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UA09 - Noções Gerais de Direito Empresarial

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gestão empresarial
Direito empresarial
NOÇÕES GERAIS DE 
DIREITO EMPRESARIAL
9
ObjetivOs da Unidade de aprendizagem 
Apresentar noções gerais sobre a evolução histórica, os 
conceitos fundamentais do Direito Empresarial, a em-
presa, o empresário, o registro público de empresas e 
atividades afins e a proteção do nome empresarial.
COmpetênCias 
Compreender a evolução histórica e a importância dos 
conceitos e princípios do Direito, identificar e aplicar a 
extensão deles. 
 Habilidades 
Aplicar os conceitos apresentados do Direito Empresarial 
no contexto da Gestão Empresarial (Processos Gerenciais) 
como necessidade da função administrativa, que a cada 
dia deverá acrescentar noções de outras áreas de atuação, 
praticando a interdisciplinaridade nas ações desenvolvidas.
direito empresarial
NOÇÕES GERAIS DE 
DIREITO EMPRESARIAL
ApresentAção
Olá, dando continuidade aos estudos, ressaltamos, a tí-
tulo de recordação, que já estudamos: a ciência do Direi-
to, os fundamentos do Direito, as Fontes do Direito e os 
Principais Ramos do Direito. Posteriormente, noções de 
Direito Constitucional, Administrativo e Tributário. E dos 
ramos do Direito Privado: Direito do Trabalho e Previ-
denciário, e ainda, o Direito Civil.
Agora é o momento de procedermos ao estudo das 
noções gerais do Direito Empresarial, que também é um 
ramo do Direito Privado, mas que encontra a sua base 
na Constituição Federal de 1988, uma vez que estabelece 
os valores sociais do trabalho e a livre iniciativa. 
Assim, a atividade econômica empresarial encontra 
amparo constitucional e infraconstitucional, como o Có-
digo Civil e outras legislações pertinentes, e dessa forma 
procura-se preservar a atuação produtiva individual ou 
coletiva de maneira a disponibilizar no mercado de con-
sumo, a produção e a distribuição de produtos e serviços 
essenciais a todos os membros da coletividade e ao mes-
mo tempo, garantir o desenvolvimento nacional. 
É o que veremos nos tópicos: os aspectos históricos 
da atividade empresarial; os aspectos e noções gerais 
do Direito Empresarial: o Direito de empresa, a empre-
sa, a atividade empresarial. o empresário, o exercício da 
atividade empresarial e a capacidade jurídica, e ainda, o 
Registro Público de empresas e por fim, a Proteção do 
Nome Empresarial.
O interesse em saber toda essa estrutura, reside no 
fato de que, conhecer o Direito Empresarial é saber 
como se regem as relações no âmbito da atividade eco-
nômica empresarial, a pessoa do empresário ou socie-
dade empresária e como se dá a sua estruturação nos 
termos legais, condição para que possa desenvolver sua 
atividade da melhor maneira possível.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 4
pArA ComeçAr
O Direito Empresarial é ramo do Direito Privado, com base na Constitui-
ção Federal de 1988, Código Civil e demais normas que visa preservar 
a atuação produtiva individual ou coletiva, de modo a disponibilizar no 
mercado de consumo a produção e a distribuição de produtos e serviços, 
essenciais a todos os membros da coletividade e ao mesmo tempo, garan-
tir o desenvolvimento nacional. É o que veremos nos seguintes tópicos:
 → Tópico 1 – Os aspectos históricos da atividade comercial e as fases do 
Direito Comercial / Empresarial.
 → Tópico 2 – Direito Empresarial: conceitos, princípios, características.
 → Tópico 3 – A empresa - empresário – atividade empresarial – exercí-
cio – capacidade. 
 → Tópico 4 – As obrigações – Deveres de todo empresário. 
 → Tópico 5 – O Registro Público de empresas e atividades afins.
 → Tópico 6 – Da Proteção do Nome Empresarial.
Iniciando nosso estudo, podemos afirmar que o Direito Empresarial é 
aquele que rege as relações no âmbito da atividade econômica empresa-
rial e a pessoa do empresário ou sociedade empresária. Por isso veja as 
questões abaixo e sem pesquisa alguma, responda:
I. O que é a “Teoria da Empresa”?
II. É obrigatória a inscrição do empresário? 
III. E por fim, analise as duas figuras abaixo e relacione com a atividade 
econômica empresarial.
Anote suas respostas e percepções, analise inclusive as figuras acima 
apresentadas e reflita, de que forma a atividade empresarial evoluiu. 
Também devem ser analisadas as Unidades anteriores, para que se 
observe, que elas se relacionam de forma direta e relevante com os 
conceitos aqui mostrados, bem como, de sua importância para as Uni-
dades futuras.
Figura 1. 
Gravura de Jean 
Baptiste Debret. 
Estabelecimento 
de um vendedor de 
carne de porco.
Figura 2. Um homem 
sentado na frente do 
microcomputador.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 5
As reflexões sobre o que perguntamos no início, fazem com que você 
possa ao final desta unidade, comparar o que pensava a respeito, e como 
o conteúdo apresentado expandirá o seu conhecimento sobre o assunto.
Agora, convidamos você para iniciar as atividades propostas e continu-
armos nossos estudos!
FundAmentos
tÓpiCO 1 – Os aspeCtOs HistÓriCOs da atividade COmerCial 
e as Fases dO direitO COmerCial / empresarial.
1.1. OS ASPECTOS HISTÓRICOS DA ATIVIDADE COMERCIAL.
Ao estudar o Direito Empresarial é importante apresentar uma breve aná-
lise histórica, pois o desenvolvimento da atividade comercial e seus refle-
xos na sociedade contemporânea é fruto da evolução do comércio. 
É imprescindível que a atividade econômica empresarial atenda aos 
fundamentos da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do 
trabalho, bem como aos princípios da ordem econômica.
O homem é um ser social e político, vive e coexiste na sociedade e ne-
cessita de bens essenciais para sua sobrevivência, sejam eles materiais ou 
espirituais. Os produtos e serviços essenciais ao homem são produzidos 
por organizações econômicas.
Neste sentido Coelho (2007), comenta que na antiguidade as roupas e 
víveres eram produzidos em casa por seus moradores, e o excedente era 
trocado, sendo que e o mesmo se dava na Roma Antiga, em que a morada 
também era local de produção de vestes, alimentos, vinho e utensílios de 
uso diário.
Notamos que as primeiras formas de comércio surgiram com a troca, 
e alguns povos na antiguidade estimularam a produção de bens de forma 
a intensificá-las.
Podemos citar como exemplo, o Código de Ur-Nammu (cerca de 2 040 
a.C.), surgido na Suméria e nele é descrito costumes antigos transforma-
dos em leis e a enfatização de penas pecuniárias para delitos diversos 
ao invés de penas talianas (chamada retaliação). É considerado um dos 
mais antigos Códigos de que se tem notícias, no que diz respeito à lei e 
foi encontrado nas ruinas de templos da época do rei Ur-Nammu, um rei 
enérgico, da região da Mesopotâmia (onde fica o Iraque atualmente). 
Também vamos citar o Código de Hamurabi que é um conjunto de leis 
criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C., pelo rei Hamurabi 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 6
da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho 
por olho, dente por dente”. 
O Código de Hamurabi é composto por 281 leis que foram talhadas 
numa rocha de diorito de cor escura e dispõem sobre regras e punições 
para eventos da vida cotidiana. O objetivo principal era unificar o reino 
através de leis comuns. Para isso, o Rei Hamurabi mandou espalhar có-
pias deste código em várias regiões do reino. As leis apresentam puni-
ções para o não cumprimento das regras estabelecidas em diversas áreas 
como, por exemplo, relações familiares, comércio, construção civil, agri-
cultura, pecuária etc. As punições ocorriam de acordo com a posição que 
a pessoa criminosa ocupava na hierarquia social.
E é na Idade Média que o Direito Comercial encontra a sua origem, pois 
é lá que ocorre a intensificação da atividade do comércio em razão do 
desenvolvimento das cidades e do comércio marítimo.
Pinho e Nascimento (2006) apontam que os proprietários feudais se 
transferiram para as cidades, e neste período era muito comum a utili-
zação do contratode comenda que consistia no financiamento de em-
preendimento pelo fornecedor que arriscava no negócio a importância 
entregue ao capitão do navio bem como as transações em nome próprio. 
Tal situação possibilitou a formação de corporações caracterizadas pela 
reunião de pessoas que praticavam determinada atividade, com leis e 
normas próprias e, ainda, elegiam um juiz para solucionar eventuais con-
flitos decorrentes da atividade do comércio.
1.2. QUAIS SÃO AS FASES DO DIREITO COMERCIAL / EMPRESARIAL?
Negrão (2007) apresenta quatro fases do Direito Comercial, iniciando no 
século XII até a fase atual.
