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UA16 - Código de Defesa do Consumidor

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gestão empresarial
Direito empresarial
CÓDIGO DE DEFESA 
DO CONSUMIDOR
16
ObjetivOs da Unidade de aprendizagem 
Apresentar de maneira contextualizada o Código de 
Defesa do Consumidor.
COmpetênCias 
Desenvolver conhecimentos e atitudes que contribuam 
para o desenvolvimento das relações de consumo de 
forma equilibrada.
Habilidades 
Lidar com o consumidor de forma a respeitar os seus direi-
tos, cumprindo com as obrigações legais.
GESTÃO EMPRESARIAL
DIREITO EMPRESARIAL
CÓDIGO DE DEFESA 
DO CONSUMIDOR
ApresentAção
Nesta Unidade vamos articular os conhecimentos de Di-
reito do Consumidor e as obrigações legais. Vamos escla-
recer pontos importantes sobre os direitos do consumi-
dor, dentre eles, a inversão do ônus da prova, a relação 
de consumos e os conceitos de produtos, serviços, con-
sumidor e fornecedor. Conheceremos os direitos básicos 
do consumidor, como a proteção à vida e à saúde e o 
direito de informação. Esclareceremos sobre a necessi-
dade da educação para o consumo, o direito de informa-
ção e o direito de proteção contra publicidade enganosa 
e abusiva. Saberemos que o consumidor possui direito 
de proteção contratual, além de facilidade de acesso à 
justiça, facilidade de reclamar administrativamente aos 
órgãos de proteção do consumidor, proteção contra os 
crimes e direito à reparação do dano causado (respon-
sabilidade civil). Tal aprendizagem se faz necessária ante 
o fato de que podemos em nosso dia a dia, estarmos 
de alguma maneira envolvidos nessa relação, ora como 
consumidores, ora como fornecedores, o que dá ense-
jo a conhecermos cada vez mais nossos direitos, assim 
como nossos deveres.
pArA ComeçAr
Estamos nos aprofundando em temas atuais e necessá-
rios a compreensão, que envolvem as empresas e, por-
tanto, a gestão. Razão da recomendação para que, cada 
cidadão tome a leitura da integra do Código de Defesa 
do Consumidor.
Para tanto, o nosso estudo será uma análise de alguns 
artigos do Código de Defesa do Consumidor e será apre-
sentado pelos tópicos a seguir:
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 4
 → Tópico 1 – Dos Direitos do Consumidor
 → Tópico 2 – Das Sanções Administrativas e Infrações Penais
 → Tópico 3 – Da Defesa do Consumidor em Juízo
Você sabe que os direitos do consumidor, estão em grande evidência atual-
mente, e ainda causam insegurança, principalmente quando você está à 
frente de uma empresa. A todo momento surgem dúvidas para serem re-
solvidas de imediato, e todos os dias vemos na televisão, notícias sobre con-
sumidores exigindo seus direitos, seja nos bancos, nas lojas e nos hospitais 
entre tantos outros.
Você conhece bem os direitos do consumidor? 
Tente responder as questões abaixo:
1. Você sabe o que é a inversão do ônus da prova, previsto no Código 
do Consumidor?
2. Quais são os direitos básicos do consumidor?
3. O que é a publicidade abusiva de acordo com o Código de Defesa do 
Consumidor?
Anote suas respostas e percepções, mas não faça pesquisas ou avance na 
leitura. A ideia é, ao final desta unidade de aprendizado, que você consiga 
avaliar o que sabia e o que aprendeu com nosso estudo.
Vamos iniciar o conhecimento do Direito do Consumidor, com uma vi-
são geral dos principais artigos, e recomendamos a leitura dos demais 
que não forem abordados, para organizar o atendimento aos consumido-
res de uma empresa, bem como, para termos noções de nossos direitos.
Bom estudo!
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 5
FundAmentos
tÓpiCO 1 - dOs direitOs dO COnsUmidOr
1.1. CONCEITOS GERAIS.
A Lei 8.078/90 estabeleceu o Código de Defesa do Consumidor - CDC. É 
um código multidisciplinar que possui 119 artigos e prevê a atuação da 
proteção no nível administrativo, de responsabilidade civil, de processo, 
quando trata de provas perante a justiça, de crimes, de desconsideração 
da personalidade jurídica, entre outras situações.
Durante muito tempo consumidor se via sem proteção. Por exemplo, 
um cidadão, que havia comprado em uma loja, e reclamasse de um tecido 
que soltava tinta, ele ia até a loja onde comprou, porém o dono da loja 
mandava reclamar na fábrica.
A fábrica, por sua vez, mandava para a indústria de tinta, pois, segundo 
ela, era problema da indústria de tinta. A indústria de tinta dizia que não 
fazia tecido, e por isso não tinha responsabilidade; e o consumidor ficava 
sem resolver a questão.
Assim, com o Código de Defesa do Consumidor, a relação de consumo 
se caracteriza pela existência de um consumidor e de um fornecedor de 
produto ou serviço.
