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Agentes antifúngicos e antivirais

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@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
1 
Alguns fungos são responsáveis por 
micoses sistêmicas, como, por 
exemplo, a histoplasmose, a 
paracoccidioidomicose e a 
criptococose. 
Estas micoses constituem um grande 
problema na clínica humana e 
veterinária, devido à dificuldade de 
diagnóstico e seu caráter crônico. 
As infecções por fungos em pelos, 
unhas/garras, pele e mucosas são 
denominadas micoses superficiais, 
sendo exemplos a candidíase cutânea 
e das mucosas e as dermatomicoses. 
As micoses superficiais apresentam-se 
com maior incidência do que as 
micoses profundas. 
Existem ainda as denominadas 
micoses subcutâneas: a esporotricose, 
a cromomicose e os micetomas. 
Comparadas às micoses humanas, as 
doenças micóticas em animais têm 
recebido muito menor atenção; no 
entanto, deve-se considerar que as 
dermatofitoses são os agentes 
infecciosos produtores de doenças 
em animais mais antigos de que se 
tem notícia. 
Os fungos são responsáveis por um 
significativo número de zoonoses; em 
áreas rurais, calcula-se que até 80% 
de dermatomicoses se devam ao 
contato com animais, enquanto, na 
área urbana, 20% deste tipo de 
infecção humana atribuem-se ao 
contato próximo com cães e gatos. 
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2 
 
Os fungos são considerados como 
patógenos primários quando 
produzem a doença em hospedeiro 
hígido; por outro lado, quando causam 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
3 
a moléstia em um indivíduo debilitado, 
são denominados oportunistas. 
A forma de apresentação dos fungos 
na natureza é muito variável, porém 
existe uma estrutura somática 
filamentosa, a hifa, que constitui a 
unidade estrutural; esta pode ser bem 
simples, unicelular ou formar 
estruturas complexas. 
 
Ao conjunto de hifas dá-se o nome 
de micélio. 
As hifas podem ser falsas ou 
verdadeiras, delgadas ou grosseiras, 
septadas ou contínuas, escuras 
(demácias) ou claras (hialinas). 
Estes microrganismos são eucariotas 
e diferem das bactérias, pois possuem 
núcleo organizado, circundado por 
membrana nuclear. 
 
Suas paredes são compostas de 
polímeros de polissacarídeos como 
glucano, celulose e quitina; ao passo 
que os ácidos teitoicos e murânicos, 
encontrados nas paredes das 
bactérias, estão ausentes. 
Os medicamentos antifúngicos podem 
ser classificados como de uso tópico 
e/ou sistêmico. 
Os principais agentes químicos usados 
como antifúngicos em Medicina 
Veterinária são: os imidazóis 
(cetoconazol, miconazol, clortrimazol, 
econazol), os triazóis (itraconazol e 
fluconazol) e a flucitosina. 
Entre os antibióticos antifúngicos, 
destacam-se a anfotericina B, a 
nistatina e a griseofulvina. 
Alguns medicamentos também têm 
sido empregados no combate às 
micoses, mas têm uso cada vez mais 
limitado devido à sua baixa eficiência, 
quando comparados aos antifúngicos 
mais modernos, e também a alguns 
efeitos tóxicos que apresentam. 
São eles: os iodetos de sódio e 
potássio, o tolnaftato e o ácido 
undecilênico. 
Agentes químicos 
A classe dos azóis, devido às 
diferenças na estrutura, divide-se 
em dois grupos: imidazóis, e triazóis. 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
4 
Os medicamentos que fazem parte 
dos imidazóis são: cetoconazol, 
clotrimazol, miconazol e econazol; 
enquanto aqueles que fazem parte 
dos triazóis são: fluconazol, itraconazol, 
terconazol, voriconazol, ravuconazol e 
posaconazol. 
Dentro do grupo dos imidazóis, 
apenas o cetoconazol tem atividade 
sistêmica; por outro lado, entre os 
triazóis, todos apresentam esta 
atividade. 
Os azóis são compostos fungistáticos, 
inibindo, assim, a síntese da 
membrana celular, o que impede o 
crescimento do organismo. 
Imidazóis 
Os imidazóis são um grupo de 
substâncias químicas relacionadas com 
atividade antifúngica de amplo 
espectro. 
Além deste efeito, também são ativos 
contra algumas bactérias, 
principalmente as gram-positivas. 
A atividade antifúngica dos imidazóis 
se faz por alteração da 
permeabilidade de membrana. 
Cetoconazol 
O cetoconazol foi o primeiro 
antifúngico do grupo dos imidazóis 
que pôde ser administrado por via 
oral, para o tratamento de infecções 
fúngicas superficiais e sistêmicas. 
A absorção do cetoconazol é facilitada 
por pH ácido; assim, o aumento do 
pH estomacal, por administração de 
antiácidos e antagonistas 
histaminérgicos H2 (p. ex., cimetidina e 
ranitidina), diminui a absorção deste 
antifúngico. 
Quando ocorre administração oral, em 
cães, a biodisponibilidade deste 
medicamento é muito variável. 
Esta grande variação pode ter 
significantes implicações clínicas, tanto 
no que se refere aos efeitos tóxicos 
como à eficácia. 
O cetoconazol se distribui em saliva, 
pele, ossos e fluidos pleural, sinovial e 
peritoneal. 
Atinge baixos níveis no líquido 
cefalorraquidiano, sendo obtidos 
apenas 5% da concentração 
plasmática do antifúngico neste local; 
por outro lado, o cetoconazol 
atravessa a barreira placentária. 
O cetoconazol é biotransformado no 
fígado. 
Somente 2 a 4% deste antifúngico 
imidazólico são excretados de maneira 
íntegra pelos rins; portanto, a 
insuficiência renal não afeta a 
concentração plasmática. 
Por outro lado, há aumento de meia-
vida plasmática em pacientes com 
insuficiência hepática. 
O cetoconazol tem-se mostrado 
efetivo no tratamento de várias 
infecções fúngicas, tanto em micoses 
superficiais como profundas, 
recomendando-se, neste último tipo 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
5 
de micose, sua associação com a 
anfotericina B, já que o cetoconazol 
tem latência relativamente demorada 
para o início de atuação, o que pode 
comprometer a vida do paciente. 
Os efeitos no nível do sistema 
gastrintestinal podem ser diminuídos 
ou prevenidos pela administração de 
alimento juntamente com o 
antifúngico. 
Em cães, têm-se relatado inapetência, 
prurido e alopecia. 
Entre os efeitos indesejáveis 
ocasionados pelo cetoconazol, 
observa-se ainda a elevação de 
enzimas hepáticas, aconselhando-se, 
portanto, monitorar os efeitos 
hepatotóxicos do cetoconazol por 
meio da dosagem sérica de 
transaminases hepáticas. 
Em seres humanos e cães, há 
supressão da síntese de testosterona, 
causando o aparecimento de 
ginecomastia; além disso, estudos têm 
mostrado que o cetoconazol bloqueia 
a síntese de cortisol. 
