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Presidente do Conselho de Administração Janguiê Diniz Diretor-presidente Jânyo Diniz Diretoria Executiva de Ensino Adriano Azevedo Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Joaldo Diniz Diretoria de Ensino a Distância Enzo Moreira Autoria Aline Morais da Silveira Projeto Gráfico e Capa DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design lnstrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. © Ser Educaciona 1 2019 Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro Recife-PE - CEP 50100-160 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Imagens de ícones/capa:© Shutterstock o \ ' / / ' ASSISTA 1 ndicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CO NTEXTUALI ZAN DO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. 1 EXEMPLIFICANDO 1 nformação que retrata de forma objetiva determinado assunto. EXPLICANDO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. Unidade 1 - Máquinas térmicas e uma substância pura Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12 Introdução ao estudo das máquinas térmicas ................................................................ 13 H . to' · d ma' · t, m· 13 1s nco as quinas er 1cas .............................................................................. .. Conceitos termodinâmicos ........................................................................................... 16 Características e classificações das máquinas térmicas ........................................ 22 Eficiência térmica ............................................................................................................ 27 Propriedades de uma substância pura .............................. .............................................. 28 Fases das substâncias puras ....................................................................................... 29 Mudança de fase das substâncias puras .................................................................. 30 Diagramas de propriedades .......................................................................................... 33 Gás ideal ........................................................................................................................... 33 Sintetizando ........................................................................................................................... 40 Referências bibliográficas ................................................................................................. 41 Unidade 2 - Leis da termodinâmica e suas aplicações Objetivos da unidade ........................................................................................................... 43 Trabalho, calor e primeira lei da termodinâmica ........................................................... 44 Trabalho ............................................................................................................................. 45 Calor ................................................................................................................................... 48 Primeira lei da termodinâmica ...................................................................................... 50 Eficiência da conversão de energia ............................................................................. 53 Segunda lei da termodinâmica e ciclos térmicos ......................................................... 55 Segunda lei da termodinâmica ..................................................................................... 57 Refrigeradores e bombas de calor ............................................................................... 60 Enunciados de Kelvin-Planck e de Clausius ............................................................... 63 Ciclos térmicos ................................................................................................................ 64 Sintetizando ........................................................................................................................... 76 Referências bibliográficas ................................................................................................. 77 MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Unidade 3 - Mecânica dos fluidos em máquinas hidráulicas Objetivos da unidade ........................................................................................................... 79 Fundamentos de mecânica dos fluidos aplicados às máquinas hidráulicas ................... 80 Propriedades básicas na mecânica dos fluidos ........................................................ 80 Princípio de Pascal ......................................................................................................... 82 Princípio de Arquimedes ................................................................................................ 84 Classificação dos escoamentos ................................................................................... 85 Escoamento viscoso e não viscoso ............................................................................. 86 Escoamento laminar e turbulento ................................................................................. 91 Escoamento compressível e incompressível ............................................................. 93 Escoamento interno e externo ...................................................................................... 93 Perfil de velocidade ........................................................................................................ 95 Cavitação e golpe de aríete ........................................................................................... 97 Efeito capilar .................................................................................................................... 99 Análise do movimento dos fluidos e as Leis de Newton ........................................ 100 Equações de conservação .......................................................................................... 103 Sintetizando ......................................................................................................................... 109 Referências bibliográficas ............................................................................................... 110 MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Unidade 4 - Máquinas hidráulicas, bombas hidráulicas e turbinas hidráulicas Objetivos da unidade ......................................................................................................... 112 Máquinas hidráulicas, bombas hidráulicas e turbinas hidráulicas ........................ 113 Tipos de máquina e o fluido ......................................................................................... 113 Bombas hidráulicas ........................................................................................................... 116 Potência e eficiência de bombas hidráulicas .......................................................... 123 Bombas em série e em paralelo ................................................................................. 128 Turbinas hidráulicas ..........................................................................................................131 Potência e eficiência de turbinas hidráulicas .......................................................... 138 Sintetizando ......................................................................................................................... 142 Referências bibliográficas ............................................................................................... 143 MÁQUINAS PRIMÁRIAS • MÁQUINAS PRIMÁRIAS - Esta disciplina abordará conhecimentos teóricos e práticos acerca de equi pamentos que fazem parte de nosso dia a dia, como máquinas térmicas (má quina a vapor, motor a gasolina, turbina a vapor etc.) e máquinas hidráulicas (bomba hidráulica e turbina hidráulica). Para o estudo destes equipamentos, é de grande importância o entendi mento de relações Termodinâmicas e de mecânica dos fluidos, possibilitando compreender os princípios de funcionamento e transformações de energia que ocorrem nas máquinas hidráulicas, dimensionar tubulações e selecionar bombas hidráulicas e motores para sistemas de bombeamento de líquidos, di mensionar e selecionar turbinas hidráulicas, entre outras possibilidades. Apro veite bem o conteúdo! MÁQUINAS PRIMÁRIAS • A Professora Aline Morais da Silvei ra é mestre em Engenharia Mecânica com ênfase em Engenharia de Energia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) (2017) e graduada em Engenharia Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) (2013). Durante o Mes trado, estudou o uso de acumuladores térmicos através de simulação numéri ca, publicando artigos em congressos e revista científica. Entre os anos de 201 O e 2015, atuou em indústria automotiva fabricante de motores Diesel e desde 2018 trabalha como conteudista, crian do materiais para diferentes disciplinas de Engenharia. