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Registro Civil das Pessoas Naturais e Jurídicas

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Registro civil de Pessoas Naturais e 
Jurídicas 
Elaine Cristina Bueno Alves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
1 SERVIÇO REGISTRAL E NOTORIAL ............................................................ 3 
2 REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS – REGISTROS ......................... 20 
3 REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS – OUTROS REGISTROS .......... 45 
4 REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS – OUTROS REGISTROS (CONT.); 
OUTROS ATOS E PROCEDIMENTOS .......................................................... 55 
5 REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS .............................................. 65 
6 REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS - REGISTRO ........................... 75 
 
 
, 
 
 
3 
 
 
1 SERVIÇO REGISTRAL E NOTORIAL 
Apresentação 
A vida das pessoas é repleta de acontecimentos, alguns importantes para o Direito, 
outros não. As pessoas assinam contratos, assumindo obrigações. Neste caso, o Direito 
precisa intervir para assegurar que esse contrato não seja ilegal e que haverá o seu 
cumprimento, caso não haja satisfação voluntária da obrigação. 
Os acontecimentos relevantes para o Direito são denominados de fatos jurídicos. Os 
fatos jurídicos podem decorrer de fatos naturais como, por exemplo, o nascimento, a 
morte (que marcam o início e o fim da personalidade jurídica), a maioridade, etc; ou de 
fatos que decorrem das ações humanas, produzindo, modificando ou extinguindo 
direitos e relações jurídicas. 
Os registros públicos atuam como um mecanismo que busca dar garantia aos fatos 
jurídicos, conferindo-lhes publicidade, segurança e eficácia, assegurando ou fazendo 
nascer sua produção de efeitos, certificando-se de que tais fatos são revestidos de 
todos os requisitos legais, caso contrário, não estariam inseridos nos registros. 
Percebe-se, portanto, a sua importância para a sociedade, posto que a perenidade do 
que nesses registros for inserido, revestido da mais ampla legalidade, imprime 
segurança à sociedade e às suas relações jurídicas. 
1.1 O que é? 
Os registros públicos consistem em atos praticados em livro próprio, definido por lei, 
por pessoa competente, para que tenham validade, observados os requisitos legais. 
Esses atos são os decorrentes dos serviços registrais e notariais. 
Os Serviços Registrais e Notariais são de organização técnica e administrativa 
destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos 
jurídicos (art. 1º. da Lei nº 8.935/1994). 
, 
 
 
4 
 
A Lei 8.935/1994 regulamentou o artigo 236 da Constituição Federal que dispõe: 
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter 
privado, por delegação do Poder Público. 
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal 
dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a 
fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário. 
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos 
relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. 
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso 
público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique 
vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de 
seis meses. 
As pessoas a quem a lei atribui o exercício da atividade dos registros públicos são 
chamadas de oficial de registro ou registrador (para o serviço registral) e de notário ou 
tabelião (para o serviço notarial)1. 
Conforme a atribuição que é destinada aos registradores e notários haverá uma 
especialidade determinada2: 
 Notas; 
 Protesto de títulos; 
 Registro de contratos marítimos; 
 Registro de imóveis; 
 Registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas; 
 Registro civil das pessoas naturais e interdições e tutelas; 
 Registro das distribuições. 
 
1 Art. 3º Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do direito, dotados 
de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro (Lei nº 8.935/94) 
 
2 Art. 5º., Lei nº 8.935/94 
, 
 
 
5 
 
Por força dessa nova normativa percebe-se que a expressão “cartório” não foi utilizada 
pelo legislador, embora outras leis posteriores tenham empregado essa expressão, 
como, por exemplo, a Lei nº 13.484/2017. Não excede salientar que a expressão 
“cartório” está incorporada à sociedade. Qualquer pessoa que necessite dos registros 
públicos, independentemente da especialidade, dirá que vai ao “cartório” e não ao 
registro de imóveis, ao registro civil das pessoas naturais, ao tabelionato de notas etc. 
E isso ocorre porque a Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.105/1973) emprega essa 
expressão, que ficou consagrada para designar a atividade. 
A atividade registral e notarial consiste na prestação de um serviço público de registros 
e notas por um particular no âmbito extrajudicial, ou seja, sem que haja a intervenção 
direta do Poder Judiciário. Observa-se que o Poder Judiciário fiscaliza essa atividade, 
conforme dispõe o artigo 236, parágrafo 1º., parte final, da Constituição Federal. 
Cabe observar que, por ser serviço público, a atividade registral e notarial tem que 
respeitar e ser norteada pelos princípios da Administração Pública que são a 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, explícitos no art. 37 
da Constituição Federal. 
O particular, a quem é delegado o exercício da atividade registral e notarial pelo Poder 
Público, é um profissional do direito, dotado de fé pública, aprovado em concurso 
público de provas e títulos, conforme arts. 3º e 14, ambos da Lei nº 8.935/1994. É o 
titular do serviço. 
As atribuições desse titular são definidas pelo mesmo diploma legal. 
Os tabeliães de notas lavram as escrituras públicas das mais variadas naturezas, as 
procurações públicas, reconhecem as firmas (assinaturas) e autenticam cópias de 
documentos originais, conforme arts. 6º e 7º da Lei nº 8.935/1994. 
Os tabeliães de protestos de títulos lavram os protestos dos documentos de dívida e 
demais atos a eles relativos, conforme art. 11 da Lei nº 8.935/1994. 
, 
 
 
6 
 
Os oficiais de registro de imóveis realizam os registros dos títulos, na sua grande 
maioria, referentes aos direitos reais e outros atos referentes a esses registros, 
conforme art. 12 da Lei nº 8.935/1994 e art. 167 e seguintes da Lei nº 6.015/1973. 
Os oficiais do registro de títulos e documentos registram os contratos que a lei 
especifica e outros atos referentes a esses registros, conforme art. 12 da Lei nº 
8.935/1994 e arts. 127 e seguintes da Lei nº 6.015/1973. 
Os oficiais de registro civil das pessoas jurídicas registram os atos constitutivos de 
algumas espécies de pessoas jurídicas e outros atos referentes a esses registros, 
conforme art. 12 da Lei nº 8.935/1994 e arts. 114 e seguintes da Lei 6.015/1973. 
Os oficiais do registro civil das pessoas naturais e interdições e tutelas registram os 
nascimentos, casamentos, óbitos e outros atos referentes a esses registros, conforme 
art. 12 da Lei nº 8.935/1994 e art. 29 e seguintes da Lei nº 6.015/1973. 
Os tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos lavram e registram atos 
referentes as embarcações marítimas e outros atos referentes a esses registros. Além 
disso reconhecem firmas (assinaturas) de documentos destinados a fins de direito 
marítimo, conforme art. 10 da Lei nº 8.935/1994. Essa especialidade não está presente 
em alguns Estados. 
Os oficiais de registro de distribuição realizam, quando previamente exigida, a 
distribuição equitativa dos serviços da mesma natureza, conforme art. 13 da Lei nº 
8.935/1994. Essa especialidade não está presente em alguns Estados. 
O Conselho Nacional de Justiça reúne elementos que identificam os serviços registrais 
e notariais por especialidade em todo o país., 
 
 
7 
 
 
 
Serventias Extrajudiciais cadastradas e ativas 
Serventias Extrajudiciais cadastradas e ativas 
UF TOTAL 
Atos praticados e arrecadações 2° 
semestre de 2019 
ESPECIALIDADES 
Sem pendências 
Com 
pendências 
RCPN RPCJ RI Notas RIT PT RCM RD 
Total 13339 12445 894 7372 3447 3546 8316 2294 3379 493 279 
AC 31 25 6 24 14 20 24 10 20 1 0 
AL 242 216 26 136 72 74 210 41 68 3 2 
AM 107 70 37 88 70 75 77 64 73 43 38 
AP 21 17 4 19 17 17 19 17 18 6 0 
BA 1172 1061 111 516 247 288 513 126 281 12 1 
CE 628 525 103 460 320 212 410 210 331 21 140 
DF 38 37 1 16 14 9 19 2 17 1 1 
ES 348 321 27 214 67 75 250 44 75 0 0 
GO 507 420 87 284 239 249 398 206 243 229 8 
MA 279 228 51 205 198 201 254 145 198 110 27 
MG 3003 2959 44 1448 302 335 1750 175 309 2 3 
MS 175 174 1 96 47 56 123 45 55 1 0 
MT 245 245 0 159 57 16 168 7 80 0 0 
PA 346 242 104 291 107 108 203 166 110 5 3 
PB 444 358 86 296 76 85 316 78 82 5 15 
PE 552 464 88 297 160 179 312 55 182 3 2 
PI 160 105 55 122 135 128 139 119 130 21 0 
PR 1016 1015 1 503 162 200 566 42 176 0 3 
RJ 395 394 1 167 90 168 284 87 107 1 13 
RN 206 168 38 171 160 167 204 97 155 13 11 
RO 109 109 0 66 22 29 66 13 28 0 1 
RR 11 7 4 9 8 7 9 6 9 1 2 
RS 770 768 2 418 280 229 448 71 297 5 1 
SC 587 580 7 330 105 129 362 99 146 0 0 
SE 129 123 6 82 66 45 90 32 42 1 2 
SP 1546 1546 0 820 302 318 934 276 419 4 5 
TO 272 268 4 135 110 127 168 61 128 5 1 
LEGENDA 
RCPN – Registro Civil das Pessoas Naturais; RCPJ – Registro de Títulos e Documentos e Civis das Pessoas 
Jurídicas; RI – Registro de Imóveis; RIT – Registro de Interdições e Tutelas; PT – Protesto de Títulos; RCM – 
Registro de Contratos Marítimos; RD – Registro de Distribuição. 
Fonte: Conselho Nacional de Justiça, S.D. 
https://www.cnj.jus.br/corregedoria/justica_aberta/?
https://www.cnj.jus.br/corregedoria/justica_aberta/?
, 
 
