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Política Nacional do Meio Ambiente

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OAB
EXAME DE ORDEM
DIREITO
AMBIENTAL
Capítulo 03
 
1 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Princípios do Direito ambiental  
Capítulo 2 – Tutela Constitucional do Meio Ambiente e 
Responsabilidade Ambiental Civil e Administrativa. 
    
Capítulo 3 (Você está aqui!) – Política Nacional do Meio Ambiente.  
Capítulo 4 – Licença Ambiental.     
Capítulo 5 – Código Florestal.    
Capítulo 6 – Unidades de Conservação da Natureza.   
Capítulo 7 – Política Nacional de Recursos Hídricos e Os Recursos 
Minerais. 
   
Capítulo 8 – Tutela Processual Coletiva do Meio Ambiente e Tutela 
Penal e Processual Penal do Meio Ambiente. 
 
 
 
 
2 
 
SOBRE ESTE CAPÍTULO 
A apostila de número 03 do nosso curso de Direito Ambiental tratou sobre a PNMA. 
Agora, vamos as nossas considerações: 
“PNMA” apareceu apenas 1 VEZ nos últimos 3 anos, sendo considerado um assunto de baixa 
recorrência no Exame de Ordem. Mas isso não significa que devemos achar que esse assunto 
é irrelevante, muito pelo contrário! Por já ter sido objeto de questão, o seu aprendizado se torna 
essencial. Adicionamos questões de outros concursos que versam sobre esse tema para que 
você assimile ainda mais o conteúdo, tá? 
A FGV costuma seguir o padrão já conhecido, trazendo um caso hipotético, no qual será cobrado 
do aluno o conhecimento sobre a letra seca da lei. 
Vamos juntos! 
 
 
 
3 
SUMÁRIO 
DIREITO AMBIENTAL .............................................................................................................................. 4 
Capítulo 3 .................................................................................................................................................. 4 
4. Política Nacional do Meio Ambiente ........................................................................................... 4 
4.1 Introdução ................................................................................................................................................................ 4 
4.2 Princípios e objetivos .......................................................................................................................................... 4 
4.3 Conceitos importantes ........................................................................................................................................ 9 
4.4 Sistema Nacional do Meio Ambiente -SISNAMA ................................................................................ 11 
4.5 Instrumentos da PNMA ................................................................................................................................... 15 
4.6 Taxa de controle e fiscalização ambiental - TCFA ............................................................................... 30 
QUADRO SINÓTICO .............................................................................................................................. 32 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 36 
GABARITO ............................................................................................................................................... 47 
QUESTÃO DESAFIO ................................................................................................................................ 48 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................... 49 
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 53 
JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................... 54 
MAPA MENTAL ...................................................................................................................................... 57 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 59 
 
 
 
4 
DIREITO AMBIENTAL 
Capítulo 3 
4. Política Nacional do Meio Ambiente 
 
4.1 Introdução 
A Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA foi instituída no Brasil em 1981 através da 
Lei 6.938, influenciada pelas normas de direito ambiental internacional e recepcionada pela 
Constituição de 1988. Essa lei é um dos principais instrumentos legais de regulamentação 
ambiental no nosso país, pois funciona como uma regra norteadora da proteção ambiental, 
institui princípios, objetivos, instrumentos e o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. 
A PNMA regulamenta a competência material comum em matéria administrativa ambiental 
dos entes federados, prevista no art. 23, VI e VII da CF/88, estabelecendo padrões mínimos 
gerais que devem ser especificados no âmbito do território de cada ente, de acordo com as 
peculiaridades inerentes a cada um. 
Portanto, cabe à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios implementar a 
PNMA e exercer a atividade pública de acordo com os seus princípios e objetivos, utilizando de 
seus instrumentos, especificando as suas regras de acordo com os interesses próprios. 
4.2 Princípios e objetivos 
Segundo o art. 2º da PNMA, a Lei tem como objetivos a preservação, a melhoria e a 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida. Ainda, visa assegurar, no País, condições 
 
5 
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana. 
Em seguida, o mesmo dispositivo enumera princípios1 norteadores que devem ser 
atendidos nas ações para implementar a PNMA: 
Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria 
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional 
e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, 
tendo em vista o uso coletivo; 
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras2; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e 
a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
Perceba que os princípios estabelecidos na PNMA não se confundem com os princípios do 
Direito Ambiental geralmente indicados pela doutrina, mas neles se fundamentam. Eles não são 
contraditórios, ao contrário, eles convergem para manter o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. Inclusive, é possível traçar o seguinte paralelo: 
 
1 Vide questão 5 desse material. 
2 Vide questão 10 desse material. 
 
6 
Ação governamental na manutenção do 
equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como um patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo 
em vista o uso coletivo 
Princípio da obrigatoriedade de 
intervenção estatal 
Racionalização do uso do solo, do subsolo, da 
água e do ar 
Princípio da prevenção 
Planejamento e fiscalização do uso dos recursos 
ambientais 
Princípio da obrigatoriedade de 
intervenção estatal 
Proteção dos ecossistemas, com a preservação 
de áreas representativasPrincípio da prevenção 
Controle e zoneamento das atividades potencial 
ou efetivamente poluidoras 
Princípio da obrigatoriedade de 
intervenção estatal 
Incentivos ao estudo e à pesquisa de 
tecnologias orientadas para o uso racional e a 
proteção dos recursos ambientais 
Princípio da educação ambiental 
Acompanhamento do estado da qualidade 
ambiental 
Princípio da obrigatoriedade de 
intervenção estatal 
Recuperação de áreas degradadas Princípio do poluidor-pagador 
Proteção de áreas ameaçadas de degradação Princípio da prevenção e princípio da 
precaução 
Educação ambiental a todos os níveis de 
ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa 
na defesa do meio ambiente 
Princípio da educação ambiental 
 
A doutrina chama os objetivos previstos no caput do art. 2º da PNMA de objetivos gerais; 
e de objetivos específicos aqueles previstos no art. 4º da mesma lei, que se referem a 
procedimentos que devem ser realizados para alcançar o resultado esperado, qual seja, os 
objetivos gerais. 
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
 
7 
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao 
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Territórios e dos Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas 
relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso 
racional de recursos ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e 
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade 
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização 
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio 
ecológico propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar 
os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais 
com fins econômicos. 
 compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico3 
O desenvolvimento sustentável deve ser entendido como a união do desenvolvimento 
econômico com equidade social e a preservação ambiental. O inciso I do art. 4º da PNMA dispõe 
exatamente sobre isso quando afirma que a Lei visará “à compatibilização do desenvolvimento 
econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico”. 
 definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao 
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios 
 
