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Livro Direito Previdenciário 2022 - Prof Eduardo Tanaka - 4° PARTE

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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 145 
8.3. PROPORCIONALIDADE
Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no curso do mês, o 
salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na forma estabelecida em 
regulamento.20
Assim, há de se observar a quantidade de dias efetivamente trabalhados para calcular o salário de 
contribuição, observando-se essa proporcionalidade.
Nesse caso, o salário de contribuição será a remuneração efetivamente paga, devida ou creditada.
8.4. REAJUSTAMENTO
Os salários de contribuição sofrem reajustamento, conforme previsão legal.
Segundo o art. 20, § 1o, da Lei no 8.212/1991:
Os valores do salário de contribuição serão reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta 
Lei, na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação 
continuada da Previdência Social.
E, conforme o art. 40 do RPS, que trata do reajustamento dos benefícios:
É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real 
da data de sua concessão.
§ 1o Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, anualmente, na mesma data do 
reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último 
reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
 (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS – 2013) Com relação ao reajuste do valor 
dos benefícios, na forma como determinado pela Lei nº 8.213/91, está correta a seguinte 
afirmação: 
a) O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data
do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início
ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor –
INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
b) O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, semestralmente, na mesma
data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de
início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumi-
dor – INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
c) O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, em data diversa
do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início
ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor –
INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
d) O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, semestralmente, em data 
diversa do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas 
de início ou do último reajustamento, com base no Índice Geral de Preços – IGP, apurado 
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
e) O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data
do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início
ou do último reajustamento, com base no Índice Geral de Preços – IGP, apurado pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
 
Resposta: A.
20 Art. 214, § 1o, do RPS.
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9- Arrecadação e Recolhimento das 
Contribuições Destinadas à Seguridade 
Social
– Obrigações da empresa e demais contribuintes e prazo de recolhimento
– Recolhimento fora do prazo: juros e multa de mora
Estudaremos neste capítulo a respeito da arrecadação e recolhimento das contribuições. Este capítulo, 
que está previsto na maioria dos editais de concursos públicos, é uma compilação daquilo que estudamos 
sobre as contribuições e está contido nos arts. 30 a 33 da Lei no 8.212/1991. Para nosso estudo, dividiremos 
em 2 tópicos: 1 – Obrigações da empresa e demais contribuintes e prazo de recolhimento; 2 – Recolhimento 
fora do prazo: juros e multa de mora.
9.1. OBRIGAÇÕES DA EMPRESA E DEMAIS CONTRIBUINTES E PRAZO DE 
RECOLHIMENTO
9.1.1. Obrigações da empresa
Como estudado no capítulo “Contribuição da Empresa”, tem-se que a empresa deve contribuir com 
sua parte (cota patronal) e deve descontar do trabalhador a seu serviço a cota do segurado. Passaremos a 
rever essas obrigações, bem como seus prazos:
a) Cota do segurado: a empresa é obrigada a arrecadar e recolher (até o dia 20 do mês seguinte ao 
da competência a que se referir, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior, quando 
não houver expediente bancário no dia 20) a contribuição do segurado empregado, do trabalhador avulso e 
do contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração.1
 
ATENÇÃO! Desde ABRIL DE 2003, a empresa é obrigada a arrecadar e 
recolher a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço. 
Esta é uma das poucas datas importantes a se guardar, pois já foi objeto 
de diversas questões de concurso público.
A empresa que remunera contribuinte individual é obrigada a fornecer, a esse contribuinte, comprovan-
te do pagamento do serviço prestado, consignando, além dos valores da remuneração e do desconto feito, o 
número da inscrição do segurado no Instituto Nacional do Seguro Social.2
A alíquota de contribuição a ser descontada, pela empresa, da remuneração paga, devida ou creditada 
ao contribuinte individual a seu serviço, observado o limite máximo do salário de contribuição, é de 11%, no 
caso das empresas em geral (por conta da dedução já estudada), e de 20% quando se tratar de entidade 
beneficente de Assistência Social isenta das contribuições sociais patronais.
b) Cota da empresa: a empresa é obrigada a recolher:3 sobre a folha de pagamento: as contribuições a 
seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, inclusive adian-
1 Art. 216, I, a e b, do RPS.
2 Art. 216, XII, do RPS.
3 Art. 216, I, b, do RPS.
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tamentos decorrentes de reajuste salarial, acordo ou convenção coletiva, aos segurados empregado contri-
buinte individual e trabalhador avulso a seu serviço (até o dia 20 do mês seguinte ao da competência a que 
se referir, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior, quando não houver expediente 
bancário no dia 20).
c) Retenção dos 11%: a empresa é obrigada a recolher as importâncias retidas sobre a nota fiscal ou 
fatura dos serviços prestados por cessão de mão de obra e empreitada, previstos no art. 219 do Regulamen-
to da Previdência Social (até o dia 20 do mês seguinte ao da competência a que se referir, antecipando-se o 
vencimento para o dia útil imediatamente anterior, quando não houver expediente bancário no dia 20). Este 
assunto será objeto de estudo do próximo capítulo.
d) Aquisição de Produção Rural de Segurado Especial ou Produtor Rural Pessoa Física: a empresa 
adquirente, consumidora ou consignatária, ou a cooperativa são obrigadas a recolher até o dia 20 do mês 
subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção rural, independentemente de estas ope-
rações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com o intermediário pessoa física, antecipando-
-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior, quando não houver expediente bancário no dia 20.
e) Décimo terceiro salário: o desconto da contribuição do segurado incidente sobre o valor bruto da 
gratificação natalina – décimo terceiro salário – é devido quando do pagamento ou crédito da última parcela, 
e deverá ser calculado em separado, observado o § 7o do art. 214, e recolhido com a contribuição a cargo 
da empresa, até o dia 20 do mêsde dezembro, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente 
anterior, se não houver expediente bancário no dia 20.
Relativamente aos que recebem salário variável, o recolhimento da contribuição decorrente de even-
tual diferença da gratificação natalina (13o salário) deverá ser efetuado com a competência de dezembro do 
mesmo ano.
f) Associação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional: cabe à associação desportiva 
que mantém equipe de futebol profissional informar à entidade promotora do espetáculo desportivo todas as 
receitas auferidas no evento, discriminando-as, detalhadamente. E, por sua vez, cabe à entidade promotora 
do espetáculo a responsabilidade de efetuar o desconto de 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos 
desportivos e o respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo de até 2 dias úteis 
após a realização do evento.
Cabe à empresa ou entidade que repassar recursos a associação desportiva que mantém equipe de 
futebol profissional, a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propagan-
da e transmissão de espetáculos, a responsabilidade de reter e recolher o percentual de 5% da receita bruta, 
inadmitida qualquer dedução, até o dia 20 do mês seguinte ao da competência a que se referir, antecipando-
-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior, quando não houver expediente bancário no dia 20.
g) Rescisão de contrato de trabalho: no caso de rescisão de contrato de trabalho, as contribuições de-
vidas serão recolhidas até o dia 20 do mês subsequente à rescisão, computando-se em separado a parcela 
referente à gratificação natalina – 13o salário.
h) Prazo: vimos que, em regra, o prazo das empresas para pagamento das contribuições previden-
ciárias é até o dia 20 do mês seguinte ao da competência. Se não houver expediente bancário nas datas 
indicadas, o recolhimento deverá ser efetuado no dia útil imediatamente anterior.
i) Trabalhador avulso: nesse caso, didaticamente dividimos este trabalhador em duas categorias: o por-
tuário e o não portuário. No caso do trabalhador avulso portuário, o órgão gestor de mão de obra é o respon-
sável pelo pagamento da remuneração ao trabalhador portuário avulso, pela elaboração da folha de paga-
mento, pelo preenchimento e entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e 
Informações à Previdência Social – GFIP (ou eSocial), e pelo recolhimento das contribuições previdenciárias4 
do trabalhador e da empresa, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores 
portuários avulsos, inclusive sobre férias e gratificação natalina, no prazo convencional (dia 20 do mês se-
guinte ao da competência).5 A contribuição do trabalhador avulso, relativamente à gratificação natalina, será 
calculada com base na alíquota correspondente ao seu salário de contribuição mensal.
