 
desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 19/11, 25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000). 
ADENDO - Liberdade de consciência, crença e culto 
- STF Info 879- 2018: O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza 
confessional → seguir os ensinamentos de uma religião específica. (conjugação do binômio 
Laicidade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI) → matrícula facultativa !) ( 
o direito ensino na escola deve ser conferido para qualquer religião) 
- STF Info 902 - 2018: inconstitucionalidade de dispositivo que proibia, no âmbito da 
programação das emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de proselitismo, ou seja, 
a transmissão de conteúdo tendente a converter pessoas a uma doutrina, sistema, religião, 
seita ou ideologia. 
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-STF Info 935 - 2019: É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a 
liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz 
africana. 
 
(DPE-MS/2022) O Brasil aderiu ao Estatuto de Roma (ER), internalizando-o por meio do 
Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002. Para eliminar ou ao menos para atenuar as 
incompatibilidades entre o ER e a Constituição da República de 1988 (CRFB/1988), a Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004, inseriu o §4º, no Art. 5º, dispondo que o Brasil se submete à 
jurisdição de Tribunal Penal Internacional (TPI) a cuja criação tenha manifestado adesão. 
Um exemplo de incompatibilidade entre o ER e a CRFB/1988 é a previsão de: pena de prisão 
perpétua no ER, ao passo que a CRFB/1988 veda pena de caráter perpétuo. 
(MPE-GO/2022) A República Federativa do Brasil celebrou tratado internacional, 
direcionado à proteção de determinado grupo minoritário. Nesse ajuste, os Estados-partes 
assumiram a obrigação de adotar medidas internas voltadas ao reconhecimento de direitos 
de liberdade e de direitos prestacionais. À luz da sistemática vigente, mais especificamente 
do entendimento do Supremo Tribunal Federal, esse tratado internacional, após a 
aprovação do Congresso Nacional, pode ser incorporado à ordem interna: apenas como 
emenda constitucional ou norma supralegal; 
 Tratados internacionais que versem sobre direitos humanos podem ter dois status: 
Emenda constitucional ou Norma supralegal. 
 Tratados internacionais que não versem sobre direitos humanos: Status de lei 
ordinária. 
(FGV/2021) João, político bem conhecido em sua região, ajuizou ação de reparação de 
danos em face de Pedro, que fizera declarações críticas à sua atuação pública, as quais 
foram consideradas atentatórias à honra daquele agente. Na sentença, foi afirmado que 
não ocorrera qualquer afronta ao direito à honra, já que as circunstâncias fáticas 
subjacentes ao caso concreto acarretavam a expansão do direito à liberdade de expressão 
e a compressão do direito à honra, de modo que àquele deve ser reconhecida preeminência 
no caso concreto, sendo possível que a conclusão seja outra em situação diversa. O que foi 
afirmado na sentença evidencia o reconhecimento: da natureza principiológica dos direitos 
fundamentais, que estão sujeitos a uma máxima de cedência recíproca, sendo os conflitos 
resolvidos na dimensão da aplicação. 
REGRAS: Dimensão da validade, são determinações, critério do "tudo ou nada" (All or 
nothing), possuem concretude, clareza, são mandamentos definitivos, determinações. 
Eventuais conflitos são solucionados por meio da exclusão da norma inaplicável. 
PRINCÍPIOS: Dimensão da aplicação, verifica-se o peso, critério qualitativo, são 
mandamentos de otimização, possibilidade de satisfação em graus variados, ponderação, 
sopesamento. Eventuais colisões são solucionadas pelo critério da ponderação. 
 
