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Análise de Recalques Monitorados em Campo de Dois Edifícios com Fundações em Maciço Rochoso da Cidade de Caruaru-PE

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XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica 
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano 
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil 
©ABMS, 2018 
 
Análise de Recalques Monitorados em Campo de Dois Edifícios 
com Fundações em Maciço Rochoso da Cidade de Caruaru-PE 
 
Yago Ryan Pinheiro dos Santos 
Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, Brasil, yago_ryan@hotmail.com 
 
Maria Isabela Marques da Cunha Vieira Bello 
Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, Brasil, isabelamcvbello@hotmail.com 
 
Alexandre Duarte Gusmão 
Universidade de Pernambuco, Recife, Brasil, gusmao.alex@ig.com.br 
 
RESUMO: Este trabalho apresenta um caso de obra de dois edifícios (torres A e B) em concreto 
armado, com fundações superficiais em maciço rochoso localizados na cidade de Caruaru-PE, e que 
tiveram seus recalques monitorados em 6 estágios de sua obra, até a sua conclusão. Através da 
instalação de pinos de monitoramento engastados em seus pilares e de instrumentação apropriada, 
foram feitas as leituras desses valores. Registrou-se recalques absolutos máximos de 19 mm para a 
torre A e de 12,15 mm para a torre B, além de valores de 12,4 mm de recalques diferenciais na torre 
A e de 7,6 mm para a torre B. Evidenciou-se que, apesar do empreendimento estar assente em 
maciço rochoso, os valores medidos foram significativos, mostrando a importância do 
monitoramento de recalques de uma obra, cuja prática deve ser considerada nos projetos de 
fundações de edifícios, independentemente do terreno que suportará os esforços da estrutura. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Instrumentação de Campo, Recalques, Maciço Rochoso. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O termo Recalque refere-se ao deslocamento 
vertical, para baixo, sofrido pelos elementos 
discretos da fundação devido à deformação 
sofrida pelo maciço de solos ou de rochas.
 Segundo Antoniazzi (2011), os valores dos 
recalques seriam praticamente uniformes caso 
os elementos de fundação tivessem as mesmas 
dimensões e o subsolo fosse homogêneo, o que 
não ocorre na prática, visto que o solo apresenta 
uma grande variabilidade e os elementos de 
fundação, além dos tamanhos diversos, estão 
também submetidos à diferentes carregamentos 
que chegam até eles pelos pilares da 
superestrutura. 
Diante da grande variabilidade dos 
elementos de fundação e do terreno, o 
desempenho do sistema de fundação pode ser 
verificado, dentre outras práticas, através do 
controle e monitoramento de recalques. 
É reconhecível a manifestação dos recalques 
(principalmente os diferenciais) nas edificações, 
por meio do aparecimento de patologias nos 
seus elementos estruturais, como fissuras e 
rachaduras; diante disto, o acompanhamento ou 
o controle de recalques é necessário para a 
identificação precisa do comportamento real das 
fundações (MILITITISKY, CONSOLI E 
SCHNAID, 2008). 
 A prática de acompanhamento de recalques 
por meio de instrumentação de campo é usual, 
sendo retratada por diversos autores, a serem 
citados Gusmão (1990), Gonçalves (2004), 
Danziger et al. (2005), Russo Neto (2005), 
Mota (2009), Savaris, Hallak e Maia (2011), 
Santos (2016) e Rosa (2016). 
No seu item sobre o desempenho de 
fundações, a NBR 6122 (2010) relata que o 
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica 
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano 
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil 
©ABMS, 2018 
 
