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Resumo - Direito Civil - Obrigações

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OAB 1ª FASE – CURSO CERS – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
Prof. Cristiano Sobral 
 
 
AULA 1 
CONCEITO JURÍDICO DE OBRIGAÇÕES – Direitos das obrigações é o instituto jurídico que regra o vínculo jurídico entre o credor 
e o devedor que consiste em um dar, fazer ou não fazer. 
Elementos 
a) Subjetivo: devedor e credor 
b) Objetivo: prestação (dar, fazer ou não fazer) 
c) Virtual: vínculo – Teoria Dualista = débito e responsabilidade. 
- Classificação (Teoria Dualista) 
• Obrigação Civil – débito + responsabilidade = SHULD + HAFTUNG 
• Obrigação Natural – Há débito, mas não há responsabilidade. Há Shuld, mas não há Haftung. 
Ex. prescrição, negócio realizado por incapaz. 
• Obrigação de garantia – Há responsabilidade, mas não há débito. Há haftung, mas não há shuld. 
Ex. Fiança; 
• Obrigação Propter rem = em razão da coisa – direito obrigacional que surge em razão da aquisição de direito real. 
Ex. Obrigação de pagar condomínio. Limitações ao direito de vizinhança. 
Observações – Locações – s. 335, STJ e art. 578, CC. 
 
 
 
 
OAB 1ª FASE – CURSO CERS – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
Prof. Cristiano Sobral 
 
 
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES 
 
OBRIGAÇÃO DE DAR – consiste na entrega da coisa. 
• Princípio da Gravitação – art. 233, CC. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do 
caso. 
• Princípio da Exatidão/ Correspondência do pagamento – art. 313, CC. 
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. 
 
Observação1 - Caso ele aceite o diverso do pactuado, configura-se dação em pagamento. Art. 356, CC. 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 
 
a) Dar coisa certa – bem específico. Ex. Venda de cavalo campeão da Fazenda. 
a.1 – de dar – entrega do que foi vendido. 
a.2 – de restituir – devolução do que foi emprestado. 
REGRA DA PERDA DO BEM antes de DAR OU RESTITUIR – art. 234, CC. 
SE CULPA DO DEVEDOR – deverá pagar ao credor o equivalente + perdas e danos 
SE NÃO FOI CULPA DO DEVEDOR – a coisa perece para o dono (res perit domino) 
Se ao invés da perda, houver apenas deterioração = as consequências são as mesmas, mas o credor terá direito de escolher se 
quer o bem acrescido do valor da deterioração. 
Se ao invés da perda ou deterioração houver a melhora do bem a coisa também se aproveita para o dono. 
Observação2 - Regra da “Res perit domino” = A coisa se perde para o dono – art. 234, CC. 
 
 Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a 
obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. 
 
Observação3 - A coisa pertence ao credor até a tradição – art. 237, CC. 
 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não 
anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
 
RESTITUIR A COISA CERTA – art. 238, CC 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se 
resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, 
observar-se-á o disposto no art. 239. 
 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às 
benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a 
levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art239
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Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o 
de levantar as voluptuárias. 
 
b) Dar coisa incerta – gênero de certa quantidade. Ex. Venda de três cavalos da fazenda. 
A escolha caberá à quem estiver definido no contrato. Se nada for dito, a escolha caberá ao devedor que não poderá escolher o 
pior nem se obriga escolher o melhor. Feita a escolha, a obrigação de dar coisa incerta se transforma em obrigação de dar coisa 
certa, aplicando-se todas as regras cabíveis à obrigações de dar coisa certa. 
Escolha = momento de concentração do débito. 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA > ESCOLHA > OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA 
 
ANTES DA ESCOLHA O BEM SE DETERIORA/PERDE – mesmo que por caso fortuito ou força maior, o devedor NÃO se exime 
da obrigação, pois o gênero não se perece, posto que pode ser substituído por qualquer outro da mesma espécie. 
 