3 Vide questão 2 desse material. 
 
8 
No inciso II temos o princípio da obrigatoriedade de intervenção estatal. De acordo com a 
PNMA, o Poder Público deve definir as áreas que trabalhará com prioridade nas ações 
ambientais. 
 estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas 
ao uso e manejo de recursos ambientais 
Ao estabelecer critérios e padrões de qualidade ambiental e normas regulamentadoras do 
uso e manejo dos recursos naturais, a PNMA passa a tolerar determinados impactos ambientais. 
Com isso, podemos afirmar que o impacto ambiental causado por determinada atividade que 
cumpra as normas ambientais é permitido. O que diferencia esse impacto do dano ambiental é 
exatamente a atividade fora dos critérios e padrões de qualidade estabelecidos. 
 desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso 
racional de recursos ambientais 
O inciso IV dispõe que é um objetivo da PNMA que a Administração Pública desenvolva 
tecnologias para que as atividades que usam recursos ambientais possam ser exercidas de forma 
racional4. 
 difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, divulgação de dados e 
informações ambientais e formação de uma consciência pública sobre a necessidade 
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico 
Esse objetivo da PNMA está consubstanciado nos princípios da informação, da educação 
ambiental e da participação democrática. A sociedade deve atuar junto ao Estado na preservação 
do meio ambiente, mas, para tanto, ela precisa ter uma consciência pública de democracia e 
acesso a dados e informações sobre a qualidade ambiental e sobre o equilíbrio ecológico. 
 preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização 
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do 
equilíbrio ecológico propício à vida 
 
4 Vide questão 10 desse material. 
 
9 
Aplica-se a esse objetivo da PNMA os princípios da precaução, da prevenção e, no caso 
de dano, o princípio da restauração, que deve ser a mais abrangente possível, visando o mais 
próximo da condição original. 
 à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar 
os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos. 
Em caso de dano ao meio ambiente, cabe ao poluidor restaurar a sua condição anterior. 
Caso isso não seja possível, o poluidor deverá recuperar os danos que causou, deixando o 
ecossistema em condição de equilíbrio ambiental, mesmo que diferente da condição original. 
Geralmente os danos ambientais não são reversíveis por completo. Por isso, a 
recomposição do meio ambiente pode ser cumulada com a indenização. 
A preferência é pela tutela específica de recuperar os danos causados, mas, caso isso não 
seja possível, haverá a imposição de obrigação de indenizar ao poluidor, que deve ser revertido 
à preservação do meio ambiente. Estamos diante do princípio do poluidor-pagador. 
Ao final, o inciso VII trata do princípio do usuário-pagador. O usuário-pagador não comete 
nenhum ilícito ambiental, o intuito do princípio é racionalizar o uso do meio ambiente, evitando 
o seu desperdício e mantendo a sua forma preservada. Para tanto, é definido um valor 
econômico ao bem natural. 
4.3 Conceitos importantes 
O art. 3º da PNMA define diversos conceitos importantes para o nosso estudo. Essa 
conceituação se aplica à toda matéria ambiental e não somente à lei em análise. 
Meio ambiente 
conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida 
em todas as suas formas. 
Degradação 
a alteração adversa das características do 
meio ambiente. 
 
10 
Poluição5 
degradação da qualidade ambiental 
resultante de atividades que direta ou 
indiretamente: 
 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-
estar da população; 
 
b) criem condições adversas às atividades 
sociais e econômicas; 
 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias 
do meio ambiente; 
 
e) lancem matérias ou energia em desacordo 
com os padrões ambientais estabelecidos 
Poluidor 
pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, responsável, direta ou indiretamente, 
por atividade causadora de degradação 
ambiental 
Recursos ambientais 
a atmosfera, as águas interiores, superficiais e 
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o 
solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a 
fauna e a flora. 
 
O conceito de meio ambiente apresentado pela Lei 6.938/81 trata apenas dos seus aspectos 
naturais, mas ele não se resume a isso na sociedade atual. De acordo com a Constituiçãode 
1988 e com o princípio do desenvolvimento sustentável, devemos acrescentar ao conceito de 
meio ambiente os aspectos sociais, culturais e econômicos. O conceito de meio ambiente deve 
ser amplo, assim como o previsto na Resolução 306/2002 do CONAMA: “conjunto de condições, 
 
5 Vide questões 3, 6 e 10 desse material. 
 
11 
leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Portanto, temos como meio ambiente 
os seguintes patrimônios: 
 
O conceito de degradação ambiental e o conceito de poluição especificados no art. 3º da 
PNMA devem ser analisados em conjunto. Tenha em mente que a degradação é um gênero do 
qual a poluição faz parte. A degradação do meio ambiente pode ocorrer por causas naturais ou 
artificiais. No primeiro caso, não acarretará nenhuma implicação jurídica. Entretanto, quando a 
degradação ambiental ocorre por causas artificiais, por ação humana, estamos falando de 
poluição. 
4.4 Sistema Nacional do Meio Ambiente -SISNAMA 
O SISNAMA é uma rede governamental, formada pelos diversos níveis da federação, que 
visa implementar a Política Nacional do Meio Ambiente de forma eficiente. 
 
Natural 
também chamado de meio ambiente 
físico, composto pelo solo, pela água, 
ar, fauna, flora...
Cultural
é constituído pelo patrimônio histórico, 
artístico, arqueológico, paisagístico e 
turístico. 
art. 215 e 216 da CF/88
Artificial
é o espaço urbano, composto de 
edificações, ruas, praças...
Do trabalho
deve garantir ao homem proteção em 
seu local de trabalho. 
art. 200, VIII da CF/88
MEIO 
AMBIENTE
 
12 
 Estrutura do SISNAMA6 
 
O órgão superior do SISNAMA é o Conselho de Governo. Ele tem como função o 
assessoramento imediato ao Presidente da República na formulação da política nacional e 
nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais. O Conselho de 
Governo é presidido pelo Presidente da República, que pode determinar a sua substituição pelo 
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil; e composto por Ministros de Estado e o titular do 
Gabinete Pessoal do Presidente da República. 
O órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA é o Conselho Nacional do Meio Ambiente, 
mais conhecido como CONAMA. Tem como finalidade o assessoramento, estudo e proposta ao 
Conselho de Governo de diretrizes para as políticas governamentais para o meio ambiente e os 
recursos naturais; e deliberação, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões 
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sabia qualidade de 
vida. 
 
