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Civil III - Obrigações Divisíveis, Indivisíveis e Solidárias

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Civil III 
@piluladc 
Obrigações Divisíveis, 
Indivisíveis e Solidárias 
 
 
 
Noções Gerais 
 
Obrigações Divisíveis e Indivisíveis - Art 
257 a 263 CC 
 
São aquelas em que há uma pluralidade 
de devedores ou credores, em que a 
obrigação pode ser fracionada em vá-
rias partes ou não. O importante é a 
ideia de fracionamento da obrigação. 
 
Artigos 
 
“Art. 257. Havendo mais de um 
devedor ou mais de um credor em obri-
gação divisível, esta presume-se divi-
dida em tantas obrigações, iguais e 
distintas, quantos os credores ou de-
vedores.” 
 
Exemplo 
Obrigação: pagar R$ 300,00 ao credor, 
são 3 devedores. Assim, dinheiro é di-
visível, cada um fica obrigado a R$ 
100,00. Essa é a forma mais fácil de di-
visão de obrigações. 
 
E se for indivisível? 
Posso cortar quase tudo ao meio, mas 
a utilidade do bem pode se perder as-
sim. 
 
Naturalmente indivisíveis - cachorro, 
gato. 
 
A lei pode tornar alguns objetos indivi-
síveis, como por exemplo servidão 
predial - quando tem dois imóveis se-
parados no mesmo terreno, mas um 
deles utiliza parte do outro para a pas-
sagem. 
 
Um deles é cortado em 2, o que acon-
tece com a servidão? Ela continua indi-
visível. Só se por destino uma delas fica 
com essa parte da passagem - Art 1386 
CC. 
 
“Art. 258. A obrigação é indivisí-
vel quando a prestação tem por objeto 
uma coisa ou um fato não suscetíveis 
de divisão, por sua natureza, por motivo 
de ordem econômica, ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico.” 
 
Exemplo: se eu tenho um carro, não 
posso dividir ele em relação a partes e 
peças, porque ele perde sua ordem 
econômica. 
 
Se por um acordo das partes eles que-
rem que o bem que seja indivisível, 
também pode, como por exemplo uma 
empresa. 
 
“Art. 259. Se, havendo dois ou 
mais devedores, a prestação não for 
divisível, cada um será obrigado pela 
dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que 
paga a dívida, sub-roga-se no direito 
do credor em relação aos outros coo-
brigados.” 
Civil III 
@piluladc 
Um deles paga tudo, e depois vai co-
brar dos outros devedores. O que pa-
gou converte em valor pecuniário e co-
bra dos outros devedores a parte deles. 
 
“Art. 260. Se a pluralidade for dos 
credores, poderá cada um destes exigir 
a dívida inteira; mas o devedor ou de-
vedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratifi-
cação dos outros credores.” 
 
O devedor de 300 reais pode pagar 100 
reais pra cada um dos 3 credores, ou 
então pagar 300 reais pra um dos cre-
dores, e aí esse credor que recebe pre-
cisa entregar um documento chamado 
caução de ratificação, que precisa ser 
assinado pelos outros dois credores 
autorizando que o credor 1 receba a 
parte dos outros por eles, pro credor 1 
pagar depois pros outros dois a parte 
deles. 
 
Se o devedor pagar um credor sem 
esse documento, vai haver um enrique-
cimento sem causa pro que recebeu, 
mas os outros credores ainda assim 
podem cobrar o devedor pelos 100 re-
ais de cada um. 
 
“Art. 261. Se um só dos credores 
receber a prestação por inteiro, a cada 
um dos outros assistirá o direito de exi-
gir dele em dinheiro a parte que lhe 
caiba no total.” 
 
Se um só receber tudo, os outros vão 
receber em dinheiro a parte do total, só 
em dinheiro. 
 
“Art. 262. Se um dos credores 
remitir a dívida, a obrigação não ficará 
extinta para com os outros; mas estes 
só a poderão exigir, descontada a 
quota do credor remitente. 
Parágrafo único. O mesmo crité-
rio se observará no caso de transação, 
novação, compensação ou confusão.” 
 
