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VASOS SANGUÍNEOS Os vasos sanguíneos responsáveis pela condução do sangue no corpo humano. O sistema circulatório, possui diversos vasos de vários tamanhos e comprimentos. Os vasos que saem do coração, são chamados de artérias e se dirigem as células; as artérias conforme se afastam do coração te o seu calibre diminuído, se formando arteríolas; o calibre dessas arteríolas também vem diminuindo até se transformarem em vasos microscópicos, os capilares. (artéria – arteríola – capilares) CAPILARES Os capilares são os menores vasos sanguíneos do corpo, responsáveis pelas trocas, entre os componentes do sangue (água, oxigênio, nutrientes) e todas as células; os capilares fica e contato muito próximo das células, e além de fornecerem os nutrientes básicos para a manutenção da homeostase; recolhendo todo o material liberado pelas células lixo, essas estruturas estão presentes em todo o corpo e apresentam estruturas e funções diferentes; são formados por – células epiteliais de revestimento (células endoteliais ou endotélio), que ficam apoiados na membrana basal. Os capilares, entram em contato com as células e tecidos, realizando trocas: Água, oxigênio e nutrientes; os capilares também são responsáveis por recolher todo o ‘lixo’ do metabolismo celular, esse lixo que são os catabólico celulares (catabolismo, quebra de moléculas grandes em moléculas menores), entra nos capilares e é recolhido por pequenos vasos chamados de vênulas, cujo o calibre aumenta, se transformando em veias, que retornam ao coração. Há 3 tipos de capilares: Capilar Contínuo (Alta seletividade e Baixa permeabilidade) Essa estrutura tem esse nome, pois possui as células endoteliais e membrana basal continuas, sendo essas duas estruturas muito próximas sem espaço entre elas; logo, é possível a passagem de substâncias muito pequenas do ponto de vista estrutural, como – gases, água com alguns eletrólitos e moléculas orgânicas pequenas (glicose, frutose e aminoácidos). São capilares seletivos, sendo chamados de capilares de baixa permeabilidade (por deixarem poucas substâncias passarem) e alta seletividade (por passar somente moléculas pequenas). Esses capilares são encontrados em órgãos, que necessitem apenas de oxigênio, água, açúcar; órgãos responsáveis por alto metabolismo (neurônios do encéfalo, testiculos e ovários). Capilares Fenestrados (Media permeabilidade e Media seletividade) São vasos que apresentam aberturas ‘poros’, essa abertura é uma passagem ou, simplesmente, um espaço através do qual as substâncias químicas poderiam passar; esses capilares são formandos por células endoteliais, que tem espaço entre elas, porém a sua membrana basal é continua. As moléculas nesse capilar conseguem passar com mais facilidade; por isso são classificados como capilares de media permeabilidade (deixam algumas substancias passar) e media seletividade (pois varias substancias conseguem passar pelos poros), esses capilares são encontrados principalmente nos rins e intestino. Capilar Sinusoide (Alta permeabilidade e Baixa seletividade) Esse capilar tem uma característica especial; tanto a membrana basal, quando as células epiteliais apresentam poros ou passagens que permitem a troca rápida de várias substancias entre o sangue e as células corporais. São classificados como capilares de alta permeabilidade (deixam passar muitas substâncias) e baixa seletividade (deixam passar moléculas de diversas dimensões), são encontrados no fígado e medula óssea. Os endotélio recobrem todos os vasos sanguíneos; artérias, arteríolas, vênulas e veias. Apresentam a camada endoteliais apoiada na membrana basal em sua estrutura em contato com o sangue; uma característica importante das células endoteliais é a sua capacidade de ficar em contato direto com o sangue e não provocar a sua coagulação. O sangue quando extravasa para outro local, imediatamente é coagulado. Em termos de construção artérias, vênulas e veias são iguais, pois apresentam as mesmas estruturas: 3 camadas ou túnica de tecido acima do endotélio. CONSTRIÇÃO DAS ARTÉRIAS, ARTERÍOLAS, VÊNULAS E VEIAS Todos os vasos contém três camadas ou túnicas de tecidos internos. 1. CAMADA INTERNA: É chamada de íntima, formada por células endoteliais, membrana basal e tecido conjuntivo , envolvido em uma membrana limitante estática interna, que contém aberturas que possibilitam a difusão de substâncias para nutrir as células mais profundas dos vasos. 2. CAMADA MÉDIA: Túnica media, tecido conjuntivo, fibras colágenas e fibra elástica rodeada por uma membrana elástica externa. Em artérias musculares menos calibrosas, a túnica média contém apenas uma lâmina elástica externa no limite com a túnica média. 3. CAMADA EXTERNA: Túnica externa ou adventícia, muito tecido conjuntivo fibroso e a presença de um vaso próprio. VASA VASORUM: São pequenos vasos que saem da túnica intima e chega á túnica externa, com função de levar o sangue com os nutrientes para esse local. Vasos grandes normalmente contém vasa vasorum, que são arteríolas, capilares e vênulas. As túnicas, intima e média, recebem nutrientes que saem do sangue e atravessam as estruturas por meio da difusão simples. Com relação as vênulas, presentes nas veias, elas impedem o refluxo do sangue, visto que o fluxo sanguíneo (quantidade de sangue que passa em determinado local) é unidirecional, das células para o coração; as vênulas são características dos vasos venosos. Quando ocorre contração dos músculos estriados esqueléticos, as veias são comprimidas, e as vênulas são abertas para a passagem do sangue; no momento de relaxamento muscular, as vênulas são fechadas, impedindo o retorno do sangue. FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO Os vasos, principalmente artérias, podem sofrer diversas agressões e desenvolver algumas patologias, uma delas é a arteriosclerose, que é desencadeado por hábitos nocivos como, tabagismo, sobrepeso e ambos associados. Esses fatores predispõem o aparecimento de placas de ateroma, que ião se aderir ao endotélio, tendo o seu crescimento em direção das túnicas; que com o tempo podem vir a ocorrer dois tipos de acidentes : isquêmico (bloqueio) ou hemorrágico. Os acidentes isquêmico ocorrem quando a placa de ateroma se desprende da parede do vaso e é levada pelo sangue ou bloqueia localmente a passagem do fluxo sanguíneo em algum tecido. Quando a artéria se transforma em arteríola o seu diâmetro fica menor, o que impede a passagem da placa, o que causa a isquemia, que pode ocorrer em qualquer órgão do corpo, sendo mais comum no cérebro (AVE, AVC), e infarto agudo do miocárdio. A hemorragia intracerebral (AVC hemorrágico) pode resultar do rompimento de uma pequena artéria; que foi comprometida pela hipertensão mal controlada. VASOS LINFÁTICOS Os vasos linfáticos estão localizados próximos ás células, sua função é drenar o líquido extracelular, evitando edema nos tecidos. Nos vasos linfáticos encontramos muitas células de defesa (leucócitos): Linfócito; os vasos linfáticos são um reservatório de agentes de defesa. São localizados no intestino, transportando as gorduras consumidas na refeição, as gorduras não seguem o mesmo trajeto dos outros alimentos, elas ao absorvidas pelas células do intestino delgado e lançadas nos vasos linfáticos, levadas até a veia cava inferior, entrando na circulação. O coração é uma estrutura oca, do tamanho de uma mão fechada, sendo considerado uma bomba autoajustavel, de sucção e presão. COMPOSIÇÃO DO CORAÇÃO Átrio direito: Forma a margem direita do coração e recebe sangue venoso da veia cava superior e inferior, e do seio coronário. No interior do átrio direito, há uma parte posterior lisa, de paredes finas(seio das veias cavas) onde se abre as veias cavas inferior e superior e o seio coronário, que trazem sangue pouco oxigenado para o coração. Uma parte anterior muscular, rugosa, formada pelos músculos pectíneos. Um óstio atrioventricular direito, o qual o átrio direito trafegue sangue par o ventrículo direito o sangue pouco oxigenado que recebeu. Átrio esquerdo: recebe o sangue dos pulmões, por meio de quatro veias pulmonares, o átrio esquerdo possui uma parede inteiro lisa, como os músculos pectíneos estão restritos à aurícula do átrio esquerdo, a parede anterior do átrio esquerdo também é lisa. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva atrioventricular esquerda, antigamente chamada de valva bicúspide ou mitral. Aurícula esquerda: é uma musculatura tubular, com sua parede trabeculares com músculos pectíneos, formando a parte superior da margem esquerda do coração e raiz do tronco pulmonar. Aurícula direita: semelhante a uma orelha, é uma bolsa muscular cônica que se proteja do átrio direito como uma câmara adicional, aumenta a capacidade do átrio e se sobrepõem a parte ascendente da aorta. Ventrículo direito: recebe o sangue do átrio direito, sangue venoso, rico em gás carbônico. Tem como função mandar sangue para os pulmões através da artéria pulmonar. DIFERENÇAS FISIOLÓGICAS ARTÉRIAS VEIAS Anatômica Seu espaço interior (lúmen) está sempre aberto. Não contém válvulas. No cadáver, o lúmen está fechado. In vivo, elas podem colabar, ou seja, comprimir até o fechar o lúmen em certas patologias. Contém válvulas. Histológica Túnica média bem desenvolvida (muita fibra elástica)> Túnica externa bem desenvolvida (muita resistência, túnica fibrosa). Clínica Pulsam. Não pulsam. Ventrículo esquerdo: é a câmara mais espessa do coração, formando o ápice do coração. Recebe sangue arterial, rico em oxigênio, vindo do átrio esquerdo. Tem como função mandar o sangue para a artéria aorta, para que irrigue todo o corpo. Valvas semilunares pulmonar: o sangue passa do ventrículo direito através da valva do tronco pulmonar para uma grande artéria chamada de tronco pulmonar, que se divide em artérias pulmonar direita e esquerda, levando o sangue até os pulmões. Valvas semilunares aórtica: situa-se entre o ventrículo esquerdo e aparte ascendente da aorta. Valva tricúspide: situa-se entre o átrio direito e o ventrículo direito. Valva bicúspide ou mitral: é a valva atrioventricular esquerda, permitem a saída do sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. Tronco da artéria pulmonar (direito e esquerdo): o tronco pulmonar, tem 5cm de comprimento e 3 cm de largura, é a continuação arterial do ventrículo direito e divide-se em artérias pulmonares direita e esquerda. O tronco e as artérias pulmonares conduzem o sangue pouco oxigenado para a oxigenação nos pulmões. Veias Cavas (superior e inferior): as veias cavas trazem o sangue venoso, rico em gás carbônico do corpo parra o átrio direito. Artéria aórtica: a artéria aorta leva o sangue arterial para todo o corpo, tendo uma porção ascendente, o arco aórtico e a sua parte descendente. Vestíbulo da aorta: é a parte de saída, superoanterior, não muscular, parede lisa, levando desde a cavidade do ventrículo esquerdo até o óstio da aorta e a valva da aorta. Óstio da aorta: situado em sua parte posterossuperior direita e circundado por um anel fibroso ao qual estão fixas as valvas direitas, posterior é esquerda da valva da aorta, a parte ascendente da aorta começa no óstio da aorta. Esqueleto cardíaco: é composto por tecido conjuntivo fibroso, não é uma estrutura óssea, mas é uma estrutura de suporte para o coração e as câmaras cardíacas. é constituído por quatro anéis de tecido conjuntivo denso que circundam as valvas cardíacas, unidos um ao outro, e que se fundem ao septo interventricular. Artéria coronária: são os primeiros ramos da aorta, irrigam o miocárdio e o epicárdio; as artérias coronárias direita esquerda, são originadas a partir do seio da aorta. As artérias coronárias suprem os átrios e os ventrículos. Septo intraventricular: composto pelas partes musculares membranáceas, é uma divisória oblíqua forte entre os ventrículos direito e esquerdo. Septo atrioventricular: é a divisão entre o ventrículo direito e esquerdo. Músculos pectíneos: parte muscular, rugosa encontrada no interior dos átrios. Crista terminal: é a divisão da parte lisa e rugosa no interior do átrio. Óstio do seio coronário: o sangue venoso do seio coronário drena para o átrio direito. As principais tributárias que transportam sangue para o seio coronário são: Sulco Intraventricular anterior: veia cardíaca magna, drena áreas do coração irrigada pela artéria coronária esquerda. Sulco Intraventricular posterior: veia Intraventricular posterior, drena as áreas irrigadas pelo ramo posterior da artéria coronária direita. Sulco Coronário: veia cardíaca parva, drena o átrio direito e o ventrículo esquerdo. Veias anteriores do ventrículo direito: drenam o ventrículo direito e drenam diretamente para o átrio direito. Fossa oval: (septo intratrial): é uma característica proeminente do septo, que é uma depressão oval, por isso o nome. Essa estrutura é o remanescente do forame oval, que é uma abertura no septo intra- arterial do coração fetal, que se fecha no nascimento (estimulado pela prostaglandina). Músculos papilares: são estruturas que ligam as cordas tendíneas as trabéculas cárneas, a qual possuem o forma de cone. Cordas tendíneas: são estruturas que conectam as valvas atrioventriculares direita, as trabéculas cárneas. Esses músculos sustentam a valva atrioventricular esquerda, permitindo que as valvas resistam á pressão gerada durante a contração; as cordas tendíneas tornam-se tensas logo antes e durante a sístole ventricular, no relaxamento as cordas tendíneas de dilatam resultando no fechamento da valva. Tubérculas cárneas: são series de cristas formadas por feixes elevados de fibras musculares cardíacas. Algumas das trabéculas cárneas transmitem parte do sistema de condução do coração (músculo papilar, projeção da parede). Tubércula septomarginal: é um feixe muscular urso que atravessa o ventrículo direito da parte inferior até a base do músculo papilar anterior. Nó sinoatrial: é uma pequena coleção de tecido nodal, fibras musculares cardíacas especializadas e tecido conjuntivo fibroelatico, sendo caracterizado como o marcapasso do coração; controla os impulsos nervosos e as contrações cardíacas. Nó atrioventricular: conjunto de tecido nodal, recebe o estímulo do nó sinoatrial. (O sinal gerado pelo nó AS, atravessa a parede do átrio direito, propagado pelo músculo cardíaco (condução mitogênica), distribui o sinal para os ventrículos. Feixe de His: ramos do nó AV, que prosseguem a camada muscular profundamente ao endocárdico, originado. Fibras de Purkinje. ANATOMIA DO CORAÇÃO Apesar de sua potência, o coração é relativamente pequeno, aproximadamente do tamanho (mas não com a mesma forma) de sua mão fechada. Tem aproximadamente 12 cm de comprimento, 9 cm de largura em seu ponto mais amplo, e 6 cm de espessura. Pesa em média 250 g nas mulheres adultas e 300 g nos homens adultos. O coração repousa sobre o diafragma, próximo da linha mediana da cavidade torácica. O coração encontra-se no mediastino, uma região anatômica que se estende do esterno à coluna vertebral, da primeira costela ao diafragma, e entre os pulmões. O ápice pontiagudo é formado pela ponta do ventrículo esquerdo (a câmara inferior do coração) e está situado sobre o diafragma. O ápice está direcionado para frente, para baixo e para a esquerda. A base do coração está do lado opostoao ápice e constitui sua face posterior. É formada pelos átrios (câmaras superiores) do coração, principalmente o átrio esquerdo. O coração tem diversas faces: esternocostal, pulmonar e diafragmática. A face esternocostal é profunda ao esterno e às costelas. A face diafragmática é a parte do coração entre o ápice e a margem direita e se apoia principalmente no diafragma. A margem direita está voltada para o pulmão direito e se estende da face inferior à base. A margem esquerda está voltada para o pulmão esquerdo e se estende da base ao ápice. É a membrana que envolve e protege o coração. Restringe o coração à sua posição no mediastino, possibilitando liberdade de movimento suficiente para a contração vigorosa e rápida. O pericárdio consiste em duas partes principais: (1) pericárdio fibroso: O pericárdio fibroso, superficial, é composto por tecido conjuntivo inelástico, resistente, denso e irregular. Impede a hiperdistensão do coração, fornece proteção e ancora o coração no mediastino. O pericárdio fibroso próximo ao ápice do coração está parcialmente fundido ao tendão central do diafragma; por conseguinte, o movimento do diafragma, como na respiração profunda, facilita a circulação do sangue pelo coração. (2) pericárdio seroso: O pericárdio seroso, mais profundo, é uma membrana mais fina, delicada, que forma uma dupla