O cetoconazol é sabidamente uma 
substância teratogênica e 
embriotóxica em ratos, e tem sido 
relatado que cadelas tratadas com 
este medicamento durante a 
gestação apresentaram fetos 
mumificados e abortos; assim, embora 
não existam estudos, nos animais 
domésticos, que comprovem o efeito 
teratogênico do cetoconazol, deve-se 
evitar o uso deste durante a prenhez. 
De modo geral, os felinos são mais 
sensíveis aos efeitos tóxicos do 
cetoconazol que os cães. 
Este antifúngico determina elevação 
da concentração plasmática da 
terfenadina e do astemizol por 
inibição do seu metabolismo e pode 
potencializar o efeito da varfarina, da 
fenitoína e da ciclosporina. 
Miconazol 
O miconazol é um imidazol de amplo 
espectro de atividade antifúngica e 
antibacteriana, particularmente em 
cocos gram-positivos (Staphylococcus 
e Streptococcus). 
Este antifúngico é comumente 
utilizado por via tópica e, raramente 
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6 
IV, sendo a administração por esta 
última via restrita ao tratamento de 
infecções sistêmicas graves. 
O miconazol não é administrado por 
via oral, já que a absorção é muito 
pequena. 
Quando aplicado topicamente, é 
rapidamente absorvido, podendo 
persistir por até 4 dias noestrato 
córneo. 
Uma das grandes desvantagens da 
administração parenteral do miconazol 
refere-se à sua meia-vida plasmática 
muito curta, devendo, portanto, ser 
administrado a cada 8 h. 
O miconazol atinge concentrações 
terapêuticas nos ossos, articulações e 
tecido pulmonar, mas, da mesma 
maneira que ocorre com o 
cetoconazol, a penetração no sistema 
nervoso central (SNC) é mínima. 
Portanto, em infecções do SNC (p. 
ex., na meningite fúngica), deve-se 
administrar o miconazol por via 
intratecal. 
A biotransformação do miconazol 
ocorre em nível hepático. 
Somente 1% deste antifúngico é 
excretado de maneira íntegra na 
urina; portanto, pode ser administrado 
a pacientes com insuficiência renal. 
São frequentes as reações adversas, 
após a administração intravenosa de 
miconazol. 
Entre as mais comuns, citam-se: 
vômitos, náuseas, trombocitose, 
hiponatremia e efeitos centrais, tais 
como tremores, tontura, alucinação e 
até mesmo convulsões. 
Devido aos efeitos colaterais 
produzidos pela administração 
parenteral do miconazol, seu uso em 
micoses profundas nunca deve ser a 
primeira escolha. 
Entre os efeitos adversos observados 
após a aplicação tópica do miconazol, 
são descritos queimação, prurido e 
irritação. 
Clotrimazol e econazol 
Tanto o clotrimazol quanto o 
econazol são antifúngicos imidazólicos, 
usados apenas para aplicação tópica. 
Além de serem ativos contra fungos, 
têm também ação em 
Staphylococcus e Streptococcus. 
 
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7 
Enilconazol 
O enilconazol também é um 
composto imidazólico, o qual vem 
sendo usado, com grande sucesso, 
para o tratamento de aspergilose 
intranasal, em cães, sendo 
administrado topicamente, por via 
intranasal, para este propósito. 
Além disto, vem sendo usado, em 
cães, gatos e equinos, para 
tratamento de dermatofitoses: 
Microsporum spp. e Trichophyton 
spp., e também em infecções por 
Malassezia. 
O único produto registrado no Brasil é 
de uso veterinário, e é utilizado para a 
desinfecção de incubadoras e 
nascedouros, instalações de criações 
de coelhos e estábulos, bem como 
outros ambientes e materiais sujeitos 
a infecções por Aspergillus fumigatus 
ou outros fungos, tais como 
dermatófitos. 
Triazóis 
Os triazóis representam um novo 
grupo de antifúngicos, com grande 
eficiência e baixa toxicidade para 
mamíferos. 
Estes medicamentos estão sendo 
recentemente introduzidos em 
Medicina Veterinária; entretanto, os 
dados obtidos em seres humanos 
indicam que os triazóis irão substituir, 
com inúmeras vantagens, o 
tratamento com antifúngicos 
tradicionais. 
O mecanismo de ação antifúngico dos 
triazóis é idêntico ao descrito para os 
imidazóis. 
Por outro lado, diferentemente dos 
imidazóis; os triazóis têm alta afinidade 
pelo citocromo P450 fúngico, não 
apresentando a menor afinidade pelo 
P450 de mamíferos. 
Itraconazol 
O itraconazol representa a nova 
geração de antifúngicos de uso 
sistêmico. 
Atualmente, sua apresentação 
farmacêutica é apenas para 
administração oral. 
Quando comparado ao cetoconazol, o 
itraconazol tem maior espectro de 
ação, é mais efetivo em doses 
menores e tem menores 
manifestações de efeitos colaterais. 
O itraconazol é altamente lipofílico, 
tendo excelente absorção após a 
administração oral, especialmente se 
administrado com o alimento 
Estudos realizados em cães mostram 
que, após a administração oral do 
itraconazol, o antifúngico atinge o pico 
de concentração plasmática ao redor 
de 3 h, com meia-vida plasmática de 
8 a 12 h. 
A biodisponibilidade do itraconazol é 
máxima quando se administra este 
medicamento após a refeição. 
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8 
Aproximadamente 99% do itraconazol 
se ligam às proteínas plasmáticas, 
principalmente à albumina. 
O itraconazol se distribui amplamente 
em quase todos os órgãos, atingindo 
maior concentração nos pulmões, rins, 
fígado, glândulas adrenais, pâncreas e 
pele, onde se liga fortemente à 
queratina; assim, calcula-se que os 
níveis deste antifúngico nos tecidos 
queratinizados, particularmente na 
pele, sejam cerca de cinco vezes 
superiores aos níveis plasmáticos. 
Do mesmo modo que ocorre com os 
imidazóis, os níveis de itraconazol 
obtidos no SNC são baixos; 
entretanto, dados experimentais 
revelam que o itraconazol é mais 
efetivo que os imidazóis, quando 
usado para o tratamento de 
meningite fúngica, principalmente se 
associado à flucitosina. 
O itraconazol é extensamente 
biotransformado no fígado e 
excretado pelas fezes 
Poucos são os efeitos tóxicos 
descritos para o itraconazol. 
Ao contrário do cetoconazol, não 
produz atividade antiandrogênica. 
Em gatos, a administração deste 
antifúngico por um período de até 9 
meses não induziu o aparecimento de 
reações adversas. 
A administração de doses elevadas de 
itraconazol produz efeitos 
embriotóxicos e teratogênicos, 
também causando toxicidade 
maternal; portanto, como medida de 
segurança, não se recomenda o uso 
deste antifúngico durante a gestação. 
O itraconazol potencializa o efeito 
anticoagulante da varfarina e de 
outros cumarínicos, e também de 
outros medicamentos que são 
biotransformados pelo sistema 
enzimático, como alprazolam, 
midazolam, triazolam, digoxina, 
sulfonilureias, lovastatina, felodipino, 
ciclosporina e tacrolimo. 
