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PORTFÓLIO - CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS (ANTICORPOS FRIOS NA ALTERAÇÃO DE RESULTADOS HEMATOLÓGICOS)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO 
GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA 
IMUNOLOGIA CLÍNICA E HEMATOLOGIA CLÍNICA (ADAPTAÇÃO) 
DANIEL SANGUANINI DE MEDEIROS 
GENILDE NASCIMENTO BARROSO TEIXEIRA (8039589) 
 
 
 
 
 
 
CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS: ANTICORPOS FRIOS NA 
ALTERAÇÃO DE RESULTADOS HEMATOLÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA – RR, 2022 
 
 
GENILDE NASCIMENTO BARROSO TEIXEIRA (8039589) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS: ANTICORPOS FRIOS NA 
ALTERAÇÃO DE RESULTADOS HEMATOLÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA – RR, 2022 
Trabalho das disciplinas Imunologia Clínica e 
Hematologia Clínica (Adaptação), destinado a obtenção 
de nota das mesmas. De forma simplificada, serão 
apresentadas as Classes de Imunoglobulinas e 
correlacionadas as alterações causadas pelos anticorpos 
frios na alteração de resultados hematológicos. 
 
 
RESUMO 
Os anticorpos são moléculas que atuam na defesa do organismo e são produzidos pelos 
plasmócitos, células formadas a partir da diferenciação dos linfócitos B. Essas moléculas são 
bastante específicas, ou seja, cada anticorpo atua apenas contra determinado antígeno (molécula 
que se liga a um anticorpo). Além disso, eles apresentam diferentes de formas de agir contra 
um antígeno, como a neutralização e a opsonização. Podemos diferenciar cinco classes de 
anticorpos: IgM, IgG, IgA, IgD e IgE. Anticorpos, também chamados de imunoglobulinas (Ig), 
são glicoproteínas produzidas por plasmócitos. As imunoglobulinas são formadas por uma 
combinação de cadeias de peptídeos leves e pesadas, sendo a maioria formada por duas cadeias 
leves e duas pesadas. As duas cadeias pesadas são cadeias maiores, e as duas cadeias leves são 
cadeias menores. Elas estão dispostas em formato que lembra a letra Y. Cada cadeia leve está 
ligada a uma cadeia pesada por pontes de dissulfeto. As cadeias pesadas estão ligadas entre si 
também por meio de pontes de dissulfeto. Cada uma das duas cadeias (leves e pesadas) possui 
uma porção chamada de constante e outra chamada de porção variável. Temos, portanto, uma 
região constante e uma região variável na cadeia leve e uma região constante e uma região 
variável na cadeia pesada. A porção variável, como o nome indica, muda de um anticorpo para 
outro e é a porção que se liga ao antígeno. A especificidade do anticorpo é determinada por essa 
porção variável. A porção constante, por sua vez, apresenta uma sequência de aminoácidos que 
pouco variam de um anticorpo para outro. Podemos diferenciar cinco classes distintas de 
anticorpos, as quais são chamadas de IgM, IgG, IgA, IgD e IgE. Como vimos anteriormente, Ig 
é uma abreviação de imunoglobulina, já as letras que acompanham essa abreviação dizem 
respeito à classe específica. Essas classes diferenciam-se por pequenas diferenças físico-
químicas. 
PALAVRAS-CHAVE: Classes de Imunoglobulinas, Anticorpos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS/IMAGENS 
FIGURA 1: Estrutura de um Anticorpo .................................................................................... 7 
FIGURA 2: Esquema das cinco classes de anticorpos existentes ............................................. 7 
FIGURA 3: Anticorpos frios ................................................................................................. .... 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6 
