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Planejamento Familiar

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GABRIEL GALEAZZI 1 
 
PLANEJAMENTO 
FAMILIAR 
CONCEITOS INICIAIS 
 OMS: O planejamento familiar é uma atividade de 
saúde que proporciona informações e meios, a fim de 
que os casais possam decidir livre, conscientemente e 
responsavelmente pelo número de filhos, o momento 
que desejam tê-los e o espaçamento entre as 
gravidezes 
 A contracepção é o conjunto de métodos físicos ou 
químicos que visam evitar, de modo reversível ou não, 
a gestação 
ÍNDICE DE PEARL (IP) 
 É um índice que calcula a eficácia do método 
contraceptivo 
 Corresponde ao número de gestações que ocorrem no 
primeiro ano de uso do método em 100 mulheres/ano 
 IP= Nº de Gestações x 12 (meses) x 100 (mulheres)/Nº 
total de meses de exposição 
 ↓IP = ↑ Eficácia 
Anticoncepcional Uso perfeito Uso típico 
MUITO EFETIVOS 
Implante 0,05 0,05 
Vasectomia 0,1 0,15 
DIU de levonorgestrel 0,2 0,2 
Laqueadura tubária 0,5 0,5 
DIU de cobre 0,6 0,8 
EFETIVOS 
Amenorreia 
lactacional 
0,9 2 
Injetáveis 0,3 3 
Anel vaginal 0,3 3 
Pílulas combinadas e 
progestagênios 
0,3 3 
Adesivo transdérmico 0,3 3 
MODERADAMENTE EFETIVOS 
Condom masculino 2 16 
Condom feminino 5 21 
Tabelinha 2-5 24 
Diafragma com 
espermicida 
6 16 
POUCO EFETIVOS 
Coito interrompido 4 27 
Espermicida isolado 18 29 
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DA OMS 
Categoria Descrição Conduta 
1 Não existe restrição ao uso do 
método contraceptivo 
Prescrever o método 
2 As vantagens do uso do método 
se sobrepõem aos riscos teóricos 
ou comprovados 
Prescrever o método 
3 Os riscos teóricos ou 
comprovados geralmente se 
sobrepõem às vantagens do 
método 
Não prescrever 
(exceto se não 
houver outra 
alternativa) 
4 Risco inaceitável à saúde caso o 
método seja utilizado 
Não prescrever 
(contraindicação 
absoluta) 
ANTICONCEPÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS 
 Déficit cognitivo 
 As decisões devem ser tomadas pelo responsável 
legal 
 Adolescentes 
 Confidencialidade do paciente 
 A quebra do sigilo só é permitida, de acordo 
com o artigo 103 do código de ética médica, 
quando a adolescente tem pensamentos 
suicidas ou há história de abuso físico ou 
sexual 
 Respeito aos critérios de elegibilidade 
 Termo de consentimento 
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 
Os métodos comportamentais não protegem contra as 
infecções sexualmente transmissíveis 
OGINO-KNAUS/TABELINHA 
 Abstinência sexual entre o primeiro e o último dia fértil 
estimado com base da última menstruação 
 O período de ovulação ocorre em 12 a 16 dias 
antes da menstruação 
 Registrar o número de dias de cada ciclo por, pelo 
menos, seis meses 
 PERÍODO FÉRTIL = (Nº de dias do ciclo mais curto – 18) 
até (Nº de dias do ciclo mais longo – 11) 
 Não utilizar o método se ciclos variarem > 6 dias 
TEMPERATURA BASAL 
 Identifica a fase lútea do ciclo menstrual com base na 
temperatura basal 
 No período imediatamente pré-ovulatório, ocorre 
diminuição de 0,5°C, com a ovulação, a 
progesterona eleva a temperatura em 
aproximadamente 0,5°C da temperatura basal 
 Monitorar aumento por 3 dias e, logo após, reiniciar 
atividade sexual 
 