A primeira fase é chamada de mercados e trocas, no período dos 
séculos XII a XVI e caracteriza-se por um direito profissional, ligado aos 
comerciantes (caráter subjetivo), pois eles estabeleciam e aplicavam as 
suas normas através da figura do cônsul nas corporações de ofício. O 
mencionado autor que neste período as feiras se especializaram e somen-
te a partir do século XVIII elas começam a sofrer declínio, supostamente 
em razão das medidas adotadas pelos governos locais ao impor taxas 
sobre as mercadorias.
Percebemos que os mercadores se associaram para instituir as cor-
porações e estipular as regras pertinentes à atividade comercial, já que 
até aquele momento esse grupo de pessoas não contava com legislação 
específica e, ainda, eram discriminados pela sociedade.
A segunda fase denominada de mercantilismo e colonização, no pe-
ríodo dos séculos XVII e XVIII caracteriza-se pela expansão colonial e as 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 7
associações eram consideradas lícitas, desde que houvesse autorização 
do rei. Temos neste período a institucionalização de normas pelo poder 
soberano central.
A terceira fase é chamada de liberalismo econômico, no período do 
século XIX e temos aqui o Código do Comércio promulgado em 1806 por 
Napoleão Bonaparte, influenciando o Código Comercial Brasileiro de 
1850. Relata o autor que se afasta neste período a ideia de ser um direito 
dos comerciantes, ou seja, de caráter subjetivo, para instituir a ideia de 
que o Direito Comercial regula os atos do comércio.
Neste sentido, Negrão (2007) explica que:
A adoção do conceito de ato de comércio, como elemento central da atividade mer-
cantil e ponto distinguidor da matéria mercantil, surge como resultado da expansão 
da autoridade e da jurisdição das corporações de comércio. Em razão da confian-
ça de suas decisões pelo público em geral, por meio de procedimentos práticos e 
sumários, a corporação passa a abranger qualquer comerciante, independente de 
matrícula anterior.
O Código Comercial Brasileiro de 1850 fazia referência apenas à mercan-
cia e prescrevia que o comerciante era aquele que praticava a mercancia, 
contudo não definia o que se entendia pela expressão “mercancia”. Tal 
tarefa de definição coube ao Regulamento 737 de 1850 em seu artigo 19 
e prescrevia o que se considerava mercancia:
“§ 1º: A compra e venda ou troca de efeitos móveis ou semoventes, para vender por 
grosso ou retalho, na mesma espécie ou manufaturados, ou para alugar o seu uso; 
§ 2º: As operações de câmbio, banco e corretagem, expedição, consignação e transpor-
te de mercadorias, de espetáculos públicos; 
§ 3º: As empresas de fábricas, de comissões de depósito, de expedição, consignação e 
transporte de mercadorias, de espetáculos públicos; 
§ 4º: Os seguros, fretamentos, riscos e quaisquer contratos relativos ao comércio ma-
rítimo; 
§ 5º: A armação e expedição de navios”.
Deste modo, durante muito tempo perdurou a chamada “Teoria dos 
Atos do Comércio” e considerava-se comerciante, aquele que exercia 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 8
qualquer um dos atos de comércio estabelecidos pelo artigo 19 do Re-
gulamento 737, dando a eles a devida proteção.
Mamede (2007) comenta que:
Os juristas chamavam a importância de se abandonar o critério objetivo, ou seja, que 
atentasse para o objeto da atividade mercantil, o ato de comercio (mormente em face 
da limitação oferecida pelo artigo 19 do Regulamento 737/1850), e passar-se a um 
critério subjetivo, isto é, que se considera o sujeito da atividade mercantil, assimilando 
o fenômeno das empresas, cuja importância para a economia era inequívoca. Dessa 
forma, criou-se a necessidade de se estabelecer um tratamento jurídico específico para 
a empresa, considerada como forma organizada de atuação econômica visando a 
produção de riquezas.
E, por fim a quarta e atual fase, denominada de Direito de Empresa, 
adotando a “Teoria da Empresa”, que encontra fundamento na atividade 
econômica e sua organização. 
Neste contexto, Gomes (2003) explica que:
“o foco central da Teoria da Empresa é a atividade, a ação na esfera econômica, ativi-
dade essa que, não guardando vínculo de pessoalidade com seu titular, permite que 
se crie certa impessoalidade no seu exercício, contrariamente à pessoalidade caracte-
rística da antiga Teoria dos Atos de Comércio”.
E Gomes (2003) acrescenta que:
“o tradicional comerciante, aquele que praticava os atos de comércio, modernamente 
poderia passar a ser chamado de empresário, como sendo aquele que exercesse de-
terminada atividade econômica organizada, com vistas à produção ou circulação de 
bens e serviços”
O Código Comercial - Lei nº 556, de 25 de Junho de 1850, teve sua parte 
primeira (do artigo 1º ao 456) revogada pela Lei nº 10.406 de 10.01.2002 – 
Código Civil. E ainda, devemos nos ater à outras legislações relacionadas 
à atividade empresarial, que serão objetos de nossos estudos, como a Lei 
nº 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a fa-
lência do empresário e da sociedade empresária; a Lei Complementar nº 
123/2006 que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa 
de Pequeno Porte, dentre outras.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 9
Atenção
Evolução histórica do Direito Empresarial, desde a antigui-
dade até os dias atuais. O direito comercial apresenta quatro 
fases, iniciando no século XII:
1. Mercados e trocas;
2. Mercantilismo e colonização;
3. Liberalismo econômico;
4. Direito de Empresa.
Importante a transição da Teoria dos Atos de Comércio, que 
considerava comerciante aquele que exercia a mercancia e 
a Teoria da Empresa que considera empresário, aquele que 
exerce a atividade econômica empresarial organizada, ou 
seja, a produção ou circulação de bens e serviços no merca-
do de consumo.
tÓpiCO 2 – direitO empresarial: COnCeitOs, 
prinCÍpiOs, CaraCterÍstiCas
2.1. O QUE é O DIREITO EMPRESARIAL?
Diniz (2008) conceitua o Direito Empresarial como:
“conjunto de normas e princípios que regem a atividade econômica organizada, para a 
produção e circulação de bens e serviços exercida, profissionalmente, pelo empresário, 
por meio do estabelecimento, no interesse coletivo”.
O Direito Empresarial é um conjunto de normas destinadas a regular as 
relações de natureza mercantil, bem como, as relações de natureza em-
presarial, levando-se em conta o advento da teoria da empresa.
Assim, a Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, denominado Código Civil, 
na Parte Especial, Livro II – Do Direito de Empresa, apresenta os dispositivos 
legais aplicados no Direito Empresarial, ou seja, as normas que tenham por 
objetivo regulamentar a empresa e a atividade econômico empresarial.
2.2. QUAIS SÃO OS PRInCíPIOS COnSTITUCIOnAIS 
DA ATIVIDADE ECOnôMICA?
A Constituição Federal de 1988 estabelece no artigo 170 e seus incisos 
que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano 
e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 10
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
da soberania nacional; da propriedade privada; da função social da 
propriedade; da livre concorrência; da defesa do consumidor; da defesa 
do meio ambiente,inclusive mediante tratamento diferenciado conforme 
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação; da redução das desigualdades regionais e sociais; 
da busca do pleno emprego e do tratamento favorecido para as empresas 
de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua 
sede e administração no País. E, ainda, assegura a todos o livre exercício 
de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de 
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
É importante dizer que o Direito Empresarial está inserido no Código 
Civil, na parte especial, livro II.
2.3. O QUE SE EnTEnDE PELA TEORIA DA EMPRESA?
No Brasil, com o advento do Código Civil de 2002, constatamos que o 
Direito Empresarial brasileiro adotou o sistema do empresário e da ati-
vidade empresarial - Teoria da Empresa, marcando o abandono do siste-
ma tradicional consagrado pelo Código Comercial de 1850, baseado no 
comerciante e no exercício profissional da mercancia – teoria dos atos 
de comércio.
O centro da Teoria da Empresa está no ente economicamente organi-
zado, que se chama “empresa”, a qual pode se dedicar tanto a atividades 
eminentemente comerciais como a atividades de prestação de serviços 
ou agricultura, o que antes, não eram abrangidos pelo Direito Comercial. 
E foi o jurista italiano Alberto Asquini, em 1942, quem desbravou 
esse assunto. Ele viveu em uma época, em que os conceitos de empre-
sa, empresário e estabelecimento não eram claros como atualmente, 
havendo definições variadas, dependendo dos estudos e do ponto de 
vista dos pesquisadores.
Assim, Alberto Asquini estudou os diversos entendimentos da época e, 
baseando-se na definição fornecida pela Ciência Econômica, que é uma 
das principais fontes do Direito Comercial, ele estabeleceu a empresa 
como um fenômeno econômico poliédrico. 
