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Fisiologia Fisiologia do Exercício http://www.universo.edu.br/ Fisiologia Plano da Disciplina Fisiologia 1 Metabolismo, Homeostase e Metabolismo energético Fisiologia 1.1 Conceitos básicos de Homeostase e Metabolismo A homeostase é uma condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas determinadas funções adequadamente para o bom equilíbrio do corpo. Segundo o fisiologista francês Claude Bernard (1859) relata que todos os mecanismos vitais, por mais variados que eles sejam não tem outro objetivo além da manutenção da estabilidade das condições do meio interno. Em 1929, W. B. Cannon chamou essa estabilidade de homeostase que vem do grego Homoios- “o mesmo” e stasis- “parada”. O mesmo não se referia a uma situação estática, mas a algo que varia dentro de limites precisos e ajustados. Esses limites de variação e os mecanismos de regulação constituem boa parte do estudo da fisiologia. Para conserva constante as condições da vida, o organismo mobiliza os mais diversos sistemas são eles, o sistema nervoso central, o endócrino, o excretor, o circulatório, o respiratório entre outros. Apesar de ocorre mudanças que possam vir a correr no organismo internamente ou externamente, a homeostase é a constância do meio interno (liquido intersticial). No entanto conservando-se em temperatura de 37°c garante que as trocas necessárias para o corpo ocorram e assim as células do corpo se desenvolvem. Funções: Os responsáveis pelo controle da homeostase são o sistema nervoso e as glândulas endócrinas, como um exemplo a insulina que é um hormônio e age na redução dos níveis de glicose, quando esta muito alta. Um segundo exemplo é no caso o aumento de temperatura do corpo, as glândulas sudoríparas. São levadas a liberar o suor, pois as mesmas recebem o comando dos impulsos nervosas, dessa forma o corpo é esfriado. Abaixo será descrito alguns exemplos de homeostase que ocorre em todo organismo. - No sistema circulatório: poderá ser observado que desde o inicio, ainda nos processos de contração e relaxamento alternados do Fisiologia coração, onde o sangue é enviado para todo o corpo, chegando até aos capilares, onde por fim ocorrem as trocas. Nessa etapa, os nutrientes e oxigênio são transferidos ao liquido intersticial e por meio deste, são transferidos os resíduos celulares para o sangue. Então as células, absorvem esses nutrientes e oxigênio e depositam seus resíduos nesse líquido. - Na manutenção do nível de glicose no sangue: é por esse equilíbrio que o cérebro e todo o corpo são mantidos, pois quando a glicose está abaixo do seu nível, podem ocorre danos, como a inconsciência ou até mesmo levar a morte. Já o contrário muita glicose no sangue pode prejudicar os vasos sanguíneos e provocar grande perda de água pela urina. Um corpo em homeostase tem grande capacidade de se regenerar, pois um organismo em equilíbrio garante boa saúde, existem dois fatores, entre vários outros que interferem nesse equilíbrio que são: comportamento e ambiente. A genética também é dos fatores, porém poderá ser influenciada pelos fatores citados acima. Os mecanismos de controle da homeostase ocorrem normalmente por processos de feedback negativo ou positivo, ou seja, processos que revertem a direção de uma determinada mudança. (Imagem 1) Fisiologia Metabolismo O termo metabolismo vem do grego- “metábole”, que significa mudança, é usada para descrever as várias reações químicas existentes no organismo que garantem as necessidades estruturais e energéticas de um ser vivo. As finalidades dessas reações químicas poderão ser citadas a síntese e quebra de biomoléculas, a produção de energia e a conversão de moléculas dos nutrientes em unidades precursoras de macromoléculas. O metabolismo é responsável por toda reação bioquímica que ocorre no interior da célula e do corpo humano. Entretanto as reações podem estar relacionadas com a síntese de compostos orgânicos ou por sua quebra para a fabricação de ATP que são todas coordenadas por enzimas. É possível notar-se que o metabolismo é fundamental para a manutenção de todas as atividades do organismo. O mesmo não é uma exclusividade dos seres humanos e ocorre em todos os seres vivos, seja ele unicelular ou pluricelular. O metabolismo é constituído por dois conjuntos de reações chamadas de anabolismo e catabolismo. O anabolismo se relaciona com a síntese de compostos orgânicos estruturais e funcionais, como as proteínas de membrana, enzimas e hormônios, essas reações são importantes para o desenvolvimento de um organismo e para reparação de danos nas células. No entanto o anabolismo necessita de energia para acontecer, ou seja, o catabolismo tem influencia direta sobre o anabolismo, pois atua fornecendo energia para a síntese de biomoléculas. No entanto ainda existe o que é chamado de metabolismo basal, uma expressão utilizada para designar a energia mínima disponível no corpo humano para que ele funcione adequadamente. Essas reações devem ser capazes de garantir, por exemplo, o bombeamento de sangue pelo coração, as atividades normais do sistema nervoso e a respiração. A velocidade do metabolismo varia de pessoa para pessoa e apesar de muitos pesquisadores não acreditarem que um metabolismo lento pode influenciar na obesidade. O corpo humano pode apresentar alguns distúrbios no metabolismo que afetam diretamente o funcionamento do organismo, Fisiologia uma vez que prejudicam alguma via metabólica. Dentre os principais distúrbios metabólicos, podemos citar a fenilcetonúria, albinismo, adrenoleucodistrofia, intolerância a lactose, doença de pompe e galactosemia. A segunda reação é o catabolismo que envolve algumas reações que tem por suas funções degradar substancias orgânicas para que tenha obtenção de ATP, ou seja, conseguir energia. Diferente do anabolismo, o catabolismo atua fornecendo energia para que importantes funções possam ser realizadas, tais como a movimentação, respiração, controle da temperatura e ação do sistema nervoso. O catabolismo pode ser classificado ainda em metabolismo catabólico aeróbico e anaeróbio. O metabolismo catabólico aeróbio é aquele em que as reações ocorrem na presença de oxigênio, que funciona como um aceitador final de elétrons na cadeia respiratória combina-se com hidrogênio e forma água. No metabolismo catabólico anaeróbico, as reações ocorrem na ausência de oxigênio, no entanto, mesmo essas respostas opostas o anabolismo e o catabolismo fornecem um equilíbrio perfeito no organismo, por isso, estão interligadas. Enquanto o catabolismo garante a liberação de energia, o anabolismo utiliza-a para sintetizar as biomoléculas. - Taxa metabólica basal É denominado de taxa metabólica basal o mínimo de energia necessária para que o organismo consiga realizar as atividades básicas em repouso, como proporcionar funcionamento do coração e garantir a respiração. Essa taxa varia de individuo para outro individuo, uma vez que o gasto energético depende, entre outros fatores, da idade, sexo e nível de atividade realizado pelo individuo. (imagem 2) Fisiologia Função do Metabolismo As suas principais funções é obter energia química de moléculas combustíveis ou de luz solar absorvida; converter nutrientes exógenos em blocos construtivos (monômeros primários) ou precursores de componentes macromoleculares das células; formar e degradar as biomoléculas requeridas nas funções especializadas das células. Principais vias metabólicas do ser humano ocorrem através de uma complexa interação entre vários processos bioquímicos. Os principais são: • Glicose: oxidação da glicose para obter ATP; • Ciclo de Krebs: oxidação do acetil-CoA para obter energia; • Fosforilação oxidativa: utilização da energialiberada na oxidação da glicose e do acetil-CoA para produzir ATP; • Vias das pentoses-fosfato: síntese de pentoses e obtenção de poder redutor para reações anabólicas: • Ciclo da ureia: eliminação de NH4 (amônia) sob formas menos tóxicas; • Oxidação dos ácidos gordos: Transformação de ácidos gordos em acetil-CoA, para posterior utilização pelo ciclo de Krebs; • Gliconeogenese: Síntese de glicose a partir de moléculas menores, para posterior utilização pelo cérebro. 