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Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC – Turma 192 PNEUMONIA NOSOCOMIAL • Pneumonia Nosocomial - pneumonia que se instala 48h+ após internação hospitalar • Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica - se instala 48-72h após a IOT o Perfil microbiológico, dx, tto e px não são idênticos • Diferença principal é a dependência do escarro expectorado para firmar o dx microbiológico na PAV • Complicação comum em pctes que necessitam de VM → UTI 10% dos pctes têm PAV • A mortalidade geral de pacientes com PN ou PAVM varia entre 20-50% • Frequência depende da duração da VM - risco maior 5 dias - estabiliza após ~ 2sem. o Índice cumulativo entre pctes que continuam no respirador até 30d chega a 70%; ETIOLOGIA • Principais patógenos de ambas são os BGN e Cocos Gram-Positivos (CGP) de padrão nosocomial germes selecionados e resistente pelo uso corriqueiro de antimicrobianos • Infecções polimicrobianas tendem a ser frequentes - fungos e virus em pctes imunossup ❖ Bacilos Gram Negativos • Bacilos aeróbios fermentadores de glicose → E. coli, Klebsiella pnm., Enterobacter spp. • Não fermentadores de glicose → Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii, Burkholderia cepacea, Stenotrophomonas maltophilia). • Pseudomonas sobrevive longos períodos na água acumulada nos circuitos do ventilador mecânico (deve ser removida sempre, e jamais escorrer para dentro do tubo orotraqueal ❖ Cocos Gram Positivos • Staphylococcus aureus → Sensível à Meticilina (MSSA) ou Resistente à Meticilina (MRSA). • A frequência pode variar expressivamente entre hospitais e até entre as diferentes UTIs • Grupo dos não MDR é praticamente igual ao dos microrganismos associados à PAC grave → predominam quando o pcte desenvolve PAV nos primeiros 5-7d depois da internação Multi Droga Resistencia MDR → resistencia a 2, 3, 4 ou 8 antimicrobianos habitualmente empregadas Resistencia Extensa XDR → BGN sensivel apenas a colistina, tigeciclina ou aminoglicosideo Pan Resistencia PAN-R → sensibilidade reduzida a todos os ATB de tto de PN/PAV FISIOPATOLOGIA • 3 fatores fundamentais à patogênese o Colonização da orofaringe por microrganismos patogênicos, Aspiração desses patógenos da orofaringe para as VRI, Comprometimento dos mecanismos de defesa do hospedeiro • Quanto + grave for o pcte, mais rapido ocorrerá a colonização de sua orofaringe por germes do ambiente hospitalar → estado crítico acompanha alterações na composição salivar o Aumento na concentração de enzimas proteolíticas > modificam receptores na superfície das céls epiteliais → facilita adesão de bactérias • Mãos do profissional de saúde - uma das principais fontes de contaminação cruzada horizontal ❖ O tubo endotraqueal neutraliza os fatores mecânicos que impedem a aspiração → microaspiração é agravada pelas secreções subglóticas acumuladas acima do balonete • A manipulação do pcte e do circuito abre brechas entre o cuff e parede da traqueia → permite que as secreções “escorram” e atinjam o TRI (por mais q se recomenda aspiração diaria) Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC – Turma 192 • Bactérias patogênicas podem formar biofilme de glicocálice no lúmen do tubo → protege dos ATB e mecanismos de defesa - cateteres naso/orogastricos tbm ❖ Posição supina FR de PAVM, particularmente se estiver recebendo nutrição enteral → maior acúmulo de secreções subglóticas - deve ficar entre 30° a 45° • pH estomacal torna a parte proximal do esofago estéril → em hospitalizados, pH pode elevar o Uso de antiácidos e antissecretores na profilaxia das úlceras de estresse o Dieta enteral com tempo de infusão longo; Hipo/acloridria prévia, comum em idosos o A própria doença grave de base, que pode reduzir a secreção ácida... Raramente a via de aquisição é a inalação de aerossóis contaminados ou via hematogênica • Em muitos pctes criticos, flora normal da orofaringe é substituída por patogenos • FR mais importantes → pressões seletivas dos antibióticos, infecção cruzada, desnutrição; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Em geral, as mesmas das outras pneumonias: o Febre, leucocitose, aumento das secreções respiratórias; o Condensação pulmonar no exame físico; o Alterações ou aparecimento de novos infiltrados na radiografia de tórax; • A frequência das radiografias torácicas anormais antes da pneumonia nos pacientes intubados e as limitações