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3188416377838463 Dedico este livro a meus pais, Francisco Xavier Alves da Silveira e Nívia Morais da Silveira, que deram o seu melhor para que eu pudesse me dedicar aos estudos e chegar onde cheguei, assim como ao meu esposo Daniel Strogulski, parceiro para a vida, nas horas boas ou ruins. MÁQUINAS PRIMÁRIAS • UNIDADE ser educacional Tópicos de estudo • Introdução ao estudo das má quinas térmicas Histórico das máquinas térmicas Conceitos termodinâmicos Características e classificações das máquinas térmicas Eficiência térmica • Propriedades de uma substância pura Fases das substâncias puras Mudança de fase das substân cias puras Diagramas de propriedades Gás ideal MÁQUINAS PRIMÁRIAS • O Introdução ao estudo das máquinas térmicas Em algumas situações, a energia está disponível naturalmente, como a força da água e dos ventos, mas, na maioria das situa ções, esta energia é proveniente da queima de combustíveis fósseis e de reações nucleares, ou seja, do calor através do uso de máquinas térmicas. A palavra máquina possui origem do latim machi- na, que significa aparelho, estrutura, engenho, e do grego mekhane, indicando aparelho ou meio para obter algo. Já a palavra térmica tem origem grega, com a raiz thermos, e significa "relativa a calor". •• Como o funcionamento das máquinas térmicas envolve processos termo- dinâmicos, para uma melhor compreensão, ao longo deste tópico de estudos você estudará, além de um breve histórico das máquinas térmicas, também alguns conceitos relacionados à Termodinâmica, bem como as principais carac terísticas de uma máquina térmica e como determinar sua eficiência. Histórico das máquinas térmicas Desde a Antiguidade, já se sa bia que o calor poderia ser utiliza do para produzir trabalho, o que originou a máquina do engenheiro e matemático Heron de Alexandria (Figura 1), no século I d.e., mas que não teve uma utilização prática. Em 1679, Denis Papin, físico francês, in ventou uma máquina a vapor, tam bém chamada de marmita de Papin (Figura 2), que foi utilizada para bombear água para um tanque no telhado do palácio. • / --- r- ....... ______ _ ;i __.---· ,/ ·- ;;�:· - -- ---�,: t: ... 1 ' 1 '' ' 1 \ . ' --' MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Figura 2 Em 1698, Thomas Savery criou a primeira máquina térmica com inte resse industrial, utilizada para remover água de minas de carvão, sendo posteriormente, por volta de 1712, aperfeiçoada por Thomas Newcomen para que fosse utilizada na elevação de cargas (Figura 3). Figura 3 Como as primeiras máquinas térmicas possuíam baixo rendimento e con sumiam grandes quantidades de combustível, o engenheiro e matemático es cocês James Watt foi motivado, em 1765, a desenvolver uma máquina a vapor com menores perdas de energia. Esta máquina era capaz de gerar movimento circular (Figura 4), sendo possível sua aplicação em moinhos, bombas d'água, MÁQUINAS PRIMÁRIAS • locomotivas, barcos a vapor e acionamento de dispositivos industriais, contri buindo diretamente para a Primeira Revolução Industrial. Figura 5 Em 1769, o engenheiro francês Nicolas Joseph Cugnot desenvolveu o projeto de um carro a vapor, ten do como objetivo dispensar o uso de tração animal no transporte de canhões de artilharia do exército francês. O projeto consistia em uma caldeira a vapor abastecendo um motor de combustão interna e a di reção era ajustada através de uma manivela. � - -� --·::�:;t����-����"'�- �.z..-�.�-.. -----------.. .:.· ,. : ...... A locomotiva a vapor (Figura 6) foi construída por Richard Trevithick no ano de 1804. Esta máquina térmica, muitas vezes chamada de "maria-fumaça", foi de gran de importância, pois possibilitava o transporte de cargas e viagens de longo percur so. Posteriormente, surgiram os carros, sendo que o primeiro, com motor a gasolina (Figura 7), foi produzido em 1885, pelo engenheiro alemão Karl Benz. Figura 6 Figura: MÁQUINAS PRIMÁRIAS • •• Conceitos termodinâmicos As máquinas térmicas são consideradas uma subárea da Termodinâmica, que pode ser definida como a ciência da energia. A energia não possui uma de finição exata, mas pode ser entendida como a capacidade de causar alterações (ÇENGEL; BOLES, 2013). Ela pode ser armazenada de diferentes formas: • Energia interna: associada com a temperatura; • Energia cinética: devido ao movimento; • Energia potencial: devido à elevação; • Energia química: devido à composição química. Toda substância possui energia interna, pois, se há atividade molecular, há energia interna. Normalmente, não desejamos saber seu valor absoluto, e sim qual o seu aumento ou sua redução. A energia também pode ser transformada de uma destas formas para outra, bem como ser transferida através da fron teira na forma de calor ou de trabalho, mas não pode ser criada ou destruída. Quando selecionamos uma quantidade de matéria ou região no espaço para estudo, podemos definir como sistema. Um sistema pode ser algo sim ples, como um corpo livre, ou então mais complexo, como uma planta de re finaria petroquímica. Todo o meio que envolve o sistema é a vizinhança, e a superfície (real ou imaginária) que separa o sistema da vizinhança é afrontei ra. A fronteira pode se alterar, o que, consequentemente, aumenta ou reduz o volume do sistema. Além disso, o sistema também pode se mover no espaço. Considerando que a matéria no interior do sistema é um fluido, ela possui capacidade de escoar, tomando a forma do recipiente. Um fluido pode se apre sentar em forma de líquido, como a água e o óleo, ou de gás, como o ar. Um sistema pode ser classificado basicamente de duas formas. Quando o sistema contém uma quantidade fixa de matéria, ele é chamado de sistema fe chado ou massa de controle, como na Figura 8, ou seja, não pode ser atraves sado por matéria, possuindo massa constante ao longo do tempo.Já a energia, em suas diferentes formas, pode atravessar a fronteira. Alguns exemplos de aplicações de sistemas fechados sãopanela de pressão, câmara de um pneu, elevador hidráulico, vaso de pressão, cilindro de um motor com as válvulas fe chadas, entre outros. Quando, além de a massa não cruzar a fronteira, não há troca nem energia, ele é considerado um sistema isolado. MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Quando é possível que haja entrada e/ou saída de massa do sistema, ele é chamado de sistema aberto ou volume de controle, como na Figura 9. Geral mente, este sistema possui algum dispositivo que envolve fluxo de massa, como compressor, turbina ou bocal. As fronteiras de um volume de con trole são chamadas de fronteiras de controle. Como exemplos de sistemas abertos temos o radiador de um automóvel, um aquecedor de água, a tur bina de um avião, entre outros. Figura 8. Líquido entra Sistema fechado m = constante Volume de controle .... - 1 \, 1 1 1 1 1 1 1 1 1 . - - ., _______ .. 1 ' • 1 < .. --------, ' 1 1 l 1 1 1 1 1 1 ) Massa Não Energia Sim ----------�----------, • 1 ,, . r----------..i 1 1 1 1 1 � - _[\ - - - Bomba I 1 1 r - (! • 1 1 1 1 1 1 � Superfície de controle .. Líquido sai- Energia entra �--------------� Figura 9 1 Fonte MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Para poder descrever um sistema e prever o seu comportamento, é neces sário conhecer as suas propriedades e como elas se relacionam. Qualquer ca racterística macroscópica de um sistema é chamada de propriedade, como massa, pressão, temperatura etc. Já o estado é a condição descrita pelos valores das propriedades em um determinado momento. Um estado termodinâmico é definido por duas pro priedades termodinâmicas independentes, no qual qualquer variação de uma dessas propriedades causará uma mudança do estado termodinâmico. Se as propriedades de um sistema forem iguais em dois instantes diferentes, ou seja, não variarem com o tempo, o sistema é dito em estado estacionário. A principal característica de uma propriedade é que ela possui um valor único quando o sistema está em determinado estado, não dependendo dos estados anteriores pelos quais o sistema passou. As propriedades termodinâmicas podem ser intensivas, quando não de pendem da massa do sistema (como pressão, temperatura, velocidade, massa específica, volume específico) ou extensivas, que dependem da massa do sis tema (como volume, quantidade de movimento, energia cinética). A relação entre a força (F) aplicada sobre uma superfície de área A que está em contato com o fluido é chamada de pressão, conforme equação a seguir. P=F[N l A m2 = Pa A pressão medida com manômetros é a pressão relativa (Pg), também chamada de pressão manométrica. Já a pressão exercida naturalmente pela própria atmosfera é a pressão atmosférica (Patm). A pressão absoluta (Pabs), ou pressão total, que atua em um sistema fechado é a soma das pressões at mosférica e relativa. Em alguns sistemas, quando a pressão interna é menor que a pressão at mosférica, diz-se que o sistema está em situação de vácuo. A temperatura (T) é uma grandeza escalar utilizada para indicar aqueci mento ou resfriamento de um sistema. Se dois fluidos de diferentes tempera turas forem misturados, após um certo tempo esta mistura atingirá um ponto de equilíbrio, com temperatura diferente das anteriores, permanecendo assim por um tempo. No estado de equilíbrio térmico, a temperatura permanece MÁQUINAS PRIMÁRIAS. inalterada ao longo do tempo, sendo que a igualdade de temperatura é a única exigência para que ocorra este equilíbrio. A Lei Zero da Termodinâmica, formulada por R. H. Fowler em 1931, serve de base para o conceito de equilíbrio térmico, pois ela afirma que "se dois cor pos estão em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, eles também estão em equilíbrio térmico entre si" (ÇENGEL; BOLES, 2013, p. 17). As duas principais escalas de temperatura são Celsius (ºC) e Kelvin (K). A escala Kelvin é independente e absoluta, não sendo possível a indicação de temperaturas negativas. A relação entre estas duas escalas é apresentada na equação a seguir. T[K] = T[ºC] + 273 A relação entre a massa (m) e o volume (V) do fluido no interior de um sistema fechado é chamada da massa específica ou densidade (p), como na equação a se guir.Já o seu inverso é o volume específico (v), como na equação seguinte. A massa específica é mais utilizada para