Já no caso de trabalhador avulso não portuário,6 empresa tomadora ou requisitante dos serviços de 
trabalhador avulso é responsável pelo cumprimento de todas as obrigações previdenciárias, bem como pelo 
4 Também é responsável pelas contribuições devidas a terceiros.
5 Art. 217, § 2o, do RPS.
6 Cuja contratação de pessoal não é abrangida pela Lei 12.815/2013 (dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e 
instalações portuárias e dá outras providências).
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preenchimento e entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informa-
ções à Previdência Social – GFIP (ou eSocial) em relação aos segurados que lhe prestem serviços. Sendo 
assim, o tomador de serviços é o responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias7 do traba-
lhador e da empresa, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao trabalhador avulso, inclu-
sive sobre férias e gratificação natalina, no prazo convencional (dia 20 do mês seguinte ao da competência).8
Conforme o art. 8o da Lei no 12.023, de 27.08.2009, no caso do trabalhador avulso não portuário: “As 
empresas tomadoras do trabalho avulso respondem solidariamente pela efetiva remuneração do trabalho 
contratado e são responsáveis pelo recolhimento dos encargos fiscais e sociais, bem como das contribuições 
ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social, no limite do uso que fizerem do trabalho avulso inter-
mediado pelo sindicato”. O salário-família devido ao trabalha-dor avulso não portuário será pago pelo sindica-
to de classe respectivo, mediante convênio, que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes.9
(ESAF – Auditor Fiscal da RFB – 2012) Nos termos da legislação previdenciária em vigor, 
constituem obrigações da empresa, exceto,
a) a arrecadação, mediante desconto, e o recolhimento da contribuição do produtor rural 
pessoa física e do segurado especial incidente sobre a comercialização da produção, 
quando adquirir ou comercializar o produto rural recebido em consignação, somente 
nos casos em que essas operações tiverem sido realizadas diretamente com o produtor.
b) a arrecadação, mediante desconto no respectivo salário de contribuição, e o 
recolhimento da contribuição ao SEST e ao SENAT, devida pelo segurado contribuinte 
individual transportador autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista) que lhe 
presta serviços.
c) o recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados 
empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais.
d) a arrecadação, mediante desconto, e o recolhimento da contribuição incidente sobre 
a receita bruta decorrente de qualquer forma de patrocínio, de licenciamento de uso 
de marcas e símbolos, de publicidade, de propaganda e transmissão de espetáculos 
desportivos, devida pela associação desportiva que mantém equipe de futebol 
profissional.
e) a arrecadação, mediante desconto, e o recolhimento da contribuição incidente sobre 
a receita bruta da realização de evento desportivo, devida pela associação desportiva 
que mantém equipe de futebol profissional, quando se tratar de entidade promotora de 
espetáculo desportivo.
Resposta: A. (O erro está na parte final da redação, por conta da palavra “somente”). 
9.1.2. Obrigações do contribuinte individual
O segurado contribuinte individual está obrigado a recolher sua contribuição, por iniciativa própria, até 
o dia 15 do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem,10 quando:
a) exercer atividade econômica por conta própria; ou
b) prestar serviço a pessoa física ou a outro contribuinte individual, produtor rural pessoa física, missão 
diplomática ou repartição consular de carreira estrangeiras; ou
c) quando tratar-se de brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do 
qual o Brasil seja membro efetivo; ou
d) quando o contribuinte individual contratado por pessoa jurídica obrigada a proceder à arrecadação e 
ao recolhimento da contribuição por ele devida, cuja remuneração recebida ou creditada no mês, por serviços 
prestados a ela, tenha sido inferior ao limite mínimo do salário de contribuição. Nesse caso, ele é obrigado a 
complementar sua contribuição mensal, mediante aplicação de 20% sobre o valor resultante da subtração do 
valor das remunerações recebidas das pessoas jurídicas do valor mínimo do salário de contribuição mensal.
7 Também é responsável pelas contribuições devidas a terceiros.
8 Art. 218 do RPS.
9 Art. 218, § 1o, do RPS.
10 Prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente quando não houver expediente bancário no dia 15, facultada a opção do 
recolhimento trimestral previsto no § 15 do art. 216 do RPS.
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(ESAF – Analista Tributário da RFB – 2012) Avalie as afirmações abaixo e marque a opção 
correspondente:I. a empresa é desobrigada a arrecadar a contribuição do contribuinte individual;
II. a empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado e do 
trabalhador avulso;
III. contribuinte individual, quando exercer atividade econômica por conta própria é 
obrigado a recolher sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia quinze do mês 
seguinte àquele a que as contribuições se referirem.
a) As duas primeiras afirmações são corretas, e errada a outra.
b) A primeira afirmação é correta, sendo erradas as demais.
c) As três afirmações são corretas.
d) A primeira afirmação é errada, sendo corretas as demais.
e) As três afirmações são erradas.
Resposta: D.
9.1.3. Obrigações do produtor rural pessoa física e o segurado especial
O produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição incidente 
sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, caso comercializem a sua produção com:
a) adquirente domiciliado no exterior; b) diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física; c) a outro 
produtor rural pessoa física; ou d) a outro segurado especial.
O pagamento das contribuições deverá ocorrer até o dia 2011 do mês subsequente ao da operação 
de venda, no caso do produtor rural pessoa física. Já, no caso do segurado especial, até o dia 0712 do mês 
subsequente ao da operação de venda.
Já, a pessoa física não produtor rural que adquire produção para venda, no varejo, a consumidor pes-
soa física é obrigada a recolher a contribuição incidente sobre a receita bruta da comercialização da produ-
ção rural até o dia 20 do mês subsequente ao da operação de venda.
.
9.1.4. Obrigações do produtor rural pessoa jurídica
O produtor rural pessoa jurídica é obrigado a recolher a contribuição incidente sobre a receita bruta da 
comercialização da produção rural até o dia 20 do mês subsequente ao da operação de venda.
9.1.5. Recolhimento do facultativo
O facultativo recolhe sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia 15 do mês seguinte àquele a que 
as contribuições se referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente, quando não houver 
expediente bancário no dia 15, facultada a opção do recolhimento trimestral.13
9.1.6. Obrigações do empregador doméstico
O empregador doméstico é obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado doméstico 
a seu serviço e recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, até o dia 7 do mês seguinte àquele a que as 
contribuições se referirem,14 cabendo--lhe durante o período da licença-maternidade da empregada domésti-
ca apenas o recolhimento da contribuição a seu cargo15.
9.1.7. Recolhimento trimestral
Contribuinte individual e facultativo: é facultado aos segurados contribuinte individual e facultativo, 
11 Lei 8212/91, art. 30, X e III. 
12 Lei 8212/91, art. 32-C, § 3º
13 Previsto no § 15 do art. 216 do RPS.
14 Se não houver expediente bancário no dia 07, o recolhimento deverá ser efetuado até o dia útil imediatamente anterior.
15 Conforme art. 216, VIII-A do RPS
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cujos salários de contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, optarem pelo recolhimento trimes-
tral das contribuições previdenciárias, com vencimento no dia 15 do mês seguinte ao de cada trimestre civil, 
prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente quando não houver expediente bancário no dia 
15. A inscrição do segurado no segundo ou terceiro mês do trimestre civil não altera a data de vencimento 
no caso de opção pelo recolhimento trimestral. O trimestre civil considera-se, por exemplo: janeiro-fevereiro-
-março; abril-maio-junho; julho-agosto-setembro; outubro-novembro-dezembro. Não se considera trimestre 
civil, por exemplo: março-abril-maio.
9.1.8. Presunção de desconto
O desconto da contribuição e da consignação, legalmente determinado, sempre se presumirá feito, 
oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador doméstico, pelo adquirente, consignatário e pela 
cooperativa a isso obrigados, não lhes sendo lícito alegarem qualquer omissão para se eximirem do recolhi-
mento, ficando diretamente responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar ou tiverem descon-
tado em desacordo com a legislação previdenciária.
A seguir, quadro que resume os prazos de recolhlimentos:
Recolhimento de: Prazo até o dia ___ do mês seguinte ao 
da competência.
Empresa (cota patronal, cota descontada 
do segurado, contribuições substitutivas, 
retenção de 11%, enfim todos os 
recolhimentos previdenciários).
20
Produtor rural pessoa jurídica. 20
Produtor rural pessoa física. 20
Segurado especial. 7
Contribuinte individual e facultativo. 15
Empregador doméstico. 7
Entidade promotora do 
espetáculo desportivo.
2 dias úteis após espetáculo desportivo.