MUCO CERVICAL OU MÉTODO BILLINGS 
 Identifica o início e o fim do período fértil com base nas 
características da mucosa cervical 
 Estrogênio → Muco filante e abundante → Evitar 
sexo 
 Progesterona → Muco espesso e em menor 
quantidade → Pode haver sexo 
 
 
GABRIEL GALEAZZI 2 
 
AMENORREIA LACTACIONAL 
 Baseado na supressão da ovulação durante o período 
de amamentação exclusiva 
 O aleitamento materno aumenta os níveis de 
prolactina, que provocam supressão do eixo 
hipotálamo-hipófise-ovariano, levando à 
anovulação e amenorreia 
 Pré-requisitos para garantir eficácia do método 
 Período de até 6 meses após o parto 
 Amamentação sem suplementação e sem grande 
intervalo entre as mamadas 
 Ausência de menstruação 
SINTOTÉRMICO 
 É um método que combina os métodos Ogino-Knaus, 
Muco cervical e Temperatura Basal 
COITO INTERROMPIDO 
 Ejaculação fora da vagina 
 Retirada do pênis da vagina na iminência da ejaculação 
 O coito interfemoral há chance de gestação 
MÉTODOS DE BARREIRA 
MÉTODOS MECÂNICOS 
PRESERVATIVOS (MASCULINO E FEMININO) 
 Protegem contra ISTs 
 Masculino → Método de barreira mais utilizado, 
maioria de látex (categoria 3 para alérgicos ao látex) 
 Feminino → Plástico ou látex natural, maior proteção 
contra ISTs 
DIAFRAGMA 
 Dispositivo reutilizável em formato de capuz feito de 
silicone 
 Deve ser colocado 15min antes da atividade sexual e 
retirado após 6h 
 Utilizar com espermicidas 
 
 Contraindicações 
 Contraindicações absolutas (Categoria 4) 
 Risco elevado de HIV 
 Contraindicações relativas (Categoria 3) 
 HIV; AIDS; Alergia aos componentes; História 
de Síndrome do Choque Tóxico 
Apesar de não constar nos critérios de elegibilidade: Não 
deve ser indicado em pacientes com grandes roturas 
perineais ou prolapso genital e deve haver a reavaliação 
medida do anel: pós-parto ou cirurgia vaginal, variações de 
peso > 10kg 
MÉTODOS QUÍMICOS 
ESPERMICIDAS 
 São substâncias introduzidas na vagina antes da 
penetração vaginal 
 Funcionam como barreira química à ascensão dos 
espermatozóides 
 Devem ser colocados 15min a 1h no máximo antes da 
ejaculação vaginal 
 Atualmente, são associados aos métodos mecânicos 
para aumento de efetividade 
ESPONJAS 
 São discos de espuma que contêm espermicida e 
devem ser umedecidos e colocados no fundo da vagina 
recobrindo o colo do útero 
 Podem ser inseridos até 24h antes da relação sexual 
 Não são reutilizáveis 
 Não estão disponíveis no mercado brasileiro 
MÉTODOS HORMONAIS COMBINADOS 
 Atuam pela associação entre o componente 
estrogênico e um componente progestagênico 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Progesterona 
 Inibe o LH → Bloqueia a ovulação 
 Espessamento de muco cervical 
 Atrofia endometrial 
 Comprometimento da motilidade tubária 
 Estrogênio 
 Inibe o PSH → Bloqueia o desenvolvimento 
folicular 
 Estabilização endometrial 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
INJETÁVEL MENSAL 
 Vantagens 
 Posologia mais cômoda, evita primeira passagem 
hepática 
 Desvantagens 
 Não protegem contra as ISTs, podem provocar 
irregularidades menstruais, não podem ser 
suspensos antes da próxima injeção, dependem de 
profissionais de saúde para o usao 
ANEL VAGINAL 
 Vantagens 
 Posologia mais cômoda, evita a primeira passagem 
hepática 
 Desvantagens 
 Não protegem contra as ISTs, preço, algumas 
mulheres podem apresentar aumento de 
corrimento vaginal 
 