1.2 Introdução à energia A energia é algo intuitivo, pois não existe uma definição especifica para esse fenômeno físico. É notório sentirmos a energia em determinados momentos, por exemplo, como o calor que sentimos com a queima de uma fogueira, a luz emitida pela chama de uma vela, a agua da cachoeira movendo as turbinas de usinas hidrelétricas, entre outros. Também poderá ser acrescentada a esses conceitos intuitivos, a associação de energia a movimento, pois para nos deslocar precisamos de energia. Fisiologia Essa ideia de energia e movimento é chamada energia cinética, pois está associado ao corpo em movimento, com tudo havendo energia cinética, o corpo realiza atividades, ou seja, ocorre uma transferência de energia de um corpo para outro. No entanto existe um tipo de energia para o corpo em repouso, que acontece apenas pelo fato de o corpo ocupar um determinado lugar no espaço. Existem outros tipos de energia que são a energia gravitacional, energia potencial elástica, energia química (explosivos), energia térmica (estado de agitação das moléculas), energia elétrica (diretamente associada às cargas elétricas). As energias citadas se relacionam diretamente com o trabalho realizado, sendo então possível dizer que o trabalho é uma medida da energia transferida ou transformada. O principio da conservação de energia é que a mesma não é criada e nem destruída é sempre transformada deum tipo em outro ou outros. O total da energia que existe antes da sua transformação é igual ao seu total depois dessa transformação. Há também a energia potencial que é uma forma de energia que pode ser armazenada nos corpos e que depende do tipo de interação e da posição que o corpo apresenta em relação a sua determinada vizinhança. Na Física existem duas formas de energia potencial mecânica: energia potencial gravitacional e energia potencial elástica. A energia potencial armazenada por qualquer objeto sujeito a forças conservativas é definida pela posição do objeto se encontra e independe do caminho tomado pelo mesmo. Estes são denominados de forças conservativas todas as forças capazes de armazenar energias que podem ser acessadas em momentos posteriores, como a força elástica ou força gravitacional. É necessário que as forças conservativas sejam capazes de transformarem uma energia em outras formas de energia. Um exemplo de energia potencial é a energia potencial gravitacional, que independe da trajetória tomada pelo corpo, para essa forma de energia é considerada somente as posições final e inicial do corpo em um meio. A energia é uma capacidade do sistema de realizar um trabalho. Esse sistema pode ser um avião, transportando centenas de passageiros através do oceano, ou o corpo de um bebe, o crescimento de células ósseas, uma pipa, subindo ao vento, ou uma onda de luz que cruza um espaço. (imagem 3) Fisiologia Em movimento ou crescimento cada um destes sistemas está realizando o trabalho e usando a energia. Todo organismo vivo faz um trabalho e precisa de energia a partir de alimentos ou a fotossíntese, os seres humanos também criam máquinas que trabalham para eles e que derivam de energia a partir de combustíveis. 1.3 transferência de energia no corpo humano O organismo não tem a capacidade de armazenar energia para ser prontamente utilizada como se fosse um motor a combustão, para que haja a obtenção da energia necessária para funções vitais do corpo, incluindo a contração muscular, organismo necessitará decompor moléculas para liberar a energia armazenada nas ligações químicas presentes entre seus átomos. A energia é denominada energia química, há duas moléculas que armazenam energia química no musculoesquelético: o glicogênio (formado por moléculas de glicogênio) e os triacilglicerois (formado por moléculas de ácidos graxos). A ciência que estuda a capacidade de controlar a utilização de energia para a contração muscular chama-se bioenergética e sua compreensão deve seguir algumas regras básicas, como a energia não pode ser criada ou destruída e sim modificada de uma forma ou outra. A transferência de ocorrerá sempre no sentido do aumento da entropia (energia não utilizada para realização de um trabalho), liberando energia livre. Fisiologia Seguindo a primeira lei da bioenergética que é a transferência de energia deum estado para outro e que move os processos biológicos. A transferência de calor de um corpo mediante a diferença de temperatura entre eles, assim o calor de maior temperatura para o corpo de menor temperatura para o corpo de menor temperatura, observe a imagem abaixo: Parte dessa energia obtida é utilizada para o trabalho muscular, o restante assume a forma denominada entropia sendo liberada como calor. A capacidade de um sistema aproveitar a energia disponível é conhecida como eficiência, em algumas máquinas a eficiência para a utilização de energia no trabalho é de 25%, ou seja, apenas 25% de toda energia disponível são fatos utilizados em seu funcionamento. Nosso organismo trabalha com uma eficiência de aproveitamento de energia para as funções orgânicas entre 25% e 30%, o restante é liberado como calor. Essa energia liberdade na forma de calor não é simplesmente perdida, ao contrario serve a funções importantes como aumentar o ritmo de algumas reações químicas e manutenção da temperatura corporal. A segunda lei da bioenergética entende-se qual direção em que ocorreu a reação química e qual montante de energia química liberado. Ao serem desencadeadas, as reações químicas em nosso organismo apresentam diversas combinações de obtenção de energia utilizável, calor, entropia e luz. A energia utilizável é chamada energia livre, aquela que a célula muscular irá para mover suas funções. A entropia é a forma de energia que não será utilizada e é definida como um aumento aleatório ou desordenado. A transmissão de calor pode ocorrer de três formas: condução, convecção e irradiação. Condução consiste na transferência de energia entre as partículas formadas do corpo, sem que ocorra o transporte de matéria durante o processo. Convecção é o processo que ocorre nos fluidos (líquidos, gases e vapores) em razão das Fisiologia diferenças na densidade dos fluidos envolvidos no sistema, por exemplo, no resfriamento dos alimentos na geladeira, ocorre que o ar quente sendo menos denso sobe o ar frio sobe, formando assim as correntes de convecção dentro da geladeira e consequentemente resfriando os alimentos. No entanto as propriedades físicas da matéria diferentemente não é possível definir em termos concreto o tamanho, formato ou massa. Mas o termo energia reflete um estado dinâmico, sendo assim, relacionado com uma mudança, com tudo a energia emerge somente quando ocorre uma mudança. A energia relaciona com a realização de um trabalho, quando o serviço aumenta ocorre uma transferência de energia e assim consequentemente uma mudança. Uma perspectiva mecânica, o trabalho refere-se ao produto de uma determinada força agindo assim por uma determinada distancia, no corpo as células executam mais o trabalho químico e elétrico do que a realização do trabalho mecânico. Assim energia poderá ser transformada e convertida de uma forma para outra, podendo ser chamada o trabalho biológico em unidade mecânicas.Bioenergética: é o fluxo e a troca de energia em um sistema vivo, a primeira lei da termodinâmica, relata um princípio relacionado com o trabalho biológico. Seu princípio básico estabelece que a energia não pode ser criada nem destruída, mas transforma-se de uma forma outra sem ser depletada. Em essência, essa lei descreve o importante princípio da conservação da energia, que se aplica aos sistemas tanto vivos como quanto inanimados. No corpo a energia química existente nas ligações dos macronutrientes não se dissipa imediatamente na forma de calor, ou seja, durante seu metabolismo energético, pelo contrário, grande parte permanece como energia química, que o sistema musculoesquelético, transforma em energia mecânica e assim por último em energia térmica. A primeira lei da termodinâmica relata que o corpo não produz, não consome nem utiliza energia, ao contrário a energia será transformada de um estado para outro à medida que o sistema fisiológico sofre uma transformação contínua. A conversão de energia de uma forma ou outra ocorre prontamente no mundo animado e inanimado. A fotossíntese e respiração demonstram exemplos fundamentais de conversão de energia nas células vivas. Fotossíntese: no sol, a fusão nuclear libera parte da energia potencial armazenada no núcleo do átomo de hidrogênio, essa Fisiologia energia na forma de radiação gama é transformada a seguir em energia radiante. O pigmento clorofila, contido em grandes organelas denominadas cloroplastos nas células das folhas, absorve a energia radiante (solar) para sintetizar glicose a partir do dióxido de carbono e da agua, enquanto oxigênio flui para o meio ambiente. Com tudo os animais ingerem os nutrientes das plantas para atender as suas próprias necessidades de energia e de crescimento, assim a essência a energia solar acoplada a fotossíntese fornece alimento e oxigênio. Respiração: á medida que a energia é armazenada na planta na forma de ATP, a mesma é transferida para realização de trabalho mecânico, químico e de transporte. Com oxigênio, as células extraem a energia química armazenada nas moléculas de carboidratos, lipídios e proteínas. No caso da glicose, a respiração libera em torno de 689 kcal por mol.