(MPE-GO/2022) Maria e Joana, ativistas de direitos humanos, travaram intenso debate a 
respeito da forma de coexistência dos direitos fundamentais e destes com certas medidas 
de interesse coletivo. Maria defende que, de acordo com a teoria interna, os pontos de 
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tensão entre direitos devem ser superados no processo de interpretação, estando lastreada 
na dicotomia entre direito e restrição, que direciona a atuação do intérprete. Joana, por sua 
vez, entende que a teoria externa está lastreada na concepção de limite imanente, a qual 
direciona a resolução dos conflitos entre direitos fundamentais, sendo comum o uso da 
técnica da ponderação de interesses. À luz dessa narrativa, é correto afirmar que: Maria e 
Joana estão parcialmente erradas, pois a teoria interna se afasta da dicotomia entre direito 
e restrição, e a externa não se baseia na concepção de limite imanente. 
A teoria interna, também conhecida como teoria dos limites imanentes, não admite que os 
direitos fundamentais possam sofrer restrições externas, mas apenas internamente. 
Segundo aludida teoria, quando da definição dos limites a um determinado direito 
fundamental, o processo a ser utilizado deve ser interno e jamais externo. 
A teoria externa defende que o núcleo essencial de um direito fundamental é insuscetível 
de violação, mas há possibilidade de que fatores externos venham a determinar os seus 
próprios limites. Por tal razão, de acordo com referida teoria, é essencial se examinar o caso 
concreto e, em havendo colisão entre dois ou mais direitos fundamentais a se empregar na 
solução de um litígio, deve-se utilizar o juízo da razoabilidade e de proporcionalidade como 
elemento solucionador. 
ATENÇÃO: A FGV cobrou questão sobre esse tema em 2021 (Q185278): André e Felipe 
travaram intenso debate a respeito da relevância do alicerce teórico dos direitos 
fundamentais em um Estado Democrático de Direito, de modo a identificar o surgimento 
de possíveis situações de conflito entre eles. André defendia que a teoria externa alicerçava 
os direitos fundamentais. Apartir deles seriam obtidas posições definitivas e teriam 
natureza principiológica. Felipe, por sua vez, entendia que esses direitos estavam 
alicerçados na teoria interna. Dariam origem a posições prima facie e teriam a natureza de 
regras. Resposta: André está parcialmente certo, já que os direitos fundamentais dão 
origem a posições prima facie. 
- No âmbito da dogmática das restrições, a teoria interna sustenta que os direitos 
fundamentais são direitos irrestringíveis, porque já dotados de limites imanentes; a teoria 
externa argumenta que os direitos fundamentais são direitos restringíveis, desde que 
observados o princípio da proporcionalidade e/ou a proteção do conteúdo essencial. 
- Pela teoria interna, o conflito entre direitos fundamentais é meramente aparente, na 
medida em que e superado pela determinação do verdadeiro conteúdo dos direitos 
envolvidos. 
 
Teoria Interna Teoria Externa 
19 
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- O direito fundamental possui limites que 
são inerentes/imanentes a ele ("limites 
imanentes"); 
- Tais limites são extraídos a partir 
da interpretação do próprio direito 
fundamental (sem análise de outras 
normas); 
- Conforme essa teoria, os direitos 
fundamentais possuem um caráter 
definitivo (estrutura de regra); 
- Por consequência desse caráter 
definitivo, não há que se falar em 
ponderação nem em colisão de direitos 
fundamentais. 
- As restrições ao direito fundamental 
são externas ao direito, pois são fixadas por 
outros direitos fundamentais; 
- Diante de um caso concreto, deve haver 
uma ponderação de princípio à luz das 
circunstâncias fáticas e jurídicas a fim de 
identificar qual é o direito definitivamente 
protegido (regra); 
- A partir de toda a ponderação de 
princípios, cria-se uma regra. 
Fonte: G7 Jurídico, Profº Marcelo Novelino 
(adaptado). 
 
(FGV/2021) O chamado efeito backlash pode ser definido como: uma forte reação, exercida 
pela sociedade ou por outro Poder, a um ato do poder público (lei, decisão judicial, ato 
administrativo etc.), podendo ser acompanhada de medidas agressivas para resistir a esse 
ato e remover sua força legal. 
 
EFEITO BACKLASH Reação conservadora de parcela da sociedade ou das forças políticas (em 
geral , do parlamento) diante de uma decisão liberal do poder judiciário em um tema 
polêmico. Ex: Caso da união HOMOAFETIVA e o caso da VAQUEJADA. 
 
