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O CONTADOR E A ÉTICA 
PROFISSIONAL 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Daiane Lolatto 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, será estudada a definição de ética, moral e direito, suas 
diferenças e semelhanças. Serão abordadas ainda a tomada de decisões na 
relação entre o legal e o moral, a formação moral de uma entidade corporativa, 
a entidade e a disseminação da cultura ética e a relação ética da entidade com 
os seus stakeholders. 
Mas, por que estudar ética na contabilidade? A ética é uma condição 
necessária para a sobrevivência em sociedade. Inúmeros são os casos 
noticiados pelos meios de comunicação de corrupção, fraudes, subornos, 
nepotismo. Essas práticas afetam a todos, a Administração Pública, a empresa 
privada e a sociedade em geral. 
Arruda, Whitaker e Ramos (2017, p. 3) mencionam que a falta de valores 
morais é o pior dos males que podem afetar uma sociedade. Segundo os 
autores, ela é como o câncer que se dissemina por um organismo. A ausência 
de moral destrói o clima de confiança que deve integrar o relacionamento social, 
tornando insustentável o convívio em sociedade. 
Matos (2017, p. 11) afirma que “Ser ético, no contexto atual, não é mais 
uma opção tanto para as pessoas quanto para as organizações, é questão de 
sobrevivência”. Assim, faz-se necessário compreender o comportamento ético 
nas relações empresariais e, principalmente, no caso, a ética profissional do 
contador. 
CONTEXTUALIZANDO 
Suponha-se que um profissional contábil realize consultoria na área de 
custos e esteja negociando uma prestação de serviços com um grande cliente. 
Durante a negociação, obteve informações sigilosas a respeito da estrutura de 
custos de produção do cliente. No entanto, o contrato não foi firmado, isto é, os 
serviços do profissional não foram contratados. Então, o profissional contábil 
considerou-se desobrigado de guardar sigilo das informações obtidas na 
negociação com o grande cliente e comentou a situação com um amigo que 
estava planejando empreender no mesmo ramo daquele cliente. Nesse contexto, 
a atitude do contador foi ética? Qual o seu impacto social? 
 
 
 
3 
Saiba mais 
• Sobre os desafios éticos do trabalho contábil, consulte Nunes et al. 
(2019). 
TEMA 1 – ÉTICA, MORAL E DIREITO: DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS 
A palavra ética significa a forma de ser de uma pessoa sem que esta 
prejudique outros indivíduos. A ética compreende o conjunto de valores morais 
e princípios que conduzem a conduta humana na sociedade e serve para 
equilibrar o relacionamento social. A ética acompanha as mudanças da 
sociedade, as transformações de cada época e varia de acordo com um grupo 
de indivíduos. 
Uma das transformações éticas notáveis foi decorrente da evolução 
tecnológica, pela qual o indivíduo passou a ter acesso mais rápido às 
informações e maior facilidade de divulgar aquilo que lhe interessa. Dessa forma, 
surge a necessidade de se estabelecer limites éticos para o uso da tecnologia, 
por exemplo, impondo-se restrições à divulgação de fake news. 
Assim como a ética envolve o caráter pessoal de um indivíduo, ela 
também está presente no meio corporativo. É por isso que as empresas 
elaboram códigos de ética, para que sua equipe possa trabalhar em harmonia. 
Logo, tem-se a ética empresarial. Santos (2019, p. 4) expõe que a ética 
corporativa ou empresarial “[...] varia conforme a empresa ou o ambiente em que 
uma empresa está inserida, pois é reflexo da sociedade, dos produtos que 
comercializa, da cultura interna e de outros fatores que compõem este 
ambiente”. Para determinada empresa, o uso do celular durante o horário de 
trabalho pode ser considerado uma conduta ética, enquanto para outra empresa 
a sua utilização pode ser proibida, em virtude de atrapalhar o andamento das 
atividades. 
Outra situação que envolve a ética empresarial é a prática do preço 
predatório, que se refere à redução do preço de venda de um produto ou serviço 
abaixo do preço de custo, utilizada pelas empresas que visam a eliminar os 
concorrentes ou conquistar mercado. Do ponto de vista da empresa que realiza 
essa operação, ela pode ser apenas uma estratégia de negócio, considerada 
ética. No entanto, diante dos concorrentes, a prática é lesiva, afeta seus 
negócios e, então, conclui-se que há na prática uma atitude antiética. 
 
