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…….………………..Antifúngicos…………………… Os agentes terapêuticos antifúngicos disponíveis no mercado são categorizados conforme o tipo de infecção, assim sendo: fármacos sistêmicos para infecções sistêmicas, fármacos sistêmicos para infecções mucocutâneas e fármacos tópicos para infecções mucocutâneas. O grande grupo de fármacos sistêmicos para infecções sistêmicas abrange a Anfotericina B, Flucitosina, Azóis e Equinocandinas. Enquanto que fármacos sistêmicos para infecções mucocutâneas (uso oral) incluem a Griseofulvina e a Terbinafina. Com exceção da Anfotericina e da Griseofulvina, todos os outros antifúngicos são sintéticos. E os antifúngicos tópicos são compostos por Nistatina, Azóis e Alilaminas. Além dessa classificação, podem ser categorizados de acordo com a função exercida, sendo assim em fungicidas (Anfotericina B e equinocandinas) e fungistáticos (azóis, poliênicos, pirimidinas fluoradas e equinocandinas). Os azóis formam um grupo com um grande espectro de atividade antifúngica, sendo os principais representantes: clotrimazol, econazol, fenticonazol, cetoconazol, miconazol, tioconazol, sulconazol, itraconazol, posaconazol, voriconazol e fluconazol. Esse grande grupo tem por semelhança o mecanismo de ação que consiste na inibição da enzima 3A do citocromo P450 e da lanosina 14 alfa-desmetilase, responsáveis pela conversão de lanosterol em ergosterol. Quando não ocorre a formação do ergosterol, a fluidez da membrana fica comprometida, o que acarreta na atividade enzimática das proteínas de membrana, além de inibir a replicação, reduzir os sítios de ligação da anfotericina e inibir a transformação de células de levedura de cândida em hifas. O Cetoconazol é utilizado via oral para tratamento de infecções fúngicas sistêmicas, tendo ótima absorção gastrointestinal e distribuição para os demais tecidos e líquidos, sua metabolização ocorre no fígado e posteriormente é eliminado pela bile ou pela urina. O grande risco do uso desse medicamento são os efeitos adversos que podem vir a desenvolver, como a hepatotoxicidade, alterações gastrointestinais, prurido, inibição da síntese de esteróides adrenocorticais e de testosterona (pode desenvolver ginecomastia). Ao solicitar o uso dos antifúngicos a base de cetoconazol, deve - se atentar a sua interação com outros medicamentos, como a rifampicina e antiácidos que reduzem a absorção de tal fármaco. Assim como a ciclosporina e o astemizol que elevam a concentração plasmática do cetoconazol, devido a interação com as enzimas P450. O Fluconazol pode ser administrado tanto por via oral como por via IV, em ambas são bem absorvidas e podem apresentar altas concentrações no líquor e nos líquidos oculares. Devido a facilidade de atravessar a barreira encefálica é muito utilizado para o tratamento de meningite fúngica. Ainda, a concentração desse fármaco permanece alta no tecido vaginal, na saliva, na pele e nas unhas. Outra característica essencial é sua excreção pela urina e o tempo de meia vida que equivale a aproximadamente 25 horas. Apresenta como efeitos adversos náusea, cefaléia, dor abdominal, lesões esfoliativas da pele - pode desenvolver a síndrome de Stevens-Johnson- e hepatite. O Itraconazol tem seu uso contra dermatófitos, sua administração se dá pela via IV por ser lipossolúvel e ficar facilmente retido em bolsas de beta-ciclodextrina e pela via oral (metabolização hepática variável). Apresenta como efeitos adversos a hepatotoxicidade, síndrome de Stevens-Johnson, alterações gastrintestinais, cefaléia e alergias. O Miconazol é aplicado principalmente por via tópica na forma de gel contra infecções orais e do trato gastrointestinal, infecções fúngicas da pele e das mucosas. Esse fármaco, caso absorvido de maneira sistêmica, pode interagir de forma negativa com outros tipos de medicamentos. No grande grupo dos azóis, além destes antifúngicos citados acima, existem outros tipos que não são ministrados de forma tão usual. Os de uso tópico que podem ser associados com glicocorticóides anti-inflamatórios são o clotrimazol (interfere no transporte de aminoácidos para o meio intracelular das células fúngicas), econazol, tioconazol e sulconazol. Enquanto que tanto o posaconazol como o voriconazol são utilizados para tratamento de infecções invasivas como a aspergilose. O clotrimazol e o miconazol são empregados para tratamento de candidíase vulvovaginal. O primeiro, em relação a administração tópica, quando em forma de pastilha são para tratamento de monilíase oral. Quanto ao segundo, pela mesma via de aplicação, podem ser encontrados na forma de xampu para tratamento de dermatite seborreica e de pitiríase versicolor. Em ambas, ainda pela mesma via de administração, podem ser aplicados na forma de creme para o tratamento de infecções dermatofíticas, principalmente. O Voriconazol tem seu mecanismo de ação semelhante ao do itraconazol, podendo ser administrado tanto por via oral como IV, sendo utilizado para tratamento de Candida spp. resistentes ao fluconazol. Ademais é o escolhido preferencialmente em relação a anfotericina B para tratamento de aspergilose, devido a menor toxicidade. Pode apresentar como efeitos adversos exantema, aumento das enzimas hepáticas, distúrbios visuais como turvação e fotofobia e dermatite. O Posaconazol, dentro da sua família, é o que possui maior espectro de ação contra a maioria das espécies de Candida e Aspergillus, sendo o único com atividade expressiva contra os agentes causadores da mucormicose. Ademais, possui ação contra infecções fúngicas durante o tratamento por quimioterápicos e em pacientes com transplante de medula óssea. Este antifúngico, quando administrado oralmente deve - se ingesto após refeições com alto teor de lipídios, devido a característica da lipossolubilidade, além de facilitar a distribuição tecidual. Figura: Mecanismo de ação dos principais antifúngicos. Referência CLARK, Michelle A et al. Farmacologia ilustrada. ed. 5. Porto Alegre : Artmed, 2013. RITTER, James M et al. Rang & Dale: farmacologia básica. ed. 9. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda., 2020. TAVARES, Walter. Antibióticos e quimioterápicos para o clínico. ed. 3. São Paulo: Editora Atheneu, 2014.
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