 
8 
 
Saiba Mais 
Para entender melhor a fé pública leia o interessante e elucidativo artigo “Sobre a fé 
pública” de Afonso Celso Furtado de Rezende, disponível na Biblioteca Dr. Gilberto 
Valente da Silva, do IRIB. Acesso em https://www.irib.org.br/obras/sobre-a-fe-
publica. 
Sobre as especialidades dos registros públicos veja a informação disponibilizada no 
site oficial dos cartórios do Estado de São Paulo. Acesso em 
https://www.cartoriosp.com.br/#titulo=entenda_os_cartorios. 
1.2 Legislação aplicável 
A Constituição Federal de 1988, lei máxima do ordenamento jurídico, no artigo 236, 
disciplinou como deve ser exercida a atividade. 
O caput do artigo 236 estabelece que os serviços notariais e registrais são exercidos 
em caráter privado por delegação do Poder Público. Isso significa que os registros 
públicos estão a cargo de particulares em colaboração com o Estado, pessoas naturais 
que são agentes delegados sem qualquer subsídio dos cofres públicos. A remuneração 
é feita por meio dos emolumentos que são pagos pelos usuários do serviço. 
O parágrafo 1º. do artigo 236 da Constituição Federal previu que lei regularia as 
atividades, definindo responsabilidades e fiscalização da atividade pelo Poder 
Judiciário. Assim, em atendimento a esse comando legal, surgiu a Lei nº 8.935 de 18 de 
novembro de 1994. 
O parágrafo 2º. desse mesmo determinou ao legislador a criação de norma geral que 
fixasse os emolumentos devidos pelos atos de registros públicos praticados. Com o 
que sobreveio a Lei nº 10.169 de 29/12/2002. 
O ingresso na atividade notarial e de registro foi estabelecido no parágrafo 3º. do 
artigo 236 da Constituição Federal. Este deverá ser feito por meio de concurso público 
de provas e títulos. Não permitindo, referido dispositivo legal, que nenhuma serventia 
fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis 
meses. 
https://www.irib.org.br/obras/sobre-a-fe-publica
https://www.irib.org.br/obras/sobre-a-fe-publica
https://www.cartoriosp.com.br/#titulo=entenda_os_cartorios
, 
 
 
9 
 
A Lei nº 8.935/1994 regula o parágrafo 1º do artigo 236 da Constituição Federal, 
disciplina a natureza e fins da atividade notarial e registral, indicando suas 
especialidades. Traça, ainda, as atribuições e competências dos agentes delegados. 
Cuida da forma de ingresso e requisitos que devem ser preenchidos para outorga da 
delegação. Estabelece que os titulares das delegações poderão ter prepostos, que são 
os escreventes, tantos quantos suficientes para o serviço, contratados pelo regime da 
legislação do trabalho. Especifica a responsabilidade civil e criminal dos titulares. 
Disciplina as incompatibilidades e impedimentos, direitos e deveres dos titulares, 
infrações disciplinares e penalidades. Dispõe sobre a fiscalização do Poder Judiciário. 
Prevê as formas de extinção da delegação. 
As atribuições e competências dos agentes delegados disciplinadas na Lei nº 
8.935/1994 dizem respeito aos notários, conforme se evidencia dos artigos de 6 a 11. 
Isso porque as atribuições e competências dos registradores, em todas as suas 
especialidades, constam da Lei nº 6.015/1973. Cumpre observar que as atribuições e 
competências dos protestos de títulos e outros documentos de dívida são delineadas, 
de forma mais detalhada, na Lei nº 9.492/1997. 
A Lei nº 10.169/2000, que regula o parágrafo 2º. do artigo 236 da Constituição Federal, 
estabelece as normas gerais para fixação dos emolumentos referentes aos atos de 
registros públicos. Atribui competência para os Estados e Distrito Federal para fixação 
do valor respectivo. Especifica que o valor dos emolumentos deverá corresponder ao 
efetivo custo e à adequada e suficiente remuneração dos serviços prestados, devendo 
levar em conta as leis estaduais, para fixação, a natureza pública e o caráter social dos 
serviços notariais e de registro, estabelecendo regras e critérios para tanto. Prevê, 
ainda, a possibilidade de reajuste, bem como a obrigatoriedade de emissão de recibo 
por parte dos notários e registradores acerca dos emolumentos recebidos. Traz a 
necessidade de estabelecimento de forma de compensação aos registradores civis as 
pessoas naturais pelos atos gratuitos praticados, sem que isso enseje ônus ao Poder 
Público. 
, 
 
 
10 
 
A natureza jurídica dos emolumentos é de tributo, na modalidade taxa3. 
Assim, cada Estado da Federação deverá ter sua lei estadual específica, fixando os 
emolumentos, respeitando, dessa forma, as peculiaridades regionais. No Estado de São 
Paulo, os emolumentos foram fixados pela Lei Estadual nº 11.331/2002, na qual a 
atualização dos valores dos emolumentos é feita anualmente com base na variação da 
UFESP (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo). É importante ressaltar que os 
emolumentos não são exclusivamente do delegado, há percentuais que constituem 
repasses a vários órgãos, com a distribuição dos recursos estabelecida nas leis 
estaduais. Nas tabelas está discriminado cada valor e seu o respectivo órgão. 
O ingresso na atividade é feito mediante concurso público de provimento, realizado 
pelo Poder Judiciário, com participação, em todas as suas fases, da Ordem dos 
Advogados do Brasil, do Ministério Público, de um notário e um registrador, conforme 
disposto na Lei 8.935/1994 (art. 15). A remoção também se dá por meio de concurso 
público, nos mesmos moldes, admitidos titulares que exerçam a atividade por mais de 
dois anos. Existem duas resoluções do Conselho Nacional de Justiça que 
sistematizaram as formas para os concursos, a Resolução nº 80 e nº 81, ambas de 
09/06/2009. 
Em relação aos concursos, deve ser observado que não sendo provida a titularidade de 
serviço notarial ou registral e, desde que observada a absoluta impossibilidade de 
provimento, seja por desinteresse ou inexistência de candidatos, será proposta, pelo 
juízo competente, a extinção do serviço e a anexação de suas atribuições ao serviço da 
mesma natureza mais próximo ou àquele localizado na sede do respectivo Município 
ou do Município contíguo (art.44, Lei 8.935/94). 
1.3. Como funciona 
Como visto, os serviços notariais e de registro são atividades de organização técnica e 
administrativa destinadas a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia 
dos atos jurídicos (art. 1º., Lei 8.935/1994), exercidos por particular, profissional do 
direito, por meio de delegação do Poder Público, dotados de fé pública art. 3º., Lei 
8.935/1994). 
 
3 Assim já decidiu o STF nas ADIs 3151/MT-MATO GROSSO, 3694/AP-AMAPÁ, 1148/AP-AMAPÁ 
, 
 
 
11 
 
Nesse contexto, já que o serviço público delegado deverá ser prestado observando-se 
os mesmos princípios norteadores da administração pública, que, conforme artigo 37 
da Constituição Federal, são legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e outros que lhe são específicos (verbi gratia, continuidade, instância etc.). 
A prestação do serviço notarial e de registro deverá ser feita de modo eficiente e 
adequado, em dias e horários estabelecidos pelo juízo competente, com atendimento 
de, no mínimo, seis horas diárias, em local de fácil acesso ao público e que ofereça 
segurança para o arquivamento de livros e documentos. O serviço de registro civil das 
pessoas naturais será prestado também aos sábados, domingos e feriados pelo 
sistema de plantão4. 
Em cada Município haverá, no mínimo, um registrador civil das pessoas naturais e, 
havendo mais de um distrito no Município, o que ocorre porque é significativa sua 
extensão territorial, o Estado poderá estabelecer que haverá um registrador civil das 
pessoas naturais para cada distrito5. 
Essa disposição legal denota a relevância do registro civil das pessoas naturais 
enquanto serviço público destinado ao exercício da cidadania. A lei 6.015/1973, no seu 
art. 29, § 3º., nomeia expressamente os registros civis das pessoas naturais, 
facultando-lhes à prestação de outros serviços remunerados voltados ao atendimento 
dessa relevante finalidade6. 
A eficiência e adequação devem ser observadas tanto em relação aos atos praticados, 
quanto ao atendimento ao usuário. 
O período mínimo de atendimento de seis horas diárias é plenamente justificável, pois 
o trabalho interno e administrativo das serventias é bastante intenso. A organização, 
os atos próprios, as comunicações, as ordens recebidas, os fechamentos diários 
demandam tempo para sua realização, sendo que algumas práticas diárias, se não 
concluídas, impedem o bom funcionamento e continuidade do serviço no dia seguinte. 
 
