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Epidemiologia 2

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Geovana Sanches - TXXIV 
Epidemiologia 
Professora Renata Orsi 
 
HISTÓRIA DA EPIDEMIOLOGIA 
Desde a Grécia Antiga, há uma discussão entre 
o coletivo e o individual. Asclépios, Deus da saúde, teve 
duas filhas: 
• Panacéia - padroeira do cuidado individual 
• Hileia - padroeira da saúde coletiva 
Hipócrates, considerado o precursor da 
epidemiologia, definiu conceitos como epidemia- 
doença que acomete um número grande de pessoas – 
e antecipou o raciocínio epidemiológico, analisando 
que o adoecimento da população estava relacionado 
com o ambiente. 
A epidemiologia é composta por três 
vertentes: clínica médica + estatística + medicina social 
(saúde pública e coletiva). 
Þ Saúde pública: é um conceito exato, com 
abordagem mais específica. Na epidemiologia 
medimos saúde, através do conceito de risco, 
quantificando mortes e doenças. 
Þ Saúde coletiva: é uma abordagem mais 
abrangente, analisando como os 
determinantes sociais influenciam no processo 
saúde-doença. 
Clínica Médica 
Constituída a partir de 3 fases: 
• 1ª Fase: Leigos (físicos), Religiosos -> 
Legitimação clínica integrada. 
• 2ª Fase: Saber técnico construído a partir da 
investigação sistemática dos enfermos nos 
hospitais 
• 3ª Fase: Fisiologia moderna. Impulsionada 
pelos estudos de patologia de Claude Bernard 
(1813 a 1878), em nível subindividual 
(sistemas). 
Estatística 
Refere-se a quantificação das enfermidades. A 
primeira quantificação ocorreu a partir da Aritmética 
política, a qual se referia à contagem do povo 
(elemento produtivo) e do exército (contingente + 
saúde). 
Destaques da área: 
• John Graunt (1620 – 1674): considerado pai da 
demografia ou das estatísticas vitais. Em 1662, 
criou as tabelas mortuárias de Londres 
(mortalidade por sexo e região), analisando do 
que as pessoas morriam e quem eram essas 
pessoas, relacionando com o ambiente. 
Pioneiro na utilização de coeficientes de óbitos 
em relação a população. 
• Williann Farr: realizou a classificação de 
doenças, criando a Lei de Farr -> ascensão 
rápida no início, elevação lenta até o ápice e 
em seguida uma queda mais rápida. 
o Produção de informações 
epidemiológicas usadas para subsidiar 
o planejamento de ações de 
prevenção e controle. 
o Informações de mortalidade e 
descrevia situações que apontavam 
para grandes desigualdades regionais 
e sociais nos perfis de saúde. 
Até mais da metade do século XVIII (1800 a 
1900) acreditava-se na Teoria Divina, ou seja, que a 
doença era castigo de Deus; ou Teoria Miasmática, 
sendo a doença resultado do contato das pessoas com 
“Miasmas” (ar pestilento que penetra pelas aberturas 
do corpo, causando doença e morte). 
Medicina Social 
No final do século XVIII, o Estado (governo) 
passou a intervir sobre a saúde do povo. 
Na Alemanha, houve a Política Médica: 
segregação dos doentes para evitar a disseminação da 
doença e prejuízo no trabalho (1741 – 1821); medida 
compulsória para controle e vigilância das 
enfermidades 
Na França, a medicina urbana ganhou força, 
com saneamento das cidades e isolamento de áreas 
para controlar a disseminação de miasmas (1789). 
Estudiosos famosos deste período: 
• Engels: alemão. Em 1844, afirmou que a classe 
trabalhadora adoece porque vive em 
condições inadequadas. 
• Rudolf Virchow: alemão. Na década de 1840, 
afirmou que a causa das epidemias eram de 
ordem política e social. As condições de vida 
eram importantes do que a exposição a 
doenças. 
• Na época, os autores foram extremamente 
criticados e perseguidos. 
• Louis Pasteur (1822 – 1895): “Pai da 
bacteriologia”. Proporcionou bases para o 
estudo de doenças infecciosas. Os trabalhos de 
Pasteur, seguidos pelos de Robert Koch, 
afirmaram que as doenças poderiam ser 
explicadas por uma única causa, o agente 
etiológico (“teoria dos germes”). 
• Robert Koch (1843 – 1910): alemão. Foi um dos 
fundadores da microbiologia e dos estudos 
relacionados à epidemiologia das doenças 
transmissíveis. Em 1882 isolou o bacilo da 
tuberculose. 
• Florence Nightingale: inglesa. Criadora da 
enfermagem como profissão. 
• Semmelweis: húngaro. Precursor da lavagem 
das mãos e das ações de controle de infecção 
hospitalar. Descobriu que os médicos faziam 
necropsia e, em seguida, um parto; as 
 Geovana Sanches - TXXIV 
puérperas faleciam por infecção nas 
maternidades enquanto, as que tinham filhos 
em casa, sobreviviam. 
• Frost: introduziu o conceito de risco ou 
probabilidade em seu estudo. Analisou que 
havia maior “Risco de pessoas em contato 
familiar com tuberculose pulmonar”. 
• John Snow (1813 – 1858): lutou contra a 
cólera, realizando investigações no intuito de 
esclarecer a origem das epidemias de cólera 
em Londres (1849 – 1854). 
o Identificou o local de moradia de cada 
pessoa que morreu por cólera em 
Londres e notou uma evidente 
associação entra a origem da água 
utilizada para beber e as mortes; 
o Comparou o número de óbitos por 
cólera em áreas abastecidas por 
diferentes companhias e verificou que 
a taxa de morte foi mais alta entre as 
pessoas que consumiram água 
fornecida pela Southwark; 
o Construiu a teoria que a cólera era 
disseminada através de água 
contaminada; 
o Propôs melhorias no suprimento de 
água, mesmo antes da descoberta do 
microrganismo causador da cólera; 
além disso, sua pesquisa teve impacto 
direto sobre as políticas públicas de 
saúde. 
Ficou demonstrado que, desde 1850, estudos 
epidemiológicos têm identificado medidas apropriadas 
a serem adotadas em saúde publica. Identificar a 
distribuição das doenças é fundamental, entretanto o 
foco é estabelecer medidas de prevenção, evitando o 
contágio e mortes de pessoas jovens. 
Estudiosos no Brasil 
• Oswaldo Cruz (1872 – 1917): percebeu que 
promover a saúde era essencial para o 
desenvolvimento do país. No contexto atual, 
algumas doenças estavam sendo erradicadas e 
com a baixa na vacina, surgiram novos casos de 
sarampo e febre amarela, comprovando a 
importância da vacinação. 
o Fundação Oswaldo Cruz: contribui muito 
para saúde coletiva. Propiciou o estudo de 
medidas saneadoras preventivas que 
deviam ser tomadas ou, indiretamente, 
em consequências do treinamento que o 
Instituto promovia e das descobertas 
científicas que ali aconteciam. 
● Carlos Chagas (1879 - 1934): Identificou a 
entidade nosológica que leva o seu nome. Isso 
ocorreu em 1909 (MG), quando trabalhou no 
combate a um surto de malária, que estava 
dificultando a construção da estrada de ferro 
local. 
• Adolfo Lutz (1855 - 1940): Diretor do Instituto 
Bacteriológico em SP. Trabalhou no controle 
da febre amarela e outras endemias. 
• Emílio Ribas (1862 - 1925): trabalhou no 
controle da febre amarela e de outras 
endemias. 
 
EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS 
Epidemiologia é uma Ciência que utiliza 
métodos quantitativos para o estudo dos problemas de 
saúde; é um Ramo das ciências da saúde que estuda, 
na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores 
determinantes dos eventos relacionados à saúde. 
É a ciência básica da Saúde Pública/ Coletiva, 
sendo essencial para todas as ciências clínicas. Aplica o 
conceito fundamental de probabilidade de ocorrência 
de um evento (risco). 
Epidemiologia descritiva: estuda a frequência e 
a distribuição dos parâmetros de saúde ou de fatores 
de risco das doenças nas populações. Quem? Quando? 
Onde? ; variáveis pessoa, tempo e lugar, 
respectivamente. 
Epidemiologia analítica: testa hipóteses de 
relações de causa e efeito. Utiliza testes de hipóteses, 
de correlação e de regressão. Trabalha com: 
• Estudos de coorte: são estudos de 
acompanhamento, longitudinal e, na maioria 
das vezes, prospectivo (daqui para frente). 
• Caso-controle: são estudos retrospectivos. 
Utiliza o histórico para saber o porquê de as 
pessoas ficarem doentes. O controle refere-se 
ao fato que a população deve ter alguma 
característica em comum, como faixa etária, 
por exemplo. 
• Ensaio clínico: estudo experimental, de 
intervenção. Propõe uma intervençãoque 
pode mudar ou não o padrão de saúde da 
população. Um exemplo é os estudos acerto 
do uso de medicamentos: utiliza-se grupo 
placebo e grupo com medicamento para 
analisar a eficácia do mesmo. 
A epidemiologia descritiva nos da uma base 
para a realização da epidemiologia analítica. 
Além de descrever e buscar relações de causa 
e efeito, a epidemiologia serve para estabelecer as 
seguintes ações: 
1) Prevenção e controle de doenças: consiste na 
aplicação das técnicas, como o tratamento dos 
doentes, vacinação, controle ambiental. O 
controle é a intervenção. 
2) Vigilância epidemiológica: prática de saúde 
pública. Observa tendência e fatores de risco. 
3) Monitoramento da situação de saúde: 
acompanhamento de indicadores. 
 Geovana Sanches - TXXIV 
4) Avaliação dos serviços de saúde: através de 
indicadores que mostram a efetividades das 
intervenções e dos programas de saúde. 
5) Regulação e Fiscalização: termo relacionado ao 
direito administrativo e poder de polícia. Pode 
ser entendido como vigilância sanitária. 
6) Planejamento e pesquisa: o planejamento 
define as prioridades e a pesquisa é a 
agregação do conhecimento científico nas 
práticas de saúde, além de identificar lacunas 
no conhecimento científico. 
Medir saúde e doença é fundamental para a 
prática da epidemiologia, sendo que diversas medidas 
são utilizadas para caracterizar a saúde das 
populações. 
A epidemiologia colhe, analisa e dissemina 
informações com o objetivo de acompanhar 
indicadores, analisar tendências e identificar 
prioridades. 
O estado de saúde da população não é 
totalmente medido em muitas partes do mundo e essa 
falta de informações constitui um grande desafio para 
os epidemiologistas. 
Outro desafio atual é articular clínica, 
epidemiologia, administração e planejamento nos 
serviços de saúde. 
 
EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA 
A abordagem descritiva vem crescendo, dada a 
necessidade de entender os fenômenos que 
determinam o processo saúde-doença. 
A epidemiologia na sua forma descritiva trata 
de estudar a distribuição da frequência das doenças e 
agravos que acometem a população, tendo em vista 
três variáveis de destaque (Tríade Básica de 
epidemiologia descritiva): pessoa, tempo e espaço. 
Assim, as 3 perguntas essenciais que devemos 
responder na epidemiologia descritiva são: quem? 
Quando? Onde? 
O objetivo de estudar as variáveis é conhecer 
de forma detalhada as características desses itens e 
conhecer melhor o comportamento de uma doença. 
Permitem que se associem as diferentes 
variáveis, à distribuição das doenças, as causas que 
levam a morte e as circunstâncias que acometem mais 
determinada população, e com que características. 
Os estudos descritivos fornecem informações 
importantes para alocar recursos financeiros 
eficientemente e para planejar programas de 
intervenção ou educacionais. Também geram 
hipóteses sobre determinantes de doença e estas 
devem ser testadas em estudos analíticos. 
Pessoa 
 Quando trabalhamos a variável pessoa, 
queremos saber quem está adquirindo a doença. 
Evidências sobre o padrão e possível etiologia da 
doença. As características analisadas das pessoas 
acometidas são: 
• Idade: algumas doenças acometem mais as 
crianças (diarreias), outras acometem mais os 
idosos (fratura do fêmur). 
• Sexo: qual a explicação para a diferença dos 
agravos entre os sexos? Diferenças biológicas 
ou exposição a fatores? 
• Características étnicas: raça , cultura e religião. 
Exemplos: indivíduos de cor negra e parda têm 
maior prevalência de HAS; a religião pode 
induzir a alguns riscos para a saúde, a exemplo 
de ser contra o uso de preservativos, o que 
expõe as pessoas a contrair doenças 
sexualmente transmissíveis. 
• Condição socioeconômica: ocupação, renda 
pessoal/familiar/per capita, nível de instrução, 
tipo e zona de residência, sinais exteriores de 
riqueza. Exemplo: morar na periferia de 
grandes cidades geralmente determina gastar 
mais horas em transporte para chegar ao 
trabalho, pois a maioria dos empregos está na 
região central das cidades; ter renda familiar 
baixa faz com que o acesso a bens e serviços 
seja mais restrito. 
• Características familiares: estado civil, idade 
dos pais, dimensão da família, privação de pais, 
morbidade familiar por causas específicas (nas 
famílias em que há muitos membros 
hipertensos o risco de se tornar hipertenso é 
maior); famílias com chefes de família muito 
jovens e com baixa escolaridade são 
consideradas mais vulnerável, tendo em vista 
menor maturidade e preparo para o cuidado 
da família. 
• Estilo de vida (hábitos e atividades): atividades 
ocupacionais, abuso de drogas permitidas, uso 
de drogas ilícitas, comportamento alimentar, 
atividade física e lazer. Exemplos: o hábito de 
comer muitas gorduras e frituras pode levar a 
problemas cardíacos; pessoas sedentárias e 
com hábito alimentar inadequado podem 
tornar-se obesas; abuso de álcool pode levar a 
violência e acidentes. 
Algumas pesquisas realizadas utilizando-se a 
epidemiologia descritiva são: 
Þ ISA- Capital (SP): pesquisa realizada em 
amostra de domicílios permanentes da área 
urbana da cidade de SP; está previsto para 
ocorrer a cada cinco anos, financiado pela 
Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo e 
desenvolvido pela FSP-USP, MED-USP, 
Unicamp, e Instituto de Saúde da Secretaria de 
Estado de Saúde de SP. Os resultados formam 
uma linha de base sobre os temas que são 
objetos de pesquisa. 
 Geovana Sanches - TXXIV 
Þ SABE- Saúde, Bem estar e Envelhecimento: 
coordenado pela OPAS/OMS, é um inquérito 
multicêntrico, que busca saber o perfil de 
envelhecimento da população. 
Quando nos referimos à variável pessoa, 
devemos responder, portanto, perguntas acerca das 
características da população acometida, como: 
• De que forma os agravos variam nas pessoas? 
• Quem são as pessoas acometidas? 
• O agravo é diferente em homens e mulheres? 
• Muda de acordo com a idade? Com a condição 
individual? 
Espaço 
O espaço é, geralmente, bem delimitado e 
definido, tendo em vista a organização mundial e o 
espaço geográfico dos distintos países. Refere-se a 
como as doenças e agravos se manifestam em 
diferentes espaços, sejam estes determinados de 
forma geográfica, administrativa ou política. 
Quando nos referimos à variável espaço, 
devemos responder algumas perguntas, como: 
• O agravo se distribui de modo homogêneo? 
• A distribuição espacial das pessoas influencia 
no grau de risco? 
Tempo 
A ocorrência de doenças varia no tempo, 
podendo ter distribuição: 
• Horária: surtos com foco comum, como por 
exemplo as infecções alimentares, causando 
surtos de diarreia e vômito. 
• Diária: doenças infecciosas agudas de alta 
transmissibilidade. 
• Mensal: sazonalidade (temperatura), em que 
meses a doença é mais comum, por exemplo: 
gripe, dengue e coronavírus têm menor 
transmissão no verão. 
• Anual: noção de tendências de curvas; avaliar 
série histórica. Avaliar como a doença está 
distribuída ao longo dos anos. 
Aplicações: 
• Avaliação da qualidade de vida 
• Avaliação de programas de controle 
• Avaliação de impacto diante da implantação de 
uma intervenção. 
• Estudo de eventos epidêmicos 
Quando nos referimos à variável tempo, temos 
as variações regulares (tendência secular, variação 
sazonal, variação cíclica) e variações irregulares 
(epidemias, surtos). 
Variações Regulares 
Tendência secular: avalia a incidência e 
prevalência ou mortalidade/letalidade de doenças 
observadas por um longo período de tempo. 
Geralmente são avaliados 10 anos ou mais. 
Variação sazonal: relacionados aos meses do 
ano. 
Variação cíclica: variações com ciclos 
periódicos e regulares. 
Variações irregulares 
Endemia: É a ocorrência de determinada 
doença que acomete sistematicamente populações em 
espaços característicos e determinados, no decorrer de 
um longo período, (temporalmente ilimitada), e que 
mantém uma de incidência relativamente constante, 
permitindo variações cíclicase sazonais. Ou seja, 
refere-se a um número elevado de casos de uma 
doença, sempre aparecendo em um determinado 
local. Exemplos: 
• Doença de Chagas -> O Pará tem maior número 
de casos quando comparado aos outros 
estados (número absoluto). Quando 
observamos a incidência, ela também é maior 
em comparação as demais. Pode-se concluir, 
assim, que a doença de Chagas é endêmica na 
região do Para. 
• Esquistossomose -> a transmissão está 
concentrada na região Nordeste e Sudeste, 
sendo endêmica, por exemplo, em Alagoas, 
Espírito Santo e Minas Gerais 
• Leptospirose -> Em números de caso, todas as 
regiões tiveram notificação de leptospirose, 
mas isso não nos leva a inferências. Quando 
analisamos a incidência por região, 
observamos que as maiores ocorrem na região 
norte e sul, nas quais a doença é considerada 
endêmica. 
Nos momentos em que essas variações se 
apresentam de forma irregular, temos uma epidemia. 
Para a identificação precisa de uma epidemia, 
pressupões a disponibilidade, em tempo oportuno, de 
séries históricas rigorosamente atualizadas e, 
portanto, a existência de sistemas específicos de 
vigilância 
Epidemia: Ocorrência de um claro excesso de 
casos de uma doença ou síndrome clínica em relação 
ao esperado para uma determinada área ou grupo 
específico de pessoas, num particular período de 
tempo. 
• Para definir uma epidemia, é necessária uma 
série histórica, pois precisamos comparar o 
número de casos anteriores com um aumento 
abrupto, o qual não era esperado. 
Poliomielite: endêmica no município de SP até 
1950. Após, passou por um período epidêmico, o qual 
começou a diminui após o início das vacinações contra 
a doença. 
 Geovana Sanches - TXXIV 
 