 
4 
No meio empresarial, surge a figura do profissional contábil. As práticas 
empresariais éticas ou antiéticas se refletem no trabalho do contador, pois as 
operações realizadas serão escrituradas. Entretanto, esse não é o único tipo de 
envolvimento ético entre empresa e profissional contábil. 
Suponha que, na busca por melhores resultados, os empresários ou 
gestores solicitem ao contador que sejam feitos ajustes nos lançamentos 
contábeis, a fim de se reduzir a carga tributária da organização. Ao se reduzir a 
carga tributária de forma ilícita, manipulando-se as informações contábeis, há 
uma atitude antiética tanto por parte da empresa quanto por parte do contador. 
Consequentemente, a fraude tributária poderia resultar em um passivo para a 
empresa, levando-a à falência e até a um possível suicídio do empreendedor ou 
investidor. 
Saiba mais 
• Sobre o enfoque ético da busca por resultados, consulte Oliveira et al. 
(2012). 
A palavra ética tem origem grega: ethos, que significa a forma de um 
indivíduo ou um grupo agir. Com o desenvolvimento humano, o conceito de 
ética evoluiu, sendo ela considerada um conjunto de princípios e valores morais 
que guiam a conduta humana na sociedade. A moral compreende os costumes, 
regras, limites e convenções estabelecidos pela sociedade. Sendo assim, a 
moral é uma convenção social e a ética, a postura de um indivíduo. Nesse 
contexto, tem-se o direito como sistema de normas de conduta e princípios 
estabelecidos para regular as relações sociais. Isso quer dizer que a moral 
engloba a ética e o direito, conforme se observa na Figura 1. 
 
 
 
5 
Figura 1 – Relação entre ética, moral e direito 
 
A ética permite uma melhor vida em sociedade, pelo respeito mútuo dos 
indivíduos. Considerando que a ética se refere à forma como um indivíduo ou 
um grupo de indivíduos (em uma empresa, por exemplo) entende ser correto se 
posicionar e agir perante outros indivíduos e a sociedade como um todo. E, 
sabendo-se que uma organização é formada por indivíduos oriundos de 
diferentes contextos culturais e sociais, é fundamental estabelecer um padrão 
ético para o grupo social de uma empresa, demonstrando qual é a postura que 
se espera de todos os integrantes desse grupo (colaboradores, sócios etc.). Essa 
definição de conduta, em nível institucional, se dá por meio de políticas 
institucionais. Essas, por sua vez, são definidas por normativos, códigos de ética 
e códigos de conduta. 
Considerando os modelos de gestão contemporâneos e as boas práticas 
de governança recomendadas, segundo Santos (2019, p. 5), as políticas 
institucionais devem ser construídas levando em consideração as cinco 
dimensões da ética empresarial e de pesquisas: sustentabilidade, respeito à 
multicultura, aprendizado contínuo, inovação e governança corporativa. 
Nesse sentido, serão abordadas, na sequência, as dimensões éticas que 
norteiam a conduta humana, na sociedade. 
1.1 Dimensões da ética empresarial 
Conforme mencionado por Santos (2019, p. 6), dentre as dimensões da 
ética empresarial consideradas na construção das políticas institucionais, a 
dimensão da sustentabilidade consiste em gerar condições para um processo 
ser executado ou para um indivíduo ou objeto existir. Sendo assim, para uma 
Moral 
Relativa aos 
costumes
Ética 
Princípios e 
valores morais
Direito
Conforme 
a lei, o 
sistema de 
normas
 