monitoramento de recalques é obrigatório nos 
seguintes casos: 
 Estruturas nas quais a carga variável é 
significativa em relação à carga total, tais como 
silos e reservatórios; 
 Estruturas com mais de 60 m de altura do 
térreo até a laje de cobertura do último piso 
habitável; 
 Relação altura/largura (menor dimensão) 
superior a quatro; 
 Fundações ou estruturas não convencionais. 
 Ainda segundo a NBR 6122 (2010), o 
programa de monitoramento, incluído no 
projeto de fundações, deve conter informações 
como a referência de nível indeslocável a ser 
utilizada, as características dos aparelhos de 
medida e a frequência e período em que serão 
realizadas as leituras dos recalques. 
Tal procedimento, que segue uma 
instalação de controle segundo a NBR 9061 
(1995), utiliza um nível óptico de precisão que é 
interligado a um marco de referência (bench 
mark), além de uma mira em chapa de invar 
com escala graduada que é apoiada em pinos 
metálicos de extremidade esférica e que são 
engastados nos pilares da edificação, podendo 
ser fixos ou removíveis. Russo Neto (2005) 
esquematiza, em seu trabalho, o monitoramento 
de recalques e seus elementos, como pode ser 
visto na Figura 1. Russo Neto (2005) 
recomenda ainda que as leituras sejam feitas, 
sempre que possível, pelo mesmo operador, 
tanto do nível, como o da mira, verificando 
sempre se a base da mira está limpa e que, seja 
feita a instalação de mais de uma referência de 
nível no local, de modo a contemplar a aferição 
de eventuais deslocamentos e a propiciar um 
elemento de reserva contra eventuais acidentes 
de obra. 
 
 
Figura 1. Esquematização do procedimento para 
monitoramento de recalques (RUSSO NETO, 2005). 
 
Milititsky, Consoli e Schnaid (2008) 
apontam que os pontos de medição dos 
recalques devem ser escolhidos de modo a 
facilitar as leituras e fornecer os dados 
necessários ao acompanhamento do problema 
suscitado. Afirmam ainda que a periodicidade 
das medidas está relacionada com os efeitos a 
serem acompanhados, podendo ser diárias em 
casos especiais ou situações de risco, semanais 
em casos de escavações e execução de tirantes, 
mensais ou bimensais em casos de 
monitoramento de rotina e semestrais ou anuais 
quando os efeitos a serem verificados são de 
longo prazo. 
 Tendo em vista a importância do assunto, o 
presente trabalho mostra a prática de 
monitoramento de recalques em edificações, 
através de um caso de obra de um 
empreendimento residencial composto por duas 
torres com fundações superficiais em maciço 
rochoso, localizadas na cidade de Caruaru, 
Pernambuco. 
 
2 APRESENTAÇÃO DO CASO DE 
OBRA 
 
O caso de obra a ser analisado neste trabalho 
trata-se de um empreendimento residencial 
composto por dois edifícios em concreto 
armado, localizados na Av. Adjar da Silva Casé, 
Bairro Indianópolis, no município de Caruaru-
PE. As torres, intituladas “A” e “B”, possuem, 
respectivamente, 32 e 35 pavimentos tipo, além 
de ambas possuírem pavimento térreo com 2 
níveis, 2 pavimentos de mezanino (onde 
localiza-se o estacionamento para os veículos 
dos moradores), pavimento de cobertura e ático 
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica 
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano 
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil 
©ABMS, 2018 
 
(reservatório superior). 
 Por se localizar na região do Planalto da 
Borborema, Caruaru apresenta um terreno com 
características resistentes, tendo a 
predominância de rochas pouco a muito 
fraturadas. Após a campanha de investigação de 
subsolo na área de estudo, que consistiu na 
execução de 14 furos de sondagens do tipo 
mista (8 furos na área da torre A e 6 furos na 
área da torre B), constatou-se a presença de um 
subsolo composto por uma camada superficial 
fina de solo arenoso pedregulhoso, seguido por 
uma camada de rocha alterada (área da torre A) 
e por aterro arenoso (área da torre B); 
finalmente, até a profundidade investigada (em 
média 10 m em relação ao nível do terreno), foi 
encontrado uma camada de rocha metamórfica 
alterada (cataclasito), com valores de RQD 
(rocky quality designation) predominantemente 
maiores que 80%, e ausência de nível d’água. 
 Devido às características do terreno, o projeto 
de fundações do empreendimento consistiu em 
sapatas isoladas e associadas, com bases 
assentes em cotas diferentes. As Figuras 2 e 3 
mostram,respectivamente, o perfil geotécnico 
representativo e a projeção das sapatas da área 
da torre A, com a localização dos furos de 
sondagem executados; as Figuras 4 e 5 
mostram, respectivamente, o perfil geotécnico 
representativo e a projeção das sapatas da área 
da torre B, com a localização dos furos de 
sondagem executados na área. 
 