Depois da promulgação do Código de Defesa do Consumidor, outras 
leis surgiram, acrescentando ou alterando alguns dispositivos, bem como, 
vislumbrando novos direitos. Temos como exemplo, a Lei nº 13.455/2017, 
que dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços ofereci-
dos ao público em função do prazo ou do instrumento de pagamento 
utilizado. Esta lei também alterou a Lei nº 10.962, de 11 de outubro de 
2004 (que dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de pro-
dutos e serviços para o consumidor), vejamos:
a. No artigo 1º da Lei nº 13.455/2017, dispõe sobre a diferenciação de 
preços de bens e serviços:
“Art. 1º Fica autorizada a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao 
público em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado.”
Parágrafo único. É nula a cláusula contratual, estabelecida no âmbito de arranjos de 
pagamento ou de outros acordos para prestação de serviço de pagamento, que proíba 
ou restrinja a diferenciação de preços facultada no caput deste artigo.
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b. E inclui o artigo 5º-A, na Lei nº 10.962/2004, que prevê:
“O fornecedor deve informar, em local e formato visíveis ao consumidor, eventuais 
descontos oferecidos em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado.
Parágrafo único. Aplicam-se às infrações a este artigo as sanções previstas na Lei nº 
8.078, de 11 de setembro de 1990.”
E por fim, para facilitar nosso estudo, é importante que saibamos algu-
mas definições: 
No artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor, define consumidor, 
como toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou ser-
viço como destinatário final.
O consumidor pode ser por exemplo, uma loja de roupas, que compra 
um cartucho de tinta para usar em sua impressora.
Já, se o consumidor comprar qualquer insumo, para a revenda dos pro-
dutos, não se aplica o Código do Consumidor, mas sim, o Código Civil, vez 
que é uma compra comercial, feito entre empresas e não pelo consumi-
dor final do produto. Ou seja, neste caso, os produtos serão revendidos.
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacio-
nal ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvol-
vem atividade de produção, montagem, criação, construção, transforma-
ção, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos 
ou prestação de serviços.
E, portanto, estabelece-se a relação de consumo sempre que alguém 
adquire produto ou serviço como consumidor final de um fornecedor.
A definição de produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou 
imaterial.
Os produtos podem ser duráveis, pois não desaparecem com o uso, 
como exemplo, um forno elétrico. Já os produtos não duráveis, temos 
como exemplo, uma pasta de dente, um pacote de biscoito. 
A definição de serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de 
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, fi-
nanceira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de 
caráter trabalhista. como por exemplo, a construção de um muro.
Os serviços podem ser duráveis e não duráveis. Serviço durável não de-
saparece com o uso, como a reforma de um banheiro. Serviço não durável 
desaparece com o uso, como por exemplo, a faxina.
Vamos prosseguir com nosso estudo.
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1.2. DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
É no art. 6º do CDC, que temos enumerado os direitos básicos do consu-
midor, vamos destacar alguns deles:
A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por 
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos 
ou nocivos.
A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e 
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contrata-
ções.
A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e servi-
ços, com especificação correta de quantidade, características, composi-
ção, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que 
apresentem. Podemos citar como exemplo, um comerciante poderá co-
brar o couvert artístico, desde que seja informado ao consumidor. 
É também direito consumidor, o acesso aos órgãos judiciários e admi-
nistrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, 
administrativa e técnica aos necessitados. E para tanto, é previsto a facili-
tação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da pro-
va, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a 
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias 
de experiências;
isto significa, que cabe ao fornecedor provar, que o produto ou serviços 
vendidos está de acordo com as especificações e não o consumidor. Este 
mecanismo processual traz grande vantagem ao consumidor, vez que ele 
não precisa produzir a prova a seu favor, mas sim quem lhe vendeu o 
produto ou serviço. Porém, na prática é recomendado, que o consumidor 
anote e guarde os protocolos e datas feitos junto aos fornecedores.
1.3. DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA
A Proteção à Saúde e Segurança, constante do artigo 8º, prevê que os 
produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão 
riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados 
normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigan-
do-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações ne-
cessárias e adequadas a seu respeito. E que, em se tratando de produto 
industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere o 
retro mencionado. 
Se o fornecedor, após colocar o produto no mercado, descobrir que ele 
faz mal à saúde; precisará anunciar aos consumidores, alertando-os sobre 
o perigo. Esse anúncio deve ser feito pelos jornais, rádios e televisão. 
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Além disso, o fornecedor também tem a obrigação de retirar o produto 
do comércio, trocar os que já foram vendidos ou devolver o valor pago 
pelo consumidor.
Outro direito do consumidor, é a educação para o consumo, ou seja, 
ele deve receber orientação sobre o consumo adequado e correto dos 
produtos e serviços. Isto aliado, ao direito de informações claras sobre 
sua quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e sobre o 
modo de utilizá-lo.
1.4. DA RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO E SERVIÇO
Vamos entender a diferença entre a “Responsabilidade pelo FATO do Pro-
duto e do Serviço” e Responsabilidade por VÍCIO do Produto e do Serviço.