6 Vide questão 1 desse material. 
Órgão Superior - Conselho de 
Governo
Órgão Consultivo e Deliberativo -
CONAMA
Órgão Central - Ministério do Meio 
Ambiente
Órgãos Executores - IBAMA e 
ICMBio
Órgãos Seccionais - órgãos e 
entidades estatais
Órgãos Locais - órgãos e entidades 
municipais
 
13 
De acordo com o Decreto 99.274/90, o CONAMA compõe-se de: Plenário; Comitê de 
Integração de Políticas Ambientais; Câmaras Técnicas; Grupos de Trabalho; e Grupos Assessores. 
Integram o Plenário do CONAMA: I – o Ministro de Estado do Meio Ambiente, que o 
presidirá; II – o Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente, que será o seu Secretário-
Executivo; III – o Presidente do Ibama; IV – um representante dos seguintes Ministérios, indicados 
pelos titulares das respectivas Pastas: a) Casa Civil da Presidência da República; b) Ministério da 
Economia; c) Ministério da Infraestrutura; d) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; 
e) Ministério de Minas e Energia; f) Ministério do Desenvolvimento Regional; e g) Secretaria de 
Governo da Presidência da República; V – um representante de cada região geográfica do País 
indicado pelo governo estadual; VI - dois representantes de Governos municipais, dentre as 
capitais dos Estados; VII - quatro representantes de entidades ambientalistas de âmbito nacional 
inscritas, há, no mínimo, um ano, no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas – CNEA, 
mediante carta registrada ou protocolizada junto ao CONAMA; e VIII - dois representantes 
indicados pelas seguintes entidades empresariais: a) Confederação Nacional da Indústria; b) 
Confederação Nacional do Comércio; c) Confederação Nacional de Serviços; d) Confederação 
Nacional da Agricultura; e e) Confederação Nacional do Transporte. 
Ademais, o Ministério Público Federal poderá indicar um representante, titular e suplente, 
para participar do Plenário do CONAMA na qualidade de membro convidado, sem direito a 
voto. 
A participação dos membros do CONAMA é considerada serviço de natureza relevante e 
não será remunerada. 
O Plenário do CONAMA reunir-se-á, em caráter ordinário, a cada três meses, no Distrito 
Federal, e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente, por iniciativa 
própria ou a requerimento de pelo menos dois terços de seus membros. 
As reuniões do Plenário serão públicas, e devem contar com pelo menos a metade mais 
um dos seus membros. As deliberações devem ser feitas por maioria simples dos membros 
presentes na sessão, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, além do seu voto pessoal. 
 
14 
Também poderão ser realizadas reuniões regionais, de caráter não deliberativo, com a 
participação de representantes dos Estados, do Distrito Federal e das capitais dos Estados das 
respectivas regiões. 
O art. 7º do Decreto 99.274/90 define as competências do CONAMA, entre elas, 
destacamos: estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento 
de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios e supervisionada pelo referido Instituto; estabelecer, privativamente, 
normas e padrões nacionais de controle da poluição causada por veículos automotores, 
aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; estabelecer normas, 
critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com 
vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos; assessorar, estudar e 
propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e 
os recursos naturais; deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões 
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de 
vida; e deliberar, sob a forma de resoluções, proposições, recomendações e moções, visando o 
cumprimento dos objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente. 
Devemos lembrar que competência normativa do CONAMA decorre do poder 
regulamentar da Administração Pública. Portanto, as normas editadas por este órgão devem ser 
complementares à lei, com o objetivo de viabilizar a sua fiel execução. 
 O órgão central do SISNAMA é o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de 
planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as 
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. 
Obs.: na literalidade da Lei 6.938/81, você vai encontrar “Secretaria do Meio Ambiente da 
Presidência da República”, mas em 1992 ela foi transformada em Ministério do Meio Ambiente. 
 
15 
Os órgãos executores do SISNAMA são o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade – ICMBio7. 
O IBAMA é uma autarquia federal de regime especial, vinculada ao Ministério do Meio 
Ambiente. Tem autonomia administrativa e financeira; atua em todo o território nacional; e é 
administrada por um presidente e cinco diretores. 
O Instituto Chico Mendes também é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do 
Meio Ambiente. Tem como atribuição a execuçãodas ações federais que tratam sobre a política 
nacional de unidades de conservação da natureza. Em caso de omissão do Instituto Chico 
Mendes quanto às suas atribuições, o IBAMA pode, de forma supletiva, exercer o seu poder 
de polícia ambiental. 
Os órgãos seccionais do SISNAMA são os órgãos ou entidades estaduais. Eles são 
responsáveis pela execução de programas, projetos, controle e fiscalização de atividades capazes 
de provocar degradação ambiental8. 
Os órgãos locais do SISNAMA são os órgãos ou entidades municipais. São responsáveis 
pelo controle e pela fiscalização das atividades capazes de provocar degradação ambiental, nas 
suas respectivas jurisdições. 
4.5 Instrumentos da PNMA 
Para que os órgãos ambientais possam efetivar a PNMA seguindo os seus princípios para 
alcançar os objetivos elencados, a Lei 6.938/81 estabeleceu em seu art. 9º alguns instrumentos9. 
Art. 9º da PNMA – São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental; 
 
7 Vide questão 8 desse material. 
8 Vide questão 4 desse material. 
9 Vide questão 7 desse material. 
 
16 
III - a avaliação de impactos ambientais; 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, 
estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse 
ecológico e reservas extrativistas; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente 
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o 
Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras 
dos recursos ambientais. 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro 
ambiental e outros. 
Vejamos detalhadamente os instrumentos mais importantes da PNAM: 
 Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental 
Praticamente todas as atividades humanas causam algum tipo de impacto ambiental, que 
é definido pela Resolução 01/86 do CONAMA como “qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança 
e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições 
estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais”. 
 
17 
Portanto, é preciso estabelecer, através de análises técnicas e científicas, quais os limites 
socialmente aceitáveis para os impactos ambientais de determinas atividades. A definição desses 
limites configura o padrão de qualidade ambiental. 
 Zoneamento ambiental 
O zoneamento ambiental é conhecido como Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE. Ele 
decorre de estudos técnicos e científicos das características do meio ambiente em um 
determinado espaço geográfico, que tem como objetivo conhecer a vocação ambiental e 
econômica de cada região10. 
O ZEE procura dividir o território em zonas de acordo com as necessidades de proteção, 
conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. 
A distribuição espacial das atividades econômicas no ZEE deve considerar a importância 
ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas, e o zoneamento deve estabelecer 
vedações, restrições e alternativas de exploração da área e, quando for o caso, a mudança de 
local de atividades incompatíveis com as suas diretrizes gerais. 
De acordo com a Lei Complementar 140/11, é de competência da União elaborar o 
zoneamento ambiental de âmbito nacional ou regional; de competência dos estados elaborar o 
zoneamento ambiental de âmbito estadual; e de competência dos municípios elaborar o Plano 
Diretor, que deve ser compatível com os zoneamentos dos demais entes. 
 Avaliação de impactos ambientais 
Qualquer atividade que causa impacto ambiental deve passar por uma avaliação prévia 
para que a Administração possa autorizar ou não o empreendimento e exigir do empreendedor 
as medidas necessárias para corrigir, mitigar e/ou compensar os impactos negativos ao 
ecossistema que elas podem gerar. 
A Avaliação de Impactos Ambientais – AIA é um instrumento da PNMA que consiste em 
procedimento para examinar os impactos ambientais de uma atividade e suas alternativas. Os 
 
10 Vide questão 9 desse material. 
 
18 
seus resultados devem ser públicos, em prestígio ao princípio da informação e da participação 
democrática. 
O Princípio 17 da Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
dispõe sobre a AIA nos seguintes termos “a Avaliação de Impacto Ambiental deve ser 
empreendida para as atividades planejadas que possam vir a ter impacto negativo considerável 
sobre o meio ambiente, e que dependem de uma decisão de autoridade nacional competente”. 
Como existem diversos níveis de impactos ambientais, também existem diversas formas de 
AIA, com avaliações menos complexas para atividades que gerem baixo impacto e avaliações 
mais complexas para atividades que gerem significativa degradação ambiental. 
 