De acordo com sua evolução no tempo e no 
espaço, as epidemias podem ser classificadas em: 
• Pandemias: quando as doenças evoluem 
disseminando-se por amplas áreas 
geográficas. Exemplos: Cólera, COVID-19, 
Influenza. Em 2009, a H1N1 foi considerada 
uma pandemia pois a maioria dos países 
confirmaram casos. Atualmente, em 2020, a 
OMS considerou o COVID-19 como uma 
pandemia, pois a doença está afetando a maior 
parte do mundo. 
• Surtos epidêmicos: ocorrência de dois ou mais 
casos de uma doença relacionados entre si no 
tempo e/ou no espaço, atingindo um grupo 
específico de pessoas, configurando um claro 
excesso de casos se comparado com a sua 
frequência normal. Exemplo: surto de sarampo 
em 2019 no Brasil, principalmente na região 
metropolitana de São Paulo 
Muitos epidemiologistas, consideram “surto” e 
“epidemia” sinônimos. Outros acreditam que a 
Epidemia ocorre apenas quando há um número grande 
de pessoas envolvidas. 
Existem dois tipos de epidemia: 
1) Fonte Comum: ocorre em situações nas quais 
a exposição da população suscetível se dá em 
relação a uma fonte comum de determinado 
patógeno, permitindo que os casos apareçam 
em rápida sucessão e num curto período de 
tempo. Ou seja, os pacientes devem ter 
contato com uma fonte comum a todos. 
Exemplo: Intoxicação alimentar por 
estafilococos. 
2) Progressiva ou propagada: o surto tem 
progressão mais lenta, ou seja, o número de 
casos demora mais para aumentar (dias ou 
semanas). A transmissão pode ocorrer de 
pessoa para pessoa ou por vetor. Exemplo: 
sarampo. 
Cólera: no início, a transmissão era por fonte 
comum, pois havia duas companhias que faziam o 
abastecimento de água contaminada nas casas das 
pessoas -> progressão rápida; após essa descoberta, 
houve tendência de queda nos casos, mas, a doença 
continuou aparecendo, pois iniciou-se a transmissão 
de pessoa para pessoa (epidemia progressiva) 
 
Investigação 
Objetivo: investigar agravos a saúde que 
necessitam de ações de controle urgentes, geralmente 
em casos de epidemia. Mais do que saber que há casos, 
é necessário programar medidas de controle urgentes 
para que se breque a transmissão. Características: 
• Identificar: etiologia (origem), fontes e modo 
de transmissão, grupos expostos a maior risco 
• Controle e prevenção 
• Severidade da doença e Risco 
• Pesquisa e Tratamento 
• Necessidade de resposta rápida 
• Alguns dos procedimentos utilizados não 
apresentam o rigor científico necessário para 
estabelecer uma relação causal 
• Frequentemente tem início sem uma hipótese 
clara 
• Estudos descritivos -> formulação de hipóteses 
• Métodos analíticos (caso-controle) 
 
DIAGRAMA DE CONTROLE 
 O diagrama de controle é uma ferramenta da 
epidemiologia para verificar períodos endêmicos ou 
período epidêmico de determinada doença. Assim, ela 
permite que conheçamos se há uma endemia ou 
epidemia de alguma doença em determinado 
município. 
Trata-se de uma representação gráfica que utiliza 
técnicas estatísticas para a sua confecção. 
 Para trabalhar com isso, é necessário que se 
conheça a faixa de oscilação esperada da incidência de 
determinada doença em um dado local. Para isso, 
constrói-se uma curva cujos pontos são calculados por 
meio das incidências mensais ou semanais. 
Conhecendo essa incidência (número de casos novos 
dessa doença), calcula-se a média e o desvio padrão, 
estabelecendo o limite máximo esperado. 
 Essa ferramenta é utilizada pela vigilância 
epidemiológica para verificar os períodos endêmicos 
(incidência dentro dos limites) e períodos epidêmicos 
(incidência ultrapassa os limites). 
Cálculo do nível endêmico 
 Para calcular o nível endêmico, deve-se seguir 
3 etapas: 
1) Calculamos as incidências médias mensais 
referentes a anos anteriores ao que se quer 
analisar, abrangendo um intervalo de tempo em 
geral de dez anos 
2) Calculamos, ano a ano, o desvio padrão mensal 
para levarmos em conta a dispersão dos valores 
observados em relação à incidência média obtida. 
3) Com esses valores (incidências médias mensais e 
respectivos desvios padrão), estabelece-se um 
intervalo de variação que será considerado normal. 
Quando se utiliza a distribuição normal, os 
limites do nível endêmico – com 95% de certeza – 
 Geovana Sanches - TXXIV 
encontram-se entre a média mensal acrescida de 1,96 
desvio padrão. 
O diagrama de controle será construído, então, 
com os valores das incidências médias mensais 
acrescidas de 1,96 vez o desvio padrão. Com as 
incidências médias acrescidas de 1,96 vez o desvio 
padrão, obteremos o limite superior do nível 
endêmico. 
 
 
 
• Analisando-se o gráfico, vemos que há vários 
picos de incidência acima do limite superior, o 
que caracteriza períodos epidêmicos. 
Os diagramas de controle são de grande 
utilidade na área da saúde pública, pois permite a 
detecção precoce da existência ou não de uma 
epidemia. Isso auxilia os gestores na tomada de 
decisão e na implementação de medidas necessárias 
ao combate de epidemias. 
A dengue é, no Brasil, um problema anual para 
os gestores. Devido a isso, o Ministério da Saúde 
elaborou o Plano de Contingência Nacional para 
Epidemias de Dengue, o qual é realizado a partir do 
diagrama de controle. Dependendo de como está a 
curva do gráfico, há implementação de medidas 
necessárias considerando-se quatro níveis: 
• Nível zero: ocorre quando a incidência 
permanece em ascensão durante 3 semanas 
consecutivas 
• Nível 1: ocorre quando a incidência permanece 
em ascensão por 4 semanas seguidas e/ou 
ocorra notificação de caso grave ou suspeito 
de óbito por dengue 
• Nível 2: ocorre quando o número de casos 
notificados para o ano ultrapassa o limite 
máximo superior, com transmissão sustentada 
de acordo com o diagrama de controle e/ou 
ocorra um aglomerado de óbitos suspeitos por 
dengue. 
• Nível 3: ocorre quando o número de casos 
notificados para o ano ultrapassa o limite 
máximo superior, com transmissão sustentada 
e a mortalidade por dengue nas últimas 4 
semanas for maior ou igual a 0,06 a cada 
100.000 habitantes. 
A identificação de cada um desses níveis é 
norteada pelo diagrama de controle. A esfera federal 
irá acompanhar, prioritariamente, por diagramas, as 
capitais, as regiões metropolitanas e os outros 
municípiosvulneráveis à ocorrência de epidemias de 
dengue. Os níveis de resposta são acionados em 
momentos diferentes, de acordo com a curva do 
diagrama de controle. 
 