camada em torno do coração. A lâmina parietal do pericárdio seroso mais externa está fundida ao pericárdio fibroso. A lâmina visceral do pericárdio seroso mais interna, que também é chamada epicárdio, é uma das camadas da parede do coração e adere firmemente à sua superfície. Entre as camadas parietal e visceral do pericárdio seroso existe uma fina película de líquido seroso lubrificante. Esta secreção das células pericárdicas, conhecida como líquido pericárdico, reduz o atrito entre as camadas do pericárdio seroso conforme o coração se move. O espaço que contém os poucos mililitros de líquido pericárdico é chamado cavidade do pericárdio. A parede do coração é constituída por três camadas: 1. Epicárdio (camada externa): O epicárdio é composto por duas camadas de tecido. A mais externa, é chamada lâmina visceral do pericárdio seroso. Esta camada exterior fina e transparente da parede do coração é composta por mesotélio. Sob o mesotélio existe uma camada variável de tecido fibroelástico delicado e tecido adiposo. O tecido adiposo predomina e torna-se mais espesso sobre as faces ventriculares, onde abriga as principais artérias coronárias e vasos cardíacos. O epicárdio confere uma textura lisa e escorregadia à face mais externa do coração. O epicárdio contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e vasos que irrigam o miocárdio. 2. Miocárdio (camada intermediária): A camada média, o miocárdio, é responsável pela ação de bombeamento do coração e é composto por tecido muscular cardíaco. Compõe aproximadamente 95% da parede do coração. As fibras musculares (células), como as do músculo estriado esquelético, são envolvidas e separadas em feixes por bainhas de tecido conjuntivo compostas por endomísio e perimísio. As fibras musculares cardíacas são organizadas em feixes que circundam diagonalmente o coração e produzem as fortes ações de bombeamento do coração. 3. Endocárdio (camada interna): O endocárdio mais interno é uma fina camada de endotélio que recobre uma fina camada de tecido conjuntivo. Fornece um revestimento liso para as câmaras do coração e abrange as valvas cardíacas. O revestimento endotelial liso minimiza o atrito de superfície conforme o sangue passa através do coração. O endocárdio é contínuo ao revestimento endotelial dos grandes vasos sanguíneos ligados ao coração. O coração tem quatro câmaras. As duas câmaras de recepção superiores são os átrios, e as duas câmaras de bombeamento inferiores são os ventrículos. O par de átrios recebe sangue dos vasos sanguíneos que retornam o sangue ao coração, as chamadas veias, enquanto os ventrículos ejetam o sangue do coração para vasos sanguíneos chamados artérias. Na face anterior de cada átrio existe uma estrutura saculiforme enrugada chamada aurícula, assim chamada por causa de sua semelhança com a orelha de um cão. Cada aurícula aumenta discretamente a capacidade de um átrio, de modo que ele possa conter maior volume de sangue. Também na superfície do coração existem vários sulcos, que contêm vasos sanguíneos coronarianos e uma quantidade variável de gordura. Cada sulco marca a fronteira externa entre duas câmaras do coração. O profundo sulco coronário circunda a maior parte do coração e marca a fronteira externa entre os átrios acima e os ventrículos abaixo. O sulco interventricular anterior é um sulco raso na face esternocostal do coração que marca a fronteira externa entre os ventrículos direito e esquerdo na face esternocostal do coração. Este sulco continua em torno da face posterior do coração como o sulco interventricular posterior, que marca a fronteira externa entre os ventrículos na face posterior do coração. O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue de três veias: a veia cava superior, a veia cava inferior e o seio coronário. O átrio direito tem cerca de 2 a 3 μm de espessura, em média. As paredes anterior e posterior do átrio direito são muito diferentes. O interior da parede posterior é liso; o interior da parede anterior é áspero, por causa de cristas musculares chamadas de músculos pectíneos, que também se estendem até a aurícula. Entre o átrio direito e o átrio esquerdo existe uma partição fina chamado septo interatrial. Uma característica proeminente deste septo é uma depressão oval chamada de fossa oval, o remanescente do forame oval, uma abertura no septo interatrial do coração fetal que normalmente se fecha logo após o nascimento. O sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito através da valva atrioventricular direita, porque é composta por três válvulas. Também é denominada valva tricúspide. As valvas cardíacas são compostas por tecido conjuntivo denso recoberto por endocárdio. O ventrículo direito tem cerca de 4 a 5 μm de espessura e forma a maior parte da face esternocostal do coração. O interior do ventrículo direito contém uma série de cristas formadas por feixes elevados de fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas cárneas. As válvulas da valva atrioventricular direita estão conectadas às cordas tendíneas, que por sua vez estão ligadas a trabéculas cárneas em forma de cone chamadas músculos papilares. Internamente, o ventrículo direito é separado do ventrículo esquerdo por uma partição chamada de septo interventricular. O sangue passa do ventrículo direito através da valva do tronco pulmonar para uma grande artéria chamada de tronco pulmonar, que se divide em artérias pulmonares direita e esquerda e levam o sangue até os pulmões. A artérias sempre levam o sangue para longe do coração. O sangue flui para o átrio direito a partir da veia cava superior, da veia cava inferior e do seio coronário, e para o átrio esquerdo pelas quatro veias pulmonares. O átrio esquerdo tem aproximadamente a mesma espessura que o átrio direito e forma a maior parte da base do coração. Ele recebe o sangue dos pulmões, por meio das quatro veias pulmonares. Como o átrio direito, o interior do átrio esquerdo tem uma parede posterior lisa. Como os músculos pectíneos estão restritos à aurícula do átrio esquerdo, a parede anterior do átrio esquerdo também é lisa. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva atrioventricular esquerda, antigamente chamada de valva bicúspide ou mitral, a qual tem duas válvulas. O ventrículo esquerdo é a câmara mais espessa do coração, com uma média de 10 a 15 mm. Forma o ápice do coração. Como o ventrículodireito, o ventrículo esquerdo contém trabéculas cárneas e tem cordas tendíneas que ancoram as válvulas da valva atrioventricular esquerda aos músculos papilares. O sangue passa do ventrículo esquerdo através da valva da aorta na parte ascendente da aorta. Um pouco do sangue da aorta flui para as artérias coronárias, que se ramificam da parte ascendente da aorta e transportam o sangue para a parede do coração. A parte restante do sangue passa para o arco da aorta e parte descendente da aorta (partes torácica e abdominal da aorta). Ramos do arco da aorta e da parte descendente da aorta levam o sangue por todo o corpo. Durante a vida fetal, um vaso sanguíneo temporário, chamado de ducto ou canal arterial, desvia o sangue do tronco pulmonar para a aorta. Por conseguinte, apenas um pequeno volume de sangue entra nos pulmões fetais não funcionantes. O ducto ou canal arterial normalmente se fecha logo após o nascimento, deixando um remanescente conhecido como ligamento arterial, que liga o arco da aorta e o tronco pulmonar. A espessura do miocárdio das quatro câmaras varia de acordo com a função de cada uma das câmaras. Os átrios de paredes finas entregam o sangue sob menos pressão aos ventrículos adjacentes. Como os ventrículos bombeiam o sangue sob maior pressão por distâncias maiores, suas paredes são mais espessas. O átrio direito bombeia o sangue a uma curta distância para os pulmões a uma pressão inferior, e a resistência ao fluxo sanguíneo é pequena. O ventrículo esquerdo bombeia sangue por grandes distâncias a todas as outras partes do corpo com uma pressão maior, e a resistência ao fluxo sanguíneo é maior. Portanto, o ventrículo esquerdo trabalha muito mais arduamente do que o ventrículo direito para manter a mesma taxa de fluxo sanguíneo. A anatomia dos dois ventrículos confirma esta diferença funcional – a parede muscular do ventrículo esquerdo é consideravelmente mais espessa do que a parede do ventrículo direito. ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO Além do tecido muscular cardíaco, a parede do coração também contém tecido conjuntivo denso que forma o esqueleto fibroso do coração. Essencialmente, o esqueleto fibroso é constituído por quatro anéis de tecido conjuntivo denso que circundam as valvas cardíacas, unidos um ao outro, e que se fundem ao septo interventricular. Além de formar uma base estrutural para as valvas cardíacas, o esqueleto fibroso evita o estiramento excessivo das valvas enquanto o sangue passa por elas. Também serve como um ponto de inserção para os feixes de fibras musculares cardíacas e atua como um isolante elétrico entre os átrios e ventrículos. Histologia do Sistema Cardíaco O coração é um órgão muscular que se contrai ritmicamente enquanto bombeia o sangue pelo sistema circulatório. Também é responsável pela produção de um hormônio chamado de fator natriurético atrial. Suas paredes são constituídas de três túnicas: a interna, ou endocárdio; a média, ou miocárdio; e a externa, ou pericárdio. A região central fibrosa do coração, comumente chamada de esqueleto fibroso, serve de ponto de apoio para as válvulas, além de ser também o local de origem e inserção das células musculares cardíacas. O endocárdio é o homólogo da íntima dos vasos sanguíneos e é constituído por endotélio, que repousa sobre uma camada subendotelial delgada de tecido conjuntivo frouxo que contém fibras elásticas e colágenas, bem como algumas células musculares lisas. Conectando o miocárdio à camada subendotelial, existe uma camada de tecido conjuntivo (frequentemente chamada de camada subendocardial) que contém veias, nervos e ramos do sistema de condução do impulso do coração (células de Purkinje). O miocárdio é a mais espessa das túnicas do coração e consiste em células musculares cardíacas organizadas em camadas que envolvem as câmaras do coração como uma espiral complexa. Grande parte dessas camadas se insere no esqueleto cardíaco fibroso. O arranjo dessas células musculares é extremamente variado, de modo que, mesmo em um corte histológico de uma área pequena, são vistas células orientadas em muitas direções. O coração está coberto externamente por um epitélio pavimentoso simples (mesotélio), o qual se apoia em uma fina camada de tecido conjuntivo, que constitui o epicárdio. A camada subepicardial de tecido conjuntivo frouxo contém veias, nervos e gânglios nervosos. O tecido adiposo que geralmente envolve o coração se acumula nessa camada. O epicárdio corresponde ao folheto visceral do pericárdio, membrana serosa que envolve o coração. Entre o folheto visceral (epicárdio) e o folheto parietal, existe uma quantidade pequena de líquido que facilita os movimentos do coração. O esqueleto cardíaco é composto de tecido conjuntivo denso. Seus principais componentes são o septo membranoso, o trígono fibroso e o ânulo fibroso. Essas estruturas são formadas por um tecido conjuntivo denso, com fibras de colágeno grossas orientadas em várias direções. Nódulos de cartilagem fibrosa são encontrados em determinadas regiões desse esqueleto fibroso. As válvulas cardíacas consistem em um arcabouço central de tecido conjuntivo denso (contendo colágeno e fibras elásticas), revestido em ambos os lados por uma camada de endotélio. As bases das válvulas são presas aos anéis fibrosos do esqueleto cardíaco. O coração apresenta um sistema próprio para gerar um estímulo rítmico, que é espalhado por todo o miocárdio. Esse sistema é constituído por dois nodos localizados no átrio, o nodo sinoatrial e o nodo atrioventricular, e pelo feixe atrioventricular, que se origina do nodo do mesmo nome e se ramifica para ambos os ventrículos. As células do sistema gerador e condutor do impulso do coração estão funcionalmente conectadas por junções do tipo comunicante. O nodo sinoatrial é uma massa de células musculares cardíacas especializadas, fusiformes e menores do que as células musculares do átrio, e apresentam menor quantidade de miofibrilas. O nodo atrioventricular é semelhante ao nodo sinoatrial; suas células, porém, ramificam-se e emitem projeções citoplasmáticas em várias direções, formando uma rede. MÚSCULO CARDÍACO As células musculares, ou fibras musculares, além de terem as estriações básicas (actina e miosina) desse tecido, elas formam um verdadeiro compartimento interconectados uma as outras, graças a uma estrutura chamada de discos intercalares ou junções comunicantes do tipo gap, Desse modo quando um átrio e um ventrículo passam por um período de contração, todas as suas células se contraem juntas, o que melhora e aumenta a eficiência do órgão. As junções gap, que caracterizam as estruturas interligadas, “treliça”; essas junções comunicam as células entre si, possibilitando a passagem de líquidos e eletrólitos; A passagem de líquidos entre as células, além de fornecer água, transporta íons, como cálcio, sódio, potássio e nutrientes como glicose; isso permite que o coração atue bombeando a vida toda, sem que haja cansado e afadiga muscular. O primeiro órgão que o coração fornece sangue rico em oxigênio e nutrientes, é ele mesmo, pois a partir da aorta, saem as artérias coronárias que se infiltram no músculo cardíaco e o nutre. O músculo cardíaco também sofre hipertrofia muscular, que o aumento; em geral o lado esquerdo do coração é mais desenvolvido em relação ao direito (hipertrofiado), isso se da porque o lado esquerdo ejeta sangue com mais força que o restante do corpo, enquanto o lado direito bobeira sangue somente até os pulmões. MIOCÁRDIO Essa é a camada intermediária do coração, formada por um tipo especializado de tecido muscular - Tecido Muscular Estriado Cardíaco, esse tecido garante ao coração um processo de contração especifico dessas células, que atua na frequência cardíaca e pressão necessária parao sangue percorrer todo o corpo. O miocárdio é a camada responsável pelo padrão de contração cardíaca, as células desse tecido possuem mais de um núcleo, aparentando também grande quantidade de estriações, devido a grande quantidade de proteínas nessas células. Esse tecido apresenta células muito estáveis favorecendo a comunicação elas são intercaladas por discos intercalais. Os discos intercalares possuem dois tipos de especializações de ardência: • Desmossomos: Podem ser chamadas de junções de adesão, representem a principal especialização da dos discos intercalares. Garantem que as células musculares permaneçam unidas fortemente, essas estruturas são ancoradas nos filamentos de actina dos sarcômeros. . • Junções Comunicantes: Realizam a comunicação iônica entre os citoplasmas, garantem que o potencial elétrico, que promove a contração seja transmitido de uma célula para outra, garantindo que todo o músculo cardíaco se contraía ENDOCÁRDIO É a camada que reveste internamente o coração, ficando em contato com o sengue, consistido por tecido epitelial pavimentoso simples, que repousa sobre um tecido conjuntivo. Esse tecido é homologo a intima dos vasos sanguíneos; o endocárdico é conectado ao miocárdio através de uma camada de tecido conjuntivo, que contem veias, nervos e ramos do sistema de condução do impulso do coração (fibras de Purkinje). MÚSCULO LISO O músculo liso faz parte de todos os vasos sanguíneos, com exceção dos capilares e das vênulas, se localizam nas túnicas medias dos vasos, onde se organizam em camadas helicoidais. TECIDO CONJUNTIVO São encontrados nas paredes dos vasos sanguíneos em quantidade e proporção que variam de acordo com a necessidade funcional. No tecido conjuntivo são encontradas fibras colágenas, e fibras elásticas. CAMADA INTERNA É chamada de intima, formada por células endoteliais, membrana basal e tecido conjuntivo , envolvido em uma membrana limitante estática interna, que contém aberturas que possibilitam a difusão de substâncias para nutrir as células mais profundas dos vasos. Essa camada pode conter células de tecido muscular liso. CAMADA MÉDIA Túnica media, tecido conjuntivo, fibras colágenas e fibra elástica rodeada por uma membrana elástica externa. Em artérias musculares menos calibrosas, a túnica média contém apenas uma lâmina elástica externa no limite com a túnica média, possuem uma camada de tecido muscular liso. CAMADA EXTERNA Túnica externa ou adventícia, muito tecido conjuntivo fibroso e a presença de um vaso próprio. VASA VASORUM