 
 
GABRIEL GALEAZZI 3 
 
ADESIVO TRANSDÉRMICO 
 Vantagens 
 Posologia mais cômoda, evita a primeira passagem 
hepática (menor intolerância gástrica) 
 Desvantagens 
 Não protegem contra as ISTs, preço, os adesivos 
podem se soltar, a localização dos adesivos pode 
ser visível à outras pessoas, o que pode ser 
desconfortável para as pacientes 
 Pessoas com peso acima de 90kg e/ou IMC>30 tem 
eficácia reduzida 
ANTICONCEPCIONAL ORAL COMBINADO 
 Regime de administração 
 Cíclico 
 Paciente toma 21 ou 24 pílulas e depois realiza 
pausa (ou toma pílulas com placebo) de 7 ou 4 
dias 
 Ocorre o sangramento de deprivação (que os 
pacientes chamam de menstruação) durante a 
pausa 
 Contínuo 
 Não há interrupção 
 Estendido 
 A paciente usa as pílulas por tempo estendido 
e realiza pausas apenas algumas vezes ao ano, 
a depender da medicação 
 Número de fases 
 Monofásicas 
 Mesma dosagem hormonal em todos os 
comprimidos 
 Multifásicas 
 Variam a dose de um ou de ambos os 
hormônios durante a fase ativa da pílula 
 Tipo e dosagem de estrogênio 
 Média dose 
 30-50mcg de Etinilestradiol 
 Baixa dose 
 20-30mcg de Etinilestradiol 
 Muito baixa dose 
 <20mcg de Etinilestradiol 
A diminuição da dosagem do componente estrogênico 
possibilitou a redução do risco tromboembólico e dos 
efeitos colaterais, mas também aumenta as chances de 
sangramento irregular 
 Tipos de progesterona 
Os anticoncepcionaisde SEGUNDA GERAÇÃO SÃO OS 
MENOS TROMBOGÊNICOS e os anticoncepcionais de 
TERCEIRA E QUARTA GERAÇÃO SÃO OS MAIS 
TROMBOGÊNICOS 
O LEVONORGESTREL É O MENOS TROMBOGÊNICO e a 
CIPROTERONA É A MAIS TROMBOGÊNICA 
 Forma de uso 
 É importante que o paciente preenche os critérios 
de elegibilidade 
 Não há necessidade de exame pélvico nem de 
exames complementares, mas é importante ficar 
atento para os exames de rastreio para cada faixa 
etária 
 O primeiro comprimido deve ser tomado no 
primeiro dia do ciclo e os demais devem ser 
tomados sempre no mesmo horário 
 Nos regimes multifásicos a sequência correta 
da cartela deve ser seguida 
 Caso ocorra diarreia ou vômitos até duas horas 
após a ingesta, é aconselhável tomar outra pílula 
novamente 
 Esquecimento da pílula 
 Esquecimento de 1 comprimido → Tomar 
pílula esquecida assim que se lembrar e 
continuar tomando as demais normalmente 
 Esquecimento de 2 comprimidos → Tomar o 
último comprimido esquecido assim que 
possível e utilizar contracepção de barreira 
por sete dias. Tomar o restante das pílulas de 
maneira habitual 
 Após a interrupção da pílula, a menstruação 
retorna geralmente dentro de até 30 dias 
 Benefícios não contraceptivos 
 Melhoras dos sintomas pré-menstruais 
 “Repouso ovariano” 
 Redução do sangramento menstrual excessivo 
 Melhora da sexualidade 
 Redução dos sintomas de hiperandrogenismo 
 Melhora da Densidade Mineral Óssea (DMO) 
 Reduz risco de CA de ovário, endométrio e 
colorretal 
 Reduz risco de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) 
 Efeitos adversos dos métodos combinados 
Efeitos colaterais gerais dos 
anticoncepcionais hormonais 
 