 
6 
empresa operar, basicamente, deve haver recursos humanos, bens de uso e 
consumo, matérias-primas e tecnologias, além de recursos econômicos e 
financeiros que propiciem a produção de produtose serviços. 
A sustentabilidade abrange os aspectos econômico, social e ambiental, o 
que é denominado de triple botton line (linha de três pilastras), conceito criado 
em 1990 pelo inglês John Elkington (1990, citado por Santos, 2019, p. 5). As 
intersecções entre esses aspectos são chamadas de socioeconômica, 
socioambiental e ecoeficiente, conforme se pode observar na Figura 2 a seguir. 
Figura 2 – Intersecções do triple botton line na sustentabilidade organizacional 
 
 
O aspecto ambiental envolve ações que diminuem o impacto ambiental 
como forma de garantir o bem-estar social. Por exemplo, uma indústria que 
produz papel e celulose deveria analisar seu consumo de insumos utilizados na 
produção e que impactam negativamente o meio ambiente e, assim, tomar 
medidas de recuperação ambiental. Outra preocupação que as empresas 
deveriam ter, com a finalidade de garantir o bem-estar da comunidade, seria com 
buscar melhorias no processo de produção, evitando desperdícios, como na 
produção de garrafas plásticas em que as sobras pudessem ser reaproveitadas 
na produção de copos. 
Assim, é necessário desenvolver métodos para calcular o impacto 
causado no meio ambiente, com o objetivo de compensar o dano provocado, por 
exemplo: uma empresa que é altamente poluidora precisa medir o nível de 
emissão de poluentes para compensar isso com reflorestamento de algumas 
áreas. A empresa precisa elaborar políticas institucionais éticas, orientando os 
Ambiental
SocialEconômica
Socioambiental 
Socioeconômica 
Ecoeficiente 
 
 
7 
colaboradores com propostas preventivas ou corretivas do seu processo de 
produção. 
Quanto ao aspecto econômico, uma empresa não existe ou sobrevive 
sem ele, por isso ele é um dos tripés da sustentabilidade. Há dois erros críticos 
que podem ocorrer: o primeiro seria o de focar exclusivamente no aspecto 
econômico e desprezar os demais; e o segundo seria o de a empresa não se 
atentar a esse aspecto e desperdiçar insumos, por exemplo. Diferentemente do 
desperdício de insumos mencionado no aspecto ambiental, que envolve o dano 
causado ao meio ambiente, no sentido econômico tem-se o desperdício como 
fator de prejuízo econômico-financeiro. 
O aspecto social compreende as relações internas (de colaboradores, 
gestores etc.) e externas (com clientes, fornecedores, investidores etc.) da 
empresa, ou seja, a empresa deve manter relações morais com os interessados 
no negócio. Por exemplo, quando uma empresa é sustentável, sua relação com 
o cliente tende a ser favorável com aquele que está preocupado com o meio 
ambiente e isso ainda melhora sua reputação no mercado, pois estará 
beneficiando a sociedade como um todo. Atitudes antiéticas relacionadas ao 
aspecto social envolvem suborno na venda de mercadorias, sonegação fiscal, 
lavagem de dinheiro, entre outras. 
Nesse sentido, os aspectos social, ambiental e econômico estão 
interligados, como demonstrado na Figura 2, socioeconômica, 
socioambientalmente e em termos de ecoeficiência. O aspecto 
socioeconômico, nas políticas institucionais, tem como objetivo garantir que o 
interesse social não se sobreponha ao interesse econômico ou vice-versa – é o 
caso do aumento da capacidade produtiva que beneficiaria tanto a empresa 
quanto a sociedade que consome o produto. Quanto ao aspecto 
socioambiental, tem-se o caso do desperdício de insumos, que afeta a situação 
econômica e ambiental da empresa, devendo ser evitado. A ecoeficiência, por 
sua vez, visa fornecer bens e serviços por preços competitivos, sem impactar o 
meio ambiente. 
A dimensão da multicultura se refere ao respeito empresarial diante das 
diferenças individuais dos cidadãos que estão ligados à empresa. Segundo 
Santos (2019, p. 13), ao considerar essa dimensão nas suas políticas 
institucionais, a empresa estará oportunizando relações internas e externas mais 
 