OBRIGAÇÃO DE FAZER – consiste naquela em que o devedor deve fazer algo, como por exemplo, a prestação de um serviço. 
a) Personalíssima (infungível) – somente o devedor específico poderá cumprir a obrigação 
Neste caso, se o devedor se recusa a cumprir ou por sua culpa se tornou impossível, converte-se em perdas e danos. 
b) Não personalíssima (fungível) – outra pessoa além do devedor pode cumprir a obrigação. 
Neste caso, o credor poderá reclamar por perdas e danos ou mandar que outro execute à custa do devedor. 
c) De meio – o devedor buscar corresponder no meio para atingir o resultado. Neste caso, não responderá se o resultado 
não for atingido, apenas se não utilizou as diligências necessárias. Ex. Médico e Advogado. 
d) De resultado/ fim – o devedor se vincula a obter determinado resultado, sob pena de inadimplemento e, 
consequentemente, dever de indenizar por perdas e danos. 
Ex. Cirurgião (quando se trata de intervenção estética e meramente embelezadora) 
 
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER – abster-se de fazer algo. 
Se o devedor descumpre a obrigação e faz o que não deveria fazer ele responderá por perdas e danos, em regra. O credor poderá 
ingressar judicialmente para requerer o ressarcimento e o desfazimento, em caso de obra. Se for necessário o desfazimento urgente, 
poderá desfazer e logo após pedir judicialmente o ressarcimento. Contudo se ele fez o que não deveria fazer porque se tornou 
impossível evitar, a obrigação apenas se resolve, não configurando a indenização por perdas e danos. 
 
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS – é aquela que compreende duas ou mais obrigações, mas se extingue com a realização de uma 
delas. Em regra, a escolha caberá ao devedor. Mas o contrato poderá prever que a escolha cabe ao credor. 
* QUANDO HÁ IMPOSSIBILIDADE DE SE CUMPRIR UMA DAS PRESTAÇÕES, dependerá de quem é a escolha: 
SE DEVEDOR – subsistirá a outra obrigação. 
SE CREDOR – se a impossibilidadese deu sem culpa do devedor, subsistirá a outra obrigação. Contudo, se por culpa do devedor, 
o credor poderá exigir a obrigação subsistente, ou o valor da outra perdida acrescido de perdas e danos. 
* QUANDO HÁ IMPOSSIBILIDADE DE SE CUMPRIR AMBAS AS PRESTAÇÕES, dependerá de quem é a escolha: 
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SE DEVEDOR – se por culpa deste, ficará obrigada a pagar o valor da última prestação que impossibilitou acrescido de perdas e 
danos. No entanto, se ambas se perdem, se culpa do devedor, independente a quem caiba a escolha, a obrigação estará extinta. 
SE CREDOR – se culpa do devedor, poderá reclamar o valor de qualquer uma delas acrescida de perdas e danos. 
 
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS – aquela que pode ser fracionado o objeto da prestação. 
OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS – aquela em que o objeto da prestação não poderá ser fracionado. 
Exemplo: a obrigação de dar dinheiro é obrigação divisível e a obrigação de dar um cavalo é obrigação indivisível. 
A importância na conceituação de obrigações divisíveis e indivisíveis está no fato de que pode ocorrer de haver pluralidade de 
credores. Quando a obrigação é divisível, cada um responde pela sua parte; quando sua parte não é estipulada, presume-se que a 
prestação se divide em partes iguais. 
Contudo, quando as obrigações são indivisíveis e há pluralidade de devedores, estes respondem igualmente pela dívida inteira. 
Observa-se que, aquele que pagar a dívida sub-roga-se nos direitos do credor perante os demais coobrigados. Em contrapartida, 
havendo mais de um credor nas obrigações indivisíveis, qualquer um deles poderá cobrar a dívida por inteiro, tornando-se devedor 
perante os demais credores nas suas respectivas partes em dinheiro. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. Cai Muito! 
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. 
 
