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GENÉTICA – Hermafroditismo, Pseudo-hermafroditismo (feminino e masculino) Em alguns recém-nascidos, as características sexuais são dificultadas pela presença de genitália ambígua, uma condição chamada hermafroditismo. Nesses casos, baseando-se em critérios anatômicos, histológicos, citológicos e psiquiátricos, surgem duas situações: hermafroditismo verdadeiro e pseudo- hermafroditismo. Hermafroditismo verdadeiro No hermafroditismo verdadeiro a diferenciação gonádica é incompleta, ou seja, existe tecido testicular e ovariano como órgãos separados ou fundidos em uma única gônada, portanto o indivíduo nasce com os dois órgãos sexuais e, em geral, a genitália é ambígua. A maioria dos hermafroditas verdadeiros é 46,XX e uma pequena parcela dos casos é atribuída a quimeras envolvendo linhagens celulares 46,XX e 46,XY. (GILBERT, Scott F.; BARRESI, Michael J F. Biologia do Desenvolvimento.) Pseudo-hermafroditismo Indivíduos com essa condição possuem tecido gonadal de apenas um sexo e os órgãos genitais de outro (diferente do verdadeiro hermafroditismo, cujos indivíduos possuem gônadas de ambos os sexos). Os pseudo-hermafroditas masculinos (46,XY) têm genitália feminina ou incompletamente masculina, embora os testículos estejam alojados no canal inguinal ou nos grandes lábios. (GILBERT, Scott F.; BARRESI, Michael J F. Biologia do Desenvolvimento.) Portanto, nesse caso, as gônadas são sempre masculinas. No decorrer de sua vida, pode apresentar características que são consideradas femininas como: crescimento dos seios, menstruação na adolescência ou ausência de pelos. O pseudo-hermafrodismo masculino pode ser causado por mutações no receptor androgênico (para testosterona) ou por mutações que afetam a síntese de testosterona (Geissler et al., 1994). Nessa condição, os testículos secretam os andrógenos, mas a ausência de receptores androgênicos nas células-alvo faz com que a diferenciação masculina fique incompleta. No pseudo-hermafrodita feminino, tem-se uma mulher geneticamente normal que possui órgão reprodutivos internos femininos, mas a genitália externa é masculinizada ou ambígua devido a hipertrofia do clítoris e fusão labial que leva a formação de uma estrutura semelhante a bolsa escrotal. A pessoa pode apresentar algumas características masculinas como: excesso de pelos, falta de menstruação na adolescência ou crescimento de barba. Em 50% dos casos, o principal gerador dessa condição é a hiperplasia adrenal congênita, que acontece em virtude da deficiência de enzimas do córtex adrenal fetal, envolvidas na biossíntese de cortisol causando o pseudo- hermafroditismo feminino que levam a características externas masculinas devido à presença de excesso de testosterona. Existem outras causas para o pseudo-hermafroditismo feminino como a presença de andrógenos na placenta ou pela ingestão de medicamentos pela mãe durante a gravidez. Portanto, o pseudo-hermafroditismo masculino descreve condições em que o sexo gonadal é masculino e as características sexuais secundárias são femininas, ao passo que o pseudo-hermafroditismo feminino descreve a situação inversa. O hermafroditismo verdadeiro é decorrente da diferenciação gonática incompleta que resulta na presença de dois órgãos genitais ao mesmo tempo. As situações clínicas de ambiguidade dos genitais externos são, na maior parte, explicadas por esses pseudo-hermafroditismos e a causa, na maioria das vezes, é genética, monogênica e, como visto, deve-se à falha na produção androgênica testicular e/ou suprarrenal. Referências: - BRUNONI, D.; PEREZ, A.B.A. Guia de Genética Médica. Editora Manole, 2013. - CASTRO, M.; ELIAS, L.L. Causas raras de pseudo-hermafroditismo feminino: quando suspeitar? Arq Bras Endocrinol Metab 2004; 49:126-137 - SANTOS, Moara de Medeiros Rocha; ARAUJO, Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira de. A clínica da intersexualidade e seus desafios para os profissionais da saúde. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 23, n. 2, p. 26-33, set. 2003 - 2 livro: GILBERT, Scott F.; BARRESI, Michael J F. Biologia do Desenvolvimento. - Pimentel, Márcia Mattos, G. et al. Genética Essencial . Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2013
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