(FGV/2019) Maria procurou atendimento no órgão da Defensoria Pública, pretendendo 
ajuizar ação de revisão de alimentos, para majorar o valor da pensão alimentícia que seu 
ex-marido Mário paga para os filhos menores em comum. Para provar que o pai das crianças 
possui elevada renda não declarada, Maria apresentou ao Defensor Público pen-drive 
contendo áudio de ligação telefônica interceptada diretamente por ela, no qual Mário 
conversa com uma mulher, confessando auferir 50 mil reais por mês mediante trabalho 
informal. No caso em tela, com base no texto constitucional, o Defensor Público: não deve 
requerer a juntada do áudio ao processo, por se tratar de prova ilícita, eis que a Constituição 
da República de 1988 garante a inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, salvo 
por prévia ordem judicial, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
(FGV/2018) Com o objetivo de bem exercer os seus direitos fundamentais, Antônio 
consultou um jurista sobre os limites a serem observados no seu exercício. Em resposta, o 
jurista informou, corretamente, em total harmonia com a doutrina mais abalizada, que os 
referidos direitos: podem ser limitados por outros direitos da mesma natureza, viabilizando 
a sua concordância prática. 
(FGV/2018) O juiz de direito, ao fundamentar uma decisão, afirmou que os direitos 
fundamentais, além de criarem situações jurídicas favoráveis a pessoas em particular, 
também estabelecem diretrizes para a atuação das estruturas estatais de poder. O aspecto 
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dos direitos fundamentais suscitado pelo juiz de direito é expressão da perspectiva objetiva 
dos direitos fundamentais. 
Na perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais geram direitos subjetivos aos seus 
titulares, permitindo que estes ordenem comportamentos (negativos ou positivos) por 
parte do Estado e de terceiros. Exemplo: o direito à liberdade de ir e vir implica ao respectivo 
titular a pretensão de exigir uma prestação negativa por parte do Estado e de terceiros, que 
não podem obstar a locomoção do particular, salvo nas hipóteses toleradas pelo 
ordenamento jurídico 
Na perspectiva objetiva, o Estado deixa de ser encarado somente como o 
adversário/inimigo, em relação aos titulares dos direitos fundamentais, para ser viso 
também como o garantidor/guardião desses direitos. É aquele que tem o dever de protegê-
los, até mesmo contra a vontade dos próprios titulares. 
 Subjetiva: a "visão "do sujeito frente ao Estado 
 Objetiva: serve para nortear a própria atuação do Estado 
(FGV/2018) Maria, pessoa que vive nas ruas por não ter moradia ou mesmo renda própria, 
foi informada de que a ordem constitucional brasileira considerava a habitação um direito 
social. Esperançosa, Maria requereu à Secretaria Municipal de Habitação que lhe fornecesse 
uma casa para morar. O requerimento, no entanto, foi indeferido sob os argumentos de 
que a lei municipal não regulamentara a forma pela qual o referido direito social seria 
fruído, bem como por inexistirem recursos para oferecê-lo. Acresça-se que essas duas 
informações eram verdadeiras. À luz da sistemática constitucional, os argumentos 
invocados pela Secretaria Municipal: impedem a fruição do direito social pleiteado 
administrativamente por Maria. 
 Reserva do Possível reconhece que a condição econômica do Estado é essencial para a 
efetivação pelo poder público de serviços sociais. No entanto, a não disponibilização de 
recursos não pode ser utilizado como justificativa a todo momento para a não-prestação. 
Nas palavras de Alexandrino e Paulo (2011), “a não efetivação, ou efetivação apenas parcial, 
de direitos constitucionalmente assegurados somente se justifica se, em cada caso, for 
possível demonstrar a impossibilidade financeira (ou econômica) de sua concretização pelo 
Estado”. 
Contudo, há situações que até mesmo o básico para uma vida digna é negado às pessoas. 
Assim, a teoria do “Mínimo Existencial” surgiu como uma forma de impor limites à Reserva 
do Possível, pois considera que o Estado não pode alegar a falta de recursos financeiros para 
a efetivação de certos direitos considerados mínimos ou essenciais para uma vida digna. No 
Brasil, O STF tem entendido em diversos julgados que certos direitos como saúde sejam 
efetivados por meio de intervenção jurídica. Considera o STF que o direito a tratamento de 
saúde é um direito tão básico à vida do indivíduo que não pode ser simplesmente negado, 
embora a Corte reconheça a dificuldade em determinar tratamentos que demandam altos 
custos para o Estado quando o indivíduo tem poucas chances de sobrevivência. 
 
(FGV/2018) Marta morava às margens do rio mais importante de sua região. Certo dia, 
constatou que uma indústria metalúrgica estava despejando no referido rio elevada 
quantidade de resíduos sólidos. Nas pesquisas que realizou, constatou que as medidas 
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necessárias à recomposição do meio ambiente, poderiam ser postuladas pelo Ministério 
Público. Essas medidas seriam exemplo de tutela de interesse difuso. 
(FGV/2018) Jean, nacional francês residente no território brasileiro, procurou um advogado 
e solicitou que fosse esclarecido que direitos a ordem jurídica brasileira lhe assegurava, 
mais especificamente se possuía direitos fundamentais e direitos políticos. À luz da 
sistemática constitucional, o advogadodeve afirmar que Jean: possui direitos fundamentais 
em extensão inferior aos dos brasileiros, mas não direitos políticos. 
(FGV/2017) Edson, no afã de conhecer o alcance dos direitos fundamentais consagrados na 
Constituição da República Federativa do Brasil, perguntou ao seu amigo Antônio se a 
denominada “inviolabilidade do domicílio” teria alguma exceção que permitisse a policiais 
ingressarem, contra a sua vontade, em sua casa. Em resposta, Antônio apresentou diversas 
proposições, mas apenas uma delas está em harmonia com a ordem constitucional. A 
proposição correta é: os policiais podem ingressar na casa de Edson caso um crime esteja 
sendo praticado. 
 