Estrogênicos Progestagênicos 
Náuseas Tontura 
Vômitos Fadiga 
Mastalgia Aumento de apetite 
Cefaleia Acne e aumento de oleosidade da 
pele 
Irritabilidade Alteração do padrão de 
sangramento 
Edema Aumento de peso (acetato de 
medroxiprogesterona) Cloasma 
Alteração da resposta sexual 
 Risco tromboembólico 
 Aumentam o risco de TVP em 2-6x 
 O componente estrogênico aumenta a síntese de 
fatores de coagulação, reduz alguns 
anticoagulantes naturais e promove resistência à 
proteína C 
 O efeito pró-coagulante do estrogênio é maior 
quanto maior a dosagem 
 Não se justifica o custo de exames de triagem para 
trombofilia antes da prescrição de métodos 
combinados 
Progestágenos e seus efeitos 
Androgênic
os 
Antiandrogên
icos 
Glicocorticoide Antimineralocorti
coide 
Levonorges
trel (2ªG) 
Ciproterona Acetato de 
medroxiprogest
erona 
Drospirenona 
Gestodeno 
(3ªG) 
Drospirenona Gestodeno (3ªG) 
Desogestre
l (3ªG) 
Clormadinona 
Dienogeste 
 
GABRIEL GALEAZZI 4 
 
 Pressão arterial 
 O etinilestradiol aumenta a síntese hepática de 
angiotensinogênio, elevando a PA 
 Risco de Câncer 
Risco de câncer em usuárias de 
métodos hormonais 
 
Câncer Risco 
Colorretal Reduz risco 
Ovário Reduz risco 
Endométrio Reduz risco 
Mama Aumenta risco 
Colo do útero Aumenta risco para mulheres 
HPV+ 
Não modifica o risco para 
mulheres HPV- 
 Interações Medicamentosas 
 O metabolismo dos anticoncepcionais é acelerado 
por drogas que aumentam a atividade das enzimas 
microssomais do fígado (citocromo P450) 
Medicamentos que diminuem a eficácia dos anticoncepcionais 
combinados 
Anticonvulsivantes Antibióticos Antiretrovirais 
Fenitoína Rifampicina Efavirenz 
Carbamazepina Rifabutina Ritonavir 
Barbitúricos Saquinavir 
Primidona Atazanavir 
Topiramato Fosamprenavir 
Oxicarbamazepina Nelfinavir 
 Contraindicações 
 Contraindicações absolutas (categoria 4) 
 <6 semanas pós parto em lactentes 
 <21 dias pós parto em não lactentes, mas com 
fatores de risco para TVP 
 TVP/TEP atual ou pregressa, independente do 
uso de anticoagulante 
 Trombofilia conhecida 
 Cirurgia maior com imobilização prolongada 
 LES com anticorpos antifosfolipídeos positivos 
ou desconhecido 
 Doença Valvular complicada com hipertensão 
pulmonar, FA ou endocardite 
 Tabagismo (>15 cigarros/dia + idade>35 anos) 
 Enxaqueca com aura 
 Doença Cardíaca Isquêmica atual ou pregressa 
 HAS descompensada (sistólica>160mmHg ou 
diastólica>100mmHg) 
 HAS associada à doença vascular 