líquidos, enquanto o volume específico, para gases. A 20 ° C, a pressão atmosférica corresponde a págua = 998 kg/m3 e par = P=mf�J V L m3 1,20 kg/m3, ou seja, a água é quase mil vezes mais densa que o ar. Para que um sistema esteja em equilíbrio termodinâmico, é preciso que todos os tipos de equilíbrio relevantes estejam presentes: • Equilíbrio térmico: a temperatura é igual em todo o sistema; • Equilíbrio mecânico: não há variação da pressão com o tempo em qual quer ponto do sistema; • Equilíbrio de fase: quando a massa de cada fase do sistema atinge um nível de equilíbrio e permanece nele; • Equilíbrio químico: a composição química do sistema não muda com o tempo. Para verificar se o sistema se encontra em equilíbrio termodinâmico, é pos sível isolar o sistema de sua vizinhança e observar se ocorrem mudanças em suas propriedades. Se não houver mudanças, significa que o sistema estava em equilíbrio no momento em que foi isolado, sendo possível dizer que ele se MÁQUINAS PRIMÁRIAS • encontra em estado de equilíbrio. Quando um sistema está isolado, ele não pode interagir com a vizinhança, mas seu estado pode mudar em função de eventos espontâneos que ocorrem internamente à medida que as propriedades intensivas, como temperatura e pressão, se encaminham para valores uniformes. Quando as mudanças ces sam, é possível dizer que o sistema se encontra em equilíbrio. Quando um sistema muda de um estado de equilíbrio para outro, ou seja, quando há mudança nas propriedades, chamamos de processo. Uma sequên cia de mudanças de estados termodinâmicos caracteriza um processo ter modinâmico. No gráfico a seguir, é ilustrado o processo de compressão em um sistema cilindro-pistão, onde a pressão aumenta e o volume é reduzido ao comparar os estados inicial e final. Quando, ao longo da trajetória de um processo, as propriedades forem co- Fonte GRÁFI CO 1. PROCESSO DE COMPRESSÃO p 2 vz l.�;'.,:�!E (2} Percurso do processo Estado inicial •V r ]t� (1) nhecidas, sendo possível retornar para o estado inicial pelo mesmo caminho, dizemos que este processo é reversível. Já quando a trajetória não pode ser definida e apenas se conhecem os pontos inicial e final, temos um processo irreversível. Os processos reversíveis geralmente ocorrem de forma lenta, en quanto os irreversíveis ocorrem de forma rápida. Se, durante as mudanças de estado, uma propriedade se mantém constan- MÁüUINAS PRIMÁRIAS • te, os processos podem ter diferentes classificações. Um processo isovolumé trico é aquele em que a temperatura é mantida constante, em um processo isobárico a pressão é mantida constante, enquanto em um processo isovolu métrico ou isocórico a propriedade constante é o volume. Estes três proces sos são ilustrados no próximo gráfico. Quando o sistema passa por diversos processos e retorna para o estado GRÁFICO 2. REPRESENTAÇÃO DE DIFERENTES PROCESSOS p Isobárico f3 f2 Fonte V inicial, indica que este sistema passou por um ciclo. Um ciclo termodinâmico é uma sequência de processos termodinâmicos que resulta na volta ao estado termodinâmico inicial. No gráfico a seguir é ilustrado um ciclo, onde o processo entre os pontos 1-2 é isométrico, entre os pontos 3-4 é isobárico e entre os pontos 2-3 e 4-1 são isotérmicos. Equipamentos que operam por longos períodos de tempo sob as mesmas GRÁFICO 3. QUATRO PROCESSOS COMPONDO UM CICLO 4 ....._ ___________ v Fonte MÁQUINAS PRIMÁRIAS • condições são chamados de dispositivos de regime permanente, onde opro cesso é conhecido como processo em regime permanente. As propriedades podem mudar de um ponto para outro dentro do volume de controle, mas em um ponto fixo elas permanecem constantes durante todo o processo. Alguns exemplos de equipamentos que operam em regime permanente são turbinas, c aldeiras, trocadores de calor, usinas de potência, entre outros. Já equipamentos como motores e compressores alternativos não atendem os requisitos, operando em regime transiente. EXPLICANDO Os termos "permanente" e "uniforme' muitas vezes são confundidos, mas não possuem o mesmo significado. Permanente significa que não ocorre nenhuma mudança com o tempo, e seu oposto é transiente. Já uniforme significa que não há nenhuma variação espacial. •• Características e classificações das máquinas térmicas Dispositivos que trabalham em ciclo podem ser chamados de máquinas tér micas, bombas de calor ou refrigeradores, dependendo de sua finalidade. MÁQUINAS PRIMÁRIAS. Quando o objetivo é realizar trabalho, o dispositivo é uma máquina térmi ca. Elas são equipamentos que utilizam o calor (energia térmica) como fonte de energia primária, transformando em trabalho (energia mecânica). As máquinas térmicas, que também podem ser chamadas de máquinas primárias, são am plamente utilizadas em ambientes industriais e meios de transporte, como, por exemplo, motores de automóveis, usinas de potência, entre outros. Quando se deseja fornecer energia para um corpo, temos uma bomba de calor. As bombas de calor fornecem energia para o corpo mais quente, ou seja, na direção oposta ao fluxo espontâneo de calor. Já quando é desejado ex trair energia de um corpo, temos um refrigerador, que extrai energia do corpo mais frio, como um congelador. O nosso foco de estudo neste tópico serão as máquinas térmicas, descon siderando as bombas de calor e os refrigeradores. Nas máquinas térmicas, o reservatório de maior temperatura (T H ) é chamado de fonte, enquanto o reser vatório de menor temperatura (T L ) é chamado de sumidouro ou dissipador. Dentre algumas fontes, podemos citar energia solar, fornalha e reator nu clear, já como sumidouro, atmosfera, rios e lagos. É importante o gerenciamen to responsável da energia que é dissipada, pois ela pode afetar o conforto tér mico industrial e até a vida aquática de rios e lagos. Segundo Çengel e Boles (2013), as máquinas térmicas se diferenciam das demais máquinas por algumas características específicas, como: • Recebem calor de uma fonte de alta temperatura; • Convertem parte desse calor em trabalho; • Rejeitam o restante do calor; • Operam em ciclo. o \ CURIOSIDADE Você sabia que o termo máquina térmica frequentemente é utilizado em um sentido mais amplo para dispositivos que realizam trabalho, mas que não operam em ciclo termodinâmico? Alguns exemplos são as turbinas a gás e os motores de automóveis, que operam em ciclo mecânico, onde o fluido de trabalho é descarregado e substituído por um novo ao final do ciclo. As máquinas térmicas utilizam um fluido de trabalho para o qual o calor é transferido durante a realização do ciclo. O fluido de trabalho pode ser um gás MÁQUINAS PRIMÁRIAS. neutro (oxigênio, hélio etc.), vapor (de água, entre outros) ou gás de combustão (resultante da queima de combustível e oxigênio). As máquinas térmicas podem ser classificadas em função do seu ciclo da seguinte forma (TEIXEIRA; MALHEIROS, 2018): • Máquina térmica de ciclo fechado: no início e no fim da realização do tra balho, as condições termodinâmicas do fluido de trabalho são as mesmas, como por exemplo em uma central a vapor; • Máquina térmica de ciclo aberto: no início e no fim da realização do tra balho, as características termodinâmicas do fluido de trabalho não são as mesmas, como por exemplo em um motor à combustão. Quando ocorre a combustão para a geração da energia mecânica, as má- quinas térmicas podem ser classificadas como (TEIXEIRA; MALHEIROS, 2018): • Máquina térmica de combustão externa: o fluido de trabalho não en tra em contato com os produtos da combustão da mistura ar-combustível, sendo necessária a presença de um trocador de calor no sistema. Como exemplo deste tipo de máquina temos a caldeira a vapor; • Máquina térmica de combustão interna: o fluido de trabalho é a mistura ar-combustível, não necessitando de um trocador de calor e aumentando a eficiência da máquina. Como exemplo deste tipo de máquina temos o mo tor de ciclo Otto. Dependendo do trabalho realizado, as máquinas térmicas são classificadas da seguinte forma (TEIXEIRA; MALHEIROS, 2018): • Máquina térmica motriz: recebe energia térmica e transforma em ener gia mecânica. Tem como função acionar outras máquinas; • Máquina térmica geratriz ou operatriz: recebe energia mecânica e transforma em energia térmica. Precisa ser acionada por outras máquinas. Já em função do tipo de transformação de energia realizada, as máquinas térmicas são subdivididas em (TEIXEIRA; MALHEIROS, 2018): • Máquina térmica de deslocamento positivo: a transferência de energia ocorre em um sistema fechado, composto por um elemento móvel (pistão ou êmbolo) realizan- do movimento de translação alternada ou rotação. Como exemplos podemos citar compressores, mo- tor Diesel, motor Otto, entre outros; MÁQUINAS PRIMÁRIAS • • Máquina térmica de fluxo: a transferência de energia ocorre em um sis tema aberto, composto por um elemento móvel (disco ou tambor com sis tema de pás) realizando movimento rotativo. Alguns exemplos são turbinas aeronáuticas, turbinas a vapor etc. A seguir, é apresentado um diagrama do fluxo de energia em uma máqui na térmica, onde Qent é a quantidade de calor fornecida por uma fonte de alta temperatura, Qsai é a quantidade de calor rejeitada para um sumidouro a baixa temperatura e w,íq,saié o trabalho proveniente da conversão. Fonte DIAGRAMA 1. ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DE UMA MÁQUINA TÉRMICA W líq.sai Máquina térmica O princípio da conservação de energia diz que, durante uma interação, a energia pode mudar de uma forma para outra, mas que sua quantidade total permanece constante, ou seja, a energia não pode ser criada ou destruída. Este princípio se aplica às máquinas térmicas, pois uma parte da energia recebida em forma de calor (Qent) é transformada em trabalho líquido (W,íq,saJ sendo cha mado de energia útil, enquanto a outra parte é transformada em variação de energia interna (u), sendo degradada ou descartada (Q50 i), conforme equação a seguir. Q ent = w,íq,sai + Q sai Conforme Çengel e Boles (2013), a instalação que melhor se ajusta à defini- ção de máquina térmica é a usina de potência a vapor, ou sistema de caldeira, ilustrada no próximo diagrama. A caldeira atua como a fonte de calor à alta MÁQUINAS PRIMÁRIAS • temperatura e o condensador como o sumidouro. A combustão é externa, ou seja, ocorre fora da máquina e a energia térmica liberada é transferida para o vapor sob a forma de calor. Nesta figura, Wsai representa a quantidade de traba lho realizado pelo vapor com sua expansão na turbina e Wenté a quantidade de trabalho necessário para comprimir a água até a pressão da caldeira. DIAGRAMA 2. ESQUEMA DE UMA USINA A VAPOR BÁSICA Fronteira do sistema 8 Em algumas situações, as informações referentes ao funcionamento de uma máquina térmica são apresentadas em forma de taxa, conforme a pró xima equação. . . . Q ent = w,íq,sai + Q sai Onde W,íq,sai é a potência de saída. ASSISTA Assista a este vídeo do canal Física Livre para maiores detalhes sobre as máquinas térmicas. Nele são apre sentadas informações como um breve histórico, algu- mas aplicações, o princípio de funcionamento e como calcular sua eficiência. MÁQUINAS PRIMÁRIAS • •• Eficiência térmica Como já vimos anteriormente, as máquinas térmicas são projetadas para converter calor em trabalho e constantemente são realizados estudos buscando melhorar a eficiência destes equipamentos, pois quanto maior a eficiência, menor é o consumo de combustível. O termo eficiência, segundo Çengel e Boles (2013, p. 78), "indica o grau de sucesso com o qual um processo de transferência ou conversão de energia é realizado". A eficiência térmica, ou rendimento ílt' é uma medida de desem penho da máquina térmica em relação à fração do calor fornecido convertida em trabalho líquido. A energia rejeitada Qsai nunca será zero, o que indica que o trabalho líquido de uma máquina térmica sempre será menor que a quantidade de calor forne cida, ou seja, apenas uma parte do calor transferido para a máquina térmica é convertida em trabalho. A eficiência térmica é adimensional e pode ser obtida através da equação a seguir: r1 t = saída líquida de trabalho= wlíq,sai = 1 _ Qsai entrada total de calor Qent Qent onde Q ent = w,íq,sai + Q sai. A eficiência térmica suporta valores entre O e 100%, ou seja, quanto menor o seu valor, menor é a quantidade de trabalho produzido e maior é a quantida de de calor rejeitado para o sumidouro. No próximo diagrama, é apresentado o exemplo de que algumas máquinas térmicas possuem desempenho melhor do que outras. Mesmo que seja for necida a mesma quantidade de calor (Qent = 100 kJ, neste exemplo), dependen- do de como esta máquina foi desenvolvida e dimensionada, o trabalho líquido pode ser diferente (W,, . = 20 kJ ou 301q,sa1 kJ), fazendo com que, consequentemente, as eficiências térmicas destas máquinas sejam diferentes (r1 t = 20% e 30%, respectivamente). MÁQUINAS PRIMÁRIAS • DIAGRAMA 3. COMPARAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO DE DUAS MÁQUINAS TÉRMICAS Entrada de calor 100 kJ Fonte líquida de trabalho 30kJ De acordo com Çengel e Boles (2013), a eficiência térmica de dispositivos produtores de trabalho são relativamente baixas e a única forma de tentar otimizar esta eficiência é reduzindo o desperdício de energia em forma de ca lor (Q 50 ). Toda máquina térmica deve rejeitar uma quantidade de energia para que possa completar o ciclo sob condições ideais, ou seja, nenhuma máquina térmica real é 100% eficiente. EXEMPLIFICANDO A eficiência térmica de motores de automóveis com ignição por centelha é aproximadamente 25%, chegando a 40% para os motores Diesel e grandes turbinas a gás. Já para grandes usinas de potência, que combinam gás e vapor, é na faixa de 60%. Estes valores nos mostram que grande parte da energia fornecida acaba sendo desperdiçada. O Propriedades de uma substância pura •• Segundo Çengel e Boles (2013, p. 112), "uma substância que tem a mes- ma composição em toda a sua extensão é chamada de substância pura", MÁQUINAS PRIMÁRIAS • como, por exemplo, cobre, hidrogênio, nitrogênio, ozônio, enxofre, entre outros. A substância pura pode ser simples ou composta. Ela é simples quan do formada por átomos de um único elemento químico, como os exemplos fornecidos anteriormente, e composta quando é uma mistura de átomos de dois ou mais elementos químicos, ou seja, mistura de duas ou mais substâncias puras. Como exemplos de substâncias puras compostas temos dióxido de car bono, carbonato de cálcio, bicarbonato de sódio, glicose, água etc. A água é uma substância pura, pois ela pode estar em forma de gelo, neve, líquido ou vapor, mas a sua estrutura molecular permanece a mesma. Já o ar, mesmo muitas vezes sendo modelado como ideal, não é um exemplo de subs tância pura, pois sua estrutura é variável, sendo afetada também pela umidade relativa. Ao longo deste tópico de estudo você verá maiores informações sobre as substâncias puras e suas diferentes fases. •• Fases das substâncias puras Quando uma quantidade de matéria é homogênea como um todo, tanto na sua composição química quanto na estrutura física, dizemos que ela se encon tra em uma fase. As substâncias existem em diferentes fases e para diferentes condições, sendo que cada substância pode ter uma fase diferente. As três fases principais são sólida, líquida e gasosa, mas uma substância pode ter várias fases dentro de uma fase principal, onde o que as diferencia é a estrutura molecular. As moléculas em uma substância na fase sólida são organizadas em um padrão tridimensional e, devido a pequena distância entre as mo léculas, com grande força de atração entre elas, permanecem em posições fixas. Já na fase líquida, mesmo o espaçamento molecular sendo muito semelhante à da fase sólida, as moléculas não estão fixas umas em relação às outras, podendo girar e transladar, com forças in- termoleculares intermediárias. E na fase gasosa as moléculas estão distantes umas das outras e desordenadas, com forças intermoleculares mui- to pequenas. MÁQUINAS PRIMÁRIAS • (a) (b) (e) Figura 11 Fonte Uma substância pura não precisa necessariamente ser composta por um único elemento, podendo ser a combinação de tipos diferentes, desde que a mistura seja homogênea. A mistura de duas ou mais fases de uma substân cia pura continua sendo uma substância pura, desde que a composição quí mica de todas as fases seja igual, como por exemplo a mistura de gelo e água líquida. Já a mistura de ar líquido e ar gasoso não é um exemplo de substância pura, pois suas composições são diferentes. Um sistema pode conter uma ou mais fases, como por exemplo para o caso de uma caldeira, onde a água existe como uma mistura de líquido e vapor. • Mudança de fase das substâncias puras Para demonstrar os princípios básicos envolvidos na mudança de fase das substâncias puras, buscando simplificar os estudos, a água será a substân cia utilizada. Considere o cilindro-pistão da esquerda na figura a seguir, que contém água na fase líquida a uma pressão de 1 atm e temperatura de 20° C. Nestas condições, a água está abaixo da sua temperatura de saturação, sendo chamada de líquido comprimido ou líquido subresfriado. Ao receber calor, a temperatura da água se eleva, fazendo com que o líquido se expanda leve mente, aumentando o volume específico, mas mantendo a pressão constante. Quando a temperatura da água atinge 100º C, como no cilindro da direita, ela ainda está na fase líquida, mas começa a ferver e qualquer adição de calor fará MÁQUINAS PRIMÁRIAS • com que ela se converta em vapor, ou seja, ela se encontra na fase de líquido saturado. Figura 12 Estado 1 P= 1 atm T= 20° C Calor Estado 2 P= 1atm T= 100° ( 1 Calor Após o início da ebulição, se a pressão for mantida constante, a temperatura também permanecerá constante. Quando o processo de vaporização passa da metade, o cilindro contém quantidades de líquido e de vapor (mistura líquido -vapor saturada) até que todo o líquido se transforme em vapor. Quando todo o cilindro está cheio de vapor, qualquer perda de calor fará com que o vapor condense, então neste ponto ele é chamado de vapor saturado. Se continuar sendo transferido calor para o vapor, haverá aumento de temperatura e do volume específico. Em temperaturas de vapor muito elevadas, como 300º e, se parte do calor for removido, mesmo com uma pequena queda na temperatura, não haverá condensação, sendo o vapor chamado de vapor superaquecido. Estado 3 Estado 4 P=1 atm Vapor T=300° C saturado P= 1 atm P= 1 atm Líquido T= 100° C T= 100° C saturado Calor Calor Figura 13. 