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RESUMO DE CRIMINALÍSTICA A Criminalística é uma área do conhecimento que se ocupa com o estudo da materialização e da causa técnica dos crimes Criminalística atua de modo interdisciplinar, isto é: associada a outras áreas do conhecimento, como as engenharias, a Medicina Legal, a Papiloscopia, a Informática, Geologia, Biologia, Química, Documentoscopia, Grafoscopia etc. ATENÇÃO: Criminalística ≠ Criminologia São objetivos da Criminalística: a.Materializar o local e os objetos do crime; b.Detectar vestígios e coletá-los; c. Propor meios, circunstâncias e a dinâmica do crime; d.Propor a autoria do crime (sempre que possível). CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS CORRELATOS: A Criminalística se ocupa dos vestígios materiais extrínsecos do corpo de delito - alterações deixadas no local do crime pela dinâmica adotada pelo autor. CORPO DE DELITO: Conjunto de alterações físicas, químicas, biológicas, de dados (como no caso de crimes cibernéticos e afins), e outras, deixadas no local ou no objeto pela dinâmica do crime ATENÇÃO - O corpo da vítima não é considerado corpo de delito, mas um dos elementos do corpo de delito. VESTÍGIO: É todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal (Art. 158-A, § 3º, CPP) ATENÇÃO - Enquanto a Criminalística se preocupa com os vestígios materiais extrínsecos ao corpo, isto é: com as marcas ambientais deixadas pela dinâmica do autor do crime, a Medicina Legal trata dos vestígios intrínsecos ao corpo, as marcas presentes no corpo. Essa distinção costuma ser cobrada em provas .O pai da Criminalística contemporânea é o jurista austríaco Hans Gross (1847-1915), responsável pela obra “Manual do juiz de instrução”, que trata, entre outras coisas, de análises de mais diversos tipos de crimes (análise balística, acidentes ferroviários, Medicina Legal etc). A ideia de Gross era oferecer aos juristas e operadores do Direito da época um suporte técnico-científico no que tange às provas do crime OS POSTULADOS DA CRIMINALÍSTICA: No caso da Criminalística, existem três postulados: - O conteúdo do laudo pericial não deve variar com o perito que o produziu; impessoal; visum et repertum (ver e reportar); - As conclusões da perícia são independentes dos meios utilizados para alcançá-las; - As conclusões da perícia independem do tempo(verdade). PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA: (DOIDA) A Criminalística, enquanto ciência, é regida por cinco princípios: a saber: Documentação (Cadeia de Custódia); Observação; Interpretação (Individualidade); Descrição; Análise. Obsevação (Princípio de Locard ou da Dupla Troca) Edmond Locard, pioneiro da ciência forense, postulou que “todo contato deixa uma marca”, isto é: toda conduta tem como implicação algum registro . Na prática, observar significa considerar cuidadosamente, por parte do perito, marcas ou vestígios deixados pelo(s) autor(es) e/ ou pela(s) vítima(s) do crime Análise A perícia é pautada no método científico: observação, análise, formulação de hipóteses e teorias, testes e experimentos. A análise, para os fins da criminalística é uma criteriosa observação e análise do local, além da coleta dos objetos e dos vestígios relacionados ao fato criminoso. Interpretação (Individualidade, Identificação ou Princípio de Kirk) Paul Kirk foi um importante bioquímico, O princípio da interpretação (ou da individualidade) diz que dois objetos relacionados a crimes podem ser semelhantes, mas nunca iguais. Logo, identificá-los se faz necessário. Tal identificação deve ser realizada nos seguintes termos (graus): • Primeiro grau: identificação genérica; • Segundo grau: identificação específica; • Terceiro grau: identificação individual. Princípio da Descrição (Descritivo) A descrição funciona como um registro útil aos peritos em momentos de reconstituição e de simulação controlada, além da própria utilização destas informações em julgamentos futuros. Documento (Cadeia de Custódia) - artigos 158-A a 158-F (CPP): Primeiro, não confundir o princípio da descrição com o princípio da documentação (ou da cadeia de custódia), pois enquanto o primeiro trata do registro das práticas periciais e de suas conclusões, o segundo fala da necessidade de uma documentação formal e adequada que envolve os registros feitos o princípio da documentação implica no armazenamento adequado de objetos, amostras ou vestígios, sem deixar de documentá-los devidamente FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA: • FASE EXTERNA: procedimentos que acontecem do local do crime à delegacia: levantamento do local da evidência, transporte, identificação, lacração etc. • FASE INTERNA: procedimentos que ocorrem na delegacia policial e no instituto de criminalística: entrega, transferência e registro das evidências coletadas ou recebidas nos sistemas de registros do departamento ou seção (livro de registro, arquivo ou programa de computador/banco de dados (código de barras); armazenamento, processamento, descarte). RASTREABILIDADE: acompanhamento de todo o percurso da evidência, movimentações e alterações. A ATUAÇÃO DA CRIMINALÍSTICA: A Criminalística atua no sentido de ajudar tecnicamente a Polícia (com a investigação), o Ministério Público (com a acusação), a defesa (visando inocentar ou atenuar a pena) e a Justiça (visando a condenação de um culpado e/ou a absolvição de um inocente). A natureza do trabalho da perícia A perícia é um estudo técnico-científico detalhado do local ou objeto do crime. Tal estudo é realizado por profissionais especializados (peritos criminais) que materializam o resultado desse estudo no laudo pericial. Todas as informações são analisadas e reunidas documentalmente, originando o laudo técnico. BREVE HISTÓRICO DA CRIMINALÍSTICA :
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