 
ATENÇÃO! Quando não há expediente bancário no dia do pagamento: o 
prazo do dia 15 posterga para o primeiro dia útil imediatamente posterior e 
os prazos dos dias 20 e 7 antecipam para o primeiro dia útil imediatamente 
anterior.
DICA IMPORTANTE! Prazo de recolhimento para o contribuinte individual, 
facultativo e empregador doméstico – para memorizar os prazos é fácil. 
Aconselha-se memorizar por exclusão. Assim, lembre-se que segurado 
facultativo e contribuinte individual que recolhe por si mesmo o prazo é 
dia 15. Empregador doméstico o prazo é dia 7. Entidade promotora do 
espetáculo desportivo, o prazo de 2 dias úteis após o espetáculo. E, 
conhecendo apenas estas 4 exceções, todas os demais contribuintes 
recolhem no prazo do dia 20.
(FCC – Técnico do Seguro Social – INSS – 2012) Em relação às contribuições 
previdenciárias devidas pelos contribuintes da Previdência Social, é correto afirmar que
a) o segurado especial está dispensado de recolhê-las.
b) presume-se o recolhimento das contribuições do empregado.
c) presume-se o recolhimento das contribuições do trabalhador eventual.
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d) o prazo de vencimento da contribuição das empresas é no dia 10 de cada mês.
e) o empregado doméstico deve recolher sua contribuição até o dia 10 de cada mês.
Resposta: B.
9.1.9. Responsável pelas obrigações do trabalhador avulso
Trabalhador avulso portuário: na requisição de mão de obra de trabalhador avulso portuário, o respon-
sável pelas obrigações previstas no RPS, em relação aos segurados que lhe prestem serviços, é o operador 
portuário ou o tomador de mão de obra, inclusive o titular de instalação portuária de uso privativo.16
Entretanto, o operador portuário ou titular de instalação de uso privativo repassará ao órgão gestor 
de mão-de-obra, até vinte e quatro horas após a realização dos serviços: I - o valor da remuneração devida 
aos trabalhadores portuários avulsos, inclusive a referente às férias e à gratificação natalina; e II - o valor da 
contribuição patronal previdenciária correspondente e o valor daquela devida a terceiros. E o órgão gestor 
de mão-de-obra é responsável: I - pelo pagamento da remuneração ao trabalhador portuário avulso; II - pela 
elaboração da folha de pagamento; III - pelo preenchimento e entrega da GFIP; e IV - pelo recolhimento das 
contribuições previdenciárias (do trabalhador avulso e patronal, bem como a de terceiros).
Trabalhador avulso não portuário: A empresa tomadora ou requisitante dos serviços de trabalhador 
avulso não portuário é responsável pelo cumprimento de todas as obrigações previstas no RPS, além do 
preenchimento e da entrega da GFIP em relação aos segurados que lhe prestem serviços.17 O salário-família 
devido ao trabalhador avulso não portuário será pago pelo sindicato de classe respectivo, mediante convênio, 
que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes. O tomador de serviços é responsável pelo recolhi-
mento das contribuiçõesprevidenciárias (do trabalhador avulso e patronal, bem como a de terceiros).
 
9.2. RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO: JUROS, MULTA DE MORA E 
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
Neste item, vamos estudar quais são os acréscimos legais que incidem no caso do não recolhimento 
dentro do prazo legalmente previsto.
Os débitos com a União, decorrentes das contribuições sociais previdenciárias, assim como das con-
tribuições devidas a terceiros,18 não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de 
mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 1996.19
Conforme suas regras, os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições adminis-
trados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1o de janeiro de 1997, 
não pagos nos prazos previstos na legislação específica, obedecerão às regras explicadas a seguir.
9.2.1. Juros de mora
Os juros são uma indenização devida ao Fisco em virtude do não pagamento e consequente indispo-
nibilidade financeira ao erário, causado pelo contribuinte. Entretanto, os juros não constituem sanção, pois 
nada mais são do que a remuneração do capital. Incidirão juros de mora, calculados à taxa referencial do 
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do 
vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês de pagamento.
Resumindo:
• Mês de vencimento – não há juros.
• Meses intermediários (a partir do primeiro dia do mês subsequente ao prazo) – taxa Selic.
• Mês do pagamento – 1%.
16 RPS art. 217.
17 RPS, art. 218.
18 Entendidas como outras entidades e fundos.
19 Art. 35 da Lei no 8.212/1991.
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Por exemplo: se a competência do mês de janeiro está atrasada e será paga no mês de maio, ocorrerá 
o seguinte:
• O mês do vencimento é fevereiro – neste mês não incide taxa de juros.
• O mês do pagamento será maio (conforme exemplo), cujo percentual de
 juros será fixo = 1%.
• Nos meses intermediários (março e abril) usar-se-á a taxa Selic. Suponha
 que as taxas foram: março = 1,2% e abril = 0,9%. Nesse caso, a taxa nos dois
 meses será de 1,2% + 0,9% = 2,1%.
• Concluindo, a taxa de juros total a ser utilizada neste exemplo será de: 1,2%
 (taxa Selic de março) + 0,9% (taxa Selic de abril) + 1% (mês do pagamento –
 maio) = 3,1% (é o percentual total de juros de mora).
 
 
 
9.2.2. Multa de mora
A multa de mora possui caráter punitivo, é uma sanção. A aplicação da multa será determinada confor-
me o pagamento seja voluntário ou feito em decorrência de lançamento de ofício.
A multa, no caso de pagamento voluntário, a ser aplicada, será de 0,33% por dia de atraso. Essa multa 
será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento 
do tributo ou da contribuição, até o dia em que ocorrer o seu pagamento. O percentual máximo a ser aplicado 
neste caso é de 20%.
Já no caso em que o contribuinte for autuado pela fiscalização, a multa será em decorrência de um 
lançamento de ofício. Ou seja, aplica-se o art. 44 da Lei no 9.430/1996, em que a multa será de 75% sobre 
a totalidade ou a diferença de imposto ou contribuição, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, 
falta de declaração e nos de declaração inexata. Esse percentual pode aumentar em 50% nos casos de não 
atendimento, pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: prestar esclarecimentos; apresentar 
os arquivos ou sistemas; apresentar a documentação técnica. O percentual de 75% pode chegar a 150% se 
houver sonegação, fraude ou conluio, conforme os arts. 71 a 73 da Lei no 4.502/1964.
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9.2.3. Atualização monetária
A atualização monetária tem como função manter o poder de compra da moeda. Porém, atualmente 
não mais incide sobre contribuição social previdenciária arrecadada fora do prazo. De modo que a atualiza-
ção monetária incidirá, apenas, quando exigida pela legislação de regência.20
A atualização monetária foi extinta a partir de janeiro de 199521 (Lei no 8.981/1995), porém ainda apli-
cável para contribuições em atraso, referentes a competências anteriores a essa data.
(ESAF – Técnico da Receita Federal – 2006 – adaptada) Leia cada um dos assertos abaixo 
e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que 
contenha a exata sequência.
( ) Para fatos geradores a partir de janeiro de 1995 não há atualização monetária.
( ) A multa, no caso de pagamento voluntário, a ser aplicada, será de 0,33% por dia de
atraso, limitada ao percentual máximo de 20%.
( ) A taxa de juros aplicada às contribuições sociais não recolhidas em época própria 
não poderá ser inferior a um por cento ao mês ou fração.
a) V V V.
b) F F F.
c) F V V.
d) V V F.
e) F F V.
Resposta: D.
9.2.4. Leitura Complementar
Recolhimento de contribuições pelo contribuinte individual para concessão de 
benefícios
As regras que vamos abordar, cabem ao contribuinte individual que deveria recolher por si próprio, 
mas não o fez à época. Neste caso, ele pode ter o tempo de atividade remunerada reconhecida como tempo 
de contribuição, caso recolha corretamente. 