( 180g) oxidado. No entanto parte desta energia liberada durante a respiração celular é conservada em outros compostos químicos para uso nos processos que exigem energia ; a energia restante flui para o meio ambiente em forma de calor. Enzimas como catalisadores biológicos As enzimas são grandes catalisadores proteicos altamente específicos que Acelerem as taxas anterógrada e reserva das reações químicas sem serem consumidas nem modificadas durante a reação. As enzimas governam apenas as reações que correm normalmente, porem muito mais lentamente de certa maneira as enzimas reduzem a energia de ativação necessária. O influxo de energia indispensável para iniciar uma reação e podendo assim mudar a velocidade da mesma A ação enzimática ocorre sem alterar as constantes de equilíbrio e a energia total liberada (mudança de energia livre) na reação, as enzimas têm propriedade ímpar de não serem alteradas prontamente pelas reações que a afetam, consequentemente a renovação (turnover) das enzimas no corpo continua sendo lenta e as enzimas específicas são reutilizadas continuamente. Uma mitocôndria típica contém até 10 bilhões de moléculas de enzimas, cada uma realizando milhões de operações em um curto período de tempo. Durante a atividade física de alta intensidade intercalada, a atividade enzimática aumenta, pois as demandas de Fisiologia energia aumenta cerca de 100 vezes em relação aos níveis de repouso. Uma única célula pode conter milhares de enzimas diferentes, cada uma com sua função específica que catalisa uma reação celular distinta. Como exemplo, a degradação da glicose em dióxido de carbono e água requer 19 reações químicas diferentes, cada uma delas catalisadas por sua própria enzima especifica. Muitas enzimas operam fora da célula, na líquidos intestinais. Transferência O corpo humano necessita de um suprimento continuo de energia química para manter suas numerosas funções fisiológicas complexas, a energia é oriunda da oxidação do alimento, onde não é prontamente liberada quando se atinge uma determinada temperatura, como ocorre quando materiais orgânicos são incinerados e liberam calor. O organismo, diferentemente de um motor mecânico não consegue utilizar a energia térmica. Se o organismo requisitasse somente energia térmica, os líquidos corporais ferveriam e os tecidos queimaram em chamas. A dinâmica Da energia humana envolve a transferência de energia por intermédio de ligações química. Com tudo a energia potencial contida nas ligações dos carboidrato, das gorduras e das proteínas é liberada por etapas em pequenas quantidades graças à clivagem das ligações químicas. Metade dessa energia é conservada quando são formadas novas ligações durante as reações controladas por enzimas no ambiente aquoso frio das células. A energia perdida por uma molécula é transferida para a estrutura química de outras moléculas sem aparecer na forma de calor. Isso confere alta eficiência às transformações energéticas. O trabalho biológico ocorre quando compostos pobres em energia potencial são enriquecidos pela transferência de energia, ou seja, através das ligações de fosfato de alta energia, com tudo as células recebem toda a energia de que necessitam. O organismo mantém seu fornecimento continuo de energia se inicia com o ATP, que é a molécula carregadora especial de energia livre. Fisiologia Trisfofato de adenosina: moeda corrente de energia A energia contida nos alimentos não é transferida diretamente as células para a realização de um trabalho biológico, a energia proveniente da oxidação dos macronutrientes é recolhida e conduzida através do composto rico em energia trifosfato de adenosina (ATP). A energia potencial nessa molécula de nucleotídeo aciona todos os processos celulares que precisam de energia. No entanto energia potencial nessa molécula de nucleotídeo aciona todos os processos celulares que precisam de energia. Essa essência a função do doador de energia-receptor de energia do ATP representa as duas principais atividades transformadoras de energia da célula: - extrair a energia potencial dos alimentos e conservá-la nas ligações do ATP; - extrair e transferir a energia química contida no ATP para acionar o trabalho biológico. O ATP é o agente ideal para a transferência de energia, onde ele retém em suas ligações fosfato uma grande parte da energia potencial da molécula original do alimento. O mesmo transfere prontamente essa energia retida para outros compostos a fim de conferir-lhes um nível mais alto de ativação, a célula contém outros compostos de alta energia, por exemplo fosfoenolpiruvato, difosfoglicerato, fosfocreatina, porém o ATP ainda é o mais importante. O ATP é formado a partir de uma molécula de adenina e de ribose (denominada adenosina) unida a três fosfatos (trifosfato), cada um deles consistindo em átomos de fósforo e de oxigênio, as ligações que unem os dois fosfato mais externos simbolizadas representam as ligações de alta energia, pois liberam energia útil durante a hidrólise. A energia liberada impulsiona as funções corporais, incluindo secreção glandular, digestão, síntese de tecidos, função circulatória, ação muscular e transmissão nervosa. Nos músculos estriados esqueléticos, a energia estimula locais específicos dos elementos contráteis e ativarem os motores moleculares que fazem com que as fibras musculares contraiam. Assim um novo composto, o difosfato de adenosina (ADP) é formado quando o ATP se combina com a água o que é catalisado pela enzima adenosina trifosfatase(ATPase). Com tudo a reação cliva a ligação fosfato mais externa do ATP para liberar um fosfato inorgânico e aproximadamente 7,3 kcal de energia livre por mol de ATP hidrolisado para ADP. Apesar das Fisiologia condições laboratoriais padronizadas só serem conseguidas raramente no corpo, essa expressão de mudança da energia livre permite fazer comparações em diferentes condições. No ambiente intracelular, esse valor pode aproximar-se de 10 kcal/mol. Essa energia livre liberada na hidrólise do ATP reflete a diferença de energia entre o reagente e os produtos finais, essa reação gera muita energia livre o que faz o ATP um composto fosfato de alta energia, raramente energia é liberada quando outro fosfato é separado do ADP. Em algumas reações de biossíntese o ATP dia simultaneamente seus dois fosfato terminais para forma um novo material celular. A molécula remanescente, monofosfato de adenosina (AMP), só tem um grupo fosfato. A energia liberada durante a degradação do ATP é transferida diretamente para outras moléculas que necessitam de energia, a mesma proveniente da hidrólise do ATP aciona todas as formas de trabalho biológico, assim o ATP constitui a “moeda corrente da energia” das células. 1.4 Vias de ressíntese energética A molécula fundamental de energia química é o ATP (adenosina trifosfato), constituído por uma molécula de adenosina ligada a três grupamentos de fosfato, é a moeda de transferência de energia entre as células. Em um indivíduo com 70kg, existe cerca de 50g de ATP e são degradados, aproximadamente 190 kg de ATP por dia. No entanto para ocorre é necessário a ressíntese de ATP, que demanda uma quantidade maior de energia, provinda de vias anaeróbias (creatina-fosfato e glicose) e aeróbias (glicose, lipídios e proteínas). Via da creatina fosfato (CR) é formada no rim a partir de três aminoácidos captados de corrente sanguínea, posteriormente é liberada novamente no sangue, onde é captada pelos músculos esquelético, cardíaco e neurônios, tecidos que formam a creatina fosfato (CP). A creatina quinase (CK) é uma enzima que forma ou quebra a CP, se há alta concentração de ATP, assim ela forma a CP. No entanto se há alta concentração de ADP, ela quebra CP para ressíntese de ATP, a creatina fosfato CP é utilizada em exercícios de alta intensidade, no início do exercício, quando o ATP começa a ser quebrado as concentrações de ADP aumentam, assim a creatina Fisiologia quinase é ativada, quebrando a creatina fosfato em CR e liberando energia ressíntese de ATP. No inicio do exercício, o ATP começa a ser quebrado, gerando uma alta concentração de ADP, o que ativa a creatina fosfato para ressíntese de ATP. Essa quebra de creatina fosfato garante que a concentração de ATP seja constante, como a reserva de creatina fosfato está baixa, não ocorre a ressíntese de ATP, acarretando baixo rendimento muscular. As ligações de alta energia da creatina fosfato liberam aproximadamente 13kcal/mol enquanto o ATP libera 11kcal/mol no músculo ativo. A creatina fosfato não consegue atuar da mesma forma que o ATP como elemento de ligação para transferir energia dos alimentos para os sistemas funcionais da célula, mais poderá transferir energia em permuta com o ATP. A célula possui uma quantidade extra de ATP, ou seja, grande parte da sua energia é utilizada para sintetizar CP, formando um reservatório de energia, quando se começa a gastar o ATP na contração muscular, a energia de CP é rapidamente transferida de volta para o ATP (ressíntese do ATP) e deste para os sistemas funcionais da célula. A creatina fosfato possui o maior nível energético proveniente da ligação fosfato de alta energia, a reação entre a CP e o ATP atinge um estado de equilíbrio, mais a favor do ATP. Assim, o mínimo gasto de ATP pela fibra muscular utiliza a energia proveniente da creatina fosfato para a síntese imediata de mais ATP. Enquanto existir a creatina fosfato disponível o processo mantém a concentração do ATP a um nível quase constante, a velocidade de grande parte das reações no organismo depende dos níveis deste composto. Na atividade física a contração muscular depende totalmente da constância das concentrações intracelulares do ATP, que esta é a única molécula capaz de ser utilizada para a produção do deslize dos miofilamentos contráteis. O ATP se mantém a um nível constante nos primeiros segundos de uma intensa atividade muscular como o sprint, enquanto ocorre um declínio das concentrações de CP à medida que este vai se degradando rapidamente para a ressíntese do ATP gasto. Na exaustão os níveis de ATP e CP são muito baixos, tornando-os incapazes de fornecer energia para assegurar posteriores contrações e relaxamentos das fibras esqueléticas ativas. No entanto quando grande depleção energética pode haver ressíntese de ATP muscular, exclusivamente a partir de moléculas de ADP, por meio de uma reação catalisada pela enzima mioquinase Fisiologia (MK), mas grande parte das reações energéticas celulares ocorre somente à hidrólise do último fosfato do ATP, assim bem mais raras as situações em que acontece a degradação do segundo fosfato. Pode se considerar que as células produzem ATP através de três sistemas metabólicos: via anaeróbia aláctica; via anaeróbia láctica e via aeróbia. Via anaeróbia aláctica O sistema ATP-CP denominado de via anaeróbia aláctica ou via dos fosfagênios constitui o sistema energético mais simples