SM-B
SM-06
SM-05
0,80m
70
80
91
84
90
100
100
93
98
70
70
70
70
70
70
70
RQD (%)
87
100
 5,27
 10,40
11,30
LEGENDA
RQD (%)
RQD (%)
Solo arenoso pedregulhoso, de cor clara
Rocha alterada, de cor clara
70
80
91
90
84
100
93
98
100
47
83
93
52
96
96
93
RQD (%)
87
100
RQD (%)
RQD (%)
49
67
94
(m)
(m)
(m)
 0,80
 1,30
 0,40
 0,60
 1,00
Cataclasito (Rocha metamórfica alterada)
ESCALA 1:400 RQD (%)
 xx,xx
(m)
(Prof. das camadas/RQD)
SM-0X (ID. do Furo)
 
Figura 2. Perfil geotécnico representativo do terreno da 
torre A. 
 
SPA1 SPA2
SPA3
SPA4 SPA5
SPA6
SPA12
SPA7/13
SPA8 SPA9
SPA15
SPA10/16
SPA11
SPA17
SPA22SPA21
SPA20
SPA19SPA18
SPA14
SM-01
SM-02
SM-03
SM-B
SM-06
SM-05
SM-A
SM-04
 
Figura 3. Projeção das sapatas da torre A. 
 
SM-C
SM-D
SM-09
 4,79
 10,80
 10,50
 3,80
SM-07
LEGENDA
Aterro arenoso
Solo arenoso pedregulhoso, de cor clara
RQD (%)
RQD (%)
RQD (%)
RQD (%)
100
100
84
75
100
75
100
70
40
67
100
86
92
100
93
97
72
(m)
(m)
(m)
(m)
 0,80
 0,50 0,30
 1,00 0,80
Cataclasito (Rocha metamórfica alterada)
ESCALA 1:400 RQD (%)
 xx,xx
(m)
(Prof. das camadas/RQD)
SM-0X (ID. do Furo)
 
Figura 4. Perfil geotécnico representativo do terreno da 
torre B e localização dos furos de sondagem executados 
na área. 
 
SPB1 SPB2
SPB3 SPB4
SPB5
SPB6
SPB7
SPB8
SPB9
SPB10
SPB11
SPB12/13
SPB14
SPB15/16
SPB17
SPB18
SM-07
SM-C
SM-08
SM-09
SM-D
SM-10
 
Figura 5. Projeção das sapatas da torre B e localização 
dos furos de sondagem executados na área. 
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica 
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano 
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil 
©ABMS, 2018 
 
 Durante a execução da obra, foram 
monitorados, de acordo com as recomendações 
previstas pelas NBR 6122 (2010), os recalques 
sofridos pela estrutura por meio de 
instrumentação de campo. O procedimento 
consistiu na instalação de pinos de 
monitoramento nos 22 pilares da torre A (PA01 
– PA22), e nos 18 pilares da torre B (PB01 – 
PB18), localizados no pavimento térreo, onde, 
por meio de um nível óptico, foram registrados 
os valores dos recalques parciais. As leituras 
foram realizadas em 6 diferentes estágios da 
obra, onde a primeira leitura foi realizada no 
momento em que foram instalados os pinos e a 
última leitura realizada após a conclusão da 
obra. As Tabelas 1 e 2 mostram, 
respectivamente, os diferentes estágios em que a 
obra das torres A e B se encontravam no 
momento das leituras de recalques. 
 