Vasos grandes normalmente contêm vasa vasorum (vasos dos vasos), que são arteríolas, capilares e vênulas que se ramificam profusamente na adventícia (túnica externa). Em artérias de diâmetros intermediário e grande, a íntima e a região mais interna da média são destituídas de vasa vasorum. Essas camadas recebem oxigênio e nutrição por difusão do sangue que circula no lúmen do vaso. ARTÉRIAS É formada por uma túnica media e células musculares lisas; as artérias possuem uma lamina elástica, uma camada adventícia, vasos capilares linfáticos, vasa vasorum e nervos. ARTERÍOLAS Não possui lâmina elástica, somente duas camadas de células musculares. CAPILARES São compostos por uma única camada de células endoteliais. VEIAS É comporta por uma camada de endotélio, junto com uma camada de tecido conjuntivo, fibras reticulares e uma túnica adventícia. NÓ SINOATRIAL Essa estrutura é uma massa de células musculares cardíacas especializadas, fusiforme e menores que as células musculares do átrio, apresentando menor quantidade de miofibrila. FIBRAS DE PURKINJE Contém um ou dois núcleos centrais e citoplasma rico em mitocôndria e glicogênio. Entre as fibras musculares do miocárdio existem numerosas terminações nervosas livres e aferentes (levam impulsos para o sistema nervoso central), as quais são relacionadas com a sensibilidade à dor. O sistema cardiovascular e circulatório, é responsável pelo transporte de nutrientes transporte de oxigênio e gás carbônico, esse sistema transporta homônimos, produtos metabólicos, atua como regulador térmico, na defesa do organismo e na excreção dos resíduos celulares. O sistema cardiovascular, atua a como uma bomba pulsátil irrigando todo o organismo e atuando na manutenção da homeostase. O coração é um órgão muscular oco que se localiza no mediastino, abaixo do osso esterno, discretamente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400g. É formado por quatro cavidades: duas superiores (átrios) e duas inferiores (ventrículos). Microcirculação (capilares arterial, venoso e linfático) O coração bate, em média, 70 a 80 vezes por minuto quando estamos em repouso. Os batimentos cardíacos são constituídos por um processo rítmico de contração das fibras ou células musculares cardíacas, seguido por rápido relaxamento muscular. (Quando os átrios estão contraídos, os ventrículos encontram-se relaxados e vice- versa). A contração das fibras é chamada de sístole e o seu relaxamento, diástole. Os átrios são chamados de bomba de escorva, pois são responsáveis por ejetar sangue para fora do coração. O lado esquerdo tem força três vezes maior que o lado direito, por fazer mais força para ejetar o sangue para todo o corpo. MECANISMO DE FRANK-STARLING A lei do coração de Frank-Starling, diz que, dentro dos limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que chega até ele e o faz sem que ocorra represamento significativo de sangue nas veias, ou seja, todo o sangue que chega ao coração sai de modo igual, o que garantiria um coração eficiente. Quando essa lei não é cumprida, o sangue fica represado nas veias e se acumula, principalmente nos pulmões, causando problemas. E é assim que acontece a insuficiência ou falência do músculo cardíaco. CARACTERÍSTICAS DO CORAÇÃO (que o tornam eficiente) São características realizadas por : 1. Músculo cardíaco; 2. Nó sinoatrial (SA); 3. Valvas cardíacas; 4. Fibras de Purkinje. FUNCIONAMENTO DAS VALVAS ATRIOVENTRICULARES Como estão localizadas entre um átrio e um ventrículo, estas valvas são chamadas atrioventriculares (AV) direita e esquerda. Quando uma valva AV está aberta, as extremidades arredondadas das válvulas se projetam para o ventrículo. Quando os ventrículos estão relaxados, os músculos papilares estão relaxados, as cordas tendíneas estão frouxas, e o sangue se move de uma área de maior pressão no átrio para uma de menor pressão nos ventrículos através das valvas AV abertas. Quando os ventrículos se contraem, a pressão do sangue aciona as válvulas para cima até que suas extremidades se encontrem e fechem. Ao mesmo tempo, os músculos papilares se contraem, o que traciona e retesa as cordas tendíneas. Isso impede que as válvulas das valvas evertam em resposta à alta pressão ventricular. Se as valvas AV ou cordas tendíneas estiverem danificadas, o sangue pode regurgitar para os átrios quando os ventrículos se contraem. FUNCIONAMENTO DAS VÁLVULAS SEMILUNARES As valvas da aorta e do tronco pulmonar são compostas por três válvulas semilunares. Cada válvula se insere na parede arterial por sua margem externa convexa. As valvas do tronco pulmonar e da aorta possibilitam a ejeção de sangue do coração para as artérias, mas evitam o refluxo de sangue para os ventrículos. As margens livres das válvulas se projetam para o lúmen da artéria. Quando os ventrículos se contraem, a pressão se acumula nas câmaras. As valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem quando a pressão no ventrículo é superior à pressão nas artérias, possibilitando a ejeção do sangue dos ventrículos para o tronco pulmonar e aorta. Conforme os ventrículos relaxam, o sangue começa a refluir parao coração. Este fluxo sanguíneo retrógrado enche as válvulas da valva, o que faz com que as margens livres das valvas do tronco pulmonar e da aorta se contraiam firmemente uma contra a outra e fechem a abertura entre o ventrículo e a artéria. CIRCUITOS VASCULARES O coração consiste em duas bombas musculares que, embora adjacentes, atuam em série, dividindo a circulação em dois componentes: os circuitos ou circulações pulmonar e sistêmica. O ventrículo direito impulsiona o sangue pobre em oxigênio que retorna da circulação sistêmica para os pulmões por meio das artérias pulmonares. O dióxido de carbono é trocado por oxigênio nos capilares pulmonares e, então, o sangue rico em oxigênio é reconduzido pelas veias pulmonares dos pulmões ao átrio esquerdo do coração. Esse circuito, que tem início no ventrículo direito, passa pelos pulmões e chega ao átrio esquerdo, é a circulação pulmonar. O ventrículo esquerdo impulsiona o sangue rico em oxigênio que chega ao coração, proveniente da circulação pulmonar, por meio das artérias sistêmicas (aorta e seus ramos), e há troca de oxigênio e nutrientes por dióxido de carbono no restante dos capilares do corpo. O sangue pobre em oxigênio retorna ao átrio direito através das veias sistêmicas (tributárias das veias cavas superior e inferior). Esse circuito, do ventrículo esquerdo ao átrio direito, é a circulação sistêmica. TRAJETO DO SANGUE PELO CORAÇÃO O sangue do corpo é coletado pelas veias cavas inferior e superior. As veias cavas deságuam no átrio direto (a circulação sanguínea sempre se inicia pelo lado direito, que é por onde chega o sangue). O sangue chega no átrio direito e passa pela válvula tricúspide e chega no ventrículo direito. O ventrículo direito impulsiona o sangue para os pulmões, através da arteríola pulmonar, que possui uma valva pulmonar logo na sua saída do coração. A artéria pulmonar carrega sangue venoso para os pulmões (pobre em oxigênio e rico em gás carbônico). Nos pulmões o sangue venoso rico em gás carbônico sofre hematose, que ‘a troca gasosa, liberando o gás carbônico no aparelho respiratório e recebendo oxigênio. Dos pulmões, o sangue arterial rico em oxigênio retina ao coração, pelas veias pulmonares, nesse caso as veias pulmonares carregam sangue arterial. As veias pulmonares levam o sangue até o átrio esquerdo (essa pequena parte é chamada de pequena circulação ou circulação pulmonar). Do átrio esquerdo o sangue passa pela válvula bicúspide ou mitral, chegado até o ventrículo esquerdo. O ventrículo esquerdo ejetado sangue para a artéria aorta, na saída do coração a artéria aorta possui uma valva, chamada de aórtica. O sangue, então, faz a sua viagem por todo o corpo, passando pelas artérias, arteríolas e capilares, nos quais ocorre as trocas; logo após as trocas as vênulas recolhem o sangue que passa para as veias e, novamente vai para o coração; sendo chamada de grande circulação. NÓ SINOATRIAL O né sinoatrial, também pode ser chamado de nó sinusal, essa estrutura representa um marca passo natural do nosso coração; sendo assim chamado pelo fato de determinar o ritmo do coração, ou seja , os ciclos de contração (sístole) e relaxamento (diástole). Em geral o ritmo do coração