2. COMO OS ANTICORPOS SÃO PRODUZIDOS? .......................................................... 8 
2.1 VACINAS .......................................................................................................................... . 8 
3. COMO OS ANTICORPOS ATUAM NO CORPO? ........................................................ 8 
4. CRIOAGLUTININAS (ANTICORPOS FRIOS): O QUE SÃO E COMO RESOLVÊ-
LAS .............................................................................................................................. ............. 9 
5. ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES POR CRIOAGLUTININAS OU POR 
ANTICORPOS FRIOS .......................................................................................................... 11 
6. ETIOLOGIA E PATOGÊNESE ....................................................................................... 13 
7. PREVALÊNCIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ..................................................... 14 
8. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 16 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 17
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
Anticorpos, também chamados de imunoglobulinas (Ig), são glicoproteínas produzidas 
por plasmócitos. As imunoglobulinas são formadas por uma combinação de cadeias de 
peptídeos leves e pesadas, sendo a maioria formada por duas cadeias leves e duas pesadas. As 
duas cadeias pesadas são cadeias maiores, e as duas cadeias leves são cadeias menores. Elas 
estão dispostas em formato que lembra a letra Y. 
Cada cadeia leve está ligada a uma cadeia pesada por pontes de dissulfeto. As cadeias 
pesadas estão ligadas entre si também por meio de pontes de dissulfeto. Cada uma das duas 
cadeias (leves e pesadas) possui uma porção chamada de constante e outra chamada de porção 
variável. Temos, portanto, uma região constante e uma região variável na cadeia leve e uma 
região constante e uma região variável na cadeia pesada. 
A porção variável, como o nome indica, muda de um anticorpo para outro e é a porção 
que se liga ao antígeno. A especificidade do anticorpo é determinada por essa porção variável. 
A porção constante, por sua vez, apresenta uma sequência de aminoácidos que pouco variam 
de um anticorpo para outro. 
Podemos diferenciar cinco classes distintas de anticorpos, as quais são chamadas de 
IgM, IgG, IgA, IgD e IgE. Como vimos anteriormente, Ig é uma abreviação de imunoglobulina, 
já as letras que acompanham essa abreviação dizem respeito à classe específica. Essas classes 
diferenciam-se por pequenas diferenças físico-químicas. 
Dentre essas classes de anticorpos, duas merecem destaque: a IgM e a IgG. IgG é a 
classe de anticorpos encontrada em maior quantidade no nosso corpo. Estima-se que 75% dos 
anticorpos de uma pessoa normal sejam do tipo IgG. Essa imunoglobulina, que também 
apresenta subclasses, apresenta diversas funções, porém é importante destacar sua proteção ao 
feto. Essa proteção é garantida porque essa é a única imunoglobulina que pode atravessar a 
placenta e chegar ao feto. A classe IgM indica anticorpos formados durante a resposta primária 
e são os primeiros que se formam em resposta a patógenos complexos. 
A IgA é uma imunoglobulina encontrada em secreções, como saliva, lágrima e fluidos 
nasais. A IgD, por sua vez, constitui menos de 1% das imunoglobulinas presentes no plasma, 
mas são encontradas em grande quantidade na membrana do linfócito B. Essa imunoglobulina 
relaciona-se com a diferenciação dos linfócitos B induzida pelo antígeno. 
 
