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Livro Direito Previdenciário 2022 - Prof Eduardo Tanaka - 3° PARTE

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94 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
serviços de instalação elétrica do exemplo acima, só que, agora, para uma entidade beneficente de assis-
tência social isenta das contribuições sociais patronais, como, por exemplo, uma Santa Casa de Misericór-
dia, que presta assistência à saúde a pessoas carentes. O eletricista será descontado, então, em 20% (R$ 
200,00). Receberá, assim, o valor líquido de R$ 800,00 (pois R$ 200,00 foram descontados para a Previdên-
cia). Nesse caso, a Santa Casa, por ser entidade beneficente de assistência social, não recolhe a contribui-
ção patronal.
(CESPE – Auditor Fiscal da Previdência Social – UnB – 2003) Considere a seguinte 
situação hipotética: No mês de fevereiro de 2003, Lauro, autônomo, exercendo por 
conta própria atividade econômica, realizou diversos reparos nas instalações elétricas 
da Santa Casa de Misericórdia, entidade beneficente de assistência social e isenta das 
contribuições sociais patronais, prestando serviços, nessa competência, apenas à Santa 
Casa e recebendo R$ 1.000,00 pelo trabalho.
Nessa situação, a entidade beneficente estará obrigada a descontar, do total pago a 
Lauro, o equivalente a 11% de sua remuneração, bem como a efetuar o repasse em favor 
da previdência social.
Resposta: Errado. A afirmativa está errada, pois o percentual será de 20% (não há 
recolhimento patronal).
a.2) Contribuinte individual que presta diversos serviços a diversas empresas:
O que ocorreria se o contribuinte individual prestasse serviço a várias empresas e a soma dos valores 
recebidos ultrapassasse o limite máximo?
O art. 216, §§ 28 e 29, do Regulamento da Previdência Social traz a resposta:
§ 28. Cabe ao próprio contribuinte individual que prestar serviços, no mesmo mês, a mais de uma 
empresa, cuja soma das remunerações superar o limite mensal do salário de contribuição, comprovar 
às que sucederem à primeira o valor ou valores sobre os quais já tenha incidido o desconto da 
contribuição, de forma a se observar o limite máximo do salário de contribuição.
§ 29. Na hipótese do § 28, o Instituto Nacional do Seguro Social poderá facultar ao contribuinte 
individual que prestar, regularmente, serviços a uma ou mais empresas, cuja soma das remunerações 
seja igual ou superior ao limite mensal do salário de contribuição, indicar qual ou quais empresas e 
sobre qual valor deverá proceder o desconto da contribuição, de forma a respeitar o limite máximo, 
e dispensar as demais dessa providência, bem como atribuir ao próprio contribuinte individual a 
responsabilidade de complementar a respectiva contribuição até o limite máximo, na hipótese de, por 
qualquer razão, deixar de receber remuneração ou receber remuneração inferior às indicadas para o 
desconto.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 95 
Sendo assim, de qualquer forma, ele não deverá ser descontado sobre o valor máximo do salário de 
contribuição. Se ele presta serviço regular à empresa, poderá indicar qual ou quais empresas descontarão 
até atingir o limite máximo. Ou então, se ele presta serviços a várias empresas de forma irregular (ou seja, 
nunca sabe para quais empresas prestará serviços), quando o contribuinte individual atinge o limite máximo 
deverá comprovar às empresas que sucederem o valor ou valores sobre os quais já tenha incidido o descon-
to da contribuição, de forma a se observar o limite máximo do salário de contribuição.
O contribuinte individual que prestar serviços a mais de uma empresa, ou concomitantemente exer-
cer atividade como segurado empregado, empregado doméstico ou trabalhador avulso, quando o total das 
remunerações recebidas no mês for superior ao limite máximo do salário de contribuição, deverá, para efeito 
de controle do limite, informar o fato à empresa em que isso ocorrer. 
Sendo assim, o contribuinte individual é quem deve informar às outras empresas a respeito da incidên-
cia do desconto da contribuição sobre o limite máximo do salário de contribuição. Caso ocorra essa situação, 
o contribuinte individual levará à(s) outra(s) empresa(s) o comprovante de pagamento pelo serviço consigna-
do, além dos valores da remuneração previdenciária, a identificação completa da empresa, inclusive com o 
CNPJ e o número de inscrição do contribuinte individual no INSS.
Ex.: Se o contribuinte individual, eletricista autônomo, prestou serviço nas seguintes empresas: “A”, 
recebendo R$ 1.000,00; depois na “B”, recebendo R$ 1.000,00; depois na “C”, recebendo R$ 1.000,00; de-
pois na “D”, recebendo R$ 2.000,00; depois na “E”, recebendo R$ 3.000,00; e, finalmente, na “F”, recebendo 
R$ 2.000,00. Na empresa “E” o somatório dos valores foi de R$ 8.000,00, ultrapassando o teto do salário 
de contribuição. Assim, o contribuinte individual deverá informar, mediante apresentação dos respectivos 
recibos, que nas empresas A, B, C e D o somatório dos valores recebidos foi de R$ 5.000,00. Dessa forma, 
a empresa “E” só poderá fazer o desconto do segurado sobre a base de cálculo de R$ 2,087,22 (que é a di-
ferença de R$ 7.087,22 – R$ 5.000 = R$ 2.087,22). Já na empresa “F”, como foi atingido o teto, nada poderá 
ser descontado desse segurado. Lembre-se que a cota patronal não segue o limite do teto do segurado, ou 
seja, todas as empresas – A, B, C, D, E e F – deverão fazer o recolhimento da cota patronal sobre os valores 
pagos ao segurado.
 
b) Relação do contribuinte individual com o produtor rural pessoa física, com 
missão diplomática, com repartição consular e com outro contribuinte individual 
equiparado à empresa
Verificamos que estas são pessoas diversas, mas com algo em comum: há uma grande dificuldade 
prática em fiscalizá-las. Imagine, por exemplo, quantos produtores rurais pessoas físicas e contribuintes 
individuais existem no país para serem fiscalizados. Já a missão diplomática e repartição consular, apesar de 
serem também equiparadas à empresa, não respondem, todavia, por multas decorrentes de descumprimento 
de obrigação acessória prevista na legislação previdenciária.9
É lógico que todos estão sujeitos à fiscalização, mas diante da dificuldade de esta ser realizada, o 
legislador optou em manter a responsabilidade do recolhimento da parte do segurado ao próprio contribuinte 
individual prestador de serviço.
Essas pessoas têm a obrigação de recolher a parte patronal (20%), mas estão excluídos da obrigação 
de descontar e recolher a parte do contribuinte individual, como ocorre nas demais empresas.10
Logo, cabe ao contribuinte individual recolher a própria contribuição, sendo a alíquota, nesse caso, de 
20%, havendo também a possibilidade de dedução para 11%.
Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a outro contribuinte individual equiparado à em-
presa ou a produtor rural pessoa física ou a missão diplomática e repartição consular de carreira estrangei-
ras, poderá deduzir, da sua contribuição mensal, 45% da contribuição patronal do contratante, efetivamente 
recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que este lhe tenha pago ou creditado, no respectivo 
mês, limitada a 9% do respectivo salário de contribuição.11 Ou seja, nesse caso, o contribuinte individual 
poderá contribuir com 11% se tiver como comprovar que houve o recolhimento ou declaração da cota patro-
nal (20%) pelos tomadores, nessa condição. Sendo assim, haverá uma dedução semelhante à que vimos no 
9 Instrução Normativa RFB 971/2009, art. 259, § 1o.
10 Conforme o art 216, § 32 do RPS.
11 RPS, com redação dada pelo Decreto 4.729/2003, art. 216, § 20.
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96 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
item anterior, e o contribuinte individual pagará 11%.
Usaremos o exemplo do eletricista, contribuinte individual, prestando serviços ao consulado da Alema-
nha.
 
Quanto o contribuinte individual deverá recolher se esterecebe R$ 1.000,00 prestando serviço ao con-
sulado da Alemanha, não tendo sido comprovado o recolhimento ou declaração da quota patronal?
Resposta: R$ 1.000 x 20% = R$ 200,00.
Quanto o contribuinte individual deverá recolher se este recebe R$ 1.000,00 prestando serviço ao con-
sulado da Alemanha, tendo sido comprovado o recolhimento ou declaração da quota patronal? 
Resposta: R$ 1.000 x 11% = R$ 110,00.
Em todos os casos de prestação de serviços a essas pessoas, o contribuinte individual é responsável 
pelo recolhimento do valor correspondente a essa prestação, até dia 15 do mês seguinte ao da competência.