e imediato de ressíntese de ATP, realiza através da energia fornecida pela fosfocreatina (CP) existente nos músculos estriados o que pode durar entorno de 13 segundos, sem se verificar qualquer produção de acido láctico. Em algumas situações de esforço máximo, a CP é a fonte de energia mais rápida para a ressíntese do ATP muscular. No entanto a quantidade de CP que pode ser armazenada no músculo é muito pequena, assegurando a continuidade do processo de contração muscular apenas durante os primeiros momentos desde o inicio da atividade. As provas de curta duração e alta intensidade, como a corrida de 100 metros planos, os saltos e os lançamentos, no atletismo, exigem um fornecimento imediato e rápido de energia. Essa energia é proporcionada quase exclusivamente pelos fosfatos de alta energia, ATP e CP armazenados dentro dos músculos específicos, que por sua vez são ativadas durante o exercício. A molécula de creatina fosfato (CP) é semelhante à molécula de ATP pelo fato de uma grande quantidade de energia livre ser liberada, quando é desfeita a ligação entre moléculas de creatina e de fosfato. Contudo, a CP produz mais energia livre durante a hidrólise do que o ATP, a hidrólise de CP aciona a fosforilação do ADP. Se houver energia, a creatina (C) e o fosfato (P) podem ser unidos para forma novamente CP. Via Anaeróbica Lática A segunda via metabólica capaz de produzir rapidamente ATP, na ausência do oxigênio é designada de via glicolítica. Este processo o glicogênio armazenado no musculo é desdobrado em glicose, que será então utilizada sob a forma de energia. A glicose (C6H12O6) provém da digestão dos hidratos de carbono e do glicogênio armazenado no fígado e representa cerca de 99% do total de açúcar presente no sangue. Fisiologia O glicogênio é sintetizado a partir da glicose, através de um processo designado de glicogênese, após é armazenado no fígado e nos músculos até que seja novamente necessário, quando for necessário o glicogênio pode funcionar como fonte de glicose para a obtenção de energia a partir de um processo designado por glicogenólise. A glicose é um processo que envolve a desintegração rápida de uma molécula ou de glicogênio, ao longo de 10 etapas (fermentação) em duas moléculas de acido pirúvico,pois estas reações ocorrem na ausência do oxigênio, são denominadas de anaeróbias estes conjuntos de reações químicas dá-se o nome de glicose. O ácido pirúvico resultado da glicose pode ter dois destinos, consoante a presença ou não de oxigênio. Na ausência de oxigênio, o NAD+ é continuamente libertado à medida que os pares de hidrogênio excessivos se combinam com o piruvato, numa reação reversível catalisada pela enzima Desidrogenáse láctica (LDH). A formação de ácido láctico durante a glicólise anaeróbia permite a libertação de energia anaeróbia adicional, de fato, após a formação de ácido láctico, este se difunde rapidamente no sangue, permitindo que a glicose prossiga por mais tempo do que seria possível se o ácido pirúvico e o hidrogênio não fossem removidos do meio da reação. Na ausência de oxigênio, a glicose pode fornecer ao organismo quantidades consideráveis de ATP. No entanto quando a pessoa novamente a respirar oxigênio, os átomos de H+ ligados e que se acumulam são captados pelo NAD+ e acabam por oxidados por resultando numa diminuição das concentrações. Em consequência a reação química para a formação do ácido láctico sofre reversão imediata e o acido láctica é transformado em ácido pirúvico, este que é oxidado para fornecer mais energia às células. Via Aeróbia A via oxidativa é descrita como sendo um processo mais complexo mais lento e de maior capacidade de formação de ATP das três vias energéticas, envolvendo o oxigênio nas suas reações metabólicas, pois, o oxigênio é usado é um processo aeróbico. As reações aeróbias proporcionam um importante estágio final para a transferência de energia, se a duração do exercício vigoroso for superior a alguns minutos. Fisiologia Em atividades com uma duração superior a dois minutos, na modalidade do atletismo, em testes com distancias superiores a 800 metros, a via aeróbia é o sistema predominante no fornecimento de energia. A produção oxidativa de ATP recorre à oxidação de nutrientes nas mitocôndrias para fornecer energia, onde substancias derivadas dos hidratos de carbono, lipídios e proteínas, terminam por se combinar com o oxigênio para libertar grandes quantidades de energia, utilizado na produção de ATP. No entanto, como acontece com as gorduras, também ocorre com as proteínas que são capazes de fornecer energia ressíntese de ATP durante a realização de atividade física. Contudo, à semelhança do que se verifica com o metabolismo das gorduras, a libertação da energia a partir das proteínas é também muito lenta. O metabolismo das proteínas é o mais lento e menos econômico de todos os métodos de ressíntese do ATP. Fisiologia 2 Sistema Respiratório, Exércicio físico e Fadiga Fisiologia 2.1 Estrutura e função respiratória O sistema respiratório auxilia na homeostase do organismo, funcionando em conjunto com o sistema circulatório uma vez que o sangue é o responsável pelo transporte de oxigênio atmosférico e a retirada de gás carbônico, desejo do mecanismo de respiração celular. Esse sistema pode ser divido em vias aeras superiores (extratorácica) que se refere à cavidade nasal, faringe que além de participar da respiração comunica-se com o esôfago na alimentação, laringe e traqueia superior. Já as vias aéreas inferiores (intratorácica) compreendem-se da traqueia inferior, brônquios primários, brônquios lobares, brônquios segmentares, bronquíolos e alvelos que por sua vez ramifica-se em ducto alveolar levando-o aos sacos alveolares. Figura 1 Anatomia das vias respiratórias Figura 2 Árvore brônquica. A nível pulmonar ocorre a hematose (troca gasosa) auxiliada pela cavidade torácica e pelos músculos abdominais e respiratórios que compõe a mecânica respiratória, atuando no deslocamento da parede torácica impulsionando o ar para dentro e para fora dos pulmões, contribuindo para manutenção da troca gasosa. (Feltrin; Jardim, 1995) Como relatado na unidade I para que ocorra a homeostase do organismo é necessário que todos os sistemas funcionem em conjunto, partindo dessa premissa uma vez que o a o esforço físico é aumentado ocorre a maior demanda de energia, resultando na aceleração da frequência cardíaca aumentando a circulação Fisiologia sanguínea e consequentemente verifica-se o aumento da respiração, oxigenação. A respiração propriamente dita ocorre pela diferença de pressão entre os alvéolos e o ar atmosférico a partir do movimento do ar a favor do gradiente de pressão, indo de uma área de alta pressão para uma área de baixa pressão. A inspiração ocorre quando a pressão nos alvéolos é menor que a pressão externa, já a expiração acontece quando a pressão nos alvéolos é maior que a pressão externa, todo esse mecanismo é impulsionado pela alteração do volume pulmonar. (Cindy L. Stanfield,2014). Na mecânica da inspiração ocorre a contração do diafragma e dos intercostais externos fazendo com que o diafragma abaixe elevando as costelas, promovendo o aumento da caixa torácica ocasionando a redução da pressão interna forçando o ar a entrar nos pulmões. O ar percorre a cavidade nasal que filtra, umidifica e aquece permitindo que o ar entre em condições adequadas no organismo, passa pela faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos até chegas aos alvéolos. • Para que a troca aconteça a nível alveolar é necessário três eventos : a ventilação: processo em que o ar entra e sai dos pulmões. • Difusão simples: movimento dos gases sem uso de energia/esforço entre os alvéolos e os capilares sanguíneos. • Perfusão: processo em que o sangue oxigenado passa pelos capilares levando oxigênio para nutrição tecidual. O ar atmosférico é composto de 78,62% de nitrogênio, 20,84% de oxigênio, 0,04% de dióxido de carbono e 0,5% de vapor d’água. No entanto quando ocorre a inspiração a porcentagem desses compostos que entram e saem é diferente, ao o ar se inspirado entra cerca de 78,62% de nitrogênio e por ser um gás inerte na expiração sai os 78,62%, já o oxigênio entra cerca de 28,84% e o organismo absorve uma parte saindo por exemplo 14% do volume inspirado, diferentemente acontece com o gás carbônico entrando 0,04% e após as trocas gasosas saem 5,6% o valor aumentado se da desejo da respiração celular. A respiração a nível pulmonar é resultado da respiração aeróbica. Nos alvéolos o ar difunde-se para os capilares sanguíneos onde cerca de 95% do oxigênio liga-se as hemácias por difusão Fisiologia simples formando a oxi-hemoglobina que é responsável pelo transporte de O2 para todo o corpo os 5% restantes é dissolvido no plasma sanguíneo. No entanto apenas 5% do gás carbônico produzido pelo organismo se ligam as hemácias formando as carbo- hemoglobinas, 70% são transportados e dissolvidos na forma de íon bicarbonato (HCO3) e os 25% restantes são dissolvidos direto no plasma. Isto é CO2 produzido pelos tecidos ligam-se as moléculas de água que na presença da enzima anidrase carbônica (enzima que acelera a velocidade da reação) tem como resultado moléculas instáveis de ácido carbônico (HCO3). O íon de gás carbônico permanece nessa estrutura até chegar próximo dos pulmões, onde a concentração de gás carbônico é baixa ocasionando a reversão da reação (figura 3). Ao entrar nos pulmões o gás carbônico ligam-se as hemácias e com o mecanismo de expiração onde o diafragma contrai, os intercostais relaxam abaixando as costelas, esse mecanismo resulta no aumento da pressão interna em relação à pressão externa do organismo fazendo com que o ar saia dos pulmões de forma passiva liberando o gás carbônico. Figura 3 Reação de transporte de OxigênioO controle da respiração é feito pelo bulbo que emite sinais para todas as estruturas envolvidas no processo de respiração, além disso, o bulbo também recebe sinais dos quimioceptores presentes nos vasos sanguíneos que são sensíveis a concentração de gás carbônico no organismo. Quando essa concentração é baixa ocorre uma alcalose metabólica, os quimicepetores emitem sinais ao bulbo que por sua vez diminui a frequência respiratória e a amplitude respiratória. Em contra partida quando a concentração de gás carbônico é alta resultando em uma acidose metabólica, o bulbo Fisiologia recebe as informações aumentando a frequência metabólica e a amplitude respiratória, permitindo a homeostasia do organismo. 