A imagem acima mostra os tipos de AIA de acordo com a sua complexidade, quanto maior 
o círculo, mais complexa a avaliação, que deve ser feita nos casos de maiores riscos ambientais. 
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EIA deve ser feito para subsidiar o licenciamento 
de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras que causem significativa degradação 
EIA
Plano de manejo
Relatório ambiental
Plano e projeto de controle ambiental
Plano de recuperação de área degradada
Relatório ambiental preliminar
Diagnóstico ambiental
 
19 
ambiental. É um instrumento previsto na PNMA, mas que também tem fundamento 
constitucional (art. 225, §1º, IV). 
Para que seja concedida a licença ambiental para uma atividade (pública ou privada) que 
apresente grande potencial de degradação do meio ambiente, deve ser realizado previamente 
o EIA. Nesse sentido, a Resolução 237/97 do CONAMA: 
Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou 
potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio 
estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente 
(EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, 
quando couber, de acordo com a regulamentação. 
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou 
empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio 
ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de 
licenciamento. 
Mas quais seriam essas atividades causadoras ou potencialmente causadoras de 
significativos danos ambientais? O CONAMA, em sua Resolução 01/86, elenca um rol 
exemplificativo dessas atividades: 
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
II - Ferrovias; 
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Leinº 32, de 
18.11.66; 
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos 
sanitários; 
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; 
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para 
fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais 
para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e 
embocaduras, transposição de bacias, diques; 
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
 
20 
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; 
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
XI - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, 
acima de 10MW; 
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, 
cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); 
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; 
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou 
menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do 
ponto de vista ambiental; 
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante 
interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; 
XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez 
toneladas por dia., entre elas encontramos as estradas de rodagem com duas ou mais 
faixas de rolamento, as ferrovias, portos e terminais de minério, petróleo e produtos 
químicos, oleodutos, gasodutos e mineradouros. Todas as atividades que constam nesse 
rol são, portanto, presumidamente causadoras de significativa degradação ambiental. 
Todas essas atividades supracitadas são presumidamente causadoras de significativo dano 
ambiental. Por se tratar de um rol exemplificativo, a autoridade ambiental licenciadora, dentro 
do seu poder discricionário, também pode exigir a realização do EIA no caso concreto para 
atividades que não constem na lista do CONAMA, mas que considere potencialmente poluidora. 
Segundo a mesma resolução do CONAMA, a elaboração do EIA deve conter 
obrigatoriamente: 
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise 
dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a 
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a 
topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as 
correntes marinhas, as correntes atmosféricas; 
 
21 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies 
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas 
de extinção e as áreas de preservação permanente; 
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-
economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da 
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais 
e a potencial utilização futura desses recursos. 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de 
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis 
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e 
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e 
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a 
distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os 
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência 
de cada uma delas. 
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos 
positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados. 
A realização do EIA deve ser feita pelo sujeito interessado em exercer a atividade que será 
licenciada, que também deve arcar com todos os seus custos. Para tanto, o empreendedor 
poderá contratar uma empresa de consultoria cujos membros sejam inscritos no Cadastro 
Técnico Federal de Atividades. 
Atenção: é muito importante você saber que o EIA não vincula a decisão do órgão 
ambiental11. 
O EIA é dotado de linguagem técnica, muitas vezes incompreensível para a sociedade. Para 
prestigiar o princípio da informação e o princípio da participação democrática, a legislação exige 
que também seja elaborado um o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, com uma linguagem 
mais acessível que demonstre as conclusões do EIA, as vantagens e as desvantagens do projeto 
e as consequências ambientais da sua implementação12. 
 
11 Vide questão 9 desse material. 
12 Vide questão 9 desse material. 
 
22 
Artigo 9º da Resolução 01/86 do CONAMA - O relatório de impacto ambiental - RIMA 
refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá, no mínimo: 
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas 
setoriais, planos e programas governamentais; 
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando 
para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias 
primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os 
prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a 
serem gerados; 
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência 
do projeto; 
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da 
atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência 
dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, 
quantificação e interpretação; 
V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as 
diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese 
de sua não realização; 
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos 
impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de 
alteração esperado; 
VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; 
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de 
ordem geral). 
Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua 
compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas 
por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo 
que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as 
consequências ambientais de sua implementação. 
A publicidade dada ao EIA e ao RIMA tem como principal fundamento proporcionar a 
participação da sociedade nas questões ambientais, para tanto, eles e as suas respectivas 
aprovações ou rejeições devem ser publicados no Diário Oficial e disponibilizados no órgão 
 
23 
licenciador em local de fácil acesso ao público. Lembre-se que, apesar da ampla publicidade 
dada às avaliações ambientais, deve ser respeitado sigilo industrial. 
Ainda em relação à publicidade do EIA e do RIMA, o órgão competente deverá promover 
audiência pública para informar e debater o projeto e seus impactos ambientais, sempre que 
julgar necessário, quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público ou por 
cinquenta ou mais cidadãos. 
A audiência pública é tão relevanteque, se solicitada e não realizada, a licença ambiental 
concedida não terá validade! 
Por fim, a elaboração ou apresentação de qualquer avaliação de impacto ambiental total 
ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão, configura crime previsto no art. 69-
A da Lei 9.605/98, que trata dos crimes ambientais, com pena de reclusão de 3 a 6 anos e multa, 
se doloso, e de detenção de 1 a 3 anos, se culposo. Ademais, a pena deve ser aumentada de 
1/3 até 2/3 se em decorrência do crime ocorre dano significativo ao meio ambiente. 
 Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras13 
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo feito pelo órgão ambiental 
competente para autorizar a localização, a instalação, ampliação e operação de atividade efetiva 
ou potencialmente poluidora que utilize recursos ambientais e as que, de qualquer forma, 
possam causar degradação ambiental. 
 
Todas as atividades e empreendimentos precisam de licenciamento ambiental? NÃO! 
Apenas aquelas que utilizem recursos naturais e as que possam causar degradação ambiental. 
 
