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Projeto Integrador-Psicologia Social

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE
CURSO DE PSICOLOGIA
PROJETO INTEGRADOR - PROFISSÃO E CARREIRA EM PSICOLOGIA
NOME DOS AUTORES:
Fernanda Lima de Noronha Rodrigues – RA: 921102552
Larissa Maria de Carvalho Bezerra -RA: 921103566
Mayara Amorim de Lima -RA:920108049
Michelle Karollyne Britto Bezerra – RA: 921105469
Raul Garbino Ramos de Lima – RA: 921112895
Ricardo Aguiar Faria – RA: 921103178
Sara Souza Rocha Alves – RA: 921103182
Sofia de Sousa Rodrigues – RA: 921115074
Vitor Augusto Ahagon – RA: 921100570
TURMA: 2º ANO B/C MEMORIAL NOTURNO
PSICOLOGIA SOCIAL
SÃO PAULO
2021
NOME DOS AUTORES:
Fernanda Lima de Noronha Rodrigues – RA: 921102552
Larissa Maria de Carvalho Bezerra -RA: 921103566
Mayara Amorim de Lima -RA:920108049
Michelle Karollyne Britto Bezerra – RA: 921105469
Raul Garbino Ramos de Lima – RA: 921112895
Ricardo Aguiar Faria – RA: 921103178
Sara Souza Rocha Alves – RA: 921103182
Sofia de Sousa Rodrigues – RA: 921115074
Vitor Augusto Ahagon – RA: 921100570
TURMA: 2º ANO B
PSICOLOGIA SOCIAL
Trabalho apresentado para obtenção de nota na
disciplina de Projeto Integrador - Profissão e
Carreira em Psicologia, sob a orientação da
Professora: Tassia Bertoncini de Almeida
SÃO PAULO
2021
INTRODUÇÃO
Segundo Lane (2009), a psicologia é a ciência que estuda o comportamento e a forma
como os indivíduos lidam com a interação humana. Assim, as diferenças entre as linhas
teóricas existentes na psicologia derivam da maneira como elas respondem se os
comportamentos são considerados conscientes ou inconsciente, se eles envolvem a
experiência dos indivíduos ou são simplesmente pensamentos, se constituem ações
intencionais ou não, dentre outros questionamentos que esses dois pontos primários.
A psicologia social é uma corrente da psicologia, cujo estudo é dedicado ao
comportamento dos indivíduos e de como estes são influenciados ou afetados pela sociedade
que os rodeia e na qual estão inseridos.
De acordo com Almeida (2018), os estudos psicológicos tiveram ênfase e se
desenvolveram devido a grandes demandas históricas, como a Primeira e a Segunda Guerras
Mundiais. Esses eventos exigiram dos profissionais da área da saúde maior atenção às
doenças mentais causadas pela guerra e inovações na forma de como lidar com elas.
Com isso, ao longo do tempo, a psicologia foi desenvolvendo novas abordagens e
amplificando seu campo de atuação e de conhecimento. Desta forma surgiu a psicologia
social, que busca estabelecer uma relação entre a sociologia e a psicologia, priorizando as
questões sociais e coletivas dos indivíduos, trazendo uma perspectiva psicossocial.
Ainda de acordo com Almeida (2018) o psicólogo específico dessa área desenvolve
um trabalho fundamental na sociedade, atuando em questões mais abrangentes da
comunidade como preconceito, violência, julgamentos, manipulações midiáticas, etc. Ele vai
buscar compreender a causa e o efeito desses comportamentos no cotidiano e como
percebemos nós mesmos e os outros indivíduos a partir deles, levando o sujeito a uma
reflexão para o enfrentamento dessas questões.
Esta pesquisa se torna uma contribuição importante no campo de ciências sociais, pois
mostra como é importante saber a origem da profissão e como a psicologia ajuda na
construção de pessoas transformadas diante a sociedade. Promovendo uma psicologização das
vidas individual e coletiva, descobrindo e mudando variáveis ideias em termos psicológicos.
Com a finalidade de conhecer as possibilidades de atuação profissional na área da
psicologia, este trabalho, através do projeto integrador, tem como objetivo apresentar como é
a prática profissional dentro da área da psicologia social. Logo, o projeto aqui proposto busca
ampliar o entendimento sobre a profissão e a carreira na psicologia social, o conhecimento
dos elementos que contribuem para a formação destes profissionais, às exigências do mercado
de trabalho, as atividades por eles exercidas bem como a importância desta específica área de
atuação para a sociedade.
Nosso método de pesquisa histórica consistiu em duas etapas: 1) uma sucinta revisão
bibliográfica para a introdução do tema, com base em artigos científicos; a leitura de obras de
autores selecionados de acordo com o tema em questão. 2) uma entrevista com uma psicóloga
atuante na área, para uma discussão sobre a entrevista e a relação desta com pesquisa
bibliográfica realizada; ao final, considerações sobre a área de psicologia social e a
experiência apreendida durante a pesquisa.
DESENVOLVIMENTO
Se fossemos resgatar as origens da psicologia, poderíamos localizar o seu nascimento
na Antiguidade Clássica e recolher o que os primeiros filósofos diziam sobre o cosmos, o
nascimento do mundo, o princípio organizador de tudo - arché - e a atuação dos seres
humanos na Pólis - nomos. No entanto, se formos um pouco mais criteriosos, diríamos que a
psicologia é um conhecimento que investiga “o mundo interior do sujeito”, sendo este
nomeado por Figueiredo e Santi (2008) como subjetividade privatizada. Neste sentido, a
psicologia nasceu com a Modernidade na Europa do século XV, e a expressão máxima da
inquirição do mundo subjetivo se revela na frase de Descartes: cogito ergo sun.
Entretanto, também podemos dizer que a psicologia é uma ciência com rigor
metodológico, constituindo uma comunidade de cientistas que discutem e disputam
paradigmas. Dessa forma, a psicologia surge no século XIX enquanto ciência após intensos
debates acerca da relação do indivíduo com a sociedade, mas que continuam até os dias de
hoje. Neste sentido, acreditamos que podemos começar nossa conversa a partir do
conhecimento metódico e científico que se desenvolveu neste período na Europa, mais
especificamente a partir da relação entre a psicologia e as ciências sociais.
Segundo Lane (2009), foi Augusto Comte, fundador do positivismo, o primeiro a
desenvolver as reflexões iniciais sobre a psicologia social. Portanto, a psicologia social
nasceu junto à sociologia e, por isso, compartilhou com esta algumas preocupações comuns,
tal como a tensão entre indivíduo e sociedade e as suas consequências. A partir de então, a
psicologia social desdobrou-se em diversas pesquisas sobre a influência dos meios de
comunicação de massas no conjunto da sociedade, como tais ou quais políticas afetam os
cidadãos e cidadãs de um determinado país, tentou explicar o porquê as pessoas se submetem
voluntariamente a figuras de autoridade e assim por diante.
As pesquisas em psicologia social logo ganharam terreno nos Estados Unidos e,
partindo de uma tradição pragmática, “se voltavam para a procura de fórmulas de ajustamento
e adequação de comportamentos individuais ao contexto social”; no entanto, essa tradição
norte americana pragmática “isola o indivíduo, criando uma dicotomia entre ele e a sociedade
— um poderia influenciar o outro, mas se tratavam de dois fenômenos distintos.” (LANE,
2009, p. 76 - 77). Assim sendo, a psicologia social norte-americana acabava por promover
muito mais uma reprodução das relações sociais do que uma intervenção que favorece uma
vida mais saudável às pessoas, ademais
A proposta inicial de se acumular dados de pesquisas para depois se
chegar à formulação de teorias globalizadoras, se mostrou inviável e
começam a surgir críticas e questionamentos que irão caracterizar a
"crise da Psicologia Social" — título de vários artigos publicados nos
Estados Unidos e em países da Europa. (LANE, 2009, p. 77).
Segundo Cordeiro e Spink (2018), foi, a partir dessa crise, que psicólogos(as) sociais
da América Latina realizaram uma série de encontros para debater os rumos da psicologia
social. Obviamente que a crise da psicologia social não era apenas um questionamento teórico
e metodológico, mas fazia parte de uma crise global dos anos 1960 e 1970 no mundo. Neste
período podemos observar eventos que afetaram sensivelmente à todos e todas: a guerra fria
entre EUA e URSS, a crise dos mísseis em 1962 em Cuba, o levante de estudantese
trabalhadores em maio de 1968 em Paris, a luta contra a discriminação racial do movimento
negro nos Estados Unidos e também no Brasil, os impactos da guerra do Vietnam e os
movimentos por direitos civis, as lutas anticoloniais na Ásia e África, a degradação do
stalinismo, a Primavera de Praga na Tchecoslováquia, a luta contra as ditaduras militares seja
na guerrilha urbana, camponesa ou nos movimentos de massa na América Latina, o
movimento da luta antimanicomial, a luta pela educação popular, dentre muitos outros fatores
importantes.
Portanto, a crise da psicologia social fazia parte da crise global e a descrença nos
projetos civilizatórios estadunidenses ou soviético, neste sentido, a busca por novas
referências teóricas e metodológicas se voltam para dentro do território latino-americano. A
partir desse movimento foram organizados dois importantes congressos para debater os novos
rumos da psicologia social, o Congresso da Sociedade Interamericana de Psicologia realizado
em Miami, EUA (1976) e em Lima, Peru (1979).