Para efeito de dedução, considera-se contribuição declarada a informação prestada na Guia de 
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) ou 
declaração fornecida pela empresa ao segurado, onde conste, além de sua identificação completa, inclusive 
com o número no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, o nome e o número da inscrição do contribuinte 
individual, o valor da retribuição paga e o compromisso de que esse valor será incluído na citada Guia de 
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social e efetuado o 
recolhimento da correspondente contribuição.12
Caso o contribuinte individual recolha com a alíquota de 11% e não comprove a regularidade da dedu-
ção dos 9%, será desconsiderado o valor indevidamente deduzido, devendo complementar as contribuições 
com os acréscimos legais devidos.
c) Relação do contribuinte individual cooperado de trabalho com cooperativa de 
trabalho
Estudamos que o cooperado é um contribuinte individual. A alíquota da contribuição previdenciária 
devida pelo contribuinte individual que presta serviço a empresa ou a pessoa física por intermédio de coope-
rativa de trabalho é de 20% (vinte por cento) sobre o salário de contribuição.13
A cooperativa de trabalho é equiparada a empresa, de modo que ela é obrigada a descontar 20% 
do valor da quota distribuída ao cooperado por serviços por ele prestados, por seu intermédio, e recolher o 
produto dessa arrecadação no dia 20 do mês seguinte ao da competência a que se referir, antecipando-se o 
12 Art. 216, § 21 do RPS. 
13 Art. 1º do Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 5/2015. 
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 97 
vencimento para o dia útil imediatamente anterior quando não houver expediente bancário no dia 20.
Quanto à contribuição patronal sobre os serviços prestados por cooperados de cooperativa de tra-
balho, não há qualquer previsão legal de pagamento. Mesmo porque, o valor descontado do contribuinte 
individual é de 20%.
d) Relação do contribuinte individual com pessoa física
Neste caso, o próprio contribuinte individual tem a responsabilidade pela contribuição de 20% sobre os 
valores recebidos em suas prestações de serviços a pessoas físicas. Não há que se falar em dedução para 
11%, pois a pessoa física não recolhe a quota patronal.
Por exemplo, um eletricista autônomo que prestou serviço de instalação elétrica em residência e co-
brou R$ 2.000,00 deverá recolher, até o dia 15 do mês seguinte, o valor de: R$ 2.000,00 x 20% = R$ 400,00.
Esse contribuinte individual, que trabalha por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou 
equiparado, poderá optar pela inclusão ao Plano Simplificado de Previdência Social, com as mesmas regras 
estudadas no segurado facultativo. Como já vimos, ele pode recolher 11%, porém somente sobre o valor 
mínimo. E, também, seus benefícios serão somente sobre o valor mínimo. Além do mais, não poderá se apo-
sentar, nessas condições, por tempo de contribuição. Nesse caso, a aposentadoria será por idade.
(CESPE – Defensor Público Federal – DPU) O contribuinte individual que trabalhe por 
conta própria – sem vinculação a pessoa jurídica, portanto – e o segurado facultativo 
que optarem pelo regime simplificado de recolhimento – com arrecadação baseada na 
alíquota de 11% – não terão direito a aposentar-se por tempo de contribuição.
Resposta: Certo. É o caso do contribuinte individual e segurado facultativo que optaram 
pela inclusão ao Plano Simplificado da Previdência Social.
(CESPE – Analista – INSS) Uma professora do ensino fundamental de âmbito municipal, 
que esteja amparada por regime próprio de previdência e ministre aulas particulares 
em sua residência, estará dispensada de recolher contribuições ao INSS quanto à 
remuneração que receba proveniente da atividade de professora particular.
Resposta: Errado. A afirmativa está errada, pois a referida professora é segurada 
obrigatória, pelo fato de dar aulas particulares, enquadrada na condição de contribuinte 
individual, independentemente de estar amparada por regime próprio. Sendo assim, 
deveria recolher as contribuições previdenciárias.
5.2.4. Contribuição do Microempreendedor Individual – MEI
A Lei Complementar 128, de 19.12.2008, trouxe a figura do Microempreendedor Individual – MEI e, 
como já estudamos, ele é considerado contribuinte individual. O MEI contribuirá para a Previdência Social 
com valor fixo, conforme regras específicas previstas na Lei Complementar 123/2006, que trata do Simples 
Nacional.
Assim, o MEI é optante pelo Simples Nacional e recolherá as contribuições previdenciárias na forma 
do art. 21, § 2o, da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, ou seja, utilizando-se das mesmas regras como 
ocorre no Plano Simplificado de Previdência Social. Entretanto, o recolhimento será efetuado com uma alí-
quota bem favorável de 5% sobre o valor mínimo (salário mínimo).
(FCC – Técnico do Seguro Social – INSS) João montou seu próprio negócio em 2010, 
obteve receita bruta, no ano-calendário anterior, de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e é 
optante do Simples Nacional. João não pretende receber aposentadoria por tempo de 
contribuição.
Nessa situação, a contribuição previdenciária a ser recolhida por João é de
a) 20% (vinte por cento) do limite mínimo do salário de contribuição.
b) 11% (onze por cento) do limite mínimo do salário de contribuição.
c) 8% (oito por cento) do limite mínimo do salário de contribuição.
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d) 9% (nove por cento) do limite mínimo do salário de contribuição.
e) 5% (cinco por cento) do limite mínimo do salário de contribuição.
Resposta: E.
Neste caso, também, exclui-se o direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. E 
caso ele pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria 
por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição, deverá complementar a con-
tribuição mensal mediante recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário de 
contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferença entre o percentual pago (5%) e o 
de 20%, acrescido dos juros moratórios.
Apesar de este capítulo se destinar ao assunto “Contribuições dos Segurados”, vamos, agora, aprovei-
tar e estudar também como ocorre a contribuição da empresa que toma serviço do MEI.
As empresas que tomam serviços de Microempreendedor Individual – MEI não têm a obrigatoriedade 
de fazer a retenção e o recolhimento da contribuição previdenciária desse segurado. Isso porque, indepen-
dentemente do valor do seu salário de contribuição, o MEI irá contribuir com o valor fixo de 5% sobre o salá-
rio mínimo. De modo que é o próprio MEI quem irá fazer seu próprio recolhimento. 
Já quanto à contribuição patronal de 20% sobre o valor pago, em regra, as empresas não têm a obri-
gação de fazê-la. Haverá essa obrigatoriedade exclusivamente em relação ao MEI que for contratado para 
prestar serviços de:
• hidráulica;
• eletricidade;
• pintura;
• alvenaria;
• carpintaria; e
• de manutençãoou reparo de veículos.
Portanto, em relação a outros serviços, não haverá tal obrigatoriedade para empresa contratante de 
serviços de MEI.
Por exemplo:
Se o MEI for contratado para prestar serviço de eletricidade e receber R$ 1.000,00 de remuneração, 
a empresa terá de fazer o pagamento da cota patronal de 20% sobre o valor pago. A cota do segurado não 
será descontada do MEI, pois este é quem irá recolher o valor fixo de 5% sobre o salário mínimo.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 99 
Se o MEI for contratado para prestar qualquer outro serviço não arrolado na lista acima, como, por 
exemplo: manutenção de computador. Neste caso, como esse serviço não está previsto na referida listagem, 
a empresa não deverá fazer o recolhimento da cota patronal. Assim, para a empresa não há fato gerador 
algum. Já o MEI continuará a recolher da forma explicada anteriormente – 5% sobre o salário mínimo.
Por exemplo:
Se o MEI for contratado para prestar serviço de manutenção de computador e receber R$ 1.000,00 de 
remuneração. A empresa NÃO terá de fazer o pagamento da cota patronal de 20%. A cota do segurado não 
será descontada do MEI, pois este é quem irá recolher o valor fixo de 5% sobre o salário mínimo.
Entretanto, não poderá optar pela sistemática de recolhimento prevista na Lei do Simples, o MEI:
I – cuja atividade seja tributada pelos Anexos V ou VI14 desta Lei Complementar, salvo autorização 
relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo CGSN;
II – que possua mais de um estabelecimento;
III – que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou 
IV – que contrate empregado.
5.2.4.1. O empregado do MEI
Já que estamos a falar do MEI, por uma razão didática, vamos aproveitar a oportunidade para encerrar 
o assunto MEI e, agora, vamos tratar de seu empregado. Nesse caso, a legislação permite que o MEI possua 
1 único empregado, que receba exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissio-
nal.
Sendo assim, o MEI deverá reter e recolher a contribuição previdenciária relativa ao segurado a seu 
serviço, e fica obrigado a prestar informações relativas ao segurado a seu serviço, na forma estabelecida 
pelo Comitê Gestor. O MEI, na condição de patrão, também estará sujeito ao recolhimento da contribuição 
previdenciária por conta da empresa (patronal), calculada à alíquota de 3% sobre o salário de contribuição de 
seu empregado.
Por exemplo:
Um empregado do MEI recebe o salário de contribuição de R$ 1.100,00, que é o piso da categoria. O 
MEI, no papel de patrão, terá que fazer o desconto convencional do salário de seu empregado. Assim, como 
o salário de contribuição está na primeira faixa salarial, descontará 7,5% de R$ 1.100,00 = R$ 82,50. Além 
disso, deverá fazer o pagamento da cota patronal que é de 3% (e não 20% como nas demais empresas) (3% 
de R$ 1.100,00 = R$ 33,00).