4 Art. 4º., §§ 1º. e 2º., L8935/94 
5 Art. 44, §§ 2º. e 3º., L8935/1994 
6 Art. 29, § 3o. Os ofícios do registro civil das pessoas naturais são considerados ofícios da cidadania e 
estão autorizados a prestar outros serviços remunerados, na forma prevista em convênio, em 
credenciamento ou em matrícula com órgãos públicos e entidades interessadas. 
, 
 
 
12 
 
Apenas para ilustrar, no registro de imóveis há um livro denominado de protocolo, no 
qual são apontados todos os títulos que deram ingresso na serventia. Estes recebem 
um número de ordem na sequência rigorosa de sua apresentação (art. 182, LRP), em 
cada título será reproduzido o número de ordem respectivo e a data da sua 
prenotação (art. 183, LRP). O livro protocolo será encerrado diariamente (art. 184, 
LRP). Nos tabelionatos de protesto também há um livro de protocolo cuja escrituração, 
da mesma forma, é diária, devendo constar no encerramento o número de 
documentos apresentados no dia, sendo a data da protocolização a mesma do termo 
diário do encerramento (art. 32, L9492/1997). 
A escrituração dos livros é minuciosamente feita, observados os requisitos legais, após 
qualificação dos títulos e documentos apresentados, conforme o caso, para o 
respectivo registro. A qualificação consiste na análise dos desses títulos e documentos 
apresentados, da sua validade, legalidade, verificação da legitimidade do solicitante, 
prazos etc. A qualificação se faz presente também para os atos notariais, na 
oportunidade em que o notário avalia a situação apresentada pelo usuário, 
objetivando formalizar juridicamente a vontade manifestada, o que é inerente à sua 
atribuição (art. 6º., I, Lei 8.935/1994). 
Após esse procedimento, se aptos ao ingresso no sistema notarial e registral, os atos 
jurídicos são inscritos nos livros respectivos (são assentados) fazendo surgir o registro 
de forma perene, segura, para fazer provar desses atos ou até mesmo constituir 
direitos, dependendo do que foi inscrito. 
As folhas dos livros do registro civil serão divididas em três partes, compondo três 
colunas, sendo a da esquerda para lançamento do número de ordem, a central 
reservada para o assento e a da direita para outras anotações e averbações, conforme 
artigo 36 da LRP. Entretanto, se autorizado pelas Normas de Serviço do Tribunal de 
Justiça do Estado, as folhas poderão ser feitas sem as colunas, inserindo-se o número 
de ordem, na sequência fazendo o assento de forma contínua e, após, lançando as 
anotações e averbações. 
 
, 
 
 
13 
 
Saiba Mais 
Sobre qualificação registral veja o artigo “Qualificação registral - nótula sobre a 
terminologia no mister registral”, presente no Observatório do Registro, em 
kollemata. Acesso em https://cartorios.org/2013/01/08/qualificacao-registral-
questao-de-terminologia/. 
1.4 Publicidade 
Os serviços notariais e de registro tem como objetivo, dentre outras finalidades, 
garantir a publicidade dos atos neles inscritos, ou seja, os registros públicos devem dar 
acesso ao conteúdo dos atos jurídicos constantes dos seus assentos. Os livros 
pertencem ao Estado, constituindo, portanto, acervo público. Desta forma, para a sua 
preservação, as pessoas não podem ter acesso direto a eles. As informações do que 
consta neles será feita por meio de certidão ou informação verbal, se assim for 
solicitado. 
Os livros permanecem sob rigorosa e cautelosa guarda e responsabilidade dos titulares 
que zelam pela sua ordem, segurança e conservação (arts. 30 e 46, Lei 8.935/1994). 
As certidões são a forma pela qual os elementos dos registros são publicados, os 
titulares têm o dever de lavrar as certidões do que lhes for requerido, bem como 
fornecer às partes e as informações necessárias (art. 16, LRP). 
Qualquer pessoa poderá requerer certidão do registro sem que haja necessidade de 
especificar a motivação ou interesse no pedido (art. 17, LRP). Em regra, as certidões 
são expedidas sem que exista necessidade de autorização judicial (art. 18, LRP). A lei, 
em dadas situações específicas, exige essa autorização, para preservação das pessoas 
envolvidas no registro ou do interesse público. 
O prazo para expedição das certidões é de cinco dias (art. 19, LRP). 
Existem três formas para expedição das certidões: em inteiro teor; em resumo ou em 
relatório; e conforme quesitos (at. 19, LRP). 
https://cartorios.org/2013/01/08/qualificacao-registral-questao-de-terminologia/
https://cartorios.org/2013/01/08/qualificacao-registral-questao-de-terminologia/
, 
 
 
14 
 
A certidão em inteiro teor consiste na reprodução integral do que constar no registro, 
podendo ser extraída por meio datilográfico ou reprográfico (art. 19, § 1º., LRP). 
A certidão em resumo ou relatório trará apenas os principais elementos do registro, 
sendo esta a forma mais comum de expedição das certidões expedidas pelo registro 
civil das pessoas naturais. 
A certidão conforme quesitos atende as informações que tenham sido solicitadas pelo 
interessado sem deixar de certificar, também, os principais elementos do registro, tal 
como na certidão em breve relatório. 
Os elementos principais do registro não poderão ser suprimidos, mesmo a 
requerimento do interessado, pois essa omissão poderá prejudicar o entendimento do 
conteúdo do registro, o que deve ser rejeitado pelo registrador/notário, já que a 
certidão devecertificar fidedignamente o conteúdo do registro. 
Não sendo localizado o registro solicitado, após pesquisa em todo o acervo, o notário 
ou registrador expedirá certidão negativa de registro, da qual constará o nome 
pesquisado e o período. 
Os pedidos de certidões poderão ser feitos de várias formas como, por exemplo, pela 
internet; por meio das centrais nacionais dos cartórios de cada uma das especialidades 
dos serviços (veja no saiba mais); pelas centrais estaduais de cada uma das 
especialidades dos serviços ou pelo site próprio do cartório, quando disponível; pelo 
telefone ou e-mail da própria unidade de serviço; de forma presencial diretamente no 
balcão da unidade de serviço. 
Os cartórios, de praticamente todos os Estados, estão interligados pelas centrais 
nacionais, facilitando o acesso do usuário ao serviço. 
As certidões podem ser emitidas de forma física ou eletrônica por meio das centrais e 
assinadas com o uso de um certificado digital que atenda aos requisitos da 
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP). 
 
, 
 
 
15 
 
 
Saiba Mais 
Sobre as certidões, acesse sempre os sites oficiais: 
Registro civil das pessoas naturais, https://registrocivil.org.br/ 
Registro de imóveis, https://www.registrodeimoveis.org.br/servicos 
Registro de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas, https://www.rtdbrasil.org.br/ 
Tabelionato de Notas, https://censec.org.br/ 
Tabelionato de Protestos, https://site.cenprotnacional.org.br/ 
1.5 Responsabilidade dos titulares 
A responsabilidade, no seu aspecto geral, significa que as consequências decorrentes 
da prática de um ato devem ser assumidas ou imputadas àquele que foi o seu autor e, 
dependendo da norma que houver sido infringida, vários são os efeitos decorrentes 
dessa infração. 
A conduta do titular da atividade notarial ou registral, se executada de forma a 
contrariar o ordenamento jurídico, resultará em várias consequências nos mais 
variados ramos do Direito como por exemplo uma indenização ao usuário 
eventualmente prejudicado (direito civil); se constituir crime, apuração por processo 
criminal (direito penal); se houver infração à norma administrativa, apuração por 
processo administrativo disciplinar etc. 
Os artigos de 22 a 24 da Lei 8.935/1994 disciplinam a responsabilidade civil e criminal 
dos titulares das serventias extrajudiciais. 
Os titulares são civilmente responsáveis, na sua atuação, pelos prejuízos que causarem 
a terceiros, por ato próprio ou de pessoas por eles designadas e autorizadas, 
respondendo pessoalmente, com direito de regresso a quem tiver efetivamente 
praticado o ato7. 
 
7 Art. 22, L8935/94. 
https://registrocivil.org.br/
https://www.registrodeimoveis.org.br/servicos
https://www.rtdbrasil.org.br/
https://censec.org.br/
https://site.cenprotnacional.org.br/
, 
 
 
16 
 
Essa responsabilidade civil é subjetiva, ou seja, deverá ser comprovada a culpa do 
titular no ato praticado. Isso compreende tanto o dolo (vontade intencional de 
prejudicar) quanto a culpa (ato descuidado, sem a cautela necessária à sua prática). 
As ações de reparação de dano devem ser propostas contra o próprio titular do serviço 
delegado, pois o cartório não tem personalidade jurídica. Além disso, deverá ser 
observado quem era o titular na época da prática do ato, para que figure como réu no 
processo aquele que efetivamente executou o ato lesivo. 
A competência para a propositura da ação é do foro do lugar da serventia, conforme 
disciplina o art. 53, inciso III, alínea “f”, do CPC. 
O prazo prescricional8 para essas ações de reparação de danos é de três anos, 
contados da data da lavratura do ato registral ou notarial9. Desta forma, ultrapassado 
esse lapso temporal, não poderá mais o interessado ingressar com a ação. 
Existe também a responsabilidade penal do titular do serviço extrajudicial que é 
individualizada, aplicando-se, no que couber, a legislação referente aos crimes contra a 
administração pública10, porque os titulares, embora não sejam funcionários públicos, 
são equiparados, por força do artigo 327 do Código Penal. 
Poderá ocorrer, ainda, a responsabilidade administrativa que decorre de infração às 
normas administrativas, cuja apuração ocorre por meio de processo administrativo 
perante o juízo competente. As infrações disciplinares estão previstas no artigo 31 da 
Lei 8.935/1994, as quais, uma vez caracterizadas, ensejarão na aplicação de penas que 
vão desde repreensão até a perda da delegação, conforme art. 32 da Lei 8.935/1994. 
Enquanto tramita o processo administrativo pelo juízo processante poderá ser 
determinado o afastamento do titular do serviço por 90 dias, prorrogável por mais 30 
se verificado ser medida necessária ou conveniente para o serviço11. 
 