 Múltiplos Fatores de Risco para DCV (idade 
avançada, tabagismo, DM, HAS) 
 CA de mama atual 
 Adenoma hepatocelular e tumores hepáticos 
malignos 
 Cirrose descompensada 
 Contraindicações relativas (categoria 3) aos 
anticoncepcionais hormonais combinados, de 
acordo com os critérios de elegibilidade da OMS 
 > 6 semanas e <6 meses pós parto em 
lactantes 
 <21 dias pós parto em não lactantes, mas sem 
fatores de risco para TVP 
 21 a 42 dias pós parto em não lactantes, mas 
com fatores de risco para TVP 
 Tabagismo (<15 cigarros/dia + idade>35 anos) 
 Hipertensão controlada 
 HAS descompensada (sistólica entre 140-
159mmHg ou diastólica entre 90-99mmHg) 
 Enxaqueca sem aura (>35 anos) 
 CA de mama prévio sem evidência da doença 
nos últimos 5 anos 
 Passado de colestase 
 Alguns anticonvulsivantes, rifampicina e 
rifabutina 
ANTICONCEPÇÃO APENAS COM 
PROGESTERONA 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Progesterona 
 Inibe o LH → Bloqueia a ovulação 
 Espessamento de muco cervical 
 Atrofia endometrial 
 Comprometimento da motilidade tubária 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
ANTICONCEPCIONAIS ORAIS DE PROGESTÁGENOS 
(POPS) 
 Chamados de Minipílulas 
 Promovem a anovulação em 14-84% dos casos 
(Noretisterona; Linestrenol; Levonorgestrel), o 
Desogestrel promove em 97% dos casos 
 Forma de uso 
 O primeiro comprimido deve ser tomado no 
primeiro dia do ciclo e os demais devem ser 
tomados sempre no mesmo horário, de forma 
contínua 
 Esquecimento da pílula 
 Se estiver amamentando e em amenorreia → 
tomar uma pílula assim que lembrar e 
continuar tomando as demais pílulas da 
cartela 
 Demais casos → tomar uma pílula assim que 
lembrar e continuar tomando as demais 
pílulas normalmente. Realizar proteção 
contraceptiva adicional por dois dias e 
considerar contracepção de emergência 
INJETÁVEL TRIMESTRAL 
 Acetato de medroxiprogesterona (AMP) de depósito 
 Forma de aplicação 
 Administração via intramuscular profunda ou 
subcutânea 
 A primeira dose deve ser realizada no primeiro dia 
do ciclo menstrual e repetida a cada 90 dias 
 Uma única dose de AMP consegue suprimir a ovulação 
por um período de 14 semanas. Após a descontinuação 
do método, os ciclos ovulat´roios retornam em 14 
semanas, mas podem levar até 18 meses 
 Efeitos adversos 
 Pequena perda da massa óssea → Por isso, o 
método não deve ser a primeira escolha em 
pacientes < 21 anos 
 Ganho de peso 
 
