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O CEARÁ LIBERTADOR Autor(a): Carla Pontes Ao ler “Os condenados da terra” de 1967 com autoria de um dos maiores teóricos em torno da problemática do racismo, Frantz Fanon, é possível perceber uma caracterização assertiva a respeito da colonização: o fator da violência. Parece uma obviedade porém este aspecto é tratado pelo autor a partir de uma perspectiva de ‘veneno e cura’ quando o mesmo coloca que “(...) o colonialismo não é uma máquina de pensar, não é um corpo dotado de razão. É a violência em estado bruto e só pode inclinar-se diante de uma violência maior. ” (FANON, 1947, p. 46). Com base nessas considerações, este texto trabalhara esta vertente colonial em território cearense durante o século XIX, ressaltando o pioneirismo que a região obteve ao “findar a escravidão” no território em relação ao então Brasil como como um todo. A “ideologia” colonialista acabou normalizando ações e atividades que hoje podem ser consideradas repugnantes e totalmente contrárias perante os direitos humanos a indígenas e africanos, os grupos sociais afetados de forma potencial pelas potências europeias. Apesar das possíveis críticas que poderiam ser atribuídas aos movimentos de natureza abolicionista, é necessário que se coloque em discussão sua importância na luta pela libertação dos escravizados. Graças a essas organizações, teria início no estado cearense a "Sociedade Perseverança e Porvir” em que os associados adquiriam as cartas de alforria para os indivíduos em condição de escravização. A Sociedade acabaria originando uma outra instituição, a “Sociedade Libertadora Cearense” de onde o jornal “Libertador” ganharia vida e daria exposição a “onda abolicionista” marcada pelo seguinte pensamento: “Liberdade aos escravos, seja por que meio for”. Um dos marcos desse ‘Ceará Abolicionista’ foi a greve dos jangadeiros que marcaria na história Francisco Nascimento, o “Dragão do Mar”. Esse momento se caracterizou pela recusa dos trabalhadores de realizarem o tráfico escravagista internamente e externamente com relação a província. Por sua tamanha força e coragem, Dragão do Mar passou a nomear um centro de arte e cultura que abriga, entre outras atrações, memórias da história do estado do Ceará. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. POMPEU, G; MARCÍLIO, V. História de nossa gente. Fortaleza: Editora INESP, 2004.
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