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Nova Lei de Abuso de Autoridade Lei n. 13.869/2019
DIREITO PENAL
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NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE LEI N. 13.869/2019
INTRODUÇÃO
Essa nova Lei dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade, revoga a lei antiga (Lei 
4.898/1965) e altera as seguintes leis:
• Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989 (Lei de prisão temporária)
• Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996 (Lei de interceptação telefônica)
• Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA)
• Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994; (Estatuto da ordem – OAB)e dispositivos do Decreto-
-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
A Lei 13.869/2019 revoga TOTALMENTE a Lei anterior (4.898/1965) e dispositivos do 
decreto nacional. Temos, portanto, uma abnegação total da lei anterior. 
ATENÇÃO
Ainda que revogada, a Lei n. 4.898/1965 pode continuar a ser aplicada, caso seja a lei 
mais benéfica no momento. Por exemplo: Um crime de abuso, conforme artigos 3º ou 4º da 
Lei n. 4.898, praticado em 2019 e julgado em 2020, poderá contar com a aplicação da lei 
antiga, caso esta seja a mais benéfica. Ou seja, mesmo que a Lei n. 4.898/1965 tenha sido 
revogada, ela ainda continua produzindo efeitos pelo princípio da ultra-atividade de lei mais 
benéfica.
VIGÊNCIA DA LEI:
Art. 45. Esta Lei entra em vigor depois de decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação 
oficial. 
A vigência foi a partir do dia 03 de janeiro de 2020. 
Art. 44. Revogam-se a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350, 
ambos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940, do Código Penal.
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Nova Lei de Abuso de Autoridade Lei n. 13.869/2019
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O Art. 150 do Código Penal trata da inviolabilidade domiciliar e está dentro do título dos 
crimes contra a pessoa e não contra o patrimônio, pois está ligado à intimidade da pessoa e 
não à estrutura física da residência.
A nova lei revogou essa disposição, pois transformou em crime de abuso de autoridade. 
Dessa forma, a violação de domicílio praticada por funcionário público é considerada crime de 
abuso de autoridade e não crime contra a pessoa.
O Art. 350 do Código Penal também foi revogado. A doutrina já dizia que esse artigo teria 
sido revogado tacitamente pela antiga lei de abuso (4.898/1965). Com a nova lei, porém, 
temos de forma clara a revogação desse artigo.
• Artigos revogados por enquadrarem-se em crime de abuso de autoridade:
Art. 350 - Exercício arbitrário ou abuso de poder
Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com 
abuso de poder: (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Pena – detenção, de um mês a um ano. (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência) Pará-
grafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) 
(Vigência)
I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de 
pena privativa de liberdade ou de medida de segurança; (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) 
(Vigência)
II – prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo opor-
tuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade; (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) 
(Vigência)
III – submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não 
autorizado em lei; (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
IV – efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vi-
gência) 
Art. 150 § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos 
casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
Ambos agora são considerados crimes de abuso de autoridade.
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, 
imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determina-
ção judicial ou fora das condições estabelecidas em lei.
Pena – Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
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ATENÇÃO
O crime de violação de domicílio continua existindo, mas quem o pratica é o particular. 
Apesar do art. 22 não descrever o sujeito ativo, é sabido que, para que haja crime de abuso 
de autoridade, é necessário termos o sujeito ativo qualificado, que nesse caso é o agente 
público, já que esse é um delito funcional.
Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la. Pena - Detenção de 
seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
Questão de prova!
A doutrina entendia que a antiga lei de abuso teria revogado, de forma tácita, o art. 322. 
O STJ, contudo, entendia o contrário: a Lei de Abuso n. 4.898 não teria revoado o art. 322. 
Porém, a nova lei (13.869/2019) revogou o art. 350, mas não revogou o art. 322, ou seja, for-
taleceu a tese do STJ.
Podemos inferir que o entendimento é: praticar violência no exercício da função é violên-
cia arbitrária, mas algumas violências praticadas são consideradas abuso, pois a nova Lei de 
abuso, diferente da anterior, foi mais detalhista em relação às suas condutas. Ou seja, exige-
-se uma conduta especifica na lei de abuso e, pelo princípio da especificidade, responde o 
agente pela lei de abuso. Dessa forma, entendemos que algumas violências são abuso de 
autoridade, enquanto outras são violências arbitrárias. A lei de abuso de autoridade não revo-
gou de forma tácita o art. 322 (violência arbitrária), ela revogou o delito de “Exercício arbitrário 
ou abuso de poder” (art. 350). Atenção, pois pode ser pegadinha de prova.
Alteração no art. 43:
A Lei n. 8.906 (OAB), de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B: (Pro-
mulgação partes vetadas)
Art. 7º-B. Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e 
V do caput do art. 7º desta Lei. (Esse artigo traz os direitos do advogado).O crime do art. 7-B é um 
crime de autoridade em seu conceito amplo, mas não é crime da lei de abuso de autoridade, pois 
não está previsto na Lei de Abuso, mas sim no Estatuto da Ordem.
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ATENÇÃO
Está errada a afirmação de que “o Estatuto da Ordem não prevê crime”. Lembre-se do art.7º-B, 
que incluiu o crime no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. Pode ser questão de prova.
Pena – Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Obs.: � Nenhum dos crimes de abuso tem essa pena.
Art. 7º. São direitos do advogado:
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de tra-
balho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao 
exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei n. 11.767, de 2008).
Obs.: � Não se trata de violação de domicilio, mas de crime previsto no Estatuto da Ordem.
III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando 
estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que 
considerados incomunicáveis;
IV – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exer-
cício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, 
(quando não for ligado à advocacia) a comunicação expressa à seccional da OAB;Obs.: � A presença do representante é na delegacia para a lavratura do auto e não na hora 
da prisão.
V – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado 
Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, 
em prisão domiciliar.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Wallace França. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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