2.2 Volumes e capacidade pulmonares Como dito anteriormente o fluxo de ar presente nos pulmões é resultado da diferença de pressão entre os alvéolos e o ar atmosférico.Para que compreenda-se o movimento pulmonar é necessário a compreensão de quatro conceitos: o de pressão atmosférica, pressão intra-alveolar, pressão intra pleural e pressão transpulmonar. Quando essas forças atuantes estão em equilíbrio em conjunto com a parede do tórax resultando em um sistema estável chama-se capacidade residual funcional. A pressão atmosférica é a pressão do ar externo que a nível do mar é em torno de 760mmHg. Em altas altitudes verifica-se a diminuição dessa pressão. Pressão intra-alveolar (Palv) é a pressão no interior dos alvéolos que varia conforme as fazes da ventilação. Quando a pressão atmosférica supera a pressão alveolar ocorre a inspiração, quando a pressão alveolar excede a pressão atmosférica ocorre a expiração. Pressão intrapleural (Pip) é a pressão no interior do espaço pleural que contém o liquido pleural, é sempre negativa pela drenagem constante do liquido pelos ductos linfáticos. Pressão transpulmonar é a pressão resultante entre a pressão intrapleural e a pressão intra-alveolar. Essa pressão controla a entrada e saída de ar dos pulmões. Este movimento de entrada e saída de ar nos pulmões denomina-se ventilação pulmonar que é dividida em duas fases a inspiração (entrada de ar) e a expiração (saída). Essas duas fases seguidas forma um ciclo ventilatório e a quantidade de ciclos realizadas em 1 minuto denomina-se frequência respiratória (FR) que em condições normais é cerca de 12-16 respirações por minuto. Existem ainda os quatro volumes que agem sobre os pulmões são eles: Fisiologia Volume Corrente (VC) que é a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões durante um ciclo ventilatório, corresponde a cerca de 500 ml. Volume de Reserva Inspiratória (VRI) é a quantidade de ar que pode entrar nos pulmões em uma inspiração máxima, cerca de 300 ml. Volume de reserva Expiratória (VRE) é a quantidade de ar que pode sair dos pulmões após uma expiração máxima, cerca de 1100 ml. Volume residual (VR) é a quantidade de ar que permanece nos pulmões mesmo após a expiração forçada (com gasto de energia), cerca de 1200 ml. As capacidades pulmonares representam a soma de dois ou mais volumes pulmonares, parâmetro importante nos exames de gasometria para detectar doenças do sistema respiratório sejam elas obstrutivas e/ou restritivas. Capacidade Inspiratória (CI) é o máximo de volume de ar que pode ser inspirado ao fim de uma expiração em repouso; é a soma do volume corrente e o volume de reserva inspiratória, cerca de 3500 ml. Capacidade Residual Funcional (CRF) é o volume de ar contido nos pulmões entre duas respirações, com os músculos respiratórios relaxados; é a soma do volume residual expiratório e do volume residual. Capacidade vital (CV) é o Maximo de ar que pode ser expirado após uma inspiração máxima; é a soma do volume corrente com o volume de reserva inspiratória mais o volume de reserva expiratória, cerca de 4500 ml. Capacidade pulmonar total (CPT) é a soma de todos os volumes pulmonares, cerca de 5800 ml Fisiologia 2.3 Variações dos Padrões ventilatórios Para que o ciclo respiratório aconteça dentro dos padrões é necessário que o bulbo emita o estimulo inspiratório através dos quimioceptores presentes nos vasos sanguíneos, como visto anteriormente ocorrendo a inspiração e a expiração. Segundo Celmo Porto e Arnaldo Lemos no livro semiologia medica, o padrão respiratório é determinado pelos movimentos torácico e/ou abdominais, com a presença ou ausência da musculatura acessória. Obedecendo variáveis como volume corrente, frequência respiratória, entre outros. Podendo ser classificados quanto ao tipo: • Costoabdominal- onde na inspiração aumenta simultaneamente os diâmetros do tórax e do abdômen, e inversamente, diminuem na expiração. • Costal anterior- só o tórax está ativo nas duas fases respiratórias; os movimentos respiratórios são realizados a partir da variação do diâmetro do tórax, não havendo variação no diâmetro do abdômen. • Diafragmática ou abdominal- os movimentos respiratórios ocorrem a partir da variação do diâmetro abdominal; quando as costelas e o diafragma participam igualmente da respiração. Quanto ao ritmo: • Ciclo respiratório normal- inspiração, expiração e pausa • Respiração de Cheyne-Stokes- aumento progressivo da amplitude, seguido de um decréscimo progressivo até uma pequena pausa. Pode ser observada em indivíduos com insuficiência cardíaca, hipertensão craniana, acidentes vasculares e encefálicos, entre outros. • Respiração de Kussmaul- a respiração é lenta e profunda, onde as fases da respiração estão aumentadas indicando Fisiologia uma grave intoxicação do centro respiratório.Geralmente indivíduos que possuem quadro de acidose diabética. • Respiração de Biot- apresentam movimentos respiratórios iguais à amplitude, entre períodos de apneia. A causa desse tipo de padrão respiratório é a mesma e Cheyne-Stokes. Respiração Discordante: • Normal - a inspiração alarga diâmetros do tórax e o diafragma desloca-se caudalmente comprimindo as vísceras abdominais ocasionados pela dilatação do abdómen. • Patológico - o diafragma deixa de ser ativo deixa-se “aspirar” para dentro do tórax durante a inspiração, levando a uma diminuição do diâmetro abdominal. (Ocorre: em alterações dos nervos frénicos; em lesões do diafragma; em derrames pleurais). Quanto à frequência: • - Taquipneia / polipneia - respiração rápida e superficial • - Hiperpneia - respiração rápida e profunda • - Bradipneia - respiração lenta, sem alteração da amplitude • - Apneia - ausência de respiração Quanto ao MODO • - Eupneia - respiração fácil e inconsciente • - Dispneia - respiração forçada e consciente e que cause desconforto evidente ao individuo. Inspiratória - típica de patologia das vias aéreas superiores onde há um impedimento à entrada do ar (ex: estenose das narinas; parálise laríngea; edema da glote/laringe; colapso da traqueia). Fisiologia - Expiratória - quando há um impedimento à expulsão do ar dos pulmões por alteração das vias aéreas inferiores (ex: enfisema pulmonar; bronquite alérgica; pneumonias). - Indeterminada ou Mista - há dificuldade tanto na inspiração como na expiração (ex: lesões que ocupam espaço - massas / hérnias diafragmáticas / derrames pleurais). 2.4 Comportamento do sistema respiratório em diferentes tipos de Exercícios Os exercícios físicos ou atividades que são realizadas em diversas situações da vida seja ela cotidiana, laboral ou recreativa, por exemplo os programas de exercícios com fins de saúde e sobre tudo o esporte competitivo em diversas idades e níveis de competição, requerem liberação energética leve, podendo ser moderada ou intensiva, dependendo da duração e intensidade do exercício e da relação carga do exercício-descanso atuais de cada individuo. Como já estudado a energia necessária para fosforilaro ADP em ATP, proporcionada pela degradação aeróbica de carboidratos, gorduras e proteínas, se não houver um ritmo estável entre a fosforilação oxidativa e as necessidades energéticas do exercício, pode desenvolver um desequilíbrio anaeróbio-aeróbio, pois acumula ácido láctico, fazendo com que a acidez nos tecidos aumenta d sobrevém rapidamente a fadiga. A capacidade de manter um alto nível de atividade física sem fadiga demasia de dois fatores: - A capacidade de integração de diferentes sistemas fisiológicos como, respiratória, circulatória, muscular e endócrino para realizar um exercício; - A capacidade das células musculares específicas de gerar ATP de modo aeróbico. - Regulação e integração do corpo durante o exercício: Antes de iniciar o exercício (pré-arranque) principiam de alteração cardiovasculares a partir dos centros nervosos que estão acima da região medular, esse ajustes proporcionam um aumento significativo na frequência e na força de bombeamento do coração, promovendo assim alterações previsíveis no fluxo sanguíneo regional que são proporcionais à intensidade do exercício. Fisiologia Com o prosseguimento da atividade física, a saída de informações simpática colinérgica, junto com fatores metabólicos locais que atuam sobre os nervos quimiossensiveis, além de atuar diretamente sobre os vasos sanguíneos, causam a dilatação dos vasos de resistência dentro dos músculos ativos, essa resistência periférica reduzida permite que áreas ativas recebem maior irrigação sanguínea. No entanto a respiração é uma função vital do organismo, que