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ANTICONCEPÇÃO Estatísticas: • A taxa de gestação não-planejada no mundo é de 41% • No brasil, 40% das gestações são não planejadas em 2006, mas em 2014 esse número caiu • Em geral, metade das mulheres que tem uma gestação não planejada estava em uso de algum método moderno Impacto de uma gravidez não planejada: Na criança: • Aumenta a chance de prematuridade • Aumenta a chance de o bebê nascer com baixo peso • Aumenta o risco de a criança morrer no primeiro ano de vida Para mãe: • Aumenta a chance de ter complicações na gravidez – parto prematuro • Diminui a adesão ao pré-natal • Aumenta risco de mortalidade materna • Aumenta-se também o risco de abandono, violência e baixa educação Objetivos do planejamento familiar: • Promover vivência da sexualidade de maneira segura e saudável • Controlar a fecundidade segundo o desejo do casal • Preparar para a maternidade e paternidade responsáveis • Reduzir a mortalidade e morbidade materna, perinatal e infantil • Reduzir incidências das DSTs e suas consequências, principalmente a infertilidade • Melhorar a saúde e o bem-estar da família como um todo MÉTODOS CONTRACEPTIVOS HORMONAIS: Conceito: administração de progestagênicos isolados ou associados a estrogênios, com a finalidade de impedir a concepção MECANISMO DE AÇÃO DESSES MÉTODOS: Progestagênio: • Inibição da secreção de LH → inibe ovolução (principal) • Alterações da composição do muco → moco hostil para ascensão de espermatozoides • Atrofia das glândulas endometriais → impede a implantação • Alterações da peristalse e secreção das trompas → impede o transporte do oócito/embrião Estrogênio: • Inibição da secreção de FSH • Potencializa a ação progestagênio + mantem o padrão de sangramento cícilico → inibe a formação do folículo dominante BENEFÍCIOS NÃO-CONTRACEPTIVOS (COMPROVADOS): diminui dismenorreia, disturbios menstruais (menorragia), acne, hirsutismo, TPM, dor e proliferação (endometriose), e de alguns canceres: cancer do ovário (20%), endométrio (50%), e cólon; diminuição da DIP, anemia ferropriva, e gestação ectópica (DIU e os progestagenios isolados também) • Evidências ainda inconclusivas: não aumenta o risco para cancer de mama ou aumenta pouco • Efeitos adversos gerais: o Estrogênio: nauseas, vomitos, enxaqueca, mastalgia, irrtabiidade, edema, cloasma, trombose o Progesterona (isolada): aumento do apetite, acne e olesodiade, sangramento irregular (P isolado), edema e depressão Risco de trombose: Eficácia e mortalidade: PÍLULA COMBINADA – COMPOSIÇÃO: • Estogenios o Etinilestradiol o Mestranol o Estradiol • Progestagenios: o 19-Nortestosterona: ▪ Levonogerstrel ▪ Desogestrel ▪ Gestodeno ▪ Norgestimato ▪ Noretisterona o 17-Hidroxiprogesterona: ▪ Clormadinona ▪ Acetato de diproterona Classificação em dosagem de etilestradiol: • Alta > 50mcg – em desuso • Baixa – 30 a 35 mcg • Muito baixo – 15 a 20 mcg Composição e dose: • Monofásico • Bifásico • Trifásicos • Quadrifásicos Doses de EE < 50mcg x doses > 50mcg • Redução de efeitos estrogênicos gerais • Redução de efeitos metabólicos graves – AVC, trombose venosa • Sem redução da eficácia Entre doses de EE: 35, 30, 20 e 15mcg • Redução de efeitos ferais estrogênicos • Sem redução de efeitos metabólicos ORIENTAÇÕES: Quando começar? • Até o quinto dia do ciclo menstrual – já está protegida, não precisa adicionar mais um método • Após o quinto dia – ter certeza de que ela não está gravida e usar método adicional por 7 dias o Preferir o preservativo ou abstinência, sem coito interrompido ou espermecida o O preservativo deve ser sempre estimulado Cíclicos: • Pausa curta (24/4) foi associada a redução de 30% do risco de gravidez e dos sintomas da TPM em relação a pausa longa (21/7) • Os contraceptivos de progesterona só podem ser utilizados de forma contínua E se esquecer? 