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS – é determinada pela lei ou pela vontade das partes, cabe nas obrigações divisíveis. 
Exemplo: Imagine dois amigos devendo vinte mil reais a um credor. Em tese, cada um deve dez mil reais, mas, se for obrigação 
solidária, o credor pode cobrar toda a dívida de qualquer deles (quem paga se sub-roga nos direitos do credor perante os demais 
devedores). Por outro lado, se um devedor deve vinte mil reais a dois amigos, em tese, deve dez mil reais para cada um deles, mas, 
se for obrigação solidária, qualquer dos credores pode cobrar toda a dívida (quem recebe se torna devedor perante os demais 
credores). 
Solidariedade Ativa – pluralidade de credores. No vencimento, qualquer um deles poderá se antecipar e cobrar a dívida. Se 
ninguém o fizer, o devedor poderá pagar à qualquer um dos credores. Quem receber, responde perante os demais credores no que 
couber a parte de cada um. O mesmo ocorre se um dos credores perdoar (remitir) a dívida. Mas existe diferença de quando o credor 
perdoa a sua parte na dívida do devedor e quando perdoa na totalidade. No primeiro, subsistirá a solidariedade dos credores e a 
parte do credor que perdoou será descontada. No segundo, o credor que perdoa a dívida na totalidade torna-se devedor no lugar 
do devedor por ele perdoado perante os demais credores. 
A solidariedade é personalíssima. Isso quer dizer que se um dos credores morrer, este não poderá ser substituído pelos herdeiros, 
cabendo a cada um sua quota parte em relação ao quinhão da herança apenas. 
Exemplo: se um devedor deve 30 mil a três credores solidários e um deles morre. Os herdeiros não poderão cobrar a dívida na 
totalidade ao devedor, mas tão somente poderão requer a sua quota parte em relação a herança. 
Exceção caráter personalíssimo da solidariedade – duas hipóteses 
1ª – Se a obrigação for indivisível 
2ª – se os herdeiros cobrarem juntos através do espólio, pois no direito das sucessões aprendemos que o espólio se sub-roga nos 
direitos do de cujos. 
Observação1: Essa regra vale tanto para a solidariedade ativa quanto a solidariedade passiva. 
Observação2: convertendo-se a prestação em perdas e danos (caso de perda ou deterioração do bem por culpa do devedor) a 
solidariedade permanecerá em relação ao valor equivalente, não em relação as perdas e danos. Pelas perdas e danos só 
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responderá o culpado. Todavia, em relação aos juros, se um dos devedores da causa ao acréscimo de juros ao valor devido, todos 
os outros devedores respondem solidariamente. 
Solidariedade Passiva – pluralidade de devedores. Cada um deles obrigados a totalidade da dívida, mas quem pagar se torna 
credor dos demais devedores no restante da dívida. Se o credor optar por cobrar apenas parcialmente de um dos devedores 
solidários, os demais permanecerão obrigados solidariamente pelo resto. 
Exemplo: José, Jesus e Maria são devedores solidários de Deus do valor de R$ 20,00. Deus resolve cobrar R$ 5.000,00 apenas e 
Maria. Assim, José e Jesus permanecerão solidários em relação aos outros R$ 15.000,00. 
Observação: Vimos que se um devedor pagar a dívida, terá direito de cobrar a cada dos outros devedores solidários no que cabe 
a parte de cada um. Contudo, se a dívida paga interessar a somente um dos devedores solidários, o devedor que pagou poderá 
ingressar regressivamente contra o devedor a quem interessa a dívida em sua totalidade. 
Exemplo: O exemplo típico é o contrato de fiança. Quando há renúncia ao benefício de ordem, devedor principal e fiador são 
devedores solidários. Se o fiador for cobrado, poderá cobrar em regresso do devedor principal não só a metade da dívida, mas sim 
sua totalidade, pois é uma dívida contraída no seu exclusivo interesse. Da mesma forma, sendo caso de mais de um fiador e um 
deles sendo cobrado pela dívida, só terá ação regressiva contra o devedor principal na totalidade da dívida, não tendo ação contra 
os demais co-fiadores. 
 
AULA 2 
SOLIDARIEDADE - ART. 264 e 265, CC. 
 
CONCEITO – art. 264, CC. 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, 
à dívida toda. Conceito de solidariedade 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
SOLIDARIEDADE PURA E SIMPLES – Aquela que não está vinculada a um elemento acidental – art. 266, CC. 
Elemento acidental: condição, termo e encargo. 
 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em 
lugar diferente, para o outro. 
 
