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AULA 07 - OBRIGAÇÕES

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AULA 07 – A OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL E SOLIDÁRIA 
1. Obrigação divisível e indivisível: 
CAPÍTULO V
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1 o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2 o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
A prestação divisível é aquela que pode ser reduzida em frações menores sem alterar a estrutura. Todavia, há exceções: um diamante quebrado gera uma série de diamantes menores, só que o valor desses diamantes fragmentados é inferior ao valor do diamante original que estava inteiro. 
Quando a prestação é divisível, a solução é bem simples: cada um só pode pagar o que é seu e cada um só pode cobrar o que é seu. Ex: A deve 100 reais a B e C. B e C podem cobrar, separadamente, 50 reais de A. 
Quando a prestação é indivisível, a solução anterior é impossível. Daí, faz-se necessário realizar algumas ponderações: 
· Se há multiplicidade de devedores: Um devedor paga sozinho, o credor está satisfeito, todavia o pagamento não extingue a obrigação. O devedor se sub-roga no direito do credor – o credor agora é o antigo devedor. Este credor poderá cobrar o valor equivalente ao outro devedor que não pagou. Por exemplo: A e B devem um notebook a C que custa mil reais. A dá o notebook a C e, nesse sentido, C está satisfeito. A pode, posteriormente, cobrar 500 reais de B, já que A sub-roga-se no direito de C e tem o direito de cobrar B. 
· Se há multiplicidade de credores: Cada credor vai ter que cobrar o inteiro (prestação indivisível) do devedor. O devedor, ao pagar, deve tomar uma das duas medidas: (I) reúne os credores e paga ou (II) paga a um credor, desde que esse credor apresente um documento chamado calção de ratificação, o qual autoriza esse credor a receber a prestação em nome dos demais credores. 
2. Extinção: 
Art. 262 – CC: Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
· Transação: A deve uma quantia a B. B aceita que A pague uma parte; 
· Novação: A busca renegociar uma dívida com B (o contrato anterior é extinto e um novo é criado); 
· Compensação: A deve 200 a B e B deve 100 a A. A só pagará 100 a B; 
· Confusão: A deve uma quantia ao seu pai, B. B morre. A é herdeiro de B. A passa a dever para ele mesmo;
3. Impossibilidade:
A indivisibilidade decorre da prestação. Se a prestação se perdeu e a obrigação vai se resolver com o pagamento de indenização, a obrigação passa a ser divisível (há a perda da qualidade de indivisível). 
Art. 263 – CC: Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1 o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2 o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
No que tange ao § 2º, há uma ressalva feita pela doutrina. O culpado só paga pelas perdas e danos, mas os demais continuam tendo que pagar o equivalente. 
4. Obrigação solidária: 
CAPÍTULO VI
Das Obrigações Solidárias
Seção I
Disposições Gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Seção II
Da Solidariedade Ativa
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Art. 274.  O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Seção III
Da Solidariedade Passiva
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerarda solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
A solidariedade pode ser ativa ou passiva.
Tanto na ativa quanto na passiva, o credor pode cobrar o todo de qualquer um dos devedores. 
De acordo com o Código Civil, não há presunção de solidariedade, decorrendo da lei (alguns artigos expressamente escancaram a obrigação como solidária) ou da vontade das partes (é feito um acordo para que se constitua a solidariedade). 
Há um único vínculo ou vários vínculos? Para Maurício Requião, deve-se reforçar o art. 266 a partir da segunda perspectiva. Pode-se criar regramentos distintos para os devedores (ex: local de pagamento, data de vencimento, imposição de determinadas condições ou não). 
Art. 266 – CC: A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
No dia-dia ocorrem mais casos de solidariedade passiva. Ex: A vai no banco pedir um empréstimo e o banco exige a presença de um fiador solidário (ou A aceita ou não pega o seu empréstimo). O credor tem maior poder de negociação e, geralmente, impõe a solidariedade (o credor terá no mínimo dois patrimônios para cobrar o adimplemento da obrigação).
A solidariedade ativa não é benéfica aos credores, pois outras pessoas receberão a prestação no seu lugar. Geralmente, caso haja esse interesse, no máximo é concedida uma procuração para que outro receba e, posteriormente, dê a prestação ao credor. 
5. Solidariedade ativa: 
Se o credor recebe e não passa para os demais, o devedor não tem responsabilidade nenhuma (não deve mais se preocupar). Os demais credores precisam cobrar do credor que não passou aos demais. A prestação, mesmo com a multiplicidade de credores, é única. Ex: Se A deve 1000 a B e a C, pagando 700 a B. A deve pagar só 300 a C. 
Se nada for dito, presume-se que cada um tem uma parte igual do crédito/débito. 
Art. 270 – CC: Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
A solidariedade se relaciona com os sujeitos. Se o credor solidário morreu, os herdeiros não são credores solidários. 
Ex: A deve 900 reais a B, C e D. Se B morre, deixando dois herdeiros – E e F – estes só devem receber a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário (não são credores solidários). Destarte, A deve pagar 150 a cada (900/3 = 300/2 = 150 reais a E, e 150 reais a F).
Art. 273 – CC: A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Outro ponto importante trazido pelo Código diz respeito às exceções pessoais. Exceções correspondem a meios de defesa no Direito. As exceções pessoais são limitadas aos sujeitos às quais elas se aplicam. 
Art. 274 – CC:  O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Se B entra com uma ação contra A e perde, C e D podem entrar com ação contra A. Todavia, se A ganha a ação, isso se aproveita a C e a D, mas se ressalvam as exceções pessoais para os credores que ainda não se envolveram em litígio.
Em suma:
B entra com uma ação contra A: 
· B perde: Não impacta em C e D; 
· B ganha: Os benefícios se aproveitam a C e D, ressalvando-se a estes as exceções pessoais; 
6. Solidariedade passiva: 
Na solidariedade passiva, há uma pluralidade de devedores. O credor pode ir a qualquer devedor e cobrá-lo a obrigação.
O credor pode perdoar a dívida toda ou apenas a parte de um. Neste caso, obrigação continua sendo solidária, abatido o valor perdoado.
Remissão não se confunde com renúncia. Remissão é o perdão de dívida; renúncia solidária se dá quando o credor renuncia a solidariedade. 
Art. 276 – CC: Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
No caso de devedores solidários, aplica-se o semelhante ao estudado no caso de credores solidários. Os herdeiros de um devedor solidário que falecera não serão devedores solidários, podendo o credor cobrar a cada um a parte que compete a cada. Todos reunidos são considerados um devedor solidário (mas cada um individualmente, não). 
Art. 284 – CC: No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Se um dos devedores for insolvente, a parcela dele será rateada (dividida) entre todos os devedores, inclusive o devedor que tenha sido excluído da solidariedade. 
Art. 285 – CC: Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar. 
A regra é que a obrigação se divide igualmente entre os devedores, todavia, há exceções – como a trazida pelo art. 285 do Código Civil. Pode, destarte, existirem dois devedores, um devendo pagar 100% e o outro, nada. Nesse sentido, existindo uma dívida de interesse exclusivo, o regramento funciona de forma distinta (somente o interessado responderá). 
 
Para próxima aula: Resolver avaliações anteriores de Direito de Obrigações.

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