Também, por inibição da 
biotransformação, o itraconazol 
aumenta as concentrações 
plasmáticas da terfenadina e do 
astemizol, podendo causar arritmias 
graves. 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
9 
A coadministração do itraconazol com 
os inibidores da protease, do indinavir 
ou do ritonavir, afeta as 
concentrações plasmáticas de ambos 
os medicamentos. 
Por fim, carbamazepina, fenitoína e 
fenobarbital, e rifampicina e isoniazida 
induzem a biotransformação do 
itraconazol, o que pode comprometer 
a sua eficácia terapêutica. 
Fluconazol 
O fluconazol é um antifúngico 
relativamente recente. 
Pode ser administrado por via oral ou 
intravenosa. 
Quando administrado por via oral, é 
rapidamente absorvido do sistema 
gastrintestinal e, ao contrário do 
cetoconazol, não requer as condições 
de pH ácido do meio para tal. 
O fluconazol se distribui amplamente 
por todo o organismo. 
Ao contrário dos imidazóis e do 
itraconazol, o fluconazol atinge 
concentrações elevadas no líquido 
cefalorraquidiano, sendo, portanto, o 
medicamento de escolha para o 
tratamento da maioria das meningites 
fúngicas 
Este medicamento é excretado de 
maneira íntegra na urina e apresenta 
meia-vida plasmática ao redor de 25 a 
30 h. 
Poucas são as informações disponíveis 
sobre os efeitos adversos produzidos 
pelo fluconazol nas diferentes 
espécies animais, uma vez que este é 
um medicamento de uso 
relativamente recente em Medicina 
Veterinária. 
Como não existem dados relativos à 
segurança do fluconazol durante a 
gestação, deve-se evitar o uso deste 
medicamento em animais prenhes. 
O fluconazol potencializa o efeito 
anticoagulante da varfarina e de 
outros cumarínicos, como o da 
fenitoína. 
O mesmo se verifica com a 
terfenadina e com o astemizol, pelo 
que não devem ser tomados 
concomitantemente com fluconazol 
devido ao potencial em causar 
arritmias. 
Este medicamento não deve ser 
administrado em casos de disfunção 
hepática. 
Voriconazol 
Este antifúngico é um dos mais 
recentes compostos triazólicos. 
O voriconazol é uma substância 
derivada do fluconazol, no entanto 
possui maior espectro de atividade e 
potência, é também mais lipofílico que 
o fluconazol e mais hidrossolúvel que 
itraconazol e cetoconazol, possuindo 
ligação intermediária com proteínas 
plasmáticas. 
Essas características conferem ao 
voriconazoluma excelente 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
10 
biodisponibilidade quando administrado 
por via oral. 
Não haja ainda muitos dados relativos 
à utilização do voriconazol em animais. 
Alguns poucos relatos mostram 
grande eficiência do voriconazol no 
tratamento, em cães, de infecções 
fúngicas que pouco respondem ao 
itraconazol e no tratamento tópico de 
ceratite produzida por fungos, em 
equinos. 
Não há dados disponíveis que 
indiquem o uso seguro do voriconazol 
em felinos. 
Sugere-se também que este 
medicamento pode ser um 
tratamento alternativo à anfotericina 
B, em casos de aspergilose sistêmica 
e micose endêmica. 
No entanto, deve-se considerar que o 
alto custo deste antifúngico limita 
muito o seu uso em Medicina 
Veterinária. 
Quanto aos efeitos colaterais, estes 
ainda não foram caracterizados nos 
animais. 
Posaconazol 
É o mais recente composto triazólico 
desenvolvido e possui potente e largo 
espectro de atividade antifúngica, 
tanto in vitro quanto in vivo, contra 
Candida sp., Aspergillus sp. e 
Cryptococcus neoformans; também 
apresenta excelente ação em muitas 
espécies de zigomicetos, fungos 
endêmicos e dermatófitos. 
Este composto triazólico foi 
desenvolvido com o objetivo de tratar 
infecções produzidas por fungos que 
são muito frequentes em pacientes 
imunocomprometidos. 
Como o posaconazol apresenta baixa 
solubilidade em meio ácido e aquoso, 
sua absorção é limitada à dose e 
depende do consumo de alimento e, 
por isto, sempre se indica a 
administração desta substancia após 
as refeições para garantir o máximo 
da absorção. 
São ainda muito incipientes os dados 
clínicos deste medicamento em 
animais; no entanto, considerando-se a 
eficácia do posaconazol contra uma 
gama grande de fungos, associado ao 
fato de serem muito raros os efeitos 
tóxicos em seres humanos, pode-se 
prever que este medicamento terá 
futuramente amplo uso em Medicina 
Veterinária 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
11 
Flucitosina 
A flucitosina (ou 5-fluorcitosina 
ou 5-FC) é um antifúngico sintético, 
com pequeno espectro de ação, 
sendo eficaz principalmente nas 
infecções causadas por leveduras. 
A flucitosina não é comumente 
utilizada em Medicina Veterinária e, 
com o advento dos antifúngicos 
triazóis, há cada vez mais tendência 
de este cair em desuso. 
Este antifúngico é utilizado em 
associação à anfotericina B, devido ao 
aparecimento de resistência à 
flucitosina quando administrada 
isoladamente, sendo esta associação 
indicada principalmente na infecção 
por Cryptococcus. 
Atualmente, não há, no país, 
especialidade farmacêutica disponível 
para comercialização. 
A ação antifúngica da flucitosina se faz 
por intermédio de sua conversão em 
um antimetabólito que inibe a timidilato 
sintetase, enzima esta que é 
fundamental na síntese do DNA 
fúngico. 
Embora os mamíferos não possuam a 
citosina desaminase para converter 
flucitosina, existem evidências de que 
esta reação possa ser realizada por 
outras enzimas, sendo esta conversão 
uma das responsáveis pelos efeitos 
tóxicos verificados. 
A administração da flucitosina é por 
via oral; este antifúngico é bem 
absorvido no nível do sistema 
gastrintestinal e se distribui, 
amplamente, em todos os tecidos do 
organismo, inclusive no SNC. 
A meia-vida da flucitosina está ao 
redor de 3 a 6 h, sendo a maior parte 
deste antifúngico excretada de 
maneira íntegra na urina. 
Os efeitos indesejáveis da flucitosina 
são raros e incluem náuseas, vômitos, 
rashs cutâneos, supressão de medula, 
neurotoxicidade e nefrotoxicidade. 
 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
12 
Terbinafina 
A terbinafina é um composto 
pertencente ao grupo das alilaminas. 
Este antifúngico atua ao inibir, 
seletivamente, a enzima esqualeno 
epoxidase, a qual está envolvida na 
síntese do ergosterol, importante para 
a formação da membrana fúngica. 
Além disso, o acúmulo do esqualeno, 
no interior da célula, produz toxicidade 
para o fungo. 
A terbinafina é um fungicida 
ceratinofílico, altamente lipofílico; 
assim, quando administrada por via 
oral, é rapidamente absorvida e 
captada pela pele, unha e tecido 
adiposo. 