 
SOLIDARIEDADE ATIVA – art. 267 e ss. 
 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. Solidariedade ativa 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. 
 
Exemplo: Um devedor e vários credores solidários. Antes da demanda, o devedor poderá pagar a qualquer um. Após a demanda, 
o devedor só poderá pagar a quem demandou. 
 
 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. 
 
Exemplo: Um devedor e vários credores solidários. A dívida é de 60 mil. O devedor pagar 20 mil a um dos credores. O restante da 
dívida, 40 mil, pode ser cobrado por todos os outros credores, inclusive o credor que já recebeu 20 mil. 
 
 
 
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PESSONALÍSSIMA – art. 270. 
 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que 
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
 
Exemplo: Um devedor e vários credoressolidários. A dívida é de 30 mil. Os herdeiros não poderão cobrar a totalidade da dívida, 
mas tão somente sua cota parte da herança, no caso, 5 mil de cada. Exceção: se a obrigação for indivisível, os herdeiros poderão 
cobrar a dívida toda. 
 
Conversão da Obrigação em PD – art. 271 – subsiste a solidariedade. 
 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
 
Art. 263 x art. 271 – No art. 271, mesmo que convertida em perdas e danos, a obrigação continua sendo solidária. No art. 263, a 
obrigação indivisível perderá a indivisibilidade se convertida em perdas e danos. 
 
 
REMISSÃO NA SOLIDARIEDADE ATIVA – ART. 272 
 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. 
 
Exemplo: Quando um dos credores solidários perdoa a dívida, este deverá pagar aos outros credores a quota parte deles. 
Atenção: Se um dos credores perdoa em relação a sua parte da dívida, subsiste a solidariedade para os demais credores. 
 
 
EXCEÇÕES PESSOAIS – ART. 273 – natureza pessoal. São exceções de defesa de mérito. 
 
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. 
 
Exemplo: Se houve coação de um dos credores solidários, o devedor coagido só poderá alegar exceção para o credor que o coagiu. 
Os demais credores continuam com o direito ao pagamento da obrigação normalmente. 
 
JULGAMENTO CONTRÁRIO OU FAVORÁVEL AOS CREDORES SOLIDÁRIOS – art. 274. 
 
- O julgamento contrário não aproveita todos os credores solidários, mas o favorável sim. 
 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo 
de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
 
 
SOLIDARIEDADE PASSIVA – art. 275, ss. 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver 
sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. 
 
Exemplo: Um credor e vários devedores solidários. O credor pode cobrar a dívida de qualquer um dos devedores solidários. 
 
 
FALECIMENTO DE UM DOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS – art. 276 
 
 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao 
seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos 
demais devedores. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1068
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
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Exemplo: Morte de um dos devedores solidários. A obrigação não passa para os herdeiros. O que ocorre é uma refração da dívida, 
pois será recalculada e dividida entes os devedores ainda vivos. 
 
PAGAMENTO PARCIAL POR UM DOS DEVEDORES – art. 277 
 
 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à 
concorrência da quantia paga ou relevada. 
 
Exemplo: Um credor e vários devedores solidários. Dívida de 60 mil. Um dos devedores paga 20 mil. Em seguida, o credor perdoa 
o devedor que pagou 20 mil. O perdão não aproveita aos outros devedores solidários. Portanto, serão responsáveis solidariamente 
pelo pagamento do valor de 40 mil. 
 
 
PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS OBRIGACIONAIS – art. 278 
 
 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a 
posição dos outros sem consentimento destes. 
 
Exemplo: Um credor e vários devedores solidários. Fica estipulado entre um dos devedores e o credor que aquele só poderá pagar 
a dívida após determinada condição. Esta condição não abrange aos outros devedores. 
 
 
IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO POR CULPA – art. 279 – o encargo da dívida é de todos, mas o devedor que deu causa ao 
resultado que deve pagar perdas e danos sozinho. 
 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas 
pelas perdas e danos só responde o culpado. 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde 
aos outros pela obrigação acrescida. 
 
 
EXCEÇÕES COMUNS – art. 281 – alcança a todos os devedores solidários. 
 