14 Como exemplos dessas atividades, temos: serviços de transportes intermunicipais e interestaduais; construção de imóveis e obras de 
engenharia em geral; empresas montadoras de estandes para feiras; academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de 
esportes; serviço de vigilância, limpeza ou conservação
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100 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
5.2.5. Quadro-resumo do contribuinte individual
A seguir apresentamos um quadro-resumo das contribuições dos contribuintes individuais:
 
Tomador de serviços Alíquota para 
desconto do 
contribuinte 
individual
Alíquota da empresa 
(patronal)
Responsável pelo 
recolhimento.
Empresa 11% 20% Empresa.
Entidade beneficente 
de assistência social 
(imune)
20% Não há – imune/
isenta.
Entidade beneficente 
de assistência social 
(imune).
Repartição consular, 
missão diplomática, 
produtor rural 
pessoa física, 
outro contribuinte 
individual equiparado 
à empresa
20%, em regra. 
11%, se comprovar 
o recolhimento da 
quota patronal.
20% O próprio 
contribuinte 
individual prestador 
de serviços.
Cooperativa de 
trabalho
20% Não há Cooperativa de 
trabalho.
Pessoa física 20%, em regra. 
11%, se aderir ao 
Plano Simplificado 
de Previdência Social
Não há. O próprio 
contribuinte 
individual.
MEI 5% sobre o 
limite mínimo 
(salário mínimo). 
É um valor fixo 
independentemente 
de quanto receber no 
mês.
20% quanto aos 
serviços previstos na 
listagem. Nos demais 
serviços, não há a 
cota patronal.
O próprio MEI 
recolhe sua cota.
 
5.3. CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL
A contribuição do segurado especial tem como base de cálculo a sua comercialização de seus produ-
tos rurais ou pesqueiros, sendo que, a Constituição Federal, em seu art. 195, § 8o, determina que:
O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os 
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados 
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o 
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
Estudamos anteriormente que o segurado especial é, basicamente, aquele pequeno produtor rural e 
o pescador artesanal. São pessoas geralmente humildes, e até hipossuficientes, e sujeitas às sazonalidades 
das colheitas e das épocas de pesca. Elas dificilmente conseguiriam pagar com regularidade o valor das con-
tribuições previdenciárias, se não se estabelecesse essa modalidade de custeio. Sendo assim, o segurado 
especial tem um método particular de recolhimento que difere dos outros tipos de segurados, o qual estuda-
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 101 
remos agora.
A base de cálculo será a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção. Em virtude 
disso, nos meses em que não há vendas, geralmente no período entressafra, não há necessidade de contri-
buição, mas, mesmo assim, continuará coberto e protegido pela Previdência Social.
A alíquota será, conforme o art. 25, I e II, da Lei no 8.212/1991:
I – 1,2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das 
prestações por acidente do trabalho.
Assim, o segurado especial deverá contribuir com o total de 1,3% sobre a comercialização de sua 
produção.
Além disso, será acrescido de 0,2% correspondente à contribuição devida ao Serviço Nacional de 
Aprendizagem Rural (Senar). Entretanto, essa contribuição, assim como outras relacionadas a “terceiros” 
(Sesc, Sesi, Sebrae etc.), não constitui contribuição para Seguridade Social, porém, cabe à Secretaria da 
Receita Federal do Brasil a sua fiscalização. 
Contribuindo desse modo, independentemente do volume de comercialização de sua produção, o 
segurado especial receberá seus benefícios calculados sobre o valor mínimo (salário mínimo). Mas, se ele 
desejar um benefício com valores maiores, existe a faculdade de recolher como se contribuinte individual fos-
se. Entretanto, continuará sendo segurado especial, apenas recolherá como se fosse contribuinte individual, 
com a expectativa de, no futuro, gozar de benefícios (ex.: aposentadoria) com valores superiores ao salário 
mínimo.
O art. 25, §§ 3o, 10 e 11, da Lei no 8.212/1991 traz o que integra a base de cálculo da contribuição do 
segurado especial:
§3o Integram a produção, para os efeitos deste artigo, os produtos de origem animal ou vegetal, 
em estado natural ou submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização rudimentar, 
assim compreendidos, entre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, 
descascamento, lenhamento, pasteurização, resfriamento,secagem, fermentação, embalagem, 
cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem, torrefação, bem como os 
subprodutos e os resíduos obtidos através desses processos. (...)
§10. Integra a receita bruta de que trata este artigo além dos valores decorrentes da comercialização da 
produção relativa aos produtos a que se refere o § 3o deste artigo, a receita proveniente:
I – da comercialização da produção obtida em razão de contrato de parceria ou meação de parte do 
imóvel rural;
II – da comercialização de artigos de artesanato de que trata o inciso VII do § 10 do art. 12 desta Lei;
Obs.: Inc. VII do § 10 do art. 12 da Lei no 8.212/1991: 
“atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, 
podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade 
não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social”.
III – de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de produtos comercializados no imóvel rural, 
desde que em atividades turística e de entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive 
hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de visitação 
e serviços especiais;
IV – do valor de mercado da produção rural dada em pagamento ou que tiver sido trocada por outra, 
qualquer que seja o motivo ou finalidade; e
V – de atividade artística de que trata o inciso VIII do § 10 do art. 12 desta Lei.
Obs.: Inc. VIII do § 10 do art. 12 da Lei no 8.212/1991: 
“atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada 
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102 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
da Previdência Social”.
O art. 25, § 12, da Lei no 8.212/1991, incouídopelao Lei nº 13.606, de 2.018, traz uma lista de produ-
tos rurais que não integram a base de cálculo da contribuição do segurado especial:
§ 12. Não integra a base de cálculo da contribuição de que trata o caput deste artigo a produção rural 
destinada ao plantio ou reflorestamento, nem o produto animal destinado à reprodução ou criação 
pecuária ou granjeira e à utilização como cobaia para fins de pesquisas científicas, quando vendido 
pelo próprio produtor e por quem a utilize diretamente com essas finalidades e, no caso de produto 
vegetal, por pessoa ou entidade registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que 
se dedique ao comércio de sementes e mudas no País. 
Dessa forma, essa lista de produtos rurais que não integram a base de cálculo da contribuição do 
segurado especial é:
- produção rural destinada ao plantio ou reflorestamento;
- produto animal destinado à reprodução ou criação pecuária ou granjeira, quando vendido pelo próprio 
produtor e por quem a utilize diretamente com essa finalidade;
- produto animal destinado à utilização como cobaia para fins de pesquisas científicas, quando vendido 
pelo próprio produtor e por quem a utilize diretamente com essa finalidade;
- produto vegetal comercializado por pessoa ou entidade registrada no Ministério da Agricultura, Pecuá-
ria e Abastecimento que se dedique ao comércio de sementes e mudas no País.
Já o § 11 do art. 25 da Lei no 8.212/1991 traz que:
§ 11. Considera-se processo de beneficiamento ou industrialização artesanal aquele realizado 
diretamente pelo próprio produtor rural pessoa física, desde que não esteja sujeito à incidência do 
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.
Entretanto, a própria Lei no 8.212/1991 traz algumas exceções em que pode haver a incidência de IPI 
e, mesmo assim, não o desenquadre da condição de segurado especial.15 Já estudamos no capítulo “Segura-
dos da Previdência Social” que não descaracteriza a condição de segurado especial a incidência do Imposto 
sobre Produtos Industrializados – IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas com a participação desse 
segurado em sociedade empresária, em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de 
empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, 
considerada microempresa. Entretanto, é condição que o referido segurado especial mantenha o exercício da 
sua atividade rural e que a pessoa jurídica componha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se 
no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades.
O responsável pelo recolhimento da contribuição do segurado especial é, em regra, a pessoa jurídica 
que adquire sua produção. Por exemplo: o restaurante, a indústria alimentícia, o mercadinho. São as empre-
sas adquirentes que têm a responsabilidade do recolhimento à previdência.
A contribuição do segurado especial será recolhida:
I – pela empresa adquirente, consumidora ou consignatária, ou a cooperativa, que ficam sub-rogadas 
no cumprimento das obrigações do segurado especial, exceto nos casos do inciso III; (Este é o caso da pes-
soa jurídica que comprou produto rural.
II – pela pessoa física não produtor rural, que fica sub-rogada no cumprimento das obrigações do 
segurado especial, quando adquire produção para venda no varejo a consumidor pessoa física; (É o caso de 
pessoas que adquirem produto rural para vender no varejo. Por exemplo:o feirante.)
III – pelo próprio segurado especial, caso comercialize sua produção com adquirente domiciliado no 
exterior, diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro 
segurado especial.
Sendo assim, existem situações em que o próprio segurado especial será responsável por seu recolhi-
mento, quando comercializar:
• sua produção no exterior;
15 Art. 12, § 9.o, VII, da Lei no 8.212/1991.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 103 
• diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa física; 
• a produtor rural pessoa física; 
• a outro segurado especial.