da radiografia no leito tornam a interpretação + difícil • Outras manifestações → taquipneia, taquicardia, deterioração da oxigenação e aumento da ventilação por minuto, disfunção orgânica de outros órgãos DIAGNÓSTICO • DX clínico estabelecido se → infiltrado radiográfico novo ou progressão de infiltrado antigo, com evdencias de que o infiltrado possui origem infecciosa o E/OU 2+ → febre ≥ 38°C, escarro purulento e leucocitose/leucopenia. • Achados clinicorradiográficos inespecíficos - muitos ddx em hospitalizados → TEP, infarto pulmonar, SDRA, pneumonia aspirativa, hemorragia alveolar etc. • Pctes com dx clínico → coletar culturas antes do tto, para determinar a sensibilidade do(s) patógeno(s) envolvido(s) - recomenda-se coletar escarro e 2 amostras de hemocultura • Escarro deve ser obtido por expectoração espontânea ou escarro induzido por nebulização • Deve conter amostra com < 10 céls epiteliais escamosas / campo de pequeno aumento (10x), indicando não haver contaminação pela cavidade oral. o O achado de um tipo predominante (ex.: CGP) corrobora o diagnóstico • Cultura deve ser semiquantitativa, em escala de 1+ a 4+ → crescimento bacteriano raro, discreto, moderado ou abundante → positiva quando ≥ 3 • Coleta invasiva (broncofibroscopia, lavado broncoalv) não indicada de rotina por risco de piora - considerada quando suspeita de infecção por patógenos oportunistas Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica • No paciente intubado há > 48-72h, PAVM deve ser cogitada sempre que surgirem súbita ou gradualmente → febre, secreção traqueobrônquica purulenta, leucocitose Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC – Turma 192 o Piora dos parâmetros ventilatórios / troca gasosa → aumento da FR/esforço, diminui volume corrente, aumento volume-minuto e piora da oxigenação (PaO2 /FiO2) • Exame Físico → roncos assimétricos - acúmulo focal de secreções que o pcte não consegue mobilizar + estertores, mv-, sibilos e hemoptise • Na suspeita, obter um exame de imagem → RX tórax em AP à beira do leito • Obtenção de culturas semiquanti, com coleta não invasisa (aspirado endotraqueal) e 2 hemoculturas o Ponto de corte p considerar cultura + reduz probabilidade de germe isolado representar contaminação → AET > 1.000.000 UFC/ml; LBA > 10.000; EBP > 1.000 • DDX → edema pulmonar atípico, contusão pulmonar, hemorragia alveolar, pneumonite de hipersensibilidade, SARA e TEP - em pctes em VM + febre / leucocitose pode haver outra causa TRATAMENTO • Tto antimicrobiano da PN e PAVM deve ser inicialmente empírico, contemplando os germes mais provavelmente envolvidos e seu provável perfil de sensibilidade → demora = mortalidade • Após, esquema pode ser mantido, ampliado ou descalonado o Cada unidade de internação deve ter suas estatísticas relativas aos principais patógenos causadores e seu perfil de resistência - elaboradas pela CCIH • PN e PAV → cobertura p S. aureus, Pseudomonas aeruginosa e Bacilos Gram Negativos ❖ PADRÃO na ausência de Fatores de Risco* para MRSA/MDR no geral → piperacilina/tazobactam OU cefepima OU levofloxacina OU imi/meropenem SE alto risco de mortalidade ou FR p MRSA → add Vancomicina ou Linezolida Uso prévio de ATB EV → combinar 2 opções padrão (com opção de gentamicina/azeostram) + vanco FR para germes MDR em geral, Pseudomonas ouBGN → associar 2 drogas de classes distintas entre as supracitadas (+ colistina, polimixina, amicacina) + vanco/linezolida o Quando MRSA não for encontrado, pode suspender a cobertura empírica contra ele. • Duração do tratamento - 7 dias, independente do agente o Pode prolongar se resposta lenta, complicações supurativas, infecções associadas • Pode-se dosar procalcitonina para avaliar resposta terapêutica → tto antimicrobiano pode ser suspenso quando PCT cair >= 80% de seu valor inicial. *Fatores de Risco ❖ PARA MORTALIDADE o Necessidade de suporte ventilatório após início do quadro de PN o Choque séptico ❖ PARA GERMES MDR EM GERAL (PAV) → uso de ATV IV nos ultimos 90 dias o Internação > 5 dias antes do inicio da PAVM ❖ PARA PSEUDOMONAS E OUTROS BGN MDR o Doença estrutural pulmonar, gram com predominio BGN o PAV → tto em CTI com prevalencia desconhecida ou > 10% dos BGN são resistentes ❖ PARA MRSA o Local onde > 20% (PAV 10) dos S. Aureus sao MR ou prevalencia desconhecida *****RESUMO FEITO COM BASE NOS MATERIAIS DO MED/CEL E MED/CURSO*****
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