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Teoria e Ética Geral Contábil 4º Aula Ética e responsabilidade social Que maravilha!!! Novo assunto!!! Agora iremos abordar sobre Ética e Responsabilidade Social. Iremos inicialmente analisar os objetivos propostos e verificar as seções que serão estudadas no decorrer desta aula. Bom estudo!!! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, o aluno será capaz de: • compreender a importância da responsabilidade social; • ampliar seus conhecimentos sobre ética nos negócios; • refletir sobre a importância dos negócios baseados na ética empresarial; • aprimorar raciocínio crítico sobre casos práticos. 25 1 - Introdução 2 - Responsabilidade Social 3 - A ética e Responsabilidade nos Negócios 4 - Estudo de Caso Seções de estudo 1 - Introdução A corrupção escancara-se pelo mundo todo, causando o desperdício de muitos recursos. Todo esse dinheiro se fosse bem aplicado, ajudaria a construir um mundo melhor para as pessoas, através de escolas, hospitais, estradas e poderiam salvar vidas, saciar a fome de muitos. É preciso refletir sobre a importância social que o homem tem na sociedade. Cabe a ele o papel de elevar seu próximo com dignidade humana. Ter boas intenções não é o suficiente. É preciso agir na busca de eliminar as mazelas. Para o aprimoramento, vamos à leitura. Ética, e Responsabilidade Social nas Empresas Autor: Pedro Franco Noleto Neto Hoje em dia, muitos executivos tem (sic) discutido com muita freqüência, sobre a responsabilidade social das empresas, perante todos os stankeholds, ou seja, sociedade, funcionários, acionistas e clientes. A preocupação com os princípios éticos, valores morais e um concerto abrangente de cultura é necessária para que estabeleçam critérios e parâmetros adequados para atividades empresariais socialmente responsáveis. Tem-se discutido com muita freqüência sobre ética, valores morais e culturas. Mas falta explicitá-los de forma mais sistemática que por um lado muitas organizações tentam estabelecer padrões de éticas e responsabilidade sociais em suas atividades e formas de gestão e por outro lado tem-se demonstrado o interesse por meio de acadêmicos, buscando explicitar de que forma a ética e a responsabilidade social deveriam se implantadas dentro das organizações. Hoje em dia as organizações precisam ser atenciosas não só as suas responsabilidades econômicas e legais. Mas também em suas responsabilidades éticas, morais e sociais. Valores morais dizem respeito a crenças pessoais sobre o comportamento eticamente correta ou incorreto, quanto em parte do próprio individuo quanto em relações aos outros. A moral pode ser vista como um conjunto de valores e regras de comportamento que as coletividades sejam elas nações ou grupos sociais ou até mesmo organizações que julgarem corretos e desejáveis. A ética é mais sistematizada e corresponde a uma teoria ação rigidamente estabelecida. A moral em contrapartida é concebida rigidamente podendo variar de individuo para individuo e corresponde a uma teoria de ação rigidamente estabelecida. A moral em contrapartida menos rigida, podendo variar de acordo com cada país. Podemos afirmar que um dos efeitos da economia global é a adoção por todo o mundo de padrões éticos e morais mais rigorosos,seja pelas necessidades das próprias organizações de manter uma boa imagem perante o publico, seja pela demanda direta do publico para que todas as organizações atuem de acordo com tais padrões. Valores éticos e morais sempre influenciarem as atitudes das empresas, mas estão cada vez mais homogêneos e rigorosos. O que está acontecendo é mais do que mera resposta dos negócios, às novas pressões sociais e econômicas criadas pela globalização. A pressão que um mercado globalizado exerce nas empresas faz com que elas precisem ser analisadas continuamente. Essa preocupação em estabelecer sólidos princípios de responsabilidade social corporativa dentro das organizações não se restringe as empresas multinacionais atuantes