 No plano de contingência elaborado pelo MS, 
ele coloca quatro grandes eixos para desenvolver as 
ações, sendo eles: vigilância epidemiológica; 
assistência; comunicação, mobilização e publicidade; e 
a gestão. Nesses quatro eixos são necessárias ações 
específicas, como exemplificadas na tabela a seguir: 
 
 Geovana Sanches - TXXIV 
Respostas Vigilância 
Epidemiológica 
Assistência 
Nível 0 Emitir alertas 
para municípios 
(capitais) e 
Secretarias 
Estaduais de 
Saúde (SES) 
Apoiar as 
capacitações dos 
profissionais 
Nível 1 Intensificar a 
emissão de 
alertas para 
municípios 
(capitais) e SES 
Acompanhar e 
orientar a 
organização da rede 
de atenção pública e 
privada, para 
atendimento dos 
casos suspeitos de 
dengue 
Nível 2 Emitir alertas 
para municípios 
(capitais) e SES 
Apoiar 
financeiramente os 
municípios na 
ampliação da 
capacidade da rede 
de atenção. 
Nível 3 Subsidiar a 
tomada de 
decisão para 
acionamento da 
Força Nacional 
do SUS 
Apoiar 
financeiramente os 
municípios na 
ampliação da 
capacidade da rede 
de atenção. 
 
Cabe à Coordenação-Geral do Programa 
Nacional de Controle da dengue (CGPNCD) a 
responsabilidade de acompanhar a situação dos 
indicadores, avaliando a necessidade de acionamento 
das etapas previstas no PCNED. Para tanto, informes 
técnicos, contendo a situação epidemiológica (casos 
prováveis, descartados, casos graves e óbitos) e a 
análise dos diagramas de controle serão apresentados 
nas reuniões semanais do Comitê de Monitoramento 
de Emergências (CME) subsidiando a tomada de 
decisão. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
Vigilância em Saúde 
A expressão “Vigilância em Saúde” remete, 
inicialmente, à palavra vigiar. Sua origem- do latim 
vigilare- significa observar atentamente, estar atento 
a, atentar em, estar de sentinela, etc. 
O conceito inicial se relacionada com conceito 
de saúde e doença presentes em cada época e lugar, às 
práticas de atenção dos doentes e aos mecanismos 
adotados para tentar impedir a disseminação das 
doenças. 
O desenvolvimento das investigações no 
campo das doenças infecciosas e o advento da 
bacteriologia, resultaram no aparecimento de novas e 
mais eficazes medidas de controle das doenças. Desde 
a década de 50, o conceito “vigilância” vem sendo 
modificado, atingindo um cenário mais amplo no 
campo da saúde: “Acompanhamento sistemático de 
eventos adversos à saúde na comunidade” 
 No campo da saúde, a vigilância está 
relacionada às práticas de atenção e promoção da 
saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados para 
prevenção de doenças. Ela integra diversas áreas de 
conhecimento e aborda diferentes temas, tais como 
política e planejamento, territorialização, 
epidemiologia, processo saúde-doença, condições de 
vida e situação de saúde das populações, processo de 
trabalho e ambiente e saúde. 
 
 A vigilância em saúde é dividida em vários 
departamentos, sendo importante a articulação entre 
as vigilâncias e os níveis de atenção, ou seja, aos 
serviços de saúde, pois são eles quem fazem as 
notificações. São elas: 
• Vigilância epidemiológica 
• Vigilância ambiental: foco nos fatores não 
biológicos do meio ambiente que possam 
promover riscos à saúde humana: água para 
consumo humano, ar, solo, desastres naturais, 
substâncias químicas, acidentes com produtos 
perigosos, fatores físicos e ambiente de 
trabalho (relacionado à substâncias). 
• Vigilância sanitária: é entendida como um 
conjunto de ações capazes de eliminar, 
diminuir ou prevenir riscos à saúde e de 
intervir nos problemas sanitários decorrentes 
do meio ambiente, produção e circulação de 
bens e prestação de serviços de interesse da 
saúde. Abrange o controle de bens de 
consumo que direta ou indiretamente se 
relacionam com a saúde, compreendidas todas 
as etapas e processos, da produção ao 
consumo; e o controle da prestação de 
serviços que direta ou indiretamente se 
relacionam com a saúde. 
• Vigilância saúde do trabalhador: caracteriza-se 
como um conjunto de atividades destinadas à 
promoção e proteção, recuperação e 
reabilitação da saúde dos trabalhadores 
 Geovana Sanches - TXXIV 
submetidos aos riscos e agravos advindos das 
condições de trabalho. 
Vigilância epidemiológica 
 Lei 8080: Entende-se por “Vigilância 
epidemiológica” um conjunto de ações que 
proporcionam o conhecimento nos fatores 
determinantes e condicionantes de saúde individual ou 
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as 
medidas de prevenção e controle das doenças e 
agravos. Ou seja, tem papel de monitorar as doenças e 
avaliar os fatores relacionados ao seu surgimento, 
além de recomendar medidas de prevenção. 
 No âmbito hospitalar a vigilância 
epidemiológica realiza o monitoramento de casos 
hospitalizados por doenças e agravos prioritários para 
o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS), 
através da notificação compulsória. 
 A notificação compulsória consiste na 
comunicação obrigatória à autoridade de saúde, 
realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou 
responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, 
públicos ou responsáveis pelos estabelecimentos de 
saúde, públicos ou privadas, sobre a ocorrência de 
suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento 
de saúde pública, descritos nas portarias e resoluções 
específicas, podendo ser imediata ou semanal, de 
acordo com o agravo. 
 A listagem das doenças de notificação nacional 
é estabelecida pelo MS entre as consideradas de maior 
relevância sanitária para o país. Exemplos: doença de 
Chagas crônica, cólera, botulismo, dengue (óbitos)... 
 Deve-se notificar a simples suspeita da doença 
ou evento. Não se deve aguardar a confirmação do 
caso para se efetuar a notificação, pois isso pode 
significar perda da oportunidade de intervir 
eficazmente. 
 A notificação tem de ser sigilosa, só podendo 
ser divulgada fora do âmbito médico-sanitário em caso 
de risco para a comunidade, respeitando-se o direito 
de anonimato dos cidadãos. 
 O envio dos instrumentos de coleta de 
notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, 
configurando-se o que se denomina notificação 
negativa, que funciona como um indicador de 
eficiência do sistema de informações. 
 As fichas de notificação compulsória são 
enviadas e alimentam o “Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação” (SINAN). A partir disso, pode-
se calcular a incidência, prevalência, letalidade e 
mortalidade, bem como realizar análises, de acordo 
com as características de pessoa, tempo e lugar, 
particularmente, no que tange às doenças 
transmissíveis de notificação obrigatória. Além disso, é 
possível avaliar-se a qualidade dos dados. 
 A notificação é necessária pois a partir de 
determinada combinação e interpretação de dados, 
obtemos a informação. Ela possibilita o conhecimento, 
a avaliação e o juízo sobre determinada situação. 
Sendo um importante recurso para subsidiar o 
processo de planejamento, tomada de decisão, 
execução e avaliação das ações desencadeadas. 
 