Se a administração for tópica, penetra 
facilmente na pele e mucosas. 
A terbinafina tem ação fungicida em 
dermatófitos e no gênero Candida, 
dependendo da espécie, apresenta 
efeito fungicida ou fungistático. 
A biotransformação da terbinafina se 
faz no nível hepático, sendo os seus 
metabólitos, inativos, excretados pela 
urina, com meia-vida e eliminação ao 
redor de 17 h. 
Para cães, a indicação de dose é de 
30 mg/kg/dia; para gatos a dose 
sugerida é de até 20 mg/kg a cada 
24 ou 48 h. 
Antibióticos antifúngicos 
Neste grupo tem-se os antibióticos 
poliênicos, como a anfotericina B e a 
nistatina, e os antibióticos não 
poliênicos, como griseofulvina. 
Antibióticos poliênicos 
Os antibióticos poliênicos são a 
anfotericina B e a nistatina. 
Os antibióticos poliênicos atuam como 
antifúngicos, através de ligações 
irreversíveis aos esteroides da 
membrana celular, permitindo que 
íons K+ e Mg2+ saiam da célula. 
Com a saída destes íons 
(principalmente do K+), há o 
comprometimento do metabolismo 
celular. 
O principal esteroide da membrana 
dos fungos é o ergosterol, pelo qual 
os antibióticos poliênicos possuem 
maior afinidade para ligação do que 
pelo colesterol, o principal esteroide 
componente da membrana de 
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13 
mamíferos; consequentemente, os 
antibióticos poliênicos apresentam 
maior afinidade por células fúngicas do 
que por células de mamíferos. 
Por outro lado, deve-se salientar que 
os principais efeitos tóxicos 
apresentados pela anfotericina B 
relacionam-se com sua ligação ao 
colesterol da célula do mamífero. 
Anfotericina b 
A anfotericina B é ainda o antifúngico 
mais frequentemente utilizado no 
tratamento de infecções fúngicas 
sistêmicas. 
Este antibiótico poliênico, produzido 
pelo Streptomyces nodosus, exerce 
potente atividade fungostática (em 
altas concentrações fungicidas), com 
pouca incidência de aparecimento de 
resistência 
A anfotericina B não é absorvida por 
via oral, sendo restrito o uso desta via 
somente em infecções no nível do 
sistema gastrintestinal. 
Em infecções sistêmicas, deve-se 
administrar a anfotericina B por via 
intravenosa, ou, no caso de meningite 
fúngica, por via intratecal. 
Após a administração por via 
intravenosa, este antibiótico poliênico 
ligase às proteínas (aproximadamente 
95% do medicamento circulante). 
É encontrada em concentrações 
elevadas nos líquidos sinovial, 
peritoneal e pleural. 
A anfotericina B atravessa 
prontamente a placenta; por outro 
lado, apenas mínimas quantidades 
deste antifúngico atravessam a 
barreira hematencefálica, tendo, 
portanto, pequena penetração no 
líquido cefalorraquidiano. 
Pouco se conhece sobre a 
biotransformação da anfotericina B. 
A eliminação deste antifúngico se faz 
de maneira bifásica; assim, a meia-vida 
inicial da anfotericina B está ao redor 
de 24 a 48 h e a fase final, por volta 
do 15º dia após a administração. 
Pode-se detectar a presença de 
anfotericina B na urina até 60 dias 
após a administração 
Vários são os efeitos adversos 
produzidos pela anfotericina B. 
O efeito indesejado mais comum e 
mais grave é a toxicidade renal, 
observada principalmente em cães. 
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14 
Este efeito é consequência do 
decréscimo da taxa de filtração 
glomerular, resultante do efeito 
vasoconstritor produzido pela 
anfotericina B em arteríolas aferentes. 
Podem-se verificar hipopotassemiae 
hipomagnesemia. 
A administração da anfotericina B 
deve ser acompanhada de exames 
dos níveis séricos de potássio, ureia e 
creatinina, e a diminuição do potássio 
e/ou o aumento significativo dos 
níveis séricos de creatinina e ureia 
indicam a necessidade de suspender, 
por alguns dias, a administração de 
anfotericina B; entretanto, ressalta-se 
que a reversão dos efeitos tóxicos 
não se faz rapidamente após a 
suspensão deste medicamento. 
Recomenda-se ainda a intensa 
hidratação do paciente, para diminuir a 
probabilidade de aparecimento dos 
efeitos nefrotóxicos. 
Em estágios iniciais do tratamento, 
tem se descrito o aparecimento de 
calafrios e pirexia, que podem ser 
controlados administrando-se anti-
inflamatórios (normalmente dipirona). 
Não devem ser utilizados anti-
inflamatórios não esteroidais do tipo 
flunixino meglumina, que podem 
potencializar a toxicidade renal. 
O processo de injeção 
frequentemente provoca o 
aparecimento de tromboflebite, e, 
devido a este efeito, para se 
prosseguir o tratamento, 
normalmente é necessário lançar 
mão de outras inúmeras veias 
periféricas. 
A anfotericina B não deve ser 
administrada se o paciente estiver 
sendo medicado com 
aminoglicosídeos, ciclosporinas e 
alguns antineoplásicos, uma vez que 
estes medicamentos podem 
aumentar os efeitos nefrotóxicos da 
anfotericina B. 
Deve-se também evitar a associação 
desse antifúngico com 
corticosteroides e glicosídeos 
digitálicos, pois pode causar 
hipopotassemia. 
Com a finalidade de diminuir a 
toxicidade da anfotericina B foram 
produzidas novas formulações: 
complexo lipídico de anfotericina B, 
dispersão coloidal da anfotericina B e 
anfotericina B incorporada em 
lipossomas. 
Nesta última preparação a anfotericina 
B é colocada no interior de lipossomas 
contendo fosfolipídeos, sendo liberada 
no local da infecção; a eficácia é 
semelhante à da formulação 
convencional, mas a toxicidade renal e 
sistêmica é muito menor. 
Isto se deve ao fato de os lipossomas 
permitirem uma passagem seletiva do 
medicamento para as células fúngicas 
e menor acesso às células renais. 
O tempo de meia-vida plasmática da 
anfotericina B lipossômica varia entre 
6 e 10 h, após administração inicial, e 
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15 
aumenta após administração 
prolongada. 
Antes de iniciar o tratamento com 
esta formulação, deve-se administrar 
uma dose teste de 1 mg do 
medicamento (se o animal pesar 
menos que 30 kg deve-se administrar 
0,5 mg), para avaliar o risco de 
reações anafiláticas. 
A dispersão coloidal da anfotericina B 
é também usada no tratamento de 
micoses sistêmicas, sendo que a 
anfotericina B e o sulfato sódico de 
colesterol formam um complexo com 
pequenos discos lipídicos. 
A dose diária recomendada é de 1 
mg/kg, aumentando gradualmente 
conforme seja necessário. 
A anfotericina B é indicada para o 
tratamento das micoses sistêmicas, 
sendo administrada por via 
intravenosa. 