Ou seja, a partir deste entendimento, a empresa passou a ter um con-
ceito multifacetado, tendo quatro perfis em relação aos diferentes ele-
mentos que a integram, que são:
 → Perfil subjetivo – por ele, compreende-se a empresa como sujeito 
de direito, ou seja, o próprio empresário, aquele que exerce a ativi-
dade econômica, de forma habitual, em nome próprio, assumindo 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 11
os riscos desta atividade (seja pessoa física ou jurídica). Neste per-
fil, a empresa confunde-se com o conceito de empresário, definido 
no art. 966 do Código Civil Brasileiro. Utilizamos este perfil quando 
mencionamos a empresa como um ente personalizado e dizemos: 
“a empresa é um sucesso” ou “a empresa está funcionando”, ou até 
mesmo, “a empresa está dispensando pessoal”;
 → Perfil Objetivo (Material ou Patrimonial) – por este perfil se con-
sidera o estabelecimento empresarial como um complexo de bens 
móveis, imóveis, corpóreos, incorpóreos utilizado pelo empresário 
para o exercício de sua atividade empresarial. No Brasil, este perfil 
está definido no art.1142 do Código Civil Brasileiro, que diz: “consi-
dera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para 
exercícios da empresa, por empresário ou por sociedade empresá-
ria”. É o patrimônio da empresa, totalmente separado e distinto do 
patrimônio do seu proprietário. Utilizamos este perfil toda vez que 
mencionamos sobre a empresa referindo-nos ao seu patrimônio;
 → Perfil funcional – por este perfil, a empresa é vista em relação a sua 
atividade econômica, que é a atividade empresarial dirigida para um 
determinado escopo produtivo, objetivando um lucro, utilizando-se 
da organização de diversos fatores de produção ou circulação. Este 
perfil encontra respaldo na legislação brasileira, no artigo 966 do Có-
digo Civil. Utilizamos este aspecto quando dizemos que “a empresa 
tem que pagar suas dívidas” ou “a empresa está dando lucro”;
 → Perfil corporativo ou institucional – usamos este perfil quando 
mencionamos da participação dos empregados nos lucros da em-
presa, fato de integração do trabalhador na comunidade empresa-
rial. Ou seja, este perfil dá conotação para a empresa como uma 
instituição, um grupo de pessoas com objetivos comuns, reunindo 
empregador e empregados como uma organização que pretende 
o melhor resultado possível para a empresa. Para Asquini, por este 
perfil: “o empresário e os seus colaboradores dirigentes, funcioná-
rios, operários, não são de fato, simplesmente, uma pluralidade de 
pessoas ligadas entre si por uma soma de relações individuais de 
trabalho, com fim individual; mas formam um núcleo social organi-
zado, em função de um fim econômico comum, no qual se fundem 
os fins individuais do empresário e dos singulares colaboradores: a 
obtenção do melhor resultado econômico na produção”.
É importante ressaltar que, que a literatura mostra que este último perfil é 
proveniente da ideologia fascista, predominante em 1943, época dos estu-
dos de Asquini. Ao contrário dos perfis anteriores, este perfil não encontra 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 12
paralelo no direito positivado brasileiro. Por essa razão, visando adaptar o 
conceito deste perfil com o ordenamento jurídico brasileiro, considera-se 
este perfil como um perfil hierárquico, pelo qual se entende a empresa 
como uma estrutura piramidal, onde o empresário ocupa o topo, segui-
do pelos demais prepostos, conforme a hierarquia definida nos quadros 
funcionais da empresa.
Concluindo, vimos que apesar da dificuldade de se delimitar o conceito 
jurídico de empresa, foi com o Código Civil Italiano de 1942 que se verifi-
cou uma tentativa mais efetiva de implantação da Teoria da Empresa. 
A influência italiana foi marcante e o legislador brasileiro seguiu esta 
orientação no novo Código Civil - Lei nº10.406/2002, regulando a empresa 
através da pessoa do empresário, consagrando o perfil subjetivo da empre-
sa no Livro II, do “Direito de Empresa”. As sociedades antes conhecidas por 
sociedades comerciais passam a se denominar “sociedades empresárias.
Portanto, vê-se o abandono do sistema tradicional, baseado no comer-
ciante e no exercício profissional da mercancia, sendo substituído pelo sis-
tema do empresário e da atividade empresarial, nos vários setores da ati-
vidade econômica, ou seja, o termo empresário, não corresponderá mais 
apenas ao antigo comerciante, mas, também, ao produtor rural (empresa 
rural), ao prestador de serviços, ao Estado (empresas públicas).
2.4. QUAIS SÃO AS CARACTERíSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL?
O Direito Empresarial apresenta algumas características específicas, quais 
sejam, o cosmopolitismo, o individualismo, onerosidade, informalismo, 
fragmentarismo e solidariedade presumida (Diniz, 2008).
O cosmopolitismo caracteriza-se pelo fato do Direito Empresarial ser 
renovado e criado pela dinâmica mundial e isto é demonstrado pelas inú-
meras convenções internacionais, legislações esparsas e instruções nor-
mativas do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração. 
Diniz (2008) acrescenta que “a superação de fronteiras nacionais no 
desenvolvimento do comércio, a efetivação de contratos mercantis com 
pessoas domiciliadas em diferentes países e a criação de mercado maior, 
sem se importar com fronteiras.”
O individualismo se dá em razão da busca do lucro, seja na figura do 
empresário individual ou coletivo, mesmo com a intervenção do Estado 
na atividade econômica.
A onerosidade se dá em razão da atividade empresarial envolver sem-
pre a finalidade de lucro, diferentemente da sociedade civil que estuda-
mos no direito civil que não tem finalidade econômica ou lucrativa.
O informalismo é peculiar ao Direito Empresarial, sendo que decorre da 
própria natureza da atividade empresarial, pois as operações são em mas-
sa e globalizadas, acompanhando a dinâmica do mercado e da economia.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 13
Diniz (2008, p. 55) acrescenta que o informalismo se dá em virtude da 
celeridade nas relações empresariais.
Ofragmentarismo se dá pelo fato de o Direito Empresarial abranger 
vários ramos do direito, cada qual com a sua especificidade. Maria Hele-
na Diniz (2008, p. 55) observa que “o direito de empresa é o gênero que 
abrange diversas ramificações jurídicas, como o direito falimentar, direito 
cambiário, direito securitário, direito bancário, direito do comércio exterior, 
direito marítimo, direito aeronáutico, direito do mercado de capitais etc.”.
A solidariedade presumida - a solidariedade não se presume, decorre 
de lei ou da vontade das partes, conforme disposição do artigo 265 do Có-
digo Civil. Percebemos que no Direito Empresarial temos várias situações 
em que a solidariedade está prevista em lei ou pelas partes.
E por fim, para uma boa aplicação do Direito, temos que saber sobre as 
fontes do Direito Empresarial.
As Fontes do Direito Empresarial partem do mesmo princípio que as 
fontes dos demais ramos do direito, subdividindo-se em: 
I. Primárias: composta pela própria lei (Constituição Federal de 1988, 
Código Civil, Código Comercial – parte ainda vigente e demais leis 
vigentes e demais legislações vigentes). 
II. Secundárias: constituídas pela analogia, costumes e princípios ge-
rais de Direito.
PAPo tÉCnICo
Direito Empresarial é o conjunto de normas e princípios que re-
gem a atividade econômica organizada para a produção e circu-
lação de bens e serviços exercida, profissionalmente, pelo em-
presário, por meio do estabelecimento, no interesse coletivo.
A Teoria da Empresa apresenta quatro perfis:
a. perfil subjetivo;
b. perfil material ou patrimonial;
c. perfil funcional;
d. perfil corporativo ou institucional.
Características específicas do Direito Empresarial: o cos-
mopolitismo, o individualismo, onerosidade, informalismo, 
fragmentarismo e solidariedade presumida.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 14
tÓpiCO 3 – a empresa - empresÁriO - atividade 
empresarial - eXerCÍCiO e CapaCidade
3.1. COnCEITO DE EMPRESA – EMPRESÁRIO E ATIVIDADE EMPRESÁRIA
A lei não deixa muito claro, os conceitos de empresa, empresário e ativida-
de empresária, razão de muitas vezes elas serem tratadas como sinônimas, 
mas importante ressaltar que não são sinônimos, embora estejam atrela-
das e complementam uma a outra. De forma resumida, vejamos:
Empresa é sinônimo de atividade. É a atividade econômica organizada 
para a produção e/ou a circulação de bens ou de serviços; logo ninguém 
pode ser dono de atividade, mas sim exercê-la, desta forma, temos o a 
figura do empresário.
Empresário tem um conceito amplo que abrange tanto a pessoa física 
como a pessoa jurídica. É o sujeito titular da empresa, quem a exerce em 
caráter profissional a atividade empresarial.
Atividade Empresária - A Lei não traz uma definição clara sobre o 
tema, mas podemos entender por atividade empresária, a estrutura orga-
nizacional, a própria atividade econômica organizada da empresa, exerci-
da profissionalmente pelo empresário por meio da articulação dos fatores 
produtivos para a produção ou circulação de bens ou de serviços. 
Vamos analisar com maiores detalhes cada uma delas.
3.1.1. O que é empresa?
Várias são os conceitos de empresa: 
Como acima mencionado, empresa é sinônimo de atividade. É um ente 
autônomo e toda a atividade econômica organizada é voltada para a pro-
dução ou circulação de bens ou de serviços.