1 Fonte MÁQUINAS PRIMÁRIAS • No processo de mudança de fase da água descrito anteriormente, foi citado que a água começa a ferver a uma temperatura de 100° C, mas isto só ocorre se a pressão for 1 atm. Em pressões mais elevadas, a água começa a ferver em maiores temperaturas. A uma determinada pressão, a temperatura na qual uma substância pura muda de fase é chamada de temperatura de saturação (�0t). De forma semelhante, a uma dada temperatura, a pressão na qual uma substância pura muda de fase é chamada de pressão de saturação (Psat). Exis tem tabelas onde são relacionadas pressão de saturação emfunção da tempe ratura e temperatura de saturação em função da pressão. A quantidade de energia que é absorvida ou liberada durante o processo de mudança de fase é chamada de calor latente. A quantidade de energia absor vida durante a fusão é chamada de calor latente de fusão e equivale à quan tidade de energia liberada durante a solidificação. Já a quantidade de energia absorvida durante a vaporização é chamada de calor latente de vaporização, sendo equivalente à quantidade de energia liberada durante a condensação. Como durante os processos de mudança de fase as propriedades como pressão e temperatura são dependentes, é comum ilustrar estes proces sos através de uma curva de saturação líquido-vapor, como ilustrado no Gráfico 4. A curva em questão é para a água, mas para todas as substâncias puras a curva apresenta o mesmo comportamento, com diferença nos va lores numéricos. GRÁFICO 4. CURVA DE SATURAÇÃO LÍQUIDO-VAPOR DE UMA SUBSTÂNCIA PURA Fonte psat' KPa MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Diagramas de propriedades Os diagramas de propriedades auxiliam no entendimento das va riações de propriedades durante os processos de mudança de fase. Nes te tópico, você verá diagramas bidi mensionais que são projeções de su perfícies tridimensionais, como a da Figura 14. O diagrama T-v é uma projeção da superfície P-v-T no plano T-v. Ele relacio na a temperatura e o volume específico de uma substância pura, enquanto a pressão é mantida constante. No dia grama são ilustradas curvas dos proces 1 ,o! ""... •• sos de mudança de fase da água para diferentes pressões. É possível observar que quanto maior a pressão, maior é a temperatura em que a água começa a ferver. Fonte DIAGRAMA 4. DIAGRAMA T-v DOS PROCESSOS DE MUDANÇA DE FASE DA ÁGUA PARA DIVERSAS PRESSÕES P-25 MPa P- 22,06 MPa Ponto crítico V P "' 15 MPa P- 8 MPa 373,95 · ··· ··------ - . P= 1 MPa : Líquido ; siturado • ' . 0,003106 _,,,,,,--.,,,. Vapor saturado p,,, G,1 MPa P- 0.01 MPa v, rw/kg MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Também se observa que, quanto maior a pressão, menor a diferença entre o volume específico do líquido saturado e o volume específico do vapor. Quando esta diferença se torna nula, este ponto é chamado de ponto crítico, onde os estados de líquido saturado e vapor saturado são idênticos. No ponto crítico te mos a temperatura crítica (T), a pressão crítica (P) e o volume específico crítico (v). Acima da pressão crítica, o volume específico aumenta continuamente, com a presença de uma única fase. Os estados de líquido saturado apresentados no Diagrama 5 podem ser uni dos pela linha chamada de linha de líquido saturado, enquanto os estados de vapor saturado podem ser unidos pela linha de vapor saturado. A união destas duas linhas ocorre no ponto crítico, formando a curva apresentada no diagrama. A região à esquerda da linha de líquido saturado é a região de líquido com primido, enquanto a região à direita da linha de vapor saturado é a região de vapor superaquecido. Nestas duas regiões, a substância apresenta uma única fase, ou líquido ou vapor, já na região sob a curva estão os estados que contêm ambas as fases em equilíbrio, sendo chamada de região de mistura líquido-va por saturada ou região úmida. Fonte DIAGRAMA 5. DIAGRAMA T-v DE UMA SUBSTÂNCIA PURA T Ponto crítico Região de �: e: q_��-: líquido / · · d • =: 1- • • Região de vaporcomprimi O : -�- • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • f6· · superaquecido Região de líquido-vapor saturados V O diagrama P-v é uma projeção da superfície P-v-T no plano P-v. Ele rela ciona a pressão e o volume específico de uma substância pura, enquanto a temperatura é mantida constante. De um modo geral, este diagrama é bas tante parecido com o diagrama T-v, mas, para este caso específico, as linhas de temperatura apresentam tendência decrescente, como no Diagrama 6. MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Fonte DIAGRAMA 6. DIAGRAMA P-v DE UMA SUBSTÂNCIA PURA Região de líquido comprimido 1 1 1 1 \ Ponto crítico Região de vapor superaquecido Considerando o mesmo arranjo cilindro-pistão, desta vez contendo água líquida a uma temperatura de 150º e e uma pressão de 1 MPa, onde a água se encontra em estado líquido comprimido, a pressão é reduzida gradativamen te, mas a água troca calor com a vizinhança, aumentando o volume e fazendo com que a temperatura permaneça constante. Quando a temperatura atinge o valor de saturação, a água começa a ferver, onde, durante o processo de va porização, a pressão e a temperatura permanecem constantes e só o volume específico aumenta. Quando todo o líquido é transformado em vapor, há redu ção da pressão e ainda mais aumento do volume específico. Figura 15 P= 1 MPa T= 100° C MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Na região de mistura líquido-vapor saturada, é possível definir a proprie dade título de vapor (x), mas para isso é preciso conhecer as proporções das fases líquido e vapor da mistura, pois o título é a razão entre a massa de vapor da mistura (m) e a massa total da mistura (m tot a,), conforme a equação a seguir, onde m 1 é a massa de líquido. MV MV X=---=---- Mtow1 ( Mv + M,) O título terá um valor entre O e 1, ou seja, entre O e 100% de vapor. Quando existe somente líquido saturado, o título é igual a zero, e quando existe somente vapor saturado (também chamado de vapor saturado seco), o título é igual a 1. Durante o processo de vaporização, a quantidade de líquido saturado muda, mas as suas propriedades permanecem constantes; com o vapor satu rado ocorre da mesma forma. Também é possível definir o volume específico da mistura líquido-vapor saturada através da seguinte equação, onde v, é o vo lume específico de líquido e v,v é a diferença entre o volume específico de vapor (v) e o volume específico de líquido (v,). V = V 1 +X· V 1v O Diagrama 7 ilustra melhor as relações existentes entre título e volume específico: Fonte F DIAGRAMA 7. DIAGRAMA T-v PARA A MUDANÇA DE ESTADO DA ÁGUA T F i( Vapor superaquecido �•---------------·::"-= 1 ( º '\ V V V Linha de vapor IV. V • 1 . 2 (Ad • V saturado V MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Os dois diagramas apresentados até o momento contêm os estados de equilíbrios das fases líquida e vapor, mas eles também podem ser estendidos buscando contemplar a fase sólida. A maioria das substâncias se contrai durante o processo de solidificação, mas algumas outras, como a água, se expandem ao solidificar. Os diagramas P-v para estes dois casos são apresentados a seguir, já os diagramas T-v foram suprimidos, visto que apresentam comportamento semelhante, principalmen te para as substâncias que se contraem ao solidificar. DIAGRAMA 8. DIAGRAMA P-v PARA SUBSTÂNCIA QUE SE CONTRAI AO SOLIDIFICAR (ESQUERDA) E SUBSTÂNCIA QUE SE EXPANDE AO SOLIDIFICAR (DIREITA) p Fonte G p Ponto crítico Sólido + Vapor V , � Ponto crítico ' ::::::1 1 -� 1 ..... ', + 'º 1 "C ·� IV> o' "C 1 :;; � V'l 1 1 I Vapor 1 ,' �-�--�;.;.;;..;.;;.;&;.;.;;'------ Sólido + Vapor V É possível observar a presença de uma linha tripla, que ocorre para o caso de substâncias puras em que as três fases coexistem em equilíbrio. Como em alguns diagramas esta linha aparece como um ponto, ela também é chamada de ponto triplo. Para que as três fases coexistam em equilíbrio, é necessário que a pressão (Ppt) e a temperatura (Tpt) sejam exatamente iguais às do ponto triplo. Quando a mudança de fase de uma substância ocorre a uma pressão abaixo do ponto triplo, ela passa diretamente da fase sólida para a fase de vapor, sem passar pela fase líquida, sendo este processo chamado de sublima ção, como ocorre, por exemplo, com o gelo seco. O diagrama P-Té uma projeção da superfície P-T no plano P-T. Ele relaciona a pressão e a temperatura de uma substância pura, enquanto o volume espe- MÁüUINAS PRIMÁRIAS •cífico é mantido constante. Este diagrama também é chamado de diagrama de fase, pois apresenta as três fases, separadas uma das outras por três linhas, como ilustrado a seguir. A linha de sublimação separa as regiões de sólido e de vapor, a linha de vaporização separa as regiões de líquido e vapor e a linha de fusão separa as regiões de sólido e de líquido. Estas três linhas se encon tram no ponto triplo, e a linha de vaporização termina no ponto crítico. Fonte DIAGRAMA 9. DIAGRAMA P-T DAS SUBSTÂNCIAS PURAS p Gás ideal Substâncias Substâncias que se expandem que se contraem ao solidificar ao solidificar Sólido \ \ \� \ �� 'º \ \ \ Vapor Ponto crítico T •• Muitas propriedades são fornecidas por tabelas, mas é possível obter uma relação entre as propriedades de forma simples e precisa através da equação de estado. A equação de estado mais comum é a equação de estado do gás ideal, conforme equação a seguir, onde um gás que obedece a esta relação é chamado de gás ideal. P·v=R.T Ré uma constante de proporcionalidade, chamada de constante do gás. É importante tomar cuidado para que nesta equação a pressão seja absoluta, assim como a temperatura. Algumas constantes do gás são apresentadas na Figura 16. MÁQUINAS PRIMÁRIAS • . Fonte. '\; Quando a massa de gás é fixa, é possível relacionar as propriedades para dois estados diferentes através da seguinte equação, onde Vé o volume. Segundo Çengel e Boles (2013), os gases reais, a baixas pressões e altas temperaturas, têm sua densidade reduzida, fazendo com que se comportem como um gás ideal. Alguns exemplos que se comportam como gás ideal são: ar, nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, argônio, hélio, entre outros. Já gases den sos, como o vapor de água das usinas de potência a vapor e o vapor de alguns refrigerantes, não devem ser tratados como gases ideais. O vapor de água só pode ser tratado como gás ideal a pressões abaixo de 1 O kPa, ou seja, para aplicações como condicionamento de ar. o \ CURIOSIDADE Os termos gás e vapor muitas vezes são utilizados como sinônimos, mas eles