7 
 
A IgE é encontrada em concentrações muito baixas no soro e está relacionada com 
processos alérgicos, sendo responsável por desencadear a liberação de histamina (mediador 
químico que possui ação vasodilatadora) e enzimas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 1: Estrutura de um anticorpo, uma glicoproteína importante para a defesa do 
nosso corpo. (Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/anticorpos.htm) 
FIGURA 2: Esquema das cinco classes de anticorpos existentes. (Fonte: 
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/anticorpos.htm) 
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/anticorpos.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/anticorpos.htm
8 
 
2. COMO OS ANTICORPOS SÃO PRODUZIDOS? 
Os anticorpos sãoproduzidos pelos plasmócitos, que são formados pela diferenciação 
dos linfócitos B. O processo inicia-se quando antígenos específicos entram em contato com os 
linfócitos B específicos no tecido linfoide. A partir desse contato, os linfócitos B específicos 
são ativados e passam por uma série de divisões celulares, formando um clone, que é uma 
população de células idênticas àquela que as originou. Esse processo é conhecido como seleção 
clonal e também ocorre nos linfócitos T. 
Algumas das células da população que foi formada originam células efetoras, que são 
células de vida curta e que, no caso dos linfócitos B, são responsáveis pela secreção dos 
anticorpos, os quais são secretados na linfa e levados para o sangue circundante. Essas células 
efetoras são os plasmócitos. 
As outras células no clone tornam-se células de memória, que, diferentemente das 
células efetoras, possuem uma vida mais longa. Essas células de memória tornam-se efetoras 
caso o organismo tenha contato novamente com o mesmo antígeno. 
Vale destacar que os antígenos, em sua grande maioria, ativam os linfócitos B e os 
linfócitos T ao mesmo tempo. Algumas das células T formadas recebem a denominação de 
células auxiliares e são as responsáveis por produzir substâncias que ativam os linfócitos B 
específicos. Isso faz com que a produção de anticorpos pelos linfócitos B seja maior. 
2.1 VACINAS 
As vacinas são agentes imunizadores que utilizam como princípio básico o processo de 
formação de anticorpos e células de memória. Ao administrar uma vacina em uma pessoa, 
estamos inoculando o antígeno. Esse antígeno leva à produção de anticorpos e células de 
memória, as quais serão ativadas quando a pessoa for exposta novamente àquele antígeno. 
As vacinas não provocam o desenvolvimento da doença nos indivíduos, pois o agente 
causador da doença que é utilizado na fabricação de vacinas está morto ou atenuado. Algumas 
vacinas também utilizam apenas derivados desse agente. 
3. COMO OS ANTICORPOS ATUAM NO CORPO? 
Os anticorpos são glicoproteínas que atuam contra os agentes invasores de diferentes 
formas. Podemos classificar essa ação em duas formas: o ataque direto e a ativação do sistema 
do complemento. 
9 
 
No ataque direto, os anticorpos ligam-se ao antígeno e podem provocar sua aglutinação, 
precipitação, neutralização e lise. Na aglutinação, os anticorpos fazem com que partículas com 
antígenos em suas superfícies unam-se. Na precipitação, os anticorpos fazem com que o 
complexo antígeno-anticorpo torne-se insolúvel e precipite-se. Na neutralização, os anticorpos 
cobrem os locais em que os antígenos se ligariam à célula hospedeira, neutralizando sua ação. 
Na lise, por sua vez, o anticorpo é capaz de provocar a ruptura (lise) da membrana de agentes 
celulares. 
Vale destacar que essas ações diretas, geralmente, não garantem a proteção do corpo 
contra o organismo invasor, necessitando da ativação do sistema do complemento (sistema 
formado por diferentes proteínas), que amplifica essas ações. 
Essa ativação do sistema do complemento pode levar, por exemplo, à opsonização, que 
é um processo em que os anticorpos se ligam ao antígeno e garantem que este seja reconhecido 
por macrófagos e neutrófilos, os quais farão sua fagocitose (englobamento da partícula e sua 
posterior digestão). O complemento também pode provocar a lise da célula, que é um dos 
efeitos mais marcantes do sistema de complemento, bem como pode provocar a aglutinação, 
neutralização, quimiotaxia (movimentação de células em direção a um gradiente químico) de 
neutrófilos e macrófagos, entre outros efeitos. 
4. CRIOAGLUTININAS (ANTICORPOS FRIOS): O QUE SÃO E COMO 
RESOLVÊ-LAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3: Anticorpos frios. (Fonte: https://atlasemhematologia.com.br/sem-
categoria/crioaglutininas-o-que-sao-e-como-resolve-las/) 
https://atlasemhematologia.com.br/sem-categoria/crioaglutininas-o-que-sao-e-como-resolve-las/
https://atlasemhematologia.com.br/sem-categoria/crioaglutininas-o-que-sao-e-como-resolve-las/
10 
 