Quando analisamos o termo “FATO” no Direito do Consumidor, é o mes-
mo que a ocorrência de um acidente de consumo. E, portanto, haverá fato 
do produto ou do serviço sempre que o defeito, além de atingir a inco-
lumidade econômica do consumidor, atinge sua incolumidade física ou 
psíquica. E neste caso, haverá danos à saúde física ou psicológica do 
consumidor. O que significa que o defeito excedeu a esfera do bem de 
consumo, passando a atingir o consumidor. É o que está prescrito no artigo 
12 a 17 do CDC.
Temos como exemplo sobre defeito de um produto, quando um liquidifi-
cador, cuja hélice se solta, quebra o copo e fere o consumidor. Ou um celular, 
cuja bateria explode, causando queimaduras no consumidor.
Como exemplo sobre defeito dos serviços, temos uma instalação de kit-gás 
em automóvel, que venha a provocar qualquer tipo de incêndio no veículo.
Já ao analisar o artigo 18 a 25 do CDC, da Responsabilidade por VÍCIO 
do Produto e do Serviço, vimos que haverá vício do produto ou servi-
ço, quando o “defeito” atingir somente a incolumidade econômica do 
consumidor, acarretando apenas um prejuízo patrimonial. Nesse caso, o 
problema é próprio do bem de consumo.
Temos como exemplo, sobre vício do produto, um celular, cuja bateria 
não “segura” a carga. E como exemplo sobre vício do serviço, temo uma 
instalação de Kit-gás em automóvel, que não funciona.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 9
É recomendado a leitura do artigo “Diferenças entre responsabilidade 
pelo fato e pelo vício de produtos e serviços”, para assimilar melhor o 
conteúdo.
1.4.1. Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
Vamos prosseguir e analisarmos primeiramente em específico, sobre a 
Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço - artigo 12 a 17 do 
CDC. Ao lermos alguns destes artigos observamos sobre quem responde, 
pelos defeitos ou ainda, quando o produto é ou não defeituoso. Veja-
mos:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o impor-
tador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos 
danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, 
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona-
mento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas 
sobre sua utilização e riscos.
Assim, quem responde pelos defeitos (fato) é o fabricante, o produtor, 
o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 10
Já como previsto no § 1º, o produto é defeituoso quando não oferece 
a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em conside-
ração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação; 
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
III - a época em que foi colocado em circulação.
E como previsto no § 2º, o produto não é considerado defeituoso pelo 
fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. E ainda, 
o fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será respon-
sabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado; 
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; 
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.
Devemos destacar, que segundo previsto no art. 13 do CDC, o comer-
ciante é igualmente responsável, nos termos do acima analisado, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; 
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, 
construtor ou importador; 
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer 
o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na 
causação do evento danoso.
Na prática, quando de litígio, o comerciante tem sido incluído / reco-
nhecido como responsável juntamente como o fabricante, o produtor, o 
construtor, nacional ou estrangeiro e o importador.
Em relação ao fato (defeito) do Serviço, no artigo art. 14 do CDC é 
previsto que o fornecedor de serviços responde, independentemente 
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consu-
midores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
E o conceito de serviço defeituoso, é quando ele não fornece a segu-
rança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em considera-
ção as circunstâncias relevantes, entre as quais:
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I - o modo de seu fornecimento; 
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
III - a época em que foi fornecido.
Temos como exemplo: Quando do uso do cartão de crédito, se o sis-
tema de pagamento estiver indisponível, cabe ao fornecedor do serviço, 
apresentar uma solução para o consumidor, e que ele aceite.
E por fim, a legislação define que o serviço não é considerado defei-
tuoso pela adoção de novas técnicas, bem como, que o fornecedor de 
serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; 
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.
1.4.2. DA RESPONSABILIDADE POR VíCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO
Prosseguindo, vamos analisar em específico sobre a Responsabilidade 
por Vício do Produto e do Serviço, previsto no artigo 18 a 25 do CDC. 
Lembrando que vimos anteriormente, que haverá vício do produto ou 
serviço, quando o “defeito” atingir somente a incolumidade econômica 
do consumidor, acarretando apenas um prejuízo patrimonial. 
Estes “vícios” dos produtos, podem ser aparentes ou ocultos:
Observamos sobre “quem responde” pelo Vício do Produto e do Ser-
viço, e destacamos os artigos a seguir: 
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 12
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis res-
pondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem 
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o 
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações cons-
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, res-
peitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a 
substituição das partes viciadas.
Vimos que o artigo se refere a “fornecedores”, e estes são todos aqueles 
envolvidos na relação de consumo, e por isto, respondem solidariamen-
te pelos vícios dos produtos de consumo duráveis ou não duráveis, no 
que se refere à qualidade ou quantidade, que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, 
assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações 
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publi-
citária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o 
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
A legislação determina ainda, no artigo 18 do CDC, que o fornecedor 
deverá respeitar o acima prescrito, e não sendo o vício sanado no prazo 
máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e 
à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições 
de uso; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; 
III - o abatimento proporcional do preço.
E por fim, o art. 20 do CDC consta sobre a previsão legal, quando se 
trata de Serviços. E sendo assim, o fornecedor de serviços responde pelos 
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes dimi-
nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com 
as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o 
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; 
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° - A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capa-
citados, por conta e risco do fornecedor. 