é 70/80 batidos por minuto, mas pode chegar até 160/180 batimentos por minutos durante um exercício físico. Essa estrutura fica localizada no átrio direito e é formada por células musculares especiais, pois elas são autorritmicas, pois produzem o seu próprio potencial de repouso, seguido do potencial delação e repolarização; esse mecanismo é próprio dessa célula e não dependem do comando do encéfalo. Além de produzir sinais elétricos, essas células fazem caminho dentro do coração que permite que o potencial de ação possa viajar através das estruturas cardíacas; assim o nó sinoatrial produz o potencial de ação que se desloca, por meio das fibras intermodais, em direção a outra estrutura localizada entre os átrios e os ventrículos, o nó atrioventricular. O nó atrioventricular recebe o sinal elétrico e o retém por um tempo muito pequeno, isso causa retardo na condução do potencial de ação, possibilitando que os ventrículos possam se achei de sangue. Em seguida o sinal elétrico passa a percorrer o septo que separa os ventrículos por meio do feixe de His (fascículos atrioventriculares), direito e esquerdo, até chegar ao ápice do coração, do ápice o potencial de ação é espalhado pelas fibras de Purkinje por todo o músculo ventricular, causando uma rápida despolarização. TRAJETÓRIA DO POTENCIAL DE AÇÃO NO MÚSCULO CARDÍACO Nó sinoatrial → Nó atrioventricular → Feixe de His → Fibras de Purkinje. A partir do momento que o nó sinoatrial produz o potencial de ação, as fibras musculares passam pelo processo de despolarização e repolarização. Um detalhe importante é que as fibras cardíacas atuam de maneira diferente das fibras musculares esqueléticas e dos neurônios. No coração, há uma se a mais durante a transformação do sinal elétrico: a fase de platô. EVENTOS NA CÉLULA OU FIBRA MUSCULAR: A fibra muscular recebe o estímulo e os canais de sódio regulados por voltagem-dependente são abertos, promovendo a entrada (influxo) de sódio, despolarizando-a. Após a despolarização, os canais de sódio voltagem-dependentes são fechados e/ou ocorre uma grande diminuição do influxo de sódio. Em seguida, abrem-se os canais de cálcio voltagem-dependentes localizados na membrana plasmática. A entrada de cálcio no líquido intracelular (LIC) faz com que haja a liberação de mais cálcio pelo retículo sarcoplasmático (indução do cálcio pelo cálcio). Isso faz com que aumente ainda mais a ligação desses íons com a molécula de actina, especificamente na troponina. A liberação e a ação do cálcio nesse momento promovem a contração muscular. No entanto, houve sustentação do potencial de ação durante alguns milissegundos. Essa contração sustentada pelos íons cálcio antes da repolarização é chamada de fase de platô. Durante a fase de platô, os canais de potássio estão praticamente inativos (fechados), o que impede a repolarização. Após o fechamento dos canais de cálcio, no final da fase de platô, os canais de potássio voltagem-dependentes se abrem. Com a abertura de vários tipos de canais de potássio ocorre grande efluxo desses íons, repolarizando a fibra e, consequentemente, causando o relaxamento muscular. Com relação aos íons cálcio durante o relaxamento no LIC, eles retornam para o interior do retículo sarcoplasmático graças a um transportador localizado no retículo chamado de SERCA. Há também bombeamento de íons cálcio do LIC para o LEC, graças a bombas de cálcio localizadas na membrana plasmática da fibra muscular cardíaca. SINAL ELÉTRICO DO NÓ SINOATRIAL É diferente do sinal elétrico anterior Na fase de repouso, a fibra ou músculo cardíaco tem voltagem em torno de -80mV. Já o nó AS, tem em média -50mV. No nó sinoatrial, o estímulo é automático, da própria célula muscular. Não existe a abertura dos canais de sódio voltagem- dependente e nem a fase de platô. Quando o nó sinoatrial se despolariza, ocorre a abertura dos canais lentos de cálcio. Nesse caso, os íons cálcio promovem a inversão da carga elétrica na célula. Após a despolarização e o fechamento dos canais lentos de cálcio, os canais de potássio são abertos. A abertura dos canais de potássio promove um grande efluxo desses íons, repolarizando as células do nó sinoatrial. FIBRAS AUTORRÍTMICAS | O SISTEMA DE CONDUÇÃO A atividade elétrica inerente e rítmica é o motivo das contrações cardíacas ao longo da vida. A fonte desta atividade elétrica é uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas chamadas fibras autorrítmicas, porque são autoexcitáveis. As fibras autorrítmicas produzem repetidamente potenciais de ação que desencadeiam contraçõescardíacas. Elas continuam estimulando o coração a contrair, mesmo após terem sido removidas do corpo – como por exemplo quando o coração é retirado para ser transplantado para outra pessoa – e todos os seus nervos foram seccionados. 1. Agem como marca-passo, definindo o ritmo da excitação elétrica que provoca a contração do coração. 2. Formam o sistema de condução do coração, uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas que oferecem uma via para que cada ciclo de excitação cardíaca se propague pelo coração. O sistema de condução garante que as câmaras do coração sejam estimuladas de modo a se contrair coordenadamente, o que torna o coração uma bomba eficaz. Como você verá mais adiante neste capítulo, os problemas com as fibras autorrítmicas podem resultar em arritmias, em que o coração se contrai de modo irregular, muito rápido ou muito lento. VALVAS CARDÍACAS As valvas cardíacas formam dois conjuntos: 1. Valvas atrioventriculares: atrioventricular direita ou tricúspide e atrioventricular esquerda, bicúspide ou mitral. 2. Valvas semilunares: valva aórtica e valva pulmonar. Essas valvas são constituídas por um tecido fibroso rígido e estão articuladas entre os comportamentos atriais e ventriculares que são capazes de movimentar as luas lâminas (cúspides ou válvulas). Esses movimentos, sempre em sentido único e em direção aos ventrículos, possibilitam que, quando os ventrículos estiverem relaxados, o sangue possa passar dos átrios até os compartimentos. Quando os ventrículos estão cheios, o sangue empurra as valvas em direção aos átrios, fechando-as. Isso causa, além do fechamento, um som característico no coração, chamado de bulha cardíaca. As valvas cardíacas impedem que haja refluxo do sangue em direção aos átrios ou das artérias em direção aos ventrículos. Há uma coordenação no processo de abertura e fechamento das valvas cardíacas. Quando as valvas atrioventriculares estiverem abertas, as valvas semilunares, por um intervalo de tempo muito pequeno estão fechadas. Já quando as valvas semilunares se abrirem, as atrioventriculares se fecham rapidamente. FIBRAS DE PURKINJE A partir do ápice do coração, localizado na sua porção inferior, o potencial de ação é distribuído para as células contrateis por meio do sistema de fibras purkinje, as quais tem a capacidade de levar esses sinais elétricos de modo muito rápido, provocando a contração dos ventrículos. CICLO CARDÍACO FASE 1 A primeira fase se inicia com os ÁTRIOS E VENTRÍCULOS RELAXADOS; essa fase é chamada de DIÁSTOLES ATRIAL E VENTRICULAR, o sangue chamado de retorno reverso, está chegando aos átrios, devido á abertura das valvas atrioventriculares, flui em direção aos ventrículos, que estão relaxados. FASE 2 Essa SÍSTOLE (contração) é decorrente da despolarização do nó sinoatrial e causa duas consequências: Força o sangue em direção ao ventrículo, e devido o ato de pressão atrial, uma pequena quantidade de sangue retorna às veias (refluxo). FASE 3 Os ventrículos iniciam a sua despolarização, (o potencial de ação percorreu o feixe de HIS e agora está no ápice do coração); a partir do ápice, o potencial de ação é conduzido pelas fibras de Purkinje, percorrendo as fibras musculares em um formato de espiral em direção á base do coração. Durante a passagem desse sim elétrico, as fibras se CONTRAEM, aumentando a pressão interna dos ventrículos e empurrando o sangue em direção ás valvas atrioventriculares, devido a esse aumento de pressão, o sangue empurra as valvas atrioventriculares e elas se fecham, promovendo a primeira bulha cardíaca. nesse momento, tanto as valvas atrioventriculares como as semilunares estão fechadas, contudo, a contração ventricular não terminou e a pressão interna continua aumentando; isso se chama contração ventricular