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IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA ITQ/SP/046 - Piracicaba RE: 530 Distrito IV Disciplina – DONS E MINISTÉRIOS Professore: Clelber V. Prestes CAPÍTULO 1 – Introdução aos Dons e Ministérios DEFINIÇÃO DE DONS ESPIRITUAIS QUESTÃO 1. A palavra dom vem do grego charismata que é uma concessão, uma bênção, uma capacitação espontânea da parte de Deus. Portanto, dom é uma capacidade espiritual, sobrenatural e uma habilidade especial (não natural) concedida pelo Espírito Santo a cada membro do Corpo de Cristo, de acordo com a graça de Deus tendo o propósito de edificar a igreja e ganhar novas almas para Cristo (Ef 4.7-13). A manifestação do Espírito Santo é uma evidência visível da sua presença e ação entre a Igreja. O Espírito Santo concede dons a quem ele quer e conforme a necessidade da Igreja de Cristo. Podemos entender então que os dons são para o período da Igreja na terra, ou seja, no céu não serão necessários, sendo assim, a ausência dos dons espirituais na Igreja pode ser vista como trágica e prejudicial. Além disso, os dons não são dados como recompensa de Deus à Igreja, ou mérito devido à nossa firmeza de caráter, mas são concedidos pela graça de Deus por ser um favor insondável e imerecido e por serem necessários para o tempo da Igreja (Rm 12.6-8). (Questão 2) CATEGORIAS DOS DONS ESPIRITUAIS Como registrado no quadro da página 13, vemos as categorias dos dons e talentos. Embora estejam juntos no que se refere aos dons espirituais a Bíblia refere três listas de dons espirituais sendo: Dons Pessoais (Rm 12.3-8), Dons Ministeriais (Ef 4.7-16) e Dons Espirituais (I Co 12.1-11). Contudo, a referência bíblica sobre os talentos (Ex 31.1-6) vem acrescentar essas listas de dons espirituais. As semelhanças entre dons e talentos é que são dádivas, bênçãos divinas, crescem em efetividade com o uso, são usados a favor de outras pessoas e não com propósitos egoístas. No entanto se diferem em para quem são dados e quando. Há pessoas que recebem talento natural como resultado de uma combinação genética (inato) e ambiental (aprendido), ou simplesmente porque Deus quis favorecê-las com certos talentos conforme registrado em Ex 31.1-6. Já os dons espirituais são concedidos por Deus a partir do novo nascimento em Cristo. Veremos as diferenças objetivas entre as categorias de dons. (QUESTÃO 3) Dons Pessoais – São dons permanentes concedidos por Deus Pai de forma individual para tornar cada membro útil, isto é, a função de cada um no corpo de Cristo. Dons Ministeriais – São transitórios concedidos pelo Senhor Jesus, são individuais que operam na linha de frente da Igreja, isto é a vocação para o ministério que edifica e aperfeiçoa a igreja, o chamado. Dons Espirituais – Concedidos pelo Espírito Santo de forma eventual no momento da manifestação espiritual, é a instrumentalidade que o Espírito Santo usa para beneficiar todos os crentes. Talentos – Concedidos na concepção. É a capacidades de cada um sendo natos ou aprendidos. IGNORÂNCIA ACERCA DOS DONS A Bíblia é taxativa em relação a este assunto, principalmente em relação às manifestações do Espírito Santo (ICo 12.1), pois é uma área delicada que requer conhecimento e entendimento quanto a definição dos dons, seus propósitos, como operam, como devem ser governados e usados na Igreja. Isso nos traz responsabilidades, uma vez que existem manifestações de procedência divina, humana e demoníaca. A ignorância a respeito dos dons pode ser caracterizada por: Desconhecimento ou falta de experiência – a pessoa acredita no Espírito Santo, mas não na manifestação de seus dons. Isso pode trazer consequências como: descrença e resistências às manifestações; incredulidade; entendimento de que é algo do passado e que não opera na Igreja hoje; a falta da liberdade ao Espírito Santo o deixa amarrado, resistido e entristecido; limitação do ministério porque os dons são necessários para o bom desenvolvimento da igreja; a igreja perde muitas bênçãos sendo a maior a presença real e pessoal de Deus; formalismos e rotina reforçando aspectos de tradição que não promovem crescimento (religiosidade), embora a tradição seja boa nos aspectos essenciais à fé, como a herança dos verdadeiros valores cristãos e memória histórica; Mau uso – pessoas que se acham “donas dos dons”. Usam mal, pois não aprenderam a usar e administrar os dons. A Bíblia diz que os dons são do Espírito. (I Co 12). As consequências do mau uso pode gerar: idolatria, vulgaridade (perdem o aspecto sobrenatural), ou seja carnalidade disfarçada de espiritualidade; manipulação espiritual e emocional; popularização (rebaixam e colocam o Espírito