tem como finalidade o aporte de O² da atmosfera até os tecidos e a eliminação de CO² destes para o exterior, para que ocorra o sistema respiratório usa uma série de músculos respiratórios , que produzem variações de pressão e volume na cavidade torácica, possibilitando a aeração dos alvéolos. O processo respiratório pode ser dividido em duas fases, uma externa e outra interna, a respiração interna ocorre em três etapas: ventilação pulmonar, ou seja troca de ar (entrada e saída) entre atmosfera e os alvéolos pulmonares, difusão de O² e CO² até às células e de CO² dos líquidos corporais até o pulmão. A respiração interna ou respiração celular, utiliza o O² e a produção de anidrido carbônico (CO²) pelos tecidos, reações metabólicas essências para produção de energia a partir dos alimentos, todas essas etapas citadas da respiração são reguladas e controlados pelos centros respiratórios. A realização do exercício físico produz algumas modificações na dinâmica respiratória que se traduzem em taquipneia e hiperpneia, ou seja aumento na frequência e na amplitude respiratórias, com isso pretende satisfazer às grandes necessidades de O² existentes durante atividade física. Existe uma fase precoce de desequilíbrio entre as exigências e os aportes, que é a dívida de O², quando a demanda é satisfeita, entra em uma fase de equilíbrio entre a captação e o consumo de oxigênio. Se o trabalho é de grande intensidade, chega o momento em que a adaptação respiratória é insuficiente para compensar as necessidades, neste caso, volta a se criar a dívida de O² passa se ao metabolismo anaeróbio e surge uma intensa dispneia, ou seja, sensação de dificuldade para respirar. Nas competições esportivas, realiza um trabalho máximo que cria rapidamente dívida de O², desembocando no metabolismo anaeróbio, o que pode acarretar uma rápida depleção quando as necessidades de O² superam amplamente os aportes Embora aumentam a frequência como amplitude respiratórias, está é última é a mais que aumenta, sendo denominada hiperpneia Fisiologia do exercício. Antes do exercício, da mesma forma que ocorre no sistema cardiovascular, ocorrem fenômenos de pré-arranque, aumentando o volume ventilatório expiratório (VVE) à custa da frequência respiratória. Durante atividades moderadas, a ventilação aumenta em relação ao VO², em uma respiração de até 30 L/min, o trabalho respiratório é realizado pelos músculos inspiratórios, uma vez que a expiração é passiva à elasticidade toráco-pulmonar. A respiração torna se ativa, entram em jogo os músculos expiratório e chega aos 100 L/min, intervém também os músculos respiratórios acessórios. Essa participação em bloco de todos os músculos respiratórios condiciona um VO² que pode provar o resto do organismo de oxigênio, ou seja, a mobilização de ar durante o esforço físico consome O², o que constitui um limite ventilatório para realização deste exercício. Em alguns indivíduos treinados, esse limite chega a 150 a 200 L/min, a mobilização de qualquer volume adicionado requer um aporte de O² que repercute sobre o rendimento do organismo. A pratica de um exercício aeróbio máximo não desenvolve níveis extremos de ventilação pulmonar, por outro lado, a ventilação é limitada pela circulação, ou seja, pelo tempo que o eritrócito permanece em contato com a barreira hemato-gasosa e pode captar O² alveolar (hematose). 2.5 Papel do sistema respiratório no controle da fadiga Segundo Weineck (1991) caracterizou a fadiga como um mecanismo de proteção do organismo contra o esforço extremo do exercício, evitando a morte súbita. Esse mecanismo atua deteriorando as atividades do sistema nervoso central e periférico com a finalidade de interromper o exercício físico. A fadiga muscular pode ter origem em exercícios intensos e de longa duração causando alteração no sistema nervoso central ocasionando a perda de equilíbrio e coordenação, por exemplo. Isto ocorre pela diminuição de neurotransmissores como a dopamina. Ou ainda pode ser por uma alteração no sistema nervoso periférico relacionando-se a alterações fisiológicas durante o processo de contração muscular, como a diminuição do glicogênio- importante fornecedor de energia- ou na absorção de cálcio nos retículos sarcoplasmático. Fisiologia Quando a musculatura é exposta a um desses tipos de “estresse” ocorre a maior demanda de energia para que seja permanente a homeostase. Nessas situações ocorre a formação do acido lático que se dissolve em lactato e íons de hidrogênio. Os íons de hidrogênio são responsáveis pela diminuição do ph, ocorrendo o inicio de uma acidose metabólica, onde os quimioceptores detectam esse aumento emitindo sinais ao bulbo que por sua vez fará o estimulo ao coração e ao pulmão aumentando assim a frequência cardíaca e respiratória. Fisiologia 3 Sistema Cardiovascular e o consumo de oxigênio Fisiologia 3.1 Estrutura, Regulação e função cardiovascular O sistema cardiovascular é essencial para a manutenção da homeostase do organismo uma vez que ele fornece as células de oxigênio e os nutrientes para geração de energia (ATP) e transporta dióxido de carbono e produtos da excreção aos sistemas de órgãos que fazem a eliminação para fora do corpo. (Cindy L Stanfield,2014). O sistema vascular é composto pelo coração- órgão responsável pelo bombeamento de sangue; os vasos sanguíneos que conduz o sangue; e o sangue- liquido que circula pelos vasos conduzindo oxigênio e nutrientes das células e para as células. O sistema cardiovascular não desempenha apenas a função de abrigar o coração, órgão que possibilita o bombeamento do sangue para todo corpo, mas também participa na regulação das variáveis cardiovasculares através dos quimiosseptores presentes nos vasos sanguíneos como visto na unidade anterior. Além das funções endócrinas uma visto que transporta hormônios de uma parte do corpo para outro, funcionando em conjunto com o sistema nervoso. O coração é um órgão muscular que funciona como uma bomba exercendo força para que o sangue flua por todo o corpo.Esta localizado centralmente na cavidade torácica, basicamente no mediastino(espaço entre os pulmões), acima do músculo diafragma como ápice voltado para o lado esquerdo. (Figura 4) Figura 4 Localização do coração na cavidade torácica Fisiologia Ele possui quatro câmaras: dois átrios localizados na parte superior, que recebem o sangue que retorna ao coração pelos vasos e dois ventrículos localizados na parte inferior, que recebem o sangue proveniente dos átrios e geram a força de bombeamento do sangue do coração para os vasos. O coração pode ser separado em direito e esquerdo sendo um átrio e um ventrículo direito e um átrio e um ventrículo esquerdo; ambos átrios e ventrículos são separados por uma parede denominada septo, cuja a função é impedir a mistura do sangue esquerdo com o direito. O septo do lado esquerdo é chamado de septo interventricular e o do lado direito interatrial. O coração possui também uma base e um ápice; o mesmo esta envolvido por um saco membranáceo, o pericárdio que contém o liquido pericárdico que funciona como um lubrificante. (Figura 5). Suas paredes são dividas em três camadas: uma mais externa formada por um tecido conjuntivo o epicárdio, uma camada média denominada de miocárdio e uma camada mais interna composta por células epitalias denominada de endotélio. Figura 5 Anatomia do coração Os vasos sanguíneos podem ser divididos em capilares- vasos de pequeno calibre que possibilita a troca entre o sangue e o liquido intersticial; artérias- vasos de maior calibre com paredes mais resistentes e espessas, características fundamental para o transporte sanguíneo de alta pressão garantindo o transporte do sangue do coração para os diferentes tipos de tecido; as artérias ramificam-se Fisiologia em arteríolas vasos ainda menores que os capilares que levam o sangue até o mesmo. Dos capilares o sangue é conduzido para as vênulas que possuem maior calibre que os capilares, que por sua vez, levam o sangue as veias que fazem com que o sangue retorne ao coração em um sistema fechado. O sangue é um fluido composto pelo plasma, parte liquida que contem as hemácias, plaquetas, leucócitos; por água que contém proteínas dissolvidas, eletrólitos entre outros componentes. 