Tabela 1. Estágios da obra da torre A. 
Nº da 
leitura 
Data da 
Leitura 
Dias 
transc. 
Estágio de obra Torre 
“A” 
1 14/11/13 0 
Laje do pav. térreo 
concluída 
2 06/08/14 265 
Laje do 25º pav. tipo 
concluída 
3 04/11/14 355 Laje do ático concluída 
4 28/04/15 530 
Alvenaria interna do 32º 
pav. tipo concluída 
5 23/10/15 708 
Instalação de esquadrias 
no 17º pav. tipo 
6 04/07/16 963 Obra concluída 
 
Tabela 2. Estágios da obra da torre B. 
Nº da 
leitura 
Data da 
Leitura 
Dias 
transc. 
Estágio de obra Torre 
“B” 
1 14/11/13 0 
Laje do pav. térreo 
concluída 
2 06/08/14 265 
Laje do 29º pav. tipo 
concluída 
3 04/11/14 355 Laje do ático concluída 
4 28/04/15 530 
Revestimento interno do 
25º pav. tipo concluído 
5 23/10/15 708 
Instalação de esquadrias 
no 17º pav. tipo 
6 04/07/16 963 Obra concluída 
 
 
 
3 ANÁLISES E DISCUSSÕES 
 
A Tabela 3 mostra os valores, em milímetros, 
dos recalques absolutos parciais medidos nos 
pilares da torre A, nos 6 diferentes estágios de 
obra mencionados. 
 
Tabela 3. Recalques absolutos parciais da torre A. 
Recalques (mm) 
Leituras 
Pilar 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 
PA01 0.00 0.61 1.22 3.61 3.20 - 
PA02 0.00 1.81 -0.14 4.94 4.44 - 
PA03 0.00 2.28 0.59 6.04 5.59 - 
PA04 0.00 3.29 1.78 7.74 7.51 - 
PA05 0.00 1.59 -1.55 4.62 4.21 - 
PA06 0.00 2.76 1.04 7.11 7.09 - 
PA07 0.00 3.21 1.83 8.04 7.68 - 
PA08 0.00 3.51 2.57 9.13 9.42 - 
PA09 0.00 3.94 2.92 9.22 9.27 - 
PA10 0.00 4.12 3.32 9.59 10.64 - 
PA11 0.00 2.42 3.09 5.23 5.27 - 
PA12 0.00 2.63 0.77 6.58 6.33 - 
PA13 0.00 3.26 5.44 8.12 - - 
PA14 0.00 3.70 5.96 8.88 - - 
PA15 0.00 4.51 6.88 9.66 - - 
PA16 0.00 5.02 7.43 10.90 11.89 13.38 
PA17 0.00 1.72 2.51 7.11 - - 
PA18 0.00 3.32 5.25 7.54 - - 
PA19 0.00 5.79 8.76 11.44 - - 
PA20 0.00 9.84 14.48 18.37 - - 
PA21 0.00 8.28 11.95 15.33 17.38 18.99 
PA22 0.00 2.32 3.73 6.09 6.03 6.52 
 
 Nota-se que alguns recalques da 5ª leitura e os 
recalques da 6ª leitura não foram registrados, 
devido ao fato de que os pinos de 
monitoramento foram removidos pelos 
operadores da obra sem a autorização do 
responsável pelas leituras; pode-se ainda 
observar possíveis erros no registro desses 
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica 
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano 
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil 
©ABMS, 2018 
 
valores de recalques dos pilares PA02 e PA05 
durante a 3ª leitura. 
 O recalque absoluto máximo final foi 
registrado no pilar PA21, com o valor de 18,99 
mm; já o recalque diferencial máximo final foi 
registrado entre os pilares PA21 e PA22, com o 
valor de 12,47 mm. 
 A Tabela 4 mostra os valores, em milímetros, 
dos recalques absolutos parciais medidos nos 
pilares da torre B, nos 6 diferentes estágios de 
obra mencionados. 
 