13 Vide questão 9 desse material. 
 
24 
 
As etapas do procedimento de licenciamento serão estudadas em tópico próprio mais 
adiante no nosso curso, ok? Mas você já pode ir se familiarizando com os tipos de licenças 
ambientais que existem no ordenamento jurídico: 
 
A licença prévia autoriza o projeto arquitetônico do empreendimento. Quando emitida, o 
órgão pode estabelecer várias condicionantes que devem ser cumpridas na fase do projeto. 
Cumpridas todas as condicionantes da licença prévia dentro do prazo de até 5 anos, o 
empreendedor poderá solicitar a licença de instalação, que permite a construção do 
empreendimento. Durante o prazo da licença de instalação, o empreendedor também deve 
cumprir condicionantes impostas pelo Poder Público, como por exemplo, instalar filtros nas 
chaminés de uma fábrica. 
Se todas as condicionantes forem cumpridas no prazo de 6 anos, o interessado poderá 
solicitar a licença de operação, permitindo que o empreendedor exerça a sua atividade, mas 
nela também podem ser previstas condicionantes, que devem ser cumpridas até o momento da 
sua renovação. 
A licença de operação pode ser concedida por 4 até 10 anos. Depois desse prazo será 
necessário requerer uma prorrogação. O prazo para solicitar essa prorrogação é de até 120 dias 
antes do fim do prazo de validade. Se o órgão público demorar mais tempo para avaliar a 
concessão da prorrogação, a licença fica automaticamente renovada até a manifestação 
definitiva da Administração. 
LICENÇA 
PRÉVIA
Prazo de até 
5 anos
LICENÇA DE 
INSTALAÇÃO
Prazo de até 
6 anos
LICENÇA DE 
OPERAÇÃO
Prazo de 4 a 
10 anos
 
25 
 Criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, 
estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse 
ecológico e reservas extrativistas14 
Existem vários tipos de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público, 
como por exemplo as Áreas de Preservação Permanente – APP, as Áreas de Reserva Legal e as 
Unidades de Conservação da Natureza. Todos os entes da federação são competentes para 
instituir a proteção ambiental especial para espaços territoriais importantes e para seus 
componentes. 
 Sistema Nacional de Informações Sobre o Meio Ambiente – SINIMA 
O SINIMA é o instrumento responsável pela gestão da informação dentro do SISNAMA. É 
de extrema importância, pois mantêm as informações ambientais integradas nacionalmente, 
permitindo uma melhor gestão ambiental para o Poder Público e subsídio para que a sociedade 
possa participar ativamente na proteção ao meio ambiente. 
De acordo com a LC 140/11, a organização e a manutenção do SINIMA são de competência 
da União, com colaboração dos órgãos e entidades da Administração Pública dos estados, DF e 
municípios. 
Os estados devem fornecer informações ambientais à União para a formação e atualização 
do SINIMA e organizar e manter, com a colaboração dos seus respectivos municípios, um 
Sistema Estadual de Informações sobre o meio ambiente. 
Por sua vez, o município deve prestar as suas informações ambientais ao seu respectivo 
estado e à União para formar e atualizar o Sistema Estadual de Informação sobre o meio 
ambiente e o SINIMA. 
 Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental 
De acordo com o art. 17 da PNMA, o Cadastro Técnico Federal de Atividades e 
Instrumentos de Defesa Ambiental serve para o registro obrigatório de pessoas físicas ou 
jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à 
 
14 Vide questão 9 desse material. 
 
26 
indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de 
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. 
Os órgãos ambientais só podem aceitar avaliações técnicas como o EIA que tenham sido 
elaborados por profissionais, empresas ou sociedades civis registradas no Cadastro Técnico 
Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental. 
O cadastro deve ser administrado pelo IBAMA e possui o objetivo de relacionar e tonar 
público quais são os profissionais dedicados a prestar consultoria ambiental, as suas habilitações 
técnicas e as tecnologias de controle da poluição, além de contribuir para a formação do SINIMA. 
 penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental 
Como já vimos neste curso, o Poder Público deve proceder a fiscalização das atividades 
que utilizam recursos naturais por meio do seu poder de polícia ambiental. Diante de ação ou 
omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio 
ambiente, o agente público competente deve autuar o infrator ambiental, responsabilizando-o 
administrativamente. 
As penalidades administrativas são instrumentos fundamentais para a efetivação da PNMA, 
para mais detalhes, o aluno deve retomar o capítulo sobre responsabilidade ambiental. 
 Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras 
dos recursos ambientais. 
O Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras de 
Recursos Ambientais, segundo o art. 17 da PNMA, serve para o registro obrigatório de pessoas 
físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, 
produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio 
ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. 
É um cadastro administrado pelo IBAMA e serve para integrar as informações dos entes 
federados em matéria ambiental, assim como o Cadastro Técnico de Atividade e Instrumentos 
de Defesa Ambiental e o SINIMA. 
 
27 
O Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras dos 
Recursos Naturais serve especificamente para listar as pessoas físicas ou jurídicas potencialmente 
poluidoras e facilitar a fiscalização delas pelos órgãos públicos e pela sociedade. 
 Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro 
ambiental e outros 
Na prática, a simples fiscalização e controle das atividades potencialmente poluidoras do 
meio ambiente é muito difícil e ineficaz, tendo em vista o vasto território brasileiro e os 
diferentes ecossistemas que nele se encontram, cada um com as suas peculiaridades. 
Nesse contexto, foram criados mecanismos complementares para efetivar a PNMA, como 
os instrumentos econômicos, a concessão florestal, a servidão ambiental e o seguro ambiental. 
O intuito é incentivar uma gestão ecológica das áreas ambientalmente relevantes. Para 
tanto, são usados benefícios econômicos paraaqueles que preservam o meio ambiente, como 
a servidão ambiental e o ICMS ecológico; as atividades poluidoras são desestimuladas com o 
aumento de tributos ou com a redução de subsídios governamentais; e são asseguradas a 
reparação de danos ambientais por meio seguro ambiental. 
A servidão ambiental está prevista a partir do art. 9º-A da PNMA. Por ela, o proprietário 
ou possuidor de imóvel rural, pessoa natural ou jurídica, voluntariamente, pode, por 
instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante 
do SISNAMA, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, 
conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes. 
No caso das florestas, a servidão deve se referir à vegetação localizada fora da Reserva 
Legal mínima exigida e das Áreas de Preservação Permanente – APP, que veremos mais adiante. 
Mas, desde já, guarde a informação que a proteção desses espaços decorre da lei. 
Mas a quem interessa a servidão ambiental? A propriedade rural precisa ter um percentual 
de área ambientalmente protegida, ok? Ok! Mas se uma propriedade não atingir esse percentual 
mínimo de área protegida estipulado nas normas ambientais, pode compensar esse déficit com 
 
28 
outras propriedades em que há proteção ambiental além dos limites legais, por meio da 
servidão. 😉 
Entendeu agora? A servidão poderá ser negociada com os proprietários ou possuidores de 
terras deficitárias. 
O regime de utilização da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, 
o mesmo estabelecido para a área de Reserva Legal. 
Art. 9º-A, § 1º da PNMA – O instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental 
deve incluir, no mínimo, os seguintes itens: 
I - memorial descritivo da área da servidão ambiental, contendo pelo menos um ponto 
de amarração georreferenciado; 
II - objeto da servidão ambiental; 
III - direitos e deveres do proprietário ou possuidor instituidor; 
IV - prazo durante o qual a área permanecerá como servidão ambiental. 
A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, além de perpétua ou temporária15. 
No último caso, deve ter prazo de, no mínimo 15 anos. Caso haja transmissão, desmembramento 
ou retificação dos limites do imóvel, é vedada a alteração da destinação da área de servidão 
ambiental durante o prazo de sua vigência. 
A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tributários e de acesso aos 
recursos de fundos públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN. 
O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou transferi-la, total ou 
parcialmente, por prazo determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro proprietário 
ou de entidade pública ou privada que tenha a conservação ambiental como fim social. 
Para comprovar a servidão ambiental, o instrumento de sua instituição, o respectivo 
contrato de alienação, cessão ou transferência devem objeto de averbação nas matrículas de 
todos os imóveis envolvidos, nos respectivos registros de imóveis competentes. 
 