Por exemplo:
1 – O segurado especial vendeu na feira, diretamente ao consumidor pessoa física, R$ 2.000,00 de 
sua produção. Nesse caso, o segurado especial é responsável por seu recolhimento, no valor de R$ 2.000 x 
1,3% = R$ 26,00.
2 – O segurado especial vendeu para o supermercado da cidade R$ 2.000,00 de sua produção. Nesse 
caso, o supermercado (empresa) é responsável por seu recolhimento no mesmo valor de R$ 2.000 x 1,3% = 
R$ 26,00.
No Brasil, é comum a figura do intermediário pessoa física, que não seja produtor rural. Desse modo, 
ele será responsável pelo recolhimento do segurado especial, se vender a produção diretamente no varejo. 
Caso esse intermediário revenda a produção rural para alguma empresa, a responsabilidade será da empre-
sa adquirente.
Também, o próprio segurado especial será obrigado a recolher, diretamente, a contribuição incidente 
sobre a receita bruta proveniente:16
a) da comercialização de artigos de artesanato elaborados com matéria-prima produzida pelo respecti-
vo grupo familiar;
b) de comercialização de artesanato ou do exercício de atividade artística, conforme explicado anterior-
mente; e
c) de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de produtos comercializados no imóvel rural, 
desde que em atividades turística e de entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive hospeda-
gem, alimentação, recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços 
especiais.
O segurado especial é obrigado a arrecadar a contribuição de trabalhadores a seu serviço e a re-
colhê-la até o dia 20 do mês seguinte ao da competência. Isso porque, como vimos, a Lei no 11.718/2008 
concedeu a esse segurado a possibilidade de contratação de trabalhadores. Sua contribuição sobre a 
comercialização de seus produtos rurais também obedece à mesma regra do dia 20 do mês seguinte ao da 
competência.17 
Oart. 30, §§ 7o, 8o e 9o, da Lei no 8.212/1991, incluído pela Lei no 11.718/2008, traz regras, referente 
a obrigações acessórias, quanto à comercialização da produção rural do segurado especial:
 §7o A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora ou consignatária da produção fica obrigada 
a fornecer ao segurado especial cópia do documento fiscal de entrada da mercadoria, para fins de comprova-
ção da operação e da respectiva contribuição previdenciária.
§ 8o Quando o grupo familiar a que o segurado especial estiver vinculado não tiver obtido, no ano, por 
qualquer motivo, receita proveniente de comercialização de produção deverá comunicar a ocorrência à Previ-
dência Social, na forma do regulamento.
§ 9o Quando o segurado especial tiver comercializado sua produção do ano anterior exclusivamente 
com empresa adquirente, consignatária ou cooperativa, tal fato deverá ser comunicado à Previdência Social 
pelo respectivo grupo familiar.
5.4. COMPLEMENTAÇÃO E AGRUPAMENTO DE CONTRIBUIÇÕES QUE NÃO 
ATINGIRAM O VALOR MÍNIMO
Estudamos que o salário de contribuição possui um valor mínimo, que atualmente é o próprio valor do 
salário mínimo.
16 Art. 30, XII, da Lei no 8.212/1991, incluído pela Lei no 11.718/2008.
17 Conforme art. 30, incisos X e XIII, da Lei no 8.212/1991.
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104 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
Sendo assim, pode haver períodos nos quais o segurado não atinja o valor mínimo e consequente-
mente, estes períodos não poderiam ser contados nos cálculos dos benefícios. Assim, para possibilitar o 
aproveitamento desse tempo, a Emenda Constituicional nº 103, de 2019 - reforma da previdência - trouxe 
regras a respeito da complementação e agrupamento de contribuições.
Dessa forma, o segurado que, no somatório de remunerações auferidas no período de um mês, re-
ceber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição poderá solicitar o ajuste das 
competências pertencentes ao mesmo ano civil, na forma por ele indicada, ou autorizar que os ajustes sejam 
feitos automaticamente, para que o limite mínimo mensal do salário de contribuição seja alcançado, por meio 
da opção por:18
I - complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo exigido; 
II - utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição de uma competência em 
outra; ou 
III - agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências, para aproveitamento 
em contribuições mínimas mensais. 
Porém, esses ajustes de complementação ou agrupamento de contribuições somente poderão ser 
feitos ao longo do mesmo ano civil.
Vamos analisar essas 3 modalidades:
I - Complementação de sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo 
exigido.
Estudamos que o valor mínimo mensal é de um salário mínimo. Mas o que ocorreria se um segurado 
prestasse um único serviço durante o mês, a uma única empresa, e não atingisse esse valor?
Nesse caso, o segurado pode complementar, diretamente, a contribuição até o valor mínimo mensal 
do salário de contribuição, quando as remunerações recebidas no mês por serviços prestados a pessoas 
jurídicas forem inferiores a este.
Por exemplo, imagine que, naquela nossa história do eletricista, ele tivesse prestado um único serviço 
naquele mês, no valor de R$ 500,00.
A empresa descontaria e pagaria o valor de:
R$ 500,00 x 11% = R$ 55,00 (valor descontado e recolhido do contribuinte individual).
Entretanto, o contribuinte individual precisará complementar a contribuição até o valor mínimo mensal, 
que é:
R$ 1.212,00 (valor mínimo mensal - em 2022) – R$ 500,00 (salário de contribuição recolhido pela em-
presa) = R$ 712,00 (saldo do salário de contribuição a recolher);
R$ 712,00 x 20% = R$ 142,40 (valor a recolher para complementar o valor mínimo mensal).
Nota-se que a empresa descontou e recolheu R$ 55,00 (sobre o salário de contribuição de R$ 500,00) 
e o eletricista complementou, recolhendo R$ 142,40. A alíquota utilizada pela empresa foi de 11%. E a alí-
quota usada pelo contribuinte individual para complementar o valor mínimo mensal foi de 20%, pois, como 
não houve o recolhimento patronal referente à diferença a complementar, nesse caso, não cabe a dedução 
prevista em lei. E a responsabilidade por esse recolhimento complementar é do próprio contribuinte individu-
al, que deverá realizar o pagamento até o dia 15 do mês seguinte ao da competência.
O Regulamento da Previdência Social, em seu art 216, § 27-A, incluído pelo Decreto 10.410/2020, 
trouxe regras referentes a esta complementação:
a) o recolhimento da complementação deverá ser efetuado pelo próprio segurado até o dia quinze do 
mês seguinte ao da competência de referência e, após essa data, com incidência dos acréscimos legais 
de que tratam os art. 238 e art. 239 (juros e multa);
Comentário: Dessa forma, os recolhimentos feitos após o prazo do dia 15 do mês seguinte ao da com-
petência, será acrescido de juros e multa, conforme abordado no capítulo 9 deste livro.
b) para o empregado, o empregado doméstico e o trabalhador avulso, a complementação será efetuada 
18 Art. 216, § 27-A do RPS, incluído pelo Decreto nº 10.410/2020.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 105 
por meio da aplicação da alíquota de sete inteiros e cinco décimos por cento (7,5%), inclusive para o 
mês em que exista contribuição concomitante na condição de contribuinte individual; e
Comentário: para os segurados sujeitos à tabela do INSS, utiliza-se a alíquota mínima (7,5%), haja 
vista que o limite mínimo é o salário mínimo. Se, por exemplo, o segurado é empregado e contribuinte indivi-
dual, utiliza-se também esta alíquota de 7,5%.
c) para o contribuinte individual que preste serviço a empresa, de que trata o § 26, e que contribua 
exclusivamente nessa condição, a complementação será efetuada por meio da aplicação da alíquota de 
vinte por cento (20%).
Comentário: para o contribuinte individual, que não seja empregado, empregado doméstico ou traba-
lhador avulso, a alíquota de complementação é de 20%.
ATENÇÃO! O segurado que fizer contribuição com valor inferior ao salário 
mínimo, não terá contado o respectivo mês como tempo de contribuição. Por 
isso é importante a complementação ou agrupamento aqui tratados.
II - Utilização do valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribui-
ção de uma competência em outra.
Esta é uma possibilidade trazida pela reforma previdenciária proporcionando a oportunidade de o se-
gurado utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição de uma competência em 
outra. 
Por exemplo: imagine que um segurado teve um recolhimento mensal, no mês de janeiro, no valor 
de 3 salários mínimos. Porém, em um outro recolhimento mensal, no mês de março do mesmo ano, como 
prestou poucos serviços durante esse período, teve recolhimento no valor de meio salário mínimo. Nesta 
situação, esse trabalhador poderá utilizar, por exemplo: meio salário mínimo do mês de janeiro para comple-
mentar o que faltava para chegar a 1 salário mínimo no mês de março e, consequentemente, possibilitar a 
utilização neste período como tempo de contribuição. 