Tabela 4. Recalques absolutos parciais da torre B. 
Recalques (mm) 
Leituras 
Pilar 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 
PB01 0.00 1.84 1.80 3.87 3.92 - 
PB02 0.00 4.60 4.50 6.93 - - 
PB03 0.00 5.90 6.98 9.90 11.02 - 
PB04 0.00 6.51 7.18 9.91 11.11 - 
PB05 0.00 4.23 2.93 5.97 - - 
PB06 0.00 3.15 3.57 6.45 6.91 - 
PB07 0.00 4.17 4.43 6.81 7.39 - 
PB08 0.00 4.90 5.27 7.57 8.10 - 
PB09 0.00 4.17 3.80 6.01 - - 
PB10 0.00 3.31 3.40 5.64 7.72 - 
PB11 0.00 6.27 7.10 9.69 10.50 12.15 
PB12 0.00 3.02 3.74 5.45 5.65 - 
PB13 0.00 3.34 3.97 6.35 6.35 - 
PB14 0.00 2.61 2.50 5.02 5.41 6.18 
PB15 0.00 1.68 1.75 - 4.63 - 
PB16 0.00 2.13 1.92 4.29 4.45 4.51 
PB17 0.00 2.92 3.50 5.48 6.66 6.62 
PB18 0.00 2.37 2.30 4.11 4.91 5.01 
 
 
 Da mesma forma que ocorreu na torre A, 
observa-se que alguns recalques da 5ª leitura e 
os recalques da 6ª leitura da torre B não foram 
registrados, pelos mesmos motivos já 
mencionados anteriormente. 
 O recalque absoluto máximo final foi 
observado no pilar PB11, com o valor de 12,15 
mm; já o recalque diferencial máximo final foi 
registrado entre os pilares PB11 e PB16, com o 
valor de 7,64 mm. 
 A Tabela 5 mostra o resumo dos principais 
valores de recalques registrados durante o 
monitoramento. 
 
 
Tabela 5. Informações sobre os recalques observados. 
Recalques (mm) Torre A Torre B 
Rec. Absoluto máx. 18,99 12,15 
Rec. Diferencial máx. 12,47 7,64 
 
 Os valores dos recalques diferenciais ficaram 
abaixo dos limites propostos por Bjerrum 
(1963) para as ditorções angulares (razão entre 
o recalque diferencial e a distância entre os 
centros das sapatas onde foi registrado o 
recalque diferencial) para o aparecimento de 
problemas em elementos estruturais, que é de 
1/150. 
 A Tabela 6 registra os valores dos recalques 
médios obtidos pela média entre os valores 
registrados para cada leitura das torres A e B, 
além da média de recalques considerando as 
duas torres juntas. 
 
Tabela 6. Recalques médios observados. 
Recalque Médio (mm) 
Leitura Torre A Torre B (Torre A + Torre B) 
1ª 0 0 0 
2ª 3.63 3.73 3.683ª 3.97 3.98 3.98 
4ª 8.42 6.26 7.34 
5ª 7.73 6.98 7.36 
6ª 12.96 6.89 9.93 
 
 Observa-se que, em relação ao recalque médio 
da torre A, o maior valor é notado na 6ª leitura 
(12,96 mm); já na torre B, o maior recalque 
médio pode ser observado na 5ª leitura (6,98 
mm). Considerando as duas torres juntas, o 
maior recalque médio é observado na 6ª leitura, 
com o valor de 9,93 mm. 
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 A Tabela 7 mostra os recalques médios 
observados nos pilares centrais e de 
extremidade da torre A; a Figura 6 representa a 
relação entre os recalques médios registrados 
nos pilares centrais e de extremidade da torre A 
em função dos dias transcorridos do 
monitoramento. 
 
Tabela 7. Recalques médios dos pilares centrais e de 
extremidade - Torre A. 
Recalques Médio – Torre A (mm) 
Leitura 
Dias 
transcorridos 
Pilares 
centrais extremidade 
1ª 0 0 0 
2ª 265 3.91 3.48 
3ª 355 4.54 3.65 
4ª 530 9.19 7.98 
5ª 708 9.78 6.71 
6ª 963 13.38 11.76 
 
 
 
Figura 6. Recalques médios dos pilares centrais e de 
extremidade – Torre A. 
 