Empresa é um organismo de ordem socioeconômica, composto por 
elementos técnicos, materiais e humanos que exercem uma determinada 
atividade, que vise obter utilidade através da participação no mercado de 
bens e serviços.
Explica Mamede (2007) que:
I. A empresa manifesta-se como atividade, ou seja, como complexo de 
atos que desenvolvem no tempo, prática constante de atos negociais 
voltados para a produção de vantagem econômica;
II. A estrutura estável, humana e procedimental para a concretização 
dos atos da empresa ou, tomados em sua continuidade, da atividade 
empresarial;
III. A empresa é o conjunto de bens necessários à produção da vanta-
gem econômica perseguida, e a simples presença desses bens não 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 15
caracterizam a empresa, é preciso que estejam relacionados aos de-
mais aspectos, envolvidos nos procedimentos humanos que carac-
terizam a atividade empresarial para que se configura a empresa;
IV. O intuito empresarial por parte de pessoa natural ou jurídica respon-
sável pela estrutura da empresa, numa intenção empresarial que dá 
qualidade à ação produtiva, dando marca própria à atividade;
V. A imagem da empresa, ou seja, a compreensão social desse conjun-
to de pessoas, atividades, instrumentos, procedimentos como sendo 
uma empresa é uma percepção sociológica.
Portanto, notamos que a empresa é uma organização e neste sentido Pe-
luso (2007) explica que:
A empresa é uma organização de pessoas, bens e atos voltados para a produção e cir-
culação de mercadorias ou serviços destinados ao mercado, com o fim de lucro e sob 
a iniciativa e o comando de dado sujeito de direito, o empresário. Ela constitui uma es-
trutura econômica complexa, formada pela reunião de pessoas e disposição racional 
de elementos totalmente heterogêneos, cuja concepção está identificada com a criação 
de formas extremamente intensivas de emprego de capital, isto é, com o capitalismo 
pós-industrial ou financeiro.
Para Diniz (2008), a empresa é atividade econômica organizada para pro-
dução ou circulação de bens e serviços, exercida, principalmente, pelo 
empresário por meio do estabelecimento.
Sobre a menção de “estabelecimento”, devemos observar o artigo 1.142 
do Código Civil preceitua: considera-se estabelecimento todo complexo 
de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por 
sociedade empresária. 
Desta forma, podemos afirmar, que não se confunde com estabelecimen-
to, o empresário, os sócios e administradores e a sociedade empresária. 
O estabelecimento é a base patrimonial da empresa ou seu aspecto estático. 
Já o empresário ou a sociedade empresária são os titulares da empre-
sa, responsável pela estrutura que impulsiona a produção de riquezas.
Mamede (2007) apresenta a seguinte figura para explicar sobre o tema: 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 16
empresário
soc. empresária
aspecto estático 
(estabelecimento)
Coisas (móveis /imóveis)
Direitos pessoais com 
expressividade patrimonial 
econômica: patente, marca etc. 
Logística
Praça
Imagem pública
Capital intelectual
aspecto dinâmico
empresa
Portanto, empresa é a atividade econômica organizada que reúne capi-
tal, trabalho, insumos, tecnologia para a produção e circulação de bens e 
prestação de serviço.
O alcance de produção e circulação de bens se dá com a produção de 
bens ou no ato de uma empresa confeccionar ou fabricar produtos; já 
a produção de serviços se apresenta pela prestação de uma atividade 
de acordo com a lei e bons costumes, da atividade humana aproveitada 
por outra pessoa e que pode ser de natureza material ou imaterial. A 
circulação de bens se dá pela distribuição ou comercialização de pro-
dutos no mercado de consumo seja pelo comércio de atacado ou varejo; 
e por fim, a circulação de serviços se apresenta pela intermediação na 
prestação de serviço.
3.1.2. Quem é o empresário?
O termo empresário abrange tanto a pessoa física como a pessoa jurídica. 
É o sujeito titular da empresa, quem exerce em caráter profissional a ativi-
dade econômica, de modo que implique na circulação de bens e serviços 
e que tenha por finalidade o lucro. 
 O empresário gerencia os meios de produção, de forma que as suas 
atividades sejam voltadas para a prestação de serviços ou fornecimento 
de produtos e gerando lucro. 
O empresário é o sujeito de Direito que exerce a empresa, que detém 
o monopólio de informações e o conhecimento, quanto às condições de 
uso, qualidade, insumos utilizados, defeitos de fabricação, riscos poten-
ciais à saúde, segurança ou vida dos consumidores.Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 17
O artigo 966 do Código Civil Brasileiro define quem é o empresário, o 
fazendo nos seguintes termos:
Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organi-
zada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou cola-
boradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Mamede (2007) explica que o empresário é aquele que:
Por sua ocupação profissional e com intuito de obter vantagem econômica, torna a 
empresa possível. É ele quem produz e/ou faz circular bens e serviços, concretizando 
toda a gama dos atos negociais necessários para a existência da empresa, ou seja, 
para que seja mantida a prática constante dos atos voltados para a obtenção de van-
tagens econômicas, pela estrutura pessoal e procedimental estável que torna possível, 
bem como pela base material que aloca para o empreendimento.
Acrescenta o mesmo doutrinador que, por exemplo, o vendedor ambu-
lante que compra picolés na distribuidora e sai vendendo pelas ruas, mes-
mo que faça todos os dias, bem como, a costureira que, em sua casa faz 
roupas e as comercializa são considerados comerciantes, mas não são 
considerados empresários.
O Empresário tem um conceito amplo, que abrange tanto a pessoa 
física (Empresário em Nome Individual) ou pessoa jurídica (Sociedade 
Empresária). Os sócios de uma sociedade empresária (sejam eles empre-
endedores ou investidores) não são empresários, neste caso, o empresá-
rio é a própria sociedade, sujeito de Direito com personalidade autôno-
ma em relação aos sócios.
Assim, o empresário é aquele que exerce profissionalmente uma ati-
vidade econômica, de modo que implique na circulação de bens e servi-
ços e que tenha por finalidade o lucro. Ele é o sujeito titular da empresa, 
quem a exerce em caráter profissional, a atividade empresarial.
Em nosso estudo, vamos analisar os tipos de Empresário Individual (EI 
e MEI) e a Sociedade Empresária de Responsabilidade Limitada – EIRELI, 
bem como, abordaremos os diversos tipos de Sociedades Empresárias.
Devemos ainda observar o artigo 44 do Código Civil, onde verificamos, 
que o Empresário individual não está elencado neste artigo, como estão 
os demais tipos de empresas retro mencionados. 
Logo, o Empresário Individual, não tem personalidade jurídica, não sen-
do considerado pessoa jurídica de direito privado. 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 18
Vejamos o referido artigo 44 do Código Civil:
Art. 44 são pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
Atente que estamos analisando a figura do “empresário”, que devemos 
observar a Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, conhecida como a 
Lei da Liberdade Econômica, que dentre as suas modificações lá contidas, 
alterou o parágrafo § 1º do art.1052 do Código Civil, prevendo que a Socie-
dade Limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. 
Acrescenta-se ainda, a introdução no mesmo diploma legal, o art. 49-A, 
que prevê que a pessoa jurídica, não se confunde com os seus sócios, as-
sociados, instituidores ou administradores, ressalvados os casos de frau-
de, o que significa dizer, a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas.
Portanto, percebemos que tais modificações dessa legislação, dá a ga-
rantia ao interessado em abrir uma empresa sozinho, e que seu patrimô-
nio pessoal não será confundido com o da empresa. E por outro lado, é 
possível não haver mais a figura da EIRELI ou ainda do Empresário Indivi-
dual, vez para esse último, a responsabilidade de assumir com o patrimô-
nio pessoal, se confunde com a da empresa.
O fIM DA EIRELLI ?
EIRELLI SOcIEDADE LTDA uNIPESSOAL
N° de pessoas 
para abertura Uma Uma
Capital Social mínimo 
integralizado exigido 100 salários mínimos Não há exigência
Restrições para pessoas 
naturais serem titulares
Uma EIRELI por 
pessoa natural Não há restrição
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 19
PAPo tÉCnICo
O Empresário Individual é sempre pessoa física. 
Já a Sociedade Empresária é sempre pessoa jurídica, 
quando duas ou mais pessoas se unem para uma atividade 
empresarial, com exceção da Sociedade Limitada, que pode-
rá ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas.
 Na Sociedade Empresária, os sócios não são empresá-
rios, pois “empresário é a própria pessoa jurídica”. 
A Sociedade Empresarial é limitada, tem patrimônio 
próprio, não se comunicam com os bens particulares dos 
sócios ou proprietários da Sociedade.
3.1.2.1. Quem não é considerado empresário?
Para responder esta questão, temos que novamente verificar o artigo 966 
do Código Civil que estabelece:
“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica orga-
nizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
Parágrafo único: “não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com concurso de auxiliares ou colabora-
dores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”. (Grifo nosso)
Focando na primeira parte do parágrafo único, é mostrada a exceção, ou 
seja, não é considerado empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda com concurso de auxiliares 
ou colaboradores. Temos como exemplo: as atividades dos atores, advo-
gados, dentistas, engenheiros, escritores, jornalistas, médicos, etc. (exem-
plos de profissionais liberais e autônomos). 