Na imagem acima, o que você observa? Aglutinação? Rouleaux? Ou será um campo 
inadequado? Se você disse aglutinação, você acertou. Na imagem temos a presença de 
aglutinação eritrocitária, hemácias em grumos ou hemácias aglutinadas; isso depende muito da 
literatura. 
Essa aglutinação, normalmente, acontece por conta de anticorpos frios: as 
crioaglutininas. As hemácias In vivo estão em temperatura corporal normal de 37 °C, mas após 
feita a coleta (In vitro), elas se aglutinam devido ao ambiente externo que possui uma 
temperatura inferior à do corpo humano. Isto se torna um contratempo no hemograma a nível 
de eritrograma, pois este fica alterado. 
Durante o processamento da amostra, a hemoglobina do paciente se mantém normal, 
visto que o aparelho rompe as hemácias adquirindo todo o conteúdo de hemoglobina presente, 
e assim fazendo a sua dosagem. O empecilho surge durante a contagem das hemácias, isto é, 
onde há aglutinação é contabilizado como uma hemácia, então ocorre uma diminuição das 
hemácias nos laudos e, consequentemente, baixa dos hematócritos também. Devido a isso 
temos índices hematimétricos descompensados. 
Mas como corrigir este problema? O método é bastante simples: é necessário que 
sereproduza a temperatura fisiológica do organismo humano. A amostra – já no tubo de coleta 
– deverá ser acondicionada em Banho Maria, que é um aparelho de manipulação prática, e que 
consiste num recipiente onde coloca-se água e o Analista Clínico controla a temperatura. Neste 
caso, a temperatura deverá ser de 37 °C. Após 30 minutos, a amostra deverá ser processada 
imediatamente. 
Aqui vai uma dica: com o auxílio de um copo descartável, pegue a água já aquecida do 
Banho Maria, coloque a amostra dentro do copo e faça o transporte da amostra até o aparelho. 
É importante ressaltar duas coisas: 
1. Homogeneíze bem a sua amostra antes de colocar no aparelho; 
2.O aparelho já deve estar pronto para receber a amostra. 
Lembrando que tudo deve ser feito com cuidado e de maneira rápida. 
Na maioria dos casos, a correção será feita. Mas, o que fazer se não corrigir com o Banho 
Maria? Substituir todo o plasma por salina. 
 
11 
 
Centrifuga a amostra de 1 a 2 minutos, a 1500 rpm, retira todo o plasma e coloca a 
mesma quantidade de salina (esta deve estar aquecida) dentro do tubo. Após este processo, 
homogeneíza-se a amostra e coloca no Banho Maria por mais 30 minutos. A porcentagem de 
correção é muito grande. 
Após realizar todos os passos, ter tentando as duas formas e ainda assim não conseguiu 
corrigir. O que fazer? Sim, ainda tem mais um caminho a ser seguido: solicitação de uma nova 
coleta. Porém, haverá de ter condutas muito importantes. Juntamente com o paciente, você 
deverá acordar para que ele se dirija ao laboratório, e após a chegada dele, coloque-o em uma 
sala próxima ao aparelho. Esta, deverá estar com o ar condicionado desligado há 30 minutos 
mais ou menos. 
Todo o material de coleta deve ser posto no Banho Maria e seu transporte deverá ocorrer, 
também, em um recipiente aquecido. A coleta deverá ser cautelosa e ágil, e logo em seguida o 
tubo com amostra será levado em um recipiente aquecido até o analisador, onde será 
processado. Em alguns locais, faz-se o uso de secador no braço do paciente antes da coleta. 
5. ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES POR CRIOAGLUTININAS 
OU POR ANTICORPOS FRIOS 
Uma das causas mais comuns de anemia hemolítica adquirida é a destruição autoimune 
de hemácias autoanticorpos dirigidas contra antígenos nas células vermelhas do paciente. Dois 
tipos principais de anticorpos, cada um com características específicas, são causadores da 
anemia hemolítica autoimune: 
• Anticorpos IgG: reagem geralmente contra antígenos de proteína sobre a superfície das 
hemácias, reação que ocorre na temperatura corporal. Por esta razão, eles são chamados 
de "aglutininas quentes" ou anticorpos quentes,embora eles raramente aglutinem 
hemácias. 
• Anticorpos IgM: reagem com antígenos de polissacáridos na superfície da hemácia 
apenas a temperaturas abaixo da temperatura central do corpo. Eles são, portanto 
chamados de "crioaglutininas", ou anticorpos frios. Raramente, os anticorpos IgG 
possuem estas características de reação. 
• Anticorpos IgA: são muito menos comuns e de significado desconhecido. Podem 
produzir anemia hemolítica por anticorpos quentes ou anticorpos frios. 
 