Dessa forma, para comprovar o exercício de atividade remunerada, com vistas à concessão de benefí-
cios, será exigido do contribuinte individual, a qualquer tempo, o recolhimento das correspondentes contribui-
ções.22 
Sendo assim, somente será feito o reconhecimento da filiação, após o efetivo recolhimento das contri-
buições relativas ao período em que for comprovado o exercício da atividade remunerada.23 
Nessa apuração, a base de cálculo será o valor da média aritmética simples dos maiores salários de 
contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde a compe-
tência julho de 1994, corrigidos mês a mês pelos mesmos índices utilizados para a obtenção do salário de 
benefício, observado o limite máximo do salário de contribuição.24 
E sobre os salários-de-contribuição será aplicada a alíquota de 20%, e o resultado multiplicado pelo 
número de meses do período a ser indenizado.25 
E, finalmente, sobre as contribuições devidas e apuradas, conforme acima, incidirão juros moratórios 
de 0,5% ao mês, capitalizados anualmente, limitados ao percentual máximo de 50%, e multa de 10%.26 
20 Art. 239, I, do Decreto 3.048/1999.
21 A partir de janeiro de 1995 iniciou-se a cobrança de juros.
22 Art. 348, 1º do RPS.
23 Art. 348, § 12 do RPS.
24 Art. 216, § 7º do RPS.
25 Art. 216, § 14 do RPS.
26 Art. 239, § 8º do RPS, com redação dada pelo Decreto 10.410/20.
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154 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
10- Obrigações Acessórias
A obrigação acessória tem por objeto prestações positivas ou negativas previstas na legislação, no 
interesse da arrecadação ou da fiscalização. Nada mais é do que obrigação de fazer ou não fazer. Por outro 
lado, existe a obrigação principal, que se resume em uma obrigação de dar, de pagar o tributo.
São exemplos de obrigações acessórias: elaboração de folha de pagamento, escrituração de livros 
contábeis etc.
O não cumprimento de qualquer obrigação acessória enseja uma multa (penalidade), por meio da 
lavratura do auto de infração. Neste caso, o não cumprimento de uma obrigação acessória (obrigação de 
fazer) transforma-se em obrigação principal (obrigação de pagar), por exemplo, por meio do auto de infração 
lavrado pelo Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil.
10.1. DAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
A seguir, estudaremos as obrigações acessórias, que estão elencadas na Seção III – Das Obrigações 
Acessóriasdo Capítulo VIII, arts. 225 a 228, do Regulamento da Previdência Social, e no art. 32 da Lei nº 
8.212/1991.
As obrigações acessórias são:
a) Folha de pagamento
A empresa é obrigada a preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a 
todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e 
recibos de pagamentos.
A folha de pagamento, elaborada mensalmente, de forma coletiva, por estabelecimento da empresa, 
por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: 
I- discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado;
II- agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, 
contribuinte individual;
III- destacar o nome das seguradas em gozo de salário-maternidade;
IV- destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e
V- indicar o número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador 
avulso.
A empresa deverá manter à disposição da fiscalização os códigos ou abreviaturas que identifiquem as 
respectivas rubricas utilizadas na elaboração da folha de pagamento.
(ESAF – Analista Tributário da Receita Federal do Brasil ) Além do pagamento das 
contribuições sociais, as empresas têm outras obrigações para com o fisco. Antônio José, 
empresário contribuinte individual, desejando cumprir com todas as suas obrigações 
fiscais, pede ao contador que seja elaborada a folha de pagamento das remunerações 
pagas ou creditadas por sua empresa.
De acordo com a situação-problema apresentada acima e das obrigações acessórias da 
empresa, é correto afirmar que:
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 155 
a) a referida folha de pagamento deve incluir todas as remunerações pagas ou creditadas 
a todos os segurados a serviço da empresa.
b) a referida folha de pagamento deve incluir só os empregados da empresa.
c) a referida folha de pagamento pode ser feita com qualquer padrão.
d) a referida folha de pagamento deve incluir só os sócios da empresa.
e) não há necessidade de elaboração de folha de pagamento, sendo necessário somente 
os depósitos bancários realizados no Livro de Caixa da empresa.
 
Resposta: A.
a.1) Folha de pagamento do trabalhador avulso portuário
No que se refere ao trabalhador portuário avulso, o órgão gestor de mão de obra elaborará a folha de 
pagamento por navio, mantendo-a disponível para uso da fiscalização da Receita Federal do Brasil, indi-
cando o operador portuário e os trabalhadores que participaram da operação, detalhando, com relação aos 
últimos:
I- os correspondentes números de registro ou cadastro no órgão gestor de mão de obra;
II- o cargo, função ou serviço prestado;
III- os turnos em que trabalharam; e
IV- as remunerações pagas, devidas ou creditadas a cada um dos trabalhadores e a correspondente 
totalização. 
O órgão gestor de mão de obra consolidará as Folhas de Pagamento relativas às operações concluí-
das no mês anterior por operador portuário e por trabalhador portuário avulso, indicando, com relação a es-
tes, os respectivos números de registro ou cadastro, as datas dos turnos trabalhados, as importâncias pagas 
e os valores das contribuições previdenciárias retidas.
Para efeito de observância do limite máximo da contribuição do segurado trabalhador avulso, o órgão 
gestor de mão de obra manterá resumo mensal e acumulado, por trabalhador portuário avulso, dos valores 
totais das férias, do 13o salário e das contribuições previdenciárias retidas.
a.2) Folha de pagamento do trabalhador avulso
Já no caso do trabalhador avulso não portuário, o sindicato elaborará a escala de trabalho e as folhas 
de pagamento dos trabalhadores avulsos, com a indicação do tomador do serviço e dos trabalhadores que 
participaram da operação, devendo prestar, com relação a estes, as seguintes informações:
I – os respectivos números de registros ou cadastro no sindicato; 
II – o serviço prestado e os turnos trabalhados; 
III – as remunerações pagas, devidas ou creditadas a cada um dos trabalhadores, registrando-se as 
parcelas referentes a: 
 a) repouso remunerado; 
 b) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; 
 c) 13º salário; 
 d) férias remuneradas mais 1/3 (um terço) constitucional; 
 e) adicional de trabalho noturno; 
 f) adicional de trabalho extraordinário.1 
b) Registros contábeis
A empresa é obrigada a lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma dis-
1 Art. 4o da Lei no 12.023, de 27 de agosto de 2009.
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criminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contri-
buições da empresa e os totais recolhidos.2 Esses lançamentos, devidamente escriturados nos livros Diário 
e Razão, serão exigidos pela fiscalização após 90 dias contados da ocorrência dos fatos geradores das 
contribuições, devendo, obrigatoriamente:
I – atender ao princípio contábil do regime de competência; e
II – registrar, em contas individualizadas, todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias de 
forma a identificar, clara e precisamente, as rubricas integrantes e não integrantes do salário de contribuição, 
bem como as contribuições descontadas do segurado, as da empresa e os totais recolhidos, por estabeleci-
mento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços.
A empresa deverá manter à disposição da fiscalização os códigos ou abreviaturas que identifiquem as 
respectivas rubricas utilizadas na escrituração contábil.
São desobrigados de apresentação de escrituração contábil:
I – o pequeno comerciante, nas condições estabelecidas pelo Decreto-Lei nº 486, de 3 de março de 
1969, e seu Regulamento; 
II – a pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, de acordo com a legislação tributária 
federal, desde que mantenha a escrituração do Livro Caixa e do Livro de Registro de Inventário; e 
III – a pessoa jurídica que optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pa gamento de Impostos e 
Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, desde que mantenha escrituração do Livro 
Caixa e do Livro de Registro de Inventário.
 
c) Prestação de informações
A empresa é obrigada a prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações cadas-
trais, financeiras e contábeis de seu interesse, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos 
necessários à fiscalização.3
d) Declaração de informações de contribuição previdenciária
A empresa é obrigada a declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses ór-
gãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária 
e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS.4
Atualmente, os instrumentos para efetivar a referida declaração são: a GFIP, o eSocial, a EFD-Reinf e 
a DCTFWeb. Vamos abordar resumidamente cada um desses instrumentos:
d.1) GFIP – é a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à 
Previdência Social. Entrou em produção em 1.999 e é através desse documento que o contribuinte pagava 
o FGTS e ao mesmo tempo prestava as informações a respeito de fatos geradores de contribuições previ-
denciárias, que ficava à disposição do fisco (RFB). Atualmente, está sendo substituída gradativamente pelos 
sistemas eSocial, EFD-Reinf e DCTFWeb. 
d.2) eSocial – é o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhis-
tas. Por meio desse sistema, os empregadores comunicam ao Governo, de forma unificada, asinformações 
relativas aos trabalhadores, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, eventos trabalhistas, escritu-
rações fiscais e informações sobre o FGTS. 