Isso ocorre porque para as profissões intelectuais, o acesso à profissão 
não é livre, dependem de formação intelectual muito mais rígida, bem 
como, da inscrição do profissional nas respectivas classes profissionais ou 
categorias de pessoas.
No exercício da profissão intelectual prevalecem premissas que impe-
dem, por exemplo, a livre concorrência; bem como, não existe no exercí-
cio de uma profissão intelectual, a produção em massa, característica da 
atividade empresarial.
Já na segunda parte do parágrafo único ....... “salvo se o exercício da 
profissão constituir elemento de empresa”, por elemento da empresa, po-
demos entender justamente a atividade empresária, ou seja, atividade 
economicamente organizada de produção ou circulação de bens/serviços.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 20
Desta forma, estes profissionais excluídos poderão ser considerados 
como empresários, SE as atividades por eles exercidas constituírem ele-
mento de empresa. Porém, a doutrina diverge um pouco sobre o concei-
to de “elemento de empresa”, e por isto, aquele leitor que tiver interesse, 
seria interessante pesquisar e se aprofundar sobre o tema.
De forma resumida, vamos dar um exemplo prático para facilitar o en-
tendimento:
Um médico que presta seus serviços diretamente aos seus pacientes 
não seria considerado empresário. Todavia, se a prestação deixar de ser 
pessoal e passar a ser feita por meio de uma clínica, ou seja, de uma em-
presa, o profissional passará a ser enquadrado como empresário, poden-
do optar pelas modalidades existentes como: Empresário Individual – EI, 
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI ou ainda pelos 
tipos de Sociedades existentes em nossa legislação. 
Importante lembrar sobre os “limites de responsabilidades patrimo-
niais”, pois quando o médico atua pessoalmente, como pessoa física, ou 
seja, mesmo como Empresário Individual – EI, por não se enquadrar como 
empresa, não terá a possibilidade de limitar a sua responsabilidade, e por 
isso responderá com seu patrimônio, pelos danos causados. Todavia, se 
ele constituir um tipo de empresa, com a EIRELI oua Ltda, a sua responsa-
bilidade será limitada, não respondendo com seu patrimônio pessoal.
Em relação a responsabilidades patrimoniais, frise-se que os profissio-
nais intelectuais têm responsabilidade subjetiva, ou seja, depende da ve-
rificação da culpa. Já as empresas têm responsabilidade objetiva, ou seja, 
respondem objetivamente pelos danos causados a terceiros por seus pre-
postos e/ou empregados. Isso permanecendo a diferenciação do patri-
mônio da empresa e o patrimônio dos sócios que sejam médicos de uma 
clínica. Porém, finda a possibilidade de pagamento de algum dano pela 
empresa (clínica), o próximo passo é partir para o patrimônio dos sócios. 
No primeiro caso, a responsabilidade subjetiva faz com que o patrimônio 
do profissional intelectual sofra imediatamente, em caso de constatação 
de culpa. No segundo caso, o patrimônio do profissional intelectual sofre 
subsidiariamente, caso a empresa não tenha condições para suprir com 
as responsabilidades patrimoniais. 
3.1.3. O que é atividade empresarial?
A Lei não traz uma definição clara sobre o tema. O conceito de atividade 
empresarial pode ser identificado no artigo 966 do Código Civil - Lei nº 
10.406, de 10 de janeiro de 2002 e segue a “Teoria da Empresa”. 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 21
É uma atividade econômica / lucrativa realizada com habitualidade / 
profissionalismo e de forma organizada, desde que não seja intelectual, 
científica ou artística e não seja realizada por cooperativa. 
A Atividade Empresária é a própria atividade econômica da empresa, 
exercida profissionalmente pelo empresário por meio da articulação dos 
fatores produtivos para a produção ou circulação de bens ou de serviços; 
é a atividade economicamente organizada, a estrutura organizacional.
Devemos fixar este conceito, para que possamos entender melhor o 
que é a empresa. É importante delimitar o conceito de atividade econô-
mica organizada, bem como, o alcance de produção e circulação de bens 
e serviços (DINIZ, 2008, e COELHO, 2007).
Entendemos por atividade, a produção (fabricação) de produtos e circu-
lação (comercialização ou intermediação) de bens ou serviços no mercado 
de consumo; por econômica, a finalidade de gerar lucro ou obter resultado 
econômico-financeiro; por organizada, a articulação de quatro fatores de 
produção, a saber: o capital, a mão de obra, insumos e tecnologia.
Diniz (2008) esclarece que a atividade econômica organizada reúne:
I. Fatores dinâmicos: coordenação, organização e sistemática profis-
sional e;
II. Fatores estáticos: perfil estrutural e funcional, formado pelo estabe-
lecimento, que é o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos organi-
zados pelo empresário, e aviamento, qualidade do estabelecimento.
A Atividade Empresarial é uma atividade econômica e lucrativa, realizada 
com habitualidade, profissionalismo e de forma organizada, desde que não 
seja intelectual, científica ou artística e não seja realizada por cooperativa.
A caracterização de uma atividade como empresária possui consequ-
ências jurídicas importantes, principalmente nas áreas tributária, fali-
mentar e civil.
PAPo tÉCnICo
A empresa é atividade econômica organizada para produção 
ou circulação de bens e serviços, exercida, principalmente, 
pelo empresário por meio do estabelecimento.
A atividade empresarial reúne os fatores dinâmicos: coor-
denação, organização e sistemática profissional e os fatores 
estáticos: perfil estrutural e funcional, formado pelo estabe-
lecimento, que é o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos 
organizados pelo empresário, e aviamento, que é a qualida-
de do estabelecimento de produzir lucro.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 22
3.2. COMO SE APRESEnTA O EXERCíCIO DA ATIVIDADE DE EMPRESÁRIO? 
O empresário é o sujeito de Direito que exerce a empresa. Para isto, o em-
presário tem de reunir recursos que proporcionem o desenvolvimento des-
sas atividades. São estes recursos que viabilizam o resultado das atividades, 
como exemplo: o capital, a mão de obra, os insumos e a tecnologia. 
O empresário exerce profissionalmente (com habitualidade) uma ativi-
dade econômica (que busca gerar lucro), organizada (que articula os fato-
res de produção) para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Coelho (2007) explica sobre o exercício da atividade de empresário afir-
mando que: a habitualidade requer o profissionalismo e a pessoalidade. 
O profissionalismo é caracterizado pela habitualidade, pois não se consi-
dera empresário aquele que exerce tal atividade de forma esporádica e a 
pessoalidade se dá quando o empresário exerce a atividade empresarial 
pessoalmente e as pessoas ou empregados contratados são responsáveis, 
pela produção e circulação de produtos e bens no mercado de consumo.
Acrescenta que é o empresário quem detém o monopólio de informa-
ções, vez que é ele quem exerce a atividade de forma profissional e pes-
soalmente, sendo que as informações sobre os bens ou serviços dispo-
nibilizadas no mercado de consumo são de seu inteiro conhecimento, e 
portanto, ele tem conhecimento quanto às condições de uso, qualidade, 
insumos empregados, defeitos de fabricação, riscos potenciais à saúde, 
segurança ou vida dos consumidores.
Assim, atividade econômica exercida pelo empresário de forma orga-
nizada visando fornecer bens e serviços é denominada empresa e é asse-
gurada pelo Direito Empresarial, que cuida do exercício dessa atividade e 
tem por finalidade também resolver eventuais conflitos que possam vir a 
envolver o empresário. 
Atividades realizadas de maneira organizada e profissional não signifi-
cam que estas sejam garantia de lucro ou de sucesso, pois o empresário 
assume os riscos e deve estruturar a atividade empresarial disponibili-
zada no mercado, para que atendam as expectativas do consumidor de 
produtos ou serviços, em qualidade e quantidade; porém mensurando os 
riscos de não conseguir atender à exigência dos consumidores, podendo 
desta forma até perder todo o capital invertido.
3.3. COMO SE APRESEnTA A CAPACIDADE JURíDICA DO EMPRESÁRIO?
A capacidade jurídica é a aptidão para reger os atos da vida civil. Vimos na 
Unidade de Aprendizagem de Direito Civil, que se adquire a capacidade 
civil aos 18 (dezoito) anos, conforme artigo 5º do Código Civil. 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 23
Mas devemos observar alguns outros artigos do mesmo diploma legal, 
como o artigo 3º, 4º e o artigo 972, para melhor entender a questão. Assim 
diz o artigo 972 do Código Civil: 
“pode exercer a atividade de empresário, os que estiverem em pleno gozo da capaci-
dade civil e não forem legalmente impedidos”. 
Mamede (2007) nos explica que “a prática pessoal (sem intermediação 
de representantes) de atos jurídicos pressupõe vontade consciente, além de 
aptidão para bem expressá-la”.