Remitir a dívida é perdoar a dívida. Se 
apenas um perdoar naquele exemplo, a 
dívida permanece sendo de 200 reais 
pros dois credores que sobraram. 
 
“Art. 263. Perde a qualidade de 
indivisível a obrigação que se resolver 
em perdas e danos. 
§ 1o. Se, para efeito do disposto 
neste artigo, houver culpa de todos os 
devedores, responderão todos por par-
tes iguais. 
§ 2o. Se for de um só a culpa, 
ficarão exonerados os outros, respon-
dendo só esse pelas perdas e danos.” 
 
Houve o inadimplemento, não pode 
mais ser cumprida a obrigação, agora é 
perdas e danos, que é uma obrigação 
pecuniária, e assim você pode pagar os 
credores. Se todo mundo for culpado, 
todo mundo responde igualmente pelas 
perdas e danos. Se foi só um o cul-
pado, só ele paga, os outros não são 
penalizados. 
 
Obrigações Solidárias 
 
Em uma mesma obrigação, há mais de 
um devedor ou credor, mas um devedor 
pode ser cobrado pela dívida toda, e 
qualquer um dos credores pode exigir o 
cumprimento de toda a obrigação para 
si. 
 
Mais de um credor - ativa 
Mais de um devedor - passiva 
 
“Art. 264. Há solidariedade, 
quando na mesma obrigação concorre 
Civil III 
@piluladc 
mais de um credor, ou mais de um de-
vedor, cada um com direito, ou obri-
gado, à dívida toda.” 
 
“Art. 265. A solidariedade não se 
presume; resulta da lei ou da vontade 
das partes.” 
 
“Art. 266. A obrigação solidária 
pode ser pura e simples para um dos 
co-credores ou co-devedores, e con-
dicional, ou a prazo, ou pagável em lu-
gar diferente, para o outro.” 
 
Muito discutida na justiça do trabalho, 
por causa da terceirização. 
 
Exemplo: O vínculo empregatício é en-
tre a empresa 1 e a empresa 2, e existe 
um contrato de prestação de serviços 
entre a empresa 2 e o tomador de ser-
viços. 
 
Muitas empresas terceirizadas acaba-
vam recebendo esse valor da empresa 
1 e não repassando para o tomador de 
serviços. Por causa disso, passaram a 
entender que haveria solidariedade na 
obrigação de pagamento pro tomador 
de serviços. 
 
Com isso, a empresa 2 sumia, não tinha 
como achar os bens, e quem respondia 
era a empresa 1 que contratou a tercei-
rizadora. Assim, passou um tempo com 
todos os funcionários processando 
pela mesma coisa e então houve um 
entendimento do Tribunal Superior do 
Trabalho e do STF que essa obrigação 
tem que ser subsidiária. 
 
Na subsidiária: Primeiro responde a ter-
ceirizadora (2) e, não achando bens, 
depois a empresa que contratou ela (1). 
 
O código não veda uma diferenciação 
de pagamento pra cada credor ou de-
vedor. 
 
Solidariedade Ativa 
 
“Art. 267. Cada um dos credores 
solidários tem direito a exigir do deve-
dor o cumprimento da prestação por 
inteiro.” 
 
Nessa obrigação, solidária ativa, não 
precisa entregar a caução de ratifica-
ção. 
 
“Art. 272. O credor que tiver re-
mitido a dívida ou recebido o paga-
mento responderá aos outros pela parte 
que lhes caiba.” 
 
Ou seja, se um deles perdoar a dívida, 
tem que pagar os outros ele mesmo, 
porque os outros credores não perdo-
aram o crédito e ainda tem esse direito. 
 
“Art. 268. Enquanto alguns dos 
credores solidários não demandarem o 
devedor comum, a qualquer daqueles 
poderá este pagar.” 
 
Demandar é propor uma ação, não 
simplesmente pedir. 
 
“Art. 269. O pagamento feito a 
um dos credores solidários extingue a 
dívida até o montante do que foi pago.” 
 
Exemplo: A dívida que era de R$300, foi 
paga em R$270. Então fica 90 pra cada 
um dos três, mas sobra os R$30 que 
faltam ainda, 10 pra cada. 
 