Todas estas três formulações 
especiais de anfotericina B têm 
grande hidrofilicidade, o que permite 
supor que há grande probabilidade de 
deposição do medicamento no sítio 
de infecção e decréscimo de 
deposição em nível renal; no entanto, 
deve-se ressaltar que o tratamento 
com estas formulações diferenciadas 
deste antifúngico tem custo elevado. 
Nistatina 
A nistatina é um antifúngico poliênico, 
obtido a partir do Streptomyces 
noursei. 
Este antibiótico praticamente não é 
absorvido por mucosas ou pele. 
O uso da nistatina limitasse às micoses 
de pele e mucosas, inclusive as do 
sistema gastrintestinal, não sendo 
absorvida por esta via; além disso, não 
tem efeito sobre a flora normal do 
intestino. 
O espectro de ação é limitado às 
leveduras. 
Os efeitos adversos produzidos pela 
nistatina são raros, podendo-se 
verificar, quando da administração oral, 
vômitos e diarreia. 
O uso tópico da nistatina pode 
produzir irritação. 
Antibiótico não poliênico 
Griseofulvina 
A griseofulvina é um antibiótico 
antifúngico, não poliênico, isolado a 
partir de culturas de Penicillium 
griseofulvum. 
Este antifúngico tem sido utilizado no 
tratamento de dermatofitoses. 
A administração da griseofulvina se 
faz exclusivamente por via oral. 
A griseofulvina exerce seu efeito 
antifúngico de diferentes maneiras. 
Assim, quando este antifúngico 
penetra na célula fúngica, causa a 
ruptura do fuso mitótico, por ligar-se a 
uma proteína associada aos 
microtúbulos; este processo inibe a 
mitose do fungo e, 
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16 
consequentemente, impede o 
crescimento deste microrganismo. 
A griseofulvina causa, ainda, alterações 
morfogenéticas na parede celular. 
Este antifúngico possui também 
atividade anti-inflamatória. 
Não se sabe ao certo se a 
griseofulvina exerce atividade fungicida 
ou fungistática. 
Como a griseofulvina é praticamente 
insolúvel em água, pode-se aumentar 
a absorção deste antifúngico por 
meio da administração concomitante 
com alimentos ricos em gordura. 
A griseofulvina é amplamente 
distribuída em fluidos orgânicos, 
gordura, fígado e músculo. 
Na pele, a griseofulvina é captada por 
queratinócitos, onde se incorpora à 
queratina. 
Com relação à meia-vida deste 
antifúngico, parece que há grande 
variação entre espécies; assim em 
cães está em torno de 45 min. 
A griseofulvina é biotransformada no 
fígado, sendo excretada como 
glicuronídeo inativo na urina. 
As reações adversas mais frequentes 
produzidas pela griseofulvina são 
vômito, diarreia e anorexia. 
Principalmente em felinos, tem-se 
descrito o aparecimento de anemia, 
leucopenia e anormalidades 
neurológicas. 
O uso de griseofulvina em animais 
prenhes é totalmente contraindicado, 
visto ser um potente agente 
teratogênico, particularmente no 
primeiro terço da gestação. 
Outros antifúngicos 
Iodeto de sódio e de potássio 
Estes antifúngicos são os mais antigos 
no tratamento de micoses profundas, 
nas esporotricoses, sendo, até os dias 
de hoje, amplamente utilizados. 
Por outro lado, pouco se sabe sobre 
seus mecanismos de ação. 
Tem-se sugerido que tanto o iodeto 
de sódio quanto o de potássio afetem 
a resposta imune do hospedeiro, por 
meio do aumento da atividade do 
sistema halida-peroxidase, 
nas células fagocitárias. 
O iodeto de sódio e o de potássio 
têm sido usados no tratamento da 
esporotricose em cães, gatos e 
equídeos e são, ainda hoje, 
recomendados como o tratamento de 
primeira escolha para esta infecção. 
Os iodetos são administrados por via 
oral, indicando-se a dose de 40 mg/kg 
para cães. 
Os felinos são mais sensíveis aos 
efeitos tóxicos produzidos pelos 
iodetos, aconselhando-se, portanto, a 
administração destes antifúngicos na 
dose de 10 mg/kg, 2 vezes/dia. 
As reações adversas mais 
comumente observadas são 
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17 
corrimento oculonasal, vômitos, 
anorexia, depressão e colapso, sendo 
este último efeito bastante raro. 
Aconselha-se que, logo no início do 
aparecimento de um destes sintomas, 
o tratamento seja suspenso e que 
sua reinstituição se faça em dosagens 
mais baixas 
Tolnaftato 
O tolnaftato é uma substância 
sintética, usada topicamente no 
tratamento das dermatofitoses. 
Não exerce atividade antibacteriana 
nem apresenta ação em Candida sp. 
Pode-se associar o tolnaftato à 
griseofulvina, para obter-se 
efeito mais rápido. 
É ativo apenas em células fúngicas 
em crescimento. 
O tolnaftato pode ser encontrado em 
concentração a 1%, na forma de 
creme, gel, pó, aerossol e solução. 
Ácido undecilênico 
O ácido undecilênico é, em doses 
normais, um fungistático, mas, em 
altas doses e em exposições 
prolongadas, um fungicida.O ácido undecilênico é empregado no 
tratamento de várias dermatomicoses. 
Concentrações altas, de até 10%, de 
ácido undecilênico podem ser 
aplicadas na pele; entretanto, em 
mucosas, a concentração deste 
antifúngico não deve ultrapassar 1%. 
Nas preparações recomendadas, 
geralmente o ácido undecilênico não 
é irritante para os tecidos e 
raramente provoca sensibilização. 
O ácido undecilênico está disponível 
em forma de pó ou em soluções 
alcoólicas. 
Geralmente tem sido utilizado em 
combinação com o undecilenato de 
zinco e salicilanilida, para promover 
maior eficácia. 
Medicamentos antifúngicos mais 
recentes 
A indústria farmacêutica tem lançado 
recentemente novos medicamentos 
antifúngicos. 
Os principais antifúngicos recém-
lançados serão aqui apresentados 
brevemente; no entanto, deve-se 
ressaltar que estas substâncias têm 
sido usadas no ser humano, não 
sendo encontrados na literatura dados 
consistentes sobre o uso na 
terapêutica clínica destes 
medicamentos nas diferentes 
espécies animais. 
Caspofungina 
Este antifúngico é um derivado 
semissintético da pneumocandina B0; 
é o primeiro medicamento liberado 
para uso terapêutico, pertencente à 
classe das equinocandinas. 
Seu mecanismo de ação se faz por 
meio da inibição enzima que não está 
presente em células de mamíferos. 
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18 
Este antifúngico mostra grande 
eficácia contra Candida spp. e 
também contra Aspergillus spp. 
Este medicamento tem se mostrado 
bastante seguro, sendo raros os 
efeitos colaterais, dentre os quais têm 
sido relatados febre, tromboflebite, 
dores de cabeça e elevação de 
enzimas hepáticas. 
São muito poucos os dados 
disponíveis a respeito da associação 
da caspofungina com outros 
antifúngicos. 