E recordando ainda, o que já foi objeto de nosso estudo, o maior de 16 
(dezesseis) anos e menor de 18 (dezoito) anos, pode antecipar a sua maio-
ridade civil com a emancipação, conforme o artigo 5º, inciso V: pelo esta-
belecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos 
tenha economia própria, podendo nesta situação exercer a atividade de 
empresário individual.
Neste contexto, Mamede (2007) nos ensina que:
Provando o menor de 18 anos e maior de 16 que, com economia própria, titulariza 
uma empresa (“atividade econômica organizada para a produção e a circulação de 
bens ou de serviços”, segundo o texto do artigo 966 do Código Civil), ainda que de 
fato, isto é, sem, o respectivo registro, poderá pedir judicialmente a declaração de sua 
emancipação, levá-la a registro e, destarte, preenchendo o requisito da capacidade 
civil, inscrever-se como empresário individual, cumprindo a obrigação listada no artigo 
967 do Código Civil, fazendo jus ao regime jurídico empresarial, com suas benesses, 
inclusive fiscais,como a equiparação à pessoa.
É importante lembrar que o incapaz, ou seja, aquele que não possui apti-
dão para reger os atos da vida civil não pode, por si só, exercer a atividade 
de empresário individual e em razão disso, a sua inscrição não será auto-
rizada pela Junta Comercial. 
Contudo o artigo 974 do Código Civil autoriza a atividade empresarial 
por pessoa considerada legalmente incapaz nos seguintes termos:
“Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a em-
presa antes de exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. 
§ 1º - Nos casos deste artigo, procederá a autorização judicial, após exame das circuns-
tâncias e dos riscos da empresa, bem como a conveniência em continuá-la, podendo a 
autorização ser revogada pelo juiz, ouvido os pais, tutores ou representantes legais do 
menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 24
§ 2º - Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao 
tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquele, devendo 
tais fatos constar do alvará que conceder a autorização”.
E ainda, o mesmo art. 974 do Código Civil prevê que: 
“poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a em-
presa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança”.
E no § 3º do mencionado art. 974, temos que: 
“o Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá regis-
trar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde 
que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; 
II – o capital social deve ser totalmente integralizado e; 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve 
ser representado por seus representantes legais.
Deste modo, percebemos que é possível o incapaz exercer a atividade 
empresarial desde que devidamente representado, em casos de sucessão 
ou interdição.
Além da exigência da capacidade temos, ainda, as pessoas legalmente 
impedidas de exercer a atividade de empresário, o que veremos a seguir.
3.3.1. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade de empresário
O art. 973 do Código Civil estabelece que “a pessoa legalmente impedida 
de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pe-
las obrigações contraídas”. 
Assim, as pessoas impedidas legalmente são aquelas que encontram 
vedação parcial ou total em lei para o desenvolvimento de atividade em-
presarial, embora sejam capazes. 
Temos como exemplo os magistrados – artigo 36 da Lei Complementar 
nº35/79, os membros do Ministério Público – artigo 44 da Lei nº8.625/93, 
os servidores públicos civis e militares, os estrangeiros não residentes no 
Brasil, os falidos condenados por crime falimentar, até julgadas extintas 
suas obrigações quando condenados por crime falimentar, deputados e 
senadores – artigos 54 e 55 da Constituição Federal de 1988, corretores de 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 25
seguros – Lei nº 6.530/78, médicos em caso de empresa farmacêutica – Lei 
nº 5.991/73 e o Decreto nº 20.877/31.
PAPo tÉCnICo
O art. 966 do Código Civil define o conceito do empresário 
“considera-se empresário quem exerce profissionalmente ati-
vidade econômica organizada para a produção ou a circula-
ção de bens ou de serviços”. E no parágrafo único do mesmo 
artigo prevê que “não se considera empresário quem exerce 
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artís-
tica, ainda com concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo 
se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
O empresário: 
a. pode ser pessoa natural desde que seja capaz, ou seja, 
tenha aptidão para exercer os atos da vida civil ou pessoa 
jurídica, desde que esteja regularmente constituída por seu 
ato constitutivo sob a forma de sociedade empresária; 
b. não pode ter impedimento legal para o exercício da em-
presa; 
c. deve ter profissionalismo e pessoalidade no exercício da 
empresa; 
d. deve ter regime jurídico regulador da insolvência; 
e. deve ter registro.
tÓpiCO 4 – ObrigaÇÕes – deveres de tOdO empresÁriO
4.1. QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES OU OS DEVERES InEREnTES 
A TODOS OS EMPRESÁRIOS?
A aquisição da condição jurídica de empresário regular requer de forma 
resumida, a observância de três obrigações fundamentais:
I. Dever de escrituração e autenticação dos livros empresariais obri-
gatórios;
II. Dever de levantar, periodicamente, o balanço patrimonial e de resul-
tado econômico da empresa;
III. Dever de arquivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial;
Vejamos abaixo sobre o “Dever de escrituração dos livros empresariais” 
e do “Balanço patrimonial e de resultado econômico da empresa”, e na 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 26
sequência, no Tópico 5 denominado “Registro Público de empresas e ati-
vidades afins”, analisaremos sobre o “arquivamento dos atos constituti-
vos”.
4.1.1. Dever de escrituração e autenticação dos livros
 empresariais obrigatórios?
Dentre as obrigações do empresário uma das mais importantes é a escri-
turação dos livros empresariais ou sistema de contabilidade, conforme 
disposição do artigo 1.179 do Código Civil que estabelece: 
“o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de conta-
bilidade, mecanizada ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico”.
A legislação ainda prevê, que salvo disposição especial de lei, os livros obri-
gatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser au-
tenticadas no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial).
Diniz (2008) ensina que a escrituração é “o processo metódico e siste-
mático, pelo qual em livros próprios, obrigatório ou auxiliar, se lançam 
cronologicamente as contas e todas as operações de um estabelecimento 
empresarial, fazendo um balanço gera do seu ativo e passivo, demonstra-
tivo do histórico da empresa”.
Mamede (2007) explica que:
A escrituração é não apenas um ônus da atividade empresarial, mas também um elemen-
to vital para o seu bom desenvolvimento, razão pela qual fica claro que o legislador, ao 
estabelecer sua obrigatoriedade, atente a um conjunto de interesses, entre os quais não se 
pode desprezar a intenção de dar uma estrutura sólida ao empreendimento.
4.1.1.1. Qual a função da escrituração e autenticação dos livros
 empresariais obrigatórios?
Diniz (2008) apresenta a relevância da escrituração:
 → Função fiscal, por conter, nos lançamentos, dados informativos so-
bre a atividade econômica do empresário, que possibilitam a fiscali-
zação da incidência e o recolhimento de tributos;
 → Função gerencial, por ser imprescindível para que o empresário ou 
administrador possa controlar e avaliar o empreendimento feito, re-
gistrando todas as suas atividades, os negócios efetuados, as obri-
gações assumidas, os créditos concedidos, as dívidas contraídas, os 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 27
valores recebidos e despendidos, e, com base nela, tomar decisões 
administrativas, financeiras e empresariais;
 → Função documental, visto que, pelo critério uniforme, constitui, pe-
las suas informações, um registro demonstrativo dos resultados da 
“empresa” para os sócios, interessados nos lucros, ou terceiros (in-
vestidores, credores, órgão público).
4.1.1.2. Os livros empresariais obrigatórios e facultativos.
Como previsto no art. 1.179 do Código Civil Brasileiro, prescreve que o 
empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema 
de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniformede seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a 
levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
O número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados.
Portanto, os livros empresariais são classificados em obrigatórios e 
facultativos. 
Os livros obrigatórios são aqueles que devem ser escriturados e, pos-
teriormente autenticados na Junta Comercial por todos os empresários 
individuais e Sociedades Empresárias, sob pena de sofrer sanção admi-
nistrativa, criminal ou processual, conforme o disposto no artigo 1.181 do 
Código Civil. 
Os livros obrigatórios são classificados em:
I. Obrigatórios comuns, ou seja, comum a todos aqueles que exer-
cem atividade econômica empresarial organizada, neste caso, temos 
o chamado livro diário, conforme disposto no artigo 1.184 do Códi-
go Civil;
II. Obrigatórios especiais exigidos por lei para certos empresários in-
dividuais ou sociedade empresária em atenção ao ramo de sua ati-
vidade econômica empresarial organizada, temos como exemplo Li-
vro de Registro de Duplicatas para aqueles empresários que emitem 
duplicatas, Livro de Entrada e Saída de Mercadorias dos armazéns 
gerais, dentre outros.
Os livros facultativos são aqueles utilizados voluntariamente pelo em-
presário na atividade econômica empresarial organizada e servem para 
aprimorar o controle da atividade empresarial. Temos como exemplo o 
Livro Contas-Correntes, o Livro de Caixa, Livro Razão, Livro de Registro de 
Inventário, Livro de Registro de Prestação de Serviços dentre outros.