 
8 
saudáveis, pois minimizará as diferenças culturais, religiosas, étnico-raciais e 
outras. 
A dimensão do aprendizado contínuo é de suma importância para o 
desenvolvimento ético, pois as mudanças sociais precisam ser acompanhadas, 
estudadas para criação de novas políticas institucionais. Isso quer dizer que as 
políticas institucionais demandam atualizações em virtude das transformações 
sociais. Por exemplo, as políticas institucionais criadas antes da existência da 
tecnologia podem não ser as mesmas após a evolução tecnológica, pois é 
necessário, sempre, se compreender um novo contexto social e adaptar as 
políticas então vigentes. 
A dimensão da inovação é consequência do aprendizado contínuo, ou 
seja, ela está presente no desenvolvimento de novas tecnologias e processos. 
A inovação precisa ser realizada de forma organizada, a fim de atender às 
necessidades da instituição e da sociedade. Por exemplo, visando inovar de 
forma ética, a empresa pode desenvolver carros autônomos voltados a reduzir 
os acidentes causados em rodovias. A empresa que desenvolve ou produz esses 
veículos precisa incluir na sua programação uma série de situações decisórias. 
Outro exemplo de ética na inovação está na garantia de sigilo no acesso a 
informações pessoais pelas empresas que desenvolvem redes sociais. 
Por fim, a dimensão da governança corporativa, conforme o Instituto 
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2015, p. 20-21) envolve 
transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa 
nas ações organizacionais. 
Transparência tem relação com a confiança interna e externa da 
organização e com ela fornecer informações aos stakeholders além das que já 
são uma obrigação legal. A transparência proporciona maior confiança entre a 
empresa e os stakeholders, pois, com todos tendo acesso às informações 
econômico-financeiras da organização, a tomada de decisões tende a ser mais 
assertiva. Quando a empresa oculta informações como perdas com créditos de 
liquidação duvidosa, os investidores acabam mantendo relação com a empresa 
sem saber que os recursos investidos podem ser perdidos. 
Equidade refere-se ao equilíbrio de interesses de diferentes stakeholders. 
Ou seja, as informações disponibilizadas para tomadas de decisão devem 
colocar os stakeholders no mesmo patamar, isto é, os usuários internos não 
devem se valer de informações privilegiadas em relação às informações 
 
 
9 
prestadas aos usuários externos. Nesse caso, os investidores precisam ter 
acesso às informações da empresa para que consigam analisar o retorno dos 
seus investimentos. Se a empresa restringir esse acesso, não estará sendo ética 
com os investidores, que podem vir a tomar decisões equivocadas. 
Prestação de contas refere-se a responsabilidades e deveres do gestor 
do negócio: em caso de ocorrer uma fraude ou qualquer situação ilegal ou de 
má conduta, se responsabilizará diretamente quem está na gestão do negócio. 
Por isso, se faz necessária a prestação de contas de todos os atos e decisões 
tomadas em nome da empresa. 
Responsabilidade corporativa está relacionada à perenidade do negócio 
e considera aspectos de ordem ambiental e social. O meio ambiente tem sido 
preocupação constante para a maioria dos cidadãos e, quando a empresa 
desempenha um bom papel na preservação ambiental, ela está demonstrando 
sua responsabilidade corporativa. 
TEMA 2 – TOMADA DE DECISÕES: RELAÇÕES ENTRE O LEGAL E O MORAL 
A palavra moral tem origem no latim mor, moris, que significa usos e 
costumes. Há diversos conceitos para moral, mas, em suma, ela compreende o 
respeito do indivíduo às regras morais estabelecidas na sociedade. Logo, a 
moral é uma espécie de limite da conduta dos indivíduos. 
Mesmo sem o indivíduo conhecer as regras, ele se sente bem ao realizar 
ações morais. Embora envolva o direito e a ética, a moral é uma norma 
estabelecida pela sociedade por consentimento de um grupo de pessoas. Há a 
preocupação do indivíduo personificada na sociedade em geral. 
O conceito de moral muitasvezes se confunde com o de legalidade. A 
legalidade é constituída mediante lei. Uma ação pode ser moral e ilegal ao 
mesmo tempo, como é o caso de se ultrapassar o sinal vermelho após a meia-
noite, que, apesar de ser ilegal, é uma atitude moral, pois evita assalto ou 
qualquer risco oriundo da espera pelo sinal verde. Uma ação pode ser, ainda, 
legal, mas imoral, como é o caso do uso de determinados pesticidas. E a ação 
pode ser legal e moral quando por exemplo uma empresa produz materiais 
biodegradáveis. 
Sendo assim, é necessário refletir: o que afeta o meio externo? Quais os 
efeitos negativos gerados por uma atitude tomada? Quem é beneficiado e quem 
será prejudicado por essa atitude? 
 