“Art. 270. Se um dos credores 
solidários falecer deixando herdeiros, 
cada um destes só terá direito a exigir 
e receber a quota do crédito que 
Civil III 
@piluladc 
corresponder ao seu quinhão hereditá-
rio, salvo se a obrigação for indivisível.” 
 
Exemplo: Credor 1 morreu. Tem 2 her-
deiros, e a dívida não foi paga ainda. 
Cada herdeiro pode exigir o seu qui-
nhão, ou seja, no exemplo, 100 do cre-
dor 1 se tornam 50 pra cada herdeiro. 
Se for indivisível, um deles pode exigir 
o bem todo, mas aí tem que pagar o 
valor pecuniário ao outro herdeiro e aos 
outros 2 credores. 
 
“Art. 271. Convertendo-se a 
prestação em perdas e danos, subsiste, 
para todos os efeitos,a solidariedade.” 
 
Se for indenização, permanece a soli-
dariedade, um recebe e divide depois 
com os outros. 
 
“Art. 273. A um dos credores so-
lidários não pode o devedor opor as ex-
ceções pessoais oponíveis aos outros.” 
 
Exceção - defesa. Defesa que você só 
pode alegar contra um dos credores. 
 
Exemplo, um deles me obrigou a reali-
zar o contrato através de coação, con-
tra ele, eu tenho uma exceção pessoal. 
Mas contra os outros não tem. Alega-
ção de prescrição, por exemplo, atinge 
todos, ou cobrança excessiva, que é 
uma exceção geral e não pessoal. 
 
“Art. 274. O julgamento contrário 
a um dos credores solidários não atinge 
os demais, mas o julgamento favorável 
aproveita-lhes, sem prejuízo de exce-
ção pessoal que o devedor tenha direito 
de invocar em relação a qualquer de-
les.” 
 
 
 
 
 
 
Solidariedade Passiva 
 
“Art. 275. O credor tem direito a 
exigir e receber de um ou de alguns dos 
devedores, parcial ou totalmente, a dí-
vida comum; se o pagamento tiver sido 
parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente 
pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará 
renúncia da solidariedade a propositura 
de ação pelo credor contra um ou al-
guns dos devedores.” 
 
Se cobrou só um pedaço da dívida, to-
dos os outros seguem obrigados a pa-
gar. Essa é a natureza da obrigação 
solidária. Não é porque um foi cobrado 
judicialmente que a obrigação dos ou-
tros deixa de ser solidária. 
 
“Art. 276. Se um dos devedores 
solidários falecer deixando herdeiros, 
nenhum destes será obrigado a pagar 
senão a quota que corresponder ao seu 
quinhão hereditário, salvo se a obriga-
ção for indivisível; mas todos reunidos 
serão considerados como um devedor 
solidário em relação aos demais deve-
dores.” 
 
Todos os herdeiros são considerados 
devedores solidários, assim como eram 
credores solidários. Cada um só vai pa-
gar em relação ao que receberam, mas 
Credor cobra sozinho a 
dívida e devedor alega 
exceção NÃO pessoal (ex: 
prescrição)
Juiz acolhe a 
alegação feita. 
pelo devedor
Não prejudica os 
demais credores 
solidários
Credor cobra sozinho a 
dívida e devedor alega 
exceção NÃO pessoal (ex: 
prescrição)
Juiz NÃO acolhe 
a alegação feita. 
pelo devedor
Beneficia os 
demais credores 
solidários
Credor cobra sozinho a 
dívida e devedor alega 
exceção pessoal (ex: 
coação)
Juiz acolhe a 
alegação feita. 
pelo devedor
Não prejudica os 
demais credores 
solidários
Credor cobra sozinho a 
dívida e devedor alega 
exceção pessoal (ex: 
coação)
Juiz NÃO acolhe 
a alegação feita. 
pelo devedor
Beneficia os 
demais credores 
solidários
Civil III 
@piluladc 
um pode pagar o total e cobrar o devido 
de cada um dos outros herdeiros e de-
vedores. Não pode cobrar dos herdei-
ros um valor acima do que ele recebeu, 
só pode cobrar do que ele recebeu, não 
pode incluir bens pessoais. 
 