no país, como é o caso da Shell e da Xerox reconhecidamente avançados no desenvolvimento de práticas de responsabilidade social corporativa do mundo inteiro. Cada vez mais se tem visto com muita frequência organizações brasileiras como: Natura, Boticario, E Bancos; Itaú, Abn Amro Bank/ Banco Real,Unibanco E Bradesco . Conduzindo suas atividades segundo padrões de responsabilidade social corporativa, seja por meio de ações sociais que agem diretamente sobre comunidades carentes, seja pela preocupação com o meio ambiente ou pelo cuidado de não negociar fornecedores que utilizam mão de obra infantil seja por meio de criação de fundos de investimento socialmente responsáveis. Uma visão limitada do que geram princípios éticos e valores culturais a considerar a responsabilidade social corporativa em conceito de difícil aceitação nos meios empresariais brasileiros, que ainda tenderiam a funcionar de acordo com traços culturais de oportunismo. No entanto pesquisas e noticiários apontam outra realidade. Há uma preocupação crescente das empresas com responsabilidades sociais fazendo nascer uma nova mentalidade empresarial: uma boa mentalidade que valoriza a cultura de uma boa conduta empresarial para a qual eficiência e lucro podem ser combinados com valores, cidadania, preservação ambiental e ética nos negócios. Todos sabem que o objetivo principal das empresas com fins lucrativos é o lucro do seu negócio. Vocês acreditam que muitas vezes a prática não ética nas empresas esteja relacionada com este objetivo? Sem dúvida, a corrupção, é um dos delitos mais praticados do mundo globalizado. Muitas empresas e órgãos internacionais têm criado diversos instrumentos com objetivos de estabelecer estratégias comuns para conter o avanço deste câncer presente na sociedade há muito tempo. Coloquem em prática as suas reflexões sobre os questionamentos em torno da ética, existentes ao redor de vocês, no convívio profissional, familiar ou em outros locais, onde vocês estejam em contato com as pessoas. NOLETO NETO, P. F. Ética, e Responsabilidade Social nas Empresas. Disponível em: <http://www.administradores. com.br/informe-se/artigos/ etica-e-responsabilidade- social-nas-empresas/31235/>. Acesso em: 20 jan. 2012. 2- Responsabilidade social A partir do momento em que se tem consciência da participação no crescimento de uma sociedade, as empresas jamais serão as mesmas, pois a responsabilidade social está intimamente ligada à ética e transparências nas transações comerciais. Em 1999, Bill Ford, então presidente do conselho da Ford Motor, ao observar a nova tendência mundial de relacionamento empresarial em sociedade, afirmou: “acredito Teoria e Ética Geral e Contábil 26 que a distinção entre uma empresa boa e uma empresa excelente é: a boa fornece excelentes produtos e serviços; a excelente fornece produtos e serviços excelentes e luta para criar um mundo melhor” (FIGUEIREDO, 2008, p. 8). Quando uma empresa cria valores éticos em sua cultura, ela deixa transparente que respeita aqueles com quem interage. Seus critérios de negociação são pautados dentro de uma empresa cidadã, com definições claras das suas prioridades e compromisso com a sociedade. Outrora, o que caracterizava uma empresa competitiva era basicamente o preço de sua mercadoria. Atualmente, as organizações devem investir no crescimento de suas relações com todos os públicos com os quais interage: clientes, fornecedores, empregados, parceiros e colaboradores (FIGUEIREDO, 2008). Fabricar produtos ou prestar serviços que não degradem o meio ambiente, participar e promover a inclusão social e estar presente no desenvolvimento da sociedade como um todo, além, é claro, de outras iniciativas, são diferenciais competitivos e importantes para as empresas na busca por novos consumidores e clientes (FIGUEIREDO, 2008). De acordo com Moreira (1999 apud Ashley et al, 2003) a responsabilidade social suscita uma série de interpretações.Alguns a definem como a ideia de responsabilidade ou obrigação