 A investigação epidemiológica é um trabalho 
de campo, realizado a partir de casos notificados 
(clinicamente declarados ou suspeitos) e seus 
contatos, que tem como principais objetivos: 
identificar fonte de infecção e modo de transmissão; 
identificar grupos expostos a maior risco e fatores de 
risco; confirmar o diagnóstico; e determinar as 
principais características epidemiológicas. O seu 
propósito final é orientar medidas de controle para 
impedir a ocorrência de novos casos. 
 Na investigação epidemiológicas, há várias 
questões a serem respondidas, as quais nos trazem 
informações: 
1) Trata-se realmente de casos da doença que se 
suspeita? -> confirmação do diagnóstico 
2) Quais são os principais atributos individuais 
dos casos? -> identificação de características 
biológicas, ambientais e sociais 
3) A partir do que ou de quemfoi contraída a 
doença? -> fonte de infecção 
4) Como o agente da infecção foi transmitido ao 
doente? -> modo de transmissão 
5) Outras pessoas devem ter sido 
infectadas/afetadas a partir da mesma fonte 
de infecção? -> Determinação de abrangência 
de transmissão 
6) A quem os casos investigados podem ter 
transmitido a doença? -> Identificação de 
novos casos/contatos/comunicantes 
7) Que fatores determinaram a ocorrência da 
doença ou podem contribuir para que os casos 
possam transmitir a doença a outras pessoas? 
-> Identificação dos fatores de risco 
8) Durante quanto tempo os doentes podem 
transmitir a doença? -> Determinação do 
período de transmissibilidade 
9) Como os casos encontram-se distribuídos no 
espaço e tempo? -> Determinação de 
agregação espacial e/ou temporal dos casos 
10) Como evitar que a doença atinja outras 
pessoas ou de dissemine na população? -> 
Medidas de controle 
Sistemas de informação 
Ø SINAN (Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação): utilizado na vigilância epidemiológica. 
 Geovana Sanches - TXXIV 
Ø SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade): 
utilizado para o cálculo dos coeficientes de 
mortalidade geral e específica, por exemplo. 
Ø SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos 
Vivos): utilizado para o cálculo de mortalidade 
infantil e mortalidade materna, por exemplo. 
Ø SIH/SUS (Sistema de Informações hospitalares): 
inclui quaisquer casos de internação hospitalar, 
quantidade de dias internado, qual a causa da 
internação, etc. 
Ø SAI/SUS (Sistema de Informações Ambulatoriais do 
SUS) : sistema no qual são lançadas as produções 
(quantidade de consultas, diagnósticos, etc.) 
Ø SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica): 
atualmente não está sendo muito utilizado, mas 
costumava monitorar casos de HA, DM, etc. 
Ø SISVAN (Sistema de Informações de Vigilância 
Alimentar e Nutricional): atualmente não é mais 
tão utilizado, mas incluía número de desnutridos, 
obesos, etc. 
Ø SI-PNI (Sistema de Informações do Programa 
Nacional de Imunização): inclui-se todas as vacinas 
que foram fornecidas aos usuários; a partir dele 
conseguimos fazer busca ativa de pacientes com 
atraso vacinal (para vacinas e grupos específicos). 
Ø SISÁGUA (Sistema de Informação de Vigilância da 
Qualidade da Água para Consumo Humano) : esse 
sistema é utilizado principalmente em regiões que 
tenham alta incidência de doenças relacionadas a 
ingestão de água 
 
Na vigilância epidemiológica, o conjunto das 
doenças e agravos não transmissíveis (DANT) inclui 
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e 
Violências e Acidentes (causas externas), o que mostra 
que esses fatores são de grande importância para 
morbidade e mortalidade e devem ter uma atenção 
especial. 
As DANT são responsáveis por cerca de 80% 
dos óbitos paulistanos, proporção esta que vem 
crescendo ano a ano. A maior parcela está relacionada 
a complicações cardiocirculatórias, cerebrovasculares 
e hipertensivas, que correspondem a 
aproximadamente 33% da mortalidade; segue-se de 
neoplasias, com 23% e outras doenças não 
transmissíveis, com cerca de 17%. Outra causa 
importante, com aproximadamente 15%, se dá por 
doenças infecciosas e parasitárias. 
A vigilância das DCNT compreende: o conjunto 
de ações que possibilita conhecer a distribuição, a 
magnitude e a tendência dessas doenças; fontes 
secundárias de informação e um monitoramento 
contínuo dos fatores de risco; e a identificação dos 
condicionantes sociais, econômicos e ambientais 
dessas doenças para subsidiar o planejamento, a 
execução, a avaliação da prevenção, do controle e do 
enfrentamento das mesmas. 
Os componentes essenciais da vigilância de 
DCNT são: 
1) Monitoramento dos fatores de risco 
2) Monitoramento da morbidade e mortalidade 
das DCNT 
3) Monitoramento e avaliação das ações de 
assistência e promoção da saúde 
O Instrumento norteador da Vigilância de DCNT é 
o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento 
das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no 
Brasil, criado pelo MS em 2011 e com validade até 
2022. Nesse documento encontram-se detalhados os 
indicadores, metas, objetivos e ações a serem 
desenvolvidas pela vigilância de DCNT. 
 