E, conforme o RPS (Art. 216, § 27-A, II):
a) para efeito de utilização da contribuição, serão considerados os salários de contribuição apurados 
por categoria, consolidados na competência de origem;
Comentário: tomando o exemplo anterior, supomos que o segurado seja enquadrado nas categorias 
empregado e contribuinte individual em janeiro. Como empregado ele recebeu R$1.000,00 (alíquota de 7,5%) 
e como contribuinte individual recebeu R$3.000,00 (alíquota de 20%). Em março este trabalhador perdeu o 
emprego, está enquadrado somente na categoria de contribuinte individual e seu recebimento foi de meio 
salário mínimo. Dessa forma,utiliza-se meio salário mínimo, que é o valor da contribuição que excedeu em 
janeiro o limite mínimo de contribuição, recebido como contribuinte individual.
b) o salário de contribuição poderá ser utilizado para complementar uma ou mais competências com 
valor inferior ao limite mínimo, mesmo que em categoria distinta;
c) poderão ser utilizados valores excedentes ao limite mínimo do salário de contribuição de mais de 
uma competência para compor o salário de contribuição de apenas uma competência; e
d) utilizado o valor excedente, caso o salário de contribuição da competência favorecida ainda 
permaneça inferior ao limite mínimo, esse valor poderá ser complementado nos termos do disposto 
no inciso I (tratado no item anterior).
III – Agrupamento de contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes 
competências, para aproveitamento em contribuições mínimas mensais.
Esta também é uma nova possibilidade trazida pela reforma previdenciária proporcionando a oportuni-
dade de o segurado agrupar diversas contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências, 
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106 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
para aproveitamento em contribuições mínimas mensais. 
Por exemplo: imagine que um segurado teve 4 recolhimentos mensais, no mês de janeiro, feverei-
ro, março e abril no valor de meio salário mínimo cada. Nesta situação, esse trabalhador poderá utilizar os 
valores de meio salário mínimo dos meses de janeiro e fevereiro para agrupar o que faltava para chegar a 1 
salário mínimo nos meses de março e abril e, consequentemente, possibilitar a utilização nestes meses como 
tempo de contribuição. 
E, conforme o RPS (Art. 216, § 27-A, III):
a) as competências que não atingirem o valor mínimo do salário de contribuição poderão ser agrupadas 
desde que o resultado do agrupamento não ultrapasse o valor mínimo do salário de contribuição; 
b) na hipótese de o resultado do agrupamento ser inferior ao limite mínimo do salário de contribuição, 
o segurado poderá complementar na forma prevista no inciso I ou utilizar valores excedentes na forma 
prevista no inciso II; e 
c) as competências em que tenha havido exercício de atividade e tenham sido zeradas em decorrência 
do agrupamento poderão ser objeto de recolhimento pelo segurado, respeitado o limite mínimo.
Comentário: tomando em consideração o exemplo anterior, como os meses de janeiro e fevereiro fo-
ram utilizados para agrupar nos meses de março e abril, não há mais saldo de salário de contribuição naque-
les meses de janeiro e fevereiro, pois estão zerados. Entretanto, caso o segurado queira, ele pode recolher 
esses meses de janeiro e fevereiro. 
Observações: 
O valor da contribuição referente ao décimo terceiro salário não poderá ser utilizado nesses comple-
mentos ou agrupamentos.
É vedada a reversão da utilização e do agrupamento.19 Assim, feita a complementação ou agrupamen-
to, não é possível “desfazer”.
Caso ocorram eventos posteriores que gerem inconsistências no cálculo da contribuição na compe-
tência favorecida por complementação, utilização ou agrupamento, essa competência ficará pendente de 
regularização.20
19 Art. 216, § 27-C do RPS.
20 Art. 216, § 27-D do RPS.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 107 
6- Contribuições das Empresas (Patronais)
Sobre a folha de pagamento, incidem, basicamente, dois tipos de contribuições: a do segurado, que 
acabamos de estudar, e as contribuições da empresa e do empregador doméstico, conhecidas, também, 
como contribuições patronais, as quais iniciaremos o estudo.
6.1. CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO
Com a vigência da Lei Complementar 150/2015, que dispõe sobre o contrato de trabalho do emprega-
do doméstico, o empregador doméstico está incluído no chamado “Simples Doméstico”.
O Simples Doméstico assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, 
dos seguintes valores:1
I – 7,5%, 9%, 12% ou 14% de contribuição previdenciária, a cargo do segurado empregado doméstico, 
conforme a “tabela de contribuição do empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso” estudada no 
capítulo anterior (contribuição do segurado), descontado do salário do empregado doméstico pelo emprega-
dor doméstico;
II – 8% (oito por cento) de contribuição patronal previdenciária para a seguridade social, a cargo do 
empregador doméstico;
III – 0,8% de contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho;
IV – 8% de recolhimento para o FGTS;
V – 3,2% destinado ao pagamento da indenização compensatória da perda do emprego, sem justa 
causa ou por culpa do empregador; e
VI – imposto sobre a renda retido na fonte, se incidente.
Dessa forma, a contribuição do empregador doméstico (a patronal) é de 8% do salário de contribuição 
do empregado doméstico a seu serviço.2 Nota-se que a alíquota patronal é fixa, sem aplicação de nenhuma 
tabela. E nota-se, também, que a base de cálculo é o salário de contribuição, ou seja, diferentemente das 
empresas, existe um teto máximo no pagamento da quota patronal, que é o próprio limite máximo do salário 
de contribuição (teto da Previdência Social).
O empregador doméstico é responsável pelo pagamento tanto da cota patronal quanto pelo desconto 
e recolhimento da parte do empregado doméstico, além do seguro contra acidentes de trabalho, FGTS, valor 
destinado ao pagamento da indenização compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa 
do empregador e imposto sobre a renda retido na fonte, se incidente.
O recolhimento será realizado em um único documento de arrecadação, até o dia 7 do mês seguinte 
ao da competência; caso não haja expediente bancário, o prazo será antecipado para o dia com expediente 
bancário imediatamente anterior.
Ex.: Maria, empregada doméstica, recebeu o valor de R$ 1.000,00, como salário de contribuição. 
Quais serão os pagamentos a serem feitos pelo empregador doméstico?
Será descontado de Maria o valor de:
R$ 1.000,00 x 7,5% (percentual retirado da tabela de contribuição) = R$ 75,00.
Desse modo, Maria receberá o valor líquido de: R$ 1.000,00 – R$ 75,00 = R$ 925,00.
Já, a contribuição patronal previdenciária será de:
1 Conforme o art. 34 da Lei Complementar 150/2015.
2 Lei no 8.212/1991, art. 24.
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R$ 1.000,00 x 8% (percentual fixo em lei) = R$ 80,00.
A contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho será de:
R$ 1.000,00 x 0,8% = R$ 8,00.
O recolhimento para o FGTS será de: R$ 1.000,00 x 8% = R$ 80,00.
O valor destinado ao pagamento da indenização compensatória da perda do emprego, sem justa cau-
sa ou por culpa do empregador, será de:
R$ 1.000,00 x 3,2% = R$ 32,00.
Obs.: no valor de R$ 1.000,00 não há incidência de imposto sobre a renda retido na fonte.
De modo que o valor total a ser pago no documento de recolhimento será de:
R$ 75,00 (desconto do empregado) + R$ 80,00 (quota patronal) + R$ 8,00 (seguro contra acidentes de 
trabalho) + R$ 80,00 (FGTS) + R$ 32,00 (pagamento de indenização compensatória) = R$ 275,00.
Desse valor de R$ 275,00, a quantidade referente, exclusivamente, à Previdência Social será de:
R$ 75,00 (desconto do empregado) + R$ 80,00 (quota patronal) + R$ 8,00 (seguro contra acidentes de 
trabalho) = R$ 163,00.
Para ilustrar, veja o esquema a seguir:
(CESPE – Defensor Público – DPE-PE – 2015) Rita foi contratada para trabalhar na 
residência de Zuleica, em atividade sem fins lucrativos, mediante o recebimento de um 
salário mínimo por mês.
Nessa situação hipotética, a contribuição destinada à seguridade social a cargo de 
Zuleica será de 20% sobre o total das remunerações pagas,devidas ou creditadas, a 
qualquer título, no decorrer do mês, à segurada.
Resposta: Errado. O empregador doméstico recolhe 8% + 0,8% = 8,8% sobre o salário de 
contribuição do empregado doméstico.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 109 
(TRT-SP – Juiz do Trabalho – adaptada) A contribuição do empregador doméstico 
incidente sobre o salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço é de 
oito por cento e oito décimos por cento para o financiamento do seguro contra acidentes 
de trabalho.
Resposta: C.
(FCC – Procurador Autárquico – adaptada) Considere as seguintes hipóteses:
I. Segurado especial. II. Microempreendedor individual – MEI, de que trata a LC 123/2006, 
que optou pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de 
contribuição. III. Segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente 
ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente à família
de baixa renda. IV. Empregador doméstico.
