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Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Colpocitologia oncótica Ginecologia Introdução Conceito Colpocitologia oncótica é o estudo das células esfoliadas cervicovaginais; Método diagnóstico utilizado para o rastreamento do CA de colo uterino. Fatores envolvidos na etiologia do CA de colo uterino Infecção por HPV16 e HPV18 principalmente; Baixo nível socioeconômico, fatores de nutrição e higiene, início de atividade sexual precoce, multiplicidade de parceiros (aumentando, assim, a possibilidade de infecção pelo HPV), doenças ou uso de drogas que reduzem a imunidade, tabagismo e uso prolongado de ACOs. Quando iniciar o rastreamento? INCA Iniciar 3 anos após início da atividade sexual; Iniciar com 25a (Ministério da saúde); Interrupção do rastreamento: 70a para mulheres com 3 exames consecutivos normais, sem antecedentes de lesões precursoras de CA ou imunossupressão; Ministério da saúde Iniciar aos 25a; Intervalo: 1x/ano e após 2 exames anuais consecutivos negativos, a cada 3a. Suspender: 65a. Devem ser interrompaidos após os 64a nas mulheres que tiveram pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos 5a. SUS Método oferecido: citologia convencional – mais sensível na detecção de anormalidades escamosas do que na detecção de adenocarcinomas, assim como as alterações colposcópicas do epitélio escamoso são detectadas mais facilmente do que o glandular. FN 20 – 40%; VPN alto do teste permite identificar as mulheres com baixo risco de desenvolver lesões precursoras nos próximos 3 – 5a; Obs: 80% das lesões NIC I regridem espontaneamente. Vacina: Meninas (9 – 14 anos); meninos (11 – 14 anos); HIV+; pessoas transplantadas na faixa etária de 9 – 26 anos. Histologia do colo Colunar simples produtor de muco – endocérvice; Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Escamoso estratificado não queratinizado – ectocérvice. Junção escamocolunar (JEC) – ponto dinâmico de localização variável que se modifica em resposta à faixa etária, gravidez, paridade, menopausa, etc. Metaplasia escamosa Epitélio evertido que fica exposto ao meio vaginal ácido = destruição e substituição do epitélio colunar pelo epitélio escamoso metaplásico recém formado; Esse processo estabelece uma área denominada de zona de transformação. Ectopia Consiste na transformação do epitélio colular em estratificado escamoso desencadeada pela mudança de pH vaginal; Fatores de risco: ACO de altas dosagens, tabagismo e exposição a infecções ou trauma; Maior parte das pacientes é assintomática; Diagnóstico: exame especular evidenciando área avermelhada margeando o orifício externo do colo, denominada mácula rubra. Ac. Acético = área esbranquiçada; Teste de Schiller = iodo negativo. Vírus HPV Infecta células basais ou parabasais do epitélio metaplásico; Promove desenvolvimento de epitélio displásico que pode evoluir aumentando para mais camadas do epitélio até que tome a espessura toda e, até mesmo, invada outras camadas da mucosa do colo; Metodologia do teste Condições necessárias para a coleta Ausência de sangramento, duchas e medicamentos intravaginais, bem como abstinência sexual 72h anteriores à coleta e não utilizar cremes vagina nos 7d precedentes ao exame Melhor período do ciclo para coleta: ciclo ovulatório. Na puérpera, quando possível, aguardar 6 – 8 semanas para o exame. Descrição do método Ocorre coleta dupla (ecto e endocérvice) para garantir que o colo seja visualizado e priorizado durante o procedimento; 1. Expõe-se o colo pelo espéculo de Collins, preferencialmente descartável, e remoção delicada do conteúdo vaginal e cervical excessivo, com algodão; 2. Procede-se a esfoliação do material ectocervical com a espátula de Ayre em rotação de 360° e introdução da escova endocervical (cytobrush) 1,5cm sob movimentos de vai e vem e rotação; 3. Material deve ser colocado em fina camada sobre a de vidro identificada e imediatamente fixado com spray ou em frasco com álcool a 70%. Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Obs: na citologia líquida a forma de coleta é a mesma, mas a espátula de Ayre é de plástico e o material da espátula e o da escova não são colocados sobre a lâmina, mas são agitados em frasco com líquido conservante. Adequabilidade da amostra Amostra satisfatória para avaliação = células em quantidade representativa, bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal modo que permita avaliação e conclusão diagnóstica. Podem estar presentes células escamosas, glandulares e/ou metaplásicas. Recomendação = esfregaços normais com células escamosas devem ser repetidos anualmente, e com 2 exames anuais consecutivos o intervalo poderá ser feito a cada 3 anos. Amostra insatisfatória = material acelular ou hipocelular (< 10% do esfregaço); leitura prejudicada pro presença de sangue, piócitos, artefatos de dessecamento, contaminantes externos ou intensa superposição celular; Recomendação: repetir entre 6 – 12 semanas com correção, quando possível, do problema que motivou o resultado insatisfatório. Possíveis resultados no exame citológico Epitélios possivelmente representados na amostra - Escamoso; - Glandular (não inclui o epitélio endometrial); - Metaplásico. Dentro dos limites da normalidade, no material examinado - Alterações celulares benignas (ativas ou reparativas); - Atipias celulares a) Células atípicas de significado indeterminado *Escamosas (ASC): - Possivelmente não neoplásicas (ASC-US de Bethesda); - Não podendo excluir lesão intraepitelial de alto grau (ASC-H de Bethesda); *Glandulares (AGC): - Possivelmente não neoplásicas; - Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau. *De origem indefinida: - Possivelmente não neoplásica; - Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau. b) Em células escamosas Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB - Lesão intraepitelial de baixo grau – LSIL (compreendendo efeito citopático pelo HPV e NIC grau I); - Lesão intraepitelial de alto grau – HSIL (compreendendo NIC II e III); - Lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir microinvasão; - Carcinoma epidermoide invasor. c) Em células glandulares - Adenocarcinoma in situ (AIS); - Adenocarcinoma invasor: cervical, endometrial ou sem outras especificações; - Outras neoplasias malignas; - Presença de células endometriais (na pós-menopausa ou acima de 40a, fora do período menstrual). Conduta em anormalidades citológicas Resultado normal o Alterações benignas Inflamação sem identificação do agente; Reparação; Metaplasia escamosa imatura; Atrofia com inflamação; Radiação; Achados microbiológicos: cocos, lactobacillus sp., outros bacilos como a Gardnerella. - Recomendação: seguir rotina de rastreamento e tratamento de sintomas. Situações especiais Gestantes Recomendação = deve seguir as recomendações de sua faixa etária. Pós-menopausa Recomendação = deve seguir as recomendações de sua faixa etária, inclusive poderá ser feita estrogenização do epitélio para facilitar a coleta. Histerctomizadas Recomendação = se foi por lesões benignas, se história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do rastreamento, desde que os exames anteriores estejam normais; Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Em casos de histerectomia por lesão precursora ou CA de colo uterino, a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada. Imunossuprimidas Recomendação = iniciar após primeira atividade sexual por intervalos semestrais no 1 ano e anuais se exame anterior normal. ASC-US Células escamosas atípicas de significado indeterminado. Quantos anos a pct tem? 30 anos ou mais = repetir citopatológico em 6m Não = repetir citopatológico em 12 m. Novo resultado anormal? Sim = colposcopia Não = repetir citopatológico em 6m (ou em 12m se <30a) e rastreio citológico normal. Mulher até 24 anos Citologia deverá ser repetida em 3 anos. Caso se mantenha essa atipia, deverá manter seguimento citológico trienal. No caso de novo exame normal, reiniciar o rastreamento aos 25 anos. No caso da citologia se manter ASC-US ou de maior gravidade, a partir dos 25 anos deverá ser encaminhada para colposcopia. Gestantes Abordagem do fluxograma Mulher pós-menopausa Deve ser feito preparo com estrogênio antes da colposcopia Imunossuprimidas Devem ser encaminhadas para colposcopia já no primeiro exame alterado. ASC-H Escamosas atípicas que não se pode excluir lesão de alto grau; Colposcopia para TODO MUNDO!!!! Mulheres até 24 anos Vai para a colposcopia. Se vier negativa para lesão, não precisa fazer biopsia e pode fazer novo preventivo daqui 12 meses. Gestantes Só faz biopsia se houver suspeita de lesão invasora. Assim, a paciente deverá ser reavaliada em 2 meses após o parto na unidade secundária, para confirmação diagnóstica. AGC Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Todas vão para colposcopia e há também avaliação endometrial, por meio de USGTV. Não avalio endométrio nas gestantes por motivos óbvios. Só é feito após 90 dias do parto ou se houver achado maior. Atipias de origem indeterminada Colposcopia para todo mundo e investigar endométrio. LSIL 80% regridem espontaneamente. Mulheres 25 anos ou mais = repetir com 6 meses = se mantiver a lesão após 2 exames consecutivos = colposcopia. Se negativo, exame trinal. Mulheres < 24 anos = repetir citopatológico em 3 anos ou quando completar 25 anos. Se mantiver a lesão, manter seguimento trienal até os 25 anos. Mulheres com 30 ou mais semanas de gestação = colposcopia após 3 meses do parto. Só deverão ser submetidas à biopsia com alterações significativas. HSIL (NIC II ou III) Essa paciente deverá ser submetida à colposcopia, biopsia e conização (retirar um pedaço da lesão); Se o exame histopatológico mostrar margens livres de doença ou comprometidas por NIC I, a mulher deverá ser submetida à citologia 6 – 12 meses após o procedimento; Se o exame mostrar margem comprometida por II ou III = exame citopatológico e colposcopia semestrais nos primeiros 2 anos; Após os 2 primeiros anos, o seguimento deverá ser feito com a citologia anual até completar 5 anos de tratamento; A história de doença intraepitelial tratada deverá ser informada no pedido do exame citopatológico; Um novo procedimento só será indicado se as margens externas forem comprometidas por II e III, seja ecto ou endo e quando não for possível segmento. Adenocarcinoma in situ ou invasor Colposcopia, avaliação endometrial e biopsia em todos; Porque fazer biopsia? Se CA (encaminhar para unidade terciária); Se ausência de invasão (excisão tipo 3 e conduta específica).
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