 
10 
Saiba mais 
• Leia o artigo A ética aplicada para o sucesso nos negócios (Godinho; 
Cambaúva; Mak, 2006), para compreender melhor o assunto. 
TEMA 3 – FORMAÇÃO MORAL DE UMA ENTIDADE CORPORATIVA 
Impasses no comportamento moral ocorrem até nas situações mais 
simples da vida, assim como nas mais complexas e de extrema 
responsabilidade; ocorrem tanto nas relações sociais comuns como nas relações 
empresariais e profissionais (Camello; Ribeiro, 2019, p. 248). 
Na situação hipotética a seguir, observa-se um dilema no comportamento 
moral, em uma relação entre empresa e um de seus funcionários: 
• Pedro é contador na empresa Lunar há dez anos e dedica-se ao máximo 
para manter a confiança da empresa. A Lunar tem significativa 
representatividade no mercado de materiais de construção e busca por 
resultados cada vez mais desafiadores. Ainda assim, Pedro recebia um 
salário mediano e sustentava uma família de três filhos com dificuldade, 
pois se tratava da única renda dessa família; 
• Em determinado dia, ao final do expediente, Pedro foi chamado à sala da 
diretoria para receber a notícia de que seu salário iria aumentar, assim 
como receberia uma bolsa de estudos para os filhos, em razão do seu 
comprometimento com a empresa. Entretanto, o diretor financeiro 
apresentou uma condição. Pedro teria que superfaturar notas fiscais por 
motivos desconhecidos. Ele sabia que, se não fizesse o solicitado, seria 
desligado da empresa. 
Nesse contexto, qual o dilema moral? De um lado, Pedro perde o emprego 
ao não atender à solicitação do diretor e, de outro, teria que aceitar superfaturar 
as notas fiscais e contrariar o seu caráter e consciência. Então, surgem as 
seguintes inquietações: como sustentar a família? Como ficar com a consciência 
tranquila? Pedro está diante de um dilema moral comum, de extrema 
responsabilidade. Camello e Ribeiro (2019, p. 252) afirmam que “Em todas as 
situações sempre estará em jogo um valor moral a preservar ou a corromper 
para benefício pessoal ou do grupo”. 
A empresa em questão agiu de má-fé, de forma imoral; mas, o que forma 
a moral de uma entidade corporativa? Segundo Thiry-Cherques (2003, p. 31-50), 
 