Segundo o site do eSocial: “A implantação do eSocial viabilizará garantia aos diretos previdenciários e 
trabalhistas, racionalizará e simplificará o cumprimento de obrigações, eliminará a redundância nas informa-
ções prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas, e aprimorará a qualidade das informações das relações de 
trabalho, previdenciárias e tributárias. A legislação prevê ainda tratamento diferenciado às micro e pequenas 
empresas.”
2 Essa exigência não desobriga a empresa do cumprimento das demais normas legais e regulamentares referentes à escrituração contá-
bil, conforme art. 225, § 15, do RPS.
3 Art. 32, III, da Lei no 8.212/1991.
4 Art. 32, IV, da Lei no 8.212/1991.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 157 
O projeto eSocial de órgãos e entidades do governo federal que tem interesse nas informações refe-
rentes à relação de trabalho. São eles: Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB, Caixa Econômica Fe-
deral, Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia (onde 
estão lotados os Auditores Fiscais do Trabalho).
d.3) EFD-Reinf – é a Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais.
Através desse sistema, todos os pagamentos a pessoas físicas que não correspondem a relação de 
trabalho devem ser informados (por exemplo: pagamento de aluguel a pessoa física). 
De modo que, tem por objeto a escrituração de rendimentos pagos e retenções de Imposto de Renda, 
Contribuição Social do contribuinte exceto aquelas relacionadas ao trabalho e informações sobre a receita 
bruta para a apuração das contribuições previdenciárias substituídas.
d.4) DCTFWeb – é a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Ou-
tras Entidades e Fundos. As informações prestadas no eSocial e na EFD-Reinf alimentam a DCTFWeb, que 
é o instrumento que possibilita a confissão da dívida e a emissão de documento de arrecadação das receitas 
federais (DARF), para pagamento dos tributos.
e) Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações 
acessórias devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes 
das operações a que se refiram. (Redação dada pela recente Lei no 11.941/2009)
f) O órgão gestor de mão de obra deverá, quando exigido pela fiscalização da Secretaria da Receita 
Federal do Brasil, exibir as listas de escalação diária dos trabalhadores portuários avulsos, por operador 
portuário e por navio.
Caberá exclusivamente ao órgão gestor de mão de obra a responsabilidade pela exatidão dos dados 
lançados nas referidas listas diárias.
g) A Cooperativa de Trabalho e a pessoa jurídica são obrigadas a efetuar a inscrição no Instituto Nacio-
nal do Seguro Social dos seus cooperados e contratados, respectivamente, como contribuintes individuais, 
se ainda não inscritos.
h) A empresa, agência ou sucursal estabelecida no exterior deverá apresentar os documentos compro-
batórios do cumprimento das obrigações acessórias à sua congênere no Brasil, observada a solidariedade.
i) O disposto nos itens acima aplica-se, no que couber, aos demais contribuintes e ao adquirente, con-
signatário ou cooperativa, sub-rogados na forma deste Regulamento.
j) O município, por intermédio do órgão competente, fornecerá à Secretaria da Receita Federal do Bra-
sil, para fins de fiscalização, mensalmente, relação de todos os alvarás para construção civil e documentos 
de habite-se concedidos, de acordo com critérios estabelecidos pelo referido Instituto.
Essa relação será encaminhada até o dia 10 do mês seguinte àquele a que se referirem os docu-
mentos. O objetivo é informar ao Fisco federal a respeito de obra de construção civil, que é fato gerador de 
contribuições previdenciárias.
k) O titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais remeterá ao INSS, no prazo de um dia 
útil, pelo Sistema Nacional de Informações de Registro Civil, ou pelo sistema que venha a substituí-lo, a 
relação dos nascimentos, dos natimortos, dos casamentos, dos óbitos, das averbações, das anotações e das 
retificações registradas na serventia. 
Para os Municípios que não dispõem de provedor de conexão à internet ou de qualquer meio de aces-
so à internet, fica autorizada a remessa da relação no prazo de cinco dias úteis, conforme critérios definidos 
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158 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
pelo INSS. 
Na hipótese de não haver sido registrado nascimento, natimorto, casamento, óbito ou averbação, ano-
tação e retificação no mês, o titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais comunicará este fato 
ao INSS até o quinto dia útil do mês subsequente, na forma estabelecida pelo INSS. 
Essa obrigação acessória tem o objetivo, dentre outros, de se evitar o pagamento de benefícios a ter-
ceiros, referente a pessoas já falecidas.
l) Informar, anualmente, à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma por ela estabelecida, o 
nome, o número de inscrição na previdência social e o endereço completo dos segurados contribuintes indivi-
duais na qualidade de comerciante ambulante, por ela utilizados no período, a qualquer título, para distribui-
ção ou comercialização de seus produtos, sejam eles de fabricação própria ou de terceiros, sempre que se 
tratar de empresa que realize vendas diretas. 
m) A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora ou consignatária da produção fica obrigada a 
fornecer ao segurado especial cópia do documento fiscal de entrada da mercadoria, onde conste, além do 
registro da operação realizada, o valor da respectiva contribuição previdenciária. 
n) A empresa é obrigada a comunicar, mensalmente, os empregados a respeito dos valores descon-
tados de sua contribuição previdenciária e, quando for o caso, dos valores da contribuição do empregador 
incidentes sobre a remuneração do mês de competência por meio de contracheque, recibo de pagamento ou 
documento equivalente.
(ESAF – Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda – 2009) Assinale 
a assertiva que não contém uma obrigação acessória das contribuições destinadas à 
Seguridade Social.
a) Elaboração da folha de pagamento.
b) Dever de prestar informações.
c) Lançamento dos fatos geradores das contribuições.
d) Pagamento da contribuição social.
e) Dever do Cartório de comunicar óbitos.
Resposta: D.
10.2. EXAME DA CONTABILIDADE
O exame da contabilidade, como o exame nos livros contábeis Diário e Razão, é elemento imprescin-
dível para a fiscalização das contribuições sociais e é competência do Auditor Fiscal da Receita Federal do 
Brasil em nível federal.
É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio dos Auditores Fiscais da 
Receita Federal do Brasil, o exame da contabilidade das empresas, ficando obrigados a prestarem todos os 
esclarecimentos e informações solicitados, o segurado e os terceiros responsáveis pelo recolhimento das 
contribuições previdenciárias e das contribuições devidas a outras entidades e fundos.5
A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representan-
te, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos 
os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas na legislação previdenciária.
Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação defi-
ciente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a 
importância devida. Considera-se deficiente o documento ou informação apresentadaque não preencha as 
formalidades legais, bem como aquele que contenha informação diversa da realidade, ou, ainda, que omita 
informação verdadeira. Neste caso, opera-se o arbitramento, conhecido como aferição indireta. Situação 
na qual será feito arbitramento com objetivo de se chegar à base de cálculo utilizando-se indícios e critérios 
5 Art. 33, § 1o, da Lei no 8.212/1991.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 159 
objetivos.
Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização 
constatar que a contabilidade não registra o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço, 
da receita ou do faturamento e do lucro, esta será desconsiderada, sendo apuradas e lançadas de ofício as 
contribuições devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário.6
Deverá ser dado tratamento especial ao exame da documentação que envolva operações ou assuntos 
de caráter sigiloso, ficando o fiscal responsável obrigado à guarda da informação e à sua utilização exclusiva-
mente nos documentos elaborados em decorrência do exercício de suas atividades.
A autoridade policial prestará à fiscalização, mediante solicitação, o auxílio necessário ao regular de-
sempenho dessa atividade.
A empresa manterá arquivados os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações aces-
sórias e os documentos comprobatórios do pagamento de benefícios previdenciários reembolsados até que 
ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que os documentos se refiram.7
A empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o registro de negócios 
e atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal, 
trabalhista e previdenciária fica obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados, os sistemas e os 
arquivos, em meio eletrônico ou assemelhado, durante o prazo decadencial de que trata o art. 348 do RPS, 
os quais ficarão à disposição da fiscalização.8
(ESAF – Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil) Constituem obrigações acessórias 
das empresas, de acordo com o Regulamento da Previdência Social, exceto,
a) preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os
segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da 
respectiva folha e recibos de pagamento.
b) lançar, mensalmente, em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada,
os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas dos
empregados, dos contribuintes individuais e das empresas prestadoras de serviços, as
contribuições da empresa e os totais recolhidos.
c) fornecer ao contribuinte individual que lhe presta serviços comprovante do pagamento 
de remuneração, com a identificação completa da empresa, o valor da remuneração 
paga, o desconto da contribuição efetuado, o número de inscrição do segurado no INSS 
e o compromisso de que a remuneração paga será informada na GFIP, bem como de que 
a contribuição correspondente será recolhida.
d) prestar à Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, financeiras 
e contábeis de interesse desta, na forma por esta estabelecida, bem como os 
esclarecimentos necessários à fiscalização.
e) exibir à fiscalização da RFB, quando intimada para tal, todos os documentos e livros 
com as formalidades legais intrínsecas e extrínsecas, relacionados com as contribuições 
sociais, salvo na hipótese em que, justificadamente, tais documentos e livros estejam 
fora da sede da empresa.