3.2 Ciclo Cardíaco O ciclo cardíaco envolve os eventos de um único batimento cardíaco envolvendo contração e relaxamento ventricular e atrial. Esse ciclo pode ser divido quatro eventos, destacando dois deles, a sístole – período de contração e a diástole- período de relaxamento. Para descrever o ciclo iniciaremos no meio do período de diástole fase de relaxamento atrial e ventricular. O sangue chega pela veia cava superior e pela veia cava inferior, desemborca no átrio direito, pela diferença de pressão (80% do sangue hipoxemico escoa e os outros 20% são bombeados) passa pela valvula tricúspide ou mitral desemborcando no ventrículo direito – marcando o período de enchimento ventricular- na segunda fase a de contração isovolumétrica as valvas atrioventriculares e semilunares estão fechadas, nesse ponto os ventrículos começam a se contrair ocasionando o aumento de pressão intraventricular e a fase dois termina somente quando essa pressão é suficiente para que as valvas do tronco pulmonar e da aorta sejam abertas permitindo assim a saída do sangue dos ventrículos, começa então a terceira fase a de ejeção ventricular que é quando o sangue passa pela valva semilunar e pelo tronco pulmonar, nesse momento a pressão se eleva até cair fechando as respectivas valvas marcando então o inicio da diástole. O sangue que passa pelo tronco pulmonar chega às artérias pulmonares que leva o sangue ao pulmão onde ocorre a troca gasosa. A fase quatro é a de relaxamento isovolumétrico que é quando todas as válvulas cardíacas se fecham, a pressão cai conforme os ventrículos relaxam, permanecendo constante o volume de sangue no interior dos ventrículos em relaxamento. Fisiologia Quando a pressão ventricular diminui até abaixo da pressão atrial, as válvulas atrioventriculares se abrem passando o sangue do átrio para o ventrículo marcando novamente o inicio da fase 1. Quando ocorre a troca gasosa o sangue retorna ao coração pelas veias pulmonares chegando ao átrio esquerdo, passa pela valva bicúspide chega ao ventrículo esquerdo, passa pela valva semilunar aórtica e sai pela artéria aórtica levando o sangue para todo o corpo. Figura 6 Ciclo Cardíaco 3.3 Comportamento do sistema cardiovascular em diferentes tipos de Exercícios. È importante compreender que a frequência cardíaca, o volume sistólico e o debito cardíaco aumentam mediante as atividades físicas. Ocorre também a adaptação do fluxo sanguíneo e da pressão artérias, essas alterações ocorrem a fim de garantir a manutenção da atividade celular. Fisiologia A Frequência cardíaca é influenciada pela atividade simpática e parassimpática - uma vez que o bulbo é o responsável pelas atividades cardíacas e recebe informações dos quimiossepitores presentes nos vasos sanguíneos. A despolarização diastólica lenta é o fator que determinante da frequência cardíaca, quando ela for mais curta a frequência aumenta, se for mais demorada a frequência cardíaca diminui. O efeito simpático se da através dos neurotransmissores como adrenalina e noradrenalina que são responsáveis pelo aumento da permeabilidade ao cálcio nas células marcapasso da frequência cardíaca a resposta fisiológica será o aumento da frequência cardíaca. A ativação do sistema parassimpático desencadeia a abertura dos canais de potássio na presença de neurotransmissores como acelticolina causando a hiperpolarização da célula marca-passo, gerando um aumento na resposta de despolarização, fisiologicamente haverá a diminuição da frequência cardíaca podendo ser denominado também como efeito cronotrópico negativo. (Figura 7) Em condições de repouso o sistema parassimpático influencia mais a frequência cardíaca que o parassimpático, durante as atividades físicas essa relação se inverte. Quando relacionada a atividade física a ativação simpática causa a liberação de adrenalina aumentando a produção de ATP e do neurotransmissor AMPciclico que aumenta a permeabilidade ao cálcio no reticulo sarcoplasmático resultando no aumento da força de contração, denominando-se efeito inotrópico positivo. Essa reação é fundamental para o aumento o volume de ejeção sanguínea durante a atividade física. Já na ativação parassimpática ocorre a redução da velocidade de condução nervosa resultando na diminuição da força de contração, denominando-se efeito inotrópico negativo. Fisiologia Esses fatores são determinando para o debito cardíaca sendo uma relação direta, no entanto além dos fatores cardíacos os fatores periféricos como pré carga- quantidade de sangue que retorna ao ventrículo esquerdo durante a diástole sendo justificada pelo mecanismo de Frank Stálin; e o outro fator é a pós carga- força que o ventrículo esquerdo precisa fazer durante a sístole para vencer a resistência periférica, quanto a maior for a resistência periférica menor será o debito cárdico sendo necessário mais força para o bombeamento de sangue para periferia. A pressão arterial também sofrera adaptação durante atividades físicas, ela pode ser definida pela relação do debito cardíaco com a resistência periférica que é influenciada pelo sistema nervoso simpático (vasoconstritor aumentando essa resistência quando ativado) e pela angiotensina II que também faz vasoconstrição. Fisiologia Unidade 4. Sistema Musculoesquelético e Exercício Fisiologia 4.1 Estrutura Músculo Esquelético Os músculos são estruturas que cruzam uma ou mais articulações, que possuicomo uma de suas principais funções a produção de movimento através de sua propriedade de contração, relaxamento ou alongamento das fibras musculares. Os mesmos também são responsáveis pela estabilização corporal como ficar em pé, regulação de volume dor órgãos, produção de calor durante a contração - que permite a manutenção da temperatura corpórea- e de movimentação de substâncias como o retorno de sangue ao coração. A musculatura esquelética tem como característica a contração voluntária e diferentemente da musculatura lisa e cardíaca esta se fixa aos ossos através de tendões, que são cordões de tecido conjuntivo elástico formado através do encontro das fibras das fascías musculares, do endomísio e do perimísio, rico em colágeno capaz de transmitir a força dos músculos para os ossos. Os tendões se fixam aos ossos através do periósteo que também é formado por tecido conjuntivo. A nível molecular o músculo esquelético é constituídos por miofibrilias, filamentos longos, polinucleares que permite a intensa atividade metabólica, estes são composto por proteínas fundamentais denominadas miosina e actina que ao interagir entre si geram o encurtamento ou contração muscular, o local onde ocorre essa contração é denominado sarcômero, neste os filamentos de actina e miosina constituem os filamentos finos e grossos, respectivamente. Em uma fibra de miofibrila existe inúmeros sarcômeros que se repetem continuamente. O conjunto de miofibrilas denomina-se fibra muscular que por sua vez quando se encontram agrupadas denomina-se fascículo, o conjunto de fascículo constitui o ventre muscular, que se liga aos tendões para fixar-se aos ossos.Os fascículos estão envolvidos por uma membrana chamada de perimísio, cada fibra muscular esta envolvida por um tecido conjuntivo chamado de epimísio e o ventre muscular por sua vez esta envolvidos por uma membrana de proteção denominada de fascía que evita o atrito com estruturas subjacentes. (Figura 8 e 9) Fisiologia Figura 7 e 8 respectivamente 4.1 Estrutura Músculo Esquelético 4.2 Orientação das fibras Musculares e produção de Força 4.1 Estrutura Músculo Segundo Hamill e Knutzen(1999), existem dois tipos de arranjos de fibras encontradas no músculo e é o formato e o arranjo dessas fibras que determina se o músculo é capaz de gerar grandes quantidades de força e boa capacidade de encurtamento, essa capacidade esta intimamente ligada as mudanças de comprimento e velocidade. O arranjo das fibras pode ser dividido em paralelo a linha de tração do músculos, onde ocorre o predomínio do comprimento caracterizando os músculos longos como o esternocleidomastóideo (Figura 10). Pode possui ainda aspecto fusiforme, ou seja, a força da fibra é na mesma direção das fibras musculares. Isso permite que haja grande potencial de encurtamento e movimentos de alta velocidade. Esse tipo de músculo possui maior comprimento relacionado aos outros e o comprimento da fibra muscular é maior que o tendão, essa relação justifica a alta capacidade de encurtamento. È possível encontrar essa característica nos músculos sartório, braquial, entre outros. (Figura11). Figura 11 Fisiologia Os músculos largos possuem comprimento e largura equivalente, geralmente em aspecto de leque como o peitoral maior. (Figura10) Figura 10 músculos longos e músculos largos Já os músculos curtos encontram-se nas articulações com pouca amplitude de movimento. Os músculos peniformes possuem suas fibras correndo diagonalmente em relação a um tendão que atravessa o músculo. No geral possuem seu formato em pena, já que os fascículos são curtos, isso significa dizer que a força da fibra é em uma direção diferente da força muscular. Esse tipo de característica confere maior força, mas com movimentos mais lentos e sem grandes amplitudes. As fibras podem correr diagonalmente saindo de um lado, chamando-se bipenadas, ou em combinações dos dois chamando-se multipenadas, ou ainda unipenadas. Tendo como exemplo os músculos deltóide, semimembranoso, gastrocnêmio, extensor longo dos dedos, entre outros. (Figura 12) Figura 12 Fisiologia 4.3 Contração muscular- Teoria dos filamentos deslizantes Como visto no tópico anterior os músculos possuem estruturas de denominas sarcômero que é o local onde ocorre o encurtamento das fibras. Para compreender melhor o mecanismo da produção de força precisa-se ressaltar que cada sarcômero é limitado por linhas Z, que percorrem perperdicularmente conectando os filamentos finos dentro da banda I. Já os filamentos grossos estão conectados perpendicularmente por linhas M dentro da banda A, em seu centro encontra-se uma zona mais clara que suas laterais, isso ocorre porque apenas os filamentos grossos estão presentes, denominando-se essa região de zona H. Nos filamentos finos encontram-se também as proteínas reguladoras que permite com que as fibras iniciem a contração ou parem de se contrair são elas a tropomiosina e a troponina. A tropomiosina encontra-se sobre os monômeros de actina, esta bloqueia os sitos de ligação de miosina no músculo em repouso. A troponina por sua vez é composta por três proteínas, uma presa ao filamento de actina, outra que liga-se a tropomiosina e a última em que os íons de cálcio se ligam de maneira reversível, a ligação do cálcio a esse sítio permite a contração muscular, uma vez que o mesmo faz com que a troponina desbloqueie a tropomiosina , expondo o sítio de ligação da miosina