Estes encontros afetaram de forma decisiva a psicologia social no Brasil, pois nos
conduziram a novas abordagens tais como as da Análise Institucional, Escola Sócio-Histórica,
e teoria das representações sociais, mas também outras abordagens que foram agrupadas na
chamada Psicologia Social Crítica, como as (pós)construcionistas, Psicanálise Social,
Psicologia da Libertação e aquelas que derivam da teoria crítica da Escola de Frankfurt.
Como vemos a psicologia social é extremamente diversa e plural, mas segundo Cordeiro e
Spink, expressam seu caráter crítico de 4 formas: 1) se contrapondo às bases epistemológicas
do conhecimento, “recolocando a ciência como prática social sujeita às vicissitudes dos
fazeres humanos”; 2) considerando a centralidade da linguagem na produção dos
conhecimentos (tanto dos científicos quanto dos do senso comum); 3) radicalizando o
potencial transformador da ciência e 4) rompendo com o paradigma positivista de ciência.
(CORDEIRO; SPINK, 2018, p. 1072)
Todo esse avanço da psicologia social no Brasil fez com que o Conselho Federal de
Psicologia editasse em 2003 uma resolução em que a psicologia social passasse a ser uma
especialização da Psicologia. Esta resolução respondeu aos anseios de alguns profissionais da
área por maior identidade profissional. O campo de discussão, à favor ou contra, está em
aberto, mas vemos aqui o franco desenvolvimento da psicologia social, seja no meio
acadêmico, com pesquisas e programas de pós graduação, seja nas empresas com pesquisas
em marketing e propaganda, ou mesmo nas instituições públicas ou ONGs buscando
implementar políticas públicas que viabilizem uma melhora significativa na vida de todos e
todas.
Este caminho aberto à psicologia social, amplia a atuação de psicólogos e psicólogas
em diversas áreas, tais como em escolas, hospitais, asilos, penitenciárias, centros de
atendimento de crianças e adolescentes, centros comunitários e muitos outros contextos que
buscam realizar um trabalho de escuta dos indivíduos a partir das relações no interior dos
grupos dos quais fazem parte, assim como propor intervenções para que se estabeleça uma
dinâmica mais saudável entre as pessoas envolvidas. Assim, a formação de psicólogos nessa
área se torna fundamental para que o profissional consiga analisar o contexto social que os
indivíduos estão inseridos, assim como estabelecer estratégias eficientes para intervenções.
Em pesquisa sobre a formação e atuação em Psicologia Social Comunitária, Azevedo
e Pardo (2014) verificaram que a maior parte dos(as) estudantes que participaram da pesquisa
consideraram que a atuação do(a) psicólogo(a) social comunitário
(...) analisa as demandas sociais com o propósito de trabalhar com
práticas educativas e intervenções que visam à qualidade de vida dos
grupos por meio de uma ação coletiva. Além disso, realiza pesquisas
científicas e considera relevante o diálogo e o compromisso ético e
social. (AZEVEDO, PARDO, 2014, p. 205).
Neste sentido, a atuação da psicologia social está estreitamente ligada à noção de
práxis, já que suas práticas não dispensam a pesquisa e reflexão, muito pelo contrário.
Dialeticamente, as práticas da psicologia social alimentam as pesquisas e estas por sua vez
influem nas análises e intervenções do(a) psicólogo(a) e que podem afetar a dinâmica do
grupo em que trabalha, reverberando em cada indivíduo da coletividade e que, por sua vez,
pode afetar a maneira que este indivíduo se relaciona em outros grupos, desencadeando uma
transformação do nível micro para macro. Estas coletividades que o(a) psicólogo(a) trabalham
pode ser o contexto escolar, asilar, comunitário etc, mas que também pode afetar a dinâmica
em outras coletividades indiretamente, uma vez que esses indivíduos transitam e frequentam
outras coletividades e grupos, como o trabalho, a família e assim por diante.
Para concluir, mas não fechar o assunto, parafraseamos Marx em seu célebre texto
sobre Feuerbach: já não basta o(a) psicólogo(a) apenas analisar o comportamento ou o
inconsciente de seus clientes ou pacientes, o que importa é relacioná-los no contexto social
que estas pessoas estão inseridas para transformá-las, tanto individualmente como
coletivamente.
ENTREVISTA
A seguinte entrevista foi realizada de forma online, através do programa google meet,
no dia 25 de setembro de 2021 às 19:00 hrs. Nela 9 alunos do curso de Psicologia, estavam
presentes e entrevistaram a Psicóloga L., atuante na área de Psicologia social na instituição
CRAS da cidade de Mongaguá, litoral-SP.
Entrevistada: L
Entrevistador 1: Sarah
Entrevistador 2: Raul
Entrevistador 3: Vitor
Entrevistador 4: Ricardo
Entrevistador 5: Fernanda
Entrevistador 1: L. me conte um pouco sobre a experiência como psicóloga, por que
você escolheu esta área de atuação? Quais eram as suas expectativas?
Entrevistada: Na verdade, quando eu comecei a fazer a faculdade de psicologia, eu
não pensava em atuar como psicóloga... eu queria aprender sobre o conteúdo da psicologia;
então, sobre essa área do conhecimento. Eu lembro até que, no primeiro dia lá, na primeira
semana, a coordenadora do curso perguntou: por que que a gente escolheu?, e aí eu falei que
era difícil pra mim, eu me ver como psicóloga, porque eu achava muito desafiador, achava
muito difícil, mas que era uma área que me interessava muito e eu gostaria de aprender,
mesmo que depois eu fizesse qualquer outro concurso, de qualquer outra coisa, mas eu queria,
se fosse para aprofundar em algum conhecimento, que fosse algo que me instigasse bastante e
aí cinco anos em algo que me interessasse, não só porque tinha que ter um diploma. E a
pergunta primeira que você fez, qual que era mesmo?
Entrevistador 1: Por que você escolheu essa área de atuação?
Entrevistada: Área de atuação porque era uma área do meu interesse né, então por
isso que eu quis fazer a psicologia e hoje em dia né, eu escolhi a área de psicologia social, na
verdade não foi bem assim uma escolha né, eu acho que muita coisa me interessava, por
exemplo, a área da psicologia da saúde, tô agora fazendo um estudo na parte da psicologia
ocupacional, eu fiz uma especialização em dependência química, várias coisas me
interessavam, mas aí eu fiz uma prova né, de um concurso, passei nessa área social e foi.
Entrevistador 1: Entendi. Há quanto tempo você atua nessa área?
Entrevistada: Então, na psicologia social, foi a partir deste ano né... porque antes eu
estava só em atendimento clínico; antes disso é... era na área de recursos humanos, teve uma
época que eu também estive no hospital. Então, na psicologia social, foi a partir deste ano
né... atuando aqui no CRAS de Mongaguá, que eu moro aqui no litoral.
Entrevistador 1: Como é... como se deu sua inserção no mercado de trabalho?
Entrevistada: Se diz na área de psicologia?
Entrevistador 1: Isso.
Entrevistada: Assim, se deu a partir do, da área de administrativa nos finais das
contas, porque erana área de recursos humanos. Então, eu já estava desde meus quatorze anos
trabalhando na área de recursos humanos, então, é que tinha a ver também com essa parte de
psicologia organizacional e depois que eu tava fazendo a faculdade, aí foi muito mais fácil né,
porque eu já tinha alguns anos ali na área de recursos humanos, aí consegui estágio também
na área, aí foi engrenando ali naquela parte de recursos humanos, então foi mais nesse sentido
que eu ingressei na área de psicologia e depois pra ir pras outras áreas eu vi bastante
dificuldade, porque eu acho que vocês vão ver no decorrer do tempo, aí no decorrer desses
cinco anos da faculdade, o quanto tem mais vaga pra parte organizacional do que qualquer
outra área, na área de psicologia. Então, você ficava... “ah eu quero ser psicólogo hospitalar”,
mas aí tipo... tem duas vagas prum hospital inteiro, enquanto toda empresa precisa de um
psicólogo lá, de alguém no RH. Então, é bem complicado pensar em outras áreas de atuação...
assim, tipo você tem vontade, você se especializa, mas são muito poucas vagas, pra muita
gente.
Entrevistador 1: Quais foram as áreas de..
Entrevistador 2: S, S, está me ouvindo S?
Entrevistador 1: Pode falar R…
Entrevistador 2: Ah, vocês todos estão me ouvindo?
Entrevistador 1: Sim Entrevistada: Sim
Entrevistador 2: Eu queria acrescentar algumas coisas L, que eu achei muito
interessante... então você começou no RH, passou para a clínica e aí você passou por
concurso, e agora tá na área social. Então, você se inseriu na, na psicologia social por meio de
um concurso?
Entrevistada: Isso! É... até, por exemplo, hoje em dia tanto eu trabalho durante o dia
é... no CRAS né, ih tem dias à noite que eu atendo, aos sábados eu atendo também é... os
pacientes ainda que eu já atendia. Então, ficaram alguns pacientes particulares e ficaram
alguns por convênio. Então ainda faço atendimento clínico, além dos atendimentos lá da
psicologia social, né.