legal; outros como um dever fiduciário, impondo às empresas padrões de conduta. Existem aqueles que a trazem para os avanços das discussões, como prática social, papel social e função social. Outros fazem associação ao comportamento ético responsável ou ato de caridade. Ainda há os que buscam significado, transmitindo ser responsável ou socialmente consciente e aqueles que associam a um simples sinônimo de legitimidade ou a um antônimo de socialmente irresponsável ou não responsável. O mundo atual vê na responsabilidade social uma forma estratégica de aumento de lucros e a potencialização de seu desenvolvimento no mundo dos negócios. É uma tendência que decorre da maior conscientização do consumidor, que procura por produtos que agreguem melhoria para o meio ambiente, a sociedade como um todo, valorizados aspectos éticos ligados à cidadania. Segundo Ashley et al (2003) através de informações da organização norte-americana sem fins lucrativos dedicada à divulgação da responsabilidade social nos negócios, mais de um terço dos consumidores preferem produtos desenvolvidos por empresas socialmente responsáveis. Quando a empresa é socialmente responsável, atrai os consumidores, aumentando as vendas e gerando maiores lucros, além de criar um sinal de reputação corporativa e a consolidação de sua marca no mercado. Responsabilidade social para quem? De acordo com alguns autores, o público beneficiado pode ser tanto funcionários, clientes, fornecedores, competidores e outros com os quais a empresa mantém negócios. Para alguns autores, a responsabilidade social assume características que envolvem tanto o público interno como externo, além da preservação ambiental, não dando prioridade a nenhuma categoria em especial. Vejamos no quadro a seguir, alguns vetores sobre a responsabilidade social. Satisfação dos clientes e consumidores - V7 Sinergia com os parceiros - V6 Retorno aos acionistas - V5 V4 - Comunicações V3 - Investimento no bem-estar dos funcionários e dependentes e em um ambiente de trabalho agradável. V2 - Preservação do meio ambiente. V1 - Apoio ao desenvolvimento da comunidade na qual atua. Segundo Melo Neto e Froes (1999 apud Ashley et al., 2003), estes vetores direcionam o processo de gestão empresarial para o fortalecimento da dimensão social da empresa e facilitam o investimento das empresas na responsabilidade social, pois permitem o acompanhamento de alguns critérios como os já definidos. Muitas empresas se empenham em realizar algum tipo de atividade social, embora, essas atividades aparentem um caráter assistencialista. O setor empresarial não atua com consciência e com estratégia no campo social. A crescente expansão do conceito de responsabilidade social e a competitividade apontam para um aprofundamento social das empresas. Em uma empresa, a responsabilidade social deve compreender aspectos que vão desde sua capacidade de transferir valores éticos, morais e intelectuais até sua contribuição para a melhoria imediata das condições de vida das camadas mais carentes da sociedade na qual ela opera, estendendo-se a seus funcionários, fornecedores e clientes (ASHLEY et al 2003, p. 137). Vamos fazer uma leitura do artigo abaixo: Ética – para que te quero? (Sérgio Almeida) Nunca, na história dos negócios, valores positivos rimaram tanto com os lucros. Dentro deste novo contexto, entre as práticas emergentes, está o exercício da ética. Pelo menos com o Cliente. Por que temos e precisamos ser éticos com nossos Clientes? Por que quem não for ético está correndo sérios riscos de perder todos os seus Clientes? A resposta é simples, rápida e fulminante: mudanças. Mudança no mercado. Em um mundo globalizado, com grandes e profundas transformações políticas, econômicas e sociais em andamento, encontramos uma mudança avassaladora: o nível de concorrência. Todo e qualquer empresário e/ou executivo, de qualquer porte, sente o mundo crescentemente competitivo. É nesse cenário que renasce o Cliente, com uma força jamais vista. Para cada necessidade de um Cliente, seja de produto, seja de serviço, existem dezenas de alternativas de fornecedores. O Cliente encontra-se em uma situação privilegiadíssima. No livro “O Melhor sobre Cliente” (Ed. Casa da Qualidade), reproduzo uma parte de um texto da Revista Fortune onde Quadro 1 – Vetores da responsabilidade social ALMEIDA, S. Ética – para que te quero? Disponível em: <http://www. solucaolinks.com.br/news. asp?h=1&id=121>. Acesso em: 20 out. 2011. 