Sertaconazol 
O sertaconazol é um antifúngico do 
tipo imidazólico, que vem sendo 
utilizado no tratamento contra a 
candidíase e dermatófitos, 
particularmente em ginecologia. 
Este medicamento possui também 
ação contra cocos gram-positivos. 
A sua apresentação é na forma de 
cremes e tabletes vaginais, e não há 
relato, em humanos, de efeitos 
colaterais devido ao uso deste 
medicamento. 
Atualmente define-se vírus como 
elementos genéticos não celulares 
que utilizam células vivas para sua 
replicação. 
Os vírus são os menores agentes 
infecciosos de que se tem 
conhecimento. 
São constituídos pelo ácido nucleico, 
que pode ser de DNA, sendo então 
denominados DNA-vírus, ou RNA. 
Os ácidos nucleicos podem 
apresentar-se como fita simples ou 
dupla, dependendo do vírus. 
O ácido nucleico de ambos os tipos 
de vírus é envolto por um 
revestimento proteico (também 
denominado capsídeo). 
Alguns vírus podem conter ainda um 
revestimento de lipoproteína 
envolvendo o capsídeo. 
A partícula como um todo é 
denominada vírion ou partícula vírica. 
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19 
 
Comparativamente aos agentes 
antibacterianos, há poucos antivirais 
disponíveis para uso humano e, até o 
momento, nenhum destes 
medicamentos foi registrado para uso 
em Medicina Veterinária. 
Os maiores empecilhos para a 
descoberta de novos antivirais são, 
basicamente, a ineficácia dos mesmos 
quando testados in vivo e os efeitos 
tóxicos que produzem. 
Estas dificuldades estão estritamente 
relacionadas à total dependência do 
vírus pela célula do hospedeiro, pois 
estes microrganismos não têm 
metabolismo próprio, nem 
conseguem replicar-se 
independentemente. 
Quando no meio extracelular, as 
partículas víricas são metabolicamente 
inertes, não desempenham funções 
biossintéticas; desta maneira, 
necessitam entrar na célula do 
hospedeiro, que pode ser de um 
animal, vegetal, ou mesmo de uma 
bactéria, e utilizar o metabolismo 
desta. 
Quando o vírus se multiplica, o 
genoma é liberado da capa proteica, e 
este direciona a célula do hospedeiro 
a produzir novas capas proteicas, e 
assim, sucessivamente, novas 
partículas são reconstruídas a partir 
dos novos genomas e capa 
 
Infelizmente, diferente do que ocorre 
com o uso de outros medicamentos 
anti-infecciosos, a aplicação de 
antivirais de uso humano em Medicina 
Veterinária é bastante restrita, haja 
vista a grande variedade de agentes 
etiológicos de doenças virais entre o 
homem e os animais. 
Por outro lado, deve-se considerar 
que, nos últimos anos, o grande 
desafio para a descoberta de 
tratamento eficaz, particularmente da 
AIDS em humanos, propiciou a 
pesquisa para a descoberta de muitos 
medicamentos antivirais. 
De fato, por exemplo, a patogênese e 
os sinais clínicos da AIDS são muito 
similares à doença induzida pelo vírus 
da leucemia felina (FeLV), sendo o 
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20 
gato, inclusive, o modelo animal 
frequentemente utilizado para 
pesquisas sobre a AIDS e outras 
doenças produzidas por retrovírus. 
A seguir, serão relacionados os 
principais antivirais utilizados em 
Medicina Humana, sendo apontado o 
eventual uso dos mesmos em 
patologias produzidas por vírus nos 
animais. 
No entanto, deve-se ter em mente 
que não existe, até hoje, nenhum 
medicamento antiviral aprovado para 
uso em medicina veterinária, sendo o 
controle das infecções por vírus feito, 
basicamente, de maneira profilática, 
por meio das vacinas e/ou do uso de 
antissépticos. 
Amantadina e rimantadina 
A amantadina e sua derivada, a 
rimantadina, são usadas no ser 
humano para o tratamento do vírus 
da influenza A. 
Tanto a amantadina quanto a 
rimantadina apresentam mecanismo 
de ação semelhante; assim, quando o 
vírus da influenza se replica dentro da 
célula do hospedeiro, uma proteína de 
membrana viral, conhecida como M2, 
forma um canal iônico. 
Assim, propõe-se que a amantadina e 
a rimantadina liguem-se à proteína 
M2 e bloqueiem a atividade do canal 
iônico, e, portanto, inibam a replicação 
do vírus. 
A administração da amantadina e da 
rimantadina se faz por via oral, sendo 
completamente absorvidas no sistema 
gastrintestinal; entretanto, este 
processo ocorre de maneira bastante 
lenta. 
A meia-vida plasmática da amantadina 
é de aproximadamente 15 h e a 
excreção, em sua maioria de forma 
inalterada, se dá pelos rins. 
A meia-vida plasmática da rimantadina 
é de aproximadamente 24 a 36 h, 
sendo 85% deste antiviral excretados 
após sofrer biotransformação hepática 
Em Medicina Veterinária, a amantadina 
vem sendo empregada em alguns 
casos de virose por influenza, em 
equinos, por via oral. 
No entanto, os efeitos por essa via 
são muito irregulares. 
Assim, tem sido proposto o uso por 
via intravenosa, porém, quando da 
administração por esta via, há o 
potencial risco de aparecimento de 
convulsão. 
 
 
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21 
Vidarabina 
A vidarabina (adenina-arabinosídeo), 
também denominada Ara-A, é uma 
substância análoga da adenosina. 
Este antiviral é convertido, por 
enzimas celulares, ao trifosfato, o qual, 
por sua vez, inibe a DNA-polimerase 
humana e viral; consequentemente 
produz um decréscimo da síntese do 
DNA viral. 
Além disso, a vidarabina pode ser 
incorporada ao DNA viral, retardando 
sua replicação e bloqueando o 
alongamento da cadeia de DNA 
A vidarabina é pouco solúvel, devendo 
ser administrada, em grande volume, 
por via intravenosa lenta. 
Tem ampla distribuição no organismo, 
sendo os níveis deste antiviral, no 
líquido cefalorraquidiano, de 
aproximadamente um terço da 
concentração plasmática. 
Após a administração, a vidarabina é 
rapidamente biotransformada em um 
composto, o qual é praticamente 
desprovido de ação antiviral. 
É excretada pelos rins, na maior parte 
como seu metabólito desaminado. 
Este antiviralé usado no tratamento 
de encefalites por herpes simples e 
no herpes-zóster em pacientes 
imunodeprimidos. 
Além da via parenteral, a vidarabina 
pode também ser administrada por 
via tópica, no tratamento de ceratites. 
Os principais efeitos colaterais 
descritos para a vidarabina são 
náuseas, vômitos e diarreia. 
Com menor frequência, podem-se 
verificar ainda distúrbios nervosos, 
como tremores, ataxia, parestesias, 
tontura, alucinações, convulsões e 
coma. 
Descreveu-se ainda a supressão de 
medula óssea e cãibras musculares 
intensas, que perduram por semanas. 
