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ASSISTÊNCIA E PROCEDIMENTOS RELACIONADOS À ALIMENTAÇÃO Prof. Enf. Ana Elisa Menezes Rodrigues Cateterismo gástrico e transpilórico • Sondagem ou Cateterismo • Gástrico: Inserção de uma sonda ou cateter flexível até o estômago, através da boca ou do nariz, para esvaziamento, lavagem e descompressão ou para administração de alimentos, soluções e medicamentos. • A via oral não deve ser a primeira escolha • Comprometimento nasal; lesão; desvio de septo; suspeita de trauma • Transpilórica ou jejunal: • Progressão da sonda até o duodeno, passando pelo esôfago, estômago e piloro. • Parte distal do duodeno ou proximal do jejuno • Principais indicações: • Descompressão e esvaziamento Remover líquidos ou gases do estômago; Evitar ou aliviar a náusea e vômitos incoercíveis Após cirurgias gastrointestinais ou traumas; Remover substâncias tóxicas ingeridas Monitorar hemorragia gástrica com irrigação, se indicado • Nutrição gástrica ou enteral: Desnutrição grave e baixa aceitação espontânea; Disfagia de moderada a grave Semiobstrução de esôfago Rebaixamento de consciência; sedação; coma Pós-operatórios de cirurgias do aparelho digestivo Alternativa para administração de medicamentos e hidratação oral • Contraindicações relativas comuns: Lesão cáustica recente do esôfago; Pós operatório de cirurgia no esôfago Lesão craniofacial Suspeita de estenose de esôfago • A prescrição da sonda é responsabilidade médica, porém o enfermeiro e sua equipe precisam estar atentos aos sinais que possam caracterizar a sua necessidade e alertar ao médico precocemente. • Sintomatologia – alerta para a necessidade de sondagem gástrica Náuseas ou vômitos frequentes Distensão abdominal Ausência de ruídos intestinais Dificuldade de deglutição Baixa aceitação e tolerância à dieta, com perda de peso Anorexia muito grave ou recusa da dieta oral • MATERIAIS: • adesivo tipo Micropore e esparadrapo; • Bandeja ou carrinho de procedimento; • estetoscópio; • gaze; • luvas de procedimento; • seringa de 10 ou 20 ml; • Sonda tipo Levine (nº 14 a 22 para uso adulto ou nº 6 a 12 para uso pediátrico); Ou Sondas Dobbhoff • Lubrificante hidrossolúvel; • Cuba para aparar secreções; • Toalha limpa ou compressa; • Copo com água; • Cadarço ou fixador de sonda * • Materiais: • Tesoura; • Biombo; • Óculos protetores; • Máscaras protetoras; • Opcionais: • Anestésico spray; • Abaixador de língua; • Fio-guia; • Álcool 70% • Saco de lixo • Aspirador; • Equipamento de sucção e aspiração; • Coletor de sistema aberto (Kit de drenagem) • Sonda Gástricas - Levine • Aberturas laterais na extremidade distal • Calibres: 4 a 24 Fr • Sondas lubrificadas quando imersas em água. • Sondas enterais – Dobbhoff • Não são afetadas pelo PH ácido • Duram até vários meses • Irritam menos a mucosa • Maleáveis e possuem fio-guia • Calibre 8, 10, 12, 14 (finas e longas) • Resolução COFEN 453/2014: Normatiza que a instalação da sonda nasoentérica deve ser feita pelo enfermeiro. O enfermeiro pode solicitar a radiografia para confirmar a posição correta da sonda ✔ A passagem da sonda gástrica é geralmente delegada ao técnico experiente sob supervisão do enfermeiro. ✔ O procedimento exige prescrição médica, salvo em situações de emergência prevista no protocolo do serviço. • Calibre da sonda: • 14 a 22 Fr: Descompressão e lavagem gástrica em toxicologia ou drenagem de material espesso ou particulado. – 16 ou 18 em adultos e 10 a 14 em crianças; • Nutrição: 10 ou 12 Fr para adultos – 6 a 8 Fr para crianças – 4 a 6 Fr para recém-nascidos • Comprimento: • Gástricas – 40 a 105 cm • Enterais – 70 a 150 cm O comprimento deve ser escolhido de acordo com as medidas nariz-orelha-epigástrio, além da sobra para fora. • Sistema de infusão aberto ou fechado: • No ambiente hospitalar recomenda-se o uso de sistema fechado com um frasco com dieta suficiente para 24h acoplado a um equipo em bomba de infusão • Sistema mais seguro em termos de risco de contaminação • Alta hospitalar – Pode ser usado o sistema aberto para administração intermitente de dieta, geralmente com intervalos de 3h. Permite maior mobilidade do paciente e intervalos para cuidados, passeios, socialização, etc. • Tempo de permanência: • Varáveis = Material, tipo de dieta e cuidados. • Sondas de descompressão = poucos dias • Sondas enteral prolongada = meses • Sondas nasoentéricas de silicone = 1 a 3 meses • Sondas Levine = 30 dias ou quando necessário • Técnica de introdução da sonda: 1. Confirmar a identificação do paciente e rever a prescrição médica e história clínica 2. Lavar as mãos e separar todo material em uma bandeja e colocar próximo ao paciente 3. Higienizar as mãos e calçar as luvas de procedimento 4. Explicar o procedimento ao paciente e seu acompanhante, destacando a sua necessidade, vantagens, como vai ser feito, e cuidados com a sonda. Orientar como o paciente pode ajudar em cada etapa, como posição fletida do pescoço, engolir e respirar fundo quando solicitado, etc. 5. Posicionar o paciente assentado no leito com cabeceira elevada; Garantir privacidade. 