8 Prescrição é a perda da possibilidade de ser apresentada uma pretensão, por meio de ação judicial, em 
face de uma violação de direito. Isso ocorre porque a ação não foi exercida dentro do prazo previsto em 
lei para a sua realização (art. 189, CC). 
9 Art. 22, parágrafo único, L8935/94. 
10 Art. 24, L8935/94. 
11 Art. 36, L8935/94. 
, 
 
 
17 
 
Durante o período de afastamento do titular, responderá pela serventia o substituto se 
não estiver sendo acusado por faltas, e, não sendo possível o substituto ficar à frente 
da serventia, o juízo processante designará interventor para tal finalidade. 
Durante o período de afastamento, o titular receberá metade da renda líquida da 
serventia e a outra metade será depositada em conta bancária especial, aberta para 
essa finalidade. Se, ao final do procedimento o titular for absolvido, receberá o 
montante dessa conta, se condenado, todo o valor depositado será do interventor 
nomeado. 
A respeito dos empregados, os titulares têm responsabilidade pelos débitos 
trabalhistas anteriores ao início da delegação, posto que contratados pelo regime CLT. 
Afinal, tem-se entendido que existe uma sucessão de empregadores na atividade, tal 
qual ocorre na sucessão de empresas. Esse tem sido o entendimento majoritário da 
Justiça do Trabalho12. Há isoladas decisões da Justiça do Trabalho que entendem não 
configurada a sucessão trabalhista, afigurando-se correto tal entendimento, por ser o 
ato de outorga da delegação investidura originária, caracterizando ato do Estado com 
destinação específica à determinada pessoa natural, não havendo que se falar em 
sucessão. 
No âmbito do direito tributário verifica-se a responsabilidade dos notários e 
registradores que exsurge do artigo 30, inciso XI, da Lei 8.935/94, que prevê o dever de 
fiscalização do recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que devem praticar 
e a sua inobservância desse dever legal ensejará responsabilidade tributária, conforme 
artigo 134, VI, CTN. 
Percebe-se, portanto, ser larga e profunda a responsabilidade dos titulares dos 
serviços notariais e registrais pelos atos praticados em decorrência das suas 
atribuições. Além de observar estritamente a forma prevista em lei para a prática dos 
atos decorrentes das suas atribuições, tem que primar pela condução das suas 
condutas de forma atenta, cautelosa, criteriosa e altamente rigorosa para melhor 
servir, cumprindo a relevante função de segurança dos registros públicos. 
 
 
12 E assim também já decidiu o TJ/SP na apelação cível n° 1003714-94.2014.8.26.0604 – 2ª Câmara de 
Direito Público. 
, 
 
 
18 
 
Conclusão 
Os serviços registral e notarial têm relevante papel na sociedade, pois garantem a 
publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos. Formam uma das 
instituições de maior credibilidade perante a sociedade, conforme pesquisa realizada 
pela DATAFOLHA (ANOREG, S.D.). São regidos por leis específicas que norteiam a 
prática dos atos que lhes são afetos. Sua organização e funcionamento também são 
reguladospor lei, dirigidos por pessoa natural a quem o Estado delega a atividade. A 
publicidade do que consta nos assentos dos registros públicos é feita por meio de 
certidões, que qualquer interessado por requerer sem indicar o motivo. A 
responsabilidade dos titulares pelos atos praticados no exercício da atividade abrange 
várias áreas do Direito. 
REFERÊNCIAS 
ALVIM NETO, J. M. A.; CLÁPIS, A. L.; CAMBLER, E. A. Lei de Registros Públicos 
comentada: Lei 6.015/1973. 2ed. Rio de Janeiro: Forense. 2019. 
ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES DO BRASIL - ANOREG/BR. População 
dá nota à confiabilidade das instituições. S.D. Disponível em: 
<https://www.anoreg.org.br/site/salas-tematicas/pesquisa-datafolha/>. Acesso em: 31 
ago. 2020. 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ. Justiça aberta. S.D. Disponível em: 
<https://www.cnj.jus.br/corregedoria/justica_aberta/?>. Acesso em: 14 abr. 2020. 
BRASIL. Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros públicos e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1973. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm>. Acesso em: 31 ago. 
2020. 
BRASIL. Lei n° 8.935, de 18 de novembro de 1994. Regulamenta o art 236 da 
Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro (lei dos cartórios). 
Diário Oficial da União. Brasília, 1994. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8935.htm>. Acesso em: 28 ago. 2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm
, 
 
 
19 
 
BRASIL. Lei n° 9.492, de 10 de setembro de 1997. Define competência, regulamenta os 
serviços concernentes ao protesto de títulos e outros documentos de dívida e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1997. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/Leis/L9492.htm>. Acesso em: 31 ago. 2020. 
BRASIL. Lei N° 10.169 de 29 de dezembro de 2000. Regula o § 2o do art. 236 da 
Constituição Federal, mediante o estabelecimento de normas gerais para a fixação de 
emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. Diário 
Oficial da União. Brasília, 2000. Disponível em: <https://bit.ly/3lxxlkX>. Acesso em: 31 
ago. 2020. 
BRASIL. Lei n° 13.484 de 26/09/2017. Altera a Lei n° 6.015 de 31 de dezembro de 1973 
que dispõe sobre os registros públicos. Diário Oficial da União. Brasília, 2017. 
Disponível em: <https://bit.ly/2ESRNvv>. Acesso em: 31 ago. 2020 
GENTIL, A. Registros Públicos. Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro volume 1: Parte Geral. 17 ed. São Paulo: 
Saraiva, 2019. 
JACOMINO, S. Qualificação registral: nótula sobre a terminologia do mister registral. 
Cartorios.org, 2013. Disponível em: <https://cartorios.org/2013/01/08/qualificacao-
registral-questao-de-terminologia/>. Acesso em: 28 ago. 2020. 
LOURENÇO FILHO, L. S.; MAGALHÃES, C. R. Notas e Registros Públicos. 4ed. São Paulo: 
Editora Saraiva. 2012. 
REZENDE, A. C. F. Sobre a fé pública. Instituto de Registro Imobiliário do Brasil - IRIB. 
S.D. Disponível em: <https://www.irib.org.br/obras/sobre-a-fe-publica>. Acesso em: 
28 ago. 2020. 
São Paulo. Lei n° 11.331 de 26 de dezembro de 2002. Dispõe sobre os emolumentos 
relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro, em face das 
disposições da Lei federal n. 10.169, de 29 de dezembro de 2000. Assessoria Técnico-
Legislativa. São Paulo, 2002. Disponível em: <https://bit.ly/2YNBBTw>. Acesso em: 31 
ago. 2020. 
 
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/Leis/L9492.htm
https://cartorios.org/2013/01/08/qualificacao-registral-questao-de-terminologia/
https://cartorios.org/2013/01/08/qualificacao-registral-questao-de-terminologia/
, 
 
 
20 
 
 
2 REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS – REGISTROS 
Apresentação 
O Registro Civil das Pessoas Naturais é o mais delicado e pulsante dos registros 
públicos, porque nele se segue toda a vida da pessoa natural, desde o seu nascimento 
(com a maturidade), o casamento (com apontamento das suas dissoluções, quando o 
caso) e, por fim, o óbito. A história inteira de uma vida perenemente registrada com 
segurança jurídica, conservando todos os acontecimentos importantes na trajetória de 
cada pessoa natural, essa é a relevante atividade do registrador civil, cujos atos e 
percalços iremos desvendar. 
2.1 Unidade de Serviço 
O Registro Civil das Pessoas Naturais é realizado pelo registrador civil ou oficial de 
registro civil na forma do artigo 2°, inciso I, da Lei 6.015/1973, na serventia 
extrajudicial ou unidade de serviço, que é o espaço físico ocupado para o 
desenvolvimento da atividade e arquivo de todo o acervo que o registrador recebe 
quando o Estado lhe outorga a delegação. 
Acervo esse constituído pelos livros e documentos referentes a todos os registros 
praticados naquela Unidade de Serviço e outros documentos referentes à atividade 
administrativa e interna do cartório. Dispondo a lei que é de responsabilidade do 
registrador civil manter esses documentos em segurança permanente, respondendo 
pela sua ordem e conservação13. Estes livros e papéis pertencem ao arquivo do 
cartório, permanecendo na unidade de serviço indefinidamente14. 
Os cartórios devem ser criados e reestruturados por lei de iniciativa do Poder 
Judiciário15 e, sendo criado novo cartório, enquanto não instalado, os registros 
continuarão a ser feitos no cartório que sofreu o desmembramento, não sendo 
necessário repeti-los no novo ofício16. 
 
13 Art. 24, L6015/1973 
14 Art. 26, L6015/1973 
15 ADI 4140 (STF) 
16 Art. 27, L6015/1973 
, 
 
 
21 
 
O arquivo do antigo cartório continuará a pertencer-lhe, pois é somente a partir da 
instalação que as certidões dos registros de dada unidade de serviço poderão ser 
solicitadas na mesma, ou seja, ainda que determinada área seja de atribuição do 
cartório X, instalado há dois meses, por exemplo, os registros anteriores não lhe 
pertencem e, assim, as certidões referentes a esses registros devem ser solicitadas no 
cartório que antes detinha a atribuição para o registro naquela área territorial. 
A atribuição do Registro Civil das Pessoas Naturais tem tamanha relevância para a 
sociedade que, em cada município, haverá no mínimo um registrador civil dessa 
especialidade17, pode não haver nenhum outro serviço notarial ou registral, mas 
haverá um registrador civil. O que é salutar, pois os munícipes contarão com um 
profissional do Direito habilitado para auxílio jurídico daquela população, porquanto 
aprovado em concurso público realizado pelo Poder Judiciário, com a participação, em 
todas as fases, da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público, um notário e 
um registrador18. 
Essa função relevante do registro civil das pessoas naturais é tão flagrante que o 
legislador, no ano de 2017, mediante alteração da Lei 6.015/1973, no artigo 29, § 3°, 
expressamente considerou as unidades de serviço como ofícios da cidadania, 
autorizando-as a prestar outros serviços remunerados, mediante convênios, com 
órgãos públicos e entidades interessadas, fazendo com que, mesmo nos municípios 
mais afastados dos grandes centros, por menor que seja a população, todos tenham 
acesso aos serviços necessários ao exercício da cidadania. 
Saiba Mais 
Sobre a implantação de prestação de serviços variados, inerentes ao exercício da 
cidadania, pelos ofícios de registro civil das pessoas naturais acesse o Provimento 66 
do CNJ em https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/2528 e acórdão da ADI 5855 sobre 
o tema, em https://bit.ly/3gJjZ1s. 
 