Por via tópica pode produzir dor, 
coceira, fotofobia e reações de 
hipersensibilidade. 
Tem-se verificado teratogenicidade 
produzida pela vidarabina, em animais 
de laboratório, não se recomendando, 
portanto, seu uso durante a gestação. 
Aciclovir 
A acicloguanosina, também 
denominada aciclovir, é um nucleosídio 
análogo da guanosina. 
Tem mecanismo de ação semelhante 
ao da vidarabina; entretanto, 
apresenta maior seletividade. 
Este antiviral parece ser captado 
seletivamente por células infectadas 
por vírus e convertido, mediante um 
processo de fosforilação, em uma 
substância polarizada, a qual, por sua 
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22 
vez, sofre ação de várias enzimas, 
sendo convertida em sua forma de 
trifosfato. 
Este último inibe a polimerase 
específica do herpes-vírus. 
Embora o aciclovir seja apenas 
parcialmente absorvido pelo sistema 
gastrintestinal, este antiviral pode ser 
administrado por via oral; entretanto, 
menos de um terço do medicamento 
é absorvido. 
Utiliza-se o sal sódico para a 
administração por via intravenosa. 
É amplamente distribuído pelo 
organismo, sendo sua concentração 
no líquido cefalorraquidiano 
correspondente a 50% da encontrada 
no plasma. 
A sua excreção se faz principalmente 
pelos rins, por filtração glomerular e 
secreção tubular. 
O aciclovir pode também ser usado 
topicamente. 
Indica-se o uso do aciclovir, 
principalmente, para o tratamento das 
diversas formas clínicas do herpes 
simples. 
Pode ainda ser usado profilaticamente 
em pacientes submetidos a 
radioterapia ou tratados com 
medicamentos imunossupressores 
(estes indivíduos podem apresentar 
infecção pelo herpes-vírus em 
consequência da reativação do vírus 
latente). 
Embora haja citação na literatura do 
uso do aciclovir para o tratamento de 
infecções respiratórias e oculares 
produzidas por herpes-vírus 1 em 
felinos, os relatos mostram que os 
resultados não têm sido satisfatórios, 
devido à baixa biodisponibilidade. 
Assim, estudos relativos à formulação 
farmacêutica do medicamento vêm 
sendo realizados, objetivando-se 
melhorar a biodisponibilidade do 
aciclovir nas diferentes espécies 
animais 
São mínimos os efeitos indesejáveis 
produzidos pelo aciclovir. 
Pode-se verificar, em uma pequena 
porcentagem, tromboflebite ou 
formação de bolhas cutâneas. 
São ainda relatados distúrbios 
neurológicos, tais como tremores, 
agitação, desorientação, letargia e 
parestesia, após a injeção intravenosa. 
O uso tópico de aciclovir é 
praticamente isento de efeitos 
colaterais, sendo a irritação de 
mucosa e a queimação transitória 
produzidas pelo polietileno glicol, com 
o qual o aciclovir é veiculado. 
Idoxuridina 
A idoxuridina, também denominada 
IDU, é um nucleosídio pirimidínico 
halogenado, análogo da timidina 
iodado. 
O mecanismo de ação exato deste 
medicamento ainda não está 
completamente elucidado; entretanto, 
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23 
sugere-se que, após a fosforilação por 
quinases celulares, a idoxuridina seja 
incorporada ao DNA, proporcionando 
um código falso para a futura 
multiplicação dos vírus ou para a 
síntese de proteínas ou outros 
componentes fundamentais para a 
sobrevivência do vírus 
Devido aos grandes efeitos tóxicos, 
quando da administração sistêmica, a 
idoxuridina é utilizada apenas 
topicamente, em geral dissolvida em 
dimetilsulfóxido (DMSO), um 
antiinflamatório não esteroide. 
A indicação de uso em seres 
humanos deste antiviral é para o 
tratamento de ceratite por herpes 
simples e infecções por varicela-
zóster. 
Tem sido verificada grande eficácia 
do uso de idoxuridina na ceratite 
herpética felina. 
A administração da idoxuridina é 
geralmente bem tolerada; entretanto, 
poderá causar irritação local. 
Devido aos efeitos teratogênicos, este 
medicamento não deve ser usado 
durante a gravidez. 
A resistência do vírus a este antiviral 
se desenvolve rapidamente, tanto in 
vitro como in vivo. 
Zidovudina 
A zidovudina, mais comumente 
conhecida como AZT, é um análogo 
da timidina, com atividade contra o 
retrovírus. 
Sua ação se faz por meio da inibição 
da transcriptase reversa. 
Assim, após a fosforilação por 
enzimas celulares, este composto 
compete com trifosfatos celulares que 
são substratos essenciais para a 
formação de DNA pró-viral pela 
transcriptase reversa. 
O AZT inibe também a α-DNA-
polimerase de mamíferos. 
Entretanto, isto ocorre em 
concentrações 100 vezes maiores do 
que aquelas necessárias para a 
inibição da transcriptase reversa; por 
outro lado, a -DNA-polimerase na 
mitocôndria da célula do hospedeiro é 
bastante afetada, e este fato pode 
explicar os efeitos colaterais 
produzidos por este antiviral. 
A administração da zidovudina se faz 
principalmente por via oral, mas 
poderá também ser administrada por 
via intravenosa. 
O antiviral tem ampla distribuição no 
organismo, atingindo o líquido 
cefalorraquidiano. 
A meia-vida plasmática do AZT está 
ao redor de 0,9 a 1,5 h. 
A maior parte da zidovudina é 
excretada de forma inativa, através da 
urina. 
A principal indicação de uso do AZT 
é na AIDS, promovendo aumento da 
sobrevida e da atividade do sistema 
imune e queda da incidência de 
infecções oportunistas. 
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24 
O AZT vem sendo usado na infecção 
produzida pelo vírus da 
imunodeficiência felina, verificando-se 
que previne a infecção retroviral, se 
administrado imediatamente após a 
exposição ao vírus; além disto, 
verificou-se, experimentalmente, que 
a administração prévia de AZT reduz 
significativamente a replicação viral; 
portanto, promove melhora 
imunológica e clínica dos gatos 
infectados, embora não promova 
diminuição da viremia. 
Em relação ao uso do AZT em 
FeLV, estudos mostram que o 
emprego do antiviral não tem sido 
efetivo em doses que não sejam 
tóxicas. 
Para o tratamento da FIV, a dose de 
AZT é 5 mg/kg, a cada 12 h, por via 
oral. 
Durante o período de tratamento, 
devem ser realizados hemogramas 
periódicos (semanais no primeiro 
mês), uma vez que o principal efeito 
colateral deste medicamento é a 
anemia não regenerativa. 
Deve ser preferida a formulação do 
AZT em cápsulas do que xarope, 
pois nessa forma medicamentosa a 
palatabilidade é ruim, podendo 
provocar vômito. 
Deve ser salientado que não há no 
comércio nacional AZT disponível 
como produto veterinário registrado 
no Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento (MAPA) para uso 
veterinário; há apenas medicamento 
formulado para uso humano 
obedecendo às normas da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária 
(Anvisa), que, por sua vez, não 
permite que o médico veterinário 
prescreva o AZT. 