Santo no nível de ser usado pelas pessoas e não que elas sejam usadas por ele); confusão na igreja; radicalismo; fanatismo; legalismo; desprezo pelo estudo da Palavra e a ênfase desordenada da experiência, das sensações. COMO A IGREJA PODE COOPERAR COM O ESPÍRITO SANTO ACERCA DOS DONS ESPIRITUAIS Crendo na ação do Espírito Santo e de Cristo que chama servos para a obra e rogando para que envie obreiros para sua seara; estudando a Palavra para aprender quais são e como funcionam os dons, e aprendendo teremos maiores condições de colocá-los em prática alcançando uma vida cristã vitoriosa e frutífera; cada um deve identificar seu dom pessoal; responder e corresponder ao seu chamado; dando liberdade ao Espírito Santo e “julgando” cada manifestação; fazer com decência e ordem (ICo 14.40); buscar os dons, pois são para o tempo da igreja na terra sendo criado e enviado por Deus para cumprir um propósito definido. DEFINIÇÃO DE MINISTÉRIO (Serviço / Função) A palavra ministério vem do termo grego “diakonia” que se refere ao serviço espiritual que um cristão presta ao Senhor Jesus Cristo entregando-se a sua causa e oferecendo-se ao serviço espiritual no Corpo de Cristo exercendo por obediência amorosa e por fé (Ef 4. 7,8,11,12). O ministério como dom é dado por Cristo que sabe qual melhor dom ministerial nos cabe. A pessoa chamada para o ministério executará a obra, realizará ofícios ministeriais e funções em nome de Jesus, isso requer de cada vocacionado um desenvolvimento espiritual contínuo e uma grande dependência do Espírito Santo. DEFINIÇÃO DE DONS PESSOAIS São funções (Rm 12.4) que o crente individualmente exerce no Corpo de Cristo para servir uns aos outros, independentemente de cargos oficiais na Igreja. É dado de acordo com o que mais se adéqua à maneira como fomos criados por Deus (nossa maneira de ser, agir e pensar, de acordo com nosso temperamento, personalidade e caráter) e assim, no lugar que formos gerados no corpo de Cristo, possamos promover a manutenção da vida espiritual e do crescimento harmonioso nosso e de nossos irmãos. Cabe a cada um descobrir qual é o seu dom pessoal e qual é o seu lugar no Corpo de Cristo. Além disso, podemos afirmar que todos nós temos pelo menos um dom pessoal e se somos chamados para o ministério, portanto vocacionados, temos mais que um dom e ainda podemos ser usados nos dons espirituais, quer como cristãos vocacionados para o ministério ou não. E fazendo parte do Corpo de Cristo somos dependentes um dos outros, isto é, precisamos uns dos outros uma vez que cada um de nós temos um lugar no Corpo de Cristo, pois a igreja deve ser funcional, isto significa que o corpo deve se mover e crescer harmoniosamente e sem a operação dos dons e da justa operação e cooperação de cada um de nós, isto não é possível ser feito de forma harmoniosa e saudável. (QUESTÃO 4). DIFERENÇA ENTRE OS DONS DO ESPÍRITO E O FRUTO DO ESPÍ RITO Tanto uma como outra área são importantes para a vida espiritual e para o ministério de todo o cristão. Porém, não são a mesma coisa e uma não substitui a outra. A diferença básica está no fato de que os dons doEspírito Santo se referem ao que a pessoa pode fazer na obra de Deus, estes revelam qualificações ou capacidades espirituais, pessoais e/ ou ministeriais. Os dons do Espírito, quando se manifestam, são recebidos instantaneamente, distribuídos pelo Espírito no momento que lhe apraz. Já o fruto do Espírito refere-se ao caráter espiritual, ou seja, o que a pessoa é em Cristo (QUESTÃO 5). O desenvolvimento do caráter espiritual é resultado do trabalhar do Espírito Santo em nós, portanto, não é algo imediato, mas gradativo e processual. Podemos observar pela Palavra que uma pessoa pode fazer para Deus e em nome de Deus, mas sem caráter. A tendência é olhar para quem é usado nos dons com um olhar de reverência, como se essa pessoa fosse de fato mais espiritual do que as outras caindo em idolatria. No entanto, não podemos esquecer de que a glória é de Deus e que as pessoas são usadas pela graça. (Mt 7.15-23) Para lembrarmos vejamos Gl 5.22-26 – o fruto do Espírito é uma qualidade produzida pelo Espírito Santo em nós, para o crescimento e desenvolvimento do nosso caráter cristão, e está ligado também ao processo de santificação produzida pelo Espírito Santo após a nossa justificação em Cristo. O DOM SUPREMO Não podemos deixar de enfatizar que o dom maior é o amor, que deve ser a motivação de todos os nossos esforços no que se refere ao Serviço na obra de Deus. Além disso, coloca por terra toda e qualquer arrogância e carnalidade no uso dos dons e ministérios. (I Co 12:31; 13.1-13)
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