 
17 Art. 44, § 2°, L8935/1994 
18 Art. 14 e 15, L8935/1994 
https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/2528
, 
 
 
22 
 
2.2 Atos de registro 
O objeto dos registros públicos é justamente o registro de atos e fatos jurídicos, além 
da realização de outros atos que garantam a segurança destes. Percebe-se,portanto, 
que a expressão “registros” é utilizada em sentido amplo, quando designa os registros 
públicos, e, em sentido estrito, quando denomina o ato específico praticado nas 
serventias extrajudiciais. 
O registro, em sentido estrito, é lavrado em livro próprio e documenta um ato ou fato, 
tornando este conhecimento perene, público e verdadeiro19. 
No registro civil das pessoas naturais serão objeto de registro todos os atos e fatos 
importantes para a vida civil das pessoas naturais, conforme art. 29 da Lei 6.015/1973: 
I. Os nascimentos; 
II. Os casamentos; 
III. Os óbitos; 
IV. As emancipações; 
V. As interdições; 
VI. As sentenças declaratórias de ausência; 
VII. As opções de nacionalidade; 
VIII. As sentenças que deferirem a legitimação adotiva. 
Os registros serão lavrados e assentados em livros que, no registro civil das pessoas 
naturais, são os seguintes, conforme art. 33 da Lei 6.015/1973: 
I. "A" - De registro de nascimento; 
II. "B" - De registro de casamento; 
III. "B Auxiliar" - De registro de casamento Religioso para Efeitos Civis; 
 
19 Conforme Mario de Carvalho Camargo Neto, in Registro Civil das Pessoas Naturais, vol. 1, p67. 
, 
 
 
23 
 
IV. "C" - De registro de óbitos; 
V. "C Auxiliar" - De registro de natimortos; 
VI. "D" - De registro de proclama. 
Haverá, ainda, o Livro “E”, que é exclusivo do 1° Ofício, 1° Subdistrito, 1ª Subdivisão 
Judiciária ou Sede de cada Comarca (art. 89 da Lei 6.015/1973), ou seja, não é todo 
cartório que terá esse livro. Tem por objeto de registro os demais atos de registro 
referentes ao estado da pessoa natural: 
 As emancipações judiciais e voluntárias; 
 As interdições; 
 As sentenças declaratórias de morte presumida; 
 As opções de nacionalidade; 
 Os traslados de assentos de nascimento, casamento e óbito de brasileiros 
realizados no exterior; 
 As sentenças de separação, divórcio e restabelecimento da sociedade conjugal 
proferidas em Estado diverso daquele em que se encontra registrado o 
casamento; 
 Uniões estáveis. 
Os registros serão feitos conforme art. 13 da Lei 6.015/1973: 
I. Por ordem judicial; 
II. A requerimento verbal ou escrito dos interessados; 
III. A requerimento do Ministério Público quando a lei autorizar. 
Os atos de registro dependem de provocação da parte interessada ou dos demais 
legitimados do artigo 13 da Lei 6.015/1973, esse é o princípio da instância ou rogação. 
Para os atos do registro civil o oficial do registro poderá exigir reconhecimento de 
firma nos documentos que lhe sejam apresentados (art. 13, § 1°, Lei 6.015/1973). 
, 
 
 
24 
 
O oficial registrador não poderá praticar atos de seu interesse ou de seu cônjuge, nem 
de parentes, em linha reta ou na colateral, consanguíneos ou afins, até o terceiro grau, 
pois é impedido conforme prevê o art. 15 da Lei 6.015/1973 e art. 27 da Lei 
8.935/1994. 
A atividade do registrador é desenvolvida essencialmente nos livros dos registros para 
os atos ficarem assentados de forma perene e segura, compondo a história de toda a 
sociedade. 
Saiba Mais 
Sobre parentesco, linha reta e colateral e graus de parentesco, acesse 
https://jus.com.br/artigos/70033/entendendo-o-parentesco, de autoria de 
Giulianna Visconte Fróes. 
2.3 Nascimento 
Todo nascimento com vida de pessoa natural ocorrido em território nacional, deverá 
ser levado a registro (art. 50, Lei 6.015/1973). Há obrigatoriedade do registro. Todos os 
registros são comunicados a vários órgãos (IBGE, INSS etc) viabilizando 
desenvolvimento de políticas públicas (arts. 49 e 52, § 2°, Lei 6.015/1973). 
Há uma situação na qual o nascimento com vida, em território nacional, não será 
levado a registro: os filhos de pais estrangeiros que estejam a serviço de seu país (art. 
12, I, “’a”, CF). 
O nascimento dos índios, se não integrados, também tem tratamento diferenciado, 
serão registrados administrativamente em livro próprio no órgão federal de assistência 
aos índios20, conforme artigos 12 e 13 da Lei 6.001/1973 e art. 50, § 2°, Lei 6.015/1973. 
Para adquirir personalidade civil basta o nascimento com vida (art. 2°, CC), mas, para 
que a pessoa natural possa ser individualizada e identificada, é necessário o seu 
registro de nascimento, pois nele estarão todos os elementos indispensáveis a tal 
finalidade (art. 54, Lei 6.015/1973): nome, data de nascimento, nacionalidade, 
naturalidade, filiação etc. Verifica-se, assim, que o registro do nascimento é 
meramente declaratório. 
 
20 FUNAI – Fundação Nacional do Índio. 
https://jus.com.br/artigos/70033/entendendo-o-parentesco
, 
 
 
25 
 
A declaração de nascido vivo (DNV) é o documento emitido por profissional da saúde 
que atesta os nascimentos com vida ocorridos no país e terá validade para fins de 
elaboração de políticas públicas e lavratura do assento de nascimento, conforme Lei 
12.662/2012. 
Tem legitimidade para a declaração de nascimento, conforme art. 52 da Lei 
6.015/1973: 
1. O pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, observado o disposto no § 2o do 
art. 54; 
2. No caso de falta ou de impedimento de um dos indicados no item 1, outro 
indicado, que terá o prazo para declaração prorrogado por 45 dias; 
3. No impedimento de ambos, o parente mais próximo, sendo maior, achando-se 
presente; 
4. Em falta ou impedimento do parente referido no número anterior, os 
administradores de hospitais ou os médicos e parteiras que tiverem assistido o 
parto; 
5. Pessoa idônea da casa em que ocorrer, sendo fora da residência da mãe; 
6. Finalmente, as pessoas (VETADO) encarregadas da guarda do menor. 
Além da DNV, o declarante do nascimento deverá também apresentar seu documento 
de identificação e, com exceção dos próprios pais, que poderão ser relativamente 
incapazes sem que haja assistência, todos os demais legitimados deverão ser pessoas 
capazes. 
Não sendo apresentada a DNV, se o oficial tiver qualquer dúvida em relação à 
declaração prestada, poderá diligenciar até a residência do recém-nascido para 
verificar sua existência ou exigir a atestação do médico ou parteira que tiver assistido 
ao parto, ou testemunho de duas pessoas que não forem os pais e tiverem visto o 
recém-nascido (art. 52, § 2°, Lei 6.015/1973). 
, 
 
 
26 
 
O prazo para registro do nascimento é de quinze dias, ampliado em até três meses 
para os lugares mais de trinta quilômetros distantes da sede do cartório (art. 50, Lei 
6.015/1973). Na falta ou impedimento de um dos pais, o outro terá prorrogado o 
prazo por quarenta e cinco dias para a declaração do nascimento (art. 52, §2°, Lei 
6.015/1973). 
Ultrapassado o prazo legal previsto para o registro do nascimento, deverá ser 
observado pelo registrador civil o procedimento para o registro tardio de nascimento 
disciplinado pelo art. 46 da LRP e pelo Provimento nº 28 de 05/02/2013 do CNJ21. 
A competência para o registro de nascimento é da unidade de serviço do local do parto 
ou da residência dos pais (art. 50, Lei 6.015/1973), cabendo a opção ao declarante. 
No caso de registro tardio de nascimento, a competência será fixada pelo local da 
residência do interessado (art. 46, LRP). 
Existe a possibilidade de convênio entre os estabelecimentos de saúde que realizam 
partos e os cartórios para instalação de Unidades Interligadas, que objetiva otimizar os 
registros de nascimento para que, quando a genitora e/ou o recém-nascido receberem 
alta, já tenham a certidão do registro do nascimento, conforme Provimento nº 13 de 
03/09/2010 do CNJ22. 
Nos termos do art. 54 da LRP, são elementos do registro: 
1. O dia, mês, ano e lugar do nascimento e a hora certa, sendo possível 
determiná-la, ou aproxima-la; 
2. O sexo do registrando; 
3. O fato de ser gêmeo, quando assim tiver acontecido;4. O nome e o prenome que forem postos à criança; 
5. A declaração de que nasceu morta, morreu no ato ou logo depois do parto; 
 
21 Provimento n° 28 
22 Provimento n° 13 
, 
 
 
27 
 
6. A ordem de filiação de outros irmãos do mesmo prenome que existirem ou 
tiverem existido; 
7. Os nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório 
onde se casaram, a idade da genitora, do registrando em anos completos, na 
ocasião do parto, e o domicílio ou a residência do casal; 
8. Os nomes e prenomes dos avós paternos e maternos; 
9. Os nomes e prenomes, a profissão e a residência das duas testemunhas do 
assento, quando se tratar de parto ocorrido sem assistência médica em 
residência ou fora de unidade hospitalar ou casa de saúde; 
10. O número de identificação da Declaração de Nascido Vivo, com controle do 
dígito verificador, exceto na hipótese de registro tardio previsto no art. 46 
desta Lei; 
11. A naturalidade do registrando. 
Em relação ao nome, é de livre escolha do declarante o prenome, que poderá ser 
simples ou composto, sendo que o sobrenome deverá observar forma que identifique 
a família de que provém o registrando, sua ascendência. O registrador não registrará 
prenome suscetível de expor ao ridículo o seu portador, não se conformando o 
declarante com a recusa do oficial, será instaurado procedimento e encaminhado ao 
juiz competente (art. 55, parágrafo único, LRP). 
O item “6” e parte do “7” foram revogados pela Lei 8.560/1992 que, no artigo 5º., 
prevê que, no registro de nascimento, não se fará qualquer referência à natureza da 
filiação, à sua ordem em relação a outros irmãos do mesmo prenome, exceto gêmeos, 
ao lugar do cartório do casamento dos pais e ao estado civil destes. 
A naturalidade é opção do declarante no ato do registro de nascimento e poderá ser o 
Município no qual ocorreu o nascimento ou o Município de residência da mãe do 
registrando da data do nascimento (art. 54, § 4°, LRP). 
, 
 