(FGV/2016) Determinado Prefeito Municipal tinha a intenção de encaminhar projeto de lei 
à Câmara dos Vereadores disciplinando a concessão de direitos sociais a certa camada da 
população. No entanto, tinha dúvidas a respeito da compatibilidade dessa iniciativa com a 
ordem constitucional, mais especificamente com o princípio da igualdade, consagrado no 
Art. 5º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil. Em seu entender, a 
igualdade exigiria que os direitos sociais fossem igualitariamente oferecidos a todos, 
independentemente de suas características pessoais. Para sanar suas dúvidas, solicitou o 
pronunciamento da Procuradoria do Município, que exarou alentado parecer a respeito 
dessa temática. À luz da presente narrativa, assinale a opção que se harmoniza com as 
construções teóricas em torno da igualdade. - As ações afirmativas excepcionam a igualdade 
formal em prol da construção da igualdade material, sendo incorreto afirmar que sempre 
serão incompatíveis com a Constituição. 
(FGV/2015) Duas atrizes muito conhecidas decidiram ficar nuas na praia. Um jornal de 
grande circulação fotografou a praia com as duas atrizes no centro e estampou a seguinte 
manchete: “praia convidativa no verão”. As duas atrizes entenderam que sua imagem fora 
explorada comercialmente e ingressaram com uma ação judicial pleiteando a reparação dos 
danos que sofreram. À luz da sistemática constitucional afeta aos direitos fundamentais na 
solução desse litígio, o órgão jurisdicional deve considerar que: deve ser promovida a 
concordância prática entre os direitos fundamentais, identificando-se aquele que deve ter 
preeminência consoante as circunstâncias do caso concreto. 
 
Direitos 
Individuais 
 
Leia os dispositivos 
da Constituição 
Federal, mas fique 
atento também 
com as teses de 
repercussão geral 
 
(DPE-MS/2022) Joana inscreveu-se em concurso público destinado ao provimento de 
determinado cargo efetivo do Estado Beta. Ao ser comunicada da data de realização da 
avaliação correspondente à segunda fase do certame, percebeu que isto ocorreria 
justamente em um dia da semana no qual sua religião não permitia a prática de qualquer 
atividade. Considerando a forma como a liberdade de religião é tratada pela ordem 
constitucional, é correto afirmar que Joana: pode vir a ter alterada a data da avaliação, 
desde que presentes a razoabilidade, a preservação da igualdade e não haja ônus 
desproporcional para a Administração. 
- É possível que o candidato a concurso público consiga a alteração das datas e horários 
previstos no edital por motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. Nos 
termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de concurso 
público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca 
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escusa de consciência por motivo de crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade 
da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarrete ônus 
desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 19/11, 25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000) 
- É possível que o servidor público cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos 
por motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. Nos termos do art. 5º, VIII, 
da Constituição Federal, é possível à Administração Pública, inclusive durante o estágio 
probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais 
inerentes aos cargos públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência 
por motivos de crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, não se 
caracterize o desvirtuamento do exercício de suas funções e não acarrete ônus 
desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 19/11, 25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000). 
ADENDO - Liberdade de consciência, crença e culto 
- STF Info 879- 2018: O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza 
confessional → seguir os ensinamentos de uma religião específica. (conjugação do 
binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI) → matrícula 
facultativa !) ( o direito ensino na escola deve ser conferido para qualquer religião) 
- STF Info 902 - 2018: inconstitucionalidade de dispositivo que proibia, no âmbito da 
programação das emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de proselitismo, ou seja, 
a transmissão de conteúdo tendente a converter pessoas a uma doutrina, sistema, religião, 
seita ou ideologia. 
-STF Info 935 - 2019: É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a 
liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz 
africana. 
 