Entrevistador 2: E você poderia falar, é crase?
Entrevistada: Isso. Entrevistador 2: É crase ?
Entrevistada: CRAS! Entrevistador 2: CRAS?
Entrevistada: É o CRAS, vocês também vão, eu acredito né, vão aprender durante a
formação. Eu acho que eu aprendi lá no terceiro ano né, que o CRAS é o Centro de
Referência de Assistência Social... então. eu tô na diretoria de assistência social. É o público
que eu trabalho é... são pessoas de extrema po.. pobreza é... que por exemplo a renda per
capita tem que ser até 89 reais; então são pessoas que estão no estado de bastante pobreza, eu
participo o... eu sou funcionária do governo do Estado de São Paulo né... do programa
específico do governo é... que é o Próspera Família. Não sei se vocês já ouviram falar..., é e aí
a nossa, o nosso...o que que a gente precisa fazer como psicólogo, a gente precisa acompanhar
né, aquelas pessoas por exemplo, eu tenho 45 famílias que eu tenho que acompanhar é...
durante o tempo de 10 meses, eles durante estes 10 meses, eles têm várias atividades, que eles
vão fazer, tem o projeto de vida deles, a gente precisa... meio que parece assim... eu falo com
eles que meio que parece um Coach, porque a gente vai ter que ajudar eles a sair daquele
pensamento de perpetuar a pobreza... “então eu sou pobre, meus filhos vai continuar sendo
pobre, a gente tem que arrumar um emprego para sobreviver”... então você vai fazer várias
coisas com eles, várias atividades, aulas, colocar eles pra aprender uma profissão, várias
outras coisas, pra que eles possam sair desse círculo da pobreza. Então, por exemplo, o que eu
percebo nesses atendimentos lá do CRAS, que diferente de um atendimento clínico quando
você vai abordar... é, uma coisa mais individual, uma coisa... é, mais genérica, digamos, ali
você tem um foco, independente se a pessoa vai ficar bem com marido ou não, se a pessoa vai
ficar bem em alguns conflitos psicológicos que ela tem, a principal intenção é que a pessoa
mude o status dela, digamos assim... ela sai daquele estado de extrema pobreza, consiga por
exemplo, ser um trabalhador, consiga ser um empreendedor, consiga mudar de posição social,
então o nosso principal papel ali é ajudar ele, nessas habilidades sócio-emocionais, pra que
ele faça essa é, esse crescimento na no… na sociedade, digamos assim.
Entrevistador 2: Então só para ficar registrado, pra gente poder trabalhar depois,
então é mais a área, a área te escolheu do que você escolheu esta área? É certo falar isso ou
não?
Entrevistada: Não, é me, igual eu falei, tinha vários campos que me interessavam,
então eu poderia por exemplo, se eu tivesse passado no concurso de hospitalar, talvez eu
estaria lá no hospital trabalhando, se eu tivesse passado em outra coisas, mas assim, uma área
que me chama muita atenção, já tinha feito outros cursos, após a faculdade né, relacionado
nessa área social, só que como eu te falei, é muito difícil você se inserir em outras áreas de
atuação, pra mim ir pra outras pessoas que estudam comigo, a gente sempre via o quanto que,
sempre na área organizacional, tinha mais oferta. Então qualquer outra coisa que a gente fosse
lá fazer curso, fazer especialização, a gente conseguia... e aí depois muitas vezes tinha que
trabalhar com outras coisas que não tinha nada a ver com o que a gente tinha se especializado.
Então é... é bem difícil você se inserir na própria, na própria parte de psicologia social, mas
era uma das áreas que me chamava atenção; por isso que... tanto é que eu prestei a prova né.
Entrevistador 2: Entendi, ih, ih só para especificar, você tinha alguma expectativa
específica, ahm, quando você prestou a prova pra este concurso?entrevista, só colher as
informações e não podia fazer nenhum tipo de intervenção... então só registrar, criar vínculo
tal, aí tudo bem. Aí depois começavam as atividades, que eram alguns encontros né, é com...
eles chamam de tutores né, os psicólogos que vão acompanhar essas famílias... os encontros
com os tutores, e aí duas vezes por semana, aí tem o horário e tem o dia que são em grupo né
e tem os dias depois que são os atendimentos que eu marco horário que convém para mim,
para eles que dá... é, pra eles irem lá, para fazer é algum tipo de atividade. Durante todos os
encontros, as atividades que a gente faz com eles... é, o próprio programa já diz o que a gente
precisa fazer, por exemplo: ah no primeiro dia se vai trabalhar com essas pessoas identidade;
no segundo dia, você vai trabalhar vínculo... é, comunidade, direitos, quais os direitos que ela
tem? Pra você ter ideia, eu tive que estudar a Constituição, declaração dos direitos humanos, o
ECA pra passar para essas pessoas, o que que era cada um desses documentos e quais os
direitos que eles tinham e eles também aprenderem sobre isto, então assim...A gente tem que
tratar de diversos assuntos e não simplesmente só fazer só um atendimento clínico, digamos
assim. E aí tem uma parte que a gente faz os encontros pra eles desenvolverem o projeto de
vida deles, então... o que que eles querem para a vida familiar, a vida acadêmica, para vida
profissional, a gente faz todo um planograma junto com eles. Aí no decorrer dos outros meses
que eles vão fazer a parte profissional, sei lá pro Senac, para o SENAI.. tudo... a gente ainda
tem outros encontros com eles pra tratar de outros temas e também para ver se eles estão
cumprindo o que eles fizeram lá no projeto de vida deles. Então a gente passa 10 meses com
essas famílias, fazendo toda esse acompanhamento ali semanal, tudo direitinho e com esses
horários tudo pré-determinados pelo próprio programa, por exemplo: esses encontros que eu
falei que tem que trabalhar esses vários tema né, identidade, não sei o que... são em grupo... e
os individuais, aí, são outros que também são determinados, lá a gente tem uma postila, a
gente tem os treinamentos, a gente tem todo uma coisa para seguir, por exemplo: eu não posso
nessa semana tá aqui trabalhando uma coisa para as famílias e a pessoa lá de Guarulhos
trabalhando outras coisas.É tudo já desenhado né, o programa como tem que ser e o que a
gente tem que fazer com essas famílias.
Entrevistador 1: Entendi, como se fosse um cronograma já todo detalhado que tem que fazer.
Entrevistada: Isso, aí tem algumas dinâmicas, por exemplo: na parte que é em grupo, tem
umas dinâmicas que a gente tem que trabalhar com eles e é muito por exemplo: é nesses
Entrevistada: Então, eu tinha uma expectativa nessa área social de fazer a diferença,
alguma diferença na vida das pessoas, porque eu sabia ali no edital que era para trabalhar com
este público, então eu fico, tipo assim, a minha família né assim, antes mesmo de eu fazer
faculdade, tudo, a gente tinha uma situação também assim de pobreza né, então eu ficava
pensando... poxa vida eu queria que alguém tivesse feito algo por mim, eu queria que alguém
tivesse me olhado, me escutado, me aconselhado, então eu fico pensando o quanto que eu
gostaria também de fazer esse papel na vida de outras pessoas.
Entrevistador 2: Quer continuar S ? Pode continuar...
Entrevistador 1: Ok! É aqui uma das perguntas selecionadas que professora colocou
foi... Quais foram as barreiras para o seu ingresso na Psicologia?
Entrevistada: Para trabalhar com Psicologia?
Entrevistador 1: Isso, em Psicologia.
Entrevistada: Eu acho que a principal barreira é... tem pouca oferta, tem poucas
vagas para o quanto de psicólogos que a gente tem e bons... não são né tipo, você vai fazer
por exemplo um concurso aí um monte de gente passa; vai para outra fase de títulos, aí você
vai concorrer com quem tem mestrado, tem doutorado aí, eles tem pontuação a mais, então
assim é... acho que a principal dificuldade é isso... ter poucas vagas né, vagas boas, porque
não adianta você fazer faculdade e trabalhar numa coisa, trabalhar num lugar para ganhar
super pouco ou não sei bem o que você gostaria... então acho que a maior dificuldade é isso,
ter uma...muita gente pra pouca vaga.
Entrevistador 1: Entendi. E como que é sua rotina no... sobre seu trabalho?
Entrevistada: Então é meio que, o que eu respondi lá pro R... né rsrsrs.
Entrevistador 1: Isto, tá certa.
Entrevistador 2: Sim, mas você tem um horário para entrar? Um horário pra sair?
Entrevistada: Tem.
Entrevistador 1: É feito por agendamento?
Entrevistador 2: Como que estão... como que essas famílias entram em contato com
esse programa social? Como que é a dinâmica dentro desse... desse programa?
Entrevistador 1: Eu tenho uma dúvida, por exemplo, também entraria pessoas que
pretende adotar crianças ou algo deste tipo ou é totalmente fora?
Entrevistada: Neste programa específico? Que eu tô falando que eu participo?
Entrevistador 1: Isso.