 
28 
 
Após atingir a maioridade civil, em até um ano, o interessado poderá alterar seu 
prenome, sem prejuízo dos apelidos de família (art. 56, LRP), por meio de pedido feito 
diretamente ao oficial do registro civil onde constar seu assento. 
Os assentos serão lidos às partes, seus procuradores, bem como às testemunhas, se 
existentes (art. 38, LRP) e por eles serão assinados, constarão as declarações feitas em 
conformidade com a lei ou determinação da sentença (art. 37, LRP). Caso os 
declarantes ou testemunhas não puderem assinar, esse fato será consignado no 
assento, assinando a rogo outra pessoa e será colhida a impressão dactiloscópica da 
pessoa que não assinar (art. 37, § 1º, LRP). 
Qualquer omissão ou erro no assento, em relação a qual seja necessário adição ou 
emenda, será feita antes da assinatura ou logo em seguida, mas antes de outro 
assento, sendo a ressalva novamente assinada por todos (art. 39, LRP). 
Qualquer outra alteração no assento somente poderá ser efetuada por meio de 
retificação, nos termos dos artigos 109 a 112 da LRP. 
O assento de nascimento, com os elementos indicados pela lei, será da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
29 
 
ASSENTO DE NASCIMENTO 
Nº de 
ordem 
Aos dias do mês do ano, lavro o presente assento de nascimento de 
NOME, do sexo__________, nascido aos dias do mês do ano, às 
__h__, no Hospital ____, na __________, Município – Estado. Por 
este ato registrário fica estabelecida a filiação do registrado na forma 
da legislação vigente. Pai: nome, natural de ____ - __, profissão, 
portador da CIRG nº ___, domicílio. Mãe: nome, natural de ____ - 
___, profissão, portadora da CIRG nº ____, domicílio, que contava 
com ____ anos por ocasião do parto. Avós paternos: _____ e _____. 
Avós maternos: ____ e ____. Foi declarante _____________. Foi 
apresentada a DNV nº _______, seguindo-se seu arquivamento em 
classificador próprio. Feito e lido na presença do declarante, lavro e 
encerro, colhendo sua assinatura no termo. Dou fé. Rubrica do 
Oficial, nome do oficial. 
 
_____________ 
Assinatura do declarante 
 Isento de Emolumentos 
_____________ 
Assinatura do Oficial 
 
 
 
2.4 Casamento 
O artigo 226 da CF prevê que a família, base da sociedade, tem especial proteção do 
Estado, disciplinando nos seus parágrafos a gratuidade da celebração do casamento e 
possibilitando efeitos civis para o casamento religioso, tudo isso justamente porque 
pelo casamento nasce uma das formas de família. 
 
 
 
, 
 
 
30 
 
O casamento, que diz respeito ao estado familiar da pessoa natural, é a união entre 
duas pessoas objetivando comunhão plena de vida, fundado na igualdade de direitos e 
deveres entre os cônjuges (art. 1.511, CC) e, enquanto fato jurídico23, tem ingresso no 
registro civil das pessoas naturais no Livro “B” ou se casamento religioso para efeitos 
civis no Livro “B-Auxiliar”. 
O registro do casamento será precedido do processo de habilitação, perante o 
registrador civil, e da celebração. 
O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, 
perante o juiz de casamentos, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal e o juiz os 
declara casados, por oportunidade da celebração (art. 1.514, CC) e constitui ato formal 
e solene. 
A celebração do casamento é gratuita (art. 1.512, CC). 
O casamento religioso terá os mesmos efeitos do casamento civil, atendidos os 
requisitos legais, que são os mesmos exigidos para o casamento civil (art. 1.516, CC), 
produzirá efeitos a partir da data da sua celebração (art. 1.515, CC). 
Podem se casar os maiores de 16 anos, sendo essa a idade núbil, exigindo-se 
autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida 
a maioridade civil (art. 1.517, CC). 
O processo de habilitação para o casamento está disciplinado pelos artigos 1.525 a 
1.532 do CC e 67 e seguintes da LRP e objetiva que seja verificada a capacidade dos 
nubentes, se não há fato obstativo ao casamento, verificar a validade do regime de 
bens pretendido e pertinência de eventual alteração de nome dos nubentes e viabilizar 
ampla publicidade à manifestação do desejo do casamento, oportunizando 
possibilidade de oposição a qualquer interessado. 
 
23 Sobre a natureza jurídica do casamento, leia o texto “O casamento e sua natureza jurídica” que 
poderá ser encontrado nas referências bibliográficas no final do bloco. 
, 
 
 
31 
 
O regime de bens para o casamento é disciplinado nos artigos 1.639 e seguintes do CC, 
sendo de livre convenção entre os cônjuges por meio de escritura pública e, caso não 
estabelecido, o casamento será realizado sob o regime da comunhão parcial de bens. 
O regime da separação de bens obrigatória será observado, por imposição legal, nos 
termos do art. 1.641 do CC, nos seguintes casos: 
I. Das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; 
II. Da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
III. De todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
O nome, com o casamento, poderá ser alterado pelos cônjuges, para identificação da 
nova família que será constituída, autorizando-se ao cônjuge acrescer o sobrenome do 
outro (art. 1.565, § 1°, CC), compondo livremente o nome, podendo ser suprimido 
parcialmente o sobrenome anterior. Em regra, é proibida a supressão total do 
sobrenome de solteiro. 
Nesse processo de habilitação os interessados apresentam os documentos exigidos 
pela lei24 e requerem ao oficial registrador civil da circunscrição da residência de um 
dos nubentes que, após processado o expediente, seja expedido o certificado de 
habilitação para o casamento (art. 1.531, CC) que terá prazo de noventa dias contados 
da data em que foi extraído(art. 1.532, CC). 
 
 
24 (CC) Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os 
nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes 
documentos: I - certidão de nascimento ou documento equivalente; II - autorização por escrito das 
pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra; III - declaração de duas 
testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento 
que os iniba de casar; IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes 
e de seus pais, se forem conhecidos; V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória 
de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de 
divórcio. 
, 
 
 
32 
 
Ultrapassado o prazo de eficácia do certificado de habilitação e não realizado o 
casamento, o processo será arquivado. Se os nubentes ainda pretenderem se casar, 
deverá ser feita outra habilitação, com nova publicação de editais e pagamento dos 
emolumentos. 
Os documentos apresentados serão autuados e, estando em termos, será extraído 
edital de proclamas25 que será afixado na Unidade de Serviço por quinze dias, e, se 
diversa a residência dos nubentes, também na Unidade de Serviço da circunscrição 
respectiva, bem como na imprensa local, se houver. 
Qualquer pessoa que tiver conhecimento de situação que enseje impedimento dos 
nubentes, cujas causas estão elencadas no art. 1.521, CC, poderá, até o momento da 
celebração do casamento indicá-la. Para oposição das causas suspensivas (art. 1.523, 
CC) a legitimidade é restrita, podendo ser arguidas pelos parentes em linha reta dos 
nubentes e pelos colaterais em segundo grau, em qualquer caso consanguíneos ou 
afins (1.524, CC). Em qualquer caso, a oposição deverá ser feita por escrito e assinada, 
acompanhada das provas do quanto alegado ou indicação do lugar onde possam ser 
obtidas (art. 1.529, CC). 
Superada a fase das oposições, por requerimento dos nubentes e mediante 
apresentação do certificado de habilitação, o juiz de casamentos designará dia, hora e 
lugar para celebração do casamento (art. 1.533, CC). A celebração será feita na 
Unidade de Serviço ou em diligência, se consentir o juiz de casamentos, na presença de 
testemunhas. 
A celebração do casamento que contempla a gratuidade é a realizada na Unidade de 
Serviço, porque não seria razoável impor custo sem remuneração caso a celebração 
fosse feita em diligência. 
O registro do casamento será feito logo após sua celebração em livro próprio (Livro 
“B”), cujo assento será assinado pelo presidente do ato (juiz de casamentos), pelos 
cônjuges, testemunhas e pelo oficial do registro (art. 1.536, CC) e conterá os seguintes 
elementos (art. 70 da LRP): 
 
25 Que será objeto de registro no Livro “D” 
, 
 
 
33 
 
1. Os nomes, prenomes, nacionalidade, naturalidade, data de nascimento, 
profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges; 
2. Os nomes, prenomes, nacionalidade, data de nascimento ou de morte, 
domicílio e residência atual dos pais; 
3. Os nomes e prenomes do cônjuge precedente e a data da dissolução do 
casamento anterior, quando for o caso; 
4. A data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento; 
5. A relação dos documentos apresentados ao oficial do registro; 
6. Os nomes, prenomes, nacionalidade, profissão, domicílio e residência atual das 
testemunhas; 
7. O regime de casamento, com declaração da data e do cartório cuja nota foi 
tomada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão ou o 
legal que sendo conhecido, será declarado expressamente; 
8. O nome, que passa a ter a mulher, em virtude do casamento; 
9. Os nomes e as idades dos filhos havidos de matrimônio anterior ou legitimados 
pelo casamento. 
10. À margem do termo, a impressão digital do contraente que não souber assinar 
o nome. 
O casamento religioso para efeitos civis também necessita do processo de habilitação 
anterior à celebração pela autoridade ou ministro religioso, conforme artigo 71 da LRP. 
Será observado o mesmo prazo de noventa dias de eficácia para o certificado de 
habilitação. A celebração será realizada pela autoridade ou ministro religioso e, 
justamente por essa razão, o respectivo registro será assinado apenas pelo oficial 
registrador que arquivará a prova do ato religioso da celebração (art. 74, parágrafo 
único, LRP) e conterá os elementos do artigo 70 da LRP mais os requisitos do artigo 73, 
§ 1° do mesmo diploma legal. 
, 
 