Foscarnet 
O foscarnet é um composto análogo 
do pirofosfato, que exibe atividade 
antiviral contra vários DNA e RNA 
vírus. 
Seu mecanismo de ação se faz por 
meio da inibição da RNA e DNA 
polimerases (a DNA polimerase do 
hospedeiro é aproximadamente 100 
vezes menos sensível que a DNA 
polimerase viral), bem como a 
transcriptase reversa; no entanto, ao 
contrário da zidovudina, sua inibição 
não é competitiva,já que o foscarnet 
se liga principalmente no sítio de 
ligação do pirofosfato e não no sítio 
de ligação da base. 
Este medicamento vem sendo usado 
experimentalmente na mieloblastose 
aviária, influenza, leucemia bovina, 
febre suína africana, entre outras 
afecções. 
Em seres humanos vem sendo 
utilizado no tratamento da herpes e 
viroses produtoras de 
imunodeficiência, por isto, vem sendo 
sugerido que o foscarnet seja 
empregado na FeLV. 
A administração do foscarnet se faz 
por via oral e sua excreção se faz 
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25 
predominantemente pela urina (90%), 
sem sofrer biotransformação. 
O principal efeito tóxico produzido por 
este antiviral é a alteração da função 
renal, verificando-se um aumento dos 
níveis de creatinina de dois a três 
vezes aqueles normais. 
Esta toxicidade pode ser minorada 
realizando-se a hidratação intravenosa 
do paciente e ajustando as doses do 
medicamento, tomando-se como base 
estas alterações verificadas na 
creatinina. 
Além disto, em alguns pacientes tem 
sido verificada uma queda significante 
de eletrólitos, particularmente do 
cálcio, que pode propiciar o 
aparecimento de convulsões. 
Ribavirina 
A ribavirina, também denominada 
tribavirina, é um nucleosídio sintético 
que tem semelhança estrutural com a 
guanosina. 
Seu mecanismo de ação não está 
totalmente esclarecido; parece que 
este antiviral atua duplamente na 
depleção intracelular de guanosina 
trifosfato (GMP); também interferindo 
na síntese de mRNA viral. 
A administração da ribavirina se faz, 
principalmente, pela via oral, sendo 
rapidamente absorvida no sistema 
gastrintestinal. 
Este antiviral pode também ser 
administrado por inalação. 
A ribavirina é biotransformada no 
fígado e excretada pelas vias urinárias. 
Tem amplo espectro de atividade 
antiviral, tendo ação in vitro frente ao 
DNA e RNA vírus. 
Tem sido investigado o possível uso 
de ribavirina na FeLV. 
A ribavirina, quando administrada por 
via oral, pode produzir elevação 
reversível nos níveis séricos de 
bilirrubina, ferro e ácido úrico. 
Os efeitos adversos, quando da 
administração da ribavirina por 
inalação, são bastante discretos, 
verificando-se, apenas em alguns 
casos, ligeira irritação conjuntival. 
Metisazona 
A metisazona é um dos primeiros 
medicamentos antivirais eficazes. 
Em seres humanos foi utilizada 
profilaticamente no combate à varíola; 
entretanto, atualmente, com a 
erradicação do vírus da varíola, este 
medicamento caiu em desuso. 
Tem-se a perspectiva de utilizar a 
metisazona em Medicina Veterinária 
contra a hepatite infecciosa, tanto 
canina como equina, e em bovinos, na 
doença respiratória, uma vez que este 
medicamento se mostrou (in vitro) 
eficaz contra o adenovírus. 
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A administração da metisazona pode 
ser realizada por via parenteral ou oral. 
Pouco se sabe sobre sua 
farmacocinética, tanto no homem 
como nos animais domésticos. 
Os principais efeitos colaterais 
descritos para a metisazona são 
náuseas e vômitos. 
Interferona 
Dois pesquisadores investigavam o 
fenômeno da interferência entre dois 
vírus, e, por meio de uma experiência 
bastante simples, concluíram que a 
substância que interferia na replicação 
do outro vírus não estava relacionada 
com o vírus, mas sim com a célula do 
hospedeiro. 
Assim, o primeiro vírus simplesmente 
induzia a produção de uma substância 
pela célula do hospedeiro que iria 
depois interferir (daí a denominação 
de interferona) na replicação do 
segundo vírus. 
A interferona é uma glicoproteína. 
Esta substância é, na maioria das 
vezes, espécie-específica, ou seja, 
quando a interferona é produzida por 
células de galinha, impede 
fundamentalmente a multiplicação de 
vírus que infectam células desta 
espécie animal (embora em algumas 
situações, possa inibir a multiplicação 
de vírus em outras espécies animais). 
Portanto, o emprego deste 
medicamento em Medicina Veterinária 
fica bastante limitado, uma vez que os 
custos para a produção são, até o 
momento, bastante elevados. 
Por outro lado, a grande vantagem do 
uso desta substância relaciona-se com 
sua pouca inespecificidade para 
combater os diferentes vírus, dentro 
da mesma espécie animal. 
As interferonas atuam induzindo, nos 
ribossomos das células do hospedeiro, 
a produção de enzimas que inibem a 
tradução do mRNA viral em proteínas 
virais. 
Além disso, a interferona estimula a 
atividade citotóxica e fagocítica de 
macrófagos. 
As interferonas são produzidas por 
linfócitos, macrófagos, fibroblastos e 
outras células humanas. 
Existem três tipos de interferonas, 
distintas tanto química como 
imunologicamente, sendo 
denominadas α, β,  e . 
A interferona α é subdividida em 
interferona α-2A e α-2B; a 
interferona β também pode ser 
subdividida em β-1A e β-1B 
A interferona  não é produzida 
comercialmente 
Como já mencionado, pelo alto custo, 
é ainda pouco viável para se produzir 
para emprego nas diferentes espécies 
animais; entretanto, a interferona  
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felina vem sendo comercializada em 
alguns países. 
Em felinos, é empregada para o 
tratamento de infecções virais, tais 
como o calicivírus, FeLV e FIV. 
É também empregada em cães, na 
terapia da parvovirose. 
Devido à sua característica química 
(são glicoproteínas), o acesso à 
farmacocinética da interferona é 
bastante difícil. 
Por outro lado, sabe-se que a 
interferona se distribui por todo o 
organismo e é detectada no cérebro 
e no líquido cefalorraquidiano. 
Levamisol 
O levamisol é um anti-helmíntico, com 
propriedades imunomoduladoras. 
Esta substância não tem efeito 
antiviral direto; atua estimulando 
células efetoras envolvidas no 
processo de imunidade de células 
imunomediadas. 
Além disso, pode aumentar, 
indiretamente, a produção de 
anticorpos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SPINOSA, H. S., et al. (2017). Farmacologia aplicada à Medicina Veterinária. 6ª edição. 
Rio de Janeiro: Guanabara. Koogan Capítulo 40 – Agentes Antifúngicos e Antivirais.

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