 
 A Tabela 8 mostra os recalques médios 
observados nos pilares centrais e de 
extremidade da torre B; a Figura 7 representa a 
relação entre os recalques médios registrados 
nos pilares centrais e de extremidade da torre B 
em função dos dias transcorridos do 
monitoramento. 
 
 
 
Tabela 8. Recalques médios dos pilares centrais e de 
extremidade - Torre B. 
Recalque Médio – Torre B (mm) 
Leitura 
Dias 
transcorridos 
Pilares 
centrais extremidade 
1ª 0 0 0 
2ª 265 4.54 3.63 
3ª 355 4.54 3.81 
4ª 530 6.79 6.34 
5ª 708 8.10 6.86 
6ª 963 - 6.89 
 
 
Figura 7. Recalques médios dos pilares centrais e de 
extremidade – Torre B. 
 
 É possível observar através das figuras 6 e 7 
que os recalque médios obtidos nos pilares 
centrais são sempre maiores que os recalques 
nos pilares de extremidade em ambas as torres; 
pode-se dizer que isto ocorre devido ao fato de 
que os pilares centrais transmitem maiores 
esforços ao terreno se comparados com os de 
extremidade, gerando assim, maiores recalques. 
 Pode-se mencionar ainda que, para as 
edificações analisadas, não ocorreu a 
estabilização de seus recalques até o fim do 
período de tempo em que foi realizado o 
monitoramento, provavelmente pelo fato de 
que, analisando seus últimos estágios da obra, 
ainda havia um aumento considerável de 
carregamento na estrutura, contribuindo, assim, 
para o aumento de seus recalques. 
 A Tabela 9 apresenta os valores das 
velocidades parciais da evolução dos recalques 
médios em função dos dias transcorridos do 
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica 
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano 
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil 
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monitoramento realizado nas torres A e B; a 
Figura 8 apresenta o gráfico das velocidades 
parciais dos recalques médios em função do 
tempo transcorrido do monitoramento. 
 
Tabela 9. Velocidades parciais dos recalques médios. 
Velocidades Parciais (m/dia) 
Leitura 
Dias 
transcorridos 
Torre A Torre B 
1ª 0 0.00 0.00 
2ª 265 13.70 14.08 
3ª 355 3.78 2.78 
4ª 530 25.63 13.03 
5ª 708 -3.88 4.04 
6ª 963 20.51 -0.35 
 
 
 
Figura 8. Velocidades parciais dos recalques médios. 
 
 As velocidades parciais dos recalques médios 
de ambas as torres apresentaram uma certa 
variação nos intervalos de tempo observados. 
As mesmas apresentaram valores abaixo do 
valor limite de velocidade permitido para 
fundações superficiais e profundas em 
edificações em construção, que, segundo 
Alonso (1991), é de 200 m/dia. 
 
 
4 CONCLUSÕES 
 
O monitoramento de recalques por meio de 
instrumentação de campo mostrou-se, neste 
trabalho, essencial para analisar o 
comportamento da estrutura e do terreno de 
suporte das edificações citadas. Foi possível 
observar, para este caso de obra, a evolução de 
recalques com valores significativos, apesar de 
sua estrutura estar assente em subsolo rochoso 
com valores de RQD predominantemente 
maiores que 80%. Embora tenham apresentado 
valores de recalques diferenciais na ordem de 
12 mm para a área da torre A e de 7 mm para a 
área da torre B, tais números não apresentam 
riscos e danos nos elementos estruturais das 
edificações, segundo os limites estabelecidos 
por Bjerrum (1963); além disso, considerando a 
velocidade dos recalques absolutos médios, os 
valores obidos apresentaram-se bem abaixo dos 
limites determinados por Alonso (1991) para 
fundações de edifícios em fase de construção. A 
prática de monitoramento de recalques é, 
portanto, essencial para avaliar o desempenho e 
a segurança de construções, e deve ser 
considerada em projetos de fundações 
independentemente das características do 
terreno que dará suporte aos seus esforços. 
 
 
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