 A partir da vigilância de DANT, que tem como 
objetivo o monitoramento, a prevenção e o controle 
dessas doenças, faz-se projetos de intervenção de 
prevenção e promoção da saúde, virando intervir nos 
fatores de risco e protetores de DCNT, como por 
exemplo: alimentação saudável, atividades físicas, 
prevenção de violências, prevenção do tabagismo. 
Essas técnicas são consideradas promotoras da saúde, 
e são de extrema importância para a prevenção dessas 
doenças. 
 Dentre as políticas públicas que visam a 
efetividade dessas técnicas, temos: Política Nacional 
de Promoção da Saúde (PNPS); Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição (PNAN); Diretrizes e 
Recomendações para o Cuidado Integral de DCNT- 
Promoção da Saúde, Vigilância, Prevenção e 
Assistência; Academia da Saúde; Programa Nacional de 
Controle do Tabagismo. 
Notificação das Violências 
 A notificação de violências tem caráter 
universal e compulsório. Todos os estabelecimentos de 
saúde, públicos ou privados, devem preencher a ficha 
de notificação individual de violência- SINAN e 
encaminhar uma cópia para a Supervisão de Vigilância 
em Saúde- SUVIS de sua região ou registar os dados 
diretamente no Sistema (de acordo com o cadastro de 
unidades de saúde com permissão de acesso ao 
 Geovana Sanches - TXXIV 
Sistema, definido pela SUVIS e Núcleo de Informação 
para a Vigilância em Saúde- COVISA/NIVS). 
 É importante ressaltar que esta notificação não 
substitui a Comunicação aos Conselhos Tutelares, à 
Defensoria Pública ou ao Ministério Público. 
 Todo caso de violência contra a criança e 
adolescente deve ser comunicado aos órgãos de 
defesa e proteção- Conselho Tutelar, ou se necessário 
à Defensoria Pública ou ao Ministério Público, por meio 
de instrumento próprio (Comunicado, Relatório), 
elaborado e assinado pelo profissional responsável 
pelo atendimento ou pela unidade de atendimento 
(Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA). 
 Os casos de violência contra o idoso devem ser 
comunicados aos órgãos de defesa e proteção: 
Conselho Municipal do Idoso, ou se necessário à 
Defensoria Pública ou ao Ministério Público, por meio 
de instrumento próprio (Comunicado, Relatório), 
elaborado e assinado pelo profissional responsável 
pelo atendimento ou pela unidade de atendimento 
(Estatuto do Idoso). 
 No caso de violência contra a mulher, deve-se 
notificar e registrar no SINAN, conforme orientação da 
SUVIS da sua região. Não é necessário para o 
atendimento e encaminhamentos das situações de 
violência contra a mulher, o registro do Boletim de 
Ocorrência nas delegacias de polícia. É decisão da 
mulher fazer o registro ou não. 
 Alguns marcos referenciais contra essas 
violências foram: 
• Lei 8069/1990- Estatuto da Criança e 
Adolescente 
• Lei 10778/2003- Notificação de Violência 
contra Mulher 
• Lei 10741/2003- Estatuto do Idoso 
Acidentes 
 Os casos de acidentes atendidos nos 
estabelecimentos de saúde devem ser notificados na 
Ficha de Notificação de Casos Suspeitos ou 
Confirmados de Acidentes e registrados no Sistema de 
Informação para a Vigilância de Acidentes- SIVA-
SMS/COVISA. Serão registrados nesse sistema, os casos 
de acidente (referido ou observado) – Causas Externas 
– Capítulos XIX, destacando-se os casos de acidentes de 
trânsito e de transporte, quedas e outros acidentes. 
 Não devem ser notificados no SIVA, os 
acidentes de trabalho, as intoxicações exógenas, os 
acidentes com animais e os acidentes com animais 
peçonhentos, pois esses agravos são notificados nas 
fichas próprias e específicas do SINAN. 
 As fichas de notificação devem ser arquivadas 
na Unidade de Saúde de Atendimento em arquivo 
próprio da Equipe de Vigilância em Saúde. É 
recomendável que se anote no Prontuário do Paciente 
a informação da notificação com o númerodo SIVAN e 
outras informações importantes, tais como 
encaminhamentos, contatos realizados, entre outros. 
Ações e políticas públicas 
 Algumas ações/políticas públicas acerca desses 
aspectos são a criação de campanhas de combate a 
violência contra crianças e adolescentes- Dia nacional 
de enfrentamento à violência sexual contra crianças e 
adolescentes (18 de maio) e do combate a violência 
contra a pessoa idosa- Dia mundial de conscientização 
da violência contra a pessoa idosa (15 de junho). 
O Setembro Amarelo é uma campanha do MS 
organizada pela SMS, que tem como proposta 
trabalhar durante o mês de setembro, a 
conscientização sobre a importância da prevenção do 
suicídio. São ações realizadas a partir da mobilização de 
profissionais da saúde e da população. O objetivo da 
campanha é firmar o compromisso com a vida, 
alertando para as possibilidades da prevenção desse 
agravo que atinge principalmente adolescentes, 
adultos jovens e idosos. 
Dentre os documentos acerca da violência, há 
o “Violência na cidade de São Paulo”; “Boletim de 
vigilância de violência”, além da campanha “Notificar é 
cuidar!”. Incluindo-se os acidentes, há ainda a “Política 
Nacional de Redução da morbimortalidade por 
acidentes e violências”. 
Finalizando... 
Vigilância em saúde: tem por objetivo a 
observação e análise permanente da situação de saúde 
da população, articulando-se em um conjunto de ações 
destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à 
saúde de populações que vivem em determinados 
territórios, garantindo a integralidade da atenção, o 
que inclui tanto a abordagem individual como coletiva 
dos problemas de saúde. 
Vigilância epidemiológica: tem como funções, 
dentre outras: coleta e processamento de dados; 
análise e interpretação dos dados processados; 
divulgação das informações; investigação 
epidemiológica de casos e surtos; análise dos 
resultados obtidos e recomendações e promoção das 
medidas de controle indicadas. 
 
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DE MORBIDADE 
 Morbidade é o termo usado para designar o 
conjunto de casos de uma determinada doença ou 
soma de agravos a saúde que atingem um grupo de 
indivíduos em um dado intervalo de tempo e lugar 
específico. Os três indicadores são: 
• Coeficiente de incidência 
• Coeficiente de prevalência 
• Coeficiente de letalidade 
Um coeficiente sempre mede a probabilidade 
ou risco de um evento ocorrer na população, em 
determinado local e ano. Ele sempre deve estar 
acompanhado de um denominador. Outra 
 Geovana Sanches - TXXIV 
característica é o fator multiplicador; como estamos 
lidando com pessoas, os valores devem ser em 
números inteiros e o fator multiplicador deve ter base 
10 elevado a uma potência n. 
Coeficientes de mortalidade 
 
• Coeficiente de mortalidade geral: x 1.000 
• Coeficiente de mortalidade por causas 
específicas: x 100.000 
• Coeficiente de mortalidade materna: x 
100.000 
• Coeficiente de mortalidade infantil: x1.000 
Coeficientes de morbidade 
• Coeficiente de incidência e prevalência: o fator 
multiplicador dos fatores de morbidade 
depende da doença que está sendo estudado 
• Doenças mais frequentes, x100, e o resultado 
será em porcentagem. 
• Doenças e eventos raros, x10.000 ou x100.000 
Incidência 
Oriundos de uma população sob risco de 
adoecimento, ao longo de um determinado período de 
tempo. 
A incidência se refere ao número de novos 
casos, por isso, ela mede a frequência com que as 
pessoas ficam doentes. 
Para saber que um caso é novo, é necessário 
que cada indivíduo seja observado em no 
mínimo duas ocasiões: 
t0 (“sadio”) ------------------------- t (caso novo) 
Coeficiente de incidência da doença 
Representa o risco de ocorrência de casos 
novos de uma doença na população. Ele pode ser 
calculado por regra de três, ou pela seguinte fórmula: 
 
Prevalência 
 Refere-se a permanência de uma doença (ou 
outro evento de saúde) em uma população que vive no 
mesmo espaço e no mesmo período. 
É a frequência de casos existentes, em que as 
pessoas já estão doentes. 
Coeficiente de prevalência da doença 
 Representa o número de casos existentes ou 
presentes (novos + antigos) em uma determinada 
comunidade num período de tempo especificado. 
 