15 Vide questão 10 desse material. 
 
29 
Art. 9º-C da PNMA – O contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão 
ambiental deve ser averbado na matrícula do imóvel. 
§ 1o O contrato referido no caput deve conter, no mínimo, os seguintes itens: 
I - a delimitação da área submetida a preservação, conservação ou recuperação ambiental; 
II - o objeto da servidão ambiental; 
III - os direitos e deveres do proprietário instituidor e dos futuros adquirentes ou 
sucessores; 
IV - os direitos e deveres do detentor da servidão ambiental; 
V - os benefícios de ordem econômica do instituidor e do detentor da servidão ambiental; 
VI - a previsão legal para garantir o seu cumprimento, inclusive medidas judiciais 
necessárias, em caso de ser descumprido. 
São deveres do proprietário do imóvel serviente, entre outras obrigações estipuladas no 
contrato, manter e proteger a área sob servidão ambiental, prestar contas ao detentor da 
servidão ambiental sobre as condições dos recursos naturais ou artificiais da área, permitir a 
inspeção e a fiscalização do local pelo detentor da servidão ambiental, e defender a posse da 
área serviente, por todos os meios em direito admitidos. 
Por outro lado, são deveres do detentor da servidão ambiental, entre outras obrigações 
estipuladas no contrato, documentar as características ambientais da propriedade, monitorar 
periodicamente a propriedade para verificar se a servidão ambiental está sendo mantida, prestar 
informações necessárias a quaisquer interessados na aquisição ou aos sucessores da 
propriedade, manter relatórios e arquivos atualizados com as atividades da área objeto da 
servidão e defender judicialmente a servidão ambiental. 
Os incentivos governamentais é um dos instrumentos econômicos que servem para 
efetivar a PNMA, induzindo comportamentos ambientalmente corretos. O art. 12 da PNMA 
estabelece como condição para a aprovação de projeto habilitado para receber benefícios 
concedidos pelas entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais o seu 
licenciamento ambiental e o cumprimento das normas, critérios e padrões estabelecidos pelo 
CONAMA. 
 
30 
Art 12 - As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais 
condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, 
na forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos 
pelo CONAMA. 
Parágrafo único - As entidades e órgãos referidos no "caput" deste artigo deverão fazer 
constar dos projetos a realização de obras e aquisição de equipamentos destinados ao 
controle de degradação ambiental e à melhoria da qualidade do meio ambiente. 
Nesse sentido, foi elaborado um documento internacional chamado de “Princípios do 
Equador”, que define critérios socioambientais mínimos para a concessão de crédito para 
financiamento de projetos. As instituições financeiras devem adotar os Princípios do Equador de 
forma voluntária, de acordo com as suas políticas internas. O objetivo é não fornecer empréstimo 
para projetos cujo solicitante não respeite as normas e políticas nacionais de proteção ambiental. 
4.6 Taxa de controle e fiscalização ambiental - TCFA 
A PNMA institui em seu art. 17-B a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, 
devida ao IBAMA em razão do seu exercício de poder de polícia ambiental no controle e 
fiscalização das atividades potencialmente poluidoras que utilizam recursos naturais. 
Antes desse tributo, foi criada a Taxa de Fiscalização Ambiental, muito criticada na doutrina 
e declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 2178/DF. Segundo o 
Supremo, a Taxa de Fiscalização Ambiental não tinha como fato gerador um serviço prestado 
ou posto à disposição do contribuinte, pelo ente público, no exercício do poder de polícia. O 
fato gerador da antiga Taxa de Fiscalização Ambiental era simplesmente a atividade exercida 
pelo próprio contribuinte. 
Depois da declaração de inconstitucionalidade da Taxa de Fiscalização Ambiental, foi 
sancionada a Lei 10.165/00 que alterou a PNMA para instituir a Taxa de Controle e Fiscalização 
Ambiental – TCFA que, sanando a inconstitucionalidade do antigo tributo, trouxe como fato 
gerador o serviço de controle das atividades potencialmente poluidoras e a fiscalização da 
utilização dos recursos naturais. 
 
31 
Ao declarar a constitucionalidade da nova exação, o STF entendeu que não fere o princípio 
da isonomia o fato de o valor da TCFA ser calculado em função da potencialidade poluidora da 
atividade exercida pelo contribuinte, e não com base em sua receita. 
Inclusive, na ocasião do julgamento do RE 416.601, a Corte especificou que a referida taxa 
não deve ficar restrita aos contribuintes cujos estabelecimentos forem efetivamente 
visitados pela fiscalização.É suficiente que o órgão de controle seja mantido em 
funcionamento, pois com as alternativas tecnológicas e as facilidades de compartilhamento de 
informações, a fiscalização “porta a porta” fica cada vez mais rara e sem sentido prático. 
O pagamento da TCFA deve ser feito trimestralmente e o seu valor é definido pelo 
cruzamento do grau de poluição e utilização ambiental com o porte da empresa, nos termos 
da PNMA. Portanto, quanto maior o porte do empreendimento e o grau de poluição da sua 
atividade, consequentemente, maior será o valor da taxa devida. Isso se justifica porque a 
cobrança deve ser maior daqueles contribuintes que exigem mais intensidade na atividade de 
controle e fiscalização prestada pelo IBAMA. 
Caso o estabelecimento exerça mais de uma atividade sujeita à fiscalização, pagará a taxa 
relativamente a apenas uma delas, pelo valor mais elevado. Os recursos arrecadados com a 
TCFA terão utilização restrita em atividades de controle e fiscalização ambiental. 
O sujeito passivo da TCFA é obrigado a entregar até o dia 31 de março de cada ano 
relatório das atividades exercidas no ano anterior, cujo modelo será definido pelo IBAMA, para 
o fim de colaborar com os procedimentos de controle e fiscalização. 
São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais, distritais, estaduais e 
municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricultura de subsistência e as 
populações tradicionais. 
 