12 
 
Estes autoanticorpos são detectados pelo chamado teste de Coombs direto, o diagnóstico 
da presença de anticorpos quentes é realizado pela detecção de anticorpos na superfície da 
hemácia, ou por intermédio das consequências da sua interação com a hemácia. 
O teste de Coombs direto é o padrão para o diagnóstico da anemia hemolítica autoimune, 
neste caso as hemácias do paciente são lavadas se tornando livres de proteínas aderentes e 
colocadas para reagir com antissoro ou anticorpos monoclonais preparados contra as diferentes 
imunoglobulinas, especialmente IgG e fragmentos do complemento no caso C3d. Se um ou 
ambos destes estão presentes na superfície dos glóbulos vermelhos, a aglutinação será detectada 
e o teste é considerado positivo. 
Quando estes testes são realizados com precisão, a especificidade é superior a 99% dos 
pacientes. Este teste pode ter resultados positivos em menos de 1% da população normal. É 
importante saber se a IgG ou C3, ou ambos, estão presentes nas células vermelhas: 
• Se IgG está presente, então a destruição das células vermelhas é quase certamente 
devido a este anticorpo. Se o C3 é também depositada sobre as hemácias e em seguida 
o anticorpo IgG for capaz de fixar o complemento, este pode desempenhar um papel 
adicional na destruição das células. Se C3 não está presente, então o anticorpo IgG não 
é capaz de fixar o complemento. 
• A presença de C3, mas não IgG, pode ser explicada por um de dois mecanismos: em 
primeiro lugar, o anticorpo não é IgG; este é o caso para IgM aglutininas frias e os raros 
casos de anticorpos IgA. Em segundo lugar, o anticorpo pode ser IgG, mas estão fixados 
à superfície de hemácias e são removidos como as células lavadas em preparação para 
o teste. 
A incidência de um teste de Coombs positivo em doadores de sangue normais é de 1 
caso a cada 1000 a 36.000 pessoas, fatores como idade avançada anticorpos cardiolipina, SIDA 
e drogas aumentam os resultados falso positivos. Testes de Coombs positivos podem ocorrer 
em neoplasias,especialmente em doenças linfoproliferativas, antecedendo seu diagnóstico por 
meses ou anos. 
Foi percebido que algumas interações dos imunocomplexos entre hemácias e antígenos 
resultavam em hemólise apenas quando a temperatura era diminuída. Estas crioaglutininas são 
quase sempre anticorpos do tipo IgM como os já descritos anteriormente. A hemólise nestes 
casos ocorre abaixo de 31 graus Celsius e quanto maior a amplitude térmica em que ocorre a 
hemólise, mais grave esta hemólise costuma ser. Além da doença por crioaglutinas, temos outra 
13 
 
forma de anemia hemolítica por anticorpos frios, a chamada Hemoglobinuria paroxistica do 
frio (ou doença de Donath-Landsteiner). Em ambas as síndromes o complemento tem muita 
importância na sua patogênese. 
A primeira descrição foi em 1903 por Landsteiner, quando foram apresentados pacientes 
com quadro de anemia, fenômeno de Raynaud e outros fenômenos vasculares periféricos. Em 
1918 Clouga e Richer descreveram a presença de crioaglutininas em pacientes com pneumonia, 
já em 1926 foi descrita a concomitância da presença de crioaglutininas séricas e o fenômeno de 
Raynaud. Chubtze, posteriormente, foi quem pela primeira vez utilizou o termo de anemias 
hemolíticas associadas à crioaglutininas. 
Esta síndrome consiste de uma anemia secundária a hemólise de natureza imune, em 
que os autoanticorpos aglutinam hemácias sanguíneas abaixo da temperatura corpórea. Se nesta 
situação para hemólise bastasse a fixação por complemento poderia ocorrer hemólise com 
temperatura <37 graus, mas as IgM sem complemento necessitam de temperaturas menores 
para ocorrer hemólise. 
A anemia hemolítica autoimune por crioaglutininas pode ser dividida em primária e 
secundária. A primária ocorre principalmente em adultos e é associada a infecções como por 
mycoplasma pneumoniae, por isto a descrição de pneumonia com crioaglutininas, também 
associada à infecçções mono-like. A forma secundária é associada principalmente com doenças 
linfoproliferativas e a Macroglobulinemia de Waldenstroem. 
6. ETIOLOGIA E PATOGÊNESE 
As crioaglutininas são anticorpos Igm que têm especificidade para receptores nas 
hemácias e são denominadas de anti_I, estas células representam uma marcante e não regulada 
expressão de clones de células B. Algumas infecções desencadeiam a produção desregulada 
destes clones. Estes anticorpos são constituídos de cadeias kappa e lambda além de componente 
de cadeias pesadas. As crioaglutininas são em geral ineficazes em levar a hemólise às hemácias 
normais, pois como os macrófagos,outras células fagocíticas e citotóxicas não tem receptores 
IgM, a destruição da hemácia é totalmente dependente da fixação por complemento. As 
hemácias normais possuem elementos como o CD 55 e CD 59 que a protegem da lise de 
hemácias pela fixação por complemento, assim uma grande quantidade de unidades fixadoras 
de complemento são necessárias e estas só podem ser produzidas nas extremidades mais frias 
do organismo como dedos, nariz e orelhas. A intensidade da hemólise irá depender: 
14 
 