Mamede (2007) explica que a responsabilidade da Junta Comercial está 
limitada aos instrumentos de escrituração considerados em si, e não pelo o 
que nele foi escriturado e compete manter um controle dos instrumentos 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 28
de escrituração mercantil autenticados para que deverá manter sistemas 
de registros próprios, dos quais constará nome do empresário, número de 
identificação do registro de empresas, o número de ordem, finalidade e 
data de autenticação do instrumento de escrituração mercantil e assinatu-
ras dos autenticadores, para eventuais averiguações e confronto.
4.1.2. O dever de se levantar, periodicamente o balanço 
patrimonial e de resultado econômico da empresa.
O artigo 1.179 do Código Civil estabelece que 
“o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de conta-
bilidade, mecanizada ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva e a levantar anual- mente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico”. 
Acrescenta o § 2º que 
“é dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970”.
Diniz (2008) esclarece que o balanço deverá ser analisado sob o aspecto 
estrutural e funcional.
Quanto ao aspecto estrutural, o balanço tem a finalidade de retratar a 
verdadeira situação patrimonial da empresa, indicando o seu ativo e pas-
sivo, em determinada data. 
Assim, podemos dizer que é a análise conjunta das informações conti-
das no balanço patrimonial e de resultado econômico que se infere, com 
clareza e certeza, a realidade econômico-financeira da sociedade empre-
sária e do empresário, possibilitando a tomada de decisões sobre os ru-
mos da atividade empresarial.
Quanto ao aspecto funcional, informa o resultado das operações indi-
cado lucros e perdas, a averiguação do retorno do capital empregado e o 
do conhecimento de terceiros da idoneidade ou não do empresário em 
pagar o seu passivo.
O artigo 1.188 do Código Civil prescreve que:
“o balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da 
empresa e, atendidas as peculiaridades desta, como as disposições das leis especiais, 
indicará, distintamente, o ativo e o passivo”.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 29
Peluso (2007) aponta que:
Este artigo pretende exprimir as características fundamentais do balanço patrimonial. 
Trata-se de um demonstrativo contábil obrigatório, por meio do qual é fornecida uma 
radiografia da situação da empresa, mediante a concentração de informações rela-
tivas aos direitos e deveres acumulados por dado empresário individual ou coletivo. 
A absoluta lisura é imprescindível na elaboração de todo e qualquer demonstrativo 
contábil, somando-se aqui, quanto ao balanço patrimonial, a necessidade de clareza, 
fornecendo nomes comuns às contas e deixando transparente tudo o que houver sido 
apurado, sob pena de restarem viabilizadas fraudes lesivas aos sócios ou terceiros.
O artigo 1.189 do Código Civil prescreve que:
“o balanço de resultado econômico, ou demonstração de conta e lucros e perdas, 
acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da 
lei especial”.
Peluso (2007) observa que:
O balanço de resultado econômico consiste na demonstração do efetivo e exato resulta- 
do da gestão, apurando-se, a cada ano, o sucesso momentâneo da condução do em-
preendimento escolhido. Trata-se da demonstração obrigatória e imprescindível, elabo-
rada em conjunto com o balanço patrimonial, que toma como elementos informativos 
principais os montantes de entrada e saída de recursos, ou seja, os fluxos financeiros 
resultantes das operações concluídas no curso de determinado exercício anual.
4.1.2.1. Os princípios do balanço patrimonial e 
de resultado econômico da empresa
Diniz (2008) aponta os princípios que devem ser observados no levanta-
mento do balaço patrimonial e de resultado econômico de forma a indicar 
a real situação do empresário. Assim, temos os seguintes princípios:
I. Princípio da Prudência requer que o contabilista registre os prová-
veis efeitos de eventuais perdas que o empresário pode vir a sofrer;
II. Princípio da Fidelidade requer que todas as alterações sejam con-
tabilizadas e apontadas; 
III. Princípio da Clareza requer que seja utilizada a terminologia que 
retrate o verdadeiro significado das operações; e 
IV. Princípio do Custo como base de valor requer que os bens e direi-
tos do ativo sejam traduzidos para a linguagem contábil de confor-
midade com o custo de aquisição e produção.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 30
ConCeIto
Dever de levantar, periodicamente, o balanço patrimonial e 
de resultado econômico da empresa.
O balanço deverá ser analisado sob o aspecto estrutural 
e funcional.
O artigo 1.188 do Código Civil prescreve que:
“o balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e 
clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiari-
dades desta, como as disposições das leis especiais, indicará, 
distintamente, o ativo e o passivo”
O artigo 1.189 do Código Civil prescreve que 
“o balanço de resultado econômico, ou demonstração de 
conta e lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial 
e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial”.
Os princípios que devem ser observados no levantamento 
do balaço patrimonial e de resultado econômico de forma a 
indicar a real situação do empresário: princípio da prudência; 
princípio da fidelidade; princípio da clareza; princípio do cus-
to como base de valor.
tÓpiCO 5 – registrO pÚbliCO de empresas e atividades aFins
Antes de iniciarmos este tema, temos que entender o que são registros 
públicos. 
Eles estão regulamentados pela Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 
1973, cujo artigo 1º dispõe: 
“Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil 
para autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regi-
me estabelecido nesta Lei”. (Grifo nosso)
Negrão (2007) explica: “como nos atos da vida civil, o Registro de Empresa 
garante a publicidade dos atos ali inseridos, dando a qualquer pessoa o 
direito de consultar os assentamentos e obter as certidões que desejar, 
independente de prova de interesse”
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 31Assim, pertence à classe de registros públicos, de natureza cartorária 
extrajudicial:
I. O Registro de Títulos e Documentos,
II. O Cartório de Registro de Imóveis;
III. O Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais;
IV. O Registro Civil das Pessoas Jurídica;
V. Registro Público de Empresas Mercantis, isto é, a Junta Comercial 
(Sociedade Empresarial), estes dois últimos itens, serão na sequên-
cia, objetos de nosso estudo. 
E destacando o artigo 45 Código Civil que dispõe que: 
“começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do 
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por 
que passar o ato constitutivo”.
5.1. OS REGISTROS DAS EMPRESAS
E sendo assim, as empresas, antes do início de sua atividade empresarial 
devem de forma obrigatória, efetuar a inscrição do ato constitutivo nos 
devidos órgãos competentes. Basicamente elas podem ser abertas em 
dois órgãos diferentes:
 → No Registro Civil das Pessoas Jurídicas, deverão ser registradas 
as empresas consideradas de natureza simples, isto é, em que o 
titular ou sócios atuem de forma pessoal na empresa, exercendo 
profissão intelectual, de natureza, científica, literária ou artística. 
 → No Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, 
e portanto, na Junta Comercial respectiva, que é responsável por 
registrar as empresas que irão explorar atividade econômica empre-
sarial organizada nos termos dos artigos 966 e 982 do Código Civil. 
Neste ponto, importante relembrar quem são as pessoas jurídicas de direi-
to privado, que estão enumeradas no artigo 44 do Código Civil. Vejamos: 
Art. 44: São pessoas jurídicas de direito privado:
Art. 44: São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 32
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
O destaque para este artigo 44 é para se constatar, que não estão ali 
enumerados, como pessoas jurídicas de direito privado, o Empresário 
Individual e o Microempreendedor Individual (este último, não é obrigado 
a registar em nenhum destes órgãos). 
Vamos assim, verificar sobre cada inscrição destas pessoas jurídicas de 
direito privado (CLT – art. 44) no Registro Público de Empresas Mercan-
tis; bem como, sobre a inscrição do Empresário Individual no Registro 
Civil das Pessoas Jurídicas. 
5.1.1. O registro civil das pessoas jurídicas
O Registro Civil das Pessoas Jurídicas - RCPJ é uma das espécies de Regis-
tros Públicos. 
O RCPJ possui atribuição de registrar os contratos, estatutos e/ou atos 
constitutivos das associações, partidos políticos, organizações religiosas, 
das fundações e sociedades simples caracterizando a personalidade jurí-
dica das mesmas.
Além dos registros retro mencionados, estes cartórios estendem sua 
atribuição para registrar as atas, alterações contratuais, estatuárias, ba-
lanços, livros contábeis ou de quaisquer documentos relativos a essas or-
ganizações dentre outros. 
5.1.2. O registro público de empresas mercantis e atividades afins
Vimos que é obrigatório proceder com o registro no órgão competente, a 
fim de dar autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos. 
Devemos destacar, que o registro mercantil continua a ser regido pelos 
dispositivos da legislação comercial / empresarial. É a Lei nº 8.934/94 alte-
rada pela Lei nº 13.833, de 4 de Junho 2019 que dá as diretrizes sobre o 
Registro Público de Empresas Mercantis e atividades afins.
O Registro Público de Empresas Mercantis é efetuado na Junta Comer-
cial (Sociedade Empresarial) e do Empresário Individual e será exercido 
em todo o território nacional, de forma sistêmica e por órgãos federais, 
estaduais e distrital.
Assim, compete ao empresário mediante requerimento arquivar o ato 
constitutivo na Junta Comercial do Estado em que a atividade econômica 
empresarial será exercida. 