1 pílula: • Tomar o mais rápido possível • Pequeno ou nenhum risco de gestação • Sem necessidade de método adicional 2 pílulas: • Tomar o mais rápido possível • Usar método adicional por 7 dias uteis • Se relação sexual nos últimos 5 dias → usar contracepção de emergência • Se for na última semana da cartela → pode orientar não fazer pausa entre as cartelas INJETÁVEL MENSAL: • Estrogênio + progesterona • Via: intramuscular • Intervalo: 27 a 33 dias • Efeitos adversos e retorno a fertilidade comparáveis aos contraceptivos orais de baixa dose • Contra-indicação: mesma dos ACO ANEL VAGINAL – NUVARING: • Estrogênio + progesterona • Via: vaginal • Uso durante 3 semanas e pausa de 1 semana • Vantagem: < falha por esquecimento • Efeitos adversos: leucorreia ADESIVO: • Estrogênio + progesterona • Via: transdérmica • Uso durante 3 semanas e pausa 1 semana • Efeitos adversos semelhantes a via oral • Não reduz risco de trombose em relação a pílula oral PROGESTAGENIOS ISOLADOS: usado no pós-parto Pílula de progesterona – oral: • Uso contínuo • Padrão de sangramento variável • Não aumenta o risco de trombose • Falha de 9 em 100 mulheres – desogestrel o Levonorgestrel – 30mcg o Noretisterona – 350mcg o Desogestrel – 75mcg Injetável trimestral: • Acetato de medroxiprogesterona (AMPD) 150mcg • Via: intramuscular • Vantagem: não aumenta risco de trombose • Efeitos indesejáveis: o Atraso no retorno da fertilidade o Ganho de peso o Queda de cabelo o Sangramento irregular o Diminuição da massa óssea – temporário – reversível com a descontinuação DIU de progesterona – DIU-LNG ou SIU-LNG: • Em forma de T com liberação de levonorgestrel diária • Duração de até 5 anos • Parte mínima de hormônio é absorvida pelo organismo – 25 a 50% anovulação • Mecanismo de ação: o Crescimento endometrial reduzido o Muco cervical se torna hostil o Função, motilidade e capacitação espermática são afetados • Efeitos colaterais: o Sangramento irregular ou spotting nos primeiros três a cinco meses o Cefaleia o Depressão o Acne, mastalgia, ganho de peso – mais comum • Benefícios: o Diminuição do volume sangramento o Diminuição da dismenorreia o Retorno rápido a fertilidade o Não aumento risco de trombose o Redução de 40 a 50% no risco de câncer de útero com uso de DIU Implante de progesterona – IMPLANON: • Haste de 4cm com liberação de etonorgestrel • Via: subdérmica • Duração de até 3 anos • Vantagens: o Melhora da TPM o Diminuição de dismenorreia o Fluxo menstrual • Desvantagens: o Custo o Exige profissional habilitado para sua colocação o Sangramento irregular CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE E CONTRAINDICAÇÕES: CONTRACEPTIVOS NÃO HORMONAIS: 1) Métodos comportamentais → abstinência sexual periódica, a paciente percebe sinais e sintomas para ver quando está ovulando a. Coito interrompido / retirada → um dos métodos mais utilizados comumente, funciona tão bem quantos muitos métodos de barreira feminino. b. Abstinência periódica. c. Método de OginoKnaus ou tabelinha/método rítimico → apenas para ciclos regulares i. Início do período fértil – ciclo mais curto ii. Fim do período fértil – ciclo mais longo d. Temperatura basal → registrar temperatura da boca pela manhã diariamente i. Após ovulação ocorre aumento da temperatura basal entre 0,3 e 0,8 C ii. Abstinência → primeiro dia da menstruação até 3 dias do aumento da temperatura iii. Elevação da temperatura: 1. < 11 dias → insuficiência do corpo lúteo 2. > 16 dias → gravidez e. Método de Billings → avaliação do muco cervical i. Muco é produzido pelas células glandulares do colo, com influência do estrogênio e da progesterona, sofrendo modificações ii. Na primeira fase, o muco não é perceptível iii. Muco vai se tornando elástico, filante, comparável à clara de ovo, após ovulação voltaa ficar espesso, turvo e perde distensibilidade iv. Abstinência → da percepção do muco até o 4º dia após a percepção máxima de umidade f. Método sintotérmico – Billings + temperatura basal i. Associação dos métodos anteriores ii. Abstinência do primeiro dia de menstruação até o quarto dia do pico de alteração do muco ou da temperatura basal, o que ocorrer mais tarde 2) MÉTODOS DE BARREIRA: a. Espermicidas: substâncias químicas introduzidas na vagina – barreira de acesso aos espermatozoides i. Baixa eficácia isolados, mas aumentam bastante quando associado a outros métodos de barreira ii. Nonoxinol-9 a 2% pode provocar lesões – fissuras ou microfissuras – na mucosa vaginal e retal b. Preservativo masculino – condom i. Criado em 1720 ii. Barreira mecânica que impede a passagem dos espermatozoides iii. Previne contra DSTs → sempre estimulado a usar iv. Colocados antes do início da relação sexual e mantidas até o final v. Alta taxa de falha – mal uso vi. Restrição – alergia ao látex c. Preservativo feminino i. Poliuretano ii. Anel com extremidade fechada posicionada no fundo da vagina e anel com extremidade aberta posicionada na fenda vulvar iii. Barreira mecânica que impede a passagem dos ESPTZ iv. Pode ser inserido até 8 horas antes do ato sexual e não é necessário retirar imediatamente após a relação v. Alta taxa de falha d. Diafragma: i. Látex, silicone ou plástico ii. Colocar até 2 horas antes iii. Manter até 8 horas iv. Age impedindo a ascensão dos ESPTZ – oclui colo uterino v. Associado ao espermicida – a falha é alta por falta de noção anatômica de onde se inserir e. DIU – Cobre: i. Pequena estrutura de plástico recoberta com cobre ii. Sem método hormonal iii. Pode aumentar o sangramento menstrual iv. Falha de 8 a 1000 mulheres v. Fertilidade retorna logo após a retirada – pode durar até 10 anos vi. Cobre → interfere na motilidade do SPTZ – mecanismo pré fertilização e é toxico para o óvulo 1. Altera a composição do muco 2. Atrofia das glândulas endometriais 3. Alterações da peristalse e secreção das trompas 4. Inibe ovulação em < 50% dos casos vii. Causa uma reação de corpo estranho no útero que provoca uma reação inflamatória local viii. O ambiente uterino se torna hostil ao SPTZ ix. Cobre também é toxico para os SPTZ 3) Lactação e amenorreia: i. Taxa de falha < 2% ii. Amamentação exclusiva – dia e noite iii. Amenorreia iv. Primeiros 6 meses após o parto 4) Métodos cirúrgicos: • Feminino → laqueadura ou ligadura tubária o Obstrução do lúmen tubário o Regulamento: maiores de 25 anos e 2 filhos vivos → período de 60 dias entre manifestações da vontade e ato cirúrgico – termo de consentimento o Acompanhamento por equipe multidisciplinar – desencorajar a esterilização precoce o Método irreversível → hoje em dia, o ideal é propor a salpingectomia, a retirada a trompa inteira o Por lei, essa esterilização é vedada durante o período do parto, aborto e 42 dias pós parto o Exceções: iteratividade (> 2 PC prévios), risco de vida materno em uma futura gestação ou para o futuro neonato – isoimunização e doenças genéticos 5) CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA: a. Pílula combinada i. Até 5 dias após o ato ii. Melhor se nas primeiras 24 horas iii. YUZPE → 4cp de 30mg EE + 150mcg LNG de 12/12 horas ou 5 cp de 20mg EE + 100mcg LNG de 12/12h b. Pílula apenas com progestagenio i. 0,75mg de LNG 12/12h por 24 horas ou dose única de 1,5mg c. DIU i. O mais eficaz • Não são abortivas • Inibem ou retardam a ovulação • Pode ser usada até 5 dias após relação • Só funcionam se não tiver ocorrido a ovulação • Não deve ser utilizado como método anticoncepcional O QUE PEDIR ANTES DE PASSAR CONTRACEPTIVOS PARA A PACIENTE? • História clínica detalhada – doenças, hábitos, antecedentes pessoais • Medir a PA – descartar hipertensão, tem que medir sempre porque às vezes a paciente não sabe • Exame pélvico – descartar a DIP, exame totalmente físico • USG transvaginal – descartar alterações que distorça a cavidade uterino → para DIU.
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