27 está escrito: “Quer você venda aviões de R$100 milhões ou canetas de 79 cents, seus compradores têm mudado muito nos últimos anos. Suas exigências estão crescendo; sua paciência, diminuindo. Mudanças notáveis na economia global lhes deram o poder de sultão para exigir exatamente o que querem, a um preço que fará você chorar. E você fornece ou desaparece”. (Fortune Magazine) Esta parte do texto reproduz com muita felicidade a nova realidade de mercado que já vivemos. Isto tudo, leva- nos a concluir que: enganar o Cliente hoje, não ser ético, ou, até mesmo, tentar aplicar a “Lei de Gerson” em cima do Cliente, se antes era uma prática de empresas ou vendedores “espertos”, atualmente de esperteza não há nada. Essas práticas, na verdade, são um atestado de burrice, de falta de visão de mercado. Em função da concorrência, mais importante, ou tão importante quanto conquistar mercado, é ter a capacidade de manter o Cliente. “65% dos negócios de uma empresa vêm de Clientes já existentes e não de novos”. (American Management Association) “Você pode tosquiar um carneiro por muitos anos, mas só poderá esfolá-lo uma vez”. Jonh Sewell Se isto é verdade, temos que cuidar muito bem deles, do relacionamento com nosso Cliente, fazer com que ele se sinta bem e seguro realizando negócios conosco. Tais palavras como “mentira”, “esperteza,” enganar”, “levar vantagem” têm de ser não apenas banidas do dicionário, da cultura da empresa, mas da prática de cada um de seu vendedores, Em síntese, o que mudou? Se você sempre teve uma prática ética em cada relação com seu cliente, seja por princípio, por respeito, por consideração, por razão humanista, muito bem, continue a sê-lo. Entretanto, hoje acrescente mais um motivo: o econômico! Não só pratique, mas certifique-se de que a empresa, sua equipe têm uma prática ética no relacionamento com o Cliente. Faça isto ou assista de camarote ao Cliente migrar para os braços da concorrência, um a um. Comece agora. Não pague para ver, o preço pode ser muito alto! Ética – para que te quero? Para ser competitivo, ter alta empregabilidade, manter cliente, ganhar, lucrar! Sobre o autor: Sérgio Almeida é consultor, palestrante e autor de diversos livros sobre relacionamento com clientes.Visite seu site para conhecer mais sobre seu trabalho: <www.sergioalmeida.com.br>. Disponível em: <http://www. turistamalemolente.com.br/guia-de- carreiras-ciencias-contabeis>. Acesso em: 30 mar. 2012. Sem responsabilidade social não há como trabalhar em equipe, construir uma empresa sólida, um ambiente tranquilo de se conviver. Quando as pessoas têm caráter e dignidade são fortemente impulsionadas para a realização da responsabilidade social. 3 – A ética e responsabilidade nos negócios A ética profissional traz muitos benefícios à empresa Ética empresarial: esperança em meio à crise (Bruno Gomes) É verdade que ainda existem pessoas para as quais o ambiente empresarial é um mundo selvagem onde não há espaço para a ética. Tal pensamento, porém, é limitado e não se sustenta no longo prazo. A crise econômica mundial surgida no final de 2008 coloca em evidência as conseqüências nefastas da falta da ética nos negócios. Essa turbulência financeira não foi provocada por guerras, nem por problemas nas safras agrícolas, mas sim por problemas no campo ético. Verificaram-se flagrantes dafalta de ética empresarial nesse episódio, como gestores de investimento agindo de modo temerário com o dinheiro dos investidores, aplicando-o em produtos financeiros inadequados, com a anuência das agências