A prevalência pode, ainda, ser calculada a 
partir da incidência (quando a incidência é constante): 
Prevalência = incidência x t (duração média da 
doença). 
Exemplo: 20 novos casos de uma nova doença a cada 
ano. O que aconteceria em 5 anos? 
Prevalência = 20 (casos/ ano) x 5 (tempo) = 100 
casos → logo, a incidência é constante (20 
casos/ ano) 
Fatores que podem alterar a prevalência 
• Maior número de diagnóstico (aumenta a 
prevalência) 
• Melhora no tratamento (aumenta a 
prevalência devido a maior sobrevida) 
• Óbitos e cura (diminui a prevalência) 
• Migração 
o Imigração (aumenta a prevalência) 
o Emigração (diminuição na prevalência 
pois as pessoas saem de determinada 
localidade) 
Principais utilizações dos indicadores 
 Incidência: utilizada para analisar a ocorrência 
de novos eventos na população e determinar seus 
fatores associados. É utilizado para estimar o risco, ou 
seja, a probabilidade de um novo evento ocorrer. 
Prevalência: utilizada principalmente por 
gestores da área da saúde para planejar e organizar os 
serviços e recursos existentes e adicionais, se 
necessário. 
 
Representação gráfica 
 
 O gráfico representa os casos de doenças 
(início, desenvolvimento e fim) de 1 de janeiro a 31 de 
dezembro em uma comunidade. 
Para interpretação do gráfico, devemos contar 
os traços que aparecem na legenda como início da 
 Geovana Sanches - TXXIV 
doença para determinar a incidência. Já para saber o 
coeficiente de incidência, deve-se aplicar a fórmula 
estudada. Já a prevalência é representada pelas bolas 
pretas, sendo o coeficiente de prevalência também 
calculado pela fórmula. 
COEFICIENTE DE LETALIDADE 
 Representa a proporção de óbitos entre os 
casos da doença. Ele mede o risco de morrer por 
determinado evento ou doença, podendo ser calculado 
através da fórmula abaixo, sendo o resultado dado 
sempre em percentual: 
 
 É um indicativo da gravidade da doença ou 
agravo na população, que pode ser uma característica 
da própria doença (como a raiva humana), ou pode ser 
influenciado por fatores que aumentam ou diminuem 
a letalidade na população (como as condições 
socioeconômicas, estado nutricional, acesso a 
medicamentos). 
Além disso, a população de interesse no caso 
da letalidade é a população doente, pois busca-se 
saber o quanto determinada doença mata. 
 A letalidade é diferente de mortalidade, pois o 
denominador na mortalidade é a população total e 
representa o risco de óbito na população, enquanto a 
letalidade representa o risco que as pessoas com a 
doença têm de morrer. 
 
ANOS DE VIDA PERDIDOS AJUSTADOS 
CARGA GLOBAL DE DOENÇAS 
Avalia dados de morbimortalidade de quase 
todos os países do mundo e busca quantificar a carga 
global de doenças e o quanto que as doenças 
impactam na qualidade de vida das populações. 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
• Transição epidemiológica 
• Ocorrência de doenças 
Transição epidemiológica 
A epidemiologia clássica pode não ser 
suficiente para quantificar este processo. 
Mortalidade: uma morte aos 20 anos tem 
maior impacto do que uma ocorrida aos 80. 
Morbidade: doenças causam incapacidades 
diferentes. 
Surge o conceito de “carga de doença”. 
CARGAS DE DOENÇA 
• Morte precoce; 
• Doença leve resolvida; 
• Doença grave resolvida; 
• Doença crônica. 
 Nem toda incapacidade e perda da qualidade 
de vida é igual. 
 TERMOS 
YLL - Years of Life Lost 
Anos de Vida Perdidos por Morte Prematura. 
YLL = Idade no momento da morte - Maior 
expectativa de vida possível 
Por exemplo, se a expectativa de vida mais 
longa para os homens em um determinado país é de 
75, mas um homem morre de câncer aos 65 anos, esta 
seria de 10 anos de vida perdidos devido ao câncer. 
YLD - Years Lost due to Disability 
Anos PerdidosDevido à Incapacidade. É o 
indicador mais importante. Pode ser descrito como 
anos vividos com uma saúde menos do que a ideal (não 
saudável). 
Prevalência da condição multiplicado pelo 
peso deficiência para essa condição 
Pesos de deficiência refletem a gravidade das 
condições diferentes e foram desenvolvidos através de 
inquéritos da população em geral 
DALY - Disability Adjusted Life Years 
DALY = Anos de Vida Perdidos por Morte 
Prematura (YLL) + Anos Perdidos Devido à 
Incapacidade (YLD) → expressa a carga total que a 
perda de saúde impõe. 
Um DALY = um ano perdido de vida saudável. 
DALYs nos permitem estimar o número total 
de anos perdidos devido a causas específicas e fatores 
de risco. 
Esperança de vida saudável ao nascer (HALE) 
O cálculo do número de DALY por país, sexo e 
idade também permite estimar a esperança de vida 
saudável ao nascer (Healthy Life Expectancy [HALE]). 
 
HALE = Expectativa de anos de vida ao nascer -
anos de vida perdidos por morte prematura ou 
incapacidade (DALY) 
CONCLUSÃO 
Dados detalhados - doenças, lesões e fatores 
de risco que são insumos essenciais para a formulação 
de políticas. 
Tendências na saúde global - Três “Ds”: 
• Demográfica; 
• Doenças e 
• Disability (invalidez). 
 
Transição demográfica (redução da 
mortalidade infantil e a população está envelhecendo). 
DCNTs e a invalidez causaram o maior 
compartilhamento de perda de saúde em 2010 em 
comparação com 1990. 
Mensuração de saúde - orientar a elaboração 
de intervenções de saúde pública para garantir que 
sejam adaptadas às necessidades específicas.

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