Entrevistada: Não. Esse, esse programa específico é voltado pra um determinado
público. É... teve um período de inscrição em todos os municípios que funcionou, que tá
funcionando, que tá rodando né... só respondendo também ao que o R., perguntou. Horário é
de segunda a sexta das 8 às 5 horas, porque é, é… repartição pública, normalmente é este
horário, rsrsrsrsr… é então, o que acontece, teve um período né, em todos os municípios que
tava participando deste programa... então Carapicuíba, é aqui Registro, Itanhaém, outras
cidades e tal... é... teve o período de inscrição e aí as pessoas que faziam parte deste público,
que estavam no cadastro único se inscreveram. Então, necessariamente precisa ser um
responsável familiar, de família monoparental, então ou um pai, ou uma mãe solteira. Precisa
ter filhos de até seis anos, então de 7 pra mais não não pode, não é, não atende ao requisito. E
precisa ter uma renda per capita de até 89 reais, ou seja, ser considerado uma extrema
pobreza. E aí as pessoas fizeram essas inscrições, mas, assim, foram um montão de família e
dentro deste montão de famílias, o estado selecionou... é... no nosso caso selecionou 174, para
que pudesse fazer parte do programa. E aí é, tem dias por exemplo que eu tenho que fazer...
no começo, logo quando eles foram se matricular, tive que fazer entrevista com cada um deles
que... era um montão de pergunta, mais ou menos 1 hora de entrevista, só que diferente por
exemplo do atendimento clínico, eu tinha que apenas, a princípio, só... nesta primeira
encontros a gente procura muito que eles falem, que eles se manifestem né, do que a gente tá
trazendo só as informações para eles.
Entrevistador 2: É é ...não teve nenhuma flexibilidade quanto a esse programa, assim
de por exemplo a família, as famílias dessa região têm uma necessidade especial ou tal... que
vocês que estão mais próximos deles possam pensar?
Entrevistada: Aparecem assim muitas demandas né, então assim...por exemplo, tudo
que for demanda que a gente não for conseguir atender no programa, a gente tem que
encaminhar pro técnico, outro técnico do CRAS. E aí eles vão por exemplo, ah, tem alguma
dificuldade com a criança negócio de creche, aí tem as pessoas certas, o técnico pra gente
encaminhar; pra área da saúde, qual o técnico que tem que encaminhar, assistente social o que
for. Então assim, tem coisas que não vai nos competir, e que não faz parte da nossa atribuição,
a gente tem que encaminhar, fazer lá o papelzinho e tudo, pra aquela pessoa que é responsável
por aquilo.
Entrevistador 1: Interessante... você quer fazer mais alguma pergunta Raul?
Entrevistador 2: Não, acho que …
Entrevistada: E... e assim, é, eu acho que eu vinha também assim, com um olhar né,
com uma expectativa, e quando você tá trabalhando com esse público acho que é muito
surpreendente. O outro psicólogo que trabalha comigo, volta e meia a gente comenta um com
o outro... assim sabe, coisas muito... muito forte sabe, que ele até falou “nossa L., tem vez que
eu tô em casa assim, eu me pego pensando no que a pessoa falou, no encontro e tal”... porque
sabe, é de partir o coração, por exemplo, se você tem criança, aí uma mãe vem e chora
falando para você que tipo não tinha comida para dar para criança dela, você fala meu Deus
tipo, nunca passei por isso, nunca né tipo, como que será isso para uma pessoa, pra uma
família uma mãe não ter o que dar pra sua criança. Então é..., tanta coisa sabe, ai você tá lá
atendendo uma... igual teve um dia que eu tava atendendo uma pessoa aí chegou uma pessoa
na recepção eu fui lá só pegar um papel, e a pessoa falou assim, um casal, falou assim: “Ah,
ela precisa falar com assistente social porque a gente tem que mostrar esse papel que
mandaram a gente vir aqui no CRAS, porque ontem ela teve um aborto e lá no hospital já
fizeram que tinha que fazer e agora tinha que vir aqui...”, teve um aborto espontâneo né, não
segurou o útero não sei o que tal. Aí eu peguei e falei, falei de uma forma mó assim: “Ah só
um momento, não sei o quê, não sei o quê, só aguardar aí que eu vou chamar a assistente
social”. Mas eu tipo fui extremamente fria sabe, aí depois eu voltando para falar com
assistente social eu falei meu Deus, eu tô me acostumando as tragédias que eu vejo todo dia
aqui, que horror né... tipo, como assim uma pessoa fala para mim que acabou de perder o
filho, um casal, e eu tipo nem falo sinto muito nem nada... então assim, você ouve todo dia
tanta coisa pesada, tanta coisa drástica que, meio que você acaba se psicoadaptando também.
E aí tem que prestar atenção, porque senão a gente acaba tendo essa frieza também né.
Entrevistador 2: Então já que você falou isso, foi uma coisa que eu pensei e eu não ia
perguntar, tem algum cuidado da equipe assim de vocês com vocês da equipe sabe? Vocês
fazem tipo, uma supervisão? Ou uma conversa? Como que a equipe é… interage?
Entrevistada: É a gente tem... reuniões né, com a própria equipe aqui do município, e
tem também as reuniões com o estado. Mas não é muito no quesito de cuidado sabe, de como
que a gente está, por exemplo uma supervisão, mas é mais meio que, de orientações, de como
que a gente tem que proceder, se a gente tá agindo, por exemplo, eticamente ou não, mas não
é muito do cuidado. Aí eu, por eu atender clinicamente né, aí eu faço,mas não tem nada a ver
com CRAS, aí eu faço supervisão e eu também faço atendimento eu passando com a
psicóloga né, a minha terapia. Mas aí por isso que eu acho que eu consigo ter ainda um
controle maior, mas da parte do...ou da prefeitura ou do estado...se vira aí com o que você
tem, se ficou ruim ou ficou mal fique doente e pronto.
Entrevistador 2: E você acha que deveria ter? Você faz alguma crítica? é …
Entrevistada: Sim, essa semana a gente teve lá, aqui na cidade né, a gente teve um
evento que era até sobre o Setembro Amarelo, é, com pessoal da segurança, o pessoal da
saúde, e a diretoria de assistente social. E aí quando abriu para as pessoas falarem né, uma
que trabalha comigo, uma assistente social falou né, o quanto que ela vê os colaboradores
adoecidos, porque a gente lida com muito problema, a gente lida...é isso que eu tô falando,
tipo, coisas muito pesadas né, então, não é um público fácil, muitas vezes o pessoal também
não trata muito bem, porque eles não sabem as vezes nem se expressar, e aí acha que a culpa é
de quem tá ali, não sei o quê, aí então, é, a gente acaba também se sobrecarregando, e aí ela
falou, o quanto que precisaria de um cuidado psicológico, psiquiátrico para os colaboradores e
no município não tem, não tem de forma alguma, aí ela falou isso lá no evento também na
hora que abriu pra a gente falar.
Entrevistador 2: Que Interessante... é porque deveria ter né, imagino que esse
contato, como você até tá me dizendo, adoece também aquele que tá atendendo, e esse
sistema de saúde também teria que pensar na saúde de quem tá trabalhando.
Entrevistada: Sim, mas, na prática, não acontece.
Entrevistador 2: Não, não acontece.
Entrevistador 2: Fala Vitor!
Entrevistador 3: É, oi L., Tudo bem? Meu nome é Vitor... eu entrei um pouquinho
atrasado, não sei se você já … (inaudível).
Entrevistador 1: Nossa não tô escutando direito, Vitor, o que você tá falando.
Entrevistador 3:Tá me ouvindo melhor agora?
Entrevistador 1: Perfeito!... agora sim.
Entrevistador 2: Então, é, eu não sei quanto tempo você atua nessa área, né, mas eu
acho que é...no tempo que você atua nela, você consegue perceber, é… uma certa mudança,
uma transformação nas pessoas que você lida?
Entrevistada: Ish, acho que travou!
Entrevistador 1: Ih, travou!
Entrevistador 3: Né, ou fluido … tá me ouvindo?
Entrevistada: Travou em um momento!
Entrevistador 3: Tá, é, a minha pergunta é assim, é... existe uma continuidade na
frequência das pessoas que você tem tratamento ou é mais fluído, como que você consegue
medir o trajeto da terapia, do trabalho que você faz com ela.
Entrevistada: É... nesse caso desse programa em específico, a gente tem até um
sistema, que a gente tem que colocar essa evolução da pessoa, então assim, até a questão da
renda que ela começou, da renda que ela estava durante o processo e depois, quais foram as
transformações, daquilo que ela colocou no projeto de vida dela se ela conseguiu fazer. Então,
monte um de tela lá que a gente tem que ir preenchendo com essas evoluções aí de todo esse
processo. Como a gente encontra com ele toda semana né, durante esses 10 meses, então a
gente tá em constante contato com essas famílias. Então, a gente tá vendo ali o que tá
acontecendo, é... na, nessa vida delas né, então como é que tá, se tá…, a tendência sempre é
ter uma melhora né, é…, então se ela tá participando de alguma atividade seja na área social,
seja na área da saúde, participando de algum programa de alguma coisa, o que a gente sempre
vê, é só delas estarem, por exemplo, se encontrando a gente já vê que isso ajuda na
autoestima, ajuda na socialização. Elas mesmo falam isso. Por exemplo, agora na pandemia,
poxa vida, eu tava em casa, tava sem trabalhar, tava com as minhas crianças, tinha hora que
eu chorava do nada, então só de eu tá aqui com vocês, com as outras mulheres e tal né, com as
outras pessoas, aí ria e fala outra coisa, brinca não sei o quê então, é... só de estar junto ali
também já é terapêutico também.