possuem algumas diferenças. Gás é a fase de vapor de uma substân cia que se encontra acima da temperatura crítica. Já vapor é um gás que se encontra próximo ao estado de condensação. MÁQUINAS PRIMÁRIAS. Sintetizando • Nessa unidade, apresentamos um breve histórico da evolução das máqui nas térmicas, passando pela máquina a vapor e chegando ao automóvel com motor de combustão interna, percebendo que o funcionamento das máquinas térmicas está diretamente ligado à Termodinâmica. Com isso, alguns conceitos termodinâmicos importantes, como energia, sistema, estado, pressão, tempe ratura, equilíbrio, processo, ciclo, entre outros, foram revisados. As máquinas térmicas foram caracterizadas em função do seu princípio de funcionamento e também classificadas conforme o ciclo realizado, o processo de combustão, o trabalho e a transformação de energia. Foi observado que as máquinas térmicas seguem o princípio da conservação de energia, mas que o seu desempenho na conversão de energia térmica em trabalho, em muitas situações, é abaixo do desejado, visto que nenhuma máquina térmica real é 100% eficiente. Estudando as substâncias puras, percebemos que elas possuem suas fases bem definidas, mas que, em função da temperatura de saturação e da pressão de saturação, estas fases podem apresentar diferentes comportamentos até que ocorra definitivamente a mudança de fase. Estas variações de proprieda des durante os processos de mudança de fase foram melhor ilustradas através dos diagramas de propriedades. MÁQUINAS PRIMÁRIAS • Referências bibliográficas •• ÇENGEL, Y. A.; BOLES, M. A. Termodinâmica. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. F ILIPPO, G. F. Máquinas térmicas estáticas e dinâmicas: fundamentos de Ter modinâmica, características operacionais e aplicações. São Paulo: Érica, 2014. MÁQUINAS Térmicas - Física. Postado por Física Livre. (Smin. 33s.). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=q3ZBwqtOt2c>. Acesso em: 28 mai. 2019. POT TER, M. e.; SOMERTON, e. W. Termodinâmica para engenheiros. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. TEIXEIRA, G. P.; MALHEIROS, F. C. N. Máquinas térmicas. Porto Alegre: SAGAH, 2018. MÁQUINAS PRIMÁRIAS • UNIDADE ser educacional Tópicos de estudo • Trabalho, calor e primeira lei da termodinâmica Trabalho Calor Primeira lei da termodinâmica Eficiência da conversão de energia • Segunda lei da termodinâmica e ciclos térmicos Segunda lei da termodinâmica Refrigeradores e bombas de calor Enunciados de Kelvin-Planck e de Clausius Ciclos térmicos MÁQUINAS PRIMÁRIAS - O Trabalho, calor e primeira lei da termodinâmica •• Em um sistema fechado, as duas únicas formas de interação de energia são através de transferência de calor e de trabalho, como na Figura 1. r 1 1 1 1 1 1 L Figura 1 Fronteira do sistema - - - - - Sistema fechado (m = constante) - - - - - ., ., 1 '1 1 1 1 '' .J '-, Calor � Trabalho Já para o caso de um sistema aberto, chamado volume de controle, como na Figura 2, também é possível a transferência de massa. Nesta figura, a trans ferência de massa é realizada pela entrada de água fria e saída de água quente. Figura 2 rn ., Saída de água 1\ quente ltc� ,.. ,-- ... -------...-. '' Superfície �.de controle Aquecedor d de água I :<Volume de, "'Entrada de : controle) ! � água fria 1 1 1 ' : :·�' 1 : :\ I �-------��� Fonte MÁQUINAS PRIMÁRIAS e Calor e trabalho não são propriedades, pois dependem de mais parâmetros além dos que definem o estado do sistema, sendo então mecanismos de trans ferência de energia. Suas principais semelhanças são: • Fenômenos de fronteira; • Sistemas não possuem calor ou trabalho, mas sim energia; • Estão associados a um processo e não a um estado; • Funções da trajetória. Como o trabalho e o calor são grandezas direcionais, é preciso que a magni- tude e a direção sejam especificadas. A convenção de sinais indica que: • Transferência de calor da vizinhança para um sistema (Qen/ positivo; • Transferência de calor de um sistema para a vizinhança (Q50): negativo; • Trabalho realizado por um sistema sobre a vizinhança (W 50 ): positivo; • Trabalho realizado pela vizinhança sobre um sistema (Wen/ negativo. ' DICA Quando a direção da interação de trabalho ou de calor não é conhecida, ela pode ser arbitrada. Um resultado positivo indica que a direção arbitra da está correta, enquanto um resultado negativo indica que a direção da interação é a inversa. A seguir você verá mais detalhes sobre trabalho, calor, a primeira lei da ter modinâmica e a eficiência de conversão de energia. •• Trabalho O trabalho (W}, segundo sua definição termodinâmica, é uma forma de in teração da energia de um sistema com sua vizinhança. Quando esta interação ocorre mas não é causada pela diferença de temperatura entre o sistema e a vizinhança, significa que houve trabalho. É possível dizer que trabalho, em sua definição mecânica e de acordo com o livro Termodinâmica, de Çengel e Boles, "é a transferência de energia associada a uma força que age ao longo de uma distância" (2013, p. 62), conforme a Equação 1: (1) W=F·s MÁQUINAS PRIMÁRIAS - Onde Fé a força e s é a distância. Para que uma interação de trabalho ocorra, é preciso que dois requisitos sejam cumpridos: deve haver uma for ça atuando sobre a fronteira e a fron teira deve ser móvel. Como o trabalho é uma forma de energia, neste caso energia mecânica, sua unidade no sistema internacional é o joule (J), que equivale a um newton-metro (1 N.m), e sua unidade mais comumente utilizada é em termos de quilojoule (1 kJ = 10 3 J). No sistema inglês, a unidade de trabalho utilizada é o Btu, que é a quanti dade de energia necessária para elevar em 1 ºF a temperatura de 1 lbm de água a 68 ºF. As magnitudes de quilojoulee Btu são praticamente iguais, ou seja, 1 Btu = 1,0551 kJ. Já no sistema métrico é utilizada a caloria (cal), que é a quantidade de energia necessária para elevar em 1 ºC a temperatura de 1 g de água a 14,5 ºC, e 1 cal equivale a 4,1868J. O trabalho por unidade de massa (w) é expresso pela Equação 2: (2) Já quando o trabalho é relacionado com o tempo, temos uma taxa chamada de potência {W), conforme a Equação 3. A principal unidade da potência no sistema internacional é o watt (W), equivalente a 1 J/s. Outra unidade utilizada é o cavalo-vapor (hp), equivalente a 74 6 W, bastante utilizada para designar potência de motores de automóveis. (3) Existem diferentes formas de trabalho mecânico, sendo algumas delas o trabalho de eixo e o trabalho contra uma mola. O trabalho de eixo, conforme a Figura 3, ocorre quando a energia é transmitida através da rotação de um eixo. Normalmente o torque (T) aplicado ao eixo é constante, fazendo com que a força (F) também seja constante. MÁQUINAS PRIMÁRIAS - W eixo = 2 rr n T F Torque = Fr Figura 3 O trabalho realizado durante n rotações do eixo de braço ré descrito pela Equação 4: (4) W. = F · s = (L) (2rrrn) = 2rrnT [kJ] eixo r Já a potência é transmitida através do eixo (Weixo) é: (5) Weixo = 2rrn T E temos que o número de rotações por unidade de tempo é representado por n. O trabalho contra uma mola depende da relação entre a força F e o compri mento da mola (x). Para molas lineares elásticas, o deslocamento x é proporcio nal à força aplicada, conforme a Equação 6: (6) F = k X [kN] Onde k é a constante da mola. O trabalho contra a mola é expresso pela Equação 7: (7) Wmota = i k (XJ- X�) MÁQUINAS PRIMÁRIAS e Quando os sistemas atingem a mesma temperatura e a transferência de calor cessa, dizemos que eles alcançaram o equilíbrio térmico. As unidades de calor, por serem uma forma de energia, são as mesmas do trabalho, e a mais comumente utilizada é o kJ. A transferência de calor por unidade de massa de um sistema é indicada conforme a Equação 8: (8) Quando a taxa de transferência de calor varia com o tempo, o calor trans ferido durante o processo é definido pela Equação 9; já quando permanece constante, a quantidade de calor transferida é obtida através da Equação 1 O. Essa taxa é representada pelo símbolo Q. (9) (10) Onde t 1 e t 2 são os tempos inicial e final do processo. O calor pode ser transferido por três diferentes mecanismos: condução, convecção e radiação. A condução (Figura Sa) é a "transferência de energia das partículas mais energéticas de uma substância para as partículas menos energéticas como resultado da interação entre as partículas" (ÇENGEL; BOLES, 2013, p. 62). A transferência de calor por condução é proporcional à condutivi dade térmica do material (k). A convecção (Figura Sb) é a "transferência de energia entre uma superfí cie sólida e o fluido adjacente que está em movimento, e envolve os efeitos combinados da condução e do movimento do fluido" (p. 62). Para que haja transferência de calor por convecção, é determinante que exista movimento. A radiação (Figura Se) é a "transferência de energia devido à emissão de ondas eletromagnéticas". A radia- ção pode ser transferida através do vácuo perfeito ou de substâncias transparentes. MÁQUINAS PRIMÁRIAS e Figura 5 !AI p Fluxo de ar de resfriamento Transistor Placa de circuito Primeira lei da termodinâmica ,,,----._ L Superfície da vizinhança a T, < T b Fonte A Superfície com emissividade E,área A e temperatura Tb •• A primeira lei da termodinâmica, ou simplesmente primeira lei, diz que a energia não pode ser criada nem destruída durante um processo, apenas mudar de forma. Segundo Çengel e Boles, também no livro Termodinâmica, de 2013, uma das principais consequências da primeira lei da termodinâmica é a existência e de finição da propriedade energia total (E). A variação da energia total durante um processo adiabático deve ser igual ao trabalho líquido realizado, como ilus trado