isovolumetrica; nesse caso não há entrada nem saída de sangue nos ventrículos, mantendo o mesmo volume de sangue nos compartimentos, devido as valvas fechadas. enquanto os átrios então contraindo e as valvas atrioventriculares estão fechadas , os átrios estão repolarizados, por tanto, relaxados; com isso o sangue das veias volta para os átrios, pois sua pressão interna é baixa. FASE 4 a contração ventricular continuada causa alta pressão interna, capaz de abrir as valvas semilunares; a ejeção ventricular é fase que faz com que o sangue forçado a sair dos ventrículos em direção á circulação. durante a saída do sangue 70% do esvaziamento ocorre no primeiro terço do período de ejeção e esse processo é denominado período de ejeção rápida, os outros 30% restante, fazem a ejeção nos próximos dois terços do tempo, chamado de ejeção lenta. FASE 5 Após a contração, seguida por ejeção do sangue, os ventrículos começam a se relaxar e sua pressão interna diminui; quando a pressão interna dos ventrículos é menor que a das artérias, o sangue flui para o coração, fechando novamente as valvas semilunares. O fechamento provoca a segunda bulha cardíaca e cria uma onda mecânica; há novamente um momento que as valvas atrioventriculares e semilunares estão fechadas (relaxamento isovolumétrico). O relaxamento ventricular promove a queda da pressão interna do compartimento, ate que essa pressão fique menos que a pressão nos átrios, o que faz com que as valvas atrioventriculares se abram, o sangue volta a jorrar nos átrios para os ventrículos e im novo ciclo se inicia. Relaxamento Isovolumétrico No início do relaxamento, ocorre polarização dos ventrículos (onda T); o relaxamento dos ventrículos diminui a pressão dentro da câmara e ocorre um fluxo retrógrado de sangue da aorta e do tronco pulmonar. Com o fechamento das valvas aórticas e pulmonar, há formação das ondas dicrótico e ocorre um pequeno intervalo quando o volume de sangue no ventrículo não se modifica, porque todas as valvas estão fechadas. Enchimento Ventricular Devido o relaxamento, a pressão ventricular cai abaixo da pressão atrial, abrindo as valvas atrioventriculares, dando início a essa fase. No período de enchimento rápido ventricular, o sangue jorra dos átrios para os ventrículos e cerca de 70% do ventrículo é preenchido com sangue. A sístole atrial (onda P), ocorre no último terço do período de enchimento ventricular, forcando cerca de 30% do volume de sangue para os ventrículos; ao final da diástole ventricular, cada ventrículo contém cerca de 110 a 135 ml de sangue e esse volume é designado volume diastólica final (VDF).Durante todo esse processo as valavas atrioventriculares estão abertas e as semilunares estão fechadas. Sístole Ventricular Durante 0,3 segundos os átrios estão relaxados e os ventrículos contraídos, inicia-se o complexo QRS. O sangue está sendo empurrado em direção ás valvas atrioventriculares, forçando-as a fechar. Por aproximadamente 0.05 segundos apenas, todas as valvas estão fechadas, levando á contração isovolmétrica, trata- se de um contração muscular isométrica, sem encurtamentos das fibras, com volume ventricular sem alteração (fechamento das valvas). Quando a pressão no interior dos ventrículos eleva-se, a pressão ventricular esquerda ultrapassa a pressão aórtico, cerca de 80mmHg e a pressão ventricular direita fica acima da pressão do tronco pulmonar em torno de 20mmHg, nesse momento ocorre a ejeção. A abertura das valvas artérias possibilita o fluxo para fora do coração; a pressão ventricular esquerda chega ate 120mmHg e a pressão ventricular chega até 30mmHg; a ejeção ventricular é o período de tempo em que as valvas arteriais ficam abertas 0,25 segundos. No período de ejeção rápida 70% do esvaziamento ocorre no primeiro terço do período, no período de ejeção lenta os 30% restantes ocorrem nos dois terços seguintes; quando os ventrículos começam a relaxar, a pressão ventricular diminui, as valvas arteriaisfecham-se e começa outro período de relaxamento. Após todo o ciclo cardíaco o sangue é lançando para abrande circulação; no entanto os ventrículos não se esvaziam completamente e o sangue que ficou nos ventrículos após a ejeção é chamado de volume sistólico final. Chamamos de volume de ejeção ou debito sistólica o volume de sangue ejetado a cada batimento. DS = VDF – VSF AUTOMATISMO CARDÍACO Automatismo cardíaco é a capacidade do coração de despolarizar e polarizar sem depender de controle hormonal e neural. O complexo estimulante consiste em tecido nodal, que inicia os batimentos cardíacos e coordena contrações das quatro câmaras, e fibras condutoras muito especializadas para conduzi-los rapidamente para as diferentes áreas do coração. A seguir, os impulsos são propagados pelas células musculares estriadas cardíacas, de modo que haja contração simultânea das paredes das câmaras. O coração é inervado por fibras autônomas, o plexo cardíaco possui fibras simpáticas e parassimpática, que seguem em direção ao coração, e também por fibras aferentes viscerais, que conduzem fibras reflexivas e receptivas, e são distribuídas ao longo do vaso. A atividade elétrica inerente e rítmica é o motivo das contrações cardíacas ao longo da vida. A fonte desta atividade elétrica é uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas chamadas fibras autorrítmicas, porque são autoexcitáveis. As fibras autorrítmicas produzem repetidamente potenciais de ação que desencadeiam contrações cardíacas. Elas continuam estimulando o coração a contrair, mesmo após terem sido removidas do corpo, como em um transplante de coração. O impulso nervoso é transmitido de célula para célula através das junções comunicantes. O sistema de condução elétrica do coração, é uma rede de fibras especializadas que oferecem um via de condução que garante o ciclo cardíaco, com os estímulos de contração e relaxamento. Por conta própria, as fibras autorrítmicas do nó SA iniciariam um potencial de ação a cada 0,6 s, ou 100 vezes por minuto. Assim, o nó SA define o ritmo de contração do coração – é o marca-passo natural. O mecanismo de contração é semelhante nos músculos cardíaco e esquelético: a atividade elétrica (potencial de ação) leva a uma resposta mecânica (contração) depois de um pequeno atraso. Conforme a concentração de Ca2+ aumenta no interior de uma fibra contrátil, o Ca2+ se liga à proteína reguladora troponina, que possibilita que os filamentos de actina e miosina comecem a deslizar um sobre o outro, e a tensão começa a se desenvolver. Substâncias que alteram o fluxo de Ca2+ através dos lentos canais de Ca2+ influenciam a força das contrações cardíacas. A epinefrina, por exemplo, aumenta a força de contração melhorando o fluxo de Ca2+ para o citosol. Despolarização. Ao contrário das fibras autorrítmicas, as fibras contráteis têm um potencial de repouso estável, que é de cerca de 90 mV. Quando uma fibra contrátil alcança seu limiar por um potencial de ação de fibras vizinhas, seus canais de Na+ acionados por voltagem se abrem. Estes canais de íons sódio são chamados de “rápidos” porque se abrem muito rapidamente em resposta a despolarização no nível do limiar. A abertura destes canais possibilita a entrada de Na+, porque o citosol das fibras contráteis é eletricamente mais negativo do que o líquido intersticial e a concentração de Na+ é mais elevada no líquido intersticial. O influxo de Na+ abaixo do gradiente eletroquímico produz despolarização rápida. Em alguns milissegundos, os rápidos canais de Na+ se inativam automaticamente e o influxo de Na+ diminui. Platô. A próxima fase de um potencial de ação em uma fibra contrátil é o platô, um período de despolarização mantida. É em parte decorrente da abertura dos lentos canais de Ca2+ acionados por voltagem do sarcolema. Quando estes canais se abrem, os íons cálcio se movem do líquido intersticial (que tem uma maior concentração de Ca2+) para o citosol. Este influxo de Ca2+ faz com que ainda mais Ca2+ saia do retículo sarcoplasmático para o citosol por canais adicionais de Ca2+ da membrana do retículo sarcoplasmático. O aumento da concentração de Ca2+ no citosol por fim provoca a contração. Vários tipos diferentes de canais de K+ acionados por voltagem também são encontrados no sarcolema de uma fibra contrátil. Pouco antes da fase de platô começar, alguns desses canais de K+ se abrem, possibilitando que os íons potássio saiam da fibra contrátil. Por isso, a despolarização é sustentada durante a fase de platô porque o influxo de Ca2+ equilibra a saída de K+. A fase de platô dura cerca de 0,25 s, e o potencial de membrana da fibra contrátil está próximo de 0 mV. Para comparação, a despolarização em um neurônio ou de fibra muscular esquelética é muito mais breve, de cerca de 1 ms (0,001 s), porque falta uma fase de platô. Repolarização. A recuperação do potencial de repouso durante a fase de repolarização de um potencial de ação cardíaco lembra o de outras células excitáveis. Após um atraso (que é particularmente prolongado no músculo cardíaco), canais de K+ acionados por voltagem adicionais se abrem. O influxo de K+ restaura o potencial de repouso negativo (–90 mV). Ao mesmo tempo, os canais de cálcio do sarcolema e do retículo sarcoplasmático estão se fechando, o que também contribui para a repolarização. Eletrocardiograma No eletrocardiograma, os sinais elétricos do coração se espalham por toda a superfície do corpo e podem ser registarmos por um aparelho que possibilita a captação desses sinais: o eletrocardiógrafo. Esse aparelho tem alguns sensores, chamados de eletrodos, que captam os sinais e os enviam até o a parte central do aparelho, fazendo o registro em uma folha de papel ou na tela do computador. Um par de eletrodos consiste em um polo positivo e outro negativo; Cada par de eletrodo fornece uma visão elétrica diferente do coração. No ECG, podemos verificar as ondas de deflexão positiva (para cima) e as deflexão negativa (para baixo); as principais ondas são: 1. Onda P: Representa a despolarização (contração/sístole) atrial. 2. Complexo QRS: Represente a despolarização (contração/sístole) ventricular. 3. Onda T: Representa a repolarização (relaxamento/diástole) ventricular. Não é possível observar a repolarização dos átrios no ECG, pois ela são suprimidas ou escondidas pelo complexo QRS, de maior atividade elétrica. DESENVOLVIMENTO DAS ONDAS NO ECG 1. Cria-se um potencial de ação pelo nó sinoatrial e há o início da onda P (despolarização atrial). 2. Após formar a onda P e iniciar o seguimento PQ, os átrios estão contraídos. 3. Após passar pelo nó atrioventricular, inicia-se onda Q, o sinal elétrico está percorrendo o feixe HIS e os átrios estão relaxados. 4. Depois de percorrer o feixe HIS, o sinal elétrico vai para as fibras de Purkinje, iniciando a formação da onda R e a contração ventricular. 5. Completado a onda R, inicia-se a formação da onde S e os entrechos estão quase totalmente contraídos. Quando o ECG registra a formão do complexo QRS, e o inicio do segmento ST, os ventrículos estão totalmente contraídos; no começo da onde T, os ventrículos começam a se relaxar e, após a formação completa dessa onda, todo o coração está em diástole; novamente inicia-se outro potencial de ação pelo nó SA e retornamos ao primeiro passo. FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA Débito cardíaco X Resistência vascular periférica = pressão arterial DÉBITO CARDÍACO DC= FC X VS Dc: débito cardíaco FC= frequência cardíaca VS= volume sistólico Débito cardíaco: quantidade de sangue que sai do ventrículo esquerdo em um minuto. Se aumenta a frequência cardíaca, aumenta o volume sistólico : hipovolemia, hipertrofia. O miocárdio passa a ter maior contractilidade. RESISTÊNCIAVASCULAR PERIFÉRICA RVPT= 8.viscosidade. comprimento do vaso/ pir4 Se temos uma menor resistência, temos também menor viscosidade sanguínea, vasodilatação e um aumento da árvore vascular. Pressão arterial É o débito cardíaco X a resistência vascular periférica LEI DE POISEUILLLE – FATORES QUE CONDICIONAM O FLUXO Descreve a relação entre diferentes parâmetros que afetam o fluxo de um fluido por sistemas condutores. Premissas: o fluxo deve ser laminar e constante; o fluido deve ser newtoniano; o tubo deve ser uniforme, rígido e cilíndrico. Caso de aplicação 1 Quando uma pessoa entra na condição que chamamos PCR (parada cardiorrespiratória) é necessário verificar o pulso e a respiração do paciente, para decidir qual é o protocolo a ser seguido. Responda: Em quais casos a desfibrilação (choque) é recomendado? Porque? Na fibrilação ventricular o ritmo torna-se indeterminado e inconstante, portanto, indica- se o uso do desfibrilador, a fim de que, com o choque, o nó sinusal tenha novamente a chance de transmitir os impulsos normais (resetar), restaurando, assim, a ordem elétrica. Na taquicardia ventricular sem pulso, pois a desfibrilação irá despolarizar as fibras cardíacas excitáveis do miocárdio, possibilitando, assim, o aumento de sua refratariedade, interrompendo os circuitos de reentrada e promovendo homogeneidade do impulso no tecido cardiovascular. O choque tem por objetivo reiniciar as células do coração que estão batendo de forma desorganizada, a fim de que elas se reorganizem e voltem ao ritmo normal/saudável. R= Fibrilação ventricular (FV) e Taquicardia ventricular (TV) sem pulso. FV caracteriza-se pela ausência de atividade elétrica organizada, com distribuição caótica de complexos de várias amplitudes, Impossibilitando atividade elétrica; este quadro gera contração incoordenado do miocárdio, resultando na ineficiência total do coração em manter fração de ejeção sanguínea adequada. TV é a sequência rápida de batimentos ectópicos ventriculares (superior a 100 por minuto) chegando à ausência de pulso arterial palpável por deterioração hemodinâmica. A desfibrilação é útil porque promove a despolarização simultânea do maior número possível de células cardíacas. Espera-se que, como o nó sinusal é o primeiro a se despolarizar, ele assuma o comando, quando as células se repolarizarem após a desfibrilação. Em quais casos a desfibrilação (choque) não é recomendado? Porque? Na assistolia o choque não está indicado, pois o coração já encontra-se eletricamente “desligado”, então o choque não teria atividade elétrica responsiva. Na atividade elétrica sem pulso o coração tem atividade elétrica normal - não sendo a condução elétrica, portanto, a causa da parada cardíaca. Taquicardias não associadas a paradas cardiorrespiratórias R= Assistolia e AESP (atividade elétrica sem pulso).Assistolia não desfibrila porque corresponde a ausência total de qualquer ritmo cardíaco. Ou seja, o choque não será útil. AESP não desfibrila porque a atividade elétrica está apresenta e apresenta um ritmo organizado no monitor cardíaco. Ou seja, em condições normais, o ritmo verificado deveria produzir pulso, mas, nesse caso, o paciente apresenta-se irresponsível, sem respiração e sem pulso. Para ambos os casos, NÃO DESFRIBILAR e buscar as possíveis causas. Caso de aplicação 2 A sobrevida cardíaca durante transplante cardíaco é melhorada perfundindo os corações dos doadores com solução cardioplégica que contêm aproximadamente 20 mM de KCI. Responda: a) Por que esta solução com alta concentração de potássio é útil? O potássio influencia importantes processos celulares, como a condução de impulsos nervosos e a contração de células musculares. Assim, alterações relativamente pequenas nas concentrações plasmáticas de potássio podem apresentar manifestações clínicas significativas. A solução cardioplégica provocará uma parada cardíaca no coração, devido à hiperpolarização. Com a solução hiperpolarizante, o coração para no período diastólico (relaxamento), havendo uma redução ainda maior no seu gasto energético, o que propicia melhores condições ao coração quando este reinicia sua contração ao final do procedimento cirúrgico. Saída de potássio de dentro da célula → Hiperpolarização da membrana (relaxamento) → Encurtamento da fase de platô (maior parte de cálcio entra) → Essa redução no influxo de cálcio causa um decréscimo na contratilidade → Esse decréscimo na atividade mecânica conserva energia e ATP. A cardioplegia é uma solução química com concentrações hiperpotassicas, parando o coração, interrompendo as atividades eletromecânica, SEM desgaste de energia armazenada no miocárdio. A hiperpotassemia extracelular causa uma assistolia(ausência de atividade elétrica ventricular, sem ritmo e frequência ventricular) prolongada pela despolarização das membranas celulares que se matem enquanto a concentração de potássio extracelular permanecer elevadas
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