• Da quantidade de anticorpos produzida; 
• Da amplitude térmica em que estes autoanticorpos funcionam; 
• Do grau que a fixação de complemento é inibida pelo C3d; 
• Da Capacidade do anticorpo fixar nas hemácias e complemento. Alguns autoanticorpos 
se fixam às hemácias e têm dificuldade em fixar o complemento. Estas crioaglutininas 
tendem a se precipitar (criopreciptinas) e causam aglutinação clínica severa com 
acrocianose e dor, mas causam pouca hemólise; 
• A especificidade dos autoanticorpos em causar lise das hemácias; 
• Os anticorpos IgM são compostos por cinco unidades similares a IgG, alguns auto-
anticorpos IgM têm seis unidades e estas IgM têm maior capacidade de causar hemólise. 
As síndromes hemolíticas criopáticas podem ser divididas em: 
• Idiopática ou primária; 
• Secundária. Podendo ser subdividida em: Pós-infecciosa e associada a malignidades 
pré-existentes de cálulas B. 
• Doença de Donath-landsteiner: usualmente asssociada a infecções virais agudas em 
crianças, é uma forma relativamente comum. 
• Congenita ou associada terciária em adultos, muito rara. 
A maioria das crioaglutininas não aglutina em temperaturas maiores do que 30 graus, a 
maior temperatura em que causam aglutinação é chamada de amplitude térmica. Após a 
ativação do complemento pelo imunocomplexo de hemácias e crioaglutininas, a hemólise passa 
a ocorrer independente da presença de crioaglutininas. 
A fixação por complemento pode afestar as hemácias de duas maneiras: 
• Lise direta; 
• Opsonização por macrofagos hepáticos e esplênicos. 
7. PREVALÊNCIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
As anemias hemolíticas autoimunes por crioaglutininas representam 10-20 % das 
anemias hemoliticas autoimune, sendo mais comum em mulheres. As crioaglutininas ocorrem 
em 60% dos pacientes infectados pelo Mycoplasma pneumoniae, mas anemia hemolítica é rara 
nestes casos. 
15 
 
Os pacientes podem apresentar sintomas tanto por anemia como por aglutinação. A 
maioria dos pacientes com anemia hemolítica por crioaglutininas tem anemia hemolítica 
crônica com ou sem icterícia, em outros pacientes a manifestação pode ser através de uma crise 
aguda de hemólise com hemoglobinúria. A acrocianose e outros fenômenos vasculares em 
dedos mãos, pés, nariz e orelhas associados à fragmentação de hemácias na microvasculatura 
também pode ocorrer. A hemólisena infecção pelo mycoplasma é aguda e tipicamente aparece 
na recuperação da pneumonia. Os episódios de hemólise costumam ser autolimitadas e duram 
de uma a três semanas. Os pacientes podem apresentar esplenomegalia associada. No 
diagnóstico, as seguintes manifestações estão presentes com as frequências seguintes: 
• Anemia: 35% 
• Acrocianose: 24% 
• Fadiga: 21% 
• Fraqueza ou dispneia aos esforços: 7% 
• Hemoglobinúria: 3% 
Alguns sintomas são ocasionados pelo frio, como acrocianose e livedo reticular, estes 
sintomas melhoram com o aquecimento e pouca reatividade vascular ocorre como no fenômeno 
de Raynaud. 
Se as crioaglutininas tiverem em títulos maiores que 1/10.000 com Coombs direto 
positivo para complemento, o diagnóstico pode ser fechado. 
Se o paciente tem história de uso de medicamentos ou títulos baixos ou ausentes de 
crioaglutininas fazem pensar em medicamentos como causa da hemólise. Em pacientes com 
crioaglutininas em títulos maiores que 1/10.000 e Coombs direto positivo para IgG e C3 deve-
se pensar em uma anemia hemolítica autoimune mista com anticorpos frios e quentes. Outro 
diagnóstico diferencial é de Hemoglobinúria Paroxística Noturna ou Hemoglobinúria 
Paroxística do Frio. 
Testar diferencial de HPON se hemólise episódica pensar em Hbnuria paroxística do 
frio. 
A maioria dos pacientes não tem necessidade de tratamento e apresentam sintomas 
apenas no inverno e durante temperaturas frias eventualmente com necessidade de transfusão, 
assim uma das medidas mais importantes no manejo destes pacientes é manter as extremidades 
quentes. 
16 
 
