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EXERCÍCIO DEFESA n 2 - ÉRICA GRAMA VERDE

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AO JUÍZO DA 200ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP 
 
 
 
 
 
 
Processo nº: 0101010-50.2020.5.02.0200 
 
 
AUDITORIA PENTE FINO S.A., pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob o nº, com 
sede na, nº, CEP, São Paulo/SP, vem, por intermédio de sua procuradora signatária 
(procuração em anexo), perante Vossa Excelência 
apresentar CONTESTAÇÃO, consoante art. 847, §ú, da CLT à ação movida por Érica 
Grama Verde já qualificada nos autos do processo em epígrafe, perfazendo nos 
seguintes fatos e fundamentos jurídicos. 
 
I – SÍNTESE DA EXORDIAL 
 
A reclamante argumenta que trabalhou para a sociedade empresária Auditoria Pente 
Fino S.A. de 29/09/2011 a 07/01/2020, exercendo, desde a admissão, a função de 
gerente do setor de auditoria de médias empresas. Na condição de gerente, comandava 
25 auditores, designando suas atividades junto aos clientes do empregador, bem como 
fiscalizando e validando as auditorias por eles realizadas. Percebia o salário mensal de 
R$ 20.000,00 (vinte mil reais), acrescidos de gratificação de função de R$ 10.000,00 
(dez mil reais). 
A parte autora pediu demissão, em 07/01/2020, ajuizando reclamação trabalhista, em 
30/01/2020, na qual postulou o pagamento de horas extras, alegando que trabalhava de 
segunda-feira a sábado, das 8h às 20h, com intervalo de 1 hora para refeição, sendo que 
não marcava folha de ponto. Requereu o pagamento da indenização de 40% sobre o 
FGTS, que não foi depositada na sua conta vinculada, conforme extrato analítico do 
FGTS, que juntou com a inicial. 
Afirmou ainda, que a empresa não efetuou o recolhimento do INSS nos anos de 2018 e 
2019, requerendo seja a empresa condenada a regularizar a situação. Ainda, argumentou 
que, a partir de 2018, passou a receber prêmios em pecúnia, em valores variados, pelo 
que requereu a integração do valor desses prêmios à sua remuneração, com reflexos nas 
demais verbas salariais e rescisórias, inclusive FGTS, e o pagamento das diferenças daí 
decorrentes. 
Ainda informou que, desde o início de seu contrato, realizava as mesmas atividades que 
Silvana Céu Azul, outra gerente do setor de auditoria de médias empresas, admitida na 
Auditoria Pente Fino S.A. em 15/01/2009, já na função de gerente, mas que ganhava 
salário 10% superior ao da reclamante, contudo não efetuou pedido claro acerca desta 
condição. 
Alegou que suas atividades eram desenvolvidas em prédio da sociedade empresária 
localizado ao lado de uma comunidade muito violenta, tendo ouvido diversas vezes 
disparos de arma de fogo e assistido, da janela de sua sala de trabalho, a várias operações 
policiais que combatiam o tráfico de drogas no local, requereu o pagamento de adicional 
de periculosidade. 
Por fim, requereu o pagamento de honorários advocatícios de 20% sobre o valor da 
condenação, conforme o Art. 85, § 2º, do CPC. 
Todavia, tais pedidos não merecem prosperar. 
 
II – PRELIMINARMENTE 
 
DA INCOMPETÊNCIA MATERIAL 
 
A parte autora pleiteia a condenação da reclamada ao pagamento e recolhimento de 
INSS referente aos anos de 2018 e 2019. 
Todavia, não lhe assiste razão, nos termos da súmula vinculante nº 53 do STF e da 
súmula 368, I, do TST, que referem que a Justiça do Trabalho é competente para 
determinar o recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais provenientes das 
sentenças que proferir e acordos por ela homologados. 
DA INÉPCIA DO PLEITO DA EQUIPARAÇÃO 
 
Apenas argumentar que outro colega exerce a mesma função não garante qualquer 
direito de equiparação, bem como é necessário que se tenha pedido claro e conexo com 
fatos. De modo que, a equiparação padece pela inépcia do pedido, nos termos do 
art. 330, § 1º, do CPC, devendo ser declarado inepto tal requerimento. 
 