(FGV/2021) João foi convocado para a prestação de determinado serviço de relevante 
interesse público, regularmente instituído pela ordem jurídica brasileira. Em resposta, 
comunicou à autoridade competente que não iria atender à convocação por motivo de 
convicção filosófica diversa. À luz da ordem constitucional, a conduta de João é lícita, 
devendo cumprir a prestação alternativa fixada em lei, e, não o fazendo, terá os direitos 
políticos suspensos. 
O art. 5º, inciso VIII, nos traz a chamada escusa de consciência. Assim, em um primeiro 
momento, ninguém será privado de direitos por deixar de cumprir obrigação legal imposta 
a todos. Caso o indivíduo se recuse a cumprir tal obrigação, tem-se a possibilidade de 
prestação alternativa fixada em lei. Caso também se recuse a cumprir essa prestação, aí sim 
poderá sofrer restrição de direitos. Portanto, percebe-se que para haver essa restrição, deve 
haver cumulativamente duas condições. 
(PCERJ/2021) Determinada associação, direcionada ao desenvolvimento psicossocial da 
pessoa e da família, foi objeto de muitas críticas no âmbito da Secretaria de Apoio Familiar 
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do Estado-membro Alfa. Argumentava-se que diversas atividades desenvolvidas pela 
associação eram moralmente reprováveis, além de representarem apologia ao crime. Em 
razão desses fatos, a assessoria jurídica foi consultada a respeito da possibilidade de a 
associação ter suas atividades suspensas, sendo respondido, corretamente, que a 
suspensão alvitrada: somente seria possível por decisão judicial, independentemente do 
trânsito em julgado. 
SUSPENSÃO => Decisão Judicial 
DISSOLUÇÃO => Decisão Judicial + Trânsito em Julgado 
(PCERJ/2021) O grupo “Amigos da Diversidade” decidiu realizar manifestação pacífica na 
praça mais importante da Cidade Alfa, no último domingo do próximo mês. Após a tomada 
de decisão, surgiu uma dúvida, no âmbito da liderança, a respeito dos procedimentos a 
serem adotados. João, integrante do grupo e profundo conhecedor da ordem 
constitucional, explicou, corretamente, que a manifestação: não dependede autorização 
de qualquer órgão público, sendo exigida apenas a realização de prévio aviso à autoridade 
competente. 
Nos termos da CF/88: Art. 5°, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em 
locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem 
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido PRÉVIO 
AVISO à autoridade competente; 
A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita 
com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício 
se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local.” STF. 
Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, 
julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003). 
(FGV/2021) João, que possuía um programa de rádio, fez uma narrativa extremamente 
ofensiva à reputação profissional de Maria, que tinha grande reconhecimento junto à 
coletividade em razão de sua atuação como contadora. Ao tomar conhecimento dos fatos, 
Maria procurou o seu advogado e foi informada corretamente de que seria possível postular 
em juízo, de acordo com a sistemática constitucional: o direito de resposta, proporcional ao 
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. 
CF 88, Art. 5º, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
OBS: O direito de resposta e o direito à indenização por danos morais e materiais - anote-
se que essas indenizações são cumuláveis - aplicam-se tanto às pessoas físicas quanto às 
pessoas jurídicas que sejam ofendidas pela expressão indevida de juízos ou opiniões. 
(FGV/2021) Em razão de situação de iminente perigo público, certa autoridade pública 
utilizou durante dois dias um terreno pertencente a João, o que não acarretou qualquer 
dano à propriedade, já que nada existia no local. À luz da sistemática constitucional, a 
conduta da autoridade pública foi: lícita, não sendo devida qualquer indenização. artigo 5º, 
inciso XXV da CF: No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar 
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de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano". 
(FGV/2021) O jornalista Pedro elaborou e divulgou matéria jornalística que desagradou 
profundamente a classe política do Estado Alfa. Apesar de a matéria retratar atos praticados 
por agentes públicos no exercício da função, argumentavam os atingidos que Pedro não 
poderia divulgá-los e que, além disso, não divulgara a fonte das informações. A crítica dos 
atingidos está: incorreta, pois se pode informar atos que atinjam pessoas determinadas, e 
o jornalista não está obrigado a divulgar sua fonte. *Art. 5º - XIV - é assegurado a todos o 
acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício 
profissional; 
(ESAF/2012/ATRFB) O exercido concreto da liberdade de expressão assegura ao jornalista o 
direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, 
sarcástico, irônico ou irreverente, especialmente contra as autoridades e aparelhos de 
Estado. No entanto, deve responder penal e civilmente pelos abusos que cometer, e 
sujeitar-se ao direito de resposta previsto no texto constitucional. © 
(TJ-SC/2021) Determinado deputado federal tencionava apresentar projeto de lei no qual 
estabelecia requisitos diferenciados em relação a homens e mulheres que desejassem ter 
acesso a certos serviços públicos. Antes de encaminhar o projeto, solicitou o parecer de sua 
assessoria jurídica, a qual lhe respondeu, corretamente, que a referida proposição: não 
afrontaria a ordem constitucional se invocada e demonstrada a incidência da “teoria do 
impacto desproporcional”, indicando que a igualdade formal causaria maior impacto em 
um grupo historicamente excluído. 
*Teoria do Impacto Desproporcional ou Teoria do Impacto Adverso: A teoria do impacto 
desproporcional tem total correlação com princípio da igualdade material. Possui a 
finalidade de impedir toda e qualquer conduta que gere efeitos negativos sobre 
determinados grupos ou indivíduos. 
Igualdade formal - condições igualitárias para todos. 
Igualdade material - é aquela que se preocupa em promover igualdade com políticas de 
equalização social a depender do discrimimen em análise. 
Teoria do impacto desproporcional (ou teoria do impacto adverso): visa aferir e 
impedir toda e qualquer conduta (inclusive legislativa) gere, na prática, efeitos negativos 
sobre determinados grupos ou indivíduos, ainda que não possua intenção de 
discriminação. Tem total correlação com princípio da igualdade material, na medida em 
que as políticas públicas originariamente são formatadas para colmatar as desigualdades 
existentes, mas, na sua aplicação, percebe-se que houve na verdade é o aumento de nível 
de desigualdade existente. 
Ex: No STF podemos destacar o julgamento da ADI 1.946, Rel. Min. Sydney Sanches, 
julgamento em 3-4-2003, Plenário, DJ de 16-5-2003, em que se debateu a Emenda 
Constitucional n. 20/98, que limitou os benefícios previdenciários a R$ 1.200,00, discutindo-
se a quem caberia pagar a licença-maternidade no caso da mulher trabalhadora receber 
salário superior a tal valor. Caso o empregador fosse obrigado a pagar a diferença salarial, 
poderia ser levado a evitar contratar mulheres para não ter que arcar com esse custo, 
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causando um impacto negativo na oferta de empregos a elas, o que geraria uma 
desigualdade em relação aos homens. 
Diferenças entre igualmente material x formal: A igualdade formal é aquela preconizada 
pelo liberalismo que garante condições igualitárias sem ingerência estatal com edição de 
políticas públicas voltadas para a promoção de direitos sociais. 
A igualdade material é aquela que se preocupa em promover igualdade com políticas de 
equalização social a depender do discrimen em análise. Preconiza a realização efetiva dos 
direitos a partir de políticas governamentais de cunho legislativo ou administrativo com o 
objetivo de promover a equalização de direitos que não está em sintonia, e se traduz na 
proteção insuficiente a direitos fundamentais verificada na implementação de políticas 
públicas que possuem na origem na ideia de diminuir a desigualdade. 
(TJ-SC/2021) André e Felipe travaram intenso debate a respeito da relevância do alicerce 
teórico dos direitos fundamentais em um Estado Democrático de Direito, de modo a 
identificar o surgimento de possíveis situações de conflito entre eles. André defendia que a 
teoria externa alicerçava os direitos fundamentais. A partir deles seriam obtidas posições 
definitivas e teriam natureza principiológica. Felipe, por sua vez, entendia que esses direitos 
estavam alicerçados na teoria interna. Dariam origem a posições prima facie e teriam a 
natureza de regras. À luz da forma como os direitos fundamentais têm sido compreendidos 
na realidade brasileira, é correto afirmar que: André está parcialmente certo, já que os 
direitos fundamentais dão origem a posições prima facie; 
Teoria Interna Teoria Externa (doutrina majoritária) 
- Direitos fundamentais são absolutos 
- Direitos fundamentais não podem ser 
restringidos 
- Direitos fundamentais sofrem limites 
apenas no texto constitucional 
- Direitos fundamentais não são absolutos 
- Direitos prima facie (direitos 
prestacionais) 
 
(Defensor RJ/2021) No âmbito da ADPF 635 se questionam a política de segurança pública 
do governo do Estado do Rio de Janeiro, os índices injustificáveis de letalidade promovida 
pelas intervenções policiais nas favelas e o uso desproporcional da força por parte dos 
agentes de segurança contra a população negra e pobre. Diante de dados que comprovam

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