 
11 
a responsabilidade moral das empresas limita-se ao direito, à obrigação de 
responder perante a lei. A empresa, por ser uma pessoa artificial, jurídica, não 
tem consciência, é amoral. As pessoas que formam a empresa constituem a sua 
moralidade, como o caso do diretor financeiro, no exemplo supracitado. Portanto, 
a responsabilidade moral pertence aos seres humanos. 
Se o contador é conivente com a proposta de superfaturar nota fiscal, ele 
também responderá pelo crime. O superfaturamento pode caracterizar lavagem 
de dinheiro, por exemplo. De acordo com o art. 172 do Código Penal, “emitir 
fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, 
em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado” gera pena de dois a quatro 
anos de prisão e multa (Brasil, 1940). No caso do contador, pode haver cassação 
do seu registro profissional. 
Para Thiry-Cherques (2003, p. 31-50), a dificuldade de agir de forma moral 
no plano empresarial é maior do que no plano individual, “pela quantidade de 
instâncias com as quais as pessoas têm deveres e pela contradição entre os 
interesses de umas e de outras”. O autor ainda questiona: “um dirigente é mais 
responsável perante os empregados ou perante os acionistas? Um empregado 
deve ser fiel aos colegas ou a sua família?”. 
Saiba mais 
• Para mais informações sobre a moral empresarial, leia em sua íntegra o 
artigo de Thiry-Cherques (2003), intitulado Responsabilidade moral e 
identidade empresarial. 
TEMA 4 – A ENTIDADE E A DISSEMINAÇÃO DA CULTURA ÉTICA 
As obrigações éticas são estabelecidas por meio do direito, que é um 
sistema de normas de conduta e princípios estabelecidos para regular as 
relações sociais. Com base no direito, são criados os códigos de ética. No 
entanto, o código de ética não é o único meio de instaurar a ética na empresa, 
ou seja, a empresa pode desenvolver outros meios de conscientização de 
valores morais especificados em diretrizes de ética. 
A ética empresarial ganhou notoriedade com escândalos mundiais que 
demonstraram comportamentos imorais praticados pela administração dos 
negócios. Muitos casos abalaram a sociedade civil e geraram também novas 
maneiras de gerir um negócio, em um mundo cada vez mais competitivo. 
 
 
12 
Arruda, Whitaker e Ramos (2017, p. 213) afirmam que, quando a 
administração adota princípios éticos, claramente definidos, “[...] os padrões 
morais são respeitados, as energias dos empregados se concentram e o 
resultado é um ganho de produtividade”. Quando a empresa não adota os 
princípios éticos, “as práticas pouco éticas são conhecidas e por vezes se tornam 
o modus operandi da organização. O ritmo dos negócios sofre um impacto 
negativo”. 
Segundo Santos (2019, p. 21), para desenvolver um código de ética ou 
de normas de conduta não há uma fórmula, porém alguns aspectos devem ser 
considerados: 
• Missão, valores e objetivos: devem ser éticos e se refletirem no código 
de ética. A missão, os valores e os objetivos compreendem um conjunto 
de ideais que ajudam a determinar as estratégias de negócio de uma 
empresa, ou seja, o passo a passo adotado pela empresa para atingir os 
resultados desejados; 
• Realidade e contexto empresarial: para a elaboração e implantação do 
código de ética, devem ser analisados o porte da empresa, a atividade 
desenvolvida, a política interna e inclusive os aspectos externos a ela. Por 
exemplo, se a empresa é de pequeno porte e não possui relação com 
investidores externos, não tem motivo para abordar, no seu código de 
ética, aspectos sobre sua relação com investidores; 
• Aspectos legais: o código de ética deve atender à legislação vigente no 
país; 
• Comunidade interna: a elaboração do código demanda a participação 
de todos os envolvidos com a empresa. Em casos de empresas de grande 
porte, deve-se avaliar o envolvimento de alguém que represente de fato 
a sociedade; 
• Comunidade externa: recomenda-se a participação da comunidade 
externa no desenvolvimento e revisão do código com a finalidade de 
aumentar a transparência. A participação pode ser pequena, mas será 
contributiva; 
• Multicultura, aspectos étnicos e religiosos: para proporcionar um 
ambiente ético e incentivar o progresso do grupo, é importante o respeito 
à multicultura, aos aspectos étnicos e religiosos de todos os envolvidos 
 