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§ 2° - São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que 
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas 
regulamentares de prestabilidade.
1.5 - GARANTIA LEGAL E CONTRATUAL 
No Código de Defesa do Consumidor existem dois tipos de GARANTIA: a 
LEGAL (artigo 26 e 27) e a CONTRATUAL (artigo 50).
A garantia legal é de 90 dias para bens duráveis e 30 dias para bens não 
duráveis. 
A garantia contratual é complementar à legal, ou seja, soma-se com o 
prazo da garantia legal. Ela será conferida mediante termo escrito. Por 
exemplo, caso um fornecedor ofereça o prazo de garantia de 12 meses, o 
consumidor terá estes 12 meses e mais de 90 dias de garantia legal.
1.5.1 - Da Garantia Estendida 
Além das garantias acima analisadas, é comum encontrarmos empresas 
oferecendo a “garantia estendida”, sendo essa uma forma de seguro, 
paga pelo consumidor, regulamentada pela SUSEP (Superintendência de 
Seguros Privados). Consiste da garantia do produto adquirido após o ven-
cimento da garantia legal (90 dias) ou garantia contratual (prazo esti-
pulado pelo fabricante).
 Nessa modalidade, o consumidor deverá ficar atento para os termos 
da garantia. O produto só estará segurado naquilo que está devidamente 
descrito na apólice, ou seja, o produto poderá ter cobertura apenas em 
parte, como por exemplo, somente o câmbio e não o motor do veículo, ou 
cobertura de roubo e não furto. 
Portanto, o consumidor deverá ler cuidadosamente, o contrato antes de 
assiná-lo, verificando se a garantia estendia atenderá as suas necessidades.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 14
1.6 - PRESCRIÇÃO E O CóDIGO DE DEfESA DO CONSUMIDOR
Vamos agora analisar sobre a prescrição, que segundo Caio Mário (1997, 
435), a prescrição é o modo pelo qual se extingue um direito (não apenas 
a ação) pela inércia do titular durante certo lapso de tempo.
O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 27 prevê:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados 
por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a 
contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
E sendo assim, tal artigo significa dizer, que as situações da Responsa-
bilidade pelo Fato (defeito) do Produto e do Serviço, prevista na Seção II 
(artigo 12 a 17), prescreve em cinco anos, ou seja, o consumidor terá este 
prazo para pleitear a reparação pelos danos causados a ele, iniciando-se 
a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
1.7 - DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURíDICA
De forma resumida, a desconsideração da personalidade jurídica é ato 
jurídico decorrente de decisão judicial, que visa a “atacar” os bens dos 
sócios, por obrigações de responsabilidade da sociedade; permitindo que 
no caso em concreto, respeitado o devido processo legal, o credor alcance 
os bens particulares dos sócios e administradores.
No artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor, está previsto, que 
o juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quan-
do, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de 
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou con-
trato social. A desconsideração também será efetivada quando houver 
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa 
jurídica provocados por má administração.
Ela prevê ainda, que as sociedades integrantes dos grupos societários e 
as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obri-
gações decorrentes do referido código. Já as sociedades consorciadas são 
solidariamente responsáveis pelas obrigações, e as sociedades coligadas 
só responderão por culpa.
E por fim, diz o CDC, que poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica, 
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressar-
cimento de prejuízos causados aos consumidores.
Note-se que na desconsideração da personalidade jurídica, o que se 
visa proteger é justamente a pessoa jurídica que resta intacta e de outro 
lado os credores.
 
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 15
PaPo Técnico
Em razão doprincípio da autonomia patrimonial, os bens 
dos sócios não respondem, de modo geral, pelas dívidas da 
sociedade.
As sociedades empresárias podem ser utilizadas como 
instrumento para a realização da fraude contra credores ou 
mesmo do abuso de direito, aproveitando ilicitamente da 
autonomia patrimonial.
Assim, os interesses dos credores ou terceiros são indevi-
damente manipulados e frustrados utilizando-se a constru-
ção da personalidade jurídica.
Os empresários agindo em desconformidade com a Lei, se 
escondem por trás da separação patrimonial para a realiza-
ção de ilícitos, resguardado pela aparente licitude da socie-
dade empresária, com a intenção de prejudicar os consumi-
dores, por exemplo.
Para a solução desses casos, com vistas ao bem comum 
e aos interesses dos sócios e credores, o direito se vale da 
desconsideração da personalidade jurídica chamada em in-
glês de disregard of legal entity.
Vale ao interessado, tomar a leitura do artigo 50 do Códi-
go Civil, alterada pela Lei 13.874.2019 - Declaração de Direi-
tos de Liberdade Econômica.
1.8 - DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
Segundo o art. 29 do Código de Defesa do Consumidor, prescreve que, 
para os fins do capítulo V equiparam-se aos consumidores todas as pes-
soas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas. Está con-
tido no capítulo V: 
 → Da Oferta - artigo 30 a 35.
 → Da Publicidade Enganosa e Abusiva - artigo 36 a 38.
 → Das Práticas Abusivas – artigo 39 a 41.