 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as 
exceções pessoais a outro co-devedor. 
 
Exemplo: Prescrição 
 
 
EXONERAÇÃO DA SOLIDARIEDADE – art. 282 – a exoneração só consiste em um desmembramento. Assim, se ocorre a 
exoneração de um dos devedores solidários o exonerado responderá por sua cota parte e os outros devedores solidários 
responderão pela dívida inteira. 
 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. 
 
 
SUB-ROGAÇÃO – art. 283 – quem paga a dívida inteira, sub-roga-se no lugar do credor. 
 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por 
todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. 
 
 
RATEIO ENTRE OS DEVEDORES SOLIDÁRIOS – art. 284 – o exonerado da solidariedade também deve participar do rateio, pela 
parte que o incumbia. 
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Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação 
incumbia ao insolvente. 
 
GARANTIA PESSOAL – art. 285 c/com art. 827 e art. 828. 
 
 
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar. 
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens 
do devedor. 
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, 
livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito. 
Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador: 
I - se ele o renunciou expressamente; 
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; 
III - se o devedor for insolvente, ou falido. 
 
PAGAMENTO 
 
Pode ser: 
- DIRETO: conforme foi pactuado. 
- INDIRETO: atos unilaterais 
- REGRAS ESPECIAIS: atos bilaterais (NJ) 
 
QUEM PAGA? 
– Devedor interessado (solviens) 
- Terceiros: Interessado (jurídico) – sub-roga-se. Não interessado (afetuoso) – não sub-roga-se, mas tem direito ao reembolso. 
Obs. Credor Putativo – aplica-se a teoria da confiança. Mas, se realizado de boa-fé, o pagamento será válido. 
Obs. Princípio da Exatidão art. 313 – o credor não é obrigado a receber coisa diversa da convencionada. 
Obs. Princípio do Nominalismo art. 315 c/com art. 318 
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos 
subsequentes. 
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entreo valor desta 
e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. 
 
Obs. Direito a Quitação – art. 319, CC. 
 
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. 
 
QUANDO PAGA? 
 
PRAZO – art. 331 – Princípio da satisfação imediata – o pagamento sempre será imediato, exceto se pactuado o contrário. 
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. 
 
OAB 1ª FASE – CURSO CERS – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
Prof. Cristiano Sobral 
 
 
QUANTO PAGA? 
Obs. Cláusula Rebus Sic Stantibus – possibilidade da reestruturação da obrigação para o equilíbrio econômico. Exige 
imprevisibilidade e ocorre de fato superveniente. 
 
ONDE PAGA? 
Lugar do pagamento – art. 327 e ss. 
Regra: domicílio do devedor (favor debitoris) – obrigação querable. 
Domicílio do credor – obrigação portable. 
Princípio da Pacta sunt servanda – Obrigação de cumprir o pactuado (força obrigatória). 
Mitigação: art. 329 – quando, por motivo especial, paga no local diverso do acordado. Se paga reiteradamente e o credor fala nada, 
torna-se o local do pagamento. 
 
Suprecio (supressão) – redução do conteúdo obrigacional em razão de uma inércia prolongada. 
Exemplo: art. 330. 
 
 Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. 
 
Surrectio (ampliação) – ampliação do conteúdo obrigacional em razão da inércia da outra parte. 
 
SINAL/ ARRAS – art. 417 ao 420. 
 
 
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em 
caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal. 
 
 
Regra geral: se quem deu arras foi quem desistiu do negócio, aquele que a recebeu poderá desfazer o negócio e reter o valor. 
Contudo, se aquele que recebeu as arras desistir do negócio, quem deu as arras terá três opções: 1 – desfazer o negócio; 2 – pedir 
o valor de volta; ou 3 – pedir o valor de volta + equivalente (devolução em dobro). 
 
MODALIDADES 
 
- CONFIRMATÓRIAS – art. 418 e 419 – não se admite arrependimento; admite a indenização suplementar. 
 
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu 
as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a 
parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. 
 
- PENITENCIAIS – art. 420 – se admite arrependimento; não se admite a indenização suplementar. 
 
 
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente 
indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em 
ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar

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