III – DO MÉRITO 
 
 DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL 
 
A reclamada requer o acolhimento da prescrição parcial, com fulcro no art. 7º, XXIX, 
da CRFB/88, art. 11, da CLT e súmula 308, I, do TST, em virtude de estarem prescritos 
quaisquer direitos trabalhistas e pretensões anteriores a data de 30/01/2017, na chamada 
prescrição quinquenal. 
DAS HORAS EXTRAS 
 
A reclamante exercia a função de gerente e, efetivamente, detinha poder de gestão, por 
isso percebia salário diferenciado, com gratificação de função superior a 40%, com 
salário de R$20.000,00 reais acrescidos de R$10.000,00 reais. 
Por ocupar cargo de confiança não tem direito a limite de jornada. Assim, nos termos 
do art. 62, II, da CLT, resta demonstrado que também não faz jus a nenhum reflexo de 
horas extras, já que a estas não possui direito. 
DA MULTA DO FGTS 
 
A reclamante busca a indenização da multa dos 40% sobre o saldo do FGTS, contudo, 
tal pleito não merece prosperar, porquanto não há direito à indenização de 40% sobre o 
FGTS, uma vez que a autora pediu demissão, em 07/01/2020, o que impede a pretensão, 
pois essa hipótese não é prevista na norma cogente, na forma do Art. 18, § 1º, da Lei 
nº 8.036/90. 
Assim, a reclamada requer a improcedência de tal pedido. 
DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL 
 
A reclamante argumentou que, desde o início de seu contrato, realizava as mesmas 
atividades que Silvana Céu Azul, outra gerente do setor de auditoria de médias 
empresas, que fora admitida na Auditoria Pente Fino S.A. em 15/01/2009, já na função 
de gerente. 
Todavia, tal pleito não merece prosperar, pelo princípio da eventualidade, inviável a 
equiparação, uma vez que Silvana Céu Azul tem mais de 2 anos na função, não 
implementando essa condição legal de equiparação salarial, na forma do Art. 461, § 1º, 
da CLT. 
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 
 
As alegações de que atividades da reclamante eram desenvolvidas em uma comunidade 
muito violenta, tendo supostamente ouvido diversas vezes disparos de arma de fogo e 
assistido, da janela de sua sala de trabalho, a várias operações policiais que combatiam 
o tráfico de drogas no local, não são suficientes, tampouco possuem amparo legal para 
concessão do adicional de periculosidade. 
A situação retratada na petição inicial não autoriza tecnicamente o pagamento do 
adicional, segundo o Art. 193 da CLT devendo ser improcedente tal pedido. 
DOS HONORÁRIOS 
 
A reclamante postulou a condenação em honorários advocatícios no importe de 20% 
sobre o valor da condenação. 
Todavia, tal pleito não merece ser acolhido, consoante disposto no art. 791-A, da CLT, 
referindo o seguinte: “serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o 
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor 
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo 
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa”. 
Dessarte, pleiteia-se a condenação da reclamante em honorários sucumbenciais no 
percentual de 15% e em caso de eventual condenação da reclamada, requer a fixação no 
patamar mínimo legal. 
IV – DOS REQUERIMENTOS 
 
Ante o exposto, a reclamada requer: 
a) o recebimento da presente contestação escrita, nos termos do art. 847, §ú, da CLT; 
b) o acolhimento das preliminares de incompetência material e inépcia; 
c) a total improcedência dos pedidos; 
d) o acolhimento da prescrição quinquenal; 
e) a condenação da reclamante em custas e honorários; 
f) a produção de todos os meios de provas, em especial a documental e testemunhal, 
inclusive com depoimento pessoal da autora, sob pena de confissão; 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
São Paulo/SP, data. 
Advogado/OAB

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