 → Da Cobrança de Dívidas - artigo 42 a 42-A.
 → Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores – artigo 43 a 44.
1.8.1. - Da Oferta
 O texto da legislação, em seu artigo 30, prevê que toda informação ou 
publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou 
meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou 
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apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar 
e integra o contrato que vier a ser celebrado.
A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar in-
formações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa 
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, 
garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como so-
bre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. 
Tais informações, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, 
serão gravadas de forma indelével. 
Outra previsão legal, é que os fabricantes e importadores deverão as-
segurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não ces-
sar a fabricação ou importação do produto. E mesmo que cessada a pro-
dução ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável, 
na forma da lei.
Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve 
constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e 
em todos os impressos utilizados na transação comercial; sendo proibida 
a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for one-
rosa ao consumidor que a origina. 
Temos ainda, o previsto no artigo 34 do CDC, que o fornecedor do pro-
duto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepos-
tos ou representantes autônomos.
E ainda, se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento 
à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativa-
mente e à sua livre escolha:
 
I. exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, 
apresentação ou publicidade;
II. aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III. rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia even-
tualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e 
danos.
Vamos na sequência, analisar sobre a publicidade.
1.8.2.- Da Publicidade - Enganosa ou Abusiva
O Conceito de publicidade significa, genericamente, divulgar, tornar públi-
co um fato ou uma ideia. É uma técnica de comunicação em massa, cuja 
finalidade precípua é fornecer informações sobre produtos ou serviços 
com fins comerciais.
A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil 
e imediatamente, a identifique como tal. O fornecedor, na publicidade 
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de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação 
dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão 
sustentação à mensagem.
O artigo 37 do CDC prevê que é proibida toda publicidade enganosa ou 
abusiva.
É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de 
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro 
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a 
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, proprieda-
des, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
 
É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer 
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se 
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desres-
peita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a 
se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. 
 
1.8.3. - DAS PRÁTICAS ABUSIVAS
Acima analisamos sobre publicidade abusiva. Vamos verificar na sequên-
cia sobre as “Práticas abusivas”, que são aquelas práticas comerciais, nas 
relações de consumo, que ultrapassam a regularidade do exercício do co-
mércio e das relações entre fornecedor e consumidor. Vejamos algumas 
situações prevista no Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 39, 
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 18
que prevê, que é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre 
outras práticas abusivas: 
I. Condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao for-
necimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa 
causa, a limites quantitativos, o qual conhecemos como “venda 
casada”. 
 
Como exemplo temos, aquele indivíduo que mantém conta em um 
Banco e precisa dele, seja um empréstimo, ou um aumento de limite; e 
o Banco obriga ou induz o correntista a adquirir um produto juntamente 
com esse aumento ou empréstimo; o mais usual é o oferecimento de Se-
guro de vida; no entanto isso é vedado pela lei. 
 Outro exemplo; uma pessoa vai ao cinema e somente é permitida a 
sua entrada com gênero alimentício, como pipoca ou refrigerante do pró-
prio cinema. Isto é ilegal, o consumidor poderá ingressar com os mesmos 
produtos vendidos pelo cinema, comprados do estabelecimento ao lado.
II. Recusar atendimento às demandas dos consumidores, na 
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de 
conformidade com os usos e costumes
III. Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, 
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço. Como exemplo, 
de conhecimento de todos, é o dos cartões de crédito. As admi-
nistradoras de cartões costumavam enviar, para toda uma lista 
de pessoas, cartões de crédito que não foram solicitados. 
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 19
IV. Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo 
em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, 
para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
V. Exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; 
 
 
VI. Executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e 
autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorren-
tes de práticas anteriores entre as partes. 
VII. Repassar informação depreciativa, referente a ato praticado 
pelo consumidor no exercício de seus direitos. 
VIII. Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço 
em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais 
competentes ou, se normas específicas não existirem, pela As-
sociação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre-
denciada pelo ConselhoNacional de Metrologia, Normalização e 
Qualidade Industrial (Conmetro). 
IX. Recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, direta-
mente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pa-
gamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em 
leis especiais; 
1.8.4. - DA COBRANÇA DE DÍVIDAS
Figura 1. Dívidas
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 20
Segundo o artigo 42 do CDC, na cobrança de débitos, o consumidor 
inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer 
tipo de constrangimento ou ameaça. 
E se o consumidor for cobrado em quantia indevida, terá o direito à 
repetição do indébito, isto significa, que ele terá o direito de receber o 
valor igual ao dobro do que ele pagou em excesso, acrescido de correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
1.8.5 - Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores 
Vejamos abaixo, na integra, o que diz o Código de Defesa do Consumidor 
sobre os Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores.
Está previsto que o consumidor terá acesso às informações existentes 
em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados 
sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. 
Tais informações, devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, in-
clusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. 
Estes cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, 
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter 
informações negativas referentes a período superior a cinco anos.
A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo 
deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada 
por ele.
O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e ca-
dastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no pra-
zo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários 
das informações incorretas. 
Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de pro-
teção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.
Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, 
não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, 
quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao 
crédito junto aos fornecedores.
Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atua-
lizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos 
e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará 
se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor. É facultado o acesso 
às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer in-
teressado.
E por fim, o Código de Defesa do Consumidor, prescreve que as orienta-
ções dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores, devem ser anali-
sados como um todo, inclusive sobre o previsto e as do parágrafo único do 
art. 22 deste código.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 21
CDC - Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permis-
sionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer 
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações re-
feridas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os 
danos causados, na forma prevista neste código.
1.9 - DA PROTEÇÃO CONTRATUAL
1.9.1. - Disposições Gerais
Segundo o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 46, os con-
tratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumido-
res, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio 
de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de 
 E ainda, está previsto que as cláusulas contratuais serão interpretadas 
de maneira mais favorável ao consumidor; bem como, que as declarações 
de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos 
relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclu-
do mesmo diploma legal. 
E dentro da previsão da proteção contratual, temos o artigo 49 do 
mesmo diploma legal, prevendo, que o consumidor pode desistir do 
contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de 
recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de for-
necimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento 
comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
E ainda, se o consumidor exercitar o direito de arrependimento pre-
visto legalmente, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, 
devolvidos, de imediato, monetaria-
mente atualizados.
a garantia legal (artigo 26 do CDC), temos como proteção do consumidor, a 
garantia contratual, prevista no artigo 50 do CDC, que é complementar à legal 
e será conferida mediante termo escrito.
O termo de garantia contratual ou equivalente deve ser padronizado e 
esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem 
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a car-
go do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo 
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, 
de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 22
1.9.2 - DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS
Outro ponto que devemos abordar é sobre as cláusulas contratuais, que 
no Código de Defesa do Consumidor consta no art. 51, e prevê que são 
nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que:
I. Impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do for-
necedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços 
ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de 
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a 
II. Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já 
paga, nos casos previstos neste código;
III. 
IV. Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que co-
loquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam in-
compatíveis com a boa-fé ou a equidade;
V. Vetado.
VI. Estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumi-
dor;
VII. Determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII. Imponham representante para concluir ou realizar outro negócio 
jurídico pelo consumidor;
IX. Deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, em-
bora obrigando o consumidor;
X. Permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do 
preço de maneira unilateral;
XI. Autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, 
sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII. Obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua 
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o for-
necedor;
XIII. 
ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV. Infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV. Estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI. Possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias 
necessárias.
 
Da mesma forma, prossegue no § 1º que presume-se exagerada, entre 
outros casos, a vantagem que:
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 23
I. Ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que per-
tence;
II. Restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natu-
reza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio 
contratual;
III. Se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, conside-
rando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das par-
tes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
 
Por outro lado, tem que ficar claro, que a nulidade de uma cláusula 
contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausên-
cia, apesar dos esforços de integração,decorrer ônus excessivo a qual-
quer das partes.
Ainda no mesmo sentido, está prescrito na legislação, que é facultado a 
qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério 
Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláu-
sula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma 
não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
No artigo 52 do mesmo diploma legal, prevê que, no fornecimento de 
produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de 
financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisi-
tos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I. Preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II. Montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III. Acréscimos legalmente previstos;
IV. Número e periodicidade das prestações;
V. Soma total a pagar, com e sem financiamento.
Em relação à multa de mora, decorrente do inadimplemento de obriga-
ções, previstas no contrato, não poderá ser superior a dois por cento do 
valor da prestação; bem como, é assegurado ao consumidor a liquidação 
antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcio-
nal dos juros e demais acréscimos.
Por fim, destacamos, conforme previsto no artigo 53 do CDC, nos con-
tratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento 
em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, con-
sideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda 
total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do ina-
dimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto 
alienado.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 24
E nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a com-
pensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma da legislação, 
terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os 
prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
1.9.3. - Dos Contratos de Adesão
Vamos agora analisar sobre o contrato de adesão, previsto no artigo 54 do 
Código de Defesa do Consumidor, que é aquele cujas cláusulas tenham 
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateral-
mente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor 
possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
E mesmo, que seja inserido alguma cláusula neste no formulário, não 
desfigura a natureza de adesão do contrato.
Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, aquela que 
prevê que, se uma das partes contratantes não cumprir com o acordado; 
o prejudicado pelo inadimplemento poderá pedir a resolução do contrato 
ou exigir o seu cumprimento. Porém como previsto no artigo 54 § 2º, tal 
cláusula resolutória, poderá ser constada, desde que tal alternativa, seja 
da escolha do consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2º do artigo 53:
CDC artigo 53 - Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante paga-
mento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-
-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações 
pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução 
do contrato e a retomada do produto alienado.
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou 
a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da 
vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadim-
plente causar ao grupo.
E nos contratos de adesão escritos, serão redigidos em termos claros 
e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será 
inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consu-
midor. E as cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor 
deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil com-
preensão.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 25
tÓpiCO 2 - das sanÇÕes administrativas e inFraÇÕes penais.
2.1 - DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Sabemos que, para a eficácia de uma legislação, deverá haver sanções em 
caso de não cumprimento das determinações previstas. E no Código de 
Defesa do Consumidor, temos no art. 55, a previsão que a União, os Es-
tados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas 
áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, 
industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e 
controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de 
produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preserva-
ção da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do 
consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.