 
32 
QUADRO SINÓTICO 
 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - PNMA 
OBJETIVOS 
OBJETIVOS GEAIS OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Preservação, melhoria e recuperação da qualidade 
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no 
País, condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança 
nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana 
I - à compatibilização do 
desenvolvimento econômico-social com 
a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de 
ação governamental relativa à qualidade 
e ao equilíbrio ecológico, atendendo 
aos interesses da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e 
padrões de qualidade ambiental e de 
normas relativas ao uso e manejo de 
recursos ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e 
de tecnologias nacionais orientadas 
para o uso racional de recursos 
ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo 
do meio ambiente, à divulgação de 
dados e informações ambientais e à 
formação de uma consciência pública 
sobre a necessidade de preservação da 
qualidade ambiental e do equilíbrio 
ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos 
recursos ambientais com vistas à sua 
utilização racional e disponibilidade 
permanente, concorrendo para a 
manutenção do equilíbrio ecológico 
propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao 
predador, da obrigação de recuperar 
 
33 
e/ou indenizar os danos causados e, ao 
usuário, da contribuição pela utilização 
de recursos ambientais com fins 
econômicos. 
PRINCÍPIOS 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo 
em vista o uso coletivo; 
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a 
proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
MEIO AMBIENTE 
Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, 
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 
DEGRADAÇÃO A alteração adversa das características do meio ambiente 
POLUIÇÃO 
Degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. 
POLUIDOR 
Pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, 
por atividade causadora de degradação ambiental 
RECURSOS 
NATURAIS 
A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o 
solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
IMPACTO 
AMBIENTAL 
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada 
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem 
diretamente ou indiretamente: 
 A saúde, a segurança, e o bem-estar da população; 
 As atividades sociais e econômicas; 
 A biota; 
 As condições estéticas e sanitárias ambientais; 
 A qualidade dos recursos ambientais. 
 
34 
INSTRUMENTOS 
DA PNMA 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental; 
III - a avaliação de impactos ambientais; 
 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, 
estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse 
ecológico e reservas extrativistas; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente 
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o 
Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras 
dos recursos ambientais. 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro 
ambiental e outros. 
EIA 
Deve ser feito pelo agente interessado, através de empresas de consultoria ambiental 
cadastradas no órgão competente, para subsidiar o licenciamento de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras que causem significativa degradação ambiental. 
RIMA 
Para prestigiar o princípio da informação e o princípio da participação democrática, a 
legislação exige que também seja elaborado um o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, 
com uma linguagem mais acessível que demonstre as conclusões do EIA, as vantagens e as 
desvantagens do projeto e as consequências ambientais da sua implementação. 
LICENCIAMENTO 
LICENÇA PRÉVIA: até 5 anos 
LICENÇA DE INSTALAÇÃO: até 6 anos 
LICENÇA DE OPERAÇÃO: de 4 a 10 anos 
 
RENOVAÇÃO DA LICENÇA: requisitada até 120 dias antes de terminar a o prazo da licença 
de operação anterior e automaticamente renovada enquanto a Administração não se 
manifestar. 
SERVIDÃO 
O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento 
públicoou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do 
SISNAMA, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar 
ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. 
 
35 
A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal 
mínima exigida. 
A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, 
no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal. 
A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, temporária ou perpétua. Sendo 
temporária, deve ter o prazo mínimo de 15 anos. 
O instrumento ou termo que instituir a servidão e o seu contrato de alienação, cessão ou 
transferência precisam ser averbados na matrícula dos imóveis envolvidos. 
TCFA 
Tem por fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao IBAMA para 
controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos 
naturais. A TCFA é devida trimestralmente e seus recursos devem ser utilizados restritamente 
nas atividades de controle e fiscalização ambiental. 
São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais, distritais, estaduais e 
municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricultura de subsistência e as 
populações tradicionais. 
 
 
 
36 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(XXX EXAME DE ORDEM – FGV - 2019) Renato, proprietário de terra rural inserida no Município 
X, pretende promover a queimada da vegetação existente para o cultivo de cana-de-açúcar. 
Assim, consulta seu advogado, indagando sobre a possibilidade da realização da queimada. 
Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
A) A queimada poderá ser autorizada pelo órgão estadual ambiental competente do SISNAMA, 
caso as peculiaridades dos locais justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou 
florestais. 
B) A queimada poderá ser autorizada pelo órgão municipal ambiental competente, após 
audiência pública realizada pelo Município X no âmbito do SISNAMA. 
C) A queimada não pode ser realizada, constituindo, ainda, ato tipificado como crime ambiental 
caso a área esteja inserida em Unidade de Conservação. 
D) A queimada não dependerá de autorização, caso Renato comprove a manutenção da área 
mínima de cobertura de vegetação nativa, a título de reserva legal. 
 
 
Comentário: 
Fundamento legal: art. 38, I, Lei 12.651/12, Código Florestal 
CAPÍTULO IX 
DA PROIBIÇÃO DO USO DE FOGO E DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS 
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações: 
I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas 
agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental 
 
37 
competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que 
estabelecerá os critérios de monitoramento e controle; 
(...) 
______________________________________ 
→ O Código Florestal (Lei 12.651/12) permite o uso do fogo apenas nas seguintes situações: 
I – quando autorizado pelo órgão estadual ambiental competente em práticas 
agropastoris ou florestais; 
II – quando aprovado pelo órgão gestor da Unidade de Conservação e previsto em seu 
plano de manejo, observada a caracterização de seu emprego como prática 
conservacionista da vegetação nativa da UC, nos casos em que características ecológicas 
estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo; 
III – quando autorizado pelo órgão estadual ambiental competente para realização de 
atividades de pesquisa científica. 
______________________________________ 
→ Quando não autorizada, a prática de queimadas constitui crime previsto na Lei 9605/98 
(Lei de Crimes Ambientais): 
 Art. 41 Provocar incêndio em mata ou floresta. 
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
Parágrafo único: Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e 
multa. 
 
 
 
 
38 
Questão 2 
(FAFIPA - 2019 - Prefeitura de Foz do Iguaçu - PR - Procurador do Município Júnior) Em 
relação à Lei 6.938/81, é CORRETO afirmar que se caracteriza como um dos objetivos legalmente 
previstos pela Política Nacional de Meio Ambiente o seguinte: 
A) A proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas. 
B) A ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente 
como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o 
uso coletivo. 
C) O controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras. 
D) Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
E) A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade 
do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. 
 
Comentário: 
Na questão proposta, o examinador exige do candidato a diferenciação entre os princípios 
e objetivos da PNMA. Segundo o seu art. 4º, I, a PNMA visará à compatibilização do 
desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e 
do equilíbrio ecológico. As demais alternativas se referem aos seus princípios. 
 
Questão 3 
(CESPE - 2019 - PGM - Campo Grande - MS - Procurador Municipal) Considerando os 
aspectos constitucionais relacionados ao direito ambiental, a Lei n.º 6.938/1981, que dispõe 
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei n.º 12.651/2012, que estabelece prescrições 
acerca do Código Florestal e as resoluções do CONAMA, julgue o item a seguir. 
Poluição é a alteração adversa das características do meio ambiente mediante o lançamento de 
matérias ou energia em desacordo com padrões ambientais estabelecidos. 
 