 
34 
 
A celebração poderá ser anterior ao processo de habilitação, o que se evidencia do 
artigo 74 da LRP, devendo o processo de habilitação, nesse caso, ser feito após a 
apresentação do requerimento, pelos nubentes, instruído com os mesmos 
documentos exigidos à habilitação do casamento civil. A maioria das religiões exige o 
certificado de habilitação para a celebração, o que é salutar para que se saiba se há 
algum empecilho para o casamento, não frustrando expectativa ou interesses dos seus 
fiéis. 
O casamento religioso será registrado no Livro “B-Auxiliar”. 
O requerimento para registro poderá ser feito por comunicação da autoridade ou 
ministro religioso ou por qualquer interessado se com prévia habilitação, no prazo de 
noventa dias da celebração (art. 1.516, § 1°, CC); ou apenas por requerimento do casal, 
se não houver habilitação anterior à celebração (art. 1.516, § 2°, CC). 
O registrador civil poderá exigir apresentação de prova de competência do celebrante 
e regularidade funcional da instituição religiosa. 
Em relação à união estável, a Constituição Federal prevê expressamente a facilitação 
da sua conversão em casamento (art. 226, § 3°). O CC dispõe que a conversão poderá 
ocorrer mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil (art. 
1.726). 
A Lei 9.278/1996, que regulava a união estável anteriormente a entrada em vigor do 
CC/2002 previa, no seu artigo 8°, que a conversão da união estável em casamento 
poderia ser requerida diretamente ao Oficial do Registro Civil do domicílio dos 
conviventes. Assim, o que se tem é que o CC trouxe à conversão um inconveniente, 
indo na contramão da desjudicialização realizada em muitos Estados como em São 
Paulo, por exemplo, as Corregedorias Gerais de Justiça disciplinaram a conversão 
diretamente em Cartório, em alguns casos com registro no Livro “B” ou no Livro “B-
Auxiliar”. Também se exigirá o processo de habilitação para o seu registro e não 
haverá celebração. 
, 
 
 
35 
 
As testemunhas para os atos do registro civil podem ser parentes do registrado, em 
qualquer grau (art. 42, LRP). 
A prova do casamento é feita pela certidão do registro do casamento (art. 1.543, CC). 
O assento do casamento, após celebração, adota a seguinte forma: 
ASSENTO DE CASAMENTO 
Nº de 
ordem 
Aos dias do mês do ano, sob a atribuição e nas dependências físicas desta 
Unidade de Serviço, com toda publicidade e a portas abertas, presentes os 
contraentes juntamente com as testemunhas e o Oficial do Registro, foi 
declarado efetuado o casamento pelo Presidente do ato, após ouvida a 
afirmação de que pretendiam se casar por livre e espontânea vontade. 
Assim, uma vez celebrado, lavro o presente assento de casamento de 
nome, nacionalidade, natural de ____, nascido aos __/__/__, profissão, RG 
e CPF, domiciliado em ____ e de nome, nacionalidade, natural de ____, 
nascido aos __/__/__, profissão, RG e CPF, domiciliado em ____. Ele, após 
o casamento, adotará o nome de ______. Ela, após o casamento, adotará o 
nome de _____. Ele, filho de nome, nacionalidade, nascido em ____, aos 
_/__/___, domiciliado em ____ e de nome, nacionalidade, nascida em 
____, aos __/__/_, domiciliada em ___. Ela, filha de nome, nacionalidade,nascido em ____, aos _/__/___, domiciliado em ____ e de nome, 
nacionalidade, nascida em ____, aos __/__/_, domiciliada em ___. O 
regime de casamento adotado é o da _________. O procedimento de 
habilitação para o casamento foi devidamente autuado e registrado (livro 
protocolo de entrada nº ___, página ___, sob o registro nº ___), 
encontrando-se instruído com os documentos exigidos pelo art. 1525 do 
CC. O edital de proclamas foi afixado em local ostensivo desta Unidade de 
Serviço em dia do mês do ano e publicado na imprensa local. Diante da 
inexistência de fato obstativo, seguiu-se o procedimento até ser proferida 
a certificação para o casamento em dia do mês do ano e a designação 
desta solenidade, presidida e celebrada pelo Juiz de Casamento, Sr. Nome, 
 
, 
 
 
36 
 
na presença das testemunhas: nome, nacionalidade, profissão, RG e CPF, 
domicílio e Nome, na presença das testemunhas: nome, nacionalidade, 
profissão, RG e CPF, domicílio. E, para registrar este ato, lavro o presente 
assento, o qual, antes de assinado, foi lido na presença de todos. Eu, 
rubrica do oficial, nome do Oficial, encerro, colhendo as assinaturas das 
partes, testemunhas e do celebrante. 
_____________ 
Assinatura do cônjuge Isento de 
Emolumentos 
_____________ 
Assinatura do cônjuge 
______________ 
Assinatura da testemunha 
______________ 
Assinatura da testemunha 
______________ 
Assinatura do celebrante 
______________ 
Assinatura do oficial 
 
2.5 Óbito e natimorto 
A existência da pessoa natural termina com a morte (art. 6°, CC) e decorre vários 
efeitos. Dentre eles podemos citar a dissolução da sociedade conjugal (Lei 6.515/77 e 
art. 1.571, Código Civil) e do regime matrimonial; a extinção do poder familiar (art. 
1.635, Código Civil); a extinção dos contratos personalíssimos, como o mandato (art. 
682, II, Código Civil); a cessação da obrigação alimentar, pois os herdeiros do devedor 
responderão até a força da herança (art. 23, Lei 6.515/77); e a abertura da sucessão. O 
morto deixa de ser sujeito de direitos e deveres. 
A morte real é evidenciada pela morte cerebral (art. 3º, Lei 9.434/1997, que disciplina 
a morte para fins de remoção de órgãos para transplante). É disciplinada na 1ª parte 
do art. 6º, Código Civil. 
A morte é fato relevante para o Direito, sendo assim será registrada no Livro “C” do 
local do óbito ou da residência do morto (art. 77, Lei 6.015/73). 
, 
 
 
37 
 
O prazo é de 24 horas do falecimento (art. 78, Lei 6.015/1973), podendo ser realizado 
depois, pela distância ou outro motivo relevante, com a maior brevidade possível, 
dentro dos prazos para o registro do nascimento26. Ultrapassados esses prazos, o 
registro necessitará de autorização do juiz competente para ser lavrada, em regra essa 
medida consta das Normas de Serviço emitidas pela Corregedoria Geral da Justiça dos 
Estados. 
Há o registro do natimorto, que é aquele que nasceu sem vida, que será realizado no 
Livro “C-Auxiliar”. 
A morte presumida será objeto de registro no Livro “C”. 
A declaração de ausência será registrada no Livro “E”. 
Primeiramente, trataremos do registro do óbito por morte real que, para ser realizado, 
deverá ser apresentada a declaração de óbito27 firmada por médico. 
Ocorrido o óbito sem assistência médica, duas testemunhas atestarão o falecimento 
(art. 77, 2ª parte, Lei 6.015/1973). 
Ocorrendo falecimento de criança de menos de um ano, o oficial do registro do óbito 
deverá verificar se há registro de nascimento dessa criança e, não havendo, será 
primeiramente feito o registro do óbito (art. 77, § 1°, LRP). Perceba-se que, nessa 
situação, a competência para o registro do nascimento28 será a mesma do registro do 
óbito, justamente para que se evite que os pais ou responsáveis pela criança fiquem 
indo para um e outro cartório para os registros necessários. 
Os legitimados para a declaração do registro do óbito são aqueles indicados no art. 79 
da LRP que são: 
1. O chefe de família, a respeito de sua mulher, filhos, hóspedes, agregados e 
fâmulos; 
 
26 Disciplinados no art. 50, L6015/1973 
27 Regulada pela Lei 11.976/2009 e Portaria 116/2009 da Secretaria de Vigilância em Saúde do 
Ministério da Saúde. 
28 Que é do local do nascimento ou da residência dos pais 
, 
 
 
38 
 
2. A viúva, a respeito de seu marido, e de cada uma das pessoas indicadas no 
número antecedente; 
3. O filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão, a respeito dos irmãos e demais 
pessoas de casa, indicadas no nº 1, o parente mais próximo maior e presente; 
4. O administrador, diretor ou gerente de qualquer estabelecimento público ou 
particular, a respeito dos que nele faleceram, salvo se estiver presente algum 
parente em grau acima indicado; 
5. Na falta de pessoa competente, nos termos dos números anteriores, a que tiver 
assistido aos últimos momentos do finado, o médico, o sacerdote ou vizinho 
que do falecimento tiver notícia; 
6. A autoridade policial, a respeito de pessoas encontradas mortas. 
Prevendo o parágrafo único do art. 79 da LRP que a declaração poderá ser feita por 
meio de preposto, autorizando o declarante em escrito, de que constem os elementos 
necessários ao assento de óbito. 
Os elementos do registro estão elencados no artigo 80 da LRP: 
1. A hora, se possível, dia, mês e ano do falecimento. 
2. O lugar do falecimento, com indicação precisa. 
3. O prenome, nome, sexo, idade, cor, estado, profissão, naturalidade, domicílio e 
residência do morto. 
4. Se era casado, o nome do cônjuge sobrevivente, mesmo quando desquitado; se 
viúvo, o do cônjuge pré-defunto; e o cartório de casamento em ambos os 
casos. 
5. Os nomes, prenomes, profissão, naturalidade e residência dos pais. 
6. Se faleceu com testamento conhecido. 
7. Se deixou filhos, nome e idade de cada um. 
, 
 