Continua a previsão no Código de Defesa do consumidor, que os órgãos 
federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para 
fiscalizar e controlar o mercado de consumo, manterão comissões perma-
nentes para elaboração, revisão e atualização das normas referidas acima, 
sendo obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.
Ainda, os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedo-
res para que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre 
questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial.
Já no artigo 56 do mesmo diploma legal, prevê que as infrações das 
normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às se-
guintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal 
e das definidas em normas específicas:
I. Multa;
II. Apreensão do produto;
III. Inutilização do produto;
IV. Cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V. Proibição de fabricação do produto;
VI. Suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII. Suspensão temporária de atividade;
VIII. Revogação de concessão ou permissão de uso;
IX. Cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X. Interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de ati-
vidade;
XI. Intervenção administrativa;
XII. Imposição de contrapropaganda.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 26
As sanções previstas acima serão aplicadas pela autoridade adminis-
trativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativa-
mente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de proce-
dimento administrativo.
Continuando a integrar da lei, no art. 57 do CDC está previsto, que 
a pena de multa é graduada de acordo com a gravidade da infração, a 
vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada 
mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que 
trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou 
para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos 
demais casos. 
A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três 
milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice 
equivalente que venha a substituí-lo. 
Já as penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição 
de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto 
ou serviço, de cassação do registro do produto e revogação da conces-
são ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante 
procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem 
constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou 
insegurança do produto ou serviço.
As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspen-
são temporária da atividade, bem como a de intervenção administrati-
va, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada 
ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de 
maior gravidade previstas neste código e na legislaçãode consumo.
A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de 
serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.
A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as cir-
cunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição 
ou suspensão da atividade.
 Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade ad-
ministrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.
A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor 
incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do 
art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator. E a contrapro-
paganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, frequência e 
dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horá-
rio, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou 
abusiva.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 27
Acima destacamos, os artigos do Código de Defesa do Consumidor, 
sobre as Sanções Administrativas. Na sequência vamos verificar sobre as 
infrações penais.
2.2. - DAS INfRAÇÕES PENAIS
Vamos analisar agora, sobre as infrações penais, previstas no Código de 
Defesa do consumidor. Ou seja, além das infrações administrativas, pre-
vista nos artigos 55 ao 60, temos as infrações penas, do artigo 61 a 80 do 
Código de Defesa do Consumidor. 
Abaixo trataremos de alguns desses crimes, em que a legislação visou 
assegurar a proteção ao consumidor, quando não sejam observados al-
guns deveres.
Assim, se o Credor utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, 
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enga-
nosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor à 
ridículo ou interfira no seu trabalho, descanso ou lazer será condenado a 
pena de detenção de três meses a um ano e multa.
Se impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que 
sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros arcará 
com a pena de detenção de seis meses a um ano ou multa.
Se deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor 
constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou 
deveria saber ser inexata acarretará na pena de detenção de um a seis 
meses ou multa.
Se deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequada-
mente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo incorrerá 
em pena de detenção de um a seis meses ou multa.
São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no Código de De-
fesa do Consumidor, conforme art. 76 do CDC, aqueles cometidos em 
época de:
 → Grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
 → Ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
 → Dissimular-se a natureza ilícita do procedimento.
Quando cometidos:
 → Por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-so-
cial seja manifestamente superior à da vítima;
 → Em detrimento de operário ou rurícola;
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 28
 → De menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas 
portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
 → Serem praticados em operações que envolvam alimentos, medi-
camentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.
Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impos-
tas, cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos artigos 44 
a 47 do Código Penal:
 → A interdição temporária de direitos, como por exemplo proibido 
de circular em fins de semana;
 → A prestação de serviços à comunidade.
tÓpiCO 3 - da deFesa dO COnsUmidOr em jUÍzO
Como previsto no Código de Defesa do Consumidor, a defesa dos inte-
resses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em 
juízo individualmente, ou a título coletivo.
A defesa coletiva será exercida quando se tratar de interesses ou direi-
tos difusos, assim entendidos, os transindividuais, de natureza indivisível, 
de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstân-
cias de fato; bem como, de interesses ou direitos coletivos, os transindivi-
duais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe 
de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação 
jurídica base e ainda, os interesses ou direitos individuais homogêneos, 
assim entendidos os decorrentes de origem comum.
E para buscar a defesa do acima analisado, são legitimados concorren-
temente: 
I. O Ministério Público,
II. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III. As entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indire-
ta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente desti-
nados à defesa dos interesses e direitos protegidos pelo Código 
de Defesa do Consumidor.
IV. As associações legalmente constituídas, há pelo menos um ano e 
que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses 
e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização 
assemblear.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 29
Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são 
admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequa-
da e efetiva tutela.
Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento 
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despe-
sas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em 
honorários de advogados, custas e despesas processuais.
antena 
pArAbóliCA
Consumo Sustentável 
A imensidão do Brasil fez, e ainda faz, muita gente pen- 
sar que todos os recursos naturais do nosso País seriam 
inesgotáveis. Engano. Um grande engano. Se não abrir- 
mos os olhos e ficarmos bem atentos às nossas atitudes, 
poderemos passar por sérias e graves dificuldades e ain- 
da comprometer a sobrevivência das gerações futuras.
Não é à toa que muita gente – técnicos, especialistas, 
estudiosos e governos de todas as partes do mundo – 
está preocupada com o futuro do nosso Planeta. O Mi-
nistério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de 
Desenvolvimento Sustentável e o Instituto Brasileiro de 
Defesa do Consumidor - IDEC colocam o assunto em dis-
cussão e dão as dicas para que todos possam iniciar a 
mudança.
Talvez você já tenha ouvido falar de Consumo Susten-
tável. Não chega a ser uma expressão nova. Mas, se você 
não sabe o que ela significa, vamos lá: Consumo Susten-
tável quer dizer saber usar os recursos naturais para 
satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer 
as necessidades e aspirações das gerações futuras. Ou 
seja, vale aquele velho jargão popular: saber usar para 
nunca faltar.
E isso não exige um grande esforço, somente mais 
atenção com o que está ao nosso redor, no nosso am-
biente. Basta fazermos uma pequena reflexão sobre 
como agimos.
Normalmente, não nos preocupamos com a quantida-
de de água que utilizamos ao escovar os dentes, quando 
tomamos banho ou no momento de lavar a louça ou o 
nosso carro. Por absoluta desatenção, ao sairmos de um 
cômodo não apagamos a luz, ou vamos acendendo to-
das as lâmpadas, deixando para trás um rastro lumino-
so. Nem nos tocamos em relação ao consumo de papel, 
seja em casa, seja no nosso local de trabalho. Usamos 
meia folha de papel, erramos e jogamos no lixo, mes-
mo que o verso esteja limpo e passível de utilização. E 
por aí vai... Misturamos o lixo doméstico, quando seria 
muito simples separar os restos de comida do papel, da 
lata, do vidro, do plástico. No ato da compra, pense! Não 
devemos comprar alimentos em excesso, nem fazer co-
mida em demasia para depois jogar fora. Resto de comi- 
da é coisa séria. São milhares de pessoas que precisam 
muito de um prato de comida.
Tudo isso acontece porque sequer nos preocupamos 
com a origem daquilo que nos é vital. Para piorar, não 
nos damos conta de que todos os nossos desperdícios 
têm impacto no nosso bolso. E, mais grave ainda, nuncaparamos para pensar que este nosso comportamento 
displicente vai acarretar prejuízos graves para os nossos 
descendentes. Eles vão se ressentir dos recursos natu-
rais. Ao mesmo tempo em que estaremos reduzindo ou 
eliminando o desperdício, vamos economizar muito di-
nheiro. Quem sabe, não conseguiremos até melhorar a 
nossa renda mensal, se fizermos pequenas mudanças 
nas nossas atitudes?
 
e AgorA, José?
Nesta Unidade você viu alguns conceitos básicos do 
Direito do Consumidor.
 → Conheceu os deveres do fornecedor e os direitos 
do consumidor.
 → Aprendeu sobre a proteção contratual dispensa-
da ao consumidor.
 → Descobriu que a saúde do consumidor é um 
item importante a ser protegido.
 → Ficou informado sobre a proibição das práticas 
abusivas e das publicidades enganosas e abusivas.
 → Conheceu algumas normas de Direito Penal que 
interferem nas relações de consumo e ainda, a 
atuação da Defesa do Consumidor em Juízo.
A partir destas bases você terá maior facilidade para 
assimilar os direitos e deveres do consumidor e fornece-
dores de produtos e serviços.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 33
glossário
Inversão do ônus da prova: é o fornecedor 
que deve prova que o produto ou serviços 
vendido está de acordo com as especificações 
e não o consumidor. Este mecanismo 
processual traz grande vantagem ao 
consumidor, já que ele não precisa produzir 
a pro- va a seu favor, mas sim o fornecedor.
Fraude contra credores: ocorre através de um 
ato de disposição de bens do devedor, para 
colocá-los fora do alcance dos credores, com 
a intenção deliberada de prejudicá-los. Dis-
põem o artigo 591 do Código de Processo 
Civil, que: o devedor responde, para o cum-
primento de suas obrigações, com todos os 
seus bens, presentes e futuros, salvo as res-
trições estabelecidas em lei.
Abuso de direito: vem, do Direito Romano, a 
noção de: summum jus, summa injuria, ou 
seja: do excesso de direito resulta a suprema 
injustiça. No Código Civil, está previsto no 
art. no art. 187: “Também comete ato ilíci-
to o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos 
pelo seu fim econômico ou social, pela boa fé 
e pelos bons costumes”.
Gestão Empresarial e Direito Empresarial / UA 16 Código de Defesa do Consumidor 34
reFerênCiAs
ALMEIDA, J. B. A proteção jurídicA do con-
su- midor. 7. ED. rEvIsto E AtuALIzADo. 
são PAuLo: sArAIvA, 2009.
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