na Figura 6 e expresso pela Equação 11: r l Figura 6 Vd 1 1 l - ººº o 0 ° 0 ºo /1E = Q . = 12 kj ltq Q ent = 15 kj e1 Fonte ""' t� Q sai = 3 kj J MÁQUINAS PRIMÁRIAS e (11) IW= IQ Na Figura 6, a água é aquecida em uma panela sobre um fogão. São trans feridos 15 kJ de calor para a água através do aquecimento, e 3 kJ são perdidos pela água para o ar. Desta forma, o aumento da energia da água é igual ao calor líquido transferido para a água, ou seja, 12 kJ. Dentro do enunciado da primeira lei também está implícita a conservação da energia. O princípio da conservação de energia diz que "a variação líquida (aumento ou diminuição) da energia total do sistema durante um processo é igual à diferença entre a energia total que entra e a energia total que sai do sistema durante esse processo" (ÇENGEL; BOLES, 2013, p. 71-72), como explíci to na Equação 12, também chamada de balanço de energia, que é aplicável a qualquer sistema, passando por qualquer processo. (12) E - E . = !JE. [kJ]ent sai sistema Onde Eent é a energia total entrando no sistema, Esai é a energia total saindo do sistema, e !JEsistema é a variação de energia do sistema - diferença entre as energias no estado final (f 2 ) e inicial (f 1 ), conforme a Equação 13. (13) /jf. = E( I - E . . . I = E2 - E1sistema 1,na 1n,c,a Se o estado do sistema não mudar durante o processo, a variação da ener gia do sistema é zero. O balanço de energia apresentado na Equação 12 pode ser expresso em forma de taxa, como na Equação 14: (14) . . dE f _ f . = sistema/ [kW]ent sai dt Já o balanço de energia expresso por unidade de massa, ou seja, dividido pela massa do sistema, é: (15) e - e = !Je [kj / Jent sai sistema '/ kg MÁQUINAS PRIMÁRIAS e Fique atento: para os casos de sistemas fechados executando ciclos, os es tados inicial e final são iguais, não havendo variação da energia do sistema, ou seja, Eent é igual a Esar Em sistemas fechados, o balanço de energia de um ciclo pode ser expresso em função das interações de calor e trabalho, conforme as Equações 16 e 17. (16) w,iq,sai = Qlíq,ent (17) wliq,sai = Qliq,ent A energia também pode existir de diferentes formas, como energia interna (sensível, latente, química e nuclear}, cinética, potencial, elétrica e magnética, onde a soma representa a energia total do sistema (E). Quando não existem efeitos elé tricos, magnéticos e de tensão superficial, a variação da energia total de um sis tema é a soma das variações da energia interna (U}, cinética (EC) e potencial (EP). A variação da energia interna é expressa pela Equação 18; a da energia ciné tica, pela Equação 19; e a da energia potencial, pela Equação 20, onde m é a massa do sistema, ué a energia interna específica, g é a aceleração da gravida de, Vé a velocidade e zé a elevação. Os subscritos 1 e 2 representam os estados inicial e final, respectivamente. (18) (19) L1EC=½m (Vj- V� (20) Como a maioria dos sistemas são estacionários, segundo Çengel e Boles, também no livro Termodinâmica, de 2013, não há variação de velocidade ou de altura durante o processo, fazendo com que L1EC e L1EP sejam nulas, e L1E = L1U. Os mecanismos de transferência de energia de um sistema ou para ele, como já visto anteriormente, são calor, trabalho e fluxo de massa. A transferência de calor (Q) para um sistema aumenta a energia das mo léculas, causando o aumento da energia interna do sistema. Já a transferência MÁQUINAS PRIMÁRIAS e de calor de um sistema diminui a energia das moléculas e a energia interna do sistema. Em sistemas adiabáticos, a transferência de calor é zero. A realização de trabalho (W) sobre um sistema aumenta a energia interna deste sistema, enquanto a realização de trabalho por um sistema diminui sua energia interna. Em sistemas que não envolvem interações de trabalho, o tra balho realizadoé igual a zero. O fluxo de massa (m) promove a variação da energia de um sistema aberto. Quando há entrada de massa, a energia do sistema aumenta, e quando há saída de massa, a energia do sistema diminui. Em sistemas fechados, não há fluxo de massa . •• Eficiência da conversão de energia É possível determinar a eficiência da conversão de energia em disposi tivos mecânicos, onde, normalmente, a transferência de energia mecânica é realizada por um elemento rotativo (trabalho de eixo). Bombas, ventiladores, compressores e misturadores consomem trabalho, ou seja, recebem trabalho de eixo, transferindo para o fluido em forma de energia mecânica. Já motores de automóveis e turbinas produzem trabalho, convertendo a energia mecânica de um fluido em trabalho de eixo. Quando não existem irreversibilidades, como o atrito, a energia mecânica pode ser convertida totalmente de uma forma para outra, onde a eficiência mecânica deste dispositivo é definida pela Equação 21: (21) energia mecânica de saída = Emec,sai = 1 _ Emec,perd'lmec = energia mecânica de entrada Emec,ent Emec,ent Qualquer valor de eficiência menor que 100% indica que ocorrem perdas durante o processo, ou seja, que parte da energia mecânica fornecida é conver tida em energia térmica em razão de algum aquecimento. Quando há escoamento de fluido, normalmente é fornecida energia me cânica para o fluido, buscando aumentar sua pressão, velocidade e/ou altura, utilizando dispositivos como bombas, ventiladores ou compressores. Também é possível que se queira extrair energia mecânica do fluido através de turbi nas. As eficiências da bomba ({]bomb) e da turbina ('lturbin) são expressas pelas Equações 22 e 23, respectivamente. MÁQUINAS PRIMÁRIAS e aumento da energia mecânica do fluido (22) !]bomba= entrada de energia mecânica = /Jf mec,fluida weixo,ent = wbomba,u wbomba Onde fJÊmecJluido é a taxa de aumento da energia mecânica do fluido, ou seja, Ê e - Ê e nt' equivalente à potência de bombeamento útil (Wbo b ) fornecida me ,sa, me ,e m a,u ao fluido. (23) saída de energia mecânica weixo,sai wturbina '1turbina = decréscimo de energia mecânica do fluido = liJÊ 1 = W b" mec,fluido tur tna,extr Onde 1 /J Ê mec,fluido 1 é a taxa de diminuição da energia mecânica do fluido, equivalente à potência mecânica extraída do fluido pela turbina (Wturbina,extJ A energia elétrica também pode ser convertida em energia mecânica atra vés da rotação de eixos em motores elétricos, ou o inverso, através de gerado res, onde a energia mecânica é convertida em energia elétrica. As eficiências do motor(!] t ) e do gerador(!] d ) podem ser obtidas através das Equações mo or gera or 24 e 25, respectivamente: (24) (25) saída de potência mecânica '1motor = entrada de potência elétrica weixo,sai = ----'-- we,et,ent saída de potência elétrica we,et,sai '7gemdor = entrada de potência mecânica = w. e1xo,ent É comum a combinação de alguns dispositivos, como bomba e motor (mo tobomba) ou turbina e gerador (turbo-gerador}, sendo possível determinar a eficiência combinada ou global. Estas eficiências são obtidas através das Equações 26 e 27 para a motobomba e para o turbo-gerador, respectivamente. (26) Wbomba,u fJEmecJluido I] motobomba = I] bomba I] motor = W = elet,ent welet,ent MÁQUINAS PRIMÁRIAS e (27) welet,sai fJ turbogerador = fJ turbina fJ gerador = W turbina,extr w elet,ent =---- 1 .Ll Ê mec,fluido 1 Um exemplo para o cálculo da eficiência global de um turbo-gerador é apre sentado na Figura 7, onde o dispositivo possui eficiência global de 73%, o que indica que 27% da energia fornecida é convertida em energia térmica, e não em energia útil. Figura 7 n = O 75'/turbina ' IJgerador = O, 97 W eletr, sai GERADOR f1turbina-ger = f1turbina IJgerador = 0,75 X 0,97 = 0,73 OSegunda lei da termodinâmica e ciclos térmicos •• Vimos que a primeira lei da termodinâmica é equivalente ao princípio da conservação de energia, e não existem registros de processos que tenham vio lado a primeira lei da termodinâmica, o que nos leva a concluir que, para que um processo ocorra, é preciso obedecer a primeira lei. Mas obedecer a primeira lei não garante que o processo realmente ocorra. Um exemplo disso é dado por Çengel e Boles, com uma xícara de café quente deixada em uma sala mais fria. Sabemos que a xícara irá esfriar, pois perderá calor para o ar, e a quantidade de energia perdida pelo café é a mesma ganha pelo ar, satisfazendo a primeira lei da termodinâmica. O processo inverso, com o café ficando mais quente em uma sala fria, não ocorre, mas, se acontecesse, MÁQUINAS PRIMÁRIAS e não violaria a primeira lei, pois a quantidade de energia perdida pelo ar seria igual à quantidade ganha pelo café. Este exemplo mostra que os processos ocorrem em determinada direção, o que não fica explícito na primeira lei, dando origem à segunda lei da termodi nâmica. Com isso podemos concluir: para que um processo ocorra, é preciso atender à primeira e à segunda lei da termodinâmica. Outro exemplo de aplicação da segunda lei é ilustrado na Figura 8, onde o traba lho mecânico do eixo pode ser convertido em energia térmica, mas, num processo inverso, ao fornecer calor para que o eixo gire, o trabalho não será produzido. Água Figura 8 1 rJ lí'l Trabalho Calor Calor Fonte -rn E Nenhum Trabalho Água Com isso, a energia térmica não pode ser considerada uma forma de ener gia mecânica, pois não pode ser convertida direta e completamente em tra balho. Para que o calor seja convertido em trabalho, são necessários disposi tivos especiais: as máquinas térmicas, que operam em ciclos, utilizando um fluido de trabalho. MÁQUINAS PRIMÁRIAS e ASSISTA Assista ao vídeo do Canal me Salva para mais detalhes sobre as leis da termodinâmica. Nele são apresentadas informações como a interdependência destas leis, exem plos práticos de aplicações e alguns conceitos. Segunda lei da termodinâmica •• A segunda lei da