GABRIEL GALEAZZI 5 
 
IMPLANTE SUBDÉRMICO DE ETONORGESTREL 
 Dispositivo plástico radiopaco de 4cm, que contém 
68mg de etonogestrel 
 Duração de 3 anos 
 Faz parte dos métodos anticoncepcionais reversíveis de 
longa duração (LARCs) 
 Contraindicações 
 Contraindicações absolutas (categoria 4) 
 CA de mama atual 
 Contraindicações relativas (categoria 3) 
 CA de mama prévio sem evidência de doença 
nos últimos cinco anos 
 TVP/TEP agudo 
 Cirrose descompensada 
 Adenoma hepatocelular 
 Tumor hepático maligno 
 LES com anticorpos antifosfolipídeos positivos 
ou desconhecidos 
 AVC (para AMP e continuação de POP e 
implantes) 
 Doença cardíaca isquêmica atual ou prévia 
(para AMP e continuação de POP e implantes) 
 Hipertensão descompensada (sistólica 
>160mmHg e/ou diastólica>100mmHg) (para 
AMP) 
 <6 semanas pós parto (para AMP) 
 Múltiplos fatores de risco para doença 
cardiovascular (para AMP) 
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS 
DIU DE COBRE 
 Modelo liberado pelo SUS: T380A (duração de 10 anos) 
 Mecanismo de ação 
 Comum a todos os DIUs 
 Reação inflamatória local, que é tóxica para o 
esperma e os óvulos 
 Efeito do cobre 
 Aumento da resposta inflamatória no 
endométrio, provocando efeito tóxico sobre 
os espermatozoides e dificultando a 
implantação 
 Benefícios 
 LARC 
 Não hormonal 
 Efeitos adversos Aumento do sangramento menstrual e cólicas 
 Complicações da inserção 
 Contraindicações 
 Contraindicações absolutas (categoria 4) 
 Gravidez 
 Sepse puerperal 
 Imediatamente após aborto séptico 
 Sangramento vaginal inexplicado 
 Doença trofloblástica gestacional com níveis 
elevados de beta HCG ou com malignidade 
 CA de colo uterino 
 CA de endométrio 
 Anormalidades que distorcem a cavidade 
uterina 
 Doença inflamatória pélvica (DIP) ativa 
 Cervicite purulenta ou infecção ativa por 
clamídia ou gonococo 
 Tuberculose pélvica 
 Alergia ao cobre e Doença de Wilson 
 Contraindicações relativas (categoria 3) 
 48h a 4 semanas pós-parto (pelo aumento do 
risco de expulsão) 
 Trombocitopenia severa 
 CA de ovário 
 HIV avançado 
 Doença trofloblástica com níveis de beta HCG 
decrescentes ou indetectáveis 
DIU LIBERADOR DE LEVONORGESTREL 
 Também é chamado de Sistema Intrauterino (SIU) 
 Possui um reservatório contendo o progestágeno 
Levonorgestrel (duração de 5 anos) 
 Mecanismo de ação 
 Comum a todos os DIUs 
 Reação inflamatória local, que é tóxica para o 
esperma e os óvulos 
 Ação do levonorgestrel (efeitos da progesterona) 
 Inibe o LH → Bloqueia a ovulação 
 Espessamento de muco cervical 
 Atrofia endometrial 
 Comprometimento da motilidade tubária 
 Contraindicações 
 Contraindicações absolutas (categoria 4) 
 Gravidez 
 Sepse puerperal 
 Imediatamente após aborto séptico 
 Doença trofloblástica gestacional com níveis 
elevados de beta HCG ou com malignidade 
 CA de colo uterino 
 CA de mama atual 
 CA de endométrio 
 Anormalidades que distorcem a cavidade 
 Sangramento transvaginal inexplicado 
 Doença Inflamatória Pélvica (DIP) atual 
 Cervicite purulenta ou infecção ativa por 
clamídia ou gonococo) 
 Tuberculose pélvica 
 Contraindicações relativas (categoria 3) 
 48h a 4 semanas pós parto (pelo risco de 
expulsão) 
 TVP/TEP aguda 
 LES com anticorpos antifosfolipídeos positivos 
ou desconhecidos 
 Doença trofloblástica gestacional com níveis 
de beta HCG decrescentes ou indetectáveis 
 CA de mama prévio e sem evidência da 
doença nos últimos 5 anos 
 CA de ovário 
 HIV avançado 
 Cirrose descompensada 
 Adenoma hepatocelular e tumores hepáticos 
malignos 
 Doenças cardíaca isquêmica atual ou prévia 
(para continuação do método) 
 