As alíquotas de contribuição e a base de cálculo para o custeio e financiamento da 
seguridade social em relação as hipóteses citadas acima são correta e respectivamente:
a) I – 1,2% sobre a receita bruta proveniente da comercialização da sua produção. II 
– 5% sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição. III – 5% sobre o limite 
mínimo mensal do salário de contribuição. IV – 8,8% sobre o salário de contribuição do 
empregado.
b) I – 2% sobre a receita líquida proveniente da comercialização da sua produção. II 
– 5% sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição. III – 2% sobre o limite 
mínimo mensal do salário de contribuição. IV – 20% sobre o salário de contribuição do 
empregado.
c) I – 1,2% (sendo 0,1% a título de SAT) sobre a receita líquida proveniente da 
comercialização da sua produção. II – 5% sobre o limite mínimo mensal do salário de 
contribuição. III – 2% sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição. IV – 12% 
sobre o salário de contribuição do empregado.
d) I – 2,1% (sendo 0,1% a título de SAT) sobre o salário de contribuição. II – 11% sobre o 
limite mínimo mensal do salário de contribuição. III – 5% sobre o limite mínimo mensal 
do salário de contribuição. IV – 12% sobre o salário de contribuição do empregado.
e) I – 2% sobre a receita bruta proveniente da comercialização da sua produção. II – 
5% sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição. III – 5% sobre o limite 
mínimo mensal do salário de contribuição. IV – 20% sobre o salário de contribuição do 
empregado.
Resposta: A.
6.2. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA
A contribuição da empresa está prevista no art. 195, I, a, da Constituição Federal:
Art. 195. A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos 
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa 
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
Em regra, a alíquota da contribuição patronal é 20%, e o recolhimento deve ser feito até o dia 20 do 
mês seguinte ao da competência a que se referir, antecipando--se o vencimento para o dia útil imediatamente 
anterior quando não houver expediente bancário no dia 20.
Ao contrário das contribuições dos segurados, não há valor máximo (teto) a recolher por parte da em-
presa.
Por exemplo: de um empregado que recebe R$ 10.000,00 será descontado sobre o limite máximo do 
salário de contribuição (teto da Previdência Social).
Já a parte da empresa (a cota patronal) não se limita a esse valor,3 portanto, esta recolherá: R$ 
3 Ao contrário da contribuição do empregador doméstico que contribui no máximo sobre o limite máximo do salário de contribuição.
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110 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
10.000,00 x 20% = R$ 2.000,00.
Podemos, didaticamente, dividir as contribuições das empresas em:
a) incidentes sobre remunerações de contribuintes individuais;
b) incidentes sobre remunerações de empregados e segurados avulsos;
 c) substitutivas, em relação à parte patronal da regra geral de custeio.
Vamos, pois, iniciar a explicação sobre as contribuições das empresas, conforme a classificação aci-
ma.
6.2.1. Contribuições das empresas incidentes sobre remunerações de 
contribuintes individuais
A cota patronal da empresa que toma serviço de contribuinte individual, da mesma forma que dos 
empregados, é de 20%. Lembrando que, neste caso, a empresa é responsável pelo desconto e recolhimento 
de 11% do contribuinte individual.4
O inc. II do art. 201 do RPS trata do recolhimento patronal incidente sobre remunerações do contribuin-
te individual:
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 
23, é de: (...)
III – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer 
do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços.
O fato gerador ocorre quando a remuneração é paga ou creditada ao contribuinte individual, a qualquer 
título. O termo “a qualquer título” quer dizer que não importa de que forma é paga ou qual a denominação 
utilizada para a remuneração recebida pelo contribuinte individual. Por exemplo, se o contribuinte individual 
recebe parte de sua remuneração por meio de vale-transporte, este será considerado como remuneração, 
pois não há previsão legal para não considerá-lo como tal.
Médico-residente:
Integra a remuneração a bolsa de estudos paga ou creditada ao médico-residente participante do 
programa de residência médica, que é considerado como contribuinte individual. Da mesma forma, a parte 
patronal será de 20%.
Empresários:
O segurado contribuinte individual empresário recebe, em regra, uma remuneração para exercer sua 
função. Esse pagamento é chamado pró-labore. Entretanto, não havendo comprovação dos valores pagos 
ou creditados aos segurados empresários, sócios, diretores de empresas, diretores de cooperativas quando 
remunerados (de que tratam as alíneas e a i do inc. V do art. 9o do RPS), em face de recusa ou sonegação 
de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a contribuição da empresa referente 
a esses segurados será de 20%, sendo aferida sobre:5
I – o salário de contribuição do segurado nessa condição;
II – a maior remuneração paga a empregados da empresa; ou
III – o salário mínimo, caso não ocorra nenhuma das hipóteses anteriores.
Já no caso de sociedade civil de prestação de serviços profissionais, relativos ao exercício de pro-
fissões legalmente regulamentadas (como, por exemplo, dentista, advogado, médico), a contribuição da 
empresa referente aos segurados contribuintes individuais (que se referem às alíneas g a i do inc. V do art. 
9º, observado o disposto no art. 225 do RPS e legislação específica) será de 20% sobre:6
I – a remuneração paga ou creditada aos sócios em decorrência de seu trabalho, de acordo com a 
escrituração contábil da empresa; ou
4 O percentual aplicado é de 11%, pois houve redução de nove pontos percentuais da alíquota do contribuinte individual de 20%.
5 Art. 201, § 3º, do RPS.
6 Art. 201, § 5o, do RPS.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 111 
II – os valores totais pagos ou creditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da 
pessoa jurídica, quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a prove-
niente do capital social, ou tratar-sede adiantamento de resultado ainda não apurado por meio de demons-
tração de resultado do exercício.
Dessa forma, evita-se a sonegação que poderia ocorrer se o empresário recebesse sua remuneração 
(pró-labore) “disfarçada” de antecipação de lucros, sem que houvesse a previsão deste.
Condutor autônomo de veículo rodoviário:
Na contratação de serviços de transporte rodoviário de carga ou de passageiro, de serviços prestados 
com a utilização de trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, a base de cálculo da 
contribuição da empresa corresponde a 20% do valor da nota fiscal, fatura ou recibo, quando esses servi-
ços forem prestados por condutor autônomo de veículo rodoviário, auxiliar de condutor autônomo de veículo 
rodoviário, bem como por operador de máquinas.7
Este é o caso, por exemplo, do caminhoneiro autônomo que faz frete para empresas. Esse autônomo 
tem gastos com a manutenção de seu caminhão, com combustível etc. De modo que não seria justo aplicar 
a base de cálculo sobre o valor integral. Assim, se, por exemplo, o caminhoneiro recebeu R$ 1.000,00 pelo 
frete, a base de cálculo para efeitos de contribuição previdenciária será de: R$ 1.000,00 x 20% = R$ 200,00. 
E a contribuição da empresa será de: R$ 200,00 x 20% = R$ 40,00.
Da mesma forma, no nosso exemplo, essa base de cálculo (R$ 200,00) será utilizada para a empre-
sa fazer o desconto e recolhimento da parte desse segurado contribuinte individual: R$ 200,00 x 11% = R$ 
22,00.
6.2.1.1. Adicional das cooperativas de produção
Considera-se cooperativa de produção aquela em que seus associados contribuem com serviços 
laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens, quando a cooperativa detenha, por qual-
quer forma, os meios de produção.8 Por exemplo, um grupo de bordadeiras pode montar uma cooperativa de 
produção com o objetivo de, juntas, unirem forças para a produção e a comercialização de seus bordados, 
visando incrementar a produção, as vendas e, consequentemente, o retorno financeiro, pelo trabalho que 
elas dominam.
Os cooperados (no exemplo, as bordadeiras) são considerados segurados contribuintes individuais.
Sendo assim, a cooperativa de produção equipara-se à empresa, devendo recolher os 20% (cota 
patronal) sobre a remuneração paga ou creditada aos cooperados (que são contribuintes individuais), como 
toda empresa o faz.
Entretanto, será devida contribuição adicional de doze, nove ou seis pontos percentuais, a cargo da 
cooperativa de produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, na 
7 Art. 22, §15, da Lei 8.212/91.
8 Conceito dado pela Lei no 10.666/2003, art. 1o, § 3o.
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112 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
hipótese de exercício de atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 
anos de contribuição, respectivamente.
Tanto a contribuição patronal quanto a do contribuinte individual deverão ser feitas pela cooperativa de 
produção.
Um exemplo: vamos supor que a cooperativa de produção trabalhe com substâncias altamente tóxi-
cas, que, em contato com o cooperado, dão ensejo à aposentadoria especial,9 a qual permite que o trabalha-
dor se aposente após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. Nessa situação, além dos 20% a serem recolhidos 
pela cooperativa de produção, há um adicional de 12%, 9% ou 6%, respectivamente. As alíquotas poderão, 
então, alcançar 32%, 29% ou 26% sobre a remuneração dos cooperados, conforme demonstrado na tabela a 
seguir:
Aposentadoria especial 
aos:
Alíquota (normal) 
das cooperativas de 
produção (assim como 
das empresas)
Adicional Total 
adicionado
15 anos de contribuição 20% 12% 32%
20 anos de contribuição 20% 9% 29%
25 anos de contribuição 20% 6% 26%
DICA! Para ajudar a memorizar, sempre digo aos meus alunos que esses 
percentuais adicionais da cooperativa de produção assemelham-se a um 
jogo de truco = 6 / 9 / 12!