 
39 
 
8. Se a morte foi natural ou violenta e a causa conhecida, com o nome dos 
atestantes. 
9. Lugar do sepultamento. 
10. Se deixou bens e herdeiros menores ou interditos. 
11. Se era eleitor. 
12. Pelo menos uma das informações a seguir arroladas: número de inscrição do 
PIS/PASEP; número de inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, 
se contribuinte individual; número de benefício previdenciário - NB, se a pessoa 
falecida for titular de qualquer benefício pago pelo INSS; número do CPF; 
número de registro da Carteira de Identidade e respectivo órgão emissor; 
número do título de eleitor; número do registro de nascimento, com 
informação do livro, da folha e do termo; número e série da Carteira de 
Trabalho. 
No parágrafo único do artigo 80 há obrigatoriedade de o oficial do registro comunicar 
o óbito à Receita Federal e à Secretaria de Segurança Pública da unidade da Federação 
que tenha sido emitida a cédula de identidade, exceto se, em razão da idade do 
falecido, essa informação for manifestamente desnecessária. 
Na falta de algum desses elementos, o oficial certificará no assento que o declarante 
ignorava os dados faltantes, sendo essa a regra das Normas de Serviço emitidas pela 
Corregedoria Geral da Justiça de alguns Estados. 
O assento do óbito será assinado pelo declarante ou alguém a seu rogo, se não souber 
ou não puder assinar, e pelo registrador (art. 82, LRP). 
As causas do óbito, que são indicadas na declaração de óbito e constarão 
expressamente do registro, são muito importantes para desenvolvimento de políticas 
públicas. 
Tratando-se de pessoa falecida desconhecida o registro do óbito consignará descrição 
mais pormenorizada possível (estatura, sinais aparentes, idade presumida, vestuário e 
qualquer outra indicação) que possa auxiliar no futuro reconhecimento), conforme art. 
81 da LRP. 
, 
 
 
40 
 
Os cadáveres não reclamados poderão ser utilizados para pesquisa científica e estudos, 
sendo previsto procedimento específicona Lei 8.501/1992. 
O registro do natimorto será feito no Livro “C-Auxiliar” e é previsto no art. 53 da LRP. 
Natimorto é o nascido sem vida, trata-se do óbito fetal. O médico que houver prestado 
assistência à mãe irá emitir a declaração de óbito atendidos determinados requisitos: 
gestão com duração igual ou superior a 20 semanas ou o feto tiver peso corporal igual 
ou superior a 500 gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 centímetros29. As 
demais situações são tratadas como aborto, que não são objeto de registro. 
Embora a lei preserve os direitos dos nascituros desde a concepção30, nascendo morta 
a criança, não serão adquiridos direitos, não será adquirida personalidade, mas, 
mesmo assim, poderá a genitora ter direito a concessão de salário-maternidade, se 
atendidos os requisitos da legislação previdenciária31, assim, sendo fato juridicamente 
relevante, será objeto de registro. 
Os legitimados para declaração do registro são os mesmos do registro do 
nascimento32. 
Os elementos do registro do natimorto são os mesmos do nascimento, no que couber, 
mais a circunstância do óbito fetal, bem como sua causa (art. 53, § 1°, LRP). 
Os casos de morte presumida, sem decretação de ausência, constantes do art. 7°, CC e 
88 da LRP, que decorrem das situações em que se evidencia situação que fortemente 
indica a morte da pessoa, mas não há cadáver para exame médico objetivando 
atestação da morte, após procedimento judicial de justificação, serão registrados no 
Livro “C”, em regra, de conformidade com a previsão nas Normas de Serviço da 
Corregedoria Geral da Justiça de cada Estado. 
A declaração de ausência, decorrente de processo judicial, será registrada no Livro “E”, 
conforme art. 94 da LRP. 
 
29 Portaria n° 116/2009 da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. 
30 Art. 2°, CC 
31 Saiba mais lendo o artigo “Salário Maternidade” disponível nas referências bibliográficas 
32 Art. 52, LRP. 
, 
 
 
41 
 
Ultrapassados os prazos legais para a declaração do óbito, o registro deverá ser feito 
após autorização do juiz competente, regra que não consta expressamente da Lei de 
Registros Públicos, mas que são encampadas pelas normas de serviço dos Estados, 
como ocorre em São Paulo. 
O assento de óbito terá a seguinte forma: 
ASSENTO DE ÓBITO 
Nº de 
ordem 
Aos dias do mês do ano, lavro o presente assento de óbito de nome, sexo, 
com ___ anos, cor, estado civil, profissão, nascido aos __/__/__, natural de 
________, domicílio ______. Falecido às __h__, em Hospital _____, na rua 
____, Município – Estado. Foi apresentada a D.O. nº ____, subscrita pelo 
Dr. ______, CRM _____, indicando-se como causa da morte ______, 
seguindo-se seu arquivamento em classificador próprio. Neste ato, se 
estabelece a qualificação do registrado, conforme declaração e 
documentos apresentados. O registrado faleceu no estado civil de _____ 
(casado com ___, viúvo de ___, união estável com ____). Filho de nome, 
profissão, naturalidade e domicílio e de nome, profissão, naturalidade e 
domicílio. Deixou os filhos: nome e idade (maiores e capazes, mencionando 
se interditado). Inexiste notícia acerca de eventual testamento. O falecido 
não deixa bens, era eleitor, título nº -___, zona ___, portava a CIRG nº 
____-SSP-SP, era inscrito no CPF/MF sob o nº ____, inscrito no PIS/PASEP 
sob o nº ____, portava a CTPS nº ____ e série ___, INSS ____. Foi 
declarante do ato registrário: nome, naturalidade, nascido aos __/___/___, 
profissão, RG, CPF, domicílio. O declarante ignorava os elementos 
faltantes. E, para registrar este ato, lavro o presente assento, o qual, antes 
de ser assinado, foi lido na presença do declarante. Eu, rubrica do oficial, 
nome do oficial, lavro e encerro, colhendo a assinatura do declarante. 
 
_____________ 
Assinatura do declarante 
 Isento de Emolumentos 
_____________ 
Assinatura do oficial 
 
, 
 
 
42 
 
Conclusão 
Todos os fatos relevantes para a pessoa natural têm assento no registro civil, desde o 
nascimento, passando pelo casamento e, por fim, a morte que enseja a extinção da 
personalidade jurídica da pessoa. Esses fatos são extremamente relevantes para o 
indivíduo, enquanto ser humano e para toda a sociedade. Por isso são feitos, 
guardados e preservados de forma perpétua pelos registros públicos. 
Nos registros públicos pode ser estudada e pesquisada toda a história das pessoas que 
compõem dada sociedade. Existem requisitos específicos para cada um desses 
registros, competência, prazos, legitimidade para declaração, documentos necessários, 
elementos dos registros etc., exigidos pela lei, como pudemos observar. 
Quando nos deparamos com uma certidão de qualquer desses registros estudados, 
que é a forma pela qual é feita a publicização do que consta nos livros, temos nas mãos 
toda a história de uma vida, pois, como veremos, para esses registros serão 
comunicados todos os acontecimentos relevantes, por exemplo, para o nascimento 
será comunicado o casamento para a anotação respectiva; para o nascimento e para o 
casamento, será comunicado o óbito, para a mesma finalidade. Os Cartórios se 
comunicam para que os registros estejam sempre atuais, como veremos, os registros 
públicos, nesse aspecto, são dinâmicos acompanhando a vida. 
REFERÊNCIAS 
ALVIM NETO, J. M. A.; CLÁPIS, A. L.; CAMBLER, E. A. Lei de Registros Públicos 
comentada: Lei 6.015/1973. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense. 2019. 
BRASIL. Conselho Nacional de justiça - Corregedoria. Provimento N° 13. Dispõe sobre a 
emissão de certidão de nascimento nos estabelecimentos de saúde que realizam 
partos. Diário Oficial da União. Brasília, 2010. Disponível em: 
<https://atos.cnj.jus.br/files//provimento/provimento_13_03092010_2610201217164
3.pdf>. Acesso em: 3 set. 2020. 
 
, 
 
 
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BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Provimento N° 28. Dispõe sobre o registro tardio 
de nascimento por Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais, nas hipoteses que 
disciplina. Diário Oficial da União. Brasília, 2013. Disponível em: 
<https://atos.cnj.jus.br/files//provimento/provimento_28_05022013_2504201315465
5.pdf>. Acesso em: 3 set. 2020. 
BRASIL. Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros públicos e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1973. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm>. Acesso em: 31 ago. 
2020. 
BRASIL. LEI 6.515, de 26 de dezembro de 1977. Regula os casos de dissolução da 
sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos, e dá outras 
providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1977. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6515.htm>. Acesso em: 1 set. 2020. 
BRASIL. Lei n° 8.501, de 30 de novembro de 1992. Dispõe sobre a utilização de cadáver 
não reclamado, para fins de estudos ou pesquisas científicas e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. Brasília, 1992. Disponível em: <https://bit.ly/34Pst4N>. Acesso 
em: 1 set. 2020 
BRASIL. Lei n° 8.560, de 29 de dezembro de 1992. Regula a investigação de 
paternidade dos filhos havidos fora do casamento e dá outras providências. Diário 
Oficial da União. Brasília, 1992. Disponível em: <https://bit.ly/34Xaj0T>. Acesso em: 1 
set. 2020. 
BRASIL. Lei n° 8.935, de 18 de novembro de 1994. Regulamenta o art 236 da 
Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro (lei dos cartórios). 
Diário Oficial da União. Brasília, 1994. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8935.htm>. Acesso em: 28 ago. 2020. 
BRASIL. Lei 9.278, de 10 de maio de 1996. Regula o § 3° do art. 226 da Constituição 
Federal. Diário Oficial da União. Brasília, 1996. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9278.htm>. Acesso em: 1 set. 2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm

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