Resposta: E.
(ESAF – Analista Tributário da Receita Federal do Brasil) Nos termos da legislação de 
custeio, quem não é obrigado a exibir todos os documentos e livros relacionados com 
as contribuições previstas na Lei nº 8.212/91:
a) o síndico.
b) o liquidante de empresa em liquidação extrajudicial.
c) o segurado da Previdência Social.
d) o liquidante de empresa em liquidação judicial.
e) o dependente da Previdência Social.
Resposta: E.
 
6 Art. 235 do RPS.
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160 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
11- Retenção e Responsabilidade 
Solidária: Conceitos, Natureza Jurídica e 
Características
11.1. RETENÇÃO (CONHECIDA COMO RETENÇÃO DOS 11%)
A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mão de obra, in-
clusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de 
prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada.1
Sobre a retenção dos 11%, deve-se observar que o desconto da contribuição e da consignação legal-
mente determinado sempre se presumirá feito, oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador 
doméstico, pelo adquirente, consignatário e cooperativa a isso obrigados, não lhes sendo lícito alegarem 
qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando diretamente responsáveis pelas importâncias 
que deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com a legislação.
A retenção nada mais é do que um recolhimento antecipado da contribuição previdenciária e que pode 
ser compensado e/ou restituído.
Importante verificar o posicionamento do STJ:2
“A Lei no 9.711/98, ao alterar o art. 31 da Lei no 8.212/91, apenas modificou a sistemática de 
recolhimento da contribuição previdenciária, atribuindo à empresa contratante dos serviços 
de mão de obra a responsabilidade pela retenção antecipada da contribuição em nome da em-
presa cedente. Não houve, portanto, a criação de fonte de custeio diversa, tampouco foi eleito 
novo contribuinte.”
Sobre a natureza jurídica da retenção, afirma Martins:3
A natureza da contribuição, embora incidente sobre o faturamento da prestadora de serviços, é de 
compensar a retenção com a contribuição devida sobre a folha de pagamentos. Logo, é uma modalidade de 
antecipação do recolhimento da contribuição sobre a folha de pagamentos e não uma contribuição sobre o 
faturamento. É uma forma de retenção na fonte.
Seguindo o mesmo raciocínio do disposto acima, vejo que, apesar de parte da doutrina e jurisprudên-
cia considerarem ser substituição tributária, entendo ser uma mera retenção na fonte, uma antecipação. Isso 
porque há apenas uma obrigação de fazer, haja vista que não há redução patrimonial da empresa contratan-
te, que apenas desconta de seu pagamento à contratada, retendo e recolhendo um valor presumidamente 
devido por esta. Assim, é uma espécie de obrigação acessória de reter.
Conceito de cessão de mão de obra e empreitada:
a) Cessão de mão de obra: entende-se como cessão de mão de obra a colocação à disposição do 
contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços contínu-
os, relacionados ou não com sua atividade-fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação, 
inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974.4 Por exemplo: a 
contratação de serviço de limpeza, na qual os trabalhadores ficam à disposição da empresa de segunda-feira 
a sexta-feira em horário comercial.
b) Empreitada: é a execução, contratualmente estabelecida, de tarefa, de obra ou de serviço, por preço 
1 Conforme art. 219 do RPS.
2 STJ, REsp 421.886/RJ, Rel. Min. José Delgado, DJ 10.06.2002.
3 MARTINS, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social, p. 188.
4 Art. 115 da IN MF/RFB 971/2009.
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 161 
ajustado, com ou sem fornecimento de material ou uso de equipamentos, que podem ou não ser utilizados, 
realizada nas dependências da empresa contratante, nas de terceiros ou nas da empresa contratada, tendo 
como objeto um resultado pretendido.5 Por exemplo:a contratação de serviço para limpar uma empresa, 
após uma noite de festa de confraternização. Nesse caso, é um trabalho ocasional contratado para uma 
tarefa específica.
O quadro a seguir resume as diferenças entre cessão de mão de obra e empreitada:
Contratação de: Local a ser realizado. Nas 
dependências de:
Cessão de mão de obra Serviços contínuos Contratante ou terceiros
Empreitada Tarefas Contratante, terceiro ou 
contratada
ATENÇÃO! NÃO haverá cessão de mão de obra caso o local a ser realizado 
o serviço seja nas dependências da contratada.
Vamos a um exemplo: imagine uma empresa prestadora de serviços de limpeza para uma indústria 
(tomador de serviço), em que os empregados ficam continuamente à disposição da indústria (cessão de mão 
de obra). Pelo serviço prestado, a empresa de serviço de limpeza recebeu R$ 1.000,00, conforme nota fiscal 
emitida. Sendo assim, o tomador de serviços (a indústria) deverá reter 11% do valor da nota fiscal (11% de 
R$ 1.000,00 = R$ 110,00). Essa retenção de 11% = R$ 110,00, o tomador de serviço (indústria) deverá reco-
lher à Previdência Social em nome da prestadora (com o CNPJ da prestadora). E repassa para a prestadora 
de serviço o valor líquido de R$ 890,00 (R$ 1.000,00 – R$ 110,00 = R$ 890,00).
Sobre esse exemplo, veja o esquema a seguir:
 
5 Art. 116 da IN MF/RFB 971/2009.
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162 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
Veja que a lógica é a mesma, quando se faz a retenção das contribuições previdenciárias dos empre-
gados. Como tempos atrás havia o risco de as prestadoras não recolherem suas contribuições previdenciá-
rias de forma adequada, esse encargo ficou para as tomadoras de serviço.
Entretanto, essa retenção de 11% apenas visa garantir parte da contribuição previdenciária devida pela 
prestadora de serviço. Isso porque a prestadora de serviço deverá apurar da forma convencional sua contri-
buição previdenciária. O valor apurado não necessariamente será o mesmo que o valor retido.
O valor apurado poderia ser maior que o valor retido. Sendo assim, a prestadora deveria pagar a dife-
rença. Continuando nosso exemplo, a retenção foi de R$ 110,00. Imagine que o valor apurado de contribui-
ções previdenciárias naquele mês foi de, por exemplo, R$ 150,00. Nesse caso, a prestadora deverá recolher 
a diferença de R$ 40,00 (R$ 150,00 – R$ 110,00 = R$ 40,00).
Por outro lado, o valor apurado poderia ser menor que o valor retido. Sendo assim, a prestadora teria 
direito a fazer compensação posteriormente ou solicitar a restituição. Ainda, continuando nosso exemplo, em 
que a retenção foi de R$ 110,00, imagine que o valor apurado de contribuições previdenciárias naquele mês 
foi de, por exemplo, R$ 100,00. Nesse caso, a prestadora terá um valor (R$ 110,00 – R$ 100,00 = R$ 10,00) 
de R$ 10,00 a compensar ou a restituir.
11.1.1. Rol dos serviços sujeitos à retenção de 11%
Não são todos os serviços que existem que são sujeitos à retenção de 11%, mas somente os que 
estão elencados pela legislação.
Segue o rol exaustivo dos serviços sujeitos à retenção dos 11%. Todos os serviços, de I a XXV estão 
sujeitos à retenção de 11% quando realizados mediante cessão de mão de obra. Já no caso de empreitada, 
apenas os serviços relacionados de I a V estão sujeitos à retenção de 11%.
ATENÇÃO! Este rol é exaustivo. Apenas os serviços de I a V estarão sujeitos 
à retenção de 11% quando prestados na modalidade de empreitada.
Tipo de Serviço Prestado Serviços sujeitos à retenção, conforme itens 
a seguir:
Empreitada I a V
Cessão de mão de obra I a XXV
 
DICA! A maior parte das questões de concursos públicos relacionadas 
a esse tema não exigiu a memorização de todos os serviços. O que se 
exigiu foi, sim, a memorização apenas dos serviços de I a V, listados a 
seguir. Sabendo-se que aos serviços de I a V cabe retenção quando de 
empreitada e cessão de mão de obra, ao restante (de VI a XXV) somente 
caberá retenção no caso de cessão de mão de obra.