8. CONCLUSÃO 
Convencionou-se denominar antígeno a qualquer substância solúvel, celular ou 
particulada, que pode ser especificamente ligada aos anticorpos ou receptores de células T 
(TCR, do inglês T cell receptor) previamente sensibilizados. Existem dois tipos de antígenos: 
a) o antígeno completo, que reúne propriedades imunogênicas e antigênicas, ou seja, a 
capacidade de induzir resposta imune específica (fala-se então de imunógeno e 
imunogenicidade), bem como a competência para interagir com anticorpos e receptores de 
linfócitos sensibilizados (antigenicidade); b) o antígeno incompleto, ou hapteno, dotado apenas 
de antigenicidade, que é a capacidade de interagir com os anticorpos e TCRs que lhe 
correspondem, mas não é capaz de estimular uma resposta imunológica. 
Os sítios de ligação dos anticorpos e dos receptores de antígeno de células T interagem 
com o determinante antigênico ou epítopo, a menor área da molécula de antígeno, responsável 
pela ligação ao TCR ou ao anticorpo. A presença de vários determinantes iguais é chamada de 
polivalência ou multivalência, e cada um pode interagir com a região variável das moléculas de 
TCR. As superfícies celulares, incluindo os eritrócitos, geralmente possuem grande quantidade 
de antígenos que reúnem vários determinantes antigênicos. Os determinantes antigênicos de 
proteínas, glicoproteínas ou lipoproteínas tanto podem ser formados pela sequência de 
aminoácidos (determinantes sequenciais) quanto por aminoácidos adjacentes (determinantes 
não sequenciais), não ligados por ligações peptídicas, que se encontram próximos por causa da 
preservação da estrutura da molécula. 
A estimulação de linfócitos de uma espécie animal com proteína de outro animal da 
mesma espécie resulta em uma resposta imune muito baixa, frequentemente indetectável. Por 
sua vez, se essas proteínas forem inoculadas em animal de outra espécie, tendem a desencadear 
reações imunitárias bastante elevadas. Isso acontece porque quanto mais próxima for a relação 
filogenética, menor será o estímulo e vice-versa. Embora esse atributo da relação filogenética 
reflita boa parte das aplicações imunológicas, não pode ser tomado como regra. 
Para a maioria dos antígenos proteicos, quanto maior for a molécula, maior será o 
número de epítopos e quanto maior a complexidade, maior será a imunogenicidade. Um 
antígeno complexo contém vários determinantes antigênicos; os determinantes mais eficientes 
na indução da resposta imune são chamados imunodominantes. 
 
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1-Berentsen S. How I manage cold agglutinin disease. Br J Haematol 2011; 153:309. 
2-Swiecicki PL, Hegerova LT, Gertz MA. Cold agglutinin disease. Blood 2013; 122:1114. 
3-Heddle NM. Acute paroxysmal cold hemoglobinuria. Transfus Med Rev 1989; 3:219. 
4: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/anticorpos.htm 
5: https://www.microbiologybook.org/Portuguese/immuno-port-chapter4.htm 
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/anticorpos.htm
https://www.microbiologybook.org/Portuguese/immuno-port-chapter4.htm

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