No artigo 968 do Código Civil estabelece que a inscrição do empresário 
far-se-á mediante requerimento que contenha:
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 33
I. o seu nome, Nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o 
regime de bens;
II. a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser subs-
tituída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio 
equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o dispos-
to no inciso I do § 1o do art. 4o da Lei Complementar no 123, de 14 
de dezembro de 2006;
III. o capital e;
IV. o objeto e a sede da empresa.
Melhor explicando o artigo acima, a qualificação é a da pessoa natural, 
que titulariza a atividade econômica empresarial organizada, pois em se 
tratando de empresário individual não há distinção da personalidade. A in-
dicação se é casado ou não, se dá em razão do seu regime de casamento. 
O capital inicial é o montante de valores, seja em dinheiro ou bens, 
destinado para a constituição da empresa. 
Neste contexto, Mamede (2007) explica que:
Para constituir uma empresa, será necessário destinar valores (bens com expressão 
econômica, pecuniária, não se limitando ao dinheiro), em montante específico e su-
ficiente para que se cumpram os fins empresariais. Montante específico, pois estará 
submetido à escrituração da empresa, destacando-se, por essa via, do comum patri-
mônio da pessoa natural de seu titular, ou seja, do restante do patrimônio do empre-
sário; e montante suficiente para fazer frente às despesas de constituição da estrutura 
física e organizacional da empresa, podendo ser alocado em finalidade, operações e 
rubricas contábeis, como capital de giro, ativos permanentes, ativos circulantes.
As informações quanto ao objeto e a sede da empresa, também devem 
constar no requerimento do empresário individual. O objeto refere-se à 
atividade econômica empresarial organizada e deve atender a licitude, ou 
seja, a atividade admitida ou autorizada pelo ordenamento jurídica e de 
acordo com a moral e os bons costumes.
A sede indica o local em que a atividade econômica empresarial organi-
zada será exercida e, onde o empresário se encontra para responder por 
suas obrigações.
Para o registro do ato constitutivo, pode ser pessoa natural desde que 
seja capaz, e, portanto, que tenha aptidão para exercer os atos da vida ci-
vil ou pessoa jurídica, desde que esteja regularmente constituída por seu 
ato constitutivo sob a forma de sociedade empresária.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 34
ConCeIto
A Sociedade Empresarial é inscrita no Registro Público de 
Empresas Mercantis, na Junta Comercial.
O Empresário Individual se registra com o próprio nome 
na razão social, formalizado no Registro Público de Empresas 
Mercantis, na Junta Comercial da cidade onde fica a empresa. 
5.2. COMO OS SERVIÇOS DO REGISTRO PÚBLICO SERÃO EXERCIDOS
Como já analisado, um dos principais objetivos do registro é para a auten-
ticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos. 
Vamos focar sobre o “Registro Público de Empresas Mercantis”, regido 
pela Lei nº 8.934/94 (com a redação dada pela Lei nº 13.833, de 2019) e 
apresentamos as suas finalidades, quais sejam: 
 → Dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos 
atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na for-
ma desta lei;
 → Cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento 
no País e manter atualizadas as informações pertinentes; e
 → Proceder a matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como 
ao seu cancelamento.
Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, 
conforme o artigo 3º da Lei nº 8.934/94, serão exercidos em todo o terri-
tório nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente pelo 
Sistema Nacional de Registro de EmpresasMercantis - SINREM, composto 
pelos seguintes órgãos:
I. O Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração 
- DREI, órgão central do SINREM, com as seguintes funções:
 → supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, na área técnica;
 → supletiva, na área administrativa; e
II. As Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora 
e administradora dos serviços de registro.
Vamos explicar melhor.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 35
5.2.1. O que é o Departamento Nacional de Registro Empresarial 
e Integração - DREI?
Como informado acima, Departamento Nacional de Registro Empresa-
rial e Integração - DREI é órgão Central do SINREM, ligado ao Ministério 
da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC, sendo este, um órgão 
integrante da estrutura da administração pública federal direta, tendo a 
missão de promover o desenvolvimento econômico por meio de políticas 
de estímulo ao comércio exterior, à indústria, comércio e serviços, e à 
inovação empresarial.
As finalidades do Departamento Nacional de Registro Empresarial e 
Integração – DREI estão previstas no artigo 4º da Lei nº8.934/94 alterada 
pela Lei nº 13.833, de 2019 quais sejam:
I. Supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos 
da execução dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis 
e Atividades Afins;
II. Estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes 
gerais do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
III. Solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamen-
tos e demais normas relacionadas com o registro de empresas mer-
cantis, baixando instruções para esse fim;
IV. Prestar orientação às Juntas Comerciais, com vistas à solução de 
consultas e à observância das normas legais e regulamentares do 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
V. Exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, repre-
sentando para os devidos fins às autoridades administrativas contra 
abusos e infrações das respectivas normas, e requerendo tudo o 
que se afigurar necessário ao cumprimento dessas normas;
VI. Estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de fir-
mas mercantis individuais e sociedades mercantis de qualquer na-
tureza;
VII. Promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a 
suprir ou corrigir as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
VIII. Prestar colaboração técnica e financeira às juntas comerciais para a 
melhoria dos serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins;
IX. Organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas 
mercantis em funcionamento no País, com a cooperação das juntas 
comerciais;
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 36
X. Instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem 
decididos pelo Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do 
Turismo, inclusive os pedidos de autorização para nacionalização 
ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no País, 
por sociedade estrangeira, sem prejuízo da competência de outros 
órgãos federais;
XI. Promover e elaborar estudos e publicações e realizar reuniões so-
bre temas pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins.
5.2.2. O que é a Junta Comercial?
A Junta Comercial é um órgão do Governo, que tem como responsabili-
dade realizar e armazenar os registros de atividades ligadas a empresas 
e sociedades empresariais. É na Junta Comercial que acontece o nasci-
mento de todas as empresas, ou seja, é registrado o contrato social da 
empresa, sendo normatizado pelos artigos 5º ao 28º da Lei nº8.934/1994 
alterada pela Lei nº 13.833, de 2019.
As Juntas Comerciais poderão desconcentrar os seus serviços, median-
te convênios com órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrati-
vos, preservada a competência das atuais delegacias.
As Juntas Comerciais subordinam-se, administrativamente, ao governo 
do respectivo ente federativo e, tecnicamente, ao Departamento Nacional 
de Registro Empresarial e Integração – DREI. Haverá uma junta comercial 
em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da 
circunscrição territorial respectiva.
O artigo 8º da Lei nº 8.934/94 estabelece as suas competências, quais 
sejam:
I. Executar os serviços previstos no art. 32 da referida lei:
 → a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores pú-
blicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de 
armazéns-gerais;
 → o arquivamento:
 → dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolu-
ção e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades 
mercantis e cooperativas;
 → dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que 
trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
 → dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras 
autorizadas a funcionar no Brasil;
 → das declarações de microempresa;
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 37
 → de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam 
atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Ati-
vidades Afins ou daqueles que possam interessar ao empre-
sário e às empresas mercantis;
 → a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas 
mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na 
forma de lei própria.
II. Elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas 
legais pertinentes;
III. Processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e in-
térpretes comerciais;
IV. Elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem 
como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel 
cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais;
V. Expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente ins-
critas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
VI. O assentamento dos usos e práticas mercantis.
Assim, em resumo do acima exposto, podemos afirmar que:
 → Das competências praticados pelas Juntas Comerciais são:
 → Matrícula;
 → Arquivamento;
 → Autenticação.
 → A finalidade do registro público de empresas e suas atividades é dar 
publicidade à atividade econômica empresarial. Voltaremos a abor-
dar sobre os atos registrais nas próximas Unidades de Aprendizado, 
quando tratarmos sobre os tipos de atividade empresarial.
Atenção
O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades será 
exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, 
por órgãos federais, estaduais e distrital e tem a finalidade 
de dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e efi-
cácia aos atos jurídicos das empresas mercantis; cadastrar 
as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no 
País e manter atualizadas as informações pertinentes; e pro-
ceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem 
como ao seu cancelamento.
Direito Empresarial / UA 09 Noções Gerais de Direito Empresarial 38
O Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis 
– SINREM é composto pelo seu órgão central, o Departa-
mento Nacional de Registro Empresarial e Integração – DREI 
e pelas Juntas Comerciais com função executora e adminis-
tradora dos serviços registráveis. 
Os atos registrais praticados pela Junta Comercial são: 
matrícula, arquivamento e a autenticação.
5.3. AS RESTRIÇÕES PELA FALTA DE REGISTRO DO EMPRESÁRIO
A obrigatoriedade da inscrição do empresário, no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede antes do início de sua atividade 
é importante e necessário, pois caso não haja a inscrição, é considerado 
“empresário irregular”, aquele que inicia sua atividade econômica empre-
sarial sem proceder ao registro de sua constituição ou quando o registro, 
após regular, é cancelado por inatividade.
Tal

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