Veja o rol dos serviços a seguir:
I – limpeza, conservação e zeladoria;
II – vigilância e segurança;
III– construção civil; 
IV – serviços rurais;
V – digitação e preparação de dados para processamento;
VI – acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos;
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 163 
VII – cobrança;
VIII – coleta e reciclagem de lixo e resíduos;
IX – copa e hotelaria;
X – corte e ligação de serviços públicos;
XI – distribuição;
XII – treinamento e ensino;
XIII – entrega de contas e documentos;
XIV – ligação e leitura de medidores;
XV – manutenção de instalações, de máquinas e de equipamentos; 
XVI –montagem;
XVII – operação de máquinas, equipamentos e veículos; 
XVIII – operação de pedágio e de terminais de transporte;
XIX – operação de transporte de passageiros, inclusive nos casos de concessão ou subconcessão;
XX – portaria, recepção e ascensorista;
XXI – recepção, triagem e movimentação de materiais;
XXII – promoção de vendas e eventos;
XXIII – secretaria e expediente;
XXIV – saúde; e
XXV – telefonia, inclusive telemarketing.
Não se aplica o instituto da retenção:6
I – à contratação de serviços prestados por trabalhadores avulsos por intermédio de sindicato da cate-
goria ou de OGMO;
II – à empreitada total, em contrato de construção civil, aplicando-se, nesse caso, o instituto da solida-
riedade, porém é facultado ao tomador a realização da retenção;
III – à contratação de entidade beneficente de Assistência Social isenta de contribuições sociais;
IV – ao contribuinte individual equiparado à empresa, à pessoa física, à missão diplomática e à reparti-
ção consular de carreira estrangeira;
V – à contratação de serviços de transporte de cargas, a partir de 10 de junho de 2003, data da publi-
cação no Diário Oficial da União do Decreto 4.729, de 2003;
VI – à empreitada realizada nas dependências da contratada;7
VII – aos órgãos públicos da administração direta, autarquias e fundações de direito público quando 
contratantes de obra de construção civil, reforma ou acréscimo, por meio de empreitada total ou parcial, res-
salvado o caso de contratarem serviços de construção civil mediante cessão de mão de obra ou empreitada, 
em que se obrigam a efetuar a retenção.
Obrigações:
O valor retido deverá ser destacado na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, sendo 
compensado pelo respectivo estabelecimento da empresa contratada quando do recolhimento das contribui-
ções destinadas à Seguridade Social devidas sobre a folha de pagamento dos segurados.
O contratado deverá elaborar folha de pagamento e Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do 
7 No conceito de empreitada, o serviço pode ser realizado nas dependências da contratada. Entretanto, para efeito da retenção, esta não 
caberá quando o serviço for realizado nas dependências da contratada.
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Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social distintas para cada estabelecimento ou obra de cons-
trução civil da empresa contratante do serviço.
A empresa contratante do serviço deverá manter em boa guarda, em ordem cronológica e por contra-
tada, as correspondentes notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, Guias da Previdência 
Social e Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência 
Social com comprovante de entrega.
Na contratação de serviços em que a contratada se obriga a fornecer material ou dispor de equipa-
mentos, fica facultada ao contratado a discriminação, na nota fiscal, fatura ou recibo, do valor correspondente 
ao material ou equipamentos, que será excluído da retenção, desde que contratualmente previstoe devida-
mente comprovado. Isso ocorre porque a contribuição previdenciária visa tributar somente a mão de obra.
Na impossibilidade de haver compensação integral na própria competência, o saldo remanescente 
poderá ser compensado nas competências subsequentes, inclusive na relativa à gratificação natalina, ou ser 
objeto de restituição.
Para fins de recolhimento e de compensação da importância retida, será considerada como competên-
cia aquela a que corresponder à data da emissão da nota fiscal, fatura ou recibo.
As importâncias retidas não podem ser compensadas com contribuições arrecadadas pela Secretaria 
da Receita Federal para outras entidades, conhecidas como terceiros do sistema “S”. Por exemplo: Sesc, 
Senai, Sesi etc.
O percentual de 11% será acrescido de quatro, três ou dois pontos percentuais, relativamente aos 
serviços prestados pelo segurado empregado, cuja atividade permita a concessão de aposentadoria especial, 
após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente.
Aposentadoria especial 
após:
Acréscimo sobre retenção de 
11%:
Total a ser retido
15 anos 4% 15%
20 anos 3% 14%
25 anos 2% 13%
11.1.2. Retenção sobre serviços sujeitos à desoneração da folha de 
pagamentos
Na prestação de serviços sujeitos à desoneração da folha de pagamentos, a retenção não será de 
11%, mas sim de 3,5% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços.
(FCC – Técnico do Seguro Social – INSS – 2012) Entre as obrigações previdenciárias da 
empresa, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do FGTS 
dados relacionados aos fatos geradores das contribuições previdenciárias.
b) Arrecadar as contribuições dos empregados que lhe prestam serviços.
c) Efetuar a retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal quando 
contratar serviços a serem executados com cessão de mão de obra.
d) Preparar as folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os 
segurados a serviço da empresa de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão 
competente.
e) Repassar aos empregados os valores devidos a título de contribuição previdenciária 
para fins de recolhimento.
Resposta: E. A empresa deve repassar a contribuição previdenciária para a Previdência 
Social e não aos empregados.
(AFPS – 2003) Considere a seguinte situação hipotética: Um laboratório contratou uma 
empresa de telemarketing para auxiliar no lançamento de um produto no mercado de 
cremes, consistindo o serviço em contatar médicos dermatologistas das principais 
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capitais litorâneas do país e informar as características do novo produto. Os operadores 
de telemarketing foram postos à disposição do contratante nas dependências da 
contratada, utilizando os equipamentos desta.
Nessa situação, a empresa contratante dos serviços de cessão de mão de obra está 
obrigada a reter 11% do valor bruto da nota fiscal relativa à prestação dos serviços e 
recolher essa importância retida em nome da contratada.
Resposta: E. Não há que se falar em retenção, pois o serviço foi realizado nas 
dependências da contratada. Assim, não houve cessão de mão de obra.
11.2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
11.2.1. Conceito
O art. 264 do Código Civil dispõe que: “há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais 
de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda”.
Conforme Cláudio Borba:8
Solidariedade é a condição peculiar ao âmbito jurídico-obrigacional e se caracteriza toda vez que, 
relativamente a uma mesma obrigação, existem com interesse comum dois ou mais credores (solidariedade 
ativa), ou dois ou mais devedores (solidariedade passiva). No plano tributário, a solidariedade que se consi-
dera é a passiva, e ocorre sempre que existam pessoas simultaneamente envolvidas com o fato gerador da 
obrigação ou quando a lei expressamente o determinar.
O art. 124 do Código Tributário Nacional é que traça as coordenadas da solidariedade:
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação 
principal;
II – as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
No Direito Previdenciário, a Lei no 8.212/19919 elenca os devedores (sujeitos passivos) que são soli-
dariamente responsáveis pelo recolhimento das contribuições sociais. A solidariedade passiva tem como ob-
jetivo aumentar a garantia de que haverá o pagamento das contribuições sociais ao Fisco, pois este poderá 
cobrar de qualquer uma das pessoas solidárias. Passamos a abordá-las a seguir:
11.2.2. Solidariedade na construção civil
Conforme o art. 30, VI, da Lei no 8.212/1991:
o proprietário, o incorporador definido na Lei no 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou 
condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma 
ou acréscimo, são solidários com o construtor,10 e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das 
obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou 
contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento 
dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem.
Outro requisito para que haja solidariedade é que não deve existir cessão de mão de obra, pois, neste 
8 BORBA, Cláudio. Direito Tributário, p. 294.
9 Arts. 30, VI, VII, VIII e IX, e 31.
10 Segundo o art. 220, § 4o, do RPS: “Considera-se construtor, para os efeitos deste Regulamento, a pessoa física ou jurídica que execu-
ta obra sob sua responsabilidade, no todo ou em parte”.
