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Tipos de Dismenorreia - TICS Bianca

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIPMOC 
Medicina 6º Período - Turma XXVIII - 2024.1 
Acadêmico (a): Bianca Thays Gonçalves Cardoso 
TICS - Tipos de Dismenorreia 
Montes Claros - MG 
1. Detalhe aqui e cite as diferenças em relação à idade, apresentação clínica e resposta 
ao tratamento. 
 A dismenorreia é classificada de acordo com sua intensidade (leve, moderada e 
grave) e etiologia (primária e secundária). 
 A dismenorreia primária é a dor menstrual sem doença pélvica. Surge 1 a 2 anos 
após a menarca, quando já se estabeleceram ciclos ovulatórios. Afeta mulheres jovens, mas 
pode persistir até a faixa de 40 a 49 anos. Em geral, a dor começa algumas horas antes ou 
logo após o início de um período menstrual e pode durar até 48 a 72 horas. A dor é 
semelhante à do trabalho de parto, com cólicas suprapúbicas, e pode ser acompanhada por 
dor lombossacra, dor que se irradia para a face anterior da coxa, náuseas, vômitos, diarreia 
e, em casos raros, episódios de síncope. Para o tratamento, os inibidores da prostaglandina 
sintase, também denominados AINEs, são eficazes. Contraceptivos hormonais também são 
eficazes nessa síndrome dolorosa. Se a paciente não responder a esse esquema, pode-se 
acrescentar fármacos à base de ópio ou codeína. 
 A dismenorreia secundária é a menstruação dolorosa associada a doença de base. 
Surge anos após a menarca e pode ocorrer em ciclos anovulatórios. A dor costuma surgir 1 
a 2 semanas antes do fluxo menstrual e persiste até alguns dias após o fim do sangramento. 
Em geral, relaciona-se com endometriose, leiomiomas, DIP, adenimiose, pólipos 
endometriais e obstrução do fluxo 
menstrual e, por essa razão, pode estar 
associada a outros sintomas ginecológicos, 
como dispareunia, disúria, sangramento 
anormal ou infertilidade. Para o tratamento, 
deve-se, primeiramente, identificar a causa 
de base. Muitas pacientes com esse tipo de 
cólica sentem alívio com o uso de AINEs. 
A primeira linha de tratamento para o 
problema inclui os inibidores da sintetase 
de p ros tag land inas , con t racepção 
hormonal, danazol e progestinas. Em 
alguns casos, a dilatação do orifício externo 
do útero pode produzir alívio. 
Apresentação Clínica: 
- Padrão de Dor: A dor pode ser intermitente ou contínua e variar em intensidade ao 
longo do ciclo menstrual. Em casos graves, pode ser incapacitante e interferir nas 
atividades diárias. 
- Dor Abdominal ou Pélvica: A dor é tipicamente descrita como cólica, podendo ser 
leve a intensa. Pode começar alguns dias antes do início da menstruação e persistir por 
1 a 3 dias após o início do fluxo menstrual. A localização da dor é frequentemente na 
região pélvica, mas também pode se irradiar para a parte inferior das costas, coxas e 
região lombar. 
- Outros Sintomas: Além da dor abdominal ou pélvica, as mulheres também podem 
apresentar outros sintomas, como náuseas, vômitos, diarreia, fadiga, dores de cabeça, 
tonturas e sensibilidade nos seios. 
Tratamento: 
O tratamento da dismenorreia envolve considerações tanto para lidar com a dor durante as 
crises quanto para prevenir futuros episódios. Geralmente, visa neutralizar a produção de 
prostaglandinas (PGs) e a hipercontratilidade uterina, bem como aliviar sintomas como 
vômitos e aumento da motilidade intestinal. 
a) Analgésicos Simples 
Paracetamol ou dipirona podem ser utilizados em casos leves ou quando os anti-
inflamatórios não esteroides (AINEs) não são indicados. No entanto, sua eficácia pode ser 
limitada. 
b) Anti-inflamatórios Não Esteroides (AINEs) 
Estes medicamentos reduzem a síntese de PGs, aliviando a dor. São amplamente utilizados 
e podem incluir ibuprofeno, naproxeno, ácido mefenâmico, entre outros. 
c) Anticoncepcionais Orais (ACO) 
Podem reduzir a espessura endometrial e os níveis de PGs, aliviando a dor menstrual. 
Podem ser usados de forma contínua para melhor controle da dor. 
d) Contraceptivos com Progestagênio 
Alternativa aos ACOs para pacientes com contraindicação ao estrogênio. Incluem pílulas 
apenas com progestagênio, injeção de acetato de medroxiprogesterona, implante 
subdérmico de etonorgestrel, entre outros. 
e) Terapias Alternativas 
Fitoterápicos, suplementos alimentares, estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) 
e acupuntura podem oferecer alívio em alguns casos. Mudanças nos hábitos de vida, como 
dieta balanceada e atividade física, também podem ajudar. 
f) Cirurgia 
Em casos graves e refratários ao tratamento conservador, a histerectomia pode ser 
considerada, embora seja uma opção radical. A neurectomia pré-sacral, uma técnica 
cirúrgica mais recente, não tem evidências robustas de eficácia. 
 
REFERÊNCIAS: 
• Cunnigham, Leveno. Bloom, Spong, Dashe, Hoffman, Casey, Sheffield. Obstetrícia 
de Williams. 24a. Ed. Porto Alegre; 2015 
• Tratado de Ginecologia Berek & Novak. 14 ed. Rio de Janeiro. Guanabara 
Koogan, 2008.
	CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIPMOC
	REFERÊNCIAS:

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