“Art. 277. O pagamento parcial 
feito por um dos devedores e a remis-
são por ele obtida não aproveitam aos 
outros devedores, senão até à concor-
rência da quantia paga ou relevada.” 
 
Se perdoou um, não significa que pre-
cisa perdoar os outros. 
 
“Art. 278. Qualquer cláusula, 
condição ou obrigação adicional, esti-
pulada entre um dos devedores solidá-
rios e o credor, não poderá agravar a 
posição dos outros sem consentimento 
destes.” 
 
A condição a mais tem que ser exclu-
siva ao devedor com quem você está 
fazendo o contrato. Se for impactar ou-
tro devedor, precisa ter a assina-
tura/consentimento desse outro deve-
dor. 
 
“Art. 279. Impossibilitando-se a 
prestação por culpa de um dos deve-
dores solidários, subsiste para todos o 
encargo de pagar o equivalente; mas 
pelas perdas e danos só responde o 
culpado.” 
 
Igual para a ativa, o culpado paga por 
tudo da indenização, mas todos ainda 
precisam pagar pela parte da obrigação 
original. 
 
“Art. 280. Todos os devedores 
respondem pelos juros da mora, ainda 
que a ação tenha sido proposta so-
mente contra um; mas o culpado 
responde aos outros pela obrigação 
acrescida. 
 
Todos pagam os juros, mas quem foi o 
culpado tem que pagar pros outros pelo 
que foi pago a mais. 
 
“Art. 281. O devedor demandado 
pode opor ao credor as exceções que 
lhe forem pessoais e as comuns a to-
dos; não lhe aproveitando as exceções 
pessoais a outro co-devedor.” 
 
Mesma ideia da solidariedade ativa. 
 
“Art. 282. O credor pode renun-
ciar à solidariedade em favor de um, de 
alguns ou de todos os devedores. 
Parágrafo único. Se o credor 
exonerar da solidariedade um ou mais 
devedores, subsistirá a dos demais.” 
 
Um pouco de divergência na doutrina. 
Se eu tenho 3 devedores, posso falar 
que um não é mais devedor solidário, e 
os outros 2 permanecem. 
 
Alguns doutrinadores dizem que 
quando você exclui um dos devedores 
da solidariedade, o valor a ser cobrado 
dos demais não pode abarcar o valor 
que era devido pelo que foi excluído. 
 
Outra parte da doutrina diz que isso não 
é o correto, a renúncia à solidariedade 
não significa a renúncia à obrigação. O 
devedor que foi renunciado não fica 
obrigado a pagar a dívida toda, mas 
permanece obrigado a pagar a parte 
que lhe cabia. Os demais continuam 
obrigados à dívida toda, inclusive a do 
que deixou de ser devedor solidário. 
 
“Art. 283. O devedor que satisfez 
a dívida por inteiro tem direito a exigir 
de cada um dos co-devedores a sua 
Civil III 
@piluladc 
quota, dividindo-se igualmente por to-
dos a do insolvente, se o houver, pre-
sumindo-se iguais, no débito, as partes 
de todos os co-devedores.” 
 
Insolvente - não tem patrimônio sufici-
ente pra pagar aquela dívida. 
 
Os demais vão ter que se juntar pra pa-
gar a parte do insolvente. no exemplo 
dos 300 em 3, ficaria 150 pra cada um 
que sobrou. 
 
“Art. 284. No caso de rateio entre 
os co-devedores, contribuirão também 
os exonerados da solidariedade pelo 
credor, pela parte que na obrigação in-
cumbia ao insolvente.” 
 
Mesmo que você tenha sido renunciado 
da solidariedade, você ainda assim tem 
que participar da obrigação do insol-
vente. 
 
“Art. 285. Se a dívida solidária in-
teressar exclusivamente a um dos de-
vedores, responderá este por toda ela 
para com aquele que pagar.” 
 
Isso ocorre quando temos um devedor 
em que o benefício do pagamento da 
dívida é exclusivo pra um dos devedo-
res, por exemplo, no caso de um fiador 
ou avalista. Se o fiador pagou 500 reais, 
o devedor tem que pagar os 500 reais 
de volta pra ele, porque o benefício foi 
só do devedor original.

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