com as moléculas de actina. Já os filamentos grossos são compostos por múltiplas moléculas de miosina, onde cada molécula apresenta uma cauda longa e uma cabeça dilatada. Essas cabeças são chamadas de pontes cruzadas- em determinadas situações conectam-se as Fisiologia filamentos finos e grossos- as moléculas de miosina se conectam através das caudas de maneira com que suas cabeças se protejam em direções opostas, afastando-se do centro. O espaço do filamento grosso desprovido das pontes cruzadas chama-se de zona nua. A cabeça da miosina é onde gera ativamente a força mecânica do músculo. Cada cabeça conta com dois sítios um que se liga a actina e o outro se liga a ATPase, que possui atividade enzimática e hidrolisa ATP. Associada aos filamentos finos e grossos encontra-se ainda proteínas de titina que possui propriedade elástica. Esses filamentos de titina estendem-se desde a linha M até a linha Z. Quando uma força de estiramento é aplicada ao músculo, os filamentos de titina se alongam a medida que o sacômero estende, e essas faixas de filamentos começam a exerce uma força oposta. Quando a força externa é removida, essas forças opostas aproximam a linha Z e os filamentos grossos, faz com que os sarcômeros se encurtem e os filamentos de titina retornem ao comprimento original. Durante a contração muscular a banda A não muda de comprimento, mas as bandas I e a zona H se encurtam através do deslizamento sobre os filamentos grossos, movendo-se mais profundamente para a zona H e diminuindo a sua largura. À medida que esse processo ocorre, bandas A adjacentes se aproximam diminuindo a largura da banda I. O resultado é a aproximação do das linhas Z nas terminações de um sarcômero, encurtando-o. Conforme o sarcômero se encurta, encurtam-se as miofibrilas e todo o músculo, ou seja, a contração ocorre pelo deslizamento dos filamentos grossos e finos, um sobre o outro. (Cindy L. Stanfield,2014). Figura 13 contração muscular através do deslizamento de actina e miosina / Fonte CepaFisiologia 4.4 Tipos de Fibras Musculares e desempenho físico As fibras musculares apresentam diferenças quando relacionada a grande parte da produção de ATP, resposta de contração, excitação e geração de força, todas essas variáveis influenciam no desempenho muscular na vida cotidiana. Essas fibras podem ser classificadas quanto à velocidade contrátil: fibras de contração lenta ou do Tipo I tem por característica a respiração aeróbica como fonte de energia, possui a coloração avermelhada devido o grande número de mioglobinas e mitocôndrias, são altamente resistentes a fadiga sendo predominantes em atividades físicas de alta duração como corridas Já as fibras de contração rápida ou do Tipo II utiliza o sistema aneróbico, possui alta velocidade de contração, capacidade glicolítica, no entanto é menos resistentes a fadiga. Esse tipo de contração é muito comum em atividades que exigem arranques com mudança de ritmo ou paradas buscas como no futebol. A diferença entre as fibras de contração rápida e lenta também se da pelo tipo de miosina presente em seus filamentos grossos. A velocidade de contração depende da regulação das pontes cruzadas durante a hidrolise de ATP. A miosina rápida hidrolisa o ATP com maior velocidade que a miosina lenta, isto quer dizer que a velocidade de hidrolisação de ATP pela miosina rápida completa mais ciclos de pontes cruzadas por segundo resultando no encurtamento do sarcômero mais rapidamente. Fisiologia Unidade 5 Controle Neural do Movimento Humano Fisiologia 5.1 Organização do sistema nervoso O sistema nervoso apresenta uma rede nervosa responsável pela comunicação com o organismo garantindo a homeostase, possui entre suas diversas funções a de captar os estímulos do ambiente, decodifica-los e armazena-los e consequentemente elabora as respostas que são transmitidas de diferentes formas. Ele ainda pode ser dividido em sistema nervoso central e periférico. O sistema nervoso central compreende-se em encéfalo e medula espinhal que são protegidos pelo crânio e pela coluna vertebral, respectivamente. Entre o osso e o tecido nervoso existem ainda três membranas denominadas de meninges e uma camada de líquido encefalorraquidiano que proporcionam proteção contra impactos entre o tecido e o osso. As meninges são formadas por tecido conjuntivo se dividem em dura-máter, camada mais externa, tendo como característica o tecido fibroso resistente. A aracnoide-máter é a camada média e a camada mais interna é denominada de pia-máter. O liquido encefalorraquidiano se localiza entre a pia-máter e a aracnoide-máter. (Figura 14) Figura 14 Anatomia da medula espinhal / Fonte Cepa O encéfalo abrange o cérebro – que se divide em telencéfalo e diencéfalo-, cerebelo e o tronco encefálico que ramifica-se em mesencéfalo, ponte e bulbo e logo após encontra-se a medula espinhal. (Figura 15). Figura 15 Anatomia do Sistema nervoso central Fisiologia Já o sistema nervoso periférico é composto por nervos e gânglios. Os nervos são divididos em nervos cranianos e nervos espinhais. Os nervos espinhais são denominados a partir do local de onde se emergem eles são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros superiores e parte da cabeça. São ao todo 31 segmentos medulares, são eles: oito pares de nervos cervicais, doze pares de nervos torácicos, cinco pares de nervos lombares, cinco pares de nervos sacrais e um par de nervos coccígenos. Os nervos cranianos possuem em sua grande maioria origem no tronco encefálico e apenas dois pares possuem origem no cérebro, contabilizando ao total doze pares podendo ser sensitivo, motor ou misto. Os glânglios compõe o sistema nervoso autônomo, são neles que ocorrem as sinapses. Podendo ser dividido em sistema nervoso simpático localizado na coluna vertebral, responsável por alterações no organismo quando o cérebro percebe situações de perigo aumentando, por exemplo, os batimentos cardíacos, dilatando a pupila, entre outros. O sistema nervoso parassimpático tem origem no tronco encefálico e nos segmentos medulares sacrais, é responsável por fazer o organismo retornar ao estado estável, além de controlar alguns sistemas e ações involuntárias como respiração. ( Figura 16) Fisiologia 5.2 Inervação do Músculo Na medula espinal encontra-se a substancia cinzenta que contém interneurônios, corpos celulares, dendritos, neurônios eferentes e botões terminais de neurônios aferentes. Os neurônios eferentes se dirigem do nervo espinhal até os órgãos efetores, são responsáveis pela resposta aos estímulos; os neurônios aferentes se dirigem pelos nervos espinhais de receptores sensoriais da periferia, até a medula espinhal sendo responsáveis por receber estímulos sensoriais e conduzir o impulso nervoso ao sistema nervoso central. (Cindy L. Stanfield,2014). A substancia branca é constituído principalmente por dendritos e axônios, a cor branca se deve a bainha de mielina que reverte às fibras. Já a substancia cinzenta é constituída por corpos celulares de neurônios e é dividida anatomicamente em região dorsal que emerge do corno posterior da medula e possui neurônios sensitivos, leva informações da periferia ao cérebro e a região ventral que emerge do corno anterior da medula, possui neurônios motores, leva as informações do encéfalo para a periferia. A união das raízes da origem a formação dos nervos periféricos, que vão inervar os músculos que darão origem aos movimentos. Essa união é denominada de plexos que no tronco são divididos em quatro: • Plexo cervical em sua grande maioria possui inervação cutânea para pescoço e região da cabeça vai de C1-C4. Fazem parte desse plexo: o nervo occiptal menor, nervo Fisiologia auricular magno, nervo cervical transverso, nervos supraclaviculares, alça cervical e nervo frênico. • Plexo braquial inerva os membros superiores, compreende de C5-T1. Fazem parte desse plexo: nervo axilar, nervo músculocutâneo, nervo radial, nervo mediano e nervo ulnar. • Plexo lombar inerva parte dos músculos inferiores, compreende de L2-S4. Fazem parte desse plexo: nervo femural, nervo ciático, nervo cutâneo lateral da coxa e nervo obturatório. • Plexo Sacral forma os nervos que partem para a região glútea, períneo e membros inferiores, compreende de L4-S4. Fazem parte desse plexo: nervo glúteo superior, nervo glúteo inferior, nervo cutâneo femural posterior, nervo pudendo, nervo esquiático, nervo fibular comum, nervo tibial e nervo sural. 5.3 Característica funcionais da unidade motora Como visto na unidade anterior para que ocorra a contração muscular é necessário um estimulo vindo do sistema nervoso para que o cálcio seja liberado no sarcoplasma da fibra muscular, expondo os sítios de ligação entre a actina e a miosina ocasionando a contração muscular. A unidade motora é definida pelo grupo de fibras musculares que são inervadas por um único neurônio motor. A junção desse neurônio motor com a fibra muscular inervada pelo ramo desse neurônio é chamada de placa motora que possui a função de transmitir o impulso do neurônio motor para a fibra que ele inerva. ( Figura 17) Fisiologia Figura 17 Placa motoro/ neurônio motor Ao ligar-se ao músculo esquelético o neurônio motor ramifica- se em terminais axonais que vão até o sarcolema (membrana da fibra muscular). A sinapse entre um neurônio motor e o músculo ocorre na fenda sináptica, espaço de comunicação neuromuscular. Essa transmissão é realizada por neurotransmissores liberados pelo axônio neuromotor que se ligam
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