 
13 
com a empresa, como colaboradores, clientes, fornecedores, entre 
outros; 
• Tratamento equitativo de todos, considerando-se as desigualdades: 
as empresas devem tratar a todos de forma equitativa, buscando 
minimizar as desigualdades, ou seja: independentemente da cultura, etnia 
ou religião das pessoas ligadas à empresa, o tratamento dispensado a 
elas deve ser o mesmo, sem privilegiar ninguém. 
O código de ética é uma ferramenta de gestão educativa, pois estabelece 
regras a serem seguidas por aqueles que têm relação com a empresa. Assim, 
com ele é possível obter uma conduta adequada no desenvolvimento das 
atividades empresariais. 
Por outro lado, o código de ética, comoqualquer ferramenta de gestão 
educativa, deve estar em contínua renovação, com complemento de 
aprendizagens vindouras sobre as relações sociais, a busca de harmonia, 
pontos de afinidade e foco, elementos essenciais no meio empresarial (Matos, 
2017, p. 177). 
De acordo com Matos (2017, p. 179), há três dimensões fundamentais a 
serem contempladas num código de ética: dimensões preventiva, corretiva e 
educativo‐saneadora. 
A dimensão preventiva expressa as normas éticas no sentido educativo, 
para prevenir situações críticas. Por exemplo, o código de ética pode determinar 
políticas de restrição de uso de computadores da empresa para atividades 
pessoais. Assim, a empresa pode coibir que suas informações sigilosas sejam 
repassadas a terceiros e, consequentemente, nenhuma sanção será aplicada 
aos colaboradores. 
A dimensão corretiva contempla as normas éticas no sentido educativo-
diagnóstico de problemas detectados e para orientação e auxílio em prol de suas 
correções. Nesse caso, a empresa, em caso de ter infringido o Código de Defesa 
do Consumidor, mas houver estabelecido em seu código de ética que qualquer 
dano causado a terceiros deve ser reparado, isso pode estimular a troca de 
mercadorias danificadas como prática corretiva. 
A dimensão educativo-saneadora tem como objetivo garantir a 
qualidade e excelência, por meio de punições. Essa situação é mais grave e 
deve ser contemplada no código de ética para que as atitudes antiéticas sejam 
 
 
14 
punidas. Por exemplo, quando um colaborador desvia recursos da empresa, 
deve haver uma abordagem prevista para que tal prática não se repita. 
Sendo assim, observa-se a amplitude e importância do código de ética 
para o mundo corporativo. 
TEMA 5 – A RELAÇÃO ÉTICA DA ENTIDADE COM OS SEUS STAKEHOLDERS 
Os stakeholders são os interessados na empresa. Eles podem ser 
pessoas físicas ou jurídicas, representantes da sociedade, concorrentes, 
investidores, governos, entre outros. As relações da empresa com os 
stakeholders podem ser visualizadas na Figura 3 a seguir. 
Figura 3 – Empresa e seus stakeholders 
 
As empresas, muitas vezes, estão mais focadas na obtenção de lucros do 
que no impacto que causam no meio ambiente, privilegiando, nesse caso, os 
investidores e não a comunidade em geral. A questão ética da entidade com 
todos os stakeholders precisa ser estudada para não prejudicar nenhum dos 
envolvidos. O papel da empresa é buscar o ponto ideal entre os custos 
implícitos e explícitos e os benefícios implícitos e explícitos das ações 
tomadas e informações disponibilizadas. 
A questão implícita ocorre quando há um jogo de interesses éticos nas 
atividades da empresa. Por exemplo, quando a empresa investe na prevenção 
de impacto ambiental, mas não com o interesse de garantir que o meio ambiente 
Empresa
Clientes
Fornecedores
Concorrentes
ComunidadeInvestidores
Parceiros
Governos
 
