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Raquel Bueno – 73 A Asma – Clínica Médica ▪ Definição: doença inflamatória crônica das vias aéreas que decorre da participação de muitas células e elementos celulares. Inflamação crônica associada à hiper-responsividade das vias aéreas. Episódios são consequência de obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, reversível espontaneamente ou com tratamento. A doença tem componentes genéticos e ambientais. ▪ Epidemiologia: pode começar em qualquer idade; pico de incidência aos 3 anos (sexo masculino) ▪ Fatores de risco: → Atopia (principal) → Predisposição genética → Infecções virais nos primeiros anos de vida → Dieta → Poluição do ar → Alérgenos → Exposição ocupacional → Obesidade ▪ Desencadeantes (fatores ambientais que pioram a asma em pacientes com doença estabelecida): → Alérgenos → Infecções virais → Agentes farmacológicos (bloqueadores beta-adrenérgicos, ácido acetilsalicílico) → Exercício físico → Fatores físicos: ar frio → Alimentos e dieta → Poluição do ar → Fatores ocupacionais → Hormônios (pré-menstrual) → Refluxo gastroesofágico → Estresse Fisiopatologia ▪ Asma está associada com uma inflamação crônica específica na mucosa das vias aéreas inferiores ▪ Hiperatividade das vias aéreas ▪ Mastócitos ativados pelos alérgenos/outros estímulos → mecanismo IgE dependente → degranulação (mediadores broncoconstritores, citocinas, quimiocinas, fatores de crescimento...) ▪ Infiltração de eosinófilos e de outras células inflamatórias ▪ Obs.: eosinófilos liberam mediadores fibrogênicos (Harisson, 2019) Raquel Bueno – 73 A Manifestações clínicas ▪ Sibilos, dispneia, tosse crônica, opressão ou desconforto torácico (sobretudo à noite ou nas primeiras horas de manhã) ▪ Exame físico geralmente é inespecífico; presença de sibilos é indicativa de obstrução Formas específicas de asma ▪ Asma atópica/alérgica/extrínseca: mais comum, história familiar geralmente positiva, alérgenos ambientais ▪ Asma não atópica/não alérgica/intrínseca: sem alérgeno, história familiar geralmente negativa, infecções virais ▪ Asma noturna: alterações do tônus das vias aéreas no período de sono; exposição noturna a alérgenos; refluxo ▪ Asma hiperaguda: Fatores de risco: idade avançada, maior reatividade das vias aéreas, uso prévio de ventilação e tratamento prolongado com esteroides Crises súbitas que pioram rapidamente Maior risco de mortalidade Maior quantidade de músculo liso e glândulas submucosas nas vias aéreas Mais responsivos aos estímulos broncoconstritores e menos responsivos aos broncodilatadores ▪ Asma induzida por esforço: passados 5 a 10 min de exercício; dispneia, sibilos e rigidez torácica; maioria dos casos a obstrução é resolvida espontaneamente passados 30 a 60 minutos ▪ Asma sensível à aspirina: Piora significativa da obstrução do fluxo de ar, congestão nasal, rinorreia e injeção conjuntival Tríade da aspirina (Samter) = asma + pólipos nasais + sensibilidade à aspirina Bloqueio das prostaglandinas com desinibição das vias pró-inflamatórias ▪ Asma ocupacional Diagnóstico ▪ Clínico + espirometria ▪ Espirometria: Mais importante Redução da relação entre o volume expiratório forçado no 1º segundo e a capacidade vital forçada VEF1/CVF < 0,7 Resposta no VEF1 com uso de broncodilatador > 200 ml e > 12% do valor prévio ▪ Verificação de hiper-responsividade das vias aéreas: Para pacientes com sintomas típicos e com espirometria normal ▪ Medidas seriadas do pico de fluxo expiratório: Variações > 20% são consideradas positivas ▪ Testes para determinar atopia e identificar gatilhos ▪ Diagnóstico diferencial: → DPOC → IC → DRGE → Disfunção das pregas vocais → Fibrose cística → Bronquiolite obliterante → Lifangioleiomiomatose → Aspergilose broncopulmonar alérgica → Síndrome de Churg-Strauss ▪ Fatores associados ao aumento de efeitos adversos: → Mau controle clínico → Baixo VEF1 Raquel Bueno – 73 A → Exarcebações frequentes no último ano → Exposição à fumaça do tabaco → Admissão prévia em UTI → Necessidade de usar medicações em altas dosagens Tratamento ▪ Medicações de controle: Longo prazo Manter a asma controlada Corticosteroides inalatórios (beclometasona, fluticasona, budesonida...) e sistêmicos Antagonistas de leucotrieno (montelucaste) Beta-2-agonistas de longa duração (LABA) Anti-IgE (omalizumabe) Anticolinérgicos (de longa duração = LAMA → tiotrópio; de curta duração (atrovent)) ▪ Medicações de resgate: Usadas de acordo com a necessidade Objetivo de aliviar os sintomas Revertem rapidamente a broncoconstrição CI + LABA ▪ Obs.: Caso os sintomas cursem com piora em relação aos estabelecidos para a etapa 4, é recomendado considerar a adição de um “LAMA”, um antagonista muscarínico de ação prolongada, como o tiotrópio e/ou um modificador de leucotrieno associado à combinação de glicocorticoide inalado e beta-agonista de ação prolongada, um “LABA”. Referências: Jameson, J., L. et al. Medicina interna de Harrison - 2 volumes. Disponível em: Minha Biblioteca, (20th edição). Grupo A, 2019. Manual do Residente de Clínica Médica – HC USP SanarFlix
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