Entrevistador 3: É...eu tô fazendo algumas perguntas assim que não estão meio que
no roteiro né, mas, desculpa. Existe um certo perfil de pessoas que buscam o serviço? Sim ou
não?
Entrevistada: É...sim, por exemplo, no CRAS no geral tem esse programa específico
que eu falei né, pra Sara que ela perguntou lá qual era o perfil, mas no CRAS em geral
normalmente quem procura são pessoas em situação de vulnerabilidade social. Por exemplo,
eu vejo muita diferença das pessoas que eu atendia lá no Alphaville e as pessoas que eu
atendo aqui, tipo, vinha lá pessoal né, trabalhador, pessoas né, com outro nível, sei lá, nível
universitário, outras coisas e aqui necessariamente a maioria né, ou é pobre ou é da extrema
pobreza. E tudo muito limitado, seja recursos materiais, seja de conhecimento, seja de
possibilidade de fazer qualquer outra coisa, é, que sofre muitos tipos de violência, então seja
violência com o companheiro, seja violência dos pais, que veio das famílias. Então assim...
especificamente o público que procura o Centro de Referência de Assistência Social que é o
CRAS, são pessoas né, que estão em vulnerabilidade social, não é qualquer pessoa não.
Entrevistada: Tá bom.
Entrevistador 1: Então, é, quais desafios e limitações você encontrou para executar o
seu trabalho?
Entrevistada: Então, acho que um dos principais desafios, é que além da gente fazer
os atendimentos, além da gente ter que estudar um monte de coisa, tem muita coisa
administrativa que a gente tem que dar conta também. E às vezes o tempo não dá e aí a gente
é cobrado por isso; então você tem que dar conta de tudo...né, da parte administrativa, da
parte dos atendimentos, do atendimento, dos agendamentos, de tudo. Então eu acho que é
muita coisa pra para você dar conta ali naquele horário que você tem de trabalho, aí não dá
conta... é bem complicado.
Entrevistador 1: E as limitações?
Entrevistada: Ah, outra limitação que eu achei assim bem gritante né, porque, por
exemplo, eu passei né, comecei a trabalhar... não tinha computador para mim. Como que você
vai fazer as coisas sem o computador? Aí eu tinha que usar o notebook do outro psicólogo
quando ele estava em atendimento para eu lançar fazer as coisas e tal. Aí eu sei que depois de,
sei lá, de mais de um mês, que aí foi chegar um computador para mim. Aí a gente foi ficar
numa sala que reservaram a sala para gente e não tinha internet naquela sala. Aí teve que
mudar a gente de sala porque precisava necessariamente usar a internet. Eu sei que assim,
essas partes de infraestrutura... nos equipamentos públicos é bem precário, é bem difícil. Aí
depois arrumaram um computador para mim, aí o computador não tinha o Office...eu sei que
assim, um Deus nos acuda aí. Aí falou assim você tem até tal dia, dia 20 para entregar todos
esses relatórios, tudo isso tal. Aí você não tem computador como que você vai fazer? Eu não
vou levar meu notebook de casa porque não faz sentido. Aí quando é dia 18 te entregam um
computador; aí você tem 2 dias para fazer uma coisa que você teria duas semanas...é bem
complicado.
Entrevistador 1: Nossa!
Entrevistador 2: Então, o grande desafio e problema, nesse setor da psicologia social,
seria a infraestrutura que o estado possibilita para os atendimentos acontecerem?!
Entrevistada: Sim, e essa parte dessa sobrecarga também, dessa parte administrativa
eu acho que é um desafio, assim, é importante também.
Entrevistador 2: Que a gente poderia pensar numa infraestrutura né, porque parece
que não é a função do psicólogo né... talvez seria um assistente administrativo, que poderia
receber essas informações e passar para o sistema.
Entrevistada: É, mas por exemplo, como a gente linda com muita informação
sigilosa. Igual eu perguntei né, tem uma lá que trabalha nessa parte do atendimento, de
recepção, se ela não poderia lançar essa parte de lançamento, essas coisas no sistema tal. Ela
falou que não, que era tudo informação sigilosa. Realmente são informaçõessigilosas, tanto
dos atendimentos, das entrevistas tal, né, é… e aí por isso que necessariamente a gente que
fez entrevista tinha que passar tudo isso para o computador e tudo mais, mas vai ocupando
bastante tempo.
Entrevistador 1: Qual a sua opinião quanto a relação do psicólogo com os recursos
tecnológicos atuais?
Entrevistada: Eu acho que só vem pra contribuir né, pra ajudar porque, eu acho que
também facilitou acesso para muitas pessoas, é ...essa parte por exemplo do atendimento
online né... então né, tem gente, até pensando na situação financeira, que não tem condições
para ir para um lugar ou pagar uma consulta, que ali se fosse pessoalmente seria mais caro e
no online acaba sendo é... mais barato. Eu acho que de todos os meios que a gente pode ter
para a Psicologia e os meios tecnológicos só tem a contribuir. Eu acho que as pessoas
precisam saber usar né, tanto os profissionais quanto que tá usando, seja paciente seja a
população no geral, mas eu acho... eu vi desde sempre desde que saiu a resolução né, de uma
forma muito positiva.
Entrevistador 1: Como você percebeu o papel do compromisso social da psicologia?
Entrevistada: Como que eu percebi?
Entrevistador 1: Isso, um posicionamento, por exemplo, a diversidade, a minoria, as
tragédias que vem no decorrer do tempo.
Entrevistada: Então, eu acho que na verdade falta muitas atitudes assim, falta muitas
ações né... porque eu acho que a própria psicologia social fica muito omissa em várias
situações. Por exemplo, nessa época da pandemia né... o próprio Ministério da Saúde
convocou, que eu até recebi também né, que a gente tem que fazer o treinamentos para se se
fosse necessário participar dos atendimentos, mas a gente não iria receber remuneração,
porque a gente fez um juramento que em calamidade pública não sei o que né, a gente como
profissional da saúde, psicólogo, teria que estar disponível ali pra esse tipo de atendimento. E
aí, se fosse necessário a gente né, por exemplo, ah! Tá precisando de um monte de gente lá na
Amazônia, não sei o quê, aí vai, mas aí não seria por exemplo, você receberia só a parte, de
tipo, de hospedagem, não sei o quê, não sei o quê, mas não recebia o salário, seria uma
calamidade pública. E aí eu tenho uns grupos que eu participo tanto pessoal que era da
faculdade, do hospital de outras coisas, e as pessoas “não, mas que não sei o que, eu vou
arriscar minha vida, e não sei o que lá, é uma pandemia isso e aquilo...” Mas só que é uma
calamidade pública e você já sabia, desde o princípio, que numa situação dessa você poderia
ser requisitado, né? E não necessariamente... você poderia falar não; ninguém estaria te
obrigando; o Ministério da Saúde não estava te obrigando a fazer nada. Só que você teria que
ter esse compromisso como profissional e muitos eu vi, assim, se esquivando e falando várias
outras coisas; por exemplo, ah., quando tem uma situação de desastre natural também... as
pessoas... eu acho que assim... eu vejo na psicologia de uma forma geral... as pessoas
buscando muito uma parte de retorno financeiro de uma profissão do que um compromisso
social no final das contas. Então você vê as pessoas falando muito em abrir consultório, mas
se você fala em fazer terapia comunitária, vamos trabalhar lá na favela tal... pela prefeitura.
“Ah não...” Então, eu acho que falta muito comprometimento dos psicólogos com ações
sociais, com as coisas que acontecem na sociedade que precisariam desse posicionamento,
dessas atitudes do psicólogo. Então, eu acho que fica uma coisa meio que elitizada também. A
própria psicologia... e não uma coisa mais voltada para comunidade, para o social, para as
coisas que precisam desse meio social. Eu acho que fica uma coisa muito solta; e os
profissionais também ficam de uma forma bem solta, bem aleatória.
Entrevistador 2: Entrevistador: E você acha que o estado não consegue fazer esse
balanço; ou seja, o Estado não consegue intervir com esses programas sociais para diminuir
essa desigualdade... essa elitização da psicologia.
Entrevistada: Então eu acho que mais do que pensar no estado... eu acho que deveria
vir um posicionamento do próprio conselho, né de psicologia e das próprias universidades
de... tipo instruir esses estudantes para ter essa visão social. Porque a visão que ensina nas
faculdades é mais elitizada. Então, assim, você vai atuar em tal área, fazer tal coisa e não...
não pensando que ele tem que abraçar essas causas, que ele tem que ter esse compromisso
social. Então, eu acho que se você for pegar as grades de várias universidades de psicologia
não foca tanto na psicologia social. Muitas focam mais na parte clínica ou na parte
organizacional. Então, assim, é difícil você ter uma faculdade referência, por exemplo, em
psicologia social, que seja o forte. E o próprio conselho de Psicologia também deixa todo
mundo solto. Então, eles que deveriam a cada ano, a cada evento, a cada ação deles também
fazer a gente se corresponsabilizar socialmente e também... tipo tem uma coisa ou outra meio
solta... e alguns gatos pingados tentando fazer alguma coisa, mas o próprio conselho que
devia se posicionar mais, instigar os profissionais a fazer isso, não faz. Eu acho que faz muito
pouco.