6.2.2. Contribuições das empresas incidentes sobre remunerações de 
empregados e trabalhadores avulsos
Conforme o art. 201 do RPS:
A contribuição a cargo da empresa, destinada à seguridade social, é de:
I – 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer 
título, no decorrer do mês, aos segurados empregado e trabalhador avulso, além das contribuições 
previstas nos arts. 202 [Gilrat] e 204 [Cofins e CSLL];
A regra é esta: a empresa arrecadará 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou credita-
das, a qualquer título, aos segurados empregado e trabalhador avulso.
Quando a lei diz: “remunerações pagas, devidas ou creditadas”, significa que, quando as remunera-
ções são pagas em dinheiro ou creditadas em conta corrente, há ocorrência da incidência de contribuição 
previdenciária, e, mesmo que a empresa não pague a seus empregados, há ocorrência do fato gerador, pelo 
simples fato de as remunerações serem devidas. Dessa forma, não há como a empresa se escusar de reco-
lher as contribuições sociais, pelo fato de estar inadimplente com seus funcionários. 
6.2.2.1. Adicional das instituições financeiras
A Lei no 8.212/1991, art. 22, § 1o, determina que, no caso de bancos comerciais, bancos de investi-
mentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimen-
to, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, 
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capita-
lização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e 
fechadas, além das contribuições sociais básicas, é devida a contribuição adicional de 2,5% sobre a base 
de cálculo dos segurados empregados, avulsos e contribuintes individuais que prestarem serviços a essas 
instituições financeiras.
9 Sobre ela, estudaremos na parte de benefícios.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 113 
Assim, a cota patronal, para as instituições financeiras citadas, sofrerá um acréscimo de 2,5% e, como 
consequência, a alíquota aplicada será de 22,5%. É importante frisar que somente a alíquota da cota pa-
tronal é que sofre acréscimo de 2,5%; já na parte do segurado, assim como o Gilrat (Grau de Incidência de 
Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho), não há alteração.
Por exemplo, o Banco Itaú recolherá sobre os salários de seus empregados a alíquota de 22,5% (e 
não 20% como as demais empresas em geral).
6.2.2.2. Contribuição decorrente do Grau de Incidência de Incapacidade 
Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – Gilrat
A Contribuição Decorrente do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos 
Ambientais do Trabalho – Gilrat também é chamada, por alguns autores, de Seguro de Acidentes no Trabalho 
– SAT. Porém, o termo técnico atual que está presente na Lei no 8.212/1991 é Contribuição Decorrente do 
Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – Gilrat.
Alguns também utilizam o termo “Risco Ambiental do Trabalho” – RAT.
Segundo o inc. II do art. 22 da Lei no 8.212/1991, para financiar a aposentadoria especial e os benefí-
cios concedidos em razão do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambien-
tais do Trabalho (Gilrat), as empresas deverão recolher sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, 
no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja consi-
derado leve;
b) 2% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
c) 3% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja consideradograve.
Considera-se preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados em-
pregados e trabalhadores avulsos. A atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos 
de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de 
Risco, prevista no Anexo V do RPS.
Percentual do Gilrat Risco de acidente de trabalho
1% Leve
2% Médio
3% Grave
É de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à 
Secretaria da Receita Federal do Brasil revê-lo a qualquer tempo. Verificado erro no autoenquadramento, a 
Secretaria da Receita Federal do Brasil adotará as medidas necessárias à sua correção, orientará o respon-
sável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procederá à notificação dos valores devidos.
A empresa informará mensalmente, por meio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tem-
po de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP ou do eSocial, a alíquota correspondente ao seu 
grau de risco, a respectiva atividade preponderante e a atividade do estabelecimento.
Dessa forma, a empresa deverá se autoenquadrar e informar qual o percentual a recolher (1%, 2% 
ou 3%), levando em conta o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos.10 Por esse 
critério, haverá, então, uma única alíquota para todos os empregados da empresa, independentemente da 
atividade exercida.
Por exemplo: uma empresa metalúrgica possui 1.000 empregados. Destes, 900 trabalham na linha de 
produção, cuja atividade enquadra-se como grave (3%), conforme a Relação de Atividades Preponderantes e 
Correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V do RPS. Outros 100 empregados trabalham no escri-
tório da empresa, em local seguro, sem contato com a linha de produção, cuja atividade ensejaria risco “leve” 
(1%). Mas, como a atividade preponderante dessa empresa, levando em conta o maior número de emprega-
dos, é considerada como “risco de acidentes de trabalho grave”, ela deverá recolher 3% (risco grave) sobre 
10 Sobre a prestação de serviços do contribuinte individual não há essa contribuição. 
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114 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
TODOS os seus empregados, inclusive aqueles que trabalham no escritório.
Mais um exemplo: Uma empresa, com atividade preponderante cujo risco de acidente do trabalho seja 
considerado médio, possui três empregados.
João e José trabalham operando máquina, e recebem remuneração de R$ 1.000,00 cada um, e Antô-
nio, que trabalha no escritório, recebe R$ 10.000,00. Qual será o valor da cota patronal da contribuição social 
devida à Previdência? E qual será o valor descontado de cada empregado à Previdência?
Resposta: João e José - Cota patronal: 20% + 2% (Gilrat) = 22%
R$ 1.000 x 22% = R$ 220,00
Desconto do segurado: 7,5% (conforme tabela) 
R$ 1.000 x 7,5% = R$ 75,00
Antônio: Cota patronal: 20% + 2% (Gilrat) = 22%
R$ 10.000 x 22% = R$ 2.200,00
Já, o desconto do segurado será conforme a tabela progressiva. Seu salário de contribuição será o 
limite máximo do salário de contribuição (teto da tabela)
(FCC - TRT-BA - Analista Judiciário) Considerando que as empresas Todos-os-Santos 
Indústria e Comércio, Soteropolitano Hotel de Turismo e o Banco MMC, que atuam como 
indústria de transformação, hotelaria e banco comercial, com graus de risco grave, médio 
e leve, respectivamente, é certo dizer que sua contribuição para Seguridade Social e para 
financiamento do benefício da aposentadoria especial, previstas no artigo 22, I e II, da Lei no 
8.212/91 (somente em relação aos segurados empregados), será, respectivamente, de:
a) 20% + 3%; 20% + 2%; e 20% + 2,5% + 1%.
b) 20%; 20%; 22,5%.
c) 15% + 3%; 15% + 2,5% + 1%; e 15% + 1%.
d) 20%; 21%; 22,5%.
e) 20% + 1%; 20% + 2%; 20% + 2,5%.
Resposta: A
Fator Acidentário de Prevenção – FAP 
A fim de estimular investimentos destinados a diminuir os riscos ambientais no trabalho, poderá ser al-
terado o enquadramento de empresa que demonstre a melhoria das condições do trabalho, com redução dos 
agravos à saúde do trabalhador, obtida por meio de investimentos em prevenção e em sistemas gerenciais 
de risco.
A alteração do enquadramento estará condicionada à inexistência de débitos em relação às contribui-
ções previdenciárias.
Assim, as alíquotas do Gilrat (de 1%, 2% ou 3%) poderão ser reduzidas em até cinquenta por cento 
ou aumentadas em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva 
atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção – FAP. Isso visa estimular as empresas a implementar 
programas preventivos e proporcionar mais segurança no ambiente de trabalho, reduzindo-se os riscos de 
acidentes.
O FAP consiste em multiplicador variável em um intervalo contínuo de cinco décimos (0,50) a dois 
inteiros (2,00), aplicado à respectiva alíquota, considerado o critério de truncamento na quarta casa decimal.
O Ministério da Economia publicará, anualmente, no Diário Oficial da União, portaria para disponibilizar 
consulta ao FAP e aos róis dos percentis de frequência, gravidade e custo por subclasse da Classificação 
Nacional de Atividades Econômicas. O FAP produzirá efeitos tributários a partir do primeiro dia do quarto mês 
subsequente ao de sua divulgação.
O FAP será calculado a partir de 1º de janeiro do ano seguinte àquele ano em que o estabelecimento 
completar dois anos de sua constituição. Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de janeiro a 
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 115 
dezembro de cada ano, até completar o período de dois anos, a partir do qual os dados do ano inicial serão 
substituídos pelos novos dados anuais incorporados. 
O Ministério da Economia publicará, anualmente, no Diário Oficial da União, portaria para disponibilizar 
consulta ao FAP e aos róis dos percentis de frequência, gravidade e custo por subclasse da Classificação 
Nacional de Atividades Econômicas. 
Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo metodologia aprovada pelo 
Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se em conta: 
I - para o índice de frequência, os registros de acidentes ou benefícios de natureza acidentária; 
II - para o índice de gravidade, as hipóteses de auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente, 
aposentadoria por incapacidade permanente, pensão por morte e morte de natureza acidentária, aos quais 
são atribuídos pesos diferentes em razão da gravidade da ocorrência, da seguinte forma:
a) pensão por morte e morte de natureza acidentária - peso de cinquenta por cento;
b) aposentadoria por incapacidade permanente - peso de trinta por cento; e
c) auxílio por incapacidade temporária e auxílio-acidente - peso de dez por cento para cada; e
III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária pagos ou devidos pela 
previdência social. 
A seguir, tabela que ilustra as alíquotas possíveis do Gilrat, com redução e acréscimo:
Máxima redução alíquota 
Gilrat (50%)
Alíquota normal Gilrat Máximo acréscimo alíquota 
Gilrat (100%)
0,5% 1% 2%
1% 2% 4%
1,5% 3% 6%
 
Acréscimo para aposentadoria especial – as alíquotas constantes de 1%, 2% ou 3% serão acrescidas 
de 12, 9 ou 6 pontos percentuais, respectivamente, se a ativida-de exercida pelo segurado a serviço da em-
presa ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição.
ATENÇÃO! Este acréscimo incide exclusivamente sobre a remuneração 
do segurado sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física.
Desse modo, o mesmo raciocínio usado no caso de adicionais incidentes sobre as cooperativas de 
produção também serve para o Gilrat das empresas.
Um exemplo: vamos supor que a empresa trabalhe com substânciasaltamente tóxicas que, em conta-
to com o cooperado, dão ensejo à aposentadoria especial11, a qual permite que o trabalhador empregado se 
aposente após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. Nessa situação, haverá um adicional de 12%, 9% ou 6%, 
respectivamente, sobre o Gilrat (1%, 2% ou 3%) a cargo da empresa.
Aposentadoria especial aos: Adicional Gilrat
15 anos de contribuição 12%
20 anos de contribuição 9%
25 anos de contribuição 6%
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DICA! Olha aí, para facilitar guardar estes percentuais, basta lembrar-se 
do jogo de truco – 6, 9, 12!
ATENÇÃO! Detalhe importante é que este acréscimo de 12%, 9% ou 6% 
também incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito 
às condições especiais, que ensejam aposentadoria especial.
Por exemplo, imagine que numa empresa com 100 empregados, 5 trabalham em contato habitual e 
contínuo com substâncias tóxicas que ensejam aposentadoria especial aos 20 anos de contribuição. Vamos 
supor que a maioria dos trabalhadores dessa empresa exerce atividades que se enquadram como risco 
grave (3%). Nessa situação, a empresa recolherá 3% sobre as remunerações de todos os empregados. E, 
SOMENTE, sobre as remunerações daqueles cinco empregados, que trabalham em condição especial que 
enseja aposentadoria aos 20 anos de contribuição, é que serão recolhidos os adicionais, nesse caso, de 9%.
Um exemplo numérico:
José trabalha com atividade que prejudica a saúde e enseja aposentadoria especial, após 20 anos de 
trabalho (contribuição), em uma empresa, cuja atividade preponderante tem risco de acidente do trabalho 
considerado grave.
Ele recebe remuneração mensal de R$ 900,00.
Qual será o valor da cota patronal da contribuição social devida à Previdência?
E qual será o valor descontado de José à Previdência?
Resposta:
Assim, teremos que a contribuição da empresa de 20% deve ser somada ao Gilrat (com risco grave) 
que é de 3%. E, pelo fato de a atividade desse trabalhador ensejar aposentadoria especial após 20 anos de 
contribuição, o adicional de Gilrat será de 9%. Dessa forma:
Cota patronal: 20% + 3% (Gilrat, com risco grave) + 9% (adicional do Gilrat) = 32%
R$ 900,00 x 32% = R$ 288,00
Desconto do José: 11% (conforme tabela)
R$ 900,00 x 7,5% = R$ 67,50.
ATENÇÃO! Verifica-se que o pagamento de adicional do Gilrat é de 
responsabilidade da empresa. O valor descontado do segurado continua o 
mesmo. Quem deve financiar a aposentadoria especial é a empresa, pois 
esta é quem coloca o trabalhador em risco.
O prazo para recolhimento das empresas, como vimos, é até o dia 20 do mês seguinte ao da com-
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 117 
petência. Caso não haja expediente bancário nesse dia, o prazo é antecipado para o dia útil imediatamente 
anterior.
(ESAF – Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil – 2009) Hermano, advogado 
autônomo, possui escritório no qual mantém relação de vínculo empregatício com Lia 
(advogada e assistente de Hermano) e Léa (secretária).
A construtora ABC Empreendimentos, pessoa jurídica cadastrada na Junta Comercial, 
possui na sua folha de pagamentos 10 empregados e 20 autônomos que prestam serviços 
para distintas construtoras na área de assentamento de mármore e granito.
De acordo com a situação-problema apresentada acima e do conceito previdenciário de 
empresa, é correto afirmar que:
a) Hermano deve contribuir só como contribuinte individual.
b) a construtora ABC pode contribuir como contribuinte individual autônomo.
c) Hermano e a construtora ABC devem contribuir sobre a folha de pagamento de seus
empregados.
d) Hermano não pode contribuir como empresa, pois é pessoa natural.
e) a construtora ABC não deve contribuir sobre a folha de pagamento de seus empregados, 
pois eles prestam serviços a terceiros.
Resposta: C. Lembrando que Hermano é considerado empresa pela legislação 
previdenciária.
6.2.2.3. Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – Lei nº 
12.546/2011
A Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB - conhecida também por desoneração da 
folha de pagamentos se caracteriza pela substituição da contribuição patronal de 20% sobre a folha de paga-
mentos (dos empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais), por um tributo incidente direta-
mente sobre a receita bruta, cuja alíquota varia de 1%, 1,5%, 2% , 2,5%, 3% ou 4,5%, conforme o segmento 
econômico ou o produto fabricado.
Como segmentos econômicos contemplados pela desoneração da folha de pagamentos pode-se 
exemplificar: indústria têxtil, indústria calçadista, empresa de tecnologia da informação e tecnologia da infor-
mação e comunicação, empresa de transporte rodoviário coletivo de passageiros, dentre outros.
O art 7º da Lei 12.546/2011, alterada pela Lei 14.288/2021, colocou essa espécie de contribuição como 
uma forma de tributação que pode ser exercida pela empresa, em substituição ao recolhimento convencional 
sobre a folha de pagamentos, até a data de 31/12/2023.
ATENÇÃO! Essa desoneração da folha de pagamentos apenas substitui 
a contribuição patronal de 20% sobre os salários dos empregados, 
trabalhadores avulsos e contribuinte individual. NÃO substitui o Gilrat 
(contribuição decorrente do grau de incidência de incapacidade laborativa 
decorrente dos riscos ambientais do trabalho) e muito menos contribuições 
para outras entidades e fundos.
A contribuição do trabalhador não é alterada, somente a cota patronal que é dispensada. Assim, a 
retenção e o recolhimento das contribuições previdenciárias de seus empregados, trabalhadores avulsos e 
contribuintes individuais continuam a ser feitos da forma convencional.
As obrigações acessórias previdenciárias também permanecem na totalidade.
Caso a empresa fabrique parte de sua produção que incida a desoneração da folha de pagamentos 
e parte que não incida, ela terá de efetuar um cálculo proporcional de sua receita para cada atividade. Para 
tal, a legislação prevê a aplicação de percentual resultante da razão entre a receita bruta de atividades não 
relacionadas à fabricação dos produtos beneficiados pela redução e a receita bruta total.
Por exemplo, a empresa tem 60% de sua receita bruta oriunda de confecção de vestuário, que incide 
a desoneração da folha de pagamentos, e outros 40% em fabricação de outros produtos que não são benefi-
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118 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
ciadas por esta Lei. O que acontecerá?
Nessa condição, somente 60% de sua folha de pagamento será dispensada da cota patronal, sendo 
substituída pela Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB. Sobre os demais 40% da folha, 
haverá incidência da cota patronal, normalmente.
6.2.3. Contribuições substitutivas das empresas, em relação à parte 
patronal da regra geral de custeio
Vimos, anteriormente, as contribuições das empresas em geral: 20% sobre a folha de pagamento e o 
Gilrat (1%, 2% ou 3%).
Essas contribuições sociais, referentes à parte patronal da regra geral de custeio, são obrigatoriamente 
substituídas em situações especiais previstas em lei.
A Constituição Federal autoriza alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em seu art. 195, § 9o:
As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de 
cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do 
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
Abordaremos as contribuições substitutivas, que são:
a) do clube de futebol profissional;
b) do produtor rural.
6.2.3.1. Contribuição substitutiva do clube de futebol profissional
Todo mundo já ouviu dizer que o Brasil é o país do futebol.

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