termodinâmica, ou apenas segunda lei, de acordo com Moran et ai., no livro Princípios de termodinâmica para engenharia, de 2018, leva a meios para prever o sentido dos processos, estabelecer condições para o equilíbrio, determinar o melhor desempenho teórico de ciclos e dispositivos e avaliar fatores que impedem o alcance deste desempenho teórico. No estudo da segunda lei, é importante considerar um corpo hipotético com grande capacidade de energia térmica, chamado de reservatório de energia térmica ou reservatório térmico, que pode fornecer ou receber calor sem sofrer variação de temperatura. Alguns exemplos destes reservatórios são os grandes corpos d'água (oceanos, rios e lagos) e o ar atmosférico. Fornos indus triais também podem ser considerados reservatórios, pois sua temperatura é controlada de forma cuidadosa, fornecendo grande quantidade de energia térmica de modo isotérmico. É importante ter em mente que um corpo não precisa ser tão grande para ser considerado um reservatório, basta que sua capacidade de energia térmica seja grande em relação à quanti- dade de energia que ele fornece ou remove. Quando este reservatório fornece energia, é chamado de fonte; quando recebe energia, é chamado de sumidouro. A segunda lei afirma que a energia também tem qualidade, fornecendo meios de determiná-la. Esta qualidade pode ser obtida através do cálculo da eficiência térmica, pois, quanto maior a temperatura da fonte quente, mais energia será convertida em trabalho, ou seja, mais qualidade tem esta energia. A eficiência de uma máquina térmica real nunca será 100%, pois, além de perder calor para o sumidouro, ainda podem existir irreversibilidades no processo. Para o exemplo da xícara com café quente perdendo calor para o ambiente, não é possível que a xícara se aqueça novamente recuperando o MÁQUINAS PRIMÁRIAS e calor do ambiente, indicando que este processoé irreversível. Um sistema ir reversível até pode voltar ao seu estado inicial ao final de um processo (xícara com café sendo aquecida novamente no micro-ondas, por exemplo), mas a vi zinhança não voltará ao estado original. Quando o processo ocorre sem deixar vestígios no ambiente, e o sistema e a vizinhança retornam ao estado inicial, temos um processo reversível. De acordo com Çengel e Boles (2013), processos reversíveis não acontecem na natureza, sen do apenas idealizações dos processos reais para facilitar sua análise e comparação. Quanto mais próximos estivermos de um processo reversível, maior será o trabalho obtido através de um dispositivo produtor de trabalho, ou menor será o trabalho necessário para um dispositivo consumidor de trabalho. Para nos aproximar de um processo reversível, é preciso reduzir as irreversibilidades. Segundo Moran et ai., no mesmo livro citado, algumas irreversibilidades que podem estar presentes em processos irreversíveis são: atrito, expansão não resistida de um gás ou líquido até uma pressão mais baixa, transferência de calor através de uma diferença finita de temperatura, reação química es pontânea, mistura espontânea de matéria em estados ou composições dife rentes, fluxo de corrente elétrica através de uma resistência, magnetização ou polarização com histerese e deformação inelástica. Algumas destas irreversibi lidades serão resumidas a seguir. O atrito está associado a corpos em movimento, seja entre corpos sólidos, como o pistão e o cilindro da Figura 9, entre um fluido e um sólido, ou entre camadas de um fluido. MÁQUINAS PRIMÁRIAS e A expansão não resistida de um gás, como na Figura 1 O, também é um exemplo de irreversibilidade, onde, após a membrana ser rompida, toda a câ mara é preenchida de gás. Para voltar ao estado inicial, seria preciso comprimir novamente, mas a vizinhança já terá sido afetada. 700 kPa Figura 10 � �� 50 kPa Fonte A transferência de calor com uma diferença de temperatura finita, como na Figura 11, onde o calor do ambiente é transferido para a bebida, é um processo irreversível, pois, para que a bebida volte à temperatura original, é preciso que ela seja resfriada, o que exige fornecimento de trabalho. E mesmo que a bebida volte ao estado inicial, a vizinhança não voltará. Figura 11 20° e Calor MÁQUINAS PRIMÁRIAS e Quanto menor a diferença de temperatura entre o sistema e sua vizinhan ça, menor será a taxa de transferência de calor e, consequentemente, mais reversível será o processo. •• Refrigeradores e bombas de calor A transferência de calor ocorre naturalmente quando a temperatura é de crescente, como na xícara de café quente perdendo calor para o ambiente e nas máquinas térmicas. Já os processos no sentido inverso não ocorrem de forma espontânea, sendo necessários dispositivos específicos, como refrigera dores e bombas de calor, para que o processo de transferência de calor ocorra no sentido em que a temperatura é crescente. Os refrigeradores também operam em ciclos, onde o fluido de trabalho é chamado de refrigerante. Dois exemplos de refrigerantes são o R-134a e a amônia. O ciclo de refrigeração mais comum, segundo Çengel e Boles (2013), é o ciclo de refrigeração por compressão de vapor, composto por um com pressor, um condensador, uma válvula de expansão e um evaporador, como ilustrado na Figura 12. l 800 kPª � 800 kP Condensador 60 °( 30°( wliq.ent Válvula de Compressor E expansão 120 kP Evaporador 1 120 kPª • -25°( Figura 12 l rn� 1 2 MÁQUINAS PRIMÁRIAS e O ciclo de refrigeração ocorre da seguinte forma: o refrigerante, em forma de vapor, entra no compressor, sendo comprimido à pressão do condensador. A temperatura do vapor é elevada, mas, à medida que o vapor deixa o com pressor escoando pelo condensador, sua temperatura é reduzida, fazendo com que ele condense e que o calor seja rejeitado para o meio circundante. Poste riormente, o refrigerante entra em um tubo capilar (tubo de diâmetro interno bastante reduzido}, sofrendo drástica queda de pressão e de temperatura em razão do estrangulamento. Em seguida, é enviado para o evaporador, onde tira calor do espaço refrigerado e evapora. Para que o ciclo seja concluído, o refrigerante deixa o evaporador e entra no compressor. o \ CURIOSIDADE Em um refrigerador doméstico, o evaporador se encontra no congelador, e, o condensador, na parte traseira do refrigerador. Uma representação esquemática de um refrigerador é mostrada na Figura 13, onde Q L é a magnitude do calor removido do espaço refrigerado à tempera tura T L ; Q H é a magnitude do calor rejeitado para o ambiente quente à tempera tura T H ; e w,íq,ent é o trabalho líquido fornecido ao refrigerador. Figura 13 u Ambiente quente T H > T 1 QH Entrada necessária wfiq.ent Efeito desejado QL Espaço refrigerado a T 1 u 1 r r ri Fonte �E/\. B <, 2 2 MÁQUINAS PRIMÁRIAS - A eficiência de um refrigerador é expressa pelo coeficiente de performance (COPR}, calculado através da Equação 28: (28) efeito desejado QL QL 1 COP R = estrada necessária= wliq,ent = _Q_H ___ Q_L = -(º-H/c_o_ L _)-1 Este coeficiente também pode ser obtido a partir das taxas, como na Equa ção 29: (29) QL COP R = w liq,ent Fique atento: em um refrigerador, a quantidade de calor removida do espa ço refrigerado pode ser maior que a entrada de trabalho, ou seja, o COPR pode ser maior que 1. As bombas de calor funcionam com o mesmo ciclo que os refrigeradores, mas com outro objetivo. Enquanto o objetivo do refrigerador é manter um es paço refrigerado à baixa temperatura, a bomba de calor busca manter aquecido um espaço à alta temperatura. Para isso, a bomba de calor remove calor de uma fonte de baixa temperatura e fornece calor para um meio de alta temperatura. Um exemplo de aplicação da bomba de calor é apresentado na Figura 14, onde o calor é removido de uma fonte de baixa temperatura, como águas sub terrâneas, e fornecido para um meio de alta temperatura, como uma casa. Figura 14 ur Ambiente interno quente a 20 ºC COP= 3,5 1 Fonte: C: Ambiente externo frio a 4 ºC MÁQUINAS PRIMÁRIAS e O desempenho de uma bomba de calor também é medido pelo coeficiente de performance (COPBC), definido pela Equação 30: (30) efeito desejado QH COP BC = d , . = estra a necessana W liq,ent Este coeficiente também pode ser obtido a partir das taxas, como na Equa ção 31: (31) O COP 8 u na maioria das vezes, é maior que 1, indicando que uma bomba de calor, na pior das hipóteses, funcionará como um aquecedor à resistência elétrica, fornecendo tanta energia quanto a bomba de calor consome. As exce ções ocorrem quando QH é perdida através da tubulação e de outros dispositi vos, principalmente quando a temperatura do ar externo é muito baixa. As bombas de calor de fonte no ar utilizam o ar frio externo como fonte de calor, mas não são indicadas para uso em climas muito frios, quando a sua efi ciência é consideravelmente reduzida. Outra opção seriam as bombas de calor geotérmicas, que utilizam o solo como fonte de calor, possuindo eficiência até 45% maior que as de fonte no ar. Os aparelhos de condicionamento de ar são basicamente refrigeradores, onde o espaço refrigerado é uma sala e o calor removido é descarregado do lado de fora. Estes aparelhos, ao serem utilizados no inverno, funcionam como bombas de calor, que é removido do ar externo frio e descarregado na sala . •• Enunciados de Kelvin-Planck e de Clausius Existem dois enunciados clássicos da segunda lei da termodinâmica: o de Kelvin-Planck, relacionado às máquinas térmicas, e o de Clausius, relaciona do às bombas de calor e refrigeradores. Estes dois enunciados são equivalen tes em suas consequências, o que significa que todo dispositivo que violar um enunciado também violará o outro. Segundo Çengel e Boles, também no livro
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