 
15 
não seja degradado e sim com o interesse de captar novos investidores que 
tenham como premissa garantir o desenvolvimento sustentável. 
Quanto aos custos e benefícios explícitos, há o conhecimento de o que 
se quer com a adoção de determinada prática. Pode-se observar essa situação 
quando a empresa expõe aos colaboradores os resultados alcançados e distribui 
a eles parte dos lucros, a fim de motivar a equipe. 
Atender aos interesses econômico, social e ambiental dos diversos 
stakeholders requer da gestão habilidade e prudência, pois não se deve atender 
a um grupo específico, em detrimento de outro. Os gestores são intermediadores 
da relação entre acionistas e stakeholders. O conhecimento amplo da empresa 
direciona à dimensão moral o que os gestores devem considerar em suas 
tomadas de decisão (Arruda; Whitaker; Ramos, 2017, p. 215). 
Silva et al. (2017, p. 21) fizeram uma revisão bibliográfica a fim de 
apresentar um método de como identificar e classificar os stakeholders, 
demonstrando o tipo de influência que cada um exerce sobre a empresa, e 
chegaram à conclusão de que os funcionários e os clientes são os mais 
importantes stakeholders e os menos influentes são os fornecedores e a 
comunidade. 
Para os autores, a atenção dada à comunidade é entendida como algo 
que pode atrasar os projetos. Nesse sentido, presume-se que haja um conflito 
de interesses significativo entre o que a empresa quer e o que a comunidade 
deseja. Por exemplo, pode acontecer de a empresa desenvolver projetos de 
educação na comunidade, esporadicamente, e a comunidade demandar 
constantemente esse tipo de investimento. A empresa tende a estar mais 
interessada no retorno que esse investimento gerará do que especificadamente 
no desenvolvimento do cidadão. Dessa forma, pode-se dizer que algumas 
relações entre empresa e stakeholders realmente são mais intensas que outras. 
Saiba mais 
• A respeito da relação entre stakeholders e empresa, não deixe de 
consultar o artigo de Silva et al. (2017). 
Enfim, o profissional contábil precisa compreender as relações sociais da 
empresa para nela atuar de forma ética; e deve conhecer o seu código de 
Conduta, para não ser conivente com operações fraudulentas, por exemplo. 
 
 
16 
TROCANDO IDEIAS 
Um contador com mais de 20 anos de experiência foi convidado a emitir 
um parecer a respeito da situação econômico-financeira de uma empresa, aos 
seus proprietários. Depois de analisar as demonstrações contábeis, o contador 
verificou que a empresa apresentava significativos indícios de descontinuidade. 
Entretanto, por conhecer a empresa e ter vínculo de amizade com os gestores, 
atestou, em seu parecer, que a empresa irá continuar em operação por tempo 
indeterminado. Com base nessas informações, para você, o contador agiu de 
forma correta? 
NA PRÁTICA 
Um profissional contábil, ao prestar serviços de assessoria para a 
recuperação de uma empresa, obteve informações sigilosas sobre o processo 
de fabricação de um produto com baixa rentabilidade. Um investidor, especialista 
no produto, que tem plano de instalar uma nova indústria, o questionou sobre o 
segredo do processo de fabricação. O profissional contábil se opôs a repassar 
as informações solicitadas sobre o produto, ao investidor. No entanto, comentou 
com os amigos sobre o investidor e sobre o produto. Nessa situação, o contador 
agiu de forma moral e ética? 
Resposta esperada: o contador, perante a empresa, agiu de forma imoral 
e antiética, pois, mesmo com a informação sendo sigilosa, ela foi repassada pelo 
contador para os seus amigos. 
FINALIZANDO 
Existe uma forte relação entre ética, moral e direito. Enquanto a ética 
estuda os valores morais que fundamentam o comportamento humano em 
sociedade, a moral está relacionada aos costumes, regras, limites e convenções 
estabelecidas por cada sociedade. O direito, por sua vez, é aquele que normatiza 
as atitudes éticas, seja numa empresa, seja na sociedade ou de forma pessoal. 
Um indivíduo pode enfrentar dilemas éticos na sua tomada de decisões. 
Manter em sigilo uma informação para não prejudicar uma empresa pode ser 
ético, porém pode ser imoral num caso de fraude. Cada situação deve ser 
analisada individualmente. 
 
 
17 
As pessoas que formam a empresa constituem a sua moralidade; elas 
constroem a ética empresarial, fundamentada no direito, nas leis. É 
imprescindível que cada profissão mantenha uma conduta ética, que cumpra o 
seu código de conduta, visto que ele possibilita uma harmonia social. 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
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União, Rio de Janeiro, p. 2.391, 31 dez. 1940. Disponível em: 
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https://www.revistaespacios.com/a17v38n17/a17v38n17p21.pdf

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