Entrevistador 1: Quais as contribuições, para a sociedade, que seu trabalho tem
oferecido?
Entrevistada: Eu acho que seria a questão da conscientização de quem são eles no
mundo. Então, o que eles podem fazer, para onde eles podem ir... eu acho que é como se...
esse público que eu atendo em específico, né?... é como se eles tivessem num ritmo que “ah tá
tudo bem assim; se tem alguma coisa para comer e vivi e tudo bem”; então, fazer eles terem
uma conscientização que sim eles podem ser muito mais que isso, que sim eles podem
conseguir uma posição melhor. Então, eu acho que eles terem esse despertar... eu acho que é
até o que mais me motiva também nesse trabalho. Tipo ajudar eles nesse crescimento, nessa
ascensão deles.
Entrevistador 1: Você já pensou em desistir da sua carreira?
Entrevistada: Ah eu pensei até na própria faculdade, né.
Entrevistador 1: por quê?
Entrevistada: no terceiro ano, eu lembro bem claramente que no terceiro ano da
faculdade eu fiquei pensando assim tipo tinha amigo de outras áreas e tal e eu tava também
numa empresa que era da área de Engenharia e outras coisas e eu via tipo o pessoal tudo né
ganhando bem conseguindo boas colocações e eu ficava vendo os concursos, as coisas de
psicologia e eu ficava pensando meu deus que difícil... porque quando eu comecei no
primeiro ano eu estava lá não pensando em atuar como psicólogo, mas depois você vai
aprendendo tanto você vai gostando aí você fala: “ah não eu acho que vou querer ser
psicólogo mesmo. Não vou só fazer a faculdade e trabalhar de outra coisa não. Vou querer
atuar nessa área mesmo... e eu ficava pensando poxa vida eu queria ter uma condição... pensar
numa evolução no sentido financeiro... pensar em várias outras coisas e aí eu não vi essas
possibilidades em psicologia, porque teve uma época que eu fiquei desempregada e eu ficava
pensando poxa vida só vai ter RH para eu trabalhar; ah se eu quiser trabalhar de qualquer
outra coisa eu não vou conseguir. Aí eu fiquei bem desmotivada, faltei várias vezes. Teve uma
matéria lá que eu até peguei DP que eu faltei toda terça-feira... que eu não ia naquele
semestre... que eu fiquei bem desmotivada mesmo pensando nesse futuro né. Então poxa vida
vou terminar e aí? vou trabalhar aonde? Se tem tão poucas vagas, eu vou fazer o quê? Só que
daí eu tenho essa coisa também de começar e terminar as coisas, né. Então, poxa vida... eu já
tinha estudado ali dois anos e meio… né, só teria perdido tempo da minha vida; então sei lá...
pelo menos terminava e depois se não desse certo, eu, pelo menos, depois tentava outra coisa,
fazer outra faculdade caso não desse certo, se não conseguisse dinheiro com isso e tal. Mas
eu lembro bem que nessa época aí da faculdade eu fiquei bem desmotivada, não pelafaculdade em si e tal, mas pensando nesse futuro se eu ia ter sucesso ou não na psicologia.
Entrevistador 1: o que te fez continuar? Foi essa parte do “eu quero terminar”, “eu
não quero desistir”.
Entrevistada: Eu acho que o que me fez continuar é... teve assim para ser bem sincera
teve dois pontos... um ponto é que eu não tava perdendo nada... tipo assim eu não tava
perdendo financeiramente, porque eu tinha bolsa... então assim se eu continuasse só teria
ganho, não ia estar perdendo nada e, se eu parasse, eu teria perdas né... e eu continuei também
porque assim eu acho que sempre na vida eu me motivei para que as coisas tivessem sentido
para mim. Então, assim, se eu vou estudar 5 anos é porque algo que eu quero muito aprender
que eu quero me aprofundar, ser especialista nisso. Se eu for continuar a faculdade de
Psicologia ou trabalhar com psicologia é porque eu tenho que ter um porque acordar eu tenho,
um porque trabalhar aquele estudo. Não só por causa do salário, mas porque aquela atividade
me traz uma certa satisfação. Então eu acho que o que mais me motivava era pensar o quanto
que aquilo... pelo menos nos estágios, nas coisas que eu estava aprendendo, aquilo me trazia
satisfação. E eu achava que sim que eu seria feliz trabalhando com aquilo e eu queria fazer
dar certo. Então, eu acho que foram esses dois pontos: que se eu continuasse, eu não tava
perdendo... que tem gente que fala “ah eu tô pagando maior caro na faculdade... não sei o
que...” e eu tinha uma economia de mais de 1400 reais, porque eu não pagava... tinha bolsa
integral. Então eu pensei “ah gente que besteira parar... tem tanta gente querendo estar no meu
lugar e eu aqui... Até minha mãe falou “L. deixa de loucura, porque você nem paga faculdade
nem o ônibus da faculdade você paga, porque tinha aquele Passe Livre lá. Então, é mesmo é
muita falta de vergonha na cara. Aí depois de alguns meses eu fui me animando de novo, mas
demorou, foi um semestre assim turbulento.
Entrevistador 2: e nesse programa, você em algum momento já pensou em parar, teve
algum dia difícil... que você falou nossa não dá para continuar.
Entrevistada: olha, não. Inclusive eu tipo tenho estado bastante motivada; bem
animada mesmo. E eu acho que às vezes eu... por exemplo tem dia que você acorda com
sono… pela natureza da gente mesmo... foi dormir tarde, foi fazer alguma coisa no dia
anterior e tal... e aí quando eu acordo e vou tomar banho eu me animo que eu sei que elas vão
estar lá. Por exemplo no dia que é os encontros em grupo tipo elas já chegam animadas e não
sei o quê que aí eu fico pensando a gente vai trabalhar tal coisa hoje, já estudei tal coisa, eu
vou falar com elas tal coisa. Então eu fico animada para ir por elas sabe, por aquele público.
Então até agora pelo menos eu tenho uma boa gestão, uma boa coordenação que eu lido muito
bem. Eu acho que isso faz toda diferença para mim, porque eu sei que quando você tem uma
chefia ruim é bem complicado trabalhar, mas a que eu trabalho... ela consegue ouvir a gente, é
aberta. Então, tem funcionado bem... até agora tem ido muito bem e eu tenho estado bastante
motivada. Na verdade, eu tenho achado que tem sido um desafio porque é uma coisa nova
para mim né. Então cada dia eu vou aprendendo mais coisa. Está sendo bem interessante.
Entrevistador 2: Você teria algo a nos dizer como estudantes de psicologia?
Entrevistada: Eu acho que…
Entrevistador 3: Eu posso incluir na pergunta, assim... se você tivesse que falar com
a L. que estava começando o curso de psicologia agora o que você diria para ela?
Entrevistada: eu diria que... para ela fazer igual ela fez: estudar tudo com bastante
intensidade, fazer tudo com muito carinho, com muita dedicação cada estágio, cada atividade
prática... é que... ia ter finais de semana muito cansativos, iam ter semestres muito cansativos,
mas que todo aquele conhecimento ia fazer muita diferença lá na frente; que não adiantava
copiar e colar ou colar em prova igual muita gente fazia porque você vai precisar daquele
conhecimento e que depois... durante a faculdade aprender muito na parte teórica, mas depois
quando você estiver ali trabalhando, tiver ali com paciente você vai aprender muito mais. É
muito mais rico, muito mais intenso quando você está no dia a dia de trabalho onde você não
tem o supervisor para falar “socorro”. Então, é você ali, tendo que dar conta a semana toda
com aquelas pessoas e não é brincadeira, não é um trabalho que é brincadeira... tipo você lida
com pessoas... com pessoas que tentaram se matar, pessoas que estão no estado bem difícil de
saúde. Então, eu acho que é assim... é uma responsabilidade muito grande e tudo que você
fizer, todas as noites que você dormir 4 horas, ficar com sono, ficar pescando lá na aula vai
valer muito a pena e a satisfação depois no seu dia a dia também vai valer muito a pena. Mas
só que isso vai ter muito esforço, não vai ser fácil, não vai cair no céu. Vai ser um pouco
demorado, mas não desista. Não vá para outra área porque é nessa aí que você vai ser feliz, é
nessa que você vai se realizar como você fez desde o começo quando você dentre as várias
áreas escolheu uma para prestar vestibular. Você sabia que aquela te interessava, que te
instigava de alguma forma. Então segue nessa porque é nessa que você vai conhecer muita
coisa e que você vai ser feliz profissionalmente... dentre as várias profissões que você podia
escolher, é nessa que você vai se sentir realizada. Era isso que eu falaria para L. lá nos seus
19, 20 anos.
Entrevistador 1: gente é isso que a professora colocou nas perguntas eu não sei se
alguém quer complementar com alguma coisa... se a entrevistada quiser né, também...
Entrevistador 2: a gente já tomou bastante tempo, mas fala Fernanda.
Entrevistador 5: L., é a primeira vez que você faz uma entrevista ou não... E como
você se sente assim agora... como o Vitor falou, né... “fale para você mesma...” e hoje você
está aqui e poder passar tudo isso para gente, viver essa experiência. Você já tinha pensado
nisso antes... como que é para você?