de rating, as quais eram pagas pelas empresas a serem avaliadas. A esperança neste início de ano é que tais fatos intensifiquem a demanda por uma liderança mais ética, com foco na sustentabilidade e na responsabilidade social. Afinal, a reflexão ética permite a legitimação das decisões e a credibilidade de uma instituição reflete a prática de valores como honestidade, integridade, qualidade do produto, transparência, respeito ao consumidor, eficácia, entre outros. E o apoio dos administradores é fundamental para a formação da cultura organizacional que influencie o comportamento ético na empresa (GOMES, 2009). Para as organizações, a ética é uma questão de sobrevivência. Construir uma cultura ética a partir de pessoas com formações distintas constitui um grande desafio. As regras precisam ser claras e os limites, estabelecidos (AIELLO, 2002). O exemplo ético é o melhor caminho nas organizações. A ética é uma virtude que precisa ser praticada todos os dias. Cada atitude exercitada aumenta a predisposição para agir dentro de uma conduta ética. A questão ética no mundo empresarial define-se pelo objetivo desse tipo de organização. Uma empresa utiliza certa tecnologia, produz bem ou serviço, em função de atender às demandas da sociedade. Cabe à empresa desempenhar com qualidade sua missão. Exemplo: espera-se que uma universidade prepare o profissional do futuro; de um hospital, que cuide bem da doença; de uma indústria automobilística, que faça bons carros; de um restaurante, que ofereça boa alimentação (SENAC-DN, 2004). Mas o seu desempenho não pode estar dissociado de seu objetivo principal, que é a obtenção de lucro. Lucro é o percentual que excede as despesas com matéria-prima, tecnologia, salários e que se faz embutir no preço final do produto (SENAC-DN, 2004, p. 58). De acordo com Vieira (2006) atuar com responsabilidade empresarial tem sido o centro das discussões pelos gestores responsáveis pelo desenvolvimento estratégico da empresa. Afinal de contas, a sociedade, pressiona as empresa a valorizar como um todo. Os ganhos, os aumentos em faturamento representam maior credibilidade perante o mercado, clientes, fornecedores e instituições de crédito. Vamos fazer uma pequena leitura do artigo reproduzido parcialmente abaixo: Teoria e Ética Geral e Contábil 28 4 – A ética e responsabilidade nos negócios Ética e choque cultural na empresa ______________________________________ Autor: Flavio Farah * Características da empresa e do colaborador Um consultor nos relata o caso de um profissional com excelente qualificação técnica, grande experiência e profundo senso de responsabilidade, que estava há muito tempo em uma organização. Ele tinha qualificação para ser promovido a diretor mas estava estacionado no posto de gerente. Qual o motivo? Choque cultural, de acordo com o consultor. Tratava-se de uma empresa alemã cujo ambiente de trabalho era circunspecto, silencioso e formal. O temperamento do gerente era oposto. Alegre e expansivo, gostava de contar casos engraçados e de rir, chegando a fazer algumas ironias com a seriedade dos outros. Os diretores viam seu comportamento como imaturo e não confiável. “Não dá para confiar, ele é meio moleque”, disse um dos diretores. “É inteligente, muito bem preparado, mas é um pouco fora do padrão.” Diagnóstico do consultor O consultor apresentou à direção da empresa o diagnóstico de falta de afinidade cultural. Os diretores, segundo ele, concordaram com sua avaliação “com extrema correção e sentido ético” e deixaram-no à vontade para encontrar outra oportunidade para aquele profissional. O consultor assim fez. Encontrou e ofereceu ao gerente um cargo de direção em outra companhia, proposta que ele prontamente aceitou. Questões para discussão 1. O caso é realmente de conflito de valores? Para responder essa pergunta, identifique os valores comumente professados pelas empresas. Você pode conseguir esses dados pesquisando na página de valores dos sites de grandes corporações. Nessas páginas, existem valores organizacionais tais como “circunspecção”, “seriedade” (restrição ao riso) e “formalidade”, que, de acordo com o consultor, são características da cultura da empresa em pauta? Se não existem, então o que significam esses termos? 