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166 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
caso, haverá a figura, obrigatória para as empresas, da retenção dos 11%. Não se considera cessão de mão 
de obra, para esta finalidade de solidariedade, a contratação de construção civil em que a empresa constru-
tora assuma a responsabilidade direta e total pela obra ou repasse o contrato integralmente. Sendo assim, no 
caso de empreitada total, não será obrigatória a retenção dos 11%, gerando a solidariedade. Resumindo:
Tipo de empreitada na 
construção civil:
É obrigatória retençãod os 
11%?
Gera solidariedade?
Total. Não, é facultativa. Sim. Gera solidariedade 
quando não realizada 
retenção facultativa dos 11%.
Parcial. Sim. Não.
Essa regra foi posta pelo art. 220, § 1o, do Regulamento da Previdência Social, conforme disposto a 
seguir:
Art. 220. O proprietário, o incorporador definido na Lei no 4.591, de 1964, o dono da obra ou 
condômino da unidade imobiliária cuja contratação da construção, reforma ou acréscimo não envolva 
cessão de mão de obra, são solidários com o construtor, e este e aqueles com a subempreiteira, pelo 
cumprimento das obrigações para com a seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra 
o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do 
cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem.
§1º Não se considera cessão de mão de obra, para os fins deste artigo, a contratação de construção civil 
em que a empresa construtora assuma a responsabilidade direta e total pela obra ou repasse o contrato 
integralmente.
O executor da obra deverá elaborar, distintamente para cada estabelecimento ou obra de construção 
civil da empresa contratante, Folha de Pagamento, Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo 
de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) e Guia da Previdência Social, cujas cópias deverão ser 
exigidas pela empresa contratante quando da quitação da nota fiscal ou fatura, como comprovante de entre-
ga daquela Guia. Estas obrigações acessórias vêm a possibilitar um melhor controle do Fisco e da empresa 
contratante de serviço sobre os pagamentos da empresa executora da obra.
Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela execução de obra de 
construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mão de obra empregada, proporcional à área constru-
ída, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, cabendo ao pro-
prietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa corresponsável o ônus da prova em 
contrário.
Exclui-se da responsabilidade solidária perante a Seguridade Social o adquirente de prédio ou unidade 
imobiliária que realizar a operação com empresa de comercialização ou incorporador de imóveis, ficando es-
tes solidariamente responsáveis com o construtor. Dessa forma, por exemplo, aquele que adquire um aparta-
mento de uma imobiliária não fica solidário com o construtor.
Nenhuma contribuição é devida à Seguridade Social se a construção residencial for unifamiliar, com 
área total não superior a 70 metros quadrados, destinada a uso próprio, do tipo econômico, e tiver sido exe-
cutada sem a utilização de mão de obra assalariada.11
O instituto da responsabilidade solidária não se aplica à administração pública direta, autárquica e 
fundacional, quando contratante de serviços, inclusive de obra de construção civil, reforma ou acréscimo, 
independentemente da forma de contratação.12 A administração pública contratante de serviços, inclusive de 
construção civil executados por meio de cessão de mão de obra ou empreitada parcial, efetuará a retenção 
sobre a nota fiscal. 
(ESAF – Analista Tributário da Receita Federal do Brasil) Na busca da efetiva arreca-
dação da contribuição social, a legislação previdenciária de custeio dispõe sobre a 
respon-sabilidade solidária. Sabendo que a solidariedade nunca é presumida, resultando 
da lei ou da vontade das partes, assinale a assertiva incorreta com relação às pessoas 
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Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka 167 
solidárias pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social decorrentes 
de obra.
a) O proprietário.
b) O incorporador.
c) O fiscal de obras da prefeitura.
d) A empresa de comercialização de imóveis.
e) O construtor.
Resposta: C.
(ESAF – Analista Tributário da Receita Federal do Brasil) Obra de construção civil 
realizada em grande shopping da cidade não contém prova regular e formalizada do 
montante dos salários pagos durante a sua execução. Assim, pode-se concluir que:
a) não poderá haver cobrança de contribuição social pela Secretaria da Receita Federal 
do Brasil.
b) o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser 
obtido mediante cálculo da mão de obra empregada, proporcional à área construída.
c) poderá haver cobrança sobre o valor total de empréstimos bancários usados na obra.
d) poderá haver cobrança de contribuição social só sobre os salários pagos aos 
dirigentes da construtora.
e) poderá haver a cobrança de uma sobretaxa de imposto de renda sobre o lucro da 
construtora.
Resposta: B.
 
11.2.3. Solidariedade em grupo econômico
As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, 
pelas obrigações decorrentes das contribuições sociais.
Conforme Rubens Requião:
Grupo econômico é um agrupamento de empresas, juridicamente independentes e economicamente 
sujeitas a direção única. De certa forma correspondem à holding do direito norte-americano, que constitui 
também sociedade que administra os negócios ou controla as sociedades a elas sujeitas.13
Sendo assim, caso uma empresa esteja inadimplente com as contribuições previdenciárias, o Fisco 
poderá exigir o pagamento de qualquer das empresas do grupo econômico.
11.2.4. Solidariedade em produtores rurais integrantes do consórcio 
simplificado
O consórcio simplificado de produtores rurais é aquele formado pela união de produtores rurais pesso-
as físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores rurais, na condição 
de empregados, para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento14 
registrado em cartório de títulos e documentos.
Os produtores rurais integrantes do consórcio simplificado respondem entre si, solidariamente, pelas 
obrigações decorrentes do disposto no Regulamento da Previdência Social.15
11.2.5. Solidariedade entre o operador portuário e o órgão gestor de mão 
13 REQUIÃO, Rubens. Apud IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário, p. 343.
14 Conforme o art. 200-A, § 1o, do RPS: “O documento deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua 
propriedade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ou informações relativas à 
parceria, arrendamento ou equivalente e à matrícula no INSS de cada um dos produtores rurais”.
15 Da mesma forma que os grupos econômicos.
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168 Direito Previdenciário - Eduardo Tanaka
de obra
O operador portuário e o órgão gestor de mão de obra são solidariamente responsáveis pelo paga-
mento das contribuições previdenciárias e demais obrigações, inclusive acessórias, devidas à Seguridade 
Social, relativamente à requisição de mão de obra de trabalhador avulso, vedada a invocação do benefício de 
ordem.
Conforme o art. 1o da Lei no 9.719/1998: “a mão de obra do trabalho portuário avulso deverá ser requi-
sitada ao órgão gestor de mão de obra”. Já o art. 2o traz:
I – cabe ao operador portuário recolher ao órgão gestor de mão de obra os valores devidos pelos serviços 
executados, referentes à remuneração por navio, acrescidos dos percentuais relativos a décimo terceiro 
salário, férias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, encargos fiscais e previdenciários, 
no prazo de vinte e quatro horas da realização do serviço, para viabilizar o pagamento ao trabalhador 
portuário avulso;
II – cabe ao órgão gestor de mão de obra efetuar o pagamento da remuneração pelos serviços executados 
e das parcelas referentes a décimo terceiro salário e férias, diretamente ao trabalhador portuário avulso.
§ 1o O pagamento da remuneração pelos serviços executados será feito no prazo de quarenta e oito 
horas após o término do serviço.
Dessa forma, o operador portuário repassa os valores para o OGMO que, por sua vez, efetua os reco-
lhimentos previdenciários.
Quanto ao sindicato da categoria, quando fornece mão de obra de trabalhador avulso para empresa, 
não gera solidariedade, isso porque cabe à própria empresa requisitante fazer os recolhimentos previdenciá-
rios.
11.2.6. Solidariedade para os administradores da Administração Pública 
indireta
Os administradores de autarquias e fundações públicas, criadas ou mantidas pelo Poder Público, de 
empresas públicas e de sociedades de economia mista sujeitas ao controle da União, dos estados, do Distri-
to Federal ou dos municípios, que se encontrarem em mora por mais de 30 dias, no recolhimento das contri-
buições previstas neste Regulamento, tornam-se solidariamente responsáveis pelo respectivo pagamento.
Além da solidariedade, no caso da entidade16 que se encontrar em mora por mais de 30 dias, no reco-
lhimento das contribuições sociais, estará proibida de:
I – pagar honorário, gratificação, pro labore ou qualquer outro tipo de retribuição ou retirada a seus 
diretores, sócios, gerentes ou titulares da firma individual;
II – distribuir quaisquer lucros, bonificações, dividendos ou interesses a seus sócios, titulares, acionis-
tas, ou membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos;
III – ser dissolvida.
 Caso cometam infração referente aos incs. I e II supra (art. 1o do Decreto-Lei

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