Entrevistada: eu tive que fazer uma entrevista... eu trabalhei, numa época, em uma
ONG né... era uma casa de acolhimento e junto com a ONG e eu tive que fazer uma entrevista
para os adolescentes de lá que era sobre a profissão de psicologia… trabalho de ensino médio
né para eles e eu achava muito importante eu falar com eles, porque ensino médio eu sei que é
uma época que a gente está cheio de dúvida então né. Cada grupo lá da sala deles tinham que
fazer sobre uma profissão e eles escolheram a profissão do psicólogo porque eles conviviam
com psicólogo lá... toda semana que ia lá falar com eles. Então né eles falaram é bom saber
sobre essa profissão. E aí eu fiz essa entrevista com eles e eu queria que eles pelo menos
soubessem como que é, o que estuda, o que faz né... para eles não ficarem só no mundo das
ideias, do imaginário né... do senso comum do que é ser um psicólogo. Então eu tive essa
experiência que eu gostei bastante e eles eram bem curiosos, até divertido... porque né 15, 16,
17 anos... aí tinha um monte de pergunta "ah mas, se a pessoa falar não sei o que, e aí você
fala o quê? E eu “gente, mas não é assim...” Mas, teve essa outra experiência e... a segunda
parte do que você perguntou o que que era mesmo?
Entrevistador 5: então, era sobre isso: se você já tinha feito uma outra entrevista, ou
se era primeira. E se você já se imaginava dando entrevista... Como que você se sente assim
profissionalmente e pessoalmente... você se sente importante... é nesse sentido assim.
Entrevistador 2: então, só para complementar. Como você se sente... né a
importância de você passar para frente essa sua vivência para novos psicólogos...
Entrevistada: Então... eu acho muito importante, porque, por exemplo, se naquele
meu terceiro ano tivesse tido um trabalho assim, tivesse ouvido... eu acho que eu e outros
colegas meus ia clarear muita coisa; então a gente não ia ficar tipo no achismo,a gente ia
saber um pouco mais da realidade ali... né, prática, mercado de trabalho e tal... e não só o que
os professores nos falavam, mas de algum profissional de fora. E então, eu acho que... eu
acho que isso é importante quando a gente está em formação. Hoje em dia assim... se eu já me
imaginei ou não... o que eu imaginava é que teve uma época que eu... principalmente quando
estiver em Portugal estudando... lá eles fazem muito mestrado, terminar a graduação e já faz
mestrado... tipo o pessoal com 25 anos todo mundo já tem mestrado. Então, eu imaginava que
eu ia terminar a faculdade, já ia fazer um mestrado, que eu ia dar aula em faculdade também,
que não sei o que, então eu imaginava, né... falando talvez de algumas experiencias minhas
profissionais, mas na universidade, em alguma aula, alguma coisa nesse sentido. É, eu acho
que eu ainda não estou onde que eu gostaria, né?! E gostaria de... até pelas coisas que já fiz e
que eu pretendo fazer, de curso e tal, eu gostaria de estar numa área, por exemplo, mas eu
acho que ainda não esteja preparada na parte de experiência, mas eu gostaria de estar numa
situação ou de gestão, ou de coordenação de algum equipamento, seja na área social, seja na
área da saúde, é... Porque eu acho que né, eu já tenho me preparado né, eu gosto muito de
estudar. Então desde sempre assim, eu sempre estive estudando, teve um ano que não parei de
estudar né, é... seja fazendo especialização, seja curso extensão, seja formação. Então, eu acho
que eu gostaria de chegar nesse patamar ainda né, mas hoje estou só como psicóloga, e ok,
acho que eu tenho muito que aprender ainda para chegar nesse cargo de gestão, mas... eu acho
que né... daqui a alguns anos, eu espero estar caminhando para isso, para onde eu gostaria de
chegar.
Uma observação que você falou, na vida pessoal, como seria... eu acho uma coisa que
eu principalmente nesses últimos anos percebi bastante... é o quanto a gente tem que
reconhecer nossa fragilidade, a nossa pequinês assim, porque, por exemplo, é... você é
psicólogo ali no seu momento de trabalho; em casa, você é esposa, você é filha, você é irmã,
você não é psicólogo... então, você tem que saber separar essas coisas, você tem que saber
que você não vai dar conta, por exemplo, no ano passado no dia do meu aniversário a minha
irmã tentou suicídio. Então, você fica pensando, puta como é que eu vejo os sinais e sintomas
dos pacientes e não vi que minha irmã estava gritando por socorro e chegou a esse ponto,
então né... e aí na minha própria terapia, minha psicóloga falou assim: mas você não era
psicóloga dela, você é a irmã dela, você estava aqui como irmã, seu olhar é de irmã. Então
não tente... agora se culpar porque ela fez isso, não tente que né... carregar esse fardo, esteja
ali como irmã e não como psicóloga, ela precisa de você como irmã. Então, acho que a gente
também precisa fazer essa diferenciação, que a gente não é super-herói, supermulher. A gente
é ser humano e temos uma profissão que lida ali com outros humanos e tenta ajudar, mas que
a gente também não vai dar conta de tudo e, na nossa vida pessoal, a gente tem problema
igual todo mundo, tem problema com o namorado, tem problema com o marido, tem
problemas com os pais, com os irmãos, o que for... mas a gente também tem que reconhecer
que a gente também tem todas essas fragilidades.
Entrevistador 1: O L, é... manda um recado para a entrevistadora do futuro.
Entrevistada: Acho que, é... Para a L do futuro? Ai é difícil né para a do futuro, eu
acho que essa do futuro diria para a de agora... assim, para eu tentar ser menos responsável...
tipo, tentar ser um pouco mais leve nas coisas que eu me cobro muito, então eu acho que se
essa do futuro pudesse olhar para eu agora né, nessa situação que estou agora: “ ow
entrevistada, poxa vida, você é jovem, vai lá faz tal coisa, não sei o que, por exemplo, amanhã
de manhã tenho que atender, ai você fala: ah não, não vou sair, não vou fazer nada porque
amanhã eu vou ficar com sono se eu fizer tal coisa, não sei o que... então assim, a gente tem
que viver também, aproveitar a coisa, então eu acho que, sempre responsável também mas
também tentar ter, é... um laser, um laser saudável, ter mais, porque hoje em dia, eu acho que
eu me cobro demais tanto na parte profissional como né... e nas responsabilidades de casa,
tudo. Então, acho que o recado para de hoje em dia é tipo pô para com isso... nesse sentido...
Entrevistador 4: L, muitíssimo obrigado, você é uma simpatia, é muito bacana saber
da sua história, de onde você veio, o que você está persistindo nessa possibilidade que você
trouxe para a sua vida; um prazer estar com você aqui, de verdade, é... acho que falo em nome
do nosso grupo inteiro, foi muito rico ouvir você, muito gostoso mesmo e quem sabe em outra
oportunidade a gente possa estar juntos.
Nossa parte, nosso compromisso, nós vamos transcrever todo o material, vai te
entregar para que você leia e sirva até para suas reflexões desse material, e... a gente fica
muito agradecido por essa oportunidade que você está nos dando viu.
Entrevistada: Muito obrigada!
Entrevistador 1: Você queria falar alguma coisa F?
Entrevistador 4: As palavras finais da entrevistada...
Entrevistador 5: Então, na verdade, é que você vai falando e a gente vai se
identificando com o que você está falando, principalmente quando fala na parte cobrança,
sobre que a gente tem dificuldades, que a gente tem a nossa vida, muito bom ouvir isso de
alguém que não é nosso professor, sabe, que está aqui cara a cara, super real e algo que você
contou e eu fiquei aqui viajando, sobre a questão social do trabalho sem remuneração né, que
você sente por parte do Conselho uma falta, tipo assim, você vê uma falta de... vocês
psicólogos que querem trabalhar voluntariamente porque aí se tivesse isso, de repente
principalmente nessa parte da pandemia já tinham aquelas pessoas que estavam propostas a
isso, basicamente isso, a gente não trabalha, isso, uma psicologia voluntária para que numa
pandemia, consiga fluir naturalmente, consiga ter pessoas preparadas, pessoas sem condições
de fazer voluntariamente mesmo, porque a gente até quer, mas a gente não tem condições né.