2. Se você fosse diretor da empresa, teria coragem de tornar público que você recusou a promoção ao gerente em razão de sua “falta de maturidade e de confiabilidade”? Você sustentaria que era justo recusar a promoção porque ele era inteligente e bem preparado, tinha excelente qualificação técnica, grande experiência e um profundo senso de responsabilidade, mas tinha o pecado de ser alegre e expansivo, de gostar de contar casos engraçados e de rir? Você teria coragem de enfrentar um debate no Sindicato dos Metalúrgicos? De ir ao programa “Roda Viva” da TV Cultura? De enfrentar uma CPI? 3. Pelo enunciado do caso, percebe-se que a empresa não tinha intenção de promover o gerente. A companhia, porém, não o informou desse fato. Pergunta-se: foi ética a conduta da companhia? Para responder esta pergunta, responda três outras questões: 1ª) Independentemente da iniciativa do profissional, a organização tinha o dever de lhe comunicar que ele não seria promovido? 2ª) Os diretores tinham obrigação de lhe dizer o que pensavam dele? 3ª) Ao silenciar e deixá-lo estacionado no mesmo cargo por um longo tempo, a empresa causou-lhe algum dano, por exemplo, causou-lhe humilhação ou prejudicou sua carreira profissional ou seus rendimentos? 4. O que é confiabilidade? Como uma pessoa se torna confiável aos olhos de outra? De acordo com os dados disponíveis, a empresa tinha razões concretas para não confiar no profissional? Quais razões? Se não tinha, qual o verdadeiro problema? 5. Qual a relação entre esse caso e a questão da diversidade no ambiente de trabalho? * Flavio Farah é mestre em administração de empresas, professor universitário, palestrante, articulista e autor do livro “Ética na gestão de pessoas”. Disponível em: <http://www.eticaempresarial.com.br/>. Acesso em: 10 set. 2011. Retomando a aula Recordando o que já abordamos até agora. 1 – Introdução É preciso refletir sobre a importância social que o homem tem na sociedade. Cabe a ele o papel de elevar seu próximo com dignidade humana. Ter boas intenções não é o suficiente. É preciso agir na busca de eliminar as mazelas. Tem-se discutido com muita frequência sobre ética, valores morais e culturas. Mas falta explicitá-los de forma mais sistemática que por um lado muitas organizações tentam estabelecer padrões de éticas e responsabilidade sociais em suas atividades e formas de gestão e por outro lado tem-se demonstrado o interesse por meio de acadêmicos, buscando explicitar de que forma a ética e a responsabilidade social deveriam ser implantadas dentro das organizações. Uma visão limitada do que geram princípios éticos e valores culturais a considerar a responsabilidade social corporativa em conceito de difícil aceitação nos meios empresariais brasileiros, que ainda tenderiam a funcionar de acordo com traços culturais de oportunismo. No entanto pesquisas e noticiários apontam outra realidade. 2 – Responsabilidade Social A partir do momento em que se tem consciência da participação no crescimento de uma sociedade, as empresas jamais serão as mesmas, pois a responsabilidade social está intimamente ligada à ética e transparências nas transações comerciais. De acordo com Moreira (1999 apud Ashley et al, 2003) a responsabilidade social suscita uma série de interpretações. Alguns a definem como a ideia de responsabilidade ou obrigação legal; outros um dever fiduciário, impondo às empresas padrões de conduta. Existem aqueles que a trazem o compromissocom a responsabilidade social. Ignorar esta pressão pode incorrer no risco de queda nos negócios. 