39 
 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
 
Comentário: 
De acordo com o art. 3º da PNMA, que estabelece conceitos importantes para toda a 
matéria de Direito Ambiental, entende-se por poluição a degradação da qualidade 
ambiental resultante de atividades que, direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a 
segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias 
do meio ambiente; ou lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos. 
 
 
Questão 4 
(CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina 
(IMA/SC) é o órgão ambiental da esfera estadual catarinense responsável pela execução de 
programas e projetos de proteção ambiental, bem como pelo controle e pela fiscalização de 
atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental. De acordo com a Lei n.º 
6.938/1981, o IMA/SC compõe o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) na qualidade 
de 
A) órgão superior. 
B) órgão supervisor. 
C) órgão local. 
D) órgão seccional. 
E) órgão consultivo e deliberativo. 
 
40 
 
 
 
Comentário: 
Mais uma questão que trata sobre a estrutura do SISNAMA. De forma contextualizada, mas 
sem grandes mistérios, o examinador quer que o candidato saiba qual a qualidade de um 
órgão estadual dentro da estrutura do SISNAMA. Como vimos, todos os órgãos estaduais 
são considerados órgãos seccionais. Não confunda com os órgãos locais, que são todos 
os órgãos municipais. 
 
 
Questão 5 
(CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) Os princípios expressos na Lei n.º 6.938/1981 — 
Política Nacional do Meio Ambiente — incluem 
A) o estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao 
uso e manejo de recursos ambientais. 
B) a racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar e a recuperação de áreas 
degradadas. 
C) o desenvolvimento sustentável e o poluidor pagador. 
D) o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional 
de recursos ambientais.Comentário: 
São princípios da PNMA: ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente 
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; racionalização do uso do solo, do 
 
41 
subsolo, da água e do ar; planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; controle e 
zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; incentivos ao estudo e à 
pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos 
ambientais; acompanhamento do estado da qualidade ambiental; recuperação de áreas 
degradadas; proteção de áreas ameaçadas de degradação; e educação ambiental a todos 
os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para 
participação ativa na defesa do meio ambiente. 
O estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao 
uso e manejo de recursos ambientais, assim como o desenvolvimento de pesquisas e de 
tecnologias nacionais orientadas para o uso de recursos ambientais são objetivos da PNMA, 
enquanto o desenvolvimento sustentável e o poluidor pagador são princípios do Direito 
Ambiental. 
 
 
Questão 6 
(FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público) Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente, é 
considerada degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente afetem desfavoravelmente a biota, 
A) o meio ambiente degradado. 
B) a servidão ambiental. 
C) a exploração da vegetação. 
D) o desequilíbrio ecológico. 
E) a poluição. 
 
 
Comentário: 
 
42 
Segundo o art. 3º da PNMA, poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante 
de atividades que, direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-
estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem 
desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
ou lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. 
 
 
Questão 7 
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) De acordo com o artigo 
9o da Lei nº 6.938/81, NÃO são instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
A) O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, o zoneamento e a avaliação de 
impactos ambientais. 
B) Os órgãos e entidades que constituem o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. 
C) Os incentivos à criação de tecnologia voltados para a melhoria da qualidade ambiental e os 
instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental e seguro ambiental. 
D) O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente e o Cadastro Técnico Federal de 
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental. 
 
 
Comentário: 
De acordo com o art. 9º da Lei 6.938/, são instrumentos da PNMA o estabelecimento de 
padrões de qualidade ambiental; o zoneamento ambiental; a avaliação de impactos 
ambientais; o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; a criação de espaços 
territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais 
como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; o Cadastro Técnico Federal de 
 
43 
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; as penalidades disciplinares ou 
compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção 
da degradação ambiental; a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser 
divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA; a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, 
obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; o Cadastro Técnico 
Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; 
instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental 
e outros. 
 
 
Questão 8 
(CESPE - 2018 - PGM - Manaus - AM - Procurador do Município) Considerando as normas 
aplicáveis ao SISNAMA e as Resoluções CONAMA n.º 237/1997 e n.º 378/2006, julgue o item 
seguinte. 
O IBAMA e o ICMBio são considerados órgãos superiores do SISNAMA. 
 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
 
Comentário: 
Já comentamos a estrutura do SISNAMA e vimos que o IBAMA e o ICMBio são os seus 
órgãos executores. O órgão superior do SISNAMA é o Conselho de Governo. 
 
 
 
44 
Questão 9 
(VUNESP - 2017 - Prefeitura de São José dos Campos - SP - Procurador) Sobre os 
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, afirma-se corretamente que 
A) o zoneamento consiste no estudo e diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, 
completa descrição e análise dos recursos ambientais. 
B) o EIA tem caráter vinculante, eis que representa um parecer técnico essencial para a concessão 
da licença ambiental. 
C) o RIMA consiste no estudo de impacto prévio ambiental elaborado e custeado pelo 
empreendedor e que envolve atividades técnicas. 
D) constitui uma de suas espécies a criação de espaços territoriais, especialmente protegidos 
pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como área de proteção ambiental, de 
relevante interesse ecológico e de reservas extrativistas. 
E) o licenciamento e a revisão de atividades potencialmente poluidoras ocorrerão quando 
obedecidos os requisitos constantes em rol taxativo previsto em resolução do CONAMA. 
 
 
Comentário: 
São instrumentos da PNMA: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; o 
zoneamento ambiental; a avaliação de impactos ambientais; o licenciamento e a revisão de 
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e instalação de 
equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da 
qualidade ambiental; a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo 
Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, 
de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; o sistema nacional de 
informações sobre o meio ambiente; o Cadastro Técnico Federal de Atividades e 
Instrumentos de Defesa Ambiental; as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não 
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação 
ambiental; a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – 
 
45 
IBAMA; a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se 
o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; o Cadastro Técnico Federal de 
atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; 
instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental 
e outros. 
O zoneamento não está vinculado a um projeto específico, a alternativa “A” está se 
referindo ao EIA, que consiste no estudo prévio de impacto ambiental, elaborado e 
custeado pelo empreendedor e que envolve atividades técnicas (o RIMA é o “resumo” do 
EIA com linguagem mais acessível). Quando apresentado, o EIA/RIMA não vincula a 
autoridade pública. 
Por fim, o rol que estabelece os requisitos para o licenciamento e a revisão de atividades 
potencialmente poluidoras é exemplificativo. 
 
 
Questão 10 
(MPE-PR - 2017 - MPE-PR - Promotor Substituto) Assinale a alternativa incorreta: 
A) A fabricação de equipamentos antipoluidores deve ser incentivada pelo Poder Executivo. 
B) A servidão ambiental não pode ser instituída de forma perpétua. 
C) Compõe o conceito

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