Entrevistada: É... eu acho que não seria tanto pensando nessa parte de voluntário,
mas acho que pensando num compromisso social, porque se a gente pensar, por exemplo, ter
que ir lá, aquela situação de Minas Gerais... aí teve ir bombeiro de todo canto lá de estado
para atuar ali naquela situação, poxa, eles estão sendo remunerados, mas acho que não é nem
tanto a parte de ser remunerado ou não, mas de você ter um compromisso social com a sua
profissão, com aquela demanda urgente, emergente. Então pensando assim, poxa vida, teve
um desastre, um terremoto, um furacão, sei lá o que foi... e aí você precisa atender as famílias,
é... teve qualquer outra coisa, pandemia e tal, então assim, se esses psicólogos né, se essa
classe profissional tivesse esse compromisso social, não precisaria tanto estar sendo puxado
pra isso, entendeu? Teria a própria iniciativa dos psicólogos, “ah não... porque é meu papel,
tenho que fazer isso porque eles estão precisando de mim na sociedade” aí iria ser
remunerado ou não ser remunerado, aí é outra coisa, mas eu digo que falta primeiro ter o
compromisso social, se o ministério da saúde está chamando as pessoas ou para ser
remunerado de uma forma que o valor não é muito alto ou então vai ser só os custos pagos,
mas você está ali fazendo seu compromisso social, com que você acredita na sua profissão né,
é uma coisa, mas não teve tanta responsabilidade dos psicólogos, então assim, das pessoas
que tinham que fazer o treinamento, poucas pessoas fizeram o treinamento, ai depois eu via
nos grupos né, da cidade, falando: “ah mas, eu tenho meu filho, eu tenho mais não sei o que...
como que eu vou ir lá para o meio da pandemia. Todo mundo tem suas questões né, não é isso
que a gente está falando, mas seu eu não posso fazerindo lá pessoalmente, o que eu posso
fazer como psicólogo, não posso ir num hospital atender as pessoas que estão lá, que estão na
UTI passando por alguma situação, então o que eu posso fazer como profissional da saúde,
social, o que for, o que fazer como psicólogo para atender essas várias situações de
calamidade que foi previsto já no próprio conselho, mas as pessoas não tem tanto
comprometimento, fica nessa situação de tipo, de ter dinheiro, de consumir, de dar conta de
alguma coisa e é poucos, pensar na média de 100% talvez 10/20% estejam comprometidos e o
resto não.
Entrevistador 1: Entendi... então você sente como se fosse a super-heroína, tipo,
tentando ajudar todo mundo e, às vezes, não consegue ajudar 100%.
Entrevistada: É, por exemplo, eu fui lá para Palmas fazer um concurso né, para
trabalhar num hospital de lá, e aí a supervisora daqui do Hospital das Clínicas onde eu estava,
ela falou assim: mas L, o que você vai fazer lá, se aqui já está tão difícil trabalhar a parte de
infraestrutura, a gente está falando de São Paulo, da cidade de São Paulo, você vai para
Palmas fazer o que?! Eu falei, ué trabalhar... então assim, os próprios profissionais, tipo, não é
só em São Paulo que precisa de psicólogo, Palmas precisa de psicólogo, outras cidades que
são mais distantes também precisam. Então acho que as pessoas ficam focando muito no
retorno financeiro em primeiro lugar.
Entrevistador 4: L, eu tenho uma curiosidade, mudando um pouco da psicologia, mas
qual a diferença que você vê hoje, ainda trabalhando no estado e conhecendo o lado da
assistência social, como é um pouco a diferença dessas duas atuações as duas se conversam
muito? Como é que você vê isso?
Entrevistada: É, eu acho que na diretoria, na secretaria de assistente social, eu acho
que é muito valorizado o papel do psicólogo né, eu acho que ele é mais ouvido, por exemplo,
se a gente for pensar na área da saúde, é... o psicólogo eu pelo menos na experiência que tive
de outras profissionais que tive, eu acho que não é tão valorizado, eu acho que assim você
meio que é um coadjuvante o médico que ok, tem o poder de fala vai decidir para alguma
coisa ou não e você é um tanto faz, digamos assim em outras palavras. Já na assistência social
eu vejo o quanto que a gente é valorizado, o quanto que o que a gente fala tem peso, o quanto
que a gente é ouvido, ao plano de vida que a gente vai fazer para pessoa né, é considerado,
junto com a pessoa, então muitas vezes por exemplo, no Hospital das Clínicas, estava em
atendimento eu e meu psiquiatra, se eu venho com a hipótese diagnóstica com alguma coisa
tudo, é... as vezes não é tão levado em conta, vai ser levado em conta o que o psiquiatra falar,
então eu acho que na assistência social a gente tem mais espaço, se a gente for comparar com
as outras área da saúde.
Entrevistador 4: Gente, já deu a nossa hora, eu vou encerrar, não vou deixar mais
ninguém falar, nós de novo queremos agradecer em nome do nosso grupo L, foi um prazer
estar com você, quem concorda dá uma joia.
Entrevistador 2: Eu acho que vai ser muito legal para a gente refletir sobre psicologia
social, fiquei pensando aqui... você foi dando muita informação para a gente poder trabalhar,
obrigado!
Entrevistador 1: Muito obrigada, por compartilhar sua experiencia na área e como
que é trabalhar nessa área, acho muito importante também, deu uma luz muito grande para a
gente.
Entrevistador 3: É, eu acho que sua fala ela é importante também no sentido da
daquilo de extrapola clínica né, porque eu acho que o que você faz com a gente é a atuação da
importância do psicólogo na sociedade para aquelas pessoas que realmente, não realmente,
mas... usualmente não tem acessa a uma saúde mental, acho que é isso, obrigado mesmo, acho
que você é uma inspiração, assim como muitos que trabalham nesse caminho aí são, valeu
mesmo, obrigado!
Entrevistada: Muito obrigada né e que vocês possam, igual o V tinha perguntado né, o
que falava para a L lá do passado, vocês possam ter toda essa dedicação que eu falei, que
possam ler bastante, estudar bastante, porque psicologia não é uma área fácil, uma área curta,
eu acho que tem muita coisa pra aprender, pra estudar e vale muito a pena, todas as áreas de
atuação do psicólogo, vocês vão ver qual se identificam mais e que vocês possam ter bastante
sucesso ai na carreira de vocês, sejam muito felizes, igual hoje em dia eu condigo me sentir
feliz nessa profissão, que vocês também possam ser, ta bom? Muito obrigada!
Entrevistador 4: Muito obrigado!
Entrevistador 3: Obrigado!
DISCUSSÃO
A entrevista foi realizada de forma online via plataforma meet, numa sexta - feira dia
24 de setembro às 19:00 horas com duração de 1 hora, onde foi entrevistada a Psicóloga L. e
nos colocou em contato com sua atuação na psicologia social, os caminhos percorridos até seu
ingresso como funcionária pública concursada, seus desafios dentro dos recursos que lhe são
oferecidos e suas motivações na execução de suas atribuições profissionais.
O desenvolvimento do seu trabalho como psicóloga social acontece no Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS) em Caraguatatuba, no litoral do estado de São
Paulo. Segundo L. a sua atuação se dá no programa desenvolvido pelo Governo do Estado de
São Paulo distribuído em várias cidades do estado. A psicóloga L. e sua equipe realizam
atendimentos com um grupo de famílias monoparental de extrema pobreza com filhos até 6
anos de idade, onde os psicólogos desenvolvem um projeto de vida com os familiares tratando
de temas planejados pela equipe como a busca resgatar a Identidade das famílias, direitos do
cidadão, encaminhamento para cursos profissionalizante, orientação para ingresso de
programas assistenciais.
A experiência descrita na vivência da psicóloga social L., nos leva a um entendimento
do papel do estado como ator de fundamental Responsabilidade para a transformação na
sociedade pela atuação nas camadas mais carentes.
A psicóloga social L. também nos trouxe informações relativas ao processo de
ingresso do profissional através de concurso público. Em sua avaliação são raras as
oportunidades de atuação do psicólogo social, e que tanto no acesso como no
desenvolvimento da carreira, está vinculado ao desenvolvimento da jornada acadêmica como
especializações, pós-graduação, mestrado e doutorado.
Fica também caracterizado em seus relatos que os critérios de seleção das famílias
para a participação dos projetos, objetiva a uma pequena e restrita faixa da população, ainda
ficando excluída uma parte significativa da população que careciam de serem contidas nos
projetos. Tais limitação da condição social familiar e monetária da população assistida, a
quantidade escassa de vagas para as famílias aderirem ao programa e a falta de recursos
tecnológicos e de supervisão psicológica dos profissionais que atuam na linha de frente, dão
conta que os recursos destinados a tão grande problema, aparentam ser mais uma
propaganda de programa de governo do que uma real intenção de transformação social
(acho que não cabe esse julgamento), contudo a limitação de vagas, as condições precárias
de trabalho, a baixa remuneração são fatores que desestimulam o interesse de profissionais a
especialização na psicologia social o que fazem os graduando a optarem por áreas de melhor
remuneração como a psicologia organizacional em RH e a psicologia clínica.
Os relatos da experiência profissional da psicóloga social L, nos estimulam a pensar
na profissão do psicólogo como uma vocação acima de qualquer interesse de cunho pessoal
ou econômico.
https://classroom.google.com/c/Mzc5MjM0ODM5MDE1
REFERÊNCIAS
AZEVÊDO, Adriano Valério dos Santos; PARDO, Maria Benedita Lima. Formação e
atuação em psicologia social comunitária. Psicologia em Pesquisa, 2014.
DE ALMEIDA, Flávio Aparecido. A Psicologia Social e o papel do psicólogo na sociedade
contemporânea. Psicologia.pt, 2018.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP Nº 005/2003.CORDEIRO, Mariana Prioli; SPINK, Mary Jane Paris. Apontamentos sobre a História da
Psicologia Social no Brasil. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 18, n. 4, p. 1068-1086,
2018.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. Editora Ática, 2010.
FIGUEIREDO, L. C. M.; SANTI, P. L. R. Psicologia: Uma (nova) introdução. São Paulo,
Brasil: Educ, 2008.
LANE, S. T. M. O que é psicologia social . 3. ed. São Paulo Brasiliense, 2009.

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