6. Cobrir o peito do paciente com toalha ou compressa. Ter algum recipiente para aparar vômitos 7. Considerar remover a oleosidade da testa e no nariz do paciente com gaze com álcool para melhorar fixação da sonda. Considerar remover próteses dentárias; piercings, etc. 8. Inspecionar a permeabilidade das narinas ou observar a respiração alternada através de cada narina. 9. Retirar a sonda e a seringa da embalagem e verificar a sua integridade, defeitos, arestas, permeabilidade, mobilidade do fio-guia. 10. Medir o comprimento necessário para atingir o estômago (gástrica) ou intestino (entérica). Medir com a sonda a distância da abertura da narina ao lóbulo da orelha e desse ao processo xifoide e, para sonda gástrica, mais 10 cm. Para sonda enteral, cerca de 20 a 30 cm além do processo xifoide. 11. Fazer a marcação na sonda com pequenas tiras de fita microporosa ou esparadrapo. 12. Lubrificar a parte inicial da sonda preferencialmente com lubrificante ou gel hidrossolúvel. 13. Induzir um curvatura da parte distal enrolando os 20 a 30 cm na mão antes de iniciar a introdução. 14. Introduzir delicadamente a sonda na narina no sentido horizontal paralelo ao palato, acompanhando o septo nasal, orientando o paciente a ficar com a boca fechada. Após introduzir um pouco mais de 10cm, pedir que o paciente engula fortemente ou beba água. 15. Com a sonda inserida até a posição desejada, retirar o guia da sonda (se for o caso). 16. Aspirar o conteúdo gástrico para confirmar que a sonda está no estômago com seringa de 20ml e observar seu aspecto. Se a aspiração por negativa, posicionar o paciente em decúbito lateral e repetir o teste 17. Outra forma de confirmação da posição da sonda é injetar ar com seringa de 20mL enquanto se ausculta o epigástrio. 18. Se existe suspeita de que a sonda progrediu para a traqueia, além da tosse intensa, cianose ou dificuldade para falar, a sonda deve ser imediatamente removida 19. Fixar a sonda: 20. Confirmar a posição da sonda com radiografia de tórax e abdômen • Lavagem gástrica: • Pode ser indicada para a remoção rápida de agentes tóxicos ingeridos por acidente ou tentativa de suicídio ou para coleta de material para exames. • A lavagem pode ser feita com água, soro fisiológico ou solução com carvão ativado. • Usar uma sonda de Levine mais calibrosa e uma seringa de 20 mL ou maior. Injetar ou infundir por gravidade de 60 a 200mL de líquido por vez e drenar por sifonagem ou aspiração o mesmo volume infudido. • Repetir essa lavagem até que o refluido esteja claro. • Desobstrução de sonda: • Inicialmente é usada injeção, geralmente de água morna, intercalada com aspiração vigorosa. • Coca-Cola (ácido fosfórico) • Fio-Guia • Troca de sonda e melhorar cuidados delavagem da sonda após cada uso para evitar obstrução. • Remoção de sonda: • Identificação de paciente • Higienização das mãos • Lavar a sonda com 10mL de soro ou água • Remover fixação; • Dobrar ou clampar a sonda com uma das mãos e com a outra iniciar a remoção lentamente e com ritmo constante até que a ponta atinja o esôfago. • Envolver a parte retirada com toalha ou compressa e, então, tracionar o resto da sonda até a sua saída completa. • OBS: Caso encontre resistência à retirada, não forçar a sonda e comunicar ao médico • Oferecer uma compressa, guardanapo ou toalha ao paciente e ajudá-lo na higiene oral e nasal • Registro dos procedimentos: • Após o procedimento, o profissional deve registrar no prontuário a hora e a data, o tipo de sonda usada (material, calibre, comprimento, etc.)confirmação radiográfica da posição, característica da drenagem ou aspirado (volume, aspecto, cor, consistência, odor, etc.) e eventuais anormalidades, intercorrências e dificuldades técnicas ou de tolerância do paciente
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