GABRIEL GALEAZZI 6 
 
INSERÇÃO DO DIU 
 Pode ser realizada a qualquer momento do ciclo, desde 
que descartada gestação 
 É necessário exame pélvico/genital, para descartar 
processos infecciosos 
 Antibioticoprofilaxia não é recomendada 
 Complicações pós inserção 
 Sangramento 
 Dor 
 Infecção 
 Expulsão 
 Perfuração uterina 
SEGUIMENTO PÓS-INSERÇÃO 
 Deve ser agendada uma nova consulta para entre 3 a 6 
semanas após a inserção 
 Não há evidências que sugiram protocolos de visitas 
periódicas para verificação do DIU 
 O controle do posicionamento só é indicado em 
pacientes sintomáticas (com piora da dor abdominal, 
febre, suspeita de gestação ou sangramento 
aumentado) ou cujo fio do DIU não esteja visível na 
vagina 
GRAVIDEZ EM USUÁRIA DE DIU 
 Excluir gravidez ectópica 
 Se o fio do DIU estiver visível e idade gestacional < 12 
semanas → remover o fio do DIU o mais cedo possível 
e realizar antibioticoprofilaxia, devido ao risco de 
corioamnionite (azitromicina 500mg dose única) 
 Se o fio do DIU não estivar visível ou gestação mais 
avançada → Não tentar remover 
MITOS ENVOLVENDO OS DISPOSITIVOS 
INTRAUTERINOS 
 Risco de infecção 
 DIP: o risco é baixo ou semelhante nas usuárias de 
métodos hormonais 
 HIV: O uso de DIU não aumenta o risco de infecção 
pelo HIV 
 HPV: O DIU não aumenta o risco de aquisição do 
HPV e está associado a menor risco de CA de colo 
uterino 
 Gravidez ectópica: O risco é menor em usuárias de DIU 
 Infertilidade: Não há aumento da infertilidade entre as 
usuárias de DIU 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
 Mecanismo de Ação 
 Não é bem elucidado, atuam impedindo ou 
atrasando a ovulação 
 Alteram os níveis hormonais, interferindo no 
desenvolvimento folicular e na maturação do 
corpo lúteo e inibindo a fertilização 
 A eficácia da CE diminui significativamente com o 
atraso da administração da medicação após a relação 
sexual desprotegida. Como a eficácia do uso repetido 
de CE é menor do que a dos métodos contraceptivos, 
seu uso regular não é recomentado 
 Efeitos adversos podem incluir náuseas, vômitos, 
cefaleia, tontura e alteração de sangramento 
 Indicações da contracepção de emergência 
 Relação sexual totalmente desprotegida 
 Violência sexual 
 Coito interrompido 
 Rotura do preservativo, vazamento ou perda do 
preservativo na vagina 
 Remoção, expulsão parcial ou completa do DIU 
 Deslocamento do diafragma durante a relação 
sexual 
 Uso isolado de espermicida 
 Esquecimento de duas ou mais pílulas do 
anticoncepcional oral combinado 
 Esquecimento ou atraso de uma ou mais pílulas de 
progestágenos por mais de 3h *se for de 
desogestrel, após atraso de 12h) 
 Atraso de duas ou mais semanas na aplicação do 
injetável trimestral 
 Quando a usuária fica mais de 24h com o adesivo 
transdérmico descolado ou sem ele durante a 
primeira semana de uso 
 Anel vaginal expulso ou removido por mais de 3h 
na primeira semana 
 Após 5 dias de abortamento, gravidez ectópica ou 
esvaziamento uterino por gravidez molar 
 Após 21 dias de parto, se não estiver 
amamentando 
Método usado Dose Período Efeitos 
adversos 
Método Yuzpe 2 
doses/intervalo 
de 12h 
Etinilestradiol 
100mcg + 
Levonorgestrel 
0,5mg 
Até 5 dias Náuseas, 
vômitos, 
cefaleia, 
alteração de 
sangramento 
Levonorgestrel Dose única 
1,5mg 
Ideal até 3 dias 
Pode ser 
estendido até 
5 dias (menor 
eficácia) 
Náuseas, 
vômitos, 
cefaleia, 
alteração de 
sangramento 
Ulipristal Dose única 
30mg 
Até 5 dias Náuseas, 
vômitos, 
cefaleia, 
alteração de 
sangramento 
DIU de cobre - Até 5 dias Dor, 
sangramento 
MÉTODOS IRREVERSÍVEIS 
 Laqueadura tubária 
 Vasectomia 
LEI DO PLANEJAMENTO FAMILIAR 9263 
 Indicada para Homens e mulheres; Idade igual ou 
superior a 25 anos ou dois filhos vivos; Risco de vida à 
mulher ou ao futuro concepto → assinado por 2 
médicos 
 Manifestação da vontade por escrito 
 Proibida esterilização cirúrgica no parto ou aborto, 
exceto se comprovada necessidade 
 Prazo de 60 dias entre manifestação do desejo e 
procedimento 
 Proibida histerectomia ou ooforectomia

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