29 para os avanços das discussões, como prática social, papel social e função social. Outros fazem associação ao comportamento ético responsável ou ato de caridade. Ainda há os que buscam significado, transmitindo ser responsável ou socialmente consciente e aqueles que associam a um simples sinônimo de legitimidade ou a um antônimo de socialmente irresponsável ou não responsável. Em uma empresa, a responsabilidade social deve compreender aspectos que vão desde sua capacidade de transferir valores éticos, morais e intelectuais até sua contribuição para a melhoria imediata das condições de vida das camadas mais carentes da sociedade na qual ela opera, estendendo-se a seus funcionários, fornecedores e clientes (ASHLEY et al 2003, p. 137). Não só pratique, mas certifique-se de que a empresa, sua equipe têm uma prática ética no relacionamento com o Cliente. Faça isto ou assista de camarote ao Cliente migrar para os braços da concorrência, um a um. Comece agora. Não pague para ver, o preço pode ser muito alto! 3 – A Ética e Responsabilidade nos Negócios A ética profissional traz muitos benefícios à empresa como um todo. Os ganhos, os aumentos em faturamento representam maior credibilidade perante o mercado, clientes, fornecedores e instituições de crédito. Afinal, a reflexão ética permite a legitimação das decisões e a credibilidade de uma instituição reflete a prática de valores como honestidade, integridade, qualidade do produto, transparência, respeito ao consumidor, eficácia, entre outros. E o apoio dos administradores é fundamental para a formação da cultura organizacional que influencie o comportamento ético na empresa (GOMES, 2009). Para as organizações, a ética é uma questão de sobrevivência. Construir uma cultura ética a partir de pessoas com formações distintas constitui um grande desafio. As regras precisam ser claras e os limites, estabelecidos (AIELLO, 2002). De acordo com Vieira (2006) atuar com responsabilidade empresarial tem sido o centro das discussões pelos gestores responsáveis pelo desenvolvimento estratégico da empresa. Afinal de contas, a sociedade, pressiona as empresa a valorizar o compromisso com a responsabilidade social. Ignorar esta pressão pode incorrer no risco de queda nos negócios. 4 – Estudo de Caso Relata o caso de um profissional com excelente qualificação técnica, grande experiência e profundo senso de responsabilidade, que estava há muito tempo em uma organização. Ele tinha qualificação para ser promovido a diretor, mas estava estacionado no posto de gerente. Tratava-se de uma empresa alemã cujo ambiente de trabalho era circunspecto, silencioso e formal. O temperamento do gerente era oposto. Alegre e expansivo, gostava de contar casos engraçados e de rir, chegando a fazer algumas ironias com a seriedade dos outros. Os diretores viam seu comportamento como imaturo e não confiável. “Não dá para confiar, ele é meio moleque”, disse um dos diretores. “É inteligente, muito bem preparado, mas é um pouco fora do padrão.” O consultor apresentou à direção da empresa o diagnóstico Artigo: “Ética no trabalho – uma questão de responsabilidade”. Este artigo tem por objetivo versar sobre a ética no serviço público e seus entraves relacionados com a eficácia e eficiência do serviço prestado à sociedade. Um dos aspectos centrais desta análise reside na constatação de que a Administração pública encontra-se hoje desprovida de conduta ética (CARVALHO, 2010). Disponível em: <http://www.administradores.com. br/informe-se/artigos/etica-no-trabalho-uma-questao-de- responsabilidade/44414/>. Vale a pena Vale a pena ler de falta de afinidade cultural. Os diretores, segundo ele, concordaram com sua avaliação “com extrema correção e sentido ético” e deixaram-no à vontade para encontrar outra oportunidade para aquele profissional. O consultor assim fez. Encontrou e ofereceu ao gerente um cargo de direção em outra companhia, proposta que ele prontamente aceitou. Administradores – Disponível em: <http://www. administradores.com.br/>. CFC –Disponível em: <http://www.cfc